VÍDEO
Massangana Multimídia Produções
5OO ANOS:
O Brasil-Colônia na TV
Episódio I
Gente Colonial
Versão 4
setembro 1999
|VÍDEO |ÁUDIO |
| |-----------------------------------------------------------------Sequência 1 |
|FADE OUT |APRESENTADOR GERAL: |
|Apresentador humano caracterizado como um |No século dezesseis, o cotidiano brasileiro era muito diferente dos outros países. As |
|homem contemporâneo urbano. Aplicado sobre |condições de vida no Brasil faziam com que a sobrevivência dos estrangeiros dependesse |
|chroma-key (CK), com sombra. |de mudanças na sua maneira de ser e de pensar. Aqui, o comportamento dos colonos |
|BASE CK/ANIMAÇÃO ES7: detalhes de obras |misturava normas sociais da Europa e hábitos adquiridos na convivência com a terra e |
|pictóricas famosas associadas ao seu texto. |seus nativos. |
| |-----------------------------------------------------------------Sequência 2 |
| |LOCUTOR (OFF) + BG música tema: |
| |Imagine a TV viajando no tempo para mostrar o passado. Imagine a vida, as pessoas, os |
| |sonhos de outras épocas. Imagine tudo isso como era há alguns séculos. 500 anos: O |
|ANIMAÇÃO (CG/ES7): |Brasil-Colônia na TV |
|Câmera mergulha em sequência de quadros |(SOBE SOM) Episódio Um: Gente Colonial |
|famosos de momentos da história, |-----------------------------------------------------------------Sequência 3 |
|retrocedendo no tempo. |CORRESPONDENTE EUROPEU: |
|VINHETA de abertura. |No início da colonização, não havia mulheres européias no Brasil. Como as viagens eram |
|LETREIROS. FADE IN |difíceis e a Colônia não oferecia condições tão boas quanto a Europa, dificilmente as |
| |mulheres acompanhavam seus maridos naquelas expedições. |
| |-----------------------------------------------------------------Sequência 4 |
| |PORTUGUÊS 1: |
| |Aqui nesta terra só tem homem. |
| | |
| |PORTUGUÊS 2: |
|CORTE |Pois é. |
|LEGENDA: Brasil, 1550 | |
|LOCAL: Clareira na mata (chroma). Bonecos |PORTUGUÊS 1: |
|vão e vem. Dois deles comentam. |E eu estou me sentindo tão só! |
| | |
| |PORTUGUÊS 2: |
| |Iiih. Não olha pra mim com essa cara, não! |
| | |
| |PORTUGUÊS 1: |
| |Não é para você que estou olhando, Manuel. É para ela... Ai ai... |
| | |
| |PORTUGUÊS 2: |
| |É pecado! Os padres dizem que índio é mesmo que bicho. |
| | |
| |PORTUGUÊS 1: |
| |Do jeito que estou, nem ligo. Quero um bicho daqueles pra mim. |
|Boneco vê uma boneca índia muito bonita e | |
|sensual. |PORTUGUÊS 2: |
| |E a Igreja? |
| | |
| |PORTUGUÊS 1: |
| |Tá na Europa, bem longe, graças a Deus. Ei, indiazinha! Vem cá! |
| |-----------------------------------------------------------------Sequência 5 |
| |CORRESPONDENTE AMERÍNDIA: |
| |A medida em que chegavam mais e mais portugueses, tornaram-se comuns as famílias onde o|
| |pai era português e a mãe era nativa. Como acontecia em algumas tribos, muitos homens |
| |tinham várias esposas, mesmo que isso não fosse aceito pelos costumes europeus. |
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|VÍDEO |ÁUDIO |
|LOCAL: Clareira de mata ou cabana. Pode ser|-----------------------------------------------------------------Sequência 6 |
|chroma. Vários fundos. |PORTUGUÊS 1: |
|Sequência de depoimentos. |Tenho três mulheres e uns vinte e tantos filhos. |
| | |
| |PORTUGUÊS 2: |
| |Eu? Quantas mulheres? Umas doze. Filhos? E eu tenho tempo pra ficar contando filhos? |
| |-----------------------------------------------------------------Sequência 7 |
| |ANCIÃ TUPINIQUIM |
| |Esses homens brancos não conheciam coisa nenhuma deste lugar. Nós, mulheres nativas, |
|LOCAL: Interior de oca. |tivemos que ensinar tudo, senão eles morreriam por aí, coitados (ri). Foi conosco que |
| |eles aprenderam a andar pelos matos, a preparar comida com frutos da terra, fazer oca, |
| |usar a rede, escolher a erva certa pra fazer remédio. Aprenderam até a tomar banho todo|
| |dia. Sim, pois lá na terra deles não havia esse costume. Eu, hem. Tenho horror a homem |
| |fedendo a macaco. Sem banho eu não chego nem perto. |
| |-----------------------------------------------------------------Sequência 8 |
| |CORRESPONDENTE AMERÍNDIA: |
| |Logo veio a primeira geração de mulheres mestiças, filhas de europeus com nativos do |
