CULTURA E RADIODIFUSÃO: A VALORIZAÇÃO DA CULTURA …



II Encontro Nacional da Rede Alfredo de Carvalho

Florianópolis, de 15 a 17 de abril de 2004

[pic]

GT História da Mídia Sonora

Coordenação: Prof. Ana Baum (UFF)

radiodifusão, cultura e participação popular: a valorização do local pela rádio FM Municipal de Piracicaba

Paulo Sérgio Tomaziello, Ricardo Santana,

José Jorge Tannus Jr., Maria da Graça Ortolani Arruda[1]

Resumo

O texto, em contribuição à História da Mídia Sonora, reflete a preocupação da Rádio FM Municipal de Piracicaba, no período de 1989 a 1992, quando teve sua programação voltada para o resgate das manifestações de cultura popular típicas da cidade, bem como para a valorização da participação popular na construção da sua grade de programação. Neste contexto, discute a relação cultura popular e radiodifusão; a história da Rádio Municipal de Piracicaba, uma cidade do interior de São Paulo; a programação da rádio construída em parceria com a comunidade, e, em particular, o envolvimento da mesma na difusão da cultura caipiracicabana ou local. São questões que orientam trabalhos de pesquisa acadêmica dos autores e trazem uma contribuição conceitual aos estudos de radiodifusão, de cultura popular e de formas de participação popular, sejam elas relacionadas à programação de rádio ou à produção cultural. Trata-se de uma reflexão da proximidade entre a ausência de identidade cultural da população e a radiodifusão de cultura popular caipira ou interiorana.

Palavras chave: cultura popular, participação, radiodifusão, mídia sonora.

O Rádio em Piracicaba

Piracicaba é uma cidade com uma forte tradição no campo da comunicação radiofônica, tendo entre as suas emissoras a sexta mais antiga do Brasil, a Rádio Difusora (AM e FM), instalada oficialmente em 12 de outubro de 1933, por João Sampaio Góes[2], apenas dez anos após a inauguração da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, a pioneira. A Difusora até hoje é conhecida na cidade, pelos moradores mais idosos, como a PRD6, numa alusão ao seu prefixo. Além de mais antiga é também a mais ouvida da cidade[3].

Em pesquisa de opinião pública realizada pela Universidade Metodista de Piracicaba[4], em 1993, constatou-se que "cerca de 75% da população de Piracicaba ouve a programação de radiojornalismo, o que significa 250.000 pessoas, numa cidade que possui 350.000 habitantes.”

A cidade possui sete emissoras de maior destaque, das quais três AMs e quatro FMs. As emissoras de AM são a Difusora, Educadora e Alvorada. Já as emissoras que retransmitem em FM são a Piracicaba FM Municipal, a Jovem Pan[5], a 97 FM (associada à Rádio Alvorada) e a Difusora.

A Rádio Alvorada (AM) foi inaugurada em 17 de agosto de 1957, com o nome de Rádio Voz Agrícola, através do grupo Piratininga, de São Paulo. Sua programação é bastante diversificada, visando atingir principalmente as camadas mais pobres da população. Ela se mantém no ar durante 24 horas por dia. A mais jovem entre as AMs é a Rádio Educadora ,fundada em 1º de agosto de 1960, e que tem em seu projeto a perspectiva de popularização de seus programas.

As emissoras de rádio AM, de uma maneira geral, mantêm programação musical, programas de jornalismo (todas com equipes próprias), programas de variedades, com música e entrevistas, e possuem também equipes esportivas bastante tradicionais, que garantem o acompanhamento das atividades do Esporte Clube XV de Novembro e dos campeonatos de futebol amador e de várzea da cidade.

No caso das emissoras de FM, é necessário salientar que um dos canais vem operando em rede nacional, retransmitindo a Joven Pan, que possui uma segmentação claramente definida para o público jovem. A 97 FM e a Rádio Difusora possuem programação diversificada, estruturada ao nível local, enquanto a FM Municipal atua com programação musical, jornalismo e também como instrumento de prestação de contas da Administração Pública Municipal[6].

Outro aspecto importante da história recente da radiodifusão em Piracicaba é a atuação da Rádio Livre Paulicéia, uma emissora comunitária, transmitida em 98,5 (FM) e que funcionou na cidade no início dos anos 90. Uma análise do trabalho da emissora, realizada por pesquisadores da Unimep[7] indica que "seu propósito de existência está ligado a educação cultural, sem fins lucrativos". A manutenção da emissora, que foi fechada pelo Dentel em 1992, era feita por aproximadamente 500 voluntários, numa demonstração de forte vínculo com a comunidade onde estava inserida.

É importante também ressaltar as dificuldades para obtenção de informações sobre a história da radiodifusão em Piracicaba, pois as emissoras não possuem arquivos do material que se produziu ao longo dos anos. A maioria dos dados obtidos por pesquisadores da Unimep que têm se dedicado ao tema, no período mais recente, é proveniente de artigos e reportagens publicadas em jornais locais e também de depoimentos de ouvintes, ex-diretores e ex-funcionários das empresas de rádio.

A reconstrução da história do rádio em Piracicaba, assim como de um modo geral na maioria dos municípios e estados brasileiros, é, portanto, um desafio para os pesquisadores que se interessam por este campo. Resgatar todos estas iniciativas tomadas neste imenso país certamente deverá lançar novas luzes sobre a própria história da radiodifusão no Brasil, setor onde os registros existentes também não são amplos o suficiente.

A Rádio Piracicaba FM Municipal

A Rádio Piracicaba FM Municipal iniciou oficialmente suas transmissões no dia 7 de março de 1988, operando em 105,7 MHz[8]. Sua primeira transmissão foi marcada pela formalidade e pelo caráter oficial que acabou sendo a característica do seu primeiro período e atuação, durante a gestão do prefeito Adilson Maluf[9]. A fita cassete onde está gravada a sessão, em posse do seu primeiro diretor - presidente, Jamil Neto, contém discurso de todas as autoridades políticas da época[10], além da bênção religiosa do monsenhor Jorge Simão Miguel, presença marcante até hoje em inaugurações de obras pelo poder público e iniciativa privada da cidade.

