PROPOSTA POLÍTICA PEDAGOGICA E SUAS CONTRIBUIÇOES …



PROPOSTA POLÍTICA PEDAGÓGICA E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O INCENTIVO À APRENDIZAGEM, ATRAVÉS DA MOTIVAÇÃO DO PROFESSOR

Eurásia Maria Lustosa Ribeiro Porto

Vilneide Rodrigues Neves

RESUMO

 

Este artigo é fruto da elaboração e da aplicação de um projeto de intervenção realizado em uma escola pública da rede  municipal de ensino, tem o objetivo de promover a qualidade da educação através do incentivo ao professor diante dos trabalhos realizados em sala de aula. Teve como princípios básicos abranger o dinamismo presente no desenvolvimento infantil, redimensionando o fazer pedagógico, para que intencionalmente sua prática influencie diretamente no seu bem estar pessoal, promovendo a participação coletiva da equipe escolar previsto no Projeto Político Pedagógico da Escola. Para alcançar tal objetivo foram realizadas algumas reuniões com o corpo docente no qual, os professores foram submetidos a um debate intencional em relação ao trabalho desenvolvido na escola. A técnica escolhida para realização desta investigação foi a pesquisa-ação. Basicamente, em virtude dos estudos realizados em “O Princípio da Gestão Democrática na Educação. (2005)” este método visa transformar comportamento por meio de um processo flexível, em que o pesquisador é também participante do grupo. Os resultados apontam para mudanças positivas no comportamento dos participantes deste projeto. No desenvolvimento deste trabalho, foram realizadas palestras de motivação pessoal, debates sobre a profissão, elaboração de algumas estratégias em relação ao ensino-aprendizagem e a valorização profissional por meio da gestão democrática e participativa. Os professores demonstraram maior propensão ao exercício dos trabalhos, melhor auto-estima, ressaltando ainda que o incentivo é peça primordial para o sucesso da aprendizagem, uma vez que o prazer de ensinar é um grande aliado do sucesso da educação.

Palavras-chaves: Incentivo a aprendizagem; participação; motivação dos professores; Proposta política pedagógica.

 

 INTRODUÇÃO

Partindo do pressuposto da existência da Gestão Democrática na escola, foi possível detectar inúmeras necessidades a serem implantadas na mesma, para que se possa fazer valer a participação coletiva da equipe escolar, bem como valorização do profissional da educação.

Como estimular os professores a realizarem um trabalho coerente ao Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola, com incentivo voltado à aprendizagem dos alunos foi o desafio para a realização deste projeto de intervenção.

Para que a escola possua um conselho escolar eficiente, é necessário que a mesma realize atividades voltadas para o crescimento educacional. Para tanto, o incentivo a esse grupo de pessoas responsáveis pela educação se torna fundamental, pois a falta de compromisso de alguns professores e funcionários em geral, prejudica de forma relevante o desenvolvimento educacional e a Gestão Democrática torna-se ineficiente em meio a todo esse processo.

Diante do que está previsto no Projeto Político Pedagógico da Escola (PPP), relacionado ao comprometimento do exercício do trabalho pedagógico, priorizando a formação de cidadãos críticos, valorizando a cultura trazida pelo alunado e o respeito ao direito dos mesmos, foi possível detectar a necessidade de um projeto que venha ao encontro da prioridade de relembrar e valorizar itens já abordados anteriormente no PPP, favorecendo maior incentivo aos professores e oportunizando momentos de estudos para a concretização dos direitos da criança.

Nesse contexto, o projeto de intervenção visa mostrar ao professor que ele é o principal mecanismo detector das diferentes potencialidades e fragilidades dos seus educando, e para alcançar tais objetivos é necessário que estejam motivados com o trabalho realizado.

Segundo Oliveira. (2006), a escola precisa ser um local onde se aprende, ensina e educa. No caminho ao desenvolvimento, não é mais aceita a falta de atitude e compromisso com o futuro.

Os professores precisam ser agentes, capazes de transformar a realidade em que vive, para tanto é necessário acreditar em si mesmo e naqueles que estão sendo monitorados por eles. Não se pode negar que as informações estão cada vez mais velozes e que o professor não consegue mais deter todo o conhecimento. Nesse desafio cabe destacar o papel e a importância de técnicas que podem e devem aprimorar as práticas educativas.

