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Jorge Jardim – 1977152401905JORGE JARDIM: “Os mo?ambicanos vivem sob tirania implacável” Paris (do nosso enviado especial Carlos Loureiro)"O PA?S-Lisboa)" — Consta que vai publicar um livro na Gr?-Bretanha, em inglês. Qual o tema e porque reservou a edi??o para esse País e n?o para Portugal?Jorge Jardim (J.J)— Tenho, efectivamente, concluído um livro a editar em Londres e que se encontra na laboriosa fase da tradu??o. A data do lan?amento, que pode ainda tardar semanas, dependerá de alguns acertos finais. Dizem aliás, que sou demasiado exigente com os tradutores e isso tanto mais se agrava quanto melhor domino a língua para que se transponha o texto. Dessa preocupa??o resultou que ainda n?o foram editadas as vers?es inglesa e francesa de "Mo?ambique-Terra Queimada" que estavam previstas para o início desta Primavera. O próximo livro, que penso editar em Portugal dentro de alguns meses, abordará aspectos da política externa portuguesa anteriores a 1974 e situados em torno da posi??o de Mo?ambique. As características t?o diversificadas dos territórios fronteiri?os (Tanz?nia, Malawi, Z?mbia, Rodésia, Swazil?ndia e República da ?frica do Sul) e as press?es de interesse que incidiam sobre a regi?o, impunham actua??o equilibrada e muito realística. Conforme os casos, e as oportunidades, oscilava-se entre a convivência e a hostilidade e as rela??es iam da colabora??o ao enfrentamento. Nesse quadro fui chamado a ter, por vezes, interven??o directa e parece de interesse revelar aquilo que sei e posso comprovar com documentos e testemunhos. Existem factos, até agora inéditos, que podem lan?ar luz sobre uma política coerente que foi definida e, em grande parte conduzida, sob o governo do dr. Salazar. Tratava-se, fundamentalmente, de enfrentar o avan?o e o domínio comunista na ?frica Austral e de conseguir que a evolu??o política se fizesse sem abandono das popula??es que estavam confiadas à soberania portuguesa. Tentámos, com efeito, opor-nos a que nessa regi?o nevrálgica o arbítrio da for?a viesse a tra?ar, sobre o mapa da ?frica, os contornos de zonas de influência dominadas por ideologias e interesses que nada têm que ver com os reais anseios dos povos que ali vivem. Queríamos impedir que esses povos fossem vítimas das confronta??es estratégicas que já se desenhavam nitidamente e est?o comprovadas pelo que vem acontecendo naquelas paragens. Pretendo descrever facetas da luta ent?o travada no segredo dos contactos, nas diligências efectuadas, nas manobras levadas a cabo e, até, nalgumas ac??es militares. Nisso n?o esque?o a incompreens?o de muitos que lamentam agora, tardiamente, os resultados da sua inércia ou inépcia. Os "ventos da História" foram mudando rapidamente de quadrante e foi semeando ventos que se recolheram tempestades. O livro chamar-se-á, provavelmente. "?frica — Terra de Ninguém". Discuti com amigos meus, em Londres, alguns dos capítulos, quando ali fui cuidar de p?r em bom resguardo parte importante da documenta??o que possuo. Encorajaram-me, ent?o, a antecipar o lan?amento de uma das partes do livro que se refere concretamente a aspectos do "caso rodesiano", que conhe?o em detalhe e assumem, ao que parece, foros de esc?ndalo internacional. No convencimento de que poderei contribuir para esclarecer uma opini?o pública desinformada e, eventualmente, para alertar sobre o risco de novos dramas que seriam irreparáveis, acabei por aceder a essas solicita??es. ?As companhias de petróleo continuam a fazer negócio?