O projeto de concepção e implantação da emissora teve início pelo menos dois anos antes, tempo necessário para que se tomassem todas as medidas legais e se garantisse a sua instalação física, em prédio cedido pelo Serviço Municipal de Esgoto (Semae)[11], à rua XV de Novembro, 2.200, no Bairro Alto. Os depoimentos sobre o surgimento da idéia de sua montagem são contraditórios, mas indicam que desde o início se tinha consciência do seu potencial como instrumento de comunicação entre a administração municipal e a população.

O prefeito Adilson Maluf, em depoimento que integra os anexos desta pesquisa, procura descartar o aspecto político da iniciativa, atribuindo a idéia ao técnico Schimidt de Andrade, que assessorava a Prefeitura na área de antenas de televisão. "Prestando esse serviço, o Schimidt teve essa idéia de montar uma FM municipal. Ele poderia ajudar e o governo estava facilitando as concessões"[12], afirma. Ele também observa que "A FM Municipal foi criada para a prefeitura ter um instrumento de divulgação e para o povo usar"[13].

Segundo o primeiro diretor - presidente da emissora, a idéia teria surgido ainda durante a primeira gestão do prefeito Adilson Maluf, mas não teria sido desenvolvida por falta de recursos. No segundo mandato, com Jamil Neto na assessoria de imprensa e a proximidade de Schimidt de Andrade, a proposta foi retomada, tendo como argumentos importantes para o convencimento do prefeito os fatos de que teria um custo baixo, devido à possibilidade de aproveitamento de funcionários da máquina administrativa e de que teria uma função educativa, sem fins lucrativos, o que facilitaria sua aprovação pela Câmara Municipal.

Como estratégia de tramitação na Câmara, o projeto foi inicialmente denominado de "Teleducação" e alocado na Secretaria Municipal de Educação, cujo orçamento permitiria o seu pleno desenvolvimento, na medida em que os seus gastos poderiam ser incluídos no montante. Posteriormente, foi alterado, pelos próprios vereadores, para "Serviço de Tecnologias Educacionais", nome que permanece até hoje, a fim de que não fosse confundido com uma emissora de televisão. "E a Câmara viu com bons olhos: um espaço reservado à cultura, educação, música. De um modo geral, todos teriam espaço na emissora"[14]. Após a aprovação do projeto foi feita nomeação do primeiro conselho consultivo da emissora, formado pelo advogado João Basílio[15], pelo comerciante Italo Bérgamo e pelo próprio Jamil Neto.

A nomeação de Jamil Neto como diretor - presidente ocorreu em 1987, após a aprovação do projeto pela Câmara. A partir de então ele intensificou os contatos visando a liberação junto ao Dentel, a compra dos equipamentos e definição das instalações físicas, a construção da torre de transmissão, que também fica no prédio do Semae e o contato com os funcionários a serem aproveitados no novo setor.

A ausência de conteúdo político para a criação da Rádio é descartada pelo jornalista e radialista Xilmar Ulisses, que trabalha na emissora desde a sua fundação. Ele conta que a FM Municipal "foi implantada a partir de um atrito entre o prefeito Adilson Maluf e a imprensa, porque ele não tinha mais espaço para divulgar o seu trabalho em Piracicaba"[16].

O radialista afirma, em seu depoimento, que a obtenção da concessão também foi facilitada pelo fato do prefeito ser do PMDB, já que na época o presidente da República era José Sarney e um dos instrumentos políticos que utilizou amplamente visando ampliar suas bases foi o de conceder emissoras de rádio e televisão por todo o país. Ele também menciona a importância da atuação do deputado federal João Hermann Neto[17], não citada nos depoimentos de Adilson Maluf e Jamil Neto.

Em relação ao comportamento dos vereadores, Xilmar Ulisses observa que "Quando entrou na Câmara esse projeto os próprios vereadores não sabiam o que era o 'Serviço de Tecnologias Educacionais'. Somente após a aprovação do projeto é que eles ficaram sabendo que era uma emissora que a prefeitura estaria montando aqui"[18]. O PMDB, partido do prefeito, também tinha maioria tranqüila na Câmara, o que de certo modo explica a "tranqüilidade" com que a aprovação teria ocorrido.

"Uma linha só, sem oscilação"

Apesar de não ser objeto deste trabalho, graças aos depoimentos coletados durante a sua formulação, é possível levantar alguns elementos sobre a sua programação inicial, no período em que foi dirigida pelo jornalista Jamil Neto, ainda na gestão do prefeito peemedebista Adilson Maluf[19]. O depoimento de Marcela Matavelli[20], onde compara a programação durante as gestões de Adilson Maluf e José Machado (PT) é emblemático: "Na administração do PMDB a rádio parecia estar sempre em projeto experimental. Uma linha só, sem oscilação. Ai entrou o PT. Houve aquela mudança brusca, porque entrou uma nova proposta, sugerindo aquela linha popular, abrangendo vários pontos e gêneros."[21].

A programação inicial da emissora era basicamente musical, com forte presença de música brasileira e instrumental, a partir do que procurava se diferenciar das demais emissoras de FM em atividade na época[22]. Também possuía uma programação jornalística, com a inserção de boletins informativos e do radiojornal "Realidade". Em uma análise feita pela Comissão de Comunicação do PT[23], a emissora era vista como um verdadeiro "vitrolão", como se diz no jargão jornalístico, numa referência ao fato de que praticamente só era utilizada para "tocar disco".

