Discurso de posse - UOL



Discurso de Posse

Ministro da Educação Cristovam Buarque

Data: 02.jan.2003

Os que me conhecem sabem que não gosto de iniciar discurso fazendo referencias às presenças ilustres. Mas como Ministro devo me submeter às normas protocolares. Entretanto, eu não quero perder minha capacidade de ser rebelde. Então, ao invés de fazer um discurso comum, sem fazer referência às autoridades, eu vou fazer apenas as referências às autoridades presentes e algumas ausentes.

Minha primeira referência é para agradecer, em meu nome e em nome do presidente Lula, ao ministro Paulo Renato, por ter dedicado oito anos de sua vida ao trabalho pela Educação. Oito anos que cada um de nós, muitas vezes, usa para outras atividades, ele escolheu, colaborando com o presidente Fernando Henrique Cardoso para dedicar-se à Educação. Eu assumo um ministério que não está parado. Impossível não reconhecer que houve avanços na Educação brasileira nesses oito anos. Agradeço ao Sr. ministro o seu trabalho e a sua dedicação. Recebo um ministério em marcha. Agora é pisar no acelerador e dobrar à esquerda. (risos, aplausos).

Em segundo lugar, quero agradecer a presença do presidente, do comandante Fidel Castro. Quando jovem acompanhava as marchas dele, do Che, do Camilo, pela Sierra Maestra. Não imaginava que um dia ele estaria aqui homenageando o cargo que assumi. Agradeço muito ao presidente Fidel e quero dizer que o simbolismo de sua presença aqui é menos de um homem que construiu o socialismo, do que a presença de um homem que nos ensina que a vontade pode fazer a história caminhar. (aplausos)

E essa é a nossa tarefa no Ministério da Educação. Fazer a Educação caminhar sejam quais forem suas limitações financeiras, as dificuldades legais, os impedimentos de todos os tipos. Nós temos que seguir o exemplo daqueles companheiros de Sierra Maestra, não no método, não nos objetivos sociais, procurando um projeto brasileiro, mas devemos seguir essa confiança de que a história se faz com a vontade dos homens e daqueles que os lideram.

Quero fazer referência, obviamente, àqueles que ajudaram a me formar. Eu não vi ainda duas pessoas que eu soube que estariam aqui presentes. Simbolizando uma geração anterior: meu tio Queiroz, que veio de Recife, e o professor que eu tive, no curso primário. O irmão Afonso, (aplausos). Ele agora parece que tem a minha idade, mas foi meu professor no ginásio. Eu agradeço muito o irmão Afonso, que mora em Taguatinga e que agora está aqui comigo.

Fizeram parte também da minha Educação a minha mulher, Gladys, a Júlia e a Paula, o Marcelo, que é meu genro. E fizeram parte da minha Educação todos os amigos, os mais próximos da família, meu irmão Sérgio, minha irmã Wanda, minha irmã Ângela, que estão aqui também e que compuseram a minha Educação.

Quero fazer uma referência a um grupo especial de amigos: aqueles que estão lá fora porque não conseguiram entrar neste auditório. Peço desculpas a vocês (aplausos), mas ao mesmo tempo eu agradeço, por que vocês encheram o meu ego: nada melhor do que não caber os amigos numa sala.

Mas agora quero fazer referência, com todo respeito às anteriores, ao mais importante dos brasileiros, aqueles os quais vou dedicar uma grande parte do meu tempo daqui para frente: o analfabeto brasileiro. Quero fazer uma referência aos 20 milhões de brasileiros, que daqui a quatro anos não temos o direito de termos ainda iletrados. É o desafio que assumo aqui (aplausos). Tenho muitas razões para estar aqui, feliz, contente e agradecendo ao presidente Lula. Mas o mais importante é a luta contra o analfabetismo.

