Surdos e Cegos: há comunicação



SURDOS E CEGOS: COMUNICAÇÃO MEDIADA PELA TECNOLOGIA

Andréa Poletto Sonza: Informata, Especialista em Psicopedagogia (UNISUL – SC), Mestranda em Educação (UFRGS), Professora da Rede Federal de Ensino – CEFET (Centro Federal de Educação Tecnológica) de Bento Gonçalves. Rua Assis Brasil, 240/602 – Cep: 95700-000 - Bento Gonçalves - RS - Brasil (anjjo@.br).

Cristiane de Barros Castilho Loureiro: Fonoaudióloga, Especialista em Audiologia (IMEC-RS), Mestranda em Informática na Educação Especial (UFRGS) Rua Paulo Gama, 110, Prédio FACED – UFRGS, sala 308 - Porto Alegre, Cep: 90046-900 - RS – Brasil. (cris.bcloureiro@.br)

Lucila Maria Costi Santarosa: Professora Dra do Curso de Pós Graduação em Informática na Educação (PGIE) e do Programa de Pós Graduação em Educação (PPGEDU) da UFRGS; Pesquisadora IA do CNPq e Membro do Comitê CA-ED do CNPq - MCT; Presidente da Redespecial – Brasil; Coordenadora do NIEE/UFRGS. Rua Paulo Gama, 110, Prédio FACED – UFRGS, sala 308 - Porto Alegre, Cep: 90046-900 - RS – Brasil. (lucila.santarosa@ufrgs.br).

Resumo

Este trabalho busca desmistificar a ausência da comunicação entre sujeitos Surdos e Cegos através da utilização das tecnologias de comunicação e informação (TIC’S[1]).

Nosso intuito é apresentar interfaces comunicativas que facilitam e dão suporte à interação destes sujeitos, visando qualidade na comunicação numa abordagem inclusiva.

A partir do depoimento de uma deficiente visual que se correspondia com uma colega, utilizando recursos tecnológicos, sem saber que esta era surda, vimos buscar e analisar TIC’s que dão suporte à comunicação destes sujeitos.

Palavras-chave: deficiente visual, surdo, comunicação, ambientes digitais virtuais.

Campo Temático: Bloco II: Acessibilidade para a comunicação – Acessibilidade à Internet

SURDOS E CEGOS: COMUNICAÇÃO MEDIADA PELA TECNOLOGIA

Resumo

Este trabalho busca desmistificar a ausência da comunicação entre sujeitos Surdos e Cegos através da utilização das tecnologias de comunicação e informação (TIC’S[2]).

Nosso intuito é apresentar interfaces comunicativas que facilitam e dão suporte à interação destes sujeitos, visando qualidade na comunicação numa abordagem inclusiva.

A partir do depoimento de uma deficiente visual que se correspondia com uma colega, utilizando recursos tecnológicos, sem saber que esta era surda, vimos buscar e analisar TIC’s que dão suporte à comunicação destes sujeitos.

Palavras-chave: deficiente visual, surdo, comunicação, ambientes digitais virtuais.

Introdução

O primeiro passo para uma sociedade inclusiva é que esta conceba a deficiência como uma diferença e não como um déficit.

Com o uso dos ambientes informatizados abrimos novas oportunidades de desenvolvimento voltando-nos ao mundo das diferenças, onde uma comunicação a princípio dificultada por meios comuns torna-se efetiva através de alguns recursos computacionais, propiciando assim o processo de inclusão. Ainda é difícil que as tecnologias assistivas se façam presentes na escola, no trabalho, nos cybers café, enfim, em qualquer lugar, mas é algo que entendemos ser um direito de todo cidadão e um dever da sociedade.

Neste trabalho utilizamos como aporte a Teoria Sócio-histórica de Vygotsky. Entendemos que o computador, incorporando tecnologias de comunicação e informação passa a ser visto como um ambiente de cooperação, troca, crescimento individual e social, possibilitando a criação coletiva de conhecimento compartilhado através da interação.