O que se observa também, principalmente a partir do depoimento do diretor Jamil Neto, é que havia um centralismo e um personalismo grande. "O esquema de programação, toda sistemática, o padrão, tudo era determinado por mim. Eu era o responsável pela emissora e não houve ingerência de ninguém. Nem do prefeito Adilson Maluf, nem do Sadi, que era o secretário de Educação"[24]. Já o depoimento do prefeito Adilson Maluf revela o desejo de que a opção fosse por uma rádio mais popular: "Nós tivemos pouco tempo para fazer a rádio virar popular - mas era uma rádio muito ouvida e tinha uma programação musical muito boa"[25].

Ressalta-se também, em relação a este primeiro período da história da emissora, o fato de ser bastante fechada à participação da comunidade, apesar do seu caráter de rádio pública. "Ela tinha uma programação com muita música, não tinha a participação da população, era uma emissora muito fechada à população. Não existia um espaço aberto para que a comunidade expressasse a sua cultura, sua participação política na cidade"[26].

"Pela gente da terra e pela terra da gente"

O slogan "Pela gente da terra e pela terra da gente", que acompanha a Rádio Piracicaba FM Municipal, foi criado pelo radialista Paulo de Tarso Porreli, o "Lô Porreli", um profissional que já atuava na emissora, como repórter, desde a sua fundação, quando a administração do prefeito José Machado (PT) assumiu a sua direção, em 1989.

A sua implantação ocorreu gradativamente, com a gravação de sucessivas vinhetas onde aparecia de forma central. Demonstra uma primeira percepção que os próprios funcionários da emissora tiveram da nova linha que começava a ser implantada, que tinha entre suas fontes de inspiração os ideais de Roquete Pinto, que ao fundar a sua Rádio Sociedade, no início do século, no Rio de Janeiro, buscava um instrumento de resgate da cultura e de difusão educativa para o povo brasileiro.

Entre os muitos artistas e profissionais de comunicação que foram atraídos pelas possibilidades desta nova concepção de rádio, vale destacar as observações de Antonio Chapéu, que apresentou o programa "Ventos da Cidade", durante praticamente todo o período estudado. Ele ressalta a capacidade de diálogo estabelecida com as camadas mais pobres da cidade, com os bairros periféricos, até então alijados do processo de comunicação institucional da cidade.

"A gente ia para os bairros, e também trazia tudo o que estavam produzindo em termos de cultura, e até de carência mesmo, expectativas...Eu lembro de a gente ter feito cobertura até de eleições para diretoria de centros comunitários, coisas em que ninguém acreditava, ninguém via a possibilidade de realização - e não só os grande meios, mas o geral, por que é um vício - só sentem importância nas coisas que acontecem lá longe, distante, que não têm ligação direta com as coisas do cotidiano da cidade. Mesmo em Piracicaba"[27].

Uma programação inovadora

Visando uma descrição mais criteriosa em relação à experiência radiofônica desenvolvida na FM Municipal durante o período estudado, a opção foi por reconstituir os principais programas que formam veiculados na FM Municipal naquele período. Visando facilitar o trabalho posterior, de análise da programação, em confronto com o referencial teórico que orienta este trabalho, os programas foram agrupados em três blocos: jornalismo, cultura popular e educativos e culturais.

Inicialmente, é feita uma descrição técnica onde se informa as características gerais dos programas, como dia da semana e horário em que era apresentado, tipo de música e informação que veiculava, origem do apresentador (se era radialista profissional ou uma pessoa da comunidade), entre outras.

Essa descrição é enriquecida com os comentários, idéias e reminiscências conseguidas a partir dos depoimentos feitos com os principais agentes envolvidos no processo, e complementada com as repercussões do trabalho que foram publicadas pela imprensa local.

Jornalismo

Quanto aos recursos humanos, o Departamento de Jornalismo contou, neste período, com 12 jornalistas (entre contratados e free - lance), mais quatro profissionais da área de produção e pesquisa.

Quanto aos recursos materiais, contava-se com uma viatura, com equipamentos para transmissões externas e mais dois walk - talk (de mão); serviço de rádio - escuta com gravadores, rádio de longo alcance e um aparelho de televisão.

Quanto às fontes de informação, eram utilizados os boletins informativos produzidos diariamente pela AGEN - Agência Ecumênica de Notícias - noticiário e reportagens produzidas pelo Projeto Cria do IBASE; assinaturas de jornais da cidade e da capital do Estado, além das pautas produzidas pela própria equipe de jornalismo da FM Municipal.

Os programas da área de jornalismo eram os seguintes:

a) “O Primeiro Jornal”

Jornal - falado diário, com duração de 30 minutos e início às 7h30 da manhã, trazendo informações da cidade, região, Brasil e mundo, cobrindo o período jornalístico da noite anterior, apresentado por dois locutores. Esse jornal foi apresentado por vários radialistas durante o tempo em que ficou no ar, entre eles Alícia Nascimento Aguiar, Olívia Iavosky (Biba Mel), Xilmar Ulisses, Fátima Muniz e Benedito Ilário;

b) “A Cidade é Sua”

Programa diário de jornalismo, prestação de serviços, variedades e música, com duração de 3h30, e início às 8h00 da manhã. Programa apresentado por um âncora (Xilmar Ulisses), contando com equipe de repórteres na rua, equipe de produção na retaguarda e sempre com convidados no estúdio, trazendo informações sobre saúde, educação, cultura, alimentação, legislação trabalhista, entre outros assuntos, sempre com os dois telefones da emissora à disposição do público ouvinte para intervenções diretas junto aos entrevistados ou ao corpo de jornalistas;

c) “Boletins Informativos 105”

Com duração média de 2 minutos, com inserções a cada 60 minutos, e informações coletadas entre uma emissão e outra desse gênero. Essas informações eram coletadas através de rádio - escuta e pelos repórteres setoristas (da Câmara Municipal, da Prefeitura etc);

d) “Jornal Realidade”