| |Brasil. E foram com elas que os colonos que continuavam a chegar, formavam novas |
| |famílias. |
| |-----------------------------------------------------------------Sequência 9 |
| |MESTIÇA 1 |
| |Meu marido vive no mundo, viajando. As vezes passa um ano inteiro sem dar notícias. Eu |
| |tomo conta da casa, dos filhos. Quando eu não posso, minha irmã me ajuda. Quando ela |
| |não pode, eu ajudo. |
| | |
| |MESTIÇA 2 |
| |São muitas crianças. Cada mulher, aqui, é como se fosse mãe de todas elas. |
|LOCAL: Interior de uma casa. | |
|Ela está trabalhando cercada de crianças. |MESTIÇA 1 |
|Vêem-se ao fundo roupas estendidas. |Eu mesma ‘tô criando cinco de minha prima que morreu, duas de uma irmã que fugiu com um|
| |francês e ainda dou de mamar a filha da vizinha porque o peito dela secou. |
| | |
| |MESTIÇA 2 |
| |Aqui é assim: é quase tudo parente. A gente tem que se ajudar, mesmo. |
| |---------------------------------------------------------------Sequência 10 |
|LOCAL: Outro interior de casa. |CORRESPONDENTE AMERÍNDIA: |
|Está cozinhando. |As crianças mestiças pouco a pouco se afastavam das tribos de seus avós. Lentamente |
| |perdiam o contato com a cultura nativa. Na verdade, já não eram nem índios e nem |
| |europeus. |
| |---------------------------------------------------------------Sequência 11 |
| |MESTIÇA 1 |
| |Eu moro na vila, no porto dos navios. Minha tribo ficou lá nos matos. Acho que nunca |
| |vou vê-la de novo. Não sei mais por onde meu povo anda. Vivem por aí, ora brigando com |
| |brancos, ora brigando com outros índios. |
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|LOCAL: Interior de casa. | |
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|VÍDEO |ÁUDIO |
|LOCAL: Interior de oca. |ANCIÃ TUPINIQUIM |
| |Nossas filhas? Depois que casam com os brancos, desaparecem e não voltam mais. (Outro |
| |tom, mais contrita) Nunca mais... |
| |---------------------------------------------------------------Sequência 12 |
| |CORRESPONDENTE EUROPEU |
| |O Papa começou a enviar padres ao Brasil. Além de levantar igrejas, criar escolas e |
| |converter os índios ao catolicismo, caberia aqueles padres uma missão igualmente |
| |difícil: fazer com que os colonos voltassem a respeitar os mesmos padrões de |
| |comportamento europeus. |
| |---------------------------------------------------------------Sequência 13 |
| |PADRE |
| |Essa história de ter muitas mulheres, aqui, meus filhos, acabou. |
| | |
| |HOMENS |
| |Aaaaaah. |
|LOCAL: Interior de sacristia. | |
| |PADRE |
| |Todos vão ter que casar na igreja. Nada de concubinato. |
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| |PORTUGUÊS 1 |
| |Que diabo é isso? |
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| |PORTUGUÊS 2 |
| |É morar com uma mulher sem casar. |
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| |PORTUGUÊS 1 |
| |E com Quantas mulheres a gente vai poder casar? |
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| |PADRE |
| |Com uma só, é claro! |
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| |PORTUGUÊS 2 |
| |E o que é que eu vou fazer com as minhas outras mulheres? |
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| |PORTUGUÊS 1 |
| |E aquele montão de filhos que eu tenho? Vou fazer o que com eles? Dar pra onça comer? |
| |---------------------------------------------------------------Sequência 14 |
| |PADRE |
| |Caro Irmão Fernando: Essa pouca vergonha não pode continuar. Fale urgentemente com |
| |El-Rey. Ele precisa mandar mulheres brancas para cá. E logo! |
| |---------------------------------------------------------------Sequência 15 |
| |CORRESPONDENTE MAZOMBO |
| |E as mulheres brancas vieram. Doze órfãs portuguesas que desembarcaram em Salvador. As |
| |primeiras de muitas mulheres que viriam da Europa, dali por diante. |
| |---------------------------------------------------------------Sequência 16 |
| |MULHERES |
| |(Falas diversas, tumulto) Ave, que terra tão quente! (Outra) Ai, que sol tão forte! Meu|
| |rosto está ardendo! (Outra) Estou com tanto medo! (Outra) Estou enjoada! Vou vomitar! |
|LOCAL: Birô de sacristia. Personagem do |(Outra) Quanto mato, Jesus! (Outra) O que será que vai acontecer com a gente? |