Surdos e Cegos: Comunicação mediada pela Tecnologia

Iniciamos o texto com o depoimento de uma cega, dizendo que ao entrar numa sala de bate-papo, iniciou uma conversa com outra pessoa. Até aí nada de mais, quantos são os que "tecem" diariamente na Internet! O que salientamos é o fato da outra "internauta" ser surda e inicialmente nenhuma ter conhecimento das limitações da outra. A descoberta dessas limitações abriu um espaço de troca e comunicação, motivadas pelas vivências de suas dificuldades sensoriais

Assim, descrevemos parte do depoimento:

“A Informática [...] veio inclusive para quebrar barreiras e possibilitar a realização de tarefas antes impossíveis... Me refiro aqui ao caso, por exemplo, de um deficiente visual... Para nós, era muito limitado, por exemplo, o acesso à leitura de revistas, jornais e à informação escrita de um modo geral... Hoje se sabe que, com os softwares falados isso já não é mais utopia, é uma realidade vivida por nós... Não vamos falar aqui em acessibilidade e aprofundarmos essa questão mas o chat geralmente que se concentra o pessoal deficiente visual é o chat da rede saci, uma página destinada a prestar serviços de apoio, informação e comunicação a pessoas com deficiências e ligadas a elas... Imaginem vocês como seria a comunicação de um cego e de um surdo se não fosse através do micro? É uma coisa praticamente impossível, já que o cego precisa ouvir o que lhe está sendo dito e o surdo precisa dos gestos...

Pois bem! Um dia estava eu, no chat, quando comecei a conversar com uma outra menina que não conhecia muito bem, só tinha ouvido falar e sabia que entrava ali de vez em quando... A conversa ia muito bem, falávamos de nossas coisas (eu sem saber que ela era deficiente auditiva e ela também não sabendo que eu era cega) quando eu pedi a ela para conversar via microfone... Aí ela me disse que não poderia conversar por microfone... Por alguns instantes fiquei pensando o porquê daquilo: devia estar estragado o microfone dela, ou ela não tinha microfone? Aí que ela me disse que era surda e eu falei que era cega... Foi uma coisa interessante porque a partir desse dia conversamos toda vez que nos encontramos... Achei isso uma coisa aparentemente tão simples mas maravilhosa... Uma barreira de comunicação que se quebrou com a ajuda do computador... Quando estamos diante do micro, por muitas vezes nos sentimos mais livres, somos nós mesmos, falamos por nós mesmos, nos sentimos parte de tudo... Fizemos coisas que todos fazem, falamos de igual para igual...Falamos as mesmas coisas que o mundo fala..." (JP, deficiente visual, 26 anos, universitária – via e-mail)

As chamadas TIC’s atualmente possibilitam muitas oportunidades, principalmente para aqueles que possuem alguma necessidade especial, tornando-se algumas vezes a única maneira possível de comunicação, como o exemplo acima apontado.

A ausência de algum órgão sensorial normalmente inibe ou priva o indivíduo de alguns processos comunicativos.

A audição é um dos sentidos que nos permite o contato com nossos semelhantes. Através da recepção das ondas sonoras da fala, desenvolvemos a língua oral, que cumpre papel preponderante na comunicação humana.

A surdez é uma deficiência que causa dificuldade de perceber e entender a fala e outros sons do meio ambiente.

A ausência da visão (quando é completa) por sua vez, priva o indivíduo de perceber imagens, luzes, cores, gestos; dificultando assim a comunicação entre esses sujeitos.

Assim, para que a comunicação seja efetiva necessitamos da utilização de alguns recursos que facilitem as formas visuais para os sujeitos surdos e a forma auditiva no apoio aos deficientes visuais. As tecnologias vem aportar grande apoio neste sentido.

Buscamos então viabilizar este intercâmbio elencando alguns recursos tecnológicos voltados para ambientes de aprendizagem que facilitam e dão suporte a esta comunicação.