Jornal - falado com duas edições diárias, com duração de 30 minutos cada, e início ao meio-dia e às 18h30. Apresentado por dois locutores (Alícia Aguiar e Antonio Carlos Pedrassi ou Fátima Muniz e Antonio Carlos Pedrassi) durante uma fase foi apresentado por duas mulheres, o que deu ao jornal uma sonoridade diferente da dos jornais - falados tradicionais que são apresentados por vozes masculinas. Sempre trazendo informações da cidade, região, Brasil e mundo, ocorridas no último período informativo. Cerca de 80% das notícias desse jornal abordavam assuntos locais e regionais envolvendo a comunidade;

e) “A Voz Comunitária”

Programa jornalístico e musical com duração de 30 minutos e início às 11h30 da manhã, trazendo sempre uma seleção musical feita a partir de sugestões dos ouvintes e agentes que produziam o programa. Sua concepção foi possível a partir de reuniões do Projeto Mutirão[28], através do qual se discutia os destinos das verbas públicas no orçamento municipal. O programa surgiu como uma reivindicação popular e chegou a criar uma rede de correspondentes populares que diariamente iam até a rádio ou entravam no ar através de telefones públicos e particulares. No início esse programa era apresentado por Joel de Oliveira e Naomi Torigoi, e posteriormente por Toni Correa e Antonio Chapéu da Silva;

f) “Antena Livre”

Programa produzido nos mesmos moldes do “A Voz Comunitária”, cujo nome foi mudado a partir das primeiras cópias divulgadas do projeto da Lei da Informação Democrática, que falava do Direito de Antena. Foi feita uma espécie de trocadilho entre Direito de Antena e Antena Livre, com a intenção de divulgar a idéia;

g) “Sábado Debate”

Programa de debates, levado ao ar com 1h30 de duração, e início às 11h00 da manhã do sábado. Os temas debatidos foram mais ou menos 100, entre eles: escola pública, tráfico de drogas na cidade, desmanche de veículos, segurança, despoluição do rio Piracicaba, direito de greve, discriminação contra a mulher, o negro, o índio, o idoso, o menor. Lideranças da cidade ligadas à cada tema eram convidadas para o debate de estúdio, que contava sempre com a presença de jornalistas da equipe da emissora e de outros órgãos de comunicação locais. O ouvinte tinha sua participação garantida através dos dois telefones da rádio, ou ainda através do microfone colocado à sua disposição na platéia: muitos desses temas foram debatidos em auditórios da cidade como no Salão Nobre da Unimep, onde aconteceram os debates “Democratização dos Meios de Comunicação” e “Socialismo: Utopia em Crise?”. A mediação dos debates era feita por Carlos Eduardo Gaiad e as entrevistas por Xilmar Ulisses;

h) “A Prefeitura Presta Contas”

Programa de debates que era alternado com o “Sábado Debate”. Nessas ocasiões o prefeito municipal e seus assessores debatiam com a população os assuntos relacionados com cada uma das pastas municipais. Temas como saúde, meio ambiente, tratamento de água e esgotos, tarifas públicas e habitação popular eram anunciados com uma semana de antecedência pela própria emissora e pelos jornais locais. Programa realizado sempre ao vivo e com os microfones e telefones da emissora abertos ao ouvinte. Apresentação de Kerko Tomaziello e Xilmar Ulisses;

i) “Coberturas Externas”:

Sempre que um assunto de proporções nacionais e até mesmo internacionais acontecia - e se julgava importante para a comunidade local aumentar o seu grau de conscientização, auxiliando-a na busca de melhores condições de vida - o jornalismo da FM Municipal estava presente. Exemplos: ECO-92, no Rio de Janeiro, quando eram passados boletins informativos e entrevistas, num total de oito inserções diárias durante o evento; o julgamento dos assassinos do sindicalista Chico Mendes, em Xapurí, no Acre; o lançamento da Lei da Informação Democrática, em Brasília; o lançamento do Estatuto da Criança e do Adolescente, na Praça da Sé, em São Paulo. Coberturas externas locais também eram realizadas costumeiramente. Os assuntos podiam estar relacionados com atividades culturais, como desfiles de escolas de samba, ou à organização comunitária, como as eleições de novas diretorias de centros comunitários, sindicatos, associações de moradores ou reuniões populares para discussão do orçamento municipal.

Cultura Popular

Neste bloco de programas estão reunidas as manifestações marcantes da cultura local e regional sendo que a maioria dos programas, desde o seu início ou com o decorrer do tempo, se transformaram em parcerias entre a rádio e as pessoas da comunidade. Entre as diversas manifestações culturais que tiveram espaço nestes programas estão o samba, o pagode, o cururu, a moda de viola, a seresta, o rap, a música negra e outros.

Os programas culturais eram os seguintes:

a) “Cururu e Repente na Terra da Gente”

Programa de auditório, onde os artistas populares da cidade e região, ligados ao Cururu e à Moda de Viola, se apresentavam ao vivo, cantando e tocando temas através de repentes e ritmos regionais. Era transmitido aos sábados à tarde, com início às 18h00 e término às 20h00. Durante o tempo em que ficou no ar foi apresentado por Carlos Eduardo Gaiad, Xilmar Ulisses e Tarcísio Chiarinelli, e tinha a coordenação dos repentes feita por Pedro Chiquito, um dos mais expressivos e lendários cururueiros da região de Piracicaba.

b) “Cantinho Sertanejo do Nhô Chico”

Programa de estúdio, apresentado por Nhô Chico, nome conhecido e respeitado como radialista, poeta popular, letrista e folclorista da cidade. Sempre com declamação de poemas e apresentações de músicas tocadas ao vivo no estúdio e de discos de moda de viola autêntica;

c) “Passarela do Samba”

