Prof. Renata Valente



Universidade Nove de Julho

Prática de Redação Empresarial

Profa. Me. Renata V. F. Vilela (*)

Departamento de Gerenciais

2014

|Nome da Disciplina: |Carga Horária: |Módulo: |Grade / Ano: |

|Prática de Redação Empresarial. |68 horas |3º |2012/1 |

|Ementa: |

|Considerações sobre a Noção de Textos. As Relações entre textos. Níveis de leitura de um texto. Texto literário e texto não literário. |

|Argumentação. Defeitos de Argumentação. Coerência. Coesão textual. Dissertação Subjetiva. Discurso dissertativo. Aplicação prática em cartas |

|comerciais, memorandos, ofícios, relatórios, etc. |

|Conteúdos Programáticos: |

|Apresentação do programa. |

|Considerações sobre a noção de textos. |

|Análise de textos. As relações entre textos. |

|Níveis de leitura de textos. |

|Texto literário e não literário. |

|Argumentação. |

|Objetividade e Coerência. |

|Coesão textual subjetiva. |

|Discurso dissertativo. |

|Análise textual e aplicação prática. |

|Redação de atas, pautas, memorandos, ofícios, circular e cartas comerciais, relatórios gerenciais. |

|Objetivo: |

|Interpretação e redação de textos e exercício contínuo de trabalho de leitura e escrita do aluno – respeitando o rigor ortográfico e de estilo de |

|redação. |

|Metodologia: |

|Aulas expositivas, trabalhos individuais, exercícios, leitura extra-classe. |

|Bibliografia Básica: |

|GOLD, Miriam. Redação empresarial: escrevendo com sucesso na era da globalização. São Paulo: Prentice Hall, 2004. |

|RODRIGUEZ, Manuela M. Manual de modelos de cartas comerciais. 8.ed. São Paulo: Atlas, 2003. |

|MEDEIROS, João Bosco, Correspondência : técnicas de comunicação criativa , São Paulo: Atlas, 2002. |

|MEDEIROS, João Bosco, Português instrumental , São Paulo: Atlas, 2009. |

|BLIKSTEIN, Izidoro. Técnicas de comunicação escrita. 22. ed. São Paulo: Ática, 2008. |

AULA 1

Título: Considerações sobre a noção de textos empresariais

Objetivo específico: Preparar o aluno para a compreensão dos textos empresariais, sua distinção dos textos comuns e a necessidade de se escrever com concisão, clareza, objetividade e correção gramatical.

Alguém produziu.....

Na correria da vida cotidiana deparamo-nos com várias manifestações escritas e orais. É comum nos maravilharmos diante de uma boa peça publicitária encontrada em jornais e revistas que às vezes parece uma obra de arte, tal seu poder de nos agradar, maravilhar! Quem nunca se pegou admirando um texto a ponto de imaginar que nunca poderia escrever da mesma forma, utilizando aquelas palavras bonitas, bem colocadas.....um verdadeiro trabalho de artista!

Existem pessoas que se põem a imaginar quem está do outro lado do texto. Quem poderia ter escrito esse texto? Que formação acadêmica teria? De que requisitos básicos dispõe para produzir tão adequadamente?

Se você é uma dessas pessoas que se põe a admirar secretamente o autor daquelas palavras, parabéns! Você está dando o devido valor a alguém que se sentou a uma mesa de trabalho, pesquisou, leu, escreveu, corrigiu, revisou e finalizou um texto para sua apreciação! Isso mesmo! Todo texto tem um autor! E esse autor, para produzir um texto que te tocou tão profundamente, deve ter levado em conta as características do seu possível leitor.

Assim, um bom produtor de textos é aquele que não se preocupa apenas com O QUE VAI ESCREVER, mas sim, PARA QUEM VOU ESCREVER. O “quem vai me ler” deve guiar todo o processo da escrita. Um texto que não tem um destinatário em mente fatalmente incorrerá em erros porque não foi pensado num público-alvo.

Por que se lê?

A leitura de um texto é feita para satisfazer os objetivos do leitor. Ora, lê-se porque o texto é uma fonte de informações e novidades, porque se quer aprender algo, receber notícias de alguém, tomar conhecimento de uma cobrança financeira, um comunicado da direção, um recado do colega da mesa ao lado, e muitas outras razões. Até mesmo a leitura de um romance, um texto literário, satisfaz uma necessidade do seu leitor: relaxar, ser envolvido por uma bela história......

O sentido de um texto é construído na interação que se realiza entre o autor e o leitor:

“(...) Em sua eterna busca, o ouvinte/leitor de um texto mobilizará todos os componentes do conhecimento e estratégias cognitivas que tem ao seu alcance para ser capaz de interpretar o texto como dotado de sentido. Isto é, espera-se sempre um texto para o qual se possa produzir sentidos e procura, a partir da forma como ele se encontra linguisticamente organizado, construir uma representação coerente, ativando, para tanto, os conhecimentos prévios e/ou tirando as possíveis conclusões para as quais o texto aponta. O processamento textual, quer em termos de produção, quer de compreensão, depende, assim, essencialmente, de uma interação – ainda que latente - entre produtor e interpretador.” (Koch, 2002:19)

Observe, ao ler o leitor vai acionar (automaticamente) todo o conhecimento que tem a respeito desse assunto. Para isso, deve ter sido produzido para um leitor da sua categoria. Se o seu leitor é alguém da sua família ou círculo de amigos, é evidente que você utilizará uma linguagem informal para se dirigir a eles. Por outro lado, quando for se dirigir ao coordenador do seu curso na faculdade para solicitar uma mudança de sala de aula por esta ser pequena demais para sua turma, utilizará uma linguagem mais formal e cuidadosa. Afinal, o seu coordenador é alguém que se encontra em um nível hierárquico superior ao seu e merece tal deferência.

Você pensou no seu leitor, pensou num nível de linguagem adequado a ele e escreveu um texto como o do exemplo abaixo:

Prezado Professor Coordenador Oswaldo,

Venho por meio dessa solicitar-lhe a transferência dessa turma emérita do Curso de Tecnologia em Secretariado de modo a satisfazer nossos objetivos de acomodarmo-nos em um espaço maior e não tão contíguo como esse em que, por ora, nos encontramos.

Certos de termos nossa reivindicação, mui justa e respeitosa, atendida, despedimo-nos com sinceros votos de felicidades.

Sem mais para o momento,

Alunas do 3º semestre do curso de Tecnologia em Secretariado na Universidade Nove de Julho.

Como é??????

A solicitação acima está coerente com seu objetivo:

-transferir a turma de uma sala pequena para uma maior.

O texto tem um destinatário definido:

- Coordenador do curso de Tecnologia em Secretariado da Universidade Nove de Julho.

Foi escolhido um nível de linguagem adequado:

- Formal

Então, qual foi o PROBLEMA????