Visando alcançar esses objetivos, a gestão da escola promoveu reuniões direcionadas ao incentivo e motivação dos professores, buscando descentralizar responsabilidades, para que o trabalho em estudo não seja visto como uma sobrecarga na vida do professor e sim um meio de proporcionar momentos de formação continuada. Portanto o objetivo geral deste trabalho; está na valorização do profissional da educação através da motivação no trabalho destinado a aprendizagem dos alunos, visando que adquiram competências e habilidades necessárias para colocarem em prática as questões curriculares do PPP de forma coerente entre a teoria e a prtica aplicada, de maneira satisfatória em relação ao trabalho exercitado.

Com a aplicação deste projeto o professor foi levado a refletir sobre a proposta pedagógica da escola co-relacionado à sua docência  e ao incentivo voltado diretamente para a aprendizagem.

Tendo em vista que a escola em que foi trabalhado este projeto, é uma escola de educação infantil é importante ressaltar que desenvolver um trabalho realmente significativo na Educação Infantil implica em uma série de considerações que o educador precisa fazer a cerca de temas a serem trabalhados com as crianças. Ele deve atentar-se para o que ocorre fora da sala de aula, conhecer os interesses e as necessidades de sua clientela.

Desta forma, faz-se de suma importância uma proposta de ação pedagógica que tenha como temas geradores o envolvimento dos professores na prática de sala de aula, atentando sempre a Proposta Pedagógica da Escola e os objetivos a serem alcançados.

Neste início da vida escolar, as crianças entram em contato com um universo profundamente marcado por sua função educativa, que contribui para a sua formação integral enquanto aluno. Nesse cenário, o educador assume um papel de grande importância e responsabilidade, pois apresenta o guia que orienta a criança em suas buscas e descobertas, sendo ele o maior exemplo de cidadão honrado e ético, detentor de princípios morais e boa conduta, o educador deve fazer com que a criança se sinta protegida em um ambiente repleto de afeto e carinho, potencializando os resultados do ensino e da aprendizagem.

No anseio de melhorar suas táticas de ensino, muitos professores têm buscado maneiras de enfeitar seus métodos por meio da adoção de recursos tecnológicos. No entanto ao adotar tais técnicas deixam com que elas se tornem protagonistas no processo de ensino aprendizagem.

A proposta aqui evidenciada objetiva despertar o espírito empreendedor dos professores, estimulando seu desenvolvimento pessoal e dando-lhes uma visão otimista em relação ao trabalho em exercício, através da pesquisa-ação, com métodos tradicionais, mas eficazes, como alguns questionários abertos e reuniões para estudos e debates sobre a prática educativa.

 1- AS ETAPAS DESENVOLVIDAS NO PROJETO DE INTERVENÇÃO

 

O projeto foi desenvolvido para um grupo da Rede Municipal da Secretaria de Educação de Pedro Afonso, Tocantins, composto por 30 pessoas, sendo 27 professoras, 2 coordenadoras pedagógicas e 2 da equipe administrativa, atingindo todo o corpo docente do Centro de Educação Infantil Maranatha.

O projeto foi realizado tendo inicio no dia 14/10/2009 e concluído no dia11/12/2009. Cada encontro teve a duração de três horas.

Os encontros aconteceram no pátio da Escola, após o atendimento ao alunado, o qual não tiveram prejuízos de conteúdos, por estarem sendo enviadas atividades extra-classe, visando suprir o período integral da semana letiva.

O trabalho foi desenvolvido a partir de informações obtidas pela Supervisora de ensino, membros do grupo, e das necessidades apontadas pelos próprios professores da Rede, em relação às dificuldades de motivação dentro da Unidade Escolar.

O projeto constou em sete etapas:

1- Montagem do projeto de intervenção;

2- Montagem das auto-avaliações e sugestões para os professores;

3- Realização de encontro para mostrar a importância de cada um no desenvolvimento do seu trabalho na escola através de palestras e vídeos de auto-estima;

4- Realização de um estudo do ECA com representantes do Conselho Tutelar;

5- Revisão do PPP da Escola e analise das praticas escolares diante do mesmo;

6- Distribuição para a equipe escolar de auto-avaliações juntamente com novas sugestões para serem analisadas e debatidas entre o grupo;

7- Finalização do projeto de intervenção com apresentação do mesmo, com a analise dos benefícios do projeto e uma confraternização com toda a equipe escolar.