|Padre escreve uma carta. | |
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|LOCAL: Porto de Salvador. | |
| |ÁUDIO |
| |(Outra) Quero voltar! Estou com medo! (Outra) Eu também! (Outra) Eu também! (Outra) |
| |Pois eu não estou com nem um pingo! Meninas: que a nossa aventura comece! |
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| |MESTIÇA 1 |
| |O que é que essas mulheres têm que nós não temos? |
| | |
| |MESTIÇA 2 |
| |Brancura. O resto é igualzinho. Pode ter certeza... |
| |---------------------------------------------------------------Sequência 17 |
| |CORRESPONDENTE MAZOMBO |
| |E as portuguesas se casaram com os mestiços filhos de portugueses. E os filhos deles, |
| |continuaram se casando com índios ou com outras mulheres brancas. É claro que a Igreja |
| |não podia ser tão rigorosa no Brasil como era na Europa, já que a realidade aqui era |
| |bem diferente. E os padres compreenderam que algum tempo seria necessário até que tudo |
| |se organizasse como o Papa desejava. Mas a igreja não era tão tolerante com as famílias|
| |mais ricas ou com aquelas que vinham diretamente da Europa para construir sua vida na |
| |Colônia. |
| |---------------------------------------------------------------Sequência 18 |
| |FILOMENA |
| |A gente nunca sai de casa. Só aos domingos, ao raiar do dia, para assistir à missa. |
| | |
| |ADELAIDE |
| |Ou então nas procissões, nas festas da Igreja e nos casamentos. |
| | |
| |FILOMENA |
| |Em algumas vilas, quando as meninas ficam maiores, são levadas para o recolhimento das |
|LEGENDA: Capitania de Pernambuco, 1590 |freiras. |
|LOCAL: Interior de casa. | |
| |FREIRA |
| |Aqui elas aprendem de um tudo: ler, fazer contas, bordar, cozer, cuidar da casa. |
|LOCAL: Interior de outra casa. | |
| |FILOMENA |
| |São preparadas para serem boas esposas. |
| | |
| |FREIRA |
| |Eu mesma vim para o convento porque meu pai era pobre. Como eu não tinha dote, acabei |
| |me casando com Jesus. |
| | |
| |FILOMENA |
|LOCAL: Claustro de convento (chroma-key) |Como não temos freiras por estas bandas, minhas filhas aprendem tudo comigo, com as |
| |primas e com as amigas. |
| | |
| |RITA |
| |E aprendem com a gente também, que eu não sou besta. Ficam com cada olho deste tamanho |
| |reparando no serviço da gente pra aprender a fazer igual. Pensam que eu não vejo, não, |
| |é? |
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| |FILOMENA |
| |Sou uma ótima esposa. Minha filha também vai ser. |
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|LOCAL: Interior de outra casa. | |
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|VÍDEO |ÁUDIO |
| |ADELAIDE |
| |Minha filha precisa casar. Ela tem quinze anos. Já está passando da idade. |
| |---------------------------------------------------------------Sequência 19 |
| |DOM LOPES |
| |Estou tão sozinho, Martins. Viúvo, sem uma mulher para mandar na casa. |
|LOCAL: Vila ao ar livre. | |
| |DOM MARTINS |
| |Ô compadre! Vosmecê podia casar com minha filha de 15 anos. |
| | |
| |DOM LOPES |
| |Você acha? |
| | |
| |DOM MARTINS |
| |Decerto que acho! E vai ser ótimo para nós! Veja: eu tenho meu engenho e você tem o |
| |seu. Com esse casamento juntaremos tudo isso e ficaremos muito mais poderosos! Que |
| |acha? Não é uma boa idéia? |
| | |
| |DOM LOPES |
| |Sim. É uma idéia maravilhosa! |
| |---------------------------------------------------------------Sequência 20 |
| |AUXILIADORA |
| |É uma idéia horrorosa, mamãe! Dom Lopes é tão velho! Não dá pra arrumar outro, não? |
| | |
| |ADELAIDE |
| |Aaah, Dorinha, Dom Lopes é um homem muito rico. Pense na vida que você terá! |
| | |
| |AUXILIADORA |
| |(Para a câmera) Igualzinha a dela. Trancada em casa e rezando o dia todo. |
|LOCAL: Sala de Engenho. | |
| |ADELAIDE |
| |O que você disse, amor? |
| | |
| |AUXILIADORA |
| |Nada, mãe. Nada. |
| | |
| |DOM MARTINS |
| |Auxiliadora! Venha cá, minha filha, conhecer seu futuro esposo. |
| | |
| |DOM LOPES |
| |Olá, senhorinha, como vai? |
| | |
| |AUXILIADORA |
| |(Para a câmera) Tô frita. |
| | |
| |DOM LOPES |
| |Estou tão feliz que já posso até ver nossa casa, cheinha de filhos! Você consegue ver |