— Nas últimas semanas os jornais brit?nicos têm-se referido largamente ao caso da quebra das san??es contra a Rodésia, mencionando graves acusa??es formuladas contra as grandes companhias de petróleos. O Governo brit?nico já anunciou a abertura de um inquérito oficial. A Z?mbia declarou que vai processar aquelas companhias e já outras queixas, em tribunal, se indicam como certas. No seu livro evita este "tema quente" ou pensa abordá-lo? Que sabe da actua??o das grandes companhias internacionais, nos fornecimentos à Rodésia?J.J. — Nisso tudo só pode ser estranho que o Governo brit?nico haja tardado quase 12 anos em interessar-se por determinar um inquérito sobre factos que eram amplamente conhecidos. Durante muito tempo contentou-se, sobretudo nos largos consulados de Mr. Wilson, a fazer de Portugal o "bode expiatório", realizando espectaculares bloqueios navais. N?o evito o tema no meu livro e julgo poder oferecer contributo importante para o esclarecimento da verdade. As autoridades portuguesas nunca fizeram segredo de que passavam por Mo?ambique os combustíveis destinados à Rodésia e exigiram, mesmo, que fossem cumpridas, sem subterfúgios, todas as formalidades aduaneiras ou outras. Limitaram-se a respeitar o direito de tr?nsito que, no interesse de todos os países do interior (Zaire, Malawi, Z?mbia, Swazil?ndia e Rodésia), sempre defenderam coerentemente. Essa actua??o portuguesa apoiou-se em indiscutíveis princípios da convivência internacional, adoptando uma estratégia que acautelava, acima de tudo, os interesses de Mo?ambique. Nunca, de 1965 a 1974, se reconheceu a validade jurídica das san??es e nunca se declarou ilegal o comércio com a Rodésia. Se as companhias internacionais de petróleo (com domin?ncia das brit?nicas e americanas) continuavam a fazer o seu negócio, pondo os seus interesses mercantilistas acima da observ?ncia da legisla??o dos respectivos países, parece que n?o era das atribui??es do Governo português intervir, proibindo-lhes o tr?nsito por Mo?ambique, enquanto os combustíveis chegavam a Louren?o Marques livremente e sem qualquer trope?o, em quantidades crescentes. Os respectivos governos é que ou eram cegos ou andavam muito distraídos. N?o lhes era sequer difícil obterem documenta??o comprovativa do que se passava e daquilo que passava. Por mim, e como sempre, n?o tenho nada a esconder e n?o penso esconder coisa alguma. Poderei acrescentar que o Governo de Lisboa, depois do 25 de Abril, continuou a consentir o tr?nsito de combustíveis (e de outras mercadorias) para a Rodésia até à independência de Mo?ambique. E isto sob o governo de uma equipa de insignes anti-colonialistas (Costa Gomes, Vasco Gon?alves e Melo Antunes) representada em Louren?o Marques por Vítor Crespo. Também deviam andar distraídos... Verdade seja que o próprio Governo da FRELIMO manteve a mesma distrac??o durante muitos meses (de Junho de 1975 a Mar?o de 1976), até bruscamente se dar conta dos deveres de solidariedade que tinha para com os nacionalistas rodesianos.. Sobre tudo isso disponho de informa??es interessantes e irrefutáveis. N?o as ocultarei.— Como sabe, certa Imprensa de fei??o extremo-esquerdista refere-se frequentemente, em Portugal, à "ac??o conspiratória" que estará a desenvolver no estrangeiro para derrubar, pela for?a, o regime democrático instaurado em Abril de 1974. A que actividades políticas, ou outras, se dedica actualmente?J.J. — Tenho lido, por vezes, essas referências da Imprensa extremo-esquerdista (e n?o só...) e afirmo-lhe que nem directa nem remotamente, estou interessado em desenvolver "ac??o conspiratória", ou qualquer outra, contra o regime que existe, ou venha a existir, em Portugal. Para além da minha vida profissional, e n?o poucas vezes com sacrifício desta, dedico toda a minha actividade à causa da liberta??o de Mo?ambique. Com esse objectivo continuo a realizar tudo quanto esteja ao meu alcance e disso nunca desistirei. A minha op??o está, de há ' muito, feita e nem sequer penso em voltar alguma vez a Portugal. N?o renego a minha origem portuguesa, até porque n?o me envergonho do sangue que recebi dos meus Pais e transmiti aos meus filhos. Estimaria ver Portugal retomar a sua independência e a sua dignidade embora me pare?a difícil, no caminho que as coisas levam, que tal possa vir a acontecer. Tenho pena mas, no entanto, trata-se de problema em que n?o me pertencerá intervir. Nem sequer me disponho a comentar as características do "regime democrático" instaurado, em Lisboa, em Abril de 1974. Bem me basta a "Democracia" que esse "Portugal de Abril" acabou por nos impor em Mo?ambique.