Você deve ter percebido que a linguagem utilizada apesar de formal é completamente antiquada! Existem falhas na escrita acima como por exemplo o uso de:

SEM MAIS PARA O MOMENTO: forma rude de se finalizar uma comunicação. Não há mais nada mesmo para ser acrescentado? O emissor dessa mensagem não vai mais se comunicar com esse destinatário?

E o que dizer de TURMA EMÉRITA? Será que o autor dessa carta quis dizer, maravilhosos, estudiosos, alunos únicos..... Autoestima elevada é bom, mas, de qualquer maneira, foram usados adjetivos demais: emérito, mui justa e respeitosa, sinceros. Outros exemplos de linguagem arcaica, rebuscada.

Por espaço “contíguo”, será que a turma pretendia dizer “ reduzido”, “diminuto”, “pequeno”? A palavra contíguo significa adjacente, vizinho (Houaiss, 2009) e não parece que era esse o sentido pretendido......A isso chamamos de IMPRECISÃO VOCABULAR.

Comunicação:

A palavra COMUNICAÇÃO, tem em sua raiz o propósito de TORNAR COMUM. E a maneira mais eficaz de se verificar, em uma situação comunicativa, se realmente houve comunicação, é esperar pela RESPOSTA. Se essa resposta for a esperada pelo autor do texto, então houve comunicação. Será que ao ler a solicitação dos alunos de Secretariado, esse Coordenador resolveu imediatamente atendê-los, providenciando uma sala maior, ventilada, satisfazendo sua necessidade ou começou a....RIR!?!! Pode ter imaginado que os alunos dessa sala são da terceira idade, uma turma de velhinhos e velhinhas muito bem intencionados! Ou, na pior hipótese, de que se trata de pessoas que passaram muito tempo sem ler um texto moderno.

Isso porque a linguagem utilizada também revela a idade do emissor, mora, broto? Revela o nível de informação, o grau cultural...

Não se esqueça: a sua linguagem é seu cartão de visitas. Que imagem você quer transmitir para seus interlocutores?

Além da imagem.....

Como observamos, a linguagem utilizada revela muito do seu autor. Mas além desse cuidado, deve-se observar o tempo que o leitor levará para ler, compreender e produzir uma resposta ao que está no texto. No exemplo acima, podemos imaginar além das situações elencadas ( risadas, velhinhos....) que o coordenador tenha recebido nesse dia 30 solicitações de alunos. É um volume considerável de textos, se formos considerar o tempo que ele levará para ler, analisar e responder ( com uma resposta escrita ou satisfazendo a solicitação).

Assim, é necessário levar em consideração o tempo que o outro levará para decodificar o sentido das palavras e para evitar que se perca esse recurso cada vez mais escasso no mundo moderno, há que se considerar o uso das frases simples, sem ordem indireta e palavras rebuscadas. Veja:

Venho por meio dessa solicitar-lhe a transferência dessa turma emérita do Curso de Tecnologia em Secretariado de modo a satisfazer nossos objetivos de acomodarmo-nos em um espaço maior e não tão contíguo como esse em que, por ora, nos encontramos.

Possível correção:

_________________________________________________________________________________________________________________________________________

Viu? É muito mais PRODUTIVO ir direto ao assunto!

E a boa escrita pode SIM ser praticada e desenvolvida. Vamos continuar nossa conversa na próxima aula?

SAIBA MAIS: níveis de linguagem

Nível culto: A linguagem culta corresponde à variante padrão, que é utilizada por intelectuais, diplomatas e cientistas. O falado culto é raramente empregado, mas pode-se reconhecê-los em alguns âmbitos mais formais como o jurídico. O vocabulário é rico, diversificado e as normas gramaticais muito respeitadas. Não há uso de gírias e demonstra uma linguagem trabalhada e original. Predomínio da oração subordinada.

Nível familiar (comum): Por ser utilizado nas reuniões familiares, entre amigos, situações de cotidiano, esse nível não segue os preceitos formais do nível culto, nem a rígida preocupação gramatical. O vocabulário é limitado, repetitivo. As frases são curtas e predominam as orações coordenadas. É mais comum de ser encontrada no registro oral, mas a televisão, o rádio, os meios de comunicação de massa a utilizam pela facilidade de atingir mais pessoas. Nos casos em que a linguagem familiar deve ser lida, é comum uma maior preocupação com a gramática e as normas ortográficas.

Dentro das empresas observa-se uma preocupação em utilizar uma linguagem culta, mas que seja próxima ao público-alvo. Os textos não são redigidos para serem compreendidos por doutores, mas também não se encontram fugas ao padrão culto ou erros grosseiros gramaticais.

Nível popular: Também chamada de nível coloquial, podemos considerar como a linguagem do dia a dia, onde pessoas comuns se dirigem a pessoas comuns com objetivos comuns. É considerada de pouco prestígio pois é onde se encontram as gírias e as imprecisões ortográficas como“espermercado”(supermercado), cardineta”(caderneta), estango” (estômago), entre tantas outras que fazem a festa na boca do povo. O vocabulário é pobre e foge às convenções da norma culta gramatical.

É a linguagem de pessoas de mesmo grupo social e têm baixo grau de escolaridade, quando não analfabetas.

TEXTO COMPLEMENTAR

Comunique-se!

Os negócios do século XVI ultrapassaram as fronteiras nacionais e foram aportar em terras estrangeiras. Comunicar-se nessa era globalizada tornou-se mais difícil e trouxe à tona a necessidade de se aprender uma segunda língua, terceira...

Mais que falar outro idioma é preciso entender o que os seu interlocutor fala também em relação a sua cultura. Muita comunicação fica além das palavras e se concentra em gestos e modos de comportamento.

Para que seu repertório ultrapasse as historietas ilustradas nos livros didáticos, busque a informação sobre os diferentes povos. Leia, converse com quem já visitou outros países ou mantém relações comerciais com eles. Aqui o importante é entender o contexto sócio-econômico-cultural das pessoas com quem você vai lidar.

Os jornais e revistas especializados têm mostrado exemplos de pessoas que sabem do valor da informação. É comum profissionais usarem seus conhecimentos gerais para lidar com clientes internacionais. Os ingleses, por exemplo, são pessoas audazes, dadas ao risco. A história os mostra como colonizadores, então uma boa abordagem os levará a investir na sua empresa. Na Argentina, é melhor evitar o assunto futebol para não passar uma imagem provocativa. Os americanos, apesar de ousados na sua filmografia, não têm o costume de se aproximar muito em conversas. O contato físico é reservado para momentos íntimos e pessoais, não se observam grandes manifestações de carinho em público.

Atentar-se para como as pessoas se comunicam, comportam-se em público é a chave também. A comunicação não-verbal também faz parte da observação e as empresas possuem públicos variados.

Se você é tímido(a) precisa fazer um esforço extra para aprender a se posicionar em reuniões a fim de prender a atenção das pessoas enquanto expõe suas opiniões. Existem cursos de comunicação e liderança que exploram os processos mentais dos interlocutores e indicam a forma mais apropriada de se dirigir a elas.