Experiência de comunicação realizada através de Recursos Digitais

Primeiramente voltamo-nos ao acesso ao chat da Rede Saci[3] (chat..br:1965/), reportando-nos a interação destes sujeitos através da troca de informações via chat (comunicação em tempo real).

Segue abaixo parte do frame do sítio com algumas opções de acesso ao Chat da Rede Saci:

A partir disso buscamos criar um ambiente para comunicação, reunindo, em diferentes localidades do Brasil, pessoas com e sem limitações, objetivando montar um cenário rico para trocas.

Neste cenário, destacamos apenas os pontos principais da conversa de um dos chats realizados entre sujeitos surdos e deficientes visuais (cegos e com visão residual):

[15:38:39] CM. eu surdo (SURDO)

[15:39:09] juli. Prazer, CM. (CEGA)

[15:40:23] juli. vc mora em porto, carlos?

[15:40:54] CM. sim

[15:41:00] juli. que legal

[15:41:24] juli. e o que vc faz aí... estuda, trabalha?

[15:41:33] itchi. o que voces fazem na vida? (BAIXA VISÃO)

[15:41:44] juli. ahaha, depende... tem dia que não faço nada

[15:41:47] CM. juli onde mora?

Num primeiro momento houve uma apresentação rápida onde cada um expôs suas limitações sem constrangimentos, sentindo-se à vontade, parte de um contexto, num ambiente onde as trocas foram propiciadas. Aparentavam felicidade e nervosismo ao mesmo tempo, no sentido de encontrar as melhores palavras para escrever aos seus novos amigos.

[15:42:05] juli. eu moro em bento gonçalves

[15:42:24] CM. eu estudo

[15:42:37] juli. que legal....

[15:43:47] CM. frei pacifico

[15:44:47] CM. é o nome da minha escola

[15:45:01] juli. qual? frei pacífico?

[15:46:49] CM. iraci não surdo

[15:47:29] juli. que legal todo mundo conversando, né?

Juli explicita sua gratificação em conversar com a diversidade.

[15:47:48] CM. juli qual idade

[15:47:54] juli. 26

[15:47:58] juli. e vc?

[15:48:34] CM. eu tem 11 anos

[15:49:27] CM. juli estuda

[15:49:36] juli. eu faço faculdade de letras

[15:49:44] caco. o que vcs tão acghando do chat gurizaeda? (CEGO)

[15:50:18] CM. Legal

[15:50:54] itchi(pvt). o que vc acha de um surdo falar com um dv?

Em vários momentos ocorreram conversas privadas (pvt), embora a maioria delas não tenha sido registrada, propiciando assim um maior entrosamento entre os pares além da aprendizagem da própria ferramenta de comunicação.

[15:51:18] juli. vocês entram em outros chats por aí gente?

[15:52:10] juli. ha, eu sei, tô perguntando pro carlos e iraci...

[15:52:13] CM. eu quero fazer faculdade

[15:52:29] juli. do que você gostaria?

[15:53:24] itchi(pvt). facukdade de que

[15:53:55] CM. educaão fisica

[15:54:24] juli. educaçãol física? que dez....

Embora a conversação tenha sido à distância, com pessoas que possuem idades e limitações diferenciadas, a utilização das ferramentas computacionais oportunizou a inclusão e a troca de informações, estimulando pensamentos para questões futuras.

[15:56:30] CM. itchi qual sua idade

[15:58:06] itchi(pvt). ei entrei nos entas

[15:59:01] caco. isso aqui tá até parecendo um baile de tão animado

Novamente podemos inferir a satisfação agora de outro integrante do chat em conversar/interagir com os demais.

[15:59:38] CM. você estuda?

[15:59:49] CM. é pra itchi

[16:00:19] itchi. gente a itchi (eu) escrevo crônicas. Elas estarão disponíveis na página do E em alguns dias...

[16:00:24] juli. tuuuudo e contigo?