— Disp?e de informa??es actuais sobre a, situa??o em Mo?ambique? ? verdade, de facto, que cresce a oposi??o à FRELIMO?J.J. —Chegam-me informa??es actualizadas, e assíduas, sobre o que se passa em Mo?ambique. Creia que nada se exagera no que se diz quanto à opress?o colonialista a que p País está sujeito e de que é agente uma minoria despótica, detestada pelo Povo mo?ambicano. No entanto, nada pode ser mais autêntico do que o testemunho dos que se vêem for?ados a sair do País e todos os dias engrossam a multid?o dos exilados. N?o deixem de os ouvir. N?o deixem esquecer o que eles dizem. Sendo enorme a tragédia dos "retornados" n?o pode, todavia, permitir-se que seja usada para se desviarem as aten??es do que sofrem os milh?es de mo?ambicanos que, na sua própria terra, vivem sob a tirania implacável que é mantida gra?as ao apoio recebido do estrangeiro. Esses milh?es de pessoas foram entregues, indefesas, à brutalidade da nova escravatura que delas disp?e como se n?o tivessem condi??o humana. Mais de 100 000 arrastam, neste momento, as grilhetas pelas cadeias e pelos campos de concentra??o, enquanto muitas mais s?o deslocadas para trabalharem onde lhes mandam e sobrevivem perseguidas pelo medo. Este é o real drama de Mo?ambique no qual os responsáveis, aí, parece n?o atentarem. Andam muito preocupados, no jogo das habilidades partidárias, com a alegada falta de Direitos Humanos no Brasil, mas n?o se vê que haja idêntica afli??o perante as monstruosidades que se praticam em Mo?ambique. Pois pode ter a certeza de que os mo?ambicanos respirariam de alívio se pudessem trocar a "Democracia" em que vivem pela "ditadura" brasileira e que os portugueses que ainda restam no Maputo trocariam, com gosto, as "amplas liberdades" de Samora Machel pela "opress?o" que os seus compatriotas encontram no Rio de Janeiro. Só n?o lhe sei dizer como seja possível crescer, mais, a oposi??o à FRELIMO. ? que toda a gente, em Mo?ambique é já contra a FRELIMO e os homens que a personificam. Dentro das próprias estruturas do Partido (onde há muitos verdadeiros nacionalistas que se sentem traídos) essa revolta atinge níveis insuspeitados por mais que se multipliquem as depura??es. Nem é de estranhar que assim aconte?a num País onde se esmagaram as esperan?as de liberdade e onde a economia se encontra destro?ada. Lembre-se de que, até hoje, n?o houve, em Mo?ambique, o mais ligeiro esbo?o de consulta popular ou, ao menos, a promessa de o fazerem. Porque n?o deixam o Povo pronunciar-se? Onde está o Governo da maioria que durante anos se prometeu como meta revolucionária? Contra estas realidades factuais n?o bastam os longos discursos nos comícios e nem chegam as visitas de alguns (poucos) seleccionados jornalistas que se limitam a fazer visitas oficialmente programadas e, depois, publicam reportagens onde s?o evidentes as incoerências e as mentiras. Quem, como eu, ouviu esses mesmos jornalistas insurgirem-se, em Mo?ambique, contra os controlos que se exerciam sobre os jornais e, hoje, lê o que escrevem, citando, sem um reparo, a amorda?ada Imprensa mo?ambicana, tem dificuldade em admitir que alguma vez hajam sido honestos. Tenho mesmo de reconhecer, com tristeza, que neles a motiva??o política se sobrep?s à verdade. Para se saber onde está a verdade bastaria, simplesmente, que os representantes da Imprensa independente fossem autorizados a circular por Mo?ambique. Sugiro-lhe que "O PA?S" tente