GRAMÁTICA DE USO

Leia o texto abaixo e escolha as palavras que estão de acordo com a norma padrão da língua portuguesa:

Brasileiro não sabe a qual classe social pertence, diz estudo

É o que mostra pesquisa do Data Popular feita no segundo trimestre deste ano com 3.000 entrevistados em 251 cidades de 26 Estados

DA REDAÇÃO 14/08/2011 11h46

Disponível em Acessado em 15/08/2011

A maior parte dos brasileiros no topo da pirâmide (acreditam/acredita) que (faz/fazem) parte da classe média e (mais/ mas/ más) de um terço se considera (baixa/ baicha) renda. Já aqueles que integram a classe C também se (enxergam/ enchergam) em um patamar inferior ao real.

É o que mostra pesquisa do Data Popular feita no segundo trimestre deste ano com 3.000 entrevistados em 251 cidades de 26 Estados.

"A percepção da população em relação ao seu padrão de vida, em grande parte, não (reflete/refletem) a realidade", afirma Renato Meirelles, sócio-diretor do instituto.

No caso dos integrantes das classes AB (renda média domiciliar de R$ 8.393), 55,2% se (consideraram/considerou) da classe média (R$ 2.295), quando somente 9,6% se (classificou/classificaram) corretamente.

Outros 35,2% avaliaram ser da baixa renda (média de R$ 867). Ao (serem questionados/ ser questionado), não (foi informado/ foram informados) sobre o critério de renda da classificação.

Na classe C, 32,5% se (posissionaram/ posicionaram corretamente, (mas/ mais/ más) 65,7% disseram fazer parte da (baixa/ baicha) renda.

Patamar

"Grande parte dos integrantes da classe média brasileira (estão/está) nesse estrato (há/ a/ à) pouco tempo. Eles vieram da baixa renda e ainda se (enchergam/ enxergam) nela. Sabem que o padrão de vida está melhorando, (más/ mais/mas) não (considera/consideram) a mudança de patamar."

Por outro lado, (há/ a/ à) ainda outros 16,9% de (cidadãos/ cidadões) de baixa renda que pensam que (é/ são) da classe média.

"São os emergentes que se consideram da classe média baixa, (más/mas/mais) que ainda não são. Como eles (tem/têm) perspectiva de (crescimento/ crecimento/ cressimento) na renda, avaliam erroneamente", diz o diretor do Data Popular.

(Fonte: FolhaOnline)

AULA 2

Título: As relações entre textos.

Objetivo: Enfatizar ao aluno a necessidade de se utilizar uma linguagem moderna e que reflita a imagem da empresa e dos tempos atuais, gerando economia de tempo e dinheiro.

Apresentar noções básicas de clareza na escrita de um texto.

Você sabe com quem está falando?

A frase acima nos remete a um momento desagradável em que duas pessoas discutindo, invariavelmente uma delas se vira para a outra e solta um: Você sabe com quem está falando?

Sabemos que essa expressão é rude, grosseira e carrega um alto significado preconceituoso, pois quem fala está colocando-se numa posição superior ao outro e exige um respeito que nem sempre é merecido. Boas maneiras e canja de galinha......

Mas nosso foco nesse curso é o de PAZ e AMOR e respeito à Dona Empresa em que trabalhamos! Assim, nossa frase predileta, ao escrever deve ser:

Em nome de quem estou escrevendo?

Você se lembra do que discutimos na aula passado a respeito de comunicar= tornar comum? E que a eficácia da comunicação é medida pela resposta do interlocutor? Pois bem, na correspondência que circula dentro e entre empresas sempre existe uma “pessoa” que escreve e um destinatário que podem ser os funcionários internos, vendedores externos, clientes, fornecedores, setores governamentais e até empresas concorrentes. Essas pessoas que recebem a correspondência devem dar uma resposta à nossa comunicação: seja na forma de aceitar um novo contrato de trabalho, um novo acordo entre funcionários para mudar o horário de entrada e saída, negociação de novos valores, atender a uma solicitação junto à prefeitura, etc. Se a resposta não for satisfatória o texto deve ser repensado e reescrito (Gold, 2005:5).

Uma resposta que não chega ou demora demais para ser recebida por sua empresa, pode ter várias causas. Se o texto estava confuso, mal escrito, provavelmente não surtiu o efeito desejado. O interlocutor(es) pode ter perdido um tempo enorme tentando “traduzir” o conteúdo da correspondência e ter chegado a uma conclusão que não a esperada por sua empresa. Ou, pior ainda, podem ter desistido de ler e jogado seu documento na gaveta mais próxima. Quando essas situações acontecem, existe uma perda de tempo e dinheiro. Pessoas param de fazer o que deveriam estar fazendo para se dedicar a essa leitura, prazos são esgotados e dinheiro pode ser perdido. Viu em quanto prejuízo uma linguagem mal elaborada pode acarretar?

Dá para piorar? Dá. Às vezes o autor do texto esqueceu-se completamente que estava se comunicando em NOME DA SUA EMPRESA e utilizou expressões antigas, rebuscou demais as palavras, esqueceu-se de revisar o texto, incorrendo em absurdos gramaticais e a sua empresa ficou em maus lençóis. Se a linguagem é seu cartão de visitas pessoal, o que dizer de uma empresa que se pretende moderna, atual, ajustada às demandas do mundo moderno tendo um funcionário que escreve como se tivesse saído de uma cápsula do tempo? Sem falar que esse funcionário não deve ter assistido às aulas de português da sua escola, faculdade e nem cultiva o hábito de ler, porque para escrever assim......

A linguagem bem empregada, vale ouro!!!! É moeda de troca entre grandes empresas. Enquanto a sua corrige um texto mal escrito, transações milionárias são efetivadas, isenções tributárias são concedidas, funcionários são promovidos e a sua amarga um ostracismo....

Técnicas de Comunicação Escrita

No livro Técnicas de Comunicação Escrita, o autor Izidoro Blikstein (2006), ilustra todo o conteúdo com a história de um email enviado por um gerente a sua secretária em que lhe pedia para reservar um lugar, à noite, no trem das 8 para o Rio. A secretária apressadamente dirigiu-se, à noite, à estação ferroviária e reservou um lugar para o dia seguinte, no trem das 8h. 8 horas da manhã seguinte! Reservou. Não comprou.

No outro dia estranhou ao encontrar seu gerente no escritório, quando este deveria estar a quilômetros de distância do escritório. Para resumir a situação, o gerente estava crente de que sua secretária tinha COMPRADO uma passagem em uma cabina com leito no trem noturno, já que não gosta de viajar de avião e muito menos durante o dia.

A secretária tentou consertar o mal entendido, entrou em contato com a estação para comprar uma passagem no horário preferido por seu chefe, mas infelizmente, não foi possível. As passagens estavam esgotadas e o gerente perdeu o trem e o cliente!