Programa de estúdio e de auditório de Sérgio Benero, percussionista e liderança entre os sambistas e pagodeiros da cidade. Este programa ia ao ar aos domingos, das 14h00 às 16h00, sempre trazendo apresentações de músicas, ao vivo do estúdio e também de discos. Aconteciam encontros mensais em locais públicos com transmissão direta, reunindo artistas da cidade, região, São Paulo e Rio de Janeiro;

d) “Clube do Samba”

Programa semelhante ao “Passarela do Samba”, só que apresentado por outro músico, conhecido como Kale, que também é uma liderança entre os sambistas e pagodeiros. O “Clube do Samba" ia ao ar todos os sábados, das 12h00 às 14h00;

e) “Pelos Caminhos da Saudade”

Programa de estúdio, apresentado inicialmente pelo pesquisador de músicas Manoel Lopes Alarcon, e posteriormente, quando este faleceu, pelo jornalista e seresteiro Geraldo Nunes. O programa reunia artistas, músicos e cantores ligados à seresta, e trazia músicas ao vivo e de discos. Era levado ao ar aos domingos, das 12h00 às 13h00;

f) “Noites de Seresta”

Apresentações quinzenais realizadas nos bares e restaurantes da cidade, que abriam espaços para esse tipo de música. Artistas locais, músicos e cantores, mostravam ao vivo sua arte. Era apresentado por Manoel Lopes Alarcon, nas noites de sábado;

g) “Black Music e Rap”

Programa apresentado por artistas da periferia da cidade, entre cantores, músicos e letristas, que atuam sob a influência da música de raiz negra africana, brasileira, norte-americana, caribenha e outras. Programa levado ao ar aos sábados à tarde, com 1h30 de duração;

h) “Bandas e Coretos”

Programa de estúdio apresentado pelo maestro José Aparecido dos Santos, regente de várias bandas musicais da cidade. A apresentação das músicas era feita através de discos, as entrevistas ao vivo ou gravadas com músicos de bandas. O programa trazia também informações sobre instrumentos musicais e bandas;

i) “Encontro Bimestral de Bandas”

Programa realizado em praça pública pela Secretaria Municipal de Cultura e pela Rádio FM Municipal. A coordenação era do maestro José Aparecido dos Santos, que bimestralmente reunia as bandas de música da cidade e da região.

Programas educativos e culturais

Estes programas possuíam uma estrutura semelhante entre si, mas voltavam-se cada a públicos específicos. Eram produzidos a partir de várias reuniões com representantes da audiência pretendida. Sempre contando com a participação do público, como músicos locais, artistas de teatro, escultores, poetas, cronistas, entre outros, que buscavam um espaço para mostrarem, divulgarem e debaterem suas produções culturais. Esses programas sempre foram produzidos a partir de pesquisas sobre músicos, ritmos, instrumentos, períodos destas manifestações culturais, e traziam informações sobre o momento político e outras contextualizações do período.

a) “Clube dos Escritores”

Estabeleceu parceria com a Academia Piracicabana de Letras e Clip (Clube Literário de Piracicaba). Era apresentado por Antonio Carlos Pedrassi e Alícia Aguiar, aos sábados à noite;

b) “Sala de Visitas”

Paulo de Tarso Porrelli recebia e entrevistava pessoas do mundo artístico e cultural. Este programa foi apresentado em vários horários e dias da semana durante os quatro anos estudados;

c) “A Toda Flora”

Apresentado pelo professor Walter Accorsi, cientista da USP, este programa falava sobre fitoterapia, e tinha a participação do público (ao vivo no estúdio e pelo telefone). Ia ao ar às sextas-feiras, das 20h30 às 21h00;

d) “Nave-Terra”

Programa voltado às questões ecológicas, tinha parcerias com entidades ambientalistas. Era produzido e apresentado por alunos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP);

e) “América dos Povos”

Tinha parceria com a Unimep e o Acta (Ação Cultural e Tecnologia Aplicada, da Unimep), Comitê de Solidariedade e Secretaria Municipal de Educação. Ia ao ar às terças-feiras, às 23h00;

f) “Ventos da Cidade”

Programa apresentado por Antonio Chapéu da Silva. Feito fora do estúdio, trazia músicas ao vivo, entrevistas e performances, com início às 23h00, toda quarta-feira;

g) “Botequim da Vida”

Apresentado por Kal Mattus[29], transmitido ao vivo dos bares da cidade, trazendo música, poesia e debates. Apresentado às sextas-feiras, com início às 23h00;

h) “Som do Meio - Dia”

Feito ao vivo, com músicos locais, em parceria da FM Municipal com a Secretaria Municipal de Cultura. Transmitido do coreto da praça José Bonifácio;

i) “Paranóia Universitária”

Programa produzido a partir da parceria da FM Municipal e os DCEs, DAs e CAs, estudantes em geral e universidades (USP, Unimep e Fundação Municipal de Ensino). O “Paranóia Universitária” era transmitido na hora do almoço (11h00) e tinha uma reprise, às quartas-feiras, à noite;

j) “Momento de Saúde”

Programa produzido em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, lideranças e conselhos de saúde, trazia informações sobre cuidados com a saúde, além de estimular a organização comunitária no setor de saúde;

l) “Projeto Radioteatro”

Programa produzido com a participação de grupos teatrais e atores independentes da cidade, coordenados por Gilberto Gregolim;

m) “A Hora do Clássico”

Programa apresentado pelo maestro Joaquim Álvaro Bonillo. Tinha auxílio de colaboradores especializados e amantes do assunto, e contava com os acervos da FM e de particulares. Programa transmitido às quintas-feiras, das 22h00 às 23h00, com reprise no sábado, na hora do almoço;

n) “Ópera Municipal”