Sempre sonhei em ser ministro da Educação. Conversando uma vez com Paulo Renato, disse: você tem o cargo que eu gostaria de ter. Se eu não conseguir que alguém me escolha ministro, vou lutar para chegar ao cargo que escolhe o ministro, só para poder ser o ministro. Agora não preciso fazer mais nenhuma disputa para ser quem nomeia o ministro. Cheguei onde eu gostaria na minha vida. Por isso hoje, eu não penso, em absoluto, em ter uma disputa eleitoral no futuro. A minha disputa agora é com a história. E com a história para cumprir esse compromisso de termos nesse País, abolido o analfabetismo. (aplausos).

Não é possível que um país que tem a mesma língua, fabrica aviões, tem hidrelétricas, tem tanta riqueza, não consiga fazer com que todos os adultos leiam a língua, que quase todos falam, salvo alguns grupos indígenas. Não é possível. É uma vergonha, que nós não temos o direito de viver com ela e muito menos de deixá-la para gerações que venham depois de nós. Nós herdamos um Brasil com analfabetismo. Mas, por favor, não repassemos para os nossos filhos e netos, para gerações futuras, um Brasil com a chaga do analfabetismo.

Esse é o desafio para o qual quero convocar a todos. Ninguém pode ficar de fora. Quero dizer a cada um daqueles que são ligados ao analfabetismo, como a minha amiga Esther Grossi, que eu quero começar o programa sabendo se há algum analfabeto trabalhando no Ministério da Educação. Se houver eu quero ser o alfabetizador dele. (aplausos)

Quero fazer uma referência depois a outro grupo, ao qual eu vou me dedicar: as crianças brasileiras. (aplausos)

Quando alguns anos atrás, o Ministério da Educação deixou de ter a Cultura, mantiveram o “C” do MEC. Naquela época eu disse: como podemos falar em Educação, se escrevemos errado a sigla do Ministério da Educação. Hoje, quero dizer que a sigla não está errada: aquele C na sigla é de “Criança”. A partir de hoje, esse é o Ministério da Educação e das Crianças brasileiras. (muitos aplausos)

A Educação começa antes que a criança nasça. Onde houver mulher grávida, ela conte com o MEC para colaborar com futuro aluno que ela está carregando. E desde que nasce, a tarefa do MEC é cuidar para que a criança, ao entrar na escola, não esteja atrasada. Descendo o elevador, o presidente Fidel me disse que hoje o socialismo significa igualdade educacional. Se conseguirmos igualdade na Educação, está construído o socialismo, ainda que se mantenham diferenças salariais. Ainda que se mantenham diferenças no consumo, conquistadas graças ao uso competente de uma capacidade que se distribuiu igualmente.

Essa igualdade começa na primeira infância, mas não é só na primeira infância. Logo depois, nós vamos ter que cumprir o programa que o meu partido elaborou, sob a coordenação do professor Newton Lima. (aplausos)

O programa do PT se compromete a que no dia em que a criança fizer quatro anos, a mãe e o pai podem pegá-la pela mão e levá-la à escola porque haverá uma cadeira para ela em alguma escola desse Brasil. (aplausos)

Não vamos prometer isso para amanhã nem depois de amanhã. Mas ao longo dos anos do governo do presidente Lula, nós vamos, Newton, fazer aquilo que você sonhou.

Não é por acaso que aqui nós temos o retrato do Paulo Freire simbolizando o analfabetismo. Não é por acaso que temos o retrato do Anísio Teixeira. Este último simbolizando toda criança na escola e toda escola com qualidade. Nós vamos sim, fazer uma escola ideal neste país. Não vamos prometer que ela será implantada simultaneamente e imediatamente nos estados brasileiros, mas vamos chegar a cada estado ou município onde o governador ou o prefeito aceite participar, priorize a Educação, assuma a responsabilidade de cada um com a construção de uma educação ideal no Brasil. Não sei quantos governadores aqui; vejo o meu amigo e companheiro Jorge Viana, do Acre.