enviar, ali, um dos seus colaboradores qualificados. Seria uma experiência interessante e convincente, sobretudo se deixassem visitar alguns locais que posso indicar. S?o, no entanto, poucas as probabilidades de tal acontecer porque a FRELIMO sabe que n?o poderia esconder a hostilidade que enfrenta. Só deixam entrar quem estejam certos de escrever o que lhes convém. N?o podem aceitar que se saiba que a Oposi??o popular cresceu por tal forma que só falta explodir. Apesar do terror repressivo que utilizam a explos?o da revolta é inevitável. Mas saber esperar é virtude que pertence à sabedoria africana. N?o tenhamos ilus?es. A luta vai ser dura e vai ser longa em face da escalada da ofensiva soviética na ?frica Austral.Ac??o política e ac??o guerrilheira— A sua opini?o acerca dos Movimentos que se op?em ao regime mo?ambicano, no próprio território do Indico e, externamente, outros, incluindo o dirigido pelo dr. Domingos Arouca, dissidente da FRELIMO?J.J. — Os múltiplos Movimentos patrióticos que se op?em à FRELIMO-"marxista" retratam a imagem de um Povo que tenta libertar-se da tirania que lhe foi, colonialmente, imposta. Todos devem merecer o apoio decidido dos mo?ambicanos. Cada qual pode, e deve, enquadrar-se no Movimento que mais próximo lhe esteja e organizar-se como se lhe apresente mais eficaz para a condu??o da luta. O objectivo, a todos comum, será o da liberta??o de Mo?ambique para a verdadeira independência. Nesta cruzada é t?o importante a ac??o do guerrilheiro que combate o inimigo no terreno como a do político que consolida as estruturas e motiva as popula??es. Tanto se carece das redes de informa??o e das ac??es dinamizadoras como se necessitam os esfor?os diplomáticos que angariem compreens?o e apoio. Sendo assim, n?o há lugar para vedetismos, nem para divergências pessoais e nem para divisionismos tribais ou partidários. O importante é que cada qual se esforce por cumprir bem a sua miss?o. A prolifera??o dos Movimentos patrióticos oferece inegáveis vantagens, sobretudo no interior de Mo?ambique. Permite maior eficiência ao nível regional e torna mais difícil à polícia política identificar as estruturas e eliminar os quadros. Para além destes importantes aspectos é, todavia, indispensável manter uma sólida unidade patriótica, impedindo que a dispers?o possa conduzir ao divisionismo. Nesta perspectiva, o dr. Domingos Arouca exerceu ac??o muito útil ao aglutinar as for?as patrióticas numa orienta??o política comum; servido pelo prestígio da sua personalidade. O projecto da FUMO pareceu-me inteligente e realista, até porque se limitou ao enunciado de directrizes nacionais a que todos pudessem aderir. Com a diversidade de ra?as, de tribos e de tendências que é característica de Mo?ambique creio que a forma federal poderá ser, efectivamente, a mais apropriada para preservar a unidade nacional, consentindo o convívio harmonioso de gentes t?o diferentes. Insisto em que nenhuma divis?o é admissível e que temos de buscar, sem desfalecimentos, os factores de convergência que nos ligam para frustrarmos as manobras do inimigo que disp?e de meios poderosos e ambicionaria provocar divergências entre os patriotas. Os fracos, os ambiciosos e os profissionais que engordam à custa de planos miríficos têm de ser considerados como elementos perniciosos que acabam por trair a causa que dizem ser também a sua. Quanto à ac??o armada que se desenvolve dentro do País, com o apoio de todos os Movimentos políticos e consequente participa??o activa das popula??es, está hoje coordenada pelo Conselho Nacional da Resistência. N?o se trata de impor decis?es pela for?a das armas mas, unicamente, de utilizar as armas para neutralizar a for?a que impede o Povo de se pronunciar livremente. N?o perten?o a nenhum dos Movimentos patrióticos e nem sou, ou pretendo ser, líder de alguns deles. Tenho simpatia por todos mas n?o há qualquer compromisso que me limite na liberdade de colabora??o. No meu caso pessoal penso que é essa a melhor forma de servir. Os problemas de Mo?ambique só podem ser resolvidos no quadro mais vasto da liberta??o da ?frica Austral, quando os povos possam, efectivamente, dispor dos seus próprios destinos. Mas temos de entender que ninguém nos ajudará sem que nos ajudemos por nós próprios. Por isso n?o pode desfalecer a luta dos Movimentos patrióticos.?O processo contra mim n?o teve seguimento?