| |isso, também, menina? |
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|Entra Dom Lopes é um velhinho de olhos | |
|arregalados e com a língua de fora. | |
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|VÍDEO |ÁUDIO |
| |ADELAIDE |
| |Acho que não, Dom Lopes. Ela desmaiou. |
| | |
| |DOM MARTINS |
| |Mulher é assim mesmo. Nunca resiste a tanta felicidade. |
| |---------------------------------------------------------------Sequência 21 |
| |CORRESPONDENTE MAZOMBO |
| |Naquela época a família era patriarcal, que quer dizer: o pai era o chefe. Em regiões |
| |como o Nordeste, onde circulava muita riqueza, os donos de engenho tinham um poder |
| |quase absoluto sobre tudo, incluindo seus parentes e suas mulheres. |
| |---------------------------------------------------------------Sequência 22 |
| |TERESA |
| |Ritáá! Sabia que o meu senhor gosta “muitcho” de mim? |
| | |
| |RITA |
|LOCAL: Rua de uma vila. |Não. |
| | |
| |TERESA |
| |Pois gosta. Gosta, não. Adora. Ele me acha linda. Pisca o olho quando eu passo, me dá |
| |presentes. Escondido, não é, para não criar nenhum problema para mim, “compreendje”?. E|
| |o seu dono? Ele gosta de você? |
| | |
| |RITA |
| |Desse jeito esquisito, aí, não. E eu prefiro assim. |
| | |
| |TERESA |
| |Eu sei, Rita, eu sei. Beleza não é para todo mundo. O meu senhor, mesmo, não me deixa, |
| |“compreendje”? Me visita todas as noites! Já tenho três filhos com ele. |
| | |
| |RITA |
| |Três filhos? Não seriam, por acaso, três escravos? |
| | |
| |TERESA |
| |Humpf! Sai pra lá, que mulher invejosa. |
| | |
| |RITA |
| |Não é inveja, não, Teresa. É a verdade, “compreendje”? |
| |---------------------------------------------------------------Sequência 23 |
| |CORRESPONDENTE MAZOMBO |
| |Os senhores de engenho e os comerciantes ganhavam fortunas com o açúcar. As vezes |
| |promoviam grandes banquetes, dos quais as mulheres não participavam. Havia muita |
| |comida, temperos importados, carnes variadas, tudo regado por litros e litros de bom |
| |vinho português. Cada um daqueles homens que procurasse mostrar maior riqueza que o |
| |outro. Os europeus chegaram até a dizer, naquela época, que havia mais vaidade no |
| |Brasil do que na própria Europa. |
| |---------------------------------------------------------------Sequência 24 |
| |FILOMENA |
| |Nós também participamos de algumas festas. |
| | |
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|LOCAL: Sala de um engenho. | |
|VÍDEO |ÁUDIO |
|LOCAL: Quarto de outro engenho. |AUXILIADORA (grávida) |
| |Uma ou duas vezes por ano, mas é melhor do que nada. |
| | |
| |FILOMENA |
| |Nas procissões do padroeiro, por exemplo, trocamos essas batas de tecido fino que |
| |usamos em casa por belíssimos vestidos. |
| | |
| |AUXILIADORA (grávida) |
| |Eu fico linda e quero todo mundo lindo também. Levo minhas escravas muito bem |
| |arrumadas. Boto um ouro ali, uma prata acolá, muita renda, água de cheiro. Claro, não |
| |é, para que as outras senhoras vejam como eu sou rica. Morram de inveja. |
| |---------------------------------------------------------------Sequência 25 |
| |TERESA |
| |Está vendo essa pulseira de ouro, Rita? É da sinhá. Ela bota em mim toda vez que tem |
| |festa. N´é linda? Foi muito mais cara do que eu, “compreendje”? |
| | |
|LOCAL: Procissão do padroeiro. |MARIA DE LOURDES |
| |Ai, meu Deus, como vocês estão lindas! Esses vestidos, essas jóias! Vocês tem muita |
| |sorte. Queria tanto me vestir assim, mas só uso molambos. Sou tão pobre. |
| | |
| |RITA |
| |Deixa de tua besteira, mulher. É pobre, mas é livre. Vai cuidar da tua vida, vai, vai. |
| |---------------------------------------------------------------Sequência 26 |
| |APRESENTADOR GERAL |
| |Uma das fontes de riquezas do Brasil-Colonial foi a monocultura de cana-de-açúcar. Em |
| |torno dela se construiu uma realidade marcada por senhores brancos e negros |
| |escravizados. Veja no próximo episódio, a vida na Casa Grande, o funcionamento dos |
| |engenhos e as dificuldades de quem trabalhava na terra e vivia na senzala. |
| | |
| |CRÉDITOS FINAIS |
|Geral da procissão. FADE IN | |
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