Programa apresentado por Joaquim Álvaro Bonillo, trazia a cada domingo um trecho comentado de uma ópera. O “Ópera na Municipal” começava às 21h00;

o) “105 Jazz Club”

Programa de jazz e blues, apresentado por Kerko Tomaziello e Paulo Sweter (um dentista de Piracicaba), no domingo a partir das 20h00;

p) “Um Banquinho e um Violão”

Programa de pesquisa sobre bossa - nova. Apresentado por Sérgio Campos (publicitário), trazia informações sobre Tom Jobin, Carlinhos Lira, Vinícius de Morais. Era levado ao ar todos os domingos, às 19h00;

q) “Rock and blues”

Programa produzido e apresentado a partir de pesquisa musical ligadas às raízes dos ritmos rock e blues, mais autênticos da cultura norte-americana. Era levado ao ar todas as sextas-feiras, das 20h00 às 21h00, feito a partir de acervos musicais de ouvintes;

r) “Rockmania” / “Rockrevista”

Programa de rock que contemplava todas as vertentes e etapas históricas do desenvolvimento deste gênero musical. Também era feito a partir de acervos particulares e levado ao ar todas as sextas-feiras, a partir das 21h00;

s) “Novos Caipiras”

Programa semanal, levado ao ar nas quartas-feiras à noite, das 21h00 às 22h00. Enfocava o trabalho desenvolvido por músicos, instrumentistas, compositores e cantores ligados a nova vertente da música sertaneja, produzida nas regiões sudeste, centro-oeste e sul do país;

t) “Conexão Reaggae”

Feito a partir de um grupo de ouvintes identificados com esta manifestação cultural (reaggae) originária da Jamaica e que hoje se transformou num ritmo quase universal da juventude. Ia ao ar aos domingos, das 13h00 às 14h00. Veiculava músicas e informações ligadas às raízes da cultura negra afro-caribenha.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Vários fatores contribuíram para que a Piracicaba FM Municipal fosse bem sucedida na programação que construiu no período estudado:

1. O fato de Piracicaba voltar a ser dirigida por um partido de esquerda, muito mais identificado com os anseios e as camadas populares da sociedade, invertendo as mãos de direção tradicionais observadas na programação de tendência comercial mais marcante na cidade. E como conseqüência, transformar-se numa opção alternativa ao modelo instituído e praticado pelas emissoras do Município;

2. A grande tradição da cidade com a cultura popular, que abriga momentos importantes como o Cururu, a Festa do Divino Espírito Santo, Noites de Seresta, Festa do Milho Verde, as festas juninas com destaque para a Festa de São João de Tupi, o carnaval com desfiles de escolas de samba e de bandas, entre outras que dão a cidade um patamar invejável de artistas populares na música, na poesia, na confecção de comidas típicas, etc,

3. A emergência dos jovens universitários, envolvidos com o ensino, a pesquisa em comunicação e manifestações artísticas e intelectuais, contrapondo-se igualmente aos bastiões mais tradicionais da cultura local, privilegiando e prestigiando as manifestações populares de forma decisiva,

4. A abertura dos microfones para cidadãos talentosos, não necessariamente profissionais do rádio, mas identificados com os movimentos artísticos e populares, que atuaram como mediadores entre os grupos que representavam e a sociedade, através da rádio. É importante notar que a formação básica dos profissionais de rádio da cidade até então – e ainda atualmente – carece de profissionais oriundos da universidade, estando sujeitos à velha escola do radialista da boa voz ou do radialista bom vendedor de anúncios publicitários, mas nem sempre com condições de uma análise mais definida sobre o seu próprio papel profissional no campo da comunicação,

5. A possibilidade de reinventar velhas/novas linguagens do rádio, como programas de auditório transmitidos ao vivo, criação de radionovelas – uma das quais obteve um Prêmio do Governo do Estado de São Paulo, criar espaços para poetas e escritores declamarem e contarem suas novidades, a valorização de diversos estilos musicais desde bandas de coretos e retretas, até clássicos, a prestação de serviços de forma ágil e determinada. Elementos que frutificaram em virtude de forte motivação de natureza político-partidária.

6. Do período estudado ficaram a saudade e uma profunda decepção pela não continuidade da programação. As mudanças de natureza político-partidária submetem as emissoras educativas igualmente ao jogo dos interesses partidários. Infelizmente, as rádios educativas não pertencem verdadeiramente às suas comunidades, mas aos seus governantes ocasionais. Pensar novas formas de gestão destas emissoras, se faz urgente, garantindo mecanismos de controle populares, de profissionais especializados em educação e cultura, na forma de um Conselho de Programação ou numa Fundação. Ou ainda, a criação de um Conselho Municipal de Comunicação nos moldes dos já existentes conselhos municipais de Saúde, de Segurança , entre outros, que assegure o pluralismo das idéias, é o único caminho possível para que bons projetos de radiodifusão educativa não virem simplesmente reflexões científicas, mas que tenham as suas características preservadas e executadas em benefício da sociedade.

Espera-se que encaminhamentos legais venham garantir uma presença popular mais marcante e atuante, que começou justamente a ser discutida no período estudado, Lei da Informação Democrática, aprovada a posteriori de maneira fragmentada e descaracterizada, que em sua essência não oferece grandes contribuições para um projeto de comunicação democrática no país.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, André M. de. Mídia Eletrônica - Seu controle nos EUA e no Brasil. Rio de Janeiro: Forense, 1993.

BLOIS, Marlene Mortezi. O rádio brasileiro e as rádios educativas – Fatores da não ocupação dos canais de FM reservados à educação no Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), 1984. (Dissertação de Mestrado em ciências da Comunicação).