[16:00:47] .SACITA Entra na sala (SURDA)

[16:00:51] itchi(pvt). não, só faço inglÊs e computação, além de escrever crônicas

[16:01:04] juli. ooi sacita! tudo bem?

Muitas vezes todos querem perguntar e ao mesmo tempo precisam responder, alterando a ordem das questões, o que aparenta uma falta de sintonia do bate-papo.

[16:01:18] caco. oii sa

[16:01:20] SACITA. oi

[16:02:27] CM. eu acho legal bom computador

[16:04:15] juli. mas CM, vc tava dizendo que computador é bom... é dez... não dá pra ficar ele, pra tudo, pra estudar, trabalhar e se divertir

Aqui demonstra-se a importância dos recursos tecnológicos, evidenciada tanto na fala do surdo como do dv.

[16:04:36] itchi. esxcrevo sobre o cotidiano slguns titulpos superação, indagações entameas etc

[16:05:08] CM. eu carlos acho computador bom comunicar cego surdo

[16:05:23] juli. isso é maravilha mesmo

[16:05:32] SACITA. muito

[16:05:47] SACITA. quem é o deficiente auditivo aqui/

Neste momento um sujeito surdo (que entrou na conversação após a apresentação inicial) demonstrou interesse em saber quais outros eram surdos.

[16:05:58] CM. eu carlos

[16:06:13] SACITA. CM, de onde és?

[16:07:20] CM. eu carlos porto alegre

[16:07:33] SACITA. longinho, estou em sampa

...

Embora SACITA e CM sejam surdos, há uma diferenciação básica entre eles. CM tem 11 anos e está em processo de apropriação da língua portuguesa, necessitando algumas vezes de intervenção da intérprete de sinais para continuar a conversa. SACITA entretanto participou do chat sem esta necessidade pois já apropriou-se do português.

A conversação foi bastante demorada pelo fato dos surdos digitarem lentamente e necessitarem (em alguns momentos, no caso de CM) do suporte do facilitador. Os dv's, por sua vez dependiam do programa da síntese de voz para interagir/digitar.

Algumas Tecnologias Assistivas disponíveis para Deficientes Visuais e para Surdos

Um invisual, na grande maioria das vezes, necessita de uma "Tecnologia Assistiva" para poder acessar o computador, seja pela da síntese de voz (cegos) ou através de equipamentos/programas que ampliem o conteúdo da tela (baixa visão).

As Tecnologias Assistivas (TA's) também denominadas Ajudas Técnicas ou Auto Ajudas "contribuem para proporcionar às pessoas com necessidades educacionais especiais (PNEE's) maior independência, qualidade de vida e inclusão na vida social, através do suplemento (prótese), manutenção ou devolução de suas capacidades funcionais" (HOGETOP & SANTAROSA, 2002, p.1).

De forma genérica as Ajudas Técnicas referem-se a "todo arsenal de recursos que de alguma maneira contribui para proporcionar vida independente ao portador de deficiência" (CLICK apud LIMA 2003, p.39).

Neste artigo o termo Tecnologia Assistiva restringe-se a programas utilizados como próteses computacionais que permitem o uso do computador. Apresentaremos abaixo duas das principais próteses utilizadas no Brasil atualmente por DV's e sugestões que podem ser implementadas/utilizadas com sujeitos surdos.

Tecnologias Assistivas para DV's

Interface Especializada – DOSVOX

É um sistema operacional para microcomputadores da linha PC (Computador Pessoal) que se comunica com o usuário através de síntese de voz viabilizando deste modo, o uso de computadores por invisuais. O sistema "conversa" com o dv em Português.

O DOSVOX (intervox.nce.ufrj.br/dosvox) vem sendo desenvolvido desde 1993 e foi desenvolvido com tecnologia totalmente nacional, sendo o primeiro sistema comercial a sintetizar vocalmente textos genéricos na língua portuguesa. Tanto o software quanto o hardware são projetos originais, de baixa complexidade e adequados a nossa realidade, possibilitando ao usuário recursos que abrangem desde a edição de textos até utilitários e navegação na Internet (embora com algumas limitações).