Você deve estar pensando: Mas que secretária relapsa! Ela não conhece as preferências de seu gestor? Como pode ter cometido um erro tão grave?

Pois foi exatamente assim que o gerente se manifestou. Enraivecido, despejou toda a sua indignação na funcionária que revidou à altura mostrando-lhe que o email estava IMPRECISO e, portanto, não produziu a resposta que o seu chefe almejava.

Falta de clareza, imprecisão

No caso relatado, as palavras que causaram toda a confusão foram:

À noite, Lugar e Reserve (que o gerente grafou com Z = reZerve)

Por À NOITE, o gerente se referia à noite seguinte;

Por LUGAR, o gerente se referia a CABINA COM LEITO;

Por RESERVE, o gerente se referia a COMPRE.

Isso tudo aconteceu porque na cabeça de quem escreve tudo está muito claro. A ideia é muito simples. Como é que ela não entendeu isso? Simplesmente porque as pessoas são diferentes e pensam diferente! Quem escreve um texto deve se preocupar com a mensagem que vai transmitir e como essa mensagem pode ser interpretada. Não basta estar claro para quem escreve, tem que estar muito claro para quem lê, senão o texto não vai produzir a resposta desejada, neste caso comprar uma passagem no trem noturno do dia seguinte, numa cabina com leito.

Quem escreve, por ter a mensagem clara na mente, desvia-se dos possíveis erros quanto ao sentido e descuida-se da transmissão de ideias que se perdem. Sem falar que um texto escrito às pressas pode conter, ainda, imprecisões vocabulares os chamados erros gramaticais.

Voltando a nossa historieta, depois de muita discussão, os dois chegaram à conclusão de que realmente o texto estava impreciso e era possível, sim, que a secretária não tivesse entendido bem logo de início. O autor do texto brinca com as palavras e diz que “quem não escreve bem, perde o trem!” (Blikstein, 2006: 14).

Nem sempre (na maioria das vezes) temos a liberdade que essa secretária teve com seu gerente. Normalmente a regra é outra: “Manda quem pode, obedece quem tem juízo!!!!” E como comentamos anteriormente, tempo é dinheiro!

Assim, terminamos essa aula, mas não esgotamos esse assunto! Esperamos que você tenha compreendido a necessidade de adequar a linguagem de modo a produzir uma mensagem clara e que satisfaça a imagem pública a sua empresa.

AULA 3

Título: Texto verbal e não verbal

Elementos da comunicação

Objetivo: Conceituar texto e ressaltar alguns cuidados com a elaboração textual.

Caracterizar os elementos da interação discursiva.

O texto fala?

A expressão acima é muito utilizada em sala de aula quando o professor pergunta sobre o assunto principal do texto. O aluno, depois de ler e reler o texto que tem em mãos começa sua resposta com: O texto fala...

Não é de todo incorreto, mas se pensarmos que quem fala somos nós, seres humanos, então o texto, caro amigo, não, não fala. Não do sentido que nós damos à fala, produção de fonemas orais. Mas o texto “fala” porque “conversa” com seu leitor. “Negocia” seus significados.

Segundo Platão & Fiorin ( 2003), o texto é um todo organizado de sentido; é um objeto integralmente linguístico e histórico; e para ser texto, não necessita de uma forma fixa, podendo ser verbal, não verbal.

“Leia” o texto abaixo:

[pic]

Fonte: Marina de La Riva- Arquivo pessoal da autora do material

A imagem acima não usa palavras, mas pode-se claramente perceber, pelo microfone e a postura da moça que é uma cantora e nesse momento em que foi fotografada estava interpretando uma música. Temos, nesse caso um exemplo de texto não-verbal. Para compreender a foto, aquele que a vê, precisa ter visto uma cantora antes, ou lido alguma descrição em algum lugar. Para os mais sensíveis, a postura compenetrada da cantora pode produzir um tal enlevo que se pode até ouvir a música que canta....A imagem representa um todo coerente e organizado. O show mostrado foi apresentado em uma casa de shows da cidade de São Paulo e a foto tirada por uma fã presente na plateia.

Então veja:

sequências visuais que compõem o texto: uma mulher apoiada em um microfone, sobre um palco, vestido longo com detalhes floridos; expressão facial de enlevo.

Objeto em jogo entre quem vê a foto e quem a tirou: o momento em que uma cantora executa uma música e se coloca de forma compromissada com seu ofício.

Podemos pensar na música como parte de uma interação, como veremos logo abaixo.

Elementos da comunicação

Antigos esquemas mostravam uma comunicação de “mão-única”. Um emissor, aquele que falava primeiro, dirigia uma fala, ou texto escrito para outra pessoa, que era considerada o receptor da mensagem. No esquema era comum a mensagem ser colocada entre o emissor e o receptor, no meio da interação. Entre eles também figurava o canal, por onde se veiculava a mensagem e possíveis ruídos a essa comunicação, que são as barreiras que podem acontecer e prejudicar esse momento comunicativo. Como barreiras podem ser entendidas as barreiras psicológicas, semânticas, físicas, entre outras. Assim que o ouvinte compreendia, respondia e o papel de emissor se invertia.

O esquema apresentado tinha como falha o fato de ignorar em seu modelo todo o contexto em torno do falante. Toda manifestação parte de alguém em direção ao outro. O sujeito não é um fantoche (SOBRAL apud BRAIT, 2005, p.24) do acaso, das relações sociais, mas age, organiza o que pretende comunicar, seleciona textos, escolhe suas palavras tendo em vista o momento sócio-histórico-cultural em que se encontra. Nessa escolha, o falante, ou emissor, leva em consideração seu interlocutor, pois ao preparar sua mensagem, tem em mente quem o ouvirá ou lerá, para então, construir seu texto de modo a atingir seu intento: comunicar. E se esse intento não é alcançado, o produtor refaz seu processo até a comunicação se instalar nesse processo discursivo. Como observa Bakhtin (2004), “o discurso é o produto da interação do locutor e do ouvinte” .

“A verdadeira substância da língua não é constituída por um sistema abstrato de formas linguísticas, nem pela enunciação monológica isolada,nem pelo ato psicofisiológico de sua produção, mas pelo fenômeno social da interação verbal, realizada através da enunciação ou das enunciações. A interação verbal constitui assim a realidade fundamental da língua.” (Bakhtin, 2004: 123)

Voltando aos elementos da comunicação, uma vez que alguém produziu um enunciado, não é preciso esperar o outro terminar de falar para que se possa interrompê-lo com um: “Ah, já sei o que você vai falar”. Ou “ Sei, sei.” Entre tantas outras interrupções que a boa educação nos recomenda não fazer já que é preciso ouvir bem, antes de produzir um comentário ou julgamento. Mas sabemos que na vida cotidiana, não é bem assim que as relações se dão.