BOLAÑO, César R. S. (Org.). Economia política das telecomunicações, da informação e da comunicação. São Paulo: Intercom, 1995. (Coleção GT's Intercom, nº 4)

BOSI, Alfredo (Org.). Cultura brasileira - Temas e situações. São Paulo: Ática, 1987. (Série Fundamentos, v. 18)

BRASIL, Instituto de Planejamento Econômico e Social. Rádio Educativo no Brasil: um estudo. Brasília, 1996. (Mimeo)

CAPARELLI, Sérgio. Comunicação de massa sem massa. São Paulo: Cortez, 1980.

COHN, Gabriel (Org.). Comunicação e Indústrial Cultural. 5a. Ed. São Paulo: T.A. Queiroz, 1987.

COSTA, Maria B. R. da. Rádio universitária da Universidade Federal de Goiás: uma alternativa que busca o seu caminho. In: ORTRIWANO, Gisela (Org.). Radiojornalismo no Brasil: dez estudos regionais. São Paulo: Com-Arte, 1987.

COSTELA, Antonio. O controle da informação no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1970.

__________. Comunicação do grito ao satélite. São Paulo: Mantiqueira, 1978.

ELIAS NETO, Cecílio. Piracicaba política (1942/1992); a história que eu sei. Piracicaba: edição do autor, 1993.

ESPINHEIRA. Ariosto. Rádio e Educação. São Paulo: Molhoramentos, 1934.

FARIA JÚNIOR, Alfredo G. de. Estudo de programação das estações radiodifusoras em funcionamento nas universidades brasileira. Rio de Janeiro: PUC, 1974. (Dissertação de Mestrado em Ciências da Comunicação).

FEDERICO, Maria E. Bonavita. História da comunicação - rádio e TV no Brasil. Petrópólis: Vozes, 1982.

FESTA, Regina D., LINS DA SILVA, Carlos E. Comunicação popular e alternativa no Brasil. São Paulo: Paulinas, 1986.

GOMES, Pedro Gilberto. O Jornalismo alternativo no projeto popular. São Paulo: Paulinas, 1990.

HORTA, José Silvério B. Histórico do rádio educativo no Brasil (1922-1970). Cadernos da PUC. Rio de Janeiro: PUC, nº 10, 1972.

LEME, Simone T. A produção de notícias nas AMs de Piracicaba.

Piracicaba: Universidade Metodista de Piracicaba, 1993. (Monografia de conclusão de curso de graduação)

LOPES, Saint-Clair. Comunicação-radiodifusão hoje. Rio de Janeiro: Temário, 1970.

MOREIRA, Sonia V. O rádio no Brasil. Rio de Janeiro: Rio Fundo, 1991

ORTRIWANO, Gisela S. A informação no rádio - Os grupos de poder e a determinação dos conteúdos. São Paulo: Summus, 1985. (Coleção Novas Buscas em Comunicação, v. 3).

PEREIRA, Lilian B. F. e outros. Rádio e Religião - Um estudo sobre os programas religiosos nas emissoras de rádio em Piracicaba e sua influência perante os ouvintes. Um estudo sobre o ano de 1991. Piracicaba: Universidade Metodista de Piracicaba, 1991. (Trabalho monográfico de conclusão de curso)

PEREIRA, Moacir. A democratização na comunicação - O direito à informação na constituinte. São Paulo: Global, 1987.

PERUZZO, Cicília. Comunicação e culturas populares. São Paulo: Intercom, 1995.

PIOVESAN, Angelo. Rádio educativo: avaliando as experiências das décadas de 60/70. Em: KUNSCH, Margarida M. K (Org.). Comunicação e educação: caminhos cruzados. São Paulo: Loyola/Intercom, 1986.

QUEIROZ, Adolpho C. F, GONÇALVES, João C.T, TOMAZIELO, Paulo S. Radiojornalismo em Piracicaba, programas e propagandas. Piracicaba: Universidade Metodista de Piracicab/FAP/CNPq, 1994. (Relatório de Pesquisa)

SALGADO, Álvaro. A radiodifusão educativa no Brasil. Rio de Janeiro: MEC- Serviço de Documentação, 1946.

SAMPAIO, Mário F. A história do rádio e da televisão no Brasil e no mundo. Rio de Janeiro: Achiamé, 1984.

SAMPAIO, Roosevelt P. Caracterização das emissoras de rádio educativo brasileiras nas entidades não universitárias. Niterói: UFF. (Dissertação de Mestrado).

SANTORO, Luis F. Rádios livres: o uso popular da tecnologia. Comunicação & Sociedade. São Paulo: Cortez, nº 6, 1985.

SEBEN, Guaraci T. Radiodifusão e a Rádio Passo Fundo: abordagem histórica. Passo Fundo: Universidade de Passo Fundo, 1997. (Monografia de conclusão de curso de especialização lato sensu)

SEGUNDO SIMPÓSIO RTV. A programação de rádio e TV no Brasil. São Paulo: ECA/USP, 1979.

TEDESCO, Miriê. Rádio Planalto de Passo Fundo: resgate histórico. Passo Fundo: Universidade de Passo Fundo, 1997. (Monografia de conclusão de curso de especialização lato sensu).

TOMAZIELLO, Paulo S. Rádio FM Municipal de Piracicaba: radiodifusão educativa e cultural (um estudo sobre o período 1989/1992). Dissertação de Mestrado em Ciências da Comunicação, junto à Fundação Cásper Líbero/SP, 1999.

VANPRÉ, Octávio A. Raízes e evolução do rádio e da TV: cronologia. Porto Alegre: Fundação Padre Landell de Moura/RBS, 1979.

WAMBIER, Manoel H. Rádio, uma proposta cultural. Em: O rádio - de AM e

FM a comunicação nas ondas da criatividade. Rio de Janeiro: Conselho Estadual da Cultura/Artefato, nº 7, 1979.