— Politicamente, como se define: ao Centro, à Direita, na extrema-Direita...?J.J. — Nunca entendi, e nunca aceitei, essa arruma??o geométrica e impecavelmente alinhada. Trata-se de mais uma das incoerências em moda na Democracia burguesa de que discordo sem reservas. Parece--me que as pessoas se preocupam tanto mais com o sítio onde formam quanto menos sabem o que pensam. Para lá da "cortina de ferro" qualquer militante socialista seria classificado, segundo tais padr?es, como alinhando nas for?as reaccionárias da Direita. No Mundo ocidental os católicos progressistas, mesmo inserindo-se na Democracia-crist?, s?o olhados como "esquerdistas" e até parece que levam isso em gosto. No entanto, para n?o evitar a sua pergunta, sempre direi que em presen?a das confus?es e equívocos do panorama político português só me poderia definir como situando-me à direita da extrema-Direita. Quero com isto significar a Direita que n?o tenha vergonha de dizer que o é ou, se prefere, a Direita esclarecida, corajosa, dotada de inteligência e independente dos interesses. Atrever-me-ia a dizer que é essa Direita que vai fazendo falta em Portugal e, talvez até, no Ocidente.— Quais, actualmente, as suas rela??es com os líderes políticos africanos com os quais mantinha la?os de amizade ou de conveniência, digamos política?J.J. — Os la?os de amizade continuam a ser os mesmos e os de conveniência política também. N?o existe um só caso em que tenha motivo para me arrepender da confian?a que neles depositei tal como nunca fui desleal para a confian?a que me dispensaram. Talvez que, por motivos entendíveis, apenas os nossos contactos pessoais tenham deixado de ser os mesmos. Entretanto, essas rela??es alargaram-se a outros líderes e creio que isso também será entendível. Cada dia se virá a entender melhor.— Prop?s-se, a certa altura, vir a Portugal, para ser submetido a julgamento. O que diria no julgamento? Ou, melhor, o que alegaria para refutar as acusa??es que ent?o lhe foram formuladas?J.J. — Quando se anunciou, oficialmente, que pretendiam julgar-me, n?o hesitei em me aprestar para seguir para Lisboa e comparecer ante o Tribunal. Declarei-o publicamente e confirmei-o em documentos enviados às entidades competentes. N?o sei porquê o processo contra mim nunca teve seguimento. Fiz requerimentos para que prosseguissem os inquéritos (vagos) e se formulassem as acusa??es (imprecisas) que se tinham anunciado com propósitos, pelos vistos, inteiramente alheios ao esclarecimento da verdade, e das responsabilidades, perante a Justi?a. Mantive, em papel selado, as acusa??es que tinha feito a vultos destacados do novo regime e nada aconteceu. Em papel selado pedi conhecimento das conclus?es do inquérito instaurado (segundo notas oficiosas) à minha passada actua??o em Mo?ambique e continuo à espera. N?o deixarei de insistir. Parece que ninguém está interessado em concretizar acusa??es contra mim. Pelo menos, até hoje, nunca me chegou uma simples nota de culpas. N?o foram capazes de me desmentir e, muito menos, de me apontar qualquer delito. Talvez se tenham assustado com o que eu poderia dizer num julgamento. Há pessoas que n?o convém serem julgadas... Também pode acontecer que haja quem receie que acabe por n?o ser eu a sentar-me no banco dos réus. ................
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