Quando se fala ou escreve aquele que produz tem imagens, opiniões, valores que carrega e dá ao texto que ouve ou lê sua carga de significação. Ou seja, há uma constante negociação entre os significados pensados pelo autor, e aqueles que realmente chegam até o leitor/ouvinte. Ao falar também se repete uma série de vozes, sempre estamos, de alguma forma repetindo o que outros disseram a respeito de algum assunto, de alguma situação ou pessoa.

E a música?

Que tipo de interação há na música? Várias!

Se pensarmos no processo de criação de uma música, temos vários papéis a serem desempenhados. Alguns artistas são exímios com a arte da palavra. De acordo com um momento específico (sócio-histórico-cultural), criam letras atuais, tocantes, mas não conseguem encaixá-las em uma música. Aí é que entra a figura do músico. Os dois, de posse de cada talento, unem forças e produzem as belas canções a que estamos acostumados ouvir. Pode acontecer, também, de o compositor da letra e o instrumentista, serem péssimos cantores. Assim, entra um terceiro personagem: o cantor, que também é chamado, nesse caso de intérprete. Aqueles que compõem, arranjam os acordes e ainda cantam, são considerados artistas completos e são mais raros.

Você percebeu quantos papéis estão em jogo no momento que se ouve uma música? Você não está esquecendo de um personagem muito honrado nessa interação? Claro, o seu, o de fã, ouvinte, apaixonado.....

O ouvinte de uma música a interpreta de acordo com o momento em que vive. “Negocia” com os significados de acordo com sua história de vida, sua leitura de mundo. Quem nunca ficou com os olhos marejados de lágrimas ao ouvir uma música e ser transportado para uma situação romântica? Ou lembrar-se de alguém que não está mais por perto?

Na interação da foto acima, temos uma produção híbrida. Os textos veiculados são verbais ( a canção) e não verbais ( a música, a figura da cantora, sua postura no palco, o local em que o show é realizado, o barulho das pessoas nas mesas, o andar dos garçons por entre a plateia, etc)

E o que tudo isso quer dizer?

Que o texto, ou as ações de linguagem devem ser analisados em situações sociais de uso nas suas dimensões discursivas ou textuais. Nada é o que parece, sempre há um algo a mais....Os textos podem vários objetivos, informar, emocionar, comunicar, convencer, entre outras. Veremos algumas dessas funções nos capítulos à frente.

Saiba mais:

Barreiras à comunicação

São consideradas barreiras todas as interferências que ocorrem no momento da recepção de uma mensagem, por exemplo:

Barreiras físicas: o interlocutor está distante do locutor ou sentado inapropriadamente ou que lhe causa desconforto. Uma sala muito abafada também pode atrapalhar o ouvinte de receber o texto.

Barreiras psicológicas: A falta de credibilidade daquele produz um texto impede que seu interlocutor dê valia às suas palavras; a falta de empatia de um locutor com seu ouvinte também produz falta de comunicação. O ouvinte decide que vai bloquear toda a informação que provém do autor. Um tom monótono de voz ou estridente demais, também auxilia nessa pré-seleção do que será assimilado pelo ouvinte.

Barreiras semânticas: Essa barreira se instala quando o locutor não avalia seu público e não seleciona as palavras que estão à altura deles, utilizando expressões desconhecidas e que por não produzirem significados, geram apatia e consequente desinteresse pelo que está sendo veiculado. Apesar de presente, a audiência não está acompanhando o raciocínio do produtor.

Como tentar minimizar essas barreiras:

• Usar linguagem apropriada e direta ao momento discursivo;

• Fornecer informações claras e completas sobre o assunto em questão, não esperar que o interlocutor “adivinhe” ou contar com um conhecimento prévio que pode não existir.

• Usar canais múltiplos para estimular os vários sentidos do receptor (visão, audição etc.)

• Comunicação face a face. Observe que os políticos, em época de eleição, falam da campanha corpo a corpo. 

• Empatia.  Colocar-se na posição ou situação da outra pessoa, num esforço de entendê-la.

EXERCÍCIOS

1- Analise a correspondência recebida por uma cliente de cartão de crédito e preencha o quadro abaixo:

No seu dia, você é a mais bonita!

[pic]

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Parabéns!!!!!!!!!

Para tornar seu dia uma data muito apetitosa, apresente esse cupom em qualquer restaurante de São Paulo e ganhe um almoço para você e seu acompanhante! Queremos fazer parte desse dia e da sua vida futura, pois você é uma mulher de sucesso e merece toda a nossa atenção.

O cliente e um acompanhante ganham um almoço: entrada, prato principal e sobremesa. Apresente esse mala-direta ao Maitre logo na entrada do restaurante. Esse presente não contempla bebidas e taxa de serviço.

|Remetente ou emissor | |

|Destinatário ou receptor | |

|Mensagem | |

|Referente ou contexto | |

|canal | |

|código | |

2- Quais outros aspectos devem ser levados em conta na produção, circulação e recepção dessa mensagem?

3- “As regras que governam a produção apropriada dos atos de linguagem levam em conta as relações sociais entre o falante e o ouvinte”. Você muda a linguagem que usa de acordo com o interlocutor e a situação social do momento? Dê um exemplo. (Atividade extraída de Faraco & Tezza, 2003: 107)

AULA 4- ACORDO ORTOGRÁFICO

Título: Acordo Ortográfico

Objetivo: Apresentar ao aluno as mudanças ocorridas na ortografia e acentuação da língua portuguesa a partir de 2009.

Um pouco de história.....

No Brasil, a língua portuguesa já passou por reformas em 1943 e 1971, enquanto em Portugal houve alterações em 1911, 1945 e 1973.

O acordo entrou em vigor em janeiro de 2009, mas a norma antiga e a nova poderão ser usadas e aceitas oficialmente até dezembro de 2012. A partir de janeiro de 2013, serão corretas apenas as novas grafias.

POR QUE O ACORDO?

-O português era a única língua no ocidente que possuía duas formas oficiais de ser escrita

-Ampliar a cooperação internacional entre os oito países ao estabelecer uma grafia oficial única do idioma.

- Facilitar o processo de intercâmbio cultural e científico entre as nações e a divulgação mais abrangente da língua e da literatura. 

O Acordo foi assinado ainda em 1990 por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, além de Timor Leste (Independente em 2002). Veja o mapa dos países falantes da língua portuguesa:

[pic]

No Brasil, estão em uso atualmente cerca de 180 línguas indígenas, segundo a Funai - Fundação Nacional do Índio.

Em Portugal, cerca de 15 mil pessoas falam o mirandês, na região da Terra de Miranda, no norte da Península Ibérica. O português também é falado em pequenas regiões na Índia (Damão, Diu e em Goa).

Em Macau, próxima a Hong Kong, na China, o português permanece como língua oficial com estatuto idêntico ao chinês, mas só uma pequena população o usa. Macau foi a última colônia portuguesa a se tornar independente e foi devolvida para a China no dia 20 de dezembro de 1999.