No estado em que o governador quiser, ele entrando com parte dos recursos, nós vamos construir a escola que o Brasil há 500 anos deve aos seus filhos. Esse é o compromisso desse governo, é o compromisso que nós vamos cumprir. Começaremos nos estados e nas cidades onde os governadores e os prefeitos desejem. E aos poucos vamos fazer com que isso chegue em todas as cidades e a cada brasileiro.

Se dentro de 15 e 20 anos tivermos todos os jovens com o ensino médio, com qualidade, pelos padrões internacionais, o Brasil terá construído a sociedade justa que ele deseja. Por que se os governantes, depois que os alunos concluírem seus estudos, se não fizerem o Brasil bom, eles serão derrubados pelos jovens educados desse país.

... Eu aproveito para falar para outro grupo: jovens estudantes brasileiros. Não há revolução sem juventude. Não partirá dos professores, dos ministros, do presidente, uma revolução conseqüente, se nós não tivermos uma mobilização ferrenha dos dois milhões de estudantes universitários que o Brasil tem hoje e que muitas vezes ficam quietos, calados, diante de tantos desacertos.

Eles que se mobilizaram para derrubar um presidente, que até se mobilizam contra a Alca e o FMI, têm que se mobilizar contra a fome, a pobreza, contra a falta de Educação, não só dentro da universidade, mas no Brasil inteiro. Eu quero conclamar, desafiar os universitários brasileiros, a que sejam a vanguarda da revolução que está começando. Que não descansem, que se mobilizem, exijam, cobrem, para que esse país consiga caminhar na direção que nós todos temos a esperança que vai seguir nesses próximos anos. (aplausos)

Quero fazer também uma saudação aos professores do Brasil. Cada um dos meus colegas, que carregam difícil atividade, mas atividade tão gostosa de se cumprir. Quero dizer para eles, que não precisam me chamar de ministro. Da mesma maneira que o presidente Lula disse que ele é o servidor público número um, eu hoje sou o professor número um do Brasil.

Eu sou colega dos professores. Eu sou um colega que vai lutar para que a profissão de professor seja a profissão mais respeitada desse país.

Quando era menino, não precisava nem ser professor; bastava ser mulher de professor, marido de professora para já ser respeitado. E hoje a gente não tem esse respeito, porque os salários foram degradados, mas, sobretudo, mais do que por causa dos salários, porque ao embarcar na idéia de que o crescimento econômico era a razão de ser de um país. Nós passamos a dar vantagens, possibilidades, tratar como se fossem nossos heróis aos economistas, como Paulo Renato e eu. Aos engenheiros, aos geólogos, a todas as profissões que, como se diz por aí, aumentam o PIB e desprezamos as profissões que em vez de aumentar o PIB, aumentam a inteligência, o saber, a dignidade, a confiança, o respeito, que este país precisa. (aplausos)

Minha saudação também aos servidores administrativos, aqueles sem os quais não há Educação. Por que o professor sozinho não é capaz de abrir, de manhã cedo, a escola, manter a escola limpa, cuidar da merenda dos alunos. Só com o apoio dos servidores é que é possível a Educação funcionar. Eu me considero colega também desses servidores. Contem comigo como servidor número um da Educação, da mesma maneira que o Presidente é o servidor número um de todos nós.

Quero saudar aqui os muitos reitores que vejo, meus colegas reitores. Quero dizer que eles vão ter em mim um aliado. Não é por acaso que eu coloquei aqui a foto do Anísio para simbolizar a boa Educação. No ensino básico, coloquei o nosso grande Paulo Freire para simbolizar a luta pela abolição do analfabetismo; e coloquei Darcy Ribeiro para simbolizar a nova universidade que o Brasil precisa. Eu quero sim, ser o auxiliar do presidente Lula para conseguir que um metalúrgico deixe sua marca na universidade brasileira. (aplausos)

Que aquele operário, cujo diploma único é de Presidente, esse operário faça com que o diploma de todos os universitários daqui para frente, seja um diploma com mais valor do que tem hoje.