Ao desenvolver esta metodologia, por não se tratar eminentemente de uma proposta de terapia, realizamos um trabalho privilegiando o trabalho desenvolvido pelo professor, pois o objetivo era trabalhar os sentimentos que movem a educação no momento da pratica docente.

Ao desenvolver o projeto de sensibilização e motivação educacional, através de dinâmicas de grupo, pode-se perceber que aos poucos a equipe que participava do projeto, estava realmente envolvida, tomando uma consciência da necessidade que se fazia da aplicação de novos passos.

A realização de nosso primeiro encontro, dia 13/11/2009, foi uma surpresa para os professores, por não acarretar em mais ações a serem realizadas por eles. Na realidade tratava-se de um apoio a mais no trabalho pedagógico. A equipe achou conveniente e de grande importância para estarmos revendo a pratica docente da Escola e o PPP que de certa forma estava adormecido em meio a outros por memores que “sobrevoam” a educação em nosso país.

A realização desse primeiro encontro foi em torno de uma maravilhosa palestra, com a participação de uma ex-professora. Promovemos em seguida uma apresentação de slides sobre motivação no trabalho. Os professores atentos demonstraram grande interesse em estarem participando desse momento de reflexão. Marcamos o nosso segundo encontro para o dia 20/11/2009, onde estaríamos tirando nossas dúvidas sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Dois representantes do conselho tutelar se prontificaram a estarem realizando um momento de estudo sobre o ECA, esse estudo foi realizado, com a participação de pais que foram convidados para estarem posteriormente, em reunião, expondo esse aprendizado para outros pais, pois a maioria deles desconhecem esse Estatuto. As dúvidas foram devidamente sanadas, e todos os professores em comum acordo resolveram enumerar algumas em cartazes, para estarem expondo na escola, evitando assim que as mesmas caiam no esquecimento e sejam desrespeitadas no ambiente escolar e na comunidade.

No encontro do dia 27/11/2009, preparamos o local com mensagens de otimismo e uma dinâmica de descontração. Iniciamos a leitura de pontos relativos a ação pedagógica do professor, previsto no PPP, e pedimos para que cada um relatasse por escrito sobre a coerência do PPP e as práticas de sala de aula ofertadas pela própria ação pedagógica. Logo após voluntariamente os professores foram falando sobre suas dificuldades e sobre suas sugestões sobre o trabalho a ser realizada no ano de 2010.

“Seria interessante se a cada quinze dias pudéssemos estar realizando encontros como este, e até mesmo realizarmos nosso planejamento em grupo, bem sintonizado.” (Professora : Nazaré Pré-I)

Verdadeiramente apesar de muitas reflexões e análises de encontro para encontro, não conseguimos atingir toda riqueza dos conteúdos vivenciados e verbalizados, demonstrando o grande crescimento do grupo, mas partindo de tudo que foi construído, analisado, vivenciado e expressado, podemos tirar a algumas conclusões, contribuindo para o esclarecimento de nossas indagações e hipóteses tais como:

• É necessário sensibilizar os professores e motivá-los ainda mais para a prática de sala de aula, o grupo mostrou que ainda existem muitas dificuldades na realização de seus trabalhos, devido a falta da família, trabalhando junto em prol da educação de seus filhos, essa necessidade ficou evidente, nos momentos de discussão, durante a proposta do projeto de intervenção, percebemos a necessidade de estendê-lo também às famílias.

• Outra questão levantada foi a falta de formação continuada para trabalhar com a educação infantil. Questão esta que sentimos a necessidade de levar ao conhecimento da secretaria, pois compete a ela sanar essa dificuldade. Em resposta obtivemos a realização do Fórum de Educação Infantil para o final de fevereiro de 2010.

No dia 04/12/2009 foram distribuídas  para a equipe escolar as auto-avaliações, em forma de breves relatórios, oferecendo liberdade ao professor para que ele possa relatar de forma escrita sua filosofia de trabalho em relação à sua prática em sala de aula.