(Comentários e figura baseados no site: )

|AS MAIS FALADAS NO MUNDO |

|LÍNGUA |NÚMERO DE FALANTES |

|1 Mandarim |1.052.000.000 |

|2 Inglês |508.000.000 |

|3 Hindi |487.000.000 |

|4 Espanhol |417.000.000 |

|5 Russo |277.000.000 |

|6 Bengali |211.000.000 |

|7 Português |191.000.000 |

|8 Indonésio |140.000.000 |

|9 Alemão |128.000.000 |

|10 Francês |128.000.000 |

Fonte:

Então vamos à reforma!

Você deve estar imaginando que a nossa língua esteja um pouco bagunçada, mas pode crer que é apenas um impacto inicial em relação a mudanças. No mínimo temos uma bagunça organizada....

Em 2009 entrou em vigor a reforma ortográfica que torna a língua portuguesa um idioma único em todo o mundo. As mudanças afetam menos de 0,6% do português falado no Brasil. Já o português de Portugal foi afetado em 1,6%.

Mudanças:

1- O ALFABETO passará a ter 26 letras.

a b c d f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z

2- O TREMA deixará de existir, a não ser em nomes próprios e seus derivados.

conseqüência consequência

cinqüenta cinquenta [pic]

Müller Muller

3- ACENTUAÇÃO:

a- O ACENTO CIRCUNFLEXO não será mais usado:

1. nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e seus derivados

crêem creem dêem deem

vêem veem lêem leem

2- e nas palavras que têm vogal repetida:

Vôo voo môo moo

Enjôo enjôo perdôo perdoo

b- Ditongos abertos- ei e oi- não serão acentuados nas palavras paroxítonas

platéia plateia idéia ideia

Coréia Coreia apóio (forma verbal) apoio

Mas: o acento permanece nas palavras oxítonas e monossílabas tônicas: herói, dói, papéis

O acento no ditongo –éu continua: chapéu, céu

c- O acento diferencial nas palavras paroxítonas deixará de existir:

Pára (verbo) para pêlo (substantivo) pelo

Mas: o acento permanece nos verbos pôde (pretérito) , pode (presente) e no infinitivo PôR .

d- Não serão mais acentuados os hiatos –i e –u tônicos das palavras paroxítonas quando precedidas de ditongo

Baiúca baiuca feiúra feiura

e- O ACENTO AGUDO não será mais usado nos poucos verbos em que há "u" tônico depois de "g" ou "q"e antes de "e" ou "i".

averigúe (averiguar) averigue

argúem (arg(ü/u)ir) arguem

apazigúe (apaziguar) apazigue

4- HÍFEN

O hífen NÃO será mais usado:

a. quando o segundo elemento começar com s ou r. Ao invés do hífen essas letras serão duplicadas.

anti-semita antissemita

contra-regra contrarregra

Exceção: só não muda quando os primeiros elementos terminam com r.

hiper-requintado inter-resistente super-revista

b.quando o primeiro elemento termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente.

extra-escolar extraescolar

auto-estrada autoestrada

MAS: Vogal igual = hífen micrO-Ondas

AntI-Inflamatório

Segundo elemento iniciado por –H= anti-herói, extra-humano

Prefixo –CO- em geral, não se usa hífen, mesmo quando o segundo elemento inicia pela letra –o. cooperação, coordenar

O Hífen permanece:

Nos prefixos: vice, ex, soto, circum, pan, pré, pró, pós, além, aquém, recém, sem

Vice-presidente, ex-marido, soto-mestre, pan-americano, pré-natal, pós-graduação, além-mar, recém-casado

MAS: pospor, prever, promover

-Sub quando o segundo elemento iniciar por r ou b: sub-raça/ sub-base

Advérbios BEM e MAL + VOGAL ou H (usa-se hífen)

Bem-estar/mal-estar

Bem-humorado/mal-humorado

Bem-aventurado/ mal-aventurado

MAS: o advérbio BEM pode não se juntar com palavras começadas por consoantes

Bem-criado/malcriado

Bem-mandado/ malmandado

Bem-nascido/malnascido

Exceções: benfazejo, benfeito, benfeitor

Então, o que você achou das mudanças? São poucas, não é? As novas regras do hífen, por exemplo, facilitam e muito a memorização. Mas é sempre bom ter um dicionário atualizado em mãos para não errar na ortografia!

Tenha uma lista sempre à mão: texto complementar

No computador, além dos sites indicados para consulta, você tem essa ferramenta para converter a ortografia antiga em nova:

Dica de sites:

http:// educação..br/acordo_ortografico/





Bibliografia da aula:

)

Acordo Ortográfico: mudanças no português do Brasil. Manual, São Paulo:Editora Ática, 2008.

EXERCÍCIOS

Escolha a letra que melhor completa as palavras abaixo:

1- Cinq__enta / Conseq__ência / Freq__ência

a- u b- ü

2- M__lleriano / M__ller

a- u b- ü

3- b__ia / estr__ia / jib__ia

a) ó – é – ó

b) o – é – o

c) o – e – o

4- her__is / v__u / pap__is

a) o – e – e

b) ó – e – e

c) ó – é – é

5- v__o / rel__em / rev__em / C__o

a- ô – ê – ê – ô

b- o – e – e – o

c- ô – e – e – ô

d- o – ê – ê – o

6- a) Ontem ele não pode vir à reunião, mas pode entregar o relatório hoje.

b) Ontem ele não pôde vir à reunião, mas pode entregar o relatório hoje.

7- anti__éreo /auto__scola /Infra_strutura /semi_sférico

a) -a, e, -e

b) -a, -e, -e

c) a, e, e

TEXTO COMPLEMENTAR

A seguir preparamos uma lista com algumas palavras que podem auxiliá-lo na escrita com a nova ortografia:

Obs: entre parênteses mostramos a pronúncia das palavras em que os acentos e o trema caíram.