Para isso nós vamos precisar enfrentar as emergências que a universidade sofre. Não podemos ignorar isso. Vamos enfrentar o desafio de inventar uma nova universidade sofre. Porque não é só o Brasil, o mundo inteiro anseia por uma universidade nova. As universidades inventadas há mil anos fizeram as últimas reformas há 30 anos e ainda não estão sintonizadas, por um lado, com o avanço técnico e do conhecimento que a globalização provoca numa velocidade alucinante, deixando as universidades para trás; por outro lado, elas não estão sintonizadas com a luta contra a exclusão social; que no Brasil nós vamos eliminar, levando nossas soluções ao mundo inteiro. (aplausos).

A universidade tem que se modificar. Ela tem que descobrir uma forma de avançar mais rápido no conhecimento. E tem que inventar maneiras de submeter os seus currículos com toda liberdade, mas com ética. E ética significa não esquecer os pobres que estão fora dela. Esse é um desafio que eu quero compartir com os reitores. Esse é um desafio que eu quero compartir com os alunos e servidores da universidade. E eu acho que nós temos tudo para sairmos na frente do mundo inteiro nessa luta.

Quero cumprimentar diversos diplomatas, representantes de organismos internacionais, como meu amigo representante do Banco Mundial, para dizer que eu preciso de vocês não apenas do ponto de vista que todos pensam: que são os recursos financeiros. Não, eu preciso de vocês, sobretudo, como fiscais do que a gente faz, como colaboradores com que a gente faz.

Quero agradecer a uma pessoa que está aqui presente, que vai ter um papel importante na minha vida e na minha permanência aqui no MEC. Meu suplente Eurípides Camargo. (aplausos.) Companheiro do meu partido em que eu votei para deputado distrital no passado. Eu me sinto honrado de tê-lo como meu substituto no Senado enquanto o presidente Lula quiser. Hoje pela manhã, eu dizia que desejava a ele que ficasse muito tempo no Senado, porque eu quero ficar aqui o tempo que for preciso para cumprir as nossas metas. Provavelmente não vou conseguir ficar tanto quanto Paulo Renato, aí já é sobrevivência demais.

E para não ficar cansando vocês eu quero falar aqui a um grupo especial: as mulheres brasileiras. (aplausos). Não há Educação se nós não temos as mulheres educadas. Um pai educado não consegue necessariamente fazer com que um filho seja educado. Mas não tem uma mãe educada cujo filho não estude. Por isso, educar o Brasil significa especialmente atrair as mulheres para serem motor da Educação do futuro do País.

Se nesse País os governantes governassem com a lógica feminina, nós já teríamos todas as crianças na escola. Se nesse País fossem os homens que carregassem lata d’água na cabeça, nós já teríamos água e esgoto em todas as casas do Brasil.(aplausos). Mas quem carrega lata d’água na cabeça é a mulher ou a criança, e os homens ficam até mais um pouquinho de tempo na escola. Quero fazer um apelo para que nós juntos possamos fazer com que nesse País a nossa Educação, alfabetização, o ensino médio, tudo dê mais prioridade às mulheres, porque se dermos a elas, os homens filhos delas serão educados logo também. É mais eficiente. A luta contra a pobreza começa através de dar o poder às mulheres.

O representante do Banco Mundial é de um estado da Índia chamado Kerala, cuja renda per capita é parecida com a renda per capita de toda a Índia, uma baixa renda per capita. Mas as taxas sociais são quase iguais as da Europa, graças a trinta anos de políticas sociais constantes, porque lá a mulher tem um papel fundamental na administração dos negócios públicos a partir da comunidade.

Temos que ter um programa especial de Educação voltado para as mulheres. Aliás, temos que ter programas de Educação dirigidos para focos. Ontem conversei com o novo ministro da Previdência e fiz um desafio a ele: vamos começar a erradicação do analfabetismo pelos aposentados brasileiros. Eles têm mais tempo para estudar, recebem um salário para isso.

