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CARTA

É uma conversa por escrito, dirigida a uma pessoa ausente – assim se define tradicionalmente a carta. A simplicidade da definição não corresponde, porém, à dificuldade em escrever cartas. Trata-se de um meio de comunicação muito antigo que tem visto o seu espaço ser conquistado, no mundo moderno, por meios mais rápidos como o telefone, a rádio, o fax, net … e, muitas das suas velhas funções, pelo próprio jornal. Contudo, a sua actualidade mantém-se tal como as suas características: economia, personalização, substituto do diálogo.

Estilo

Como é uma conversa, o estilo da carta deve ser coloquial, isto é, manifestar a maneira de ser de quem a escreve e de quem a lê. Este cuidado em ser natural e adaptar-se ao receptor é uma das exigências da carta, juntamente com a clareza, a expressividade e a síntese..

Tipos

As cartas dividem-se em privadas ou intimista, comerciais, administrativas, oficiais, técnicas e profissionais.

As primeiras destinam-se a familiares e amigos e têm como qualidades principais: a correcção gramatical e a delicadeza, que a familiaridade e a intimidade não dispensam, a ordem e a boa apresentação, isto é, sem rasuras nem emendas, em papel normalizado, sendo de preferência manuscritas. A frase deve ser simples, eliminando as dificuldades de construção e indo por partes, ao fazer corresponder a uma frase pouca ideias.

As restantes constituem um documento escrito importante (…) São caracterizadas pelo sentimento do útil e devem permitir uma comunicação eficaz. O seu objectivo é obter uma reacção positiva. A carta formal caracteriza-se pelo respeito de linguagem formal que implica a utilização de fórmulas de saudação e despedida específicas.

Uma carta de carácter intimista (pessoal ou particular) distingue-se da carta formal sobretudo pelo tipo de relação existente ente o remetente e o destinatário o que condiciona, particularmente, as características da linguagem utilizada Essas particularidades reflectem-se nas fórmulas de saudação e de despedida (Querido (a)…/ Olá,…/Meu caro amigo, etc,; Beijos, Um abraço, etc.), no uso de uma linguagem familiar e na implicação do eu no discurso. Normalmente não apresenta os dados do remetente no canto superior esquerdo.

Lisboa, 15 de Outubro de ……

Querida Marta,

Há muito tempo que não escrevo, porque tenho andado ocupadíssima com as coisas da escola: aulas, teatro, associação de estudantes, e ainda o básquete. Por falar em básquete, ontem, no treino, caí e torci um pé. Doía que se fartava, de maneira que, como nestas coisas só confio no meu pai, fui ao consultório, sem avisar nem nada. Quando entrei, a Lisete, sempre simpática, gostou imenso de me ver e disse-me que o meu pai não devia demorar. Qual quê! Esperei três quartos de hora. Estava quase a ir-me embora quando ele apareceu na recepção e me olhou como se eu fosse a mulher – aranha ou coisa parecida. Perguntou-me que fazia eu ali àquela hora e, depois de lhe contar o sucedido, lá me mandou entra para o gabinete. Viu-me o pé, pôs-me uma pomada, ligou-o e disse que eu estava fina. No entanto, achou que eu não podia ir aos treinos durante uma semana. Que seca!

Em cima da secretária, lá estava a moldura que eu lhe ofereci nos anos, com uma fotografia da minha mãe, do tempo em que ele tinha o cabelo só de uma cor… Uma autêntica relíquia que eu nem conhecia. Subitamente, arrependi-me de não lhe ter dado a minha fotografia tirada na praia, mas não lhe disse nada. Como me viu a olhar para a moldura sorriu e disse: “Foi uma bela ideia, filha. A outra que eu cá tinha partiu-se.” Fiz também um sorriso que agora não sei definir e perguntei-lhe se ia jantar. Que sim, mas tarde, lá para as dez. Já era de esperar. Despedi-me e, quando ia a sair, chamou-me: “Espera aí. Que cara é essa? Sabes perfeitamente que eu tenho muito que fazer, Joana. Por mim, claro que ia para casa mais cedo, filha. Tomara eu ter tempo para jantar com a família!” Não acreditei, mas voltei a sorrir, porque não tinha nada para dizer. E percebi que os sorrisos servem para uma data de coisas, como por exemplo para tapar buracos que aparecem quando o mar das palavras se transforma em deserto. (…)

Porque é que não estás aqui comigo, Marta?!

Acho que vou hibernar para o Havai, este Inverno.

Um beijo da

Joana

(Maria Teresa Maia Gonzalez, A Lua de Joana, Verbo Editora)

A Carta formal deve obedecer a uma estrutura mais ou menos fixa:

| |Dados do remetente no canto superior |

| |esquerdo |

| |Local e data, separados por vírgulas e|

| |com o nome do mês por extenso (canto |

| |superior direito |

| |Destinatário: Exmo. Sr…./ Sr.ª |

| |Directora…./ |

| |Parágrafo inicial, contendo uma breve |

| |saudação ou apresentando sucintamente |

| |o objectivo da carta. |

| |Corpo da Carta : Parágrafo(s) onde se |

| |desenvolve, em pormenor, o assunto da |

| |carta, se introduzem novos assuntos, |

| |etc. |

| | |

| | |

| | |

| | |

| | |

| | |

| | |

| | |

| | |

| | |

| | |

| | |

| | |

| |Fórmula de despedida: termina a |

| |comunicação e inclui uma curta |

| |despedida. |

| |Assinatura manuscrita, no fim, no |

| |canto inferior direito |

Carta Privada

| | |

| |Local e data |

| |Fórmula de saudação e destinatário |

| | |

| |Parágrafo inicial |

| | |

| | |

| |Corpo da carta |

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| | |

| | |

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| |Fórmula de despedida |

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| |Assinatura do remetente |

| | |

In: ódulo1

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Ciclo de Estudos

2008/2011

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