 

2- O ENVOLVIMENTO DO PROFESSOR

   

Durante o desenvolvimento do projeto foi possível refletir sobre os problemas que afetam a educação em seu contexto de diferenças, de desigualdades, de injustiça social e salarial, de necessidades de capacitações e formações específicas, tendo como enfoque a necessidade de melhorar a auto-estima dos profissionais para o exercício do trabalho.

Em virtude da relação ensino-aprendizagem ser realizada em grupos menores, os licenciados podem ter uma percepção maior das dificuldades dos alunos e ajuda-los a superar as mesmas. Por outro, as atividades realizadas permitem uma reflexão mais aprofundada sobre as dificuldades no relacionamento dentro da Escola entre as equipes responsáveis pelo desenvolvimento da educação.

Essa prática incentivadora repercutiu imediatamente, pois a participação foi efetiva, não havendo muita dispersão. Este é um saldo muito positivo, já que, na maioria das vezes o estímulo aos professores estava muito vinculado às questões financeiras, que por si só não podem definir o trabalho individual e o comprometimento com o mesmo. Existem formas mais nobre de se buscar a valorização profissional.

Faz-se necessário compreender que não basta mais ao exercício da profissão que seja feita uma formação inicial e nada mais. O veloz mundo de hoje demanda uma formação continuada, não uma mera continuação de práticas anteriores, uma busca de superação do caráter meramente instrumental do que se entendia por formação geral e abstrata, substituída por uma efetiva análise das práticas em que se empenham professores no dia-a-dia vivido em interação com alunos e colegas professores.

O envolvimento do professor nos trabalhos realizados na escola, é fator de grande relevância para o sucesso da mesma. Quando o gestor consegue envolver os professores e equipe administrativa no mesmo propósito, tudo fica visivelmente mais prático, menos burocrático, mais democrático. As responsabilidades em uma escola precisam ser compartilhados, e o companheirismo no trabalho é fundamental para que a ética e o respeito mútuo veridicamente aconteça.

Os encontros promovidos para discussão do Projeto Político Pedagógico surgiu com o objetivo de propiciar aos professores subsídios à elaboração e re-elaboração do mesmo, visando esse trabalho a adaptações pertinentes a função da cidadania do aluno, bem como o tratamento de questões da  sociedade brasileira. Estas temáticas foram apresentadas após o processo de leitura e análise dos temas relacionados a pluralidade cultural, saúde, meio-ambiente, ética, trabalho e consumo, dentre outros assuntos relevantes. Onde se descobriu que as disciplinas são necessárias para acessar o conhecimento acumulado, mas não dão conta das necessidades  de compreensão de temas que estão presentes no cotidiano, como vivência preconceito, saúde e ambientes, ao mesmo tempo em que trouxe para o centro da discussão questão como sobre a escola que se deseja hoje e quais os conteúdos que ela deve trabalhar.

A Proposta da educação infantil em meio a tantas prerrogativas, não pode deixar de ser flexível a todo momento pois no dia-a-dia da escola que trabalha com a educação infantil, depara-se com inúmeras situações que requer um cuidado muito especial, pois o tempo da primeira infância deve ser utilizado de todas as maneiras imagináveis para a educação. A perda desses momentos é irreparável. Em lugar de deixar improdutivos os primeiros anos da vida, é preciso cultivá-los com os mais minuciosos dos cuidados. O professor que atua nessa fase do ensino regular precisa estar sempre preparado psicologicamente, para lidar com o emocional da criança, que está sempre a flor da pele, qualquer deslize pode ser traumatizante na vida escolar desse aluno.                   

                   

 3- AS CONTRIBUIÇÕES DO PPP PARA O INCENTIVO A APRENDIZAGEM

O PPP da escola deve, de fato, mostrar a escola,com sua cultura organizacional, suas potencialidades e suas limitações. Nesta direção, o PPP, ao se colocar como espaço de construção coletiva, direciona sua constituição para consolidar a vontade de acertar, no sentido de cumprir o seu papel na socialização do conhecimento. Assim, o PPP deve expressar qual é a finalidade da produção do trabalho escolar.