Um grande problema nacional de erradicação do analfabetismo tem que começar pelas mulheres e pelos jovens que, ao alistar-se não informam se são alfabetizados; e não são levados a alfabetização caso não sejam, lembrava o frei Beto. Todas essas são soluções criativas que nós podemos levar adiante. Mas para isso é preciso fazer com que a Educação vire uma mania nacional.

Eu fico feliz de ver aqui pessoas que mostram que nós estamos caminhando para isso. Fico feliz e agradeço, e me sinto honrado por ter sido abraçado há pouco pelo deputado Paulo Maluf, sintonizando que esse projeto de Educação está acima das divergências partidárias.

Está também aqui o senador Antônio Carlos Magalhães, a quem agradeço a presença, até porque foi ele que levou adiante o projeto do Fundo de Erradicação da Pobreza, sem o qual não teríamos a Bolsa-Escola espalhadas no Brasil. A luta contra a exclusão social, por uma segunda abolição, está acima de qualquer divergência política.

Eu vejo aqui uma outra pessoa do mesmo partido do deputado Paulo Maluf. Uma pessoa pela qual eu aprendi a ter respeito pelo comportamento nas eleições de 2002, em Brasília, que é o deputado Benedito Domingos. (aplausos).

Pois bem, eu falo de vocês, porque ao fazermos uma mania da Educação acima dos partidos, nós vamos construir uma escola do tamanho do Brasil, que é o grande desafio nosso. E uma escola do tamanho do Brasil exige mais do que as mulheres, do que as crianças, do que os analfabetos. Exige colocar na escola todos os brasileiros, inclusive o ministro, inclusive vocês. Eu fiquei feliz ao ver o presidente Lula, já determinando a data em que vai levar os seus ministros para conhecerem o semi-árido nordestino.

O que ele está fazendo é colocando os ministros na escola. Porque os ministros não conhecem aquela realidade.(aplausos). Porque os ministros não conhecem de pobreza. Eu desejo que o presidente Lula, depois da visita ao semi-árido, invente outro curso para os ministros. Nos ponha para trabalhar, pensar, refletir, e não apenas administrar. Porque ele sempre diz que mais que administrar temos que cuidar do Brasil. E para cuidar é preciso conhecer, é preciso amar. E a Educação é uma forma de poder aprender a amar também.

Nós temos que levar a Educação além da escola. A educação é o respeito mútuo no trânsito. A faixa do pedestre que nós fizemos aqui, muitos acham que foi uma solução do trânsito, porque foi criada pelo Miúra, que eu não sei se está aqui, mas a faixa do pedestre foi o gesto mais ousado de educação que eu fiz no meu governo. Se a gente conseguiu aprender a respeitar a faixa de pedestre, podemos aprender a não jogar lixo na rua, a não buzinar demais no carro, a respeitar um ao outro, a achar que a escola é um instrumento de alegria e não de sofrimento. Nós podemos sim educar a própria Educação.

Nós podemos fazer com que a Educação seja reinventada, no sentido de fazer com que os brasileiros convivam com os outros com respeito, com justiça e com eficiência. Para construir um país soberano no mundo da globalização. Um país eficiente no mundo da técnica, mas, sobretudo, um país bonito no mundo em que a estética vai ser para sempre. E um mundo justo onde a ética é para sempre. E por esse compromisso com a estética da beleza, com a ética da justiça, com a liberdade e, sobretudo, com as crianças que encarnam o futuro do Brasil, que hoje agradeço a vocês terem eleito o presidente Lula, que nomeou ministro para cuidar da educação de nosso povo.

Colocou nas minhas mãos um desafio que eu espero daqui a algum tempo vocês encham essa sala de novo e continuem me aplaudindo. (aplausos) Vou fazer força para isso. Vou dedicar as minhas horas e a minha energia para isso. E conto com vocês para me apoiarem e cobrarem para que isso aconteça.

Um grande abraço.

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