A

Abençoo abotoo aeroespacial alcaloide antirrugas

Antisséptico antissocial asteroide autoavaliação anglo-americanoBB

B

Baiuca benfeito bilíngue (ü) boia-fria byroniano (de Byron)

C

Cabo de guerra café da manhã corticoide creem (f. verbal) Edineia

D

Darwinismo (de Darwin) deem (f. verbal) desumano dicroico

Dia a dia

E

Eletro-hidráulico enjoo enxáguo/enxaguo(ú) (f. verbais) epopeia

Ex-aluno extraescolar extraoficial extrasseco

F

Feijão com arroz feiura frankliniano (de Franklin)

G

geleia guarda-chuva guarda-noturno

H

hebreia hemorroida hiper-realista hiper-requisitado

I

Ideia infra-assinado infraestrutura Inter-racial inter-relação

J

Jardim de infância jiboia joia Jureia

K

Kantismo (de Kant) Kuwait kuwaitiano

L

Leem (f. verbal) leiloo (f. verbal) leva e traz Lindoia luso-brasileiro

M

Mãe de santo magoo (f. verbal) mais-que-perfeito malfeito mandachuva

Mantêm ((f. verbal) megalivraria mato-grossense

N

Neo-helênico neoimperalismo nucleico

O

odisseia olho de sogra onomatopéia

P

panacéia pan-africano para (prep./ f. verbal) para-brisa para-choque

paranoia paraquedas para-raios pé de moleque

pelo (subst./prep./ f. verbal) perdoo (f. verbal) plateia

pode (3ªp.s.pres.indicativo) pôde ((3ªp.s.pret. perf. indicativo) predeterminar

preveem (f. verbal)

Q

Quadro-negro queloide quinquênio

R

Reescrever (f. verbal) reestreia releem roo (f. verbal)

S

Sauipe seborreia semiaberto semiacabado semi-humano

Semioficial super-resistente suprassumo superaquecimento super-homem

T

tabloide taylorista (de Taylor) telemensagem teteia tireóide

têm (f. verbal)

U

Ultra-apressado ultraelevado ultrarromântico ultrassom ureia

V

Veem (f. verbal) vêm (f. verbal) vice-presidente voo (subst./ f. verbal)

W

Wagneriano (de Wagner)

X

Xiquexique

Y

Yin-yang

Z

Zoo (subst./ f. verbal)

AULA 5

Título: Regência nominal, Regência Verbal e crase

Objetivo: Conceituar regência nominal e verbal e apresentar alguns elementos do enunciado e as preposições que os acompanham.

Estabelecer a relação entre as regências nominal e verbal e o uso do acento indicativo da crase. Apresentar os usos mais comuns da crase.

Como você percebeu, desde a aula passada estamos enfatizando alguns aspectos da norma culta que devem ser levados em consideração na sua escrita. Nessa aula vamos estabelecer uma relação entre as regências nominal e verbal e o uso da crase.

Regência nominal

É a relação que existe entre um (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por ele. Essa regência é intermediada por uma preposição.

Conheça alguns nomes e as preposições que os acompanham:

|admiração a, por |liberal com |

|alheio a, de  | |

|aversão a, para, por | |

|ambicioso de  |apto a, para        |

|atentado a, contra | |

|análogo a | grato a  |

|bacharel em   |indeciso em  |

| |medo a, de |

|capacidade de, para  | natural de |

|contemporâneo a, de    | nocivo a  |

| |obediência a |

| |ojeriza a, por |

|contíguo a      | paralelo a  |

|curioso a, de   | propício a |

|devoção a, para, com, por |promovido a, por |

|doutor em | |

|dúvida acerca de, em, sobre | |

|equivalente a | |

|falto de    |sensível a  |

|horror a | |

|incompatível com   |próximo a, de  |

|Impaciência com |respeito a, com, para com, por |

|Interação com |residente em |

| |relativo a |

| |relação a |

| |relacionado com |

|inepto para |satisfeito com, de, em, por  |

|ligado a |sito/situado em |

|misericordioso com, para com  |suspeito de  |

|passível de | |

|preferível a  |longe de  |

|propenso a, para    |perto de  |

|hábil em  | |

Exemplos de usos:

A interação com pessoas-chave na companhia é necessária.

Adriano mostrou trabalho e foi promovido a gerente de vendas nacional.

Não fique alheio ao progresso do seu sucessor.

Um líder que está apto a delegar formará sucessores experientes e autoconfiantes.

Os presidentes rivais são contemporâneos do diretor que foi recentemente promovido.

Tenha confiança em seu potencial e mostre-o nas reuniões da empresa.

Dr. Mário, residente na Avenida Higienópolis.

O sucesso de Gustavo está ligado à capacidade de aprender línguas facilmente.

Fique atento às mudanças do mercado e da empresa.

Regência verbal

É a relação que existe entre um verbo e os termos regidos por ele. Algumas vezes o verbo pede preposição, outras, não. Nossa língua é rica em verbos, mas vamos apresentar apenas alguns para que você estude a regência dos mais usados:

aspirar a (desejar)

assistir a (ver)

avisar (alguém de alguma coisa)

( alguma coisa a alguém)

Chegar/ir/dirigir-se a

implicar (sem preposição)

informar (alguém de alguma coisa)

lembrar (alguém de alguma coisa)

( alguma coisa a alguém)

( alguma coisa a alguém)

pagar (alguma coisa a alguém)

pedir para/que

preferir a

proceder (sem preposição)

proibir (alguém de alguma coisa)

( alguma coisa a alguém)

visar a

morar em

obedecer a querer bem a

Exemplos de usos:

O ex-presidente mora em Higienópolis.

Ela foi à escola bem cedo.

Suas justificativas não procedem.

A falta de estudos implica desemprego.

Em meados de 70 o marketing era a maneira mais promissora para chegar à sala da presidência.

A diretora quer muito bem às crianças do orfanato.

O mercado prefere as pessoas dedicadas às muito talentosas, mas sem disciplina.

Assisti à palestra do economista e justifiquei minha ausência na empresa.

Regência X Crase

É comum você se deparar com uma construção semelhante a essa:

|Em relação à empresa, o documento apenas menciona algumas partes da história recente. |

Por que foi utilizado o acento indicativo da crase (`)?[pic]

Como foi visto na lista apresentada acima, a palavra relação pede a preposição a: em relação a.....

No caso do enunciado do quadro a preposição a junta-se ao artigo a que acompanha a palavra empresa= a (preposição) + a (artigo).

Ouça o áudio:

Assim, a fusão de dois as em um só constitui-se no que chamamos de fenômeno da crase.

|[pic]Dica: Se a palavra exigir a preposição a, observe se a palavra seguinte é feminina |

|(admite o artigo a), ou é um dos pronomes demonstrativos a seguir: aquele(s), aquela(s): |

|O documento foi anexo à correspondência. |

|O documento foi anexo àquela correspondência. |

SEMPRE SE USA A CRASE: [pic]

ANTES DE:

1- expressões femininas:

À vontade, à medida, à moda,

2- número de horas, exceto quando precedida de peposição:

O encontro será às três da tarde.

O encontro foi marcado para as três da tarde.

3- pronomes demonstrativos: aquele(s), aquela(s), aquilo

Entreguei-me àquele estudo com paixão.

4- Palavra CASA/ DISTÂNCIA quando vierem determinadas:

Fui à casa da minha professora hoje.

Jogou o celular à distância de 10 metros.

QUANDO NÃO SE USA A CRASE? [pic]

ANTES DE:

1- palavras masculinas:

Leve a sério o programa de avaliação de desempenho.

2- verbo:

Passamos a contemplar aquela obra de arte.

3- pronomes em geral, exceto os pronomes de tratamento senhora, senhorita e dona:

Esse relatório diz respeito a V. Sa.