Dentre os programas que fazem parte do Dosvox, destacamos o Papovox e o Cartavox.

CartaVox: O CartaVox é o Correio Eletrônico do DosVox, permitindo o envio e recebimento de mensagens através da Internet. Deste modo, acessando o Dosvox e escolhendo a opção "C", o usuário pode enviar e receber cartas para qualquer pessoa, independente do navegador que esta esteja utilizando.

PapoVox: O Papovox é o "Chat" do DosVox, ou seja, é o programa que possibilita a comunicação em tempo real entre pessoas através da Internet. Esta comunicação pode ser de duas formas: através da teclagem ou da fala. O Papovox também oferece os recursos de salas de bate-papo, transferência de arquivos, entre outros.

Leitor de Telas – JAWS

O Jaws (jaws) para Windows é um leitor de telas que permite facilmente o acesso ao computador a pessoas com limitações visuais. Com o Jaws o usuário dv pode ter acesso a maioria dos softwares hoje existentes através do uso das teclas de atalho. Estima-se que atualmente a quantidade de usuários deste programa esteja em torno de 50.000, espalhados por vários países.

É um software de fácil utilização, eficiente e a velocidade pode ser ajustável conforme o nível de cada usuário.

Tecnologias Assistivas para Surdos

Para os sujeitos surdos analisados neste artigo apenas os recursos oferecidos pelo programa de comunicação utilizado foram suficientes. Isto ocorreu principalmente pelo fato deste chat apresentar uma boa acessibilidade[4], visto que foi concebido para PNEE's. Cabe a ressalva, entretanto, de que em alguns momentos da conversa a intervenção do intérprete de sinais tornou-se necessária.

Pensando nisto e na possibilidade de surdos valerem-se de outros programas de comunicação, buscamos divulgar uma forma alternativa de conversação entre surdos, ouvintes e pessoas com e sem necessidades especiais: o uso da língua materna dos sinais (por parte dos primeiros), que em nosso país recebe o nome de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais).

Apresentamos então alguns trabalhos já desenvolvidos e outros em fase de desenvolvimento que possibilitam interações utilizando os sinais e sua escrita para que os surdos possam dela se apropriar. Assim, as TA's que sugerimos são:

Dicionário LIBRAS ilustrado, que correlaciona a língua portuguesa escrita e os sinais. (Governo do Estado de São Paulo, 2002).

Software Falibras, que transmite a palavra em português para LIBRAS, capta a fala através do microfone e exibe no monitor a interpretação em LIBRAS na forma gestual e animada em tempo real. (Protótipo in CORADINI, 2003).

SignWebmessage que é um protótipo de software cujo objetivo é utilizar a escrita da língua de sinais para comunicação assíncrona na Web que utiliza tanto LIBRAS como língua portuguesa (SOUZA & PINTO, 2002).

Signtalk que é uma ferramenta para chat que consta da apresentação da LIBRAS, da escrita da língua portuguesa e da escrita da língua de sinais. (Em desenvolvimento in CAMPOS, 2001).

Swedit que apresenta como principal funcionalidade, a edição de textos em língua de sinais escrita. (TORCHELSEN et al, 2003).

Assim, a proposta central destes programas é visar o entendimento rápido do conteúdo das mensagens, possibilitando maior independência, autonomia e interação aos sujeitos que o utilizam.

Considerações Finais

Atualmente com a utilização das tecnologias de informação e comunicação indivíduos com necessidades educativas especiais têm a possibilidade de corresponderem-se, quebrando barreiras de comunicação anteriormente intransponíveis e ultrapassando suas próprias limitações.