Estudos na área de políticas e gestão escolar mostram que os professores e os gestores apresentam uma compreensão muito positiva do PPP, pois reconhecem sua importância o entendimento de qual seja a função social da escola e no estabelecimento de um trabalho pedagógico que promova a socialização da cultura, levando a comunidade local e escolar, especialmente os alunos, a se apropriarem do saber como um direito universal, já que a educação pode nos tornar mais humanos, mais atualizados historicamente e mais sintonizados com os problemas sociais do nosso tempo.

Há de se discutir, portanto, o sentido do que seja o PPP. Gadotti (1994) observa que fazer um projeto significa lançar-se para a frente, antever o futuro. O projeto é, pois, um planejamento a longo prazo. Quando realizamos o nosso planejamento anual, de certa forma já nos preparamos para a conquista diária, que só dará os resultados finais esperados no final de longos anos de preparação e aplicação de trabalhos com cunho pedagógico, precisando sempre ser revistos e analisados.

Nesta direção, Veiga (1996; 1998) nos faz perceber que o PPP deve ser visto como um processo permanente de reflexão e de discussão dos problemas da escola, tendo por base a construção de um processo democrático de decisões.

A defesa de um projeto amplo de formação, profissionalização e valorização do docente tem sido muito freqüente em estudos e pesquisas do campo educacional e, ainda, nos processos de reforma e implementação de políticas educacionais nos diferentes países da região, tendo em vista a relevância do fator docente, ou melhor, da qualidade da força de trabalho docente para a melhoria do desempenho dos alunos.

Segundo Oliveira (2001) O processo de construção coletiva do PPP da escola, é sobretudo, a atuação articulada entre a ação dos professores e os processos formativos dos alunos.

No contexto atual, a escola vem sendo questionada acerca de seu papel ante as transformações e a busca pela qualificação profissional.

O professor que se busca construir é aquele que consegue de verdade, ser um educador, que conhece o universo do educando, que tem bom senso, que permite e proporciona o desenvolvimento da autonomia de seus alunos. Que tem entusiasmo, paixão; que vibra com conquistas de cada um de seus alunos, não descrimina ninguém não se mostra mais próximo de alguns, deixando os outros a deriva. Que seja politicamente participativo, que suas opiniões possam ter sentido para os alunos, sabendo sempre que ele é um líder que tem nas mãos a responsabilidade de conduzir um processo de crescimento humano, de formação de cidadãos.

Ninguém se torna um professor perfeito, aliás aquele que se acha perfeito, e portanto nada mais tem a aprender, acaba se transformando num grande risco para a comunidade educativa. No conhecimento não existe o ponto estático ou se está em crescimento ou em queda. Aquele que se considera perfeito está em queda livre, porque é incapaz de rever seus métodos, de ouvir outras idéias, de tentar melhorar.

A grande responsabilidade para a construção de uma educação cidadã está nas mãos do professor. Por mais que o diretor ou o coordenador pedagógico tenha boa intenção, nenhum projeto está eficiente se não for aceito, abraçado pelos professores porque é com eles que os alunos tem maior contato.

O artigo 13 da LDB sobre a função dos professores:

Artigo 13 – Os docentes incumbir-se-ão de:

participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;

elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;

zelar pela aprendizagem dos alunos;

estabelecer estratégias de recuperação dos alunos de menor rendimento;

ministrar os dias letivos horas-aula estabelecidos ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;

colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.

Nota-se que o papel do professor, segundo a LDB, está muito além da simples transmissão de informações. Dentro do conceito de uma gestão democrática, ele participa de todas as decisões da Escola, isto é decide solidariamente com a comunidade educativa o perfil de aluno que se quer formar, os objetivos a seguir, as metas a alcançar. E isso não somente no tocante a sua matéria mas toda a proposta pedagógica.

O processo educativo é comunitário. O bom ambiente escolar depende da participação de todos. A mudança dos paradigmas ocorre quando cada um dá a sua parcela de contribuição e é capaz de permitir que o outro também opine, também participe. Ninguém é uma ilha de excelência que prescinda de troca de experiências.

No Brasil, a necessidade de reformar o sistema educativo é evidenciada, uma vez que o país vive o desafio de competir num cenário de economia globalizada. Por isso, melhorar a qualidade das escolas não é somente, mais uma questão acadêmica, mas sim um fator de sobrevivência em ambiente complexo e dinâmico.