Contei a esta pessoa toda a minha vida.

4- artigo indefinido ( um, uma, uns, umas)

Entreguei o documento a uma recepcionista qualquer.

5- palavra CASA/DISTÂNCIA quando não determinadas:

Não me dirigi a casa hoje.

Venderam seu apartamento que fica a distância daqui.

6- cidades:

Vou a Salvador (Volto de Salvador)

7- locuções adverbiais masculinas:

a caminho, a pé, a cavalo, a prazo, a cavalo, a gás, a gosto, a lápis, a nado, a óleo, a pé, a postos,a sangue-frio, a sério, a tiracolo

8- palavras femininas repetidas:

|Dia a dia, frente a frente, cara a cara |

|[pic]Dica: Na dúvida, transforme a palavra feminina em outra masculina e veja se a contração ao |

|(preposição a + artigo o) é aceita: |

|Isso se relaciona a ou à professora do colégio.(DÚVIDA) |

|Verificação: Isso se relaciona ao professor do colégio. |

|Então: Isso se relaciona à professora do colégio. (CERTEZA) |

Entendeu a relação entre regência e crase? Sempre que ficar na dúvida em relação ao uso da crase, lembre-se de observar a palavra antecedente, já que a crase é associada à regência de alguns verbos.

Saiba mais sobre crase e regência em





BIBLIOGRAFIA da aula

ABREU, A.S. Curso de Redação. São Paulo, Ática, 2006.

MEDEIROS, J.B. Português Instrumental. 6.ed. São Paulo:Atlas,2007.

EXERCÍCIOS

1- Estão corretas as alternativas:

a- Fiquei sabendo que a reunião será amanhã às 13 horas.

b- Os diretores estavam a procura de um novo funcionário.

c- O pagamento à prazo foi contestado na justiça.

d- O pagamento a vista pode ser realizado diretamente no caixa.

e- Todos os empregados estavam às voltas com dívidas.

f- A companhia faz entregas a domicílio.

2- Observe a regência da frase abaixo:

A universidade pagou a aluna a mensalidade cobrada em dobro.

O verbo pagar aceita a regência transitiva direta e indireta (quem paga, paga algo (objeto direto) a alguém (objeto indireto), portanto o correto seria:

A universidade pagou a mensalidade cobrada em dobro à aluna.

A afirmação acima está

a- Correta

b- Incorreta

3- Na frase anterior A universidade pagou a mensalidade cobrada em dobro à aluna. A crase foi empregada porque o verbo cobrar exige a preposição a.

A afirmação acima está

a- Correta

b- Incorreta

4- Complete as frases com uma preposição, um artigo ou uma fusão de artigo + preposição, conforme os elementos da frase requerem:

a-Lacerda conheceu um sargento que só anda ___paisana.

b-Aparecido tratou muito bem ____todos os convidados.

c-Adalgisa levou tamanho susto que ficou junto____ porta.

d-O professor fez comentários ____ respeito de arte impressionista.

(adaptado de Medeiros, 2007, p. 299)

AULA 6- Pontuação

Objetivo: Apresentar os sinais de pontuação mais utilizados na redação empresarial moderna e ressaltar seus usos.

Já conceituamos norma culta e ressaltamos que nos textos utilizados no mundo empresarial a norma culta DEVE ser respeitada e qualquer desvio será, sim, considerado um erro e pode prejudicar sua imagem e a de sua empresa.

Além da escolha da linguagem adequada ao seu público e necessário ter um cuidado especial com a escrita, especialmente a pontuação. Você já deve ter visto vários comentários na internet sobre o mau uso da pontuação e a variedade de interpretações que isso causa. Veja alguns:

Leia e opine sobre a frase:

|Se o homem soubesse o valor que tem a mulher andaria de quatro à sua procura. () [pic] |

Os homens preferem colocar a vírgula após o verbo ter:

Se o homem soubesse o valor que tem, a mulher andaria de quatro à sua procura.

As mulheres (sábias) colocam a vírgula depois da palavra mulher, claro:

Se o homem soubesse o valor que tem a mulher, andaria de quatro à sua procura.

Veja outros exemplos:

A vírgula muda uma opinião.

Não queremos saber./ Não, queremos saber.

A vírgula pode condenar ou salvar.

Não tenha clemência!/ Não, tenha clemência!

(Associação Brasileira de Imprensa)

Brincadeiras à parte, a presença dos sinais de pontuação são extremamente importantes e devem fazer parte da revisão de texto. Ao finalizar uma escrita, retorne ao seu texto, leia-o pausadamente e observe se não há ausência de algum sinal, se existe algum mal colocado, ou mesmo se aqueles que você colocou não estão dando um sentido diferente ao pretendido.

Uso dos sinais de pontuação [pic]

Os sinais de pontuação são recursos gráficos da linguagem escrita e tentam expressar as entonações da língua falada.

Ponto

O ponto final representa a pausa máxima da voz. É utilizado no final de frases declarativas e imperativas e, ainda, ao lado das abreviaturas:

Ex: Uma carreira de sucesso não pode ser apenas definida pelo cargo que se ocupa.

Sra. Bernadete.

Nas cartas é colocado ao fim da data: São Paulo, 2 de dezembro de 2009.

Vírgula

A vírgula representa uma pausa pequena,quando a voz fica em suspenso à espera de uma continuação do período. É usada:

a- Em datas: Brasília, 30 de novembro de 2009.

b- Após “sim” ou “não: “Você participou do evento comemorativo?”

“Não, eu estava em viagem.”

c- No início de uma carta para introduzir o texto, após o vocativo e no final antes da assinatura: Prezados senhores,

Atenciosamente,

Respeitosamente,

d- Termos de mesma função: Vá além da sua função, aprenda a lidar com seu chefe e faça sua carreira progredir.

e- Separar:

1- aposto: O administrador de empresas catarinense, Julio Maia, não parou de crescer.

2- conjunções: Mas, se você planeja atingir o topo, comece agora!

3- Circunstâncias de tempo, lugar, modo, etc,: Desde que chegou à Vita, há dez anos, o diretor de RH tem se empenhado nas contratações emergenciais. E, progressivamente, passou a comunicá-las à imprensa.

4- expressões explicativas (isto é, ou seja...): Isso pode ser fatal, ou seja, comprometer seu sucesso profissional.

f- Indicar a ausência de um termo (elipse): João foi promovido, Maria,* também. (*Maria foi promovida.)

g- Separar elementos das orações coordenadas: Estudou, estudou, porém foi reprovado.

|EXTRA: É muito comum observarmos alguns enunciados que trazem vírgula junto da conjunção “e”. |

|Apesar da aparente inutilidade desse uso, existem algumas restrições. |

Veja os casos:

1- Quando a conjunção “e” estiver com sentido de conjunção adversativa:

Detectou uma oportunidade de crescimento, e nem assim foi aproveitado pelo setor. (= mas)

1- Quando “e” estiver sendo