-----------------------

[1] Paulo Sérgio Tomaziello, Bacharel em Comunicação Social: Jornalista, Mestre em Ciências da Comunicação e Doutorando em Comunicação, Administração e Educação pela Universidade São Marcos/SP e professor nos cursos de Comunicação Social do Centro Universitário Salesiano de São Paulo (UNISAL) – Unidade Americana e nas Faculdades Integradas Claretianas de Rio Claro.

Ricardo Santana, Bacharel em Comunicação Social: Habilitado em Rádio e Televisão pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep) e Mestrando em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo - ECA/USP.

José Jorge Tannus Jr., Mestre em Comunicação, Administração e Educação pela Universidade São Marcos/SP, professor e coordenador do Curso de Comunicação Social do Centro Universitário Salesiano de São Paulo (UNISAL) - Unidade de Americana.

Maria da Graça Ortolani Arruda, Bacharel em Turismo, Especialista em Planejamento e Marketing e professora nos cursos de Comunicação Social, Turismo e Hotelaria da Faculdade Prudente de Moraes/Itu-SP; Centro Regional Universitário Espírito Santo do Pinhal-SP (CREUPI) e na Faculdade SENAC de Turismo e Hotelaria de Águas de São Pedro-SP.

[2]QUEIROZ, Adolpho C. F.GONÇALVES, João C. F, TOMAZIELO, Paulo S.. Radiojornalismo em Piracicaba, programas e propagandas. Piracicaba: Universidade Metodista de Piracicaba/FAP/CNPq, 1992. PEREIRA, Ana L. B. e outros. Rádio e religião. Piracicaba: Universidade Metodista de Piracicaba, 1991.

[3]Pesquisa de Opinião pública desenvolvida pelo Curso de Comunicação Social da Universidade Metodista de Piracicaba/Departamento de Comunicação, enfocando especialmente a área de jornalismo.

[4]QUEIROZ, Adolpho C. F.GONÇALVES, João C. F, TOMAZIELO, Paulo S.. Radiojornalismo em Piracicaba, programas e propagandas. Piracicaba: Universidade Metodista de Piracicaba/FAP/CNPq, 1992

[5]No período da pesquisa ainda não integrava a Rede Joven Pan, atuando com o nome de Rádio Educadora FM.

[6]O detalhamento da programação da FM Municipal, assim como as mudanças que sofrem com os diversos governos municipais, são objetos desta pesquisa.

[7]PEREIRA, Ana L. B. e outros. Rádio e religião. Piracicaba: Universidade Metodista de Piracicaba, 1991.

[8]Atualmente sua frequência é 105,9 MHz.

[9]Adilson Maluf (PMDB) foi prefeito de Piracicaba duas vezes. A primeira entre 1973 e 1976 e a segunda entre 1983 e 1988, nas duas vezes pelo PMDB. O processo de instalação da emissora ocorreu durante o segundo mandato.

[10]Durante a solenidade discursaram o diretor - presidente da emissora, Jamil Neto; o presidente da Câmara Municipal (PMDB), Braz Rosilho; o diretor regional do Dentel, Marcelo Coutinho da Silva; o então governador do Estado de São Paulo (PMDB), Orestes Quércia; o então ministro das Comunicações, Antonio Carlos Magalhães; o prefeito Adilson Benedito Maluf; o seu vice e candidato à sucessão, Antonio Fernandes Faganello (PMDB) e o monsenhor Jorge. A apresentação foi feita pelo radialista Xilmar Ulisses e teve ainda as execuções do Hino Nacional Brasileiro e do Hino de Piracicaba, no encerramento da transmissão.

[11]Autarquia municipal responsável pelo tratamento de água e esgoto da cidade.

[12]Depoimento do prefeito Adilson Maluf gravado em 28 de abril de 1997.

[13]Depoimento do prefeito Adilson Maluf, gravado em 28 de abril de 1997.

[14]Depoimento do radialista Jamil Neto, gravado em 25 de março de 1997.

[15]João Basílio foi o secretário dos Negócios Jurídicos na administração de Adilson Maluf.

[16]Depoimento do jornalista e radialista Xilmar Ulisses, gravado em 17 de março de 1997

[17]João Hermann Neto foi prefeito de Piracicaba entre 1976 e 1981.

[18]Depoimento do jornalista e radialista Xilmar Ulisses, gravado em 17 de março de 1997.

[19]Jamil Neto permaneceu a frente da FM Municipal até março de 1989, apesar da posse do prefeito petista José Machado e da indicação de um novo diretor presidente, Kerko Tomazielo. Ele procurou se amparar de todo tipo de justificativa legal para não entregar a direção da emissora, dificultando a posse da nova diretoria.

[20]Marcela Matavelli é radialista e publicitária, formada pela Unimep e atua na emissora desde a sua fundação.

[21]Depoimento da radialista e publicitária Marcela Matavelli, gravado em 8 de abril de 1997.

[22]As emissoras de FM no período eram a 97 FM (97,1), Rádio Educadora (103,1) e Rádio Difusora (102,3).

[23]Grupo de comunicadores, ligados ou simpatizantes do PT, formado pelo prefeito eleito José Machado, antes de sua posse, para avaliar os setores ligados à comunicação do governo municipal, visando formular propostas para os primeiros meses de administração.

[24]Depoimento do radialista Jamil Neto.

[25]Depoimento do prefeito Adilson Maluf.

[26]Depoimento do jornalista e radialista Xilmar Ulisses.

[27]Depoimento do jornalista Antonio Chapéu, gravado em 25 de março de 1997.

[28]Programa desenvolvido pela administração municipal, que unia lideranças populares e comunitárias, prefeito municipal e assessores nos mais variados bairros da cidade.

[29]Carlos Alberto Mattus- jornalista, radialista e hoje apresentador de programas na TV Beira Rio de Piracicaba.

................
................

In order to avoid copyright disputes, this page is only a partial summary.

Google Online Preview   Download