A educação escolar é um bem público de caráter próprio por

implicar a cidadania e seu exercício consciente, por qualificar

para o mundo do trabalho, por ser gratuita e obrigatória no ensino

fundamental, por ser gratuita e progressivamente obrigatória no

ensino médio, por ser também dever do Estado na educação infantil.Cury (2002)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao concluir esse trabalho destacamos dois focos que foram analisados e constatados dentro de uma teoria de incentivo aos professores em sua pratica educacional:

O primeiro diz respeito ao projeto de intervenção , o trabalho com o grupo de professores deveria estar em pratica desde o início do ano letivo, pois todo tempo que se perde na educação e grandioso em vista dos benefícios que se poderiam ter conquistado ao longo do ano letivo.

Outro momento relevante a ser analisado dentro desta perspectiva é a aplicação do PPP que deveria fazer parte integrante do planejamento semanal do professor, acompanhado pela coordenação pedagógica e repassado para gestão escolar. Pois um projeto de tão valiosa importância não pode se desvincular do trabalho realizado na Unidade de Ensino.

Com isso percebo que o projeto foi de grande valia, e concluído com eficiência, pois os professores estão entusiasmados. O interesse do grupo é evidente e foi demonstrado desde a apresentação e execução do mesmo.

Os resultados apontam para melhoria no comportamento dos professores. Tais comportamentos podem ser evidenciados em situações que demonstram maior interesse nas atividades do cotidiano da escola, bem como na dinamização das aulas.

A motivação e a educação são dois campos de estudo que requerem desenvolvimento contínuo. Ambos auxiliam o desenvolvimento do raciocínio e da criatividade buscando fazer com que o indivíduo alcance sua autonomia no contexto em que vive.

Defende-se nesse trabalho que os temas; motivação dos professores e aprendizagem dos alunos, são relacionados e a educação com professores motivados pode ser forte aliada em uma educação que auxilia o indivíduo a adquirir autonomia e planejar seu futuro. Além disso, educação e motivação são os incentivos que mais estimulam a aprendizagem.

Destacou-se o amadurecimento dos professores na disposição para a busca de novos conhecimentos e averiguação da importância da relação professor x aluno para a construção do processo ensino aprendizagem das crianças na Educação Infantil, identificando suas implicações e procurando soluções para transformação. Visto que é na Educação Infantil que a criança adquire suas primeira experiências de vida escolar e que serão essas experiências que levaram as crianças a sentirem prazer ou desprazer pela escola. Conseguiu-se através desse estudo em relação a afetividade como ponto crucial em uma aprendizagem significativa, tornando-se ponto de equilíbrio tanto para o educador quanto para o educando. Uma vez que essa relação é de suma importância para uma educação de qualidade.

Desta forma, o trabalho por meio da revisão do PPP constituiu uma ferramenta fundamental para a prática de um trabalho coerente com as atuais concepções de ensino e aprendizagem.

 

Referências

A Gestão Democrática, Eleição de Diretores e a Construção de Processos de Participação e Decisão na Escola. Acesse: .br/salto

CASASSUS, J.  A Reforma Educacional na América Latina no Contexto de Globalização.  Cadernos de Pesquisa. São Paulo: FCC. n° 114, de novembro de 2001.

CURY, Carlos Roberto Jamil. Legislação Educacional Brasileira. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

DEMO, Pedro. Conhecer e aprender: sabedoria dos limites e desafios. Porto Alegre: Artes Medicas Sul, 2000

DOURADO, L. Gestão escolar democrática – a perspectiva dos dirigentes escolares da rede municipal de Goiânia. Goiânia: Editora Alternativa, 2003.

GADOTTI, Moacir. Pressupostos do projeto pedagógico. Cadernos Educação Básica – O projeto pedagógico da escola. Atualidades pedagógicas. MEC/FNUAP, 1994

O Princípio da Gestão Democrática na Educação. (2005) Disponível: .br/salto.(02/03/2010)

OLIVEIRA, D. A. (org.) Gestão Democrática da Educação. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2001 (3ª edição).

VEIGA, Ilma Passos A. e RESENDE, Lúcia G. de (orgs.). Escola: espaço do Projeto Político Pedagógico.

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