O uso do computador expressa-se em um contexto de contínua interação não podendo ser visto somente como um instrumento que prolonga a comunicação ou que processa e armazena informações, uma vez que possibilita uma qualidade de interação que desvela uma simbiose ímpar; estimulando a imaginação e a criatividade trazendo à tona o direito a uma autonomia de "ir e vir" sem fronteiras.

As novas tecnologias são entendidas como novas formas de interagir, aprender e socializar que acarretam mudança na forma de pensar e viver.

As TIC's favorecem a atualização cultural e aquisição de informações, proporcionando capacidade de criação e superação de limites, estabelecendo condições de conhecimento e comunicação. Não há dúvidas de que essas próteses são importantes em todo e qualquer espaço; mas como nossa égide temática centra-se no processo de comunicação/interação entre sujeitos com e sem necessidades especiais, resgatamos Vygotsky que foi um defensor da diversidade e que preconizou o papel do social no processo de aprendizagem e desenvolvimento do indivíduo.

Dessa forma, que o cego utilize a voz sintetizada e o teclado; que o surdo utilize as imagens e textos que possam ser compreensíveis; que o tetraplégico utilize comandos de voz; que as demais PNEE's enfim, utilizem as próteses que se fizerem necessárias para suprir suas necessidades e superar barreiras de comunicação e interação; que são fundamentais para o desenvolvimento humano.

Referências Bibliográficas

CAMPOS, M. B. Ambiente telemático de interação e comunicação para suporte à educação bilíngüe de surdos – Tese de Doutorado. Porto Alegre, 2001.

CORADINI, L. C.; ALBUQUERQUE, F.C.; BRITO, P.H.S.; SILVA, R. L.; Interpretação com busca de palavras, expressões e pequenas frases em português, na forma gestual animada (etapa 2 Falibras). CBComp – Univali, 2003.

Dicionário Libras Ilustrado. Dicionário do Governo do Estado de São Paulo (2002).

DosVox - Disponível em (acesso em Set/2003).

HOGETOP, Luisa; SANTAROSA Lucila. Tecnologias Adaptativa/Assistiva Informáticas na Educação Especial: viabilizando a acessibilidade ao potencial individual. In: Revista de Informática na Educação: Teoria, Prática – PGIE/UFRGS. V. 5, Nº2, nov/2002.

Jaws - Disponível em (acesso em Ago/2003).

LIMA, Cláudia Regina Uchôa de. Acessibilidade Tecnológica e Pedagógica na Apropriação das Tecnologias de Informações e Comunicação por Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais. Dissertação de Mestrado, UFRGS – POA, 2003.

Rede SACI – Solidariedade, Apoio, Comunicação e Informação – Disponível em (acesso em 21/09/2003).

SOUZA, Vinícius Costa de; PINTO, Sérgio Crespo S. Comunicação: Sign Webmessage: um ambiente para comunicação via Web baseado na escrita de LIBRAS. Disponível em: (acesso em jun/2003)

Swedit. Disponível em . (acesso em set/2003).

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[1] Incluem-se aqui tanto as tecnologias assistivas quanto os demais softwares de comunicação/informação

[2] Incluem-se aqui tanto as tecnologias assistivas quanto os demais softwares de comunicação/informação

[3] A Rede SACI – Solidariedade, Apoio, Comunicação e Informação visa estimular a inclusão social, a melhoria da qualidade de vida e o exercício da cidadania das pessoas portadoras de deficiência. Suas principais ferramentas de trabalho são a Internet e os Centros de Informação e Convivência (CICs). Por meio da Internet, disponibiliza aos seus usuários endereço eletrônico, suporte técnico, softwares adaptados para deficientes, além de bases de dados, listas de discussão, agenda de eventos, entre outros serviços ().

[4] O termo boa acessibilidade refere-se neste caso a programas de comunicação que se apresentem em formas visuais e/ou textuais compreensíveis ao surdo.

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Chat via Navegador (Internet Explorer, Nestscape Navigator,...)

Chat via Dosvox ou Telnet - uma opção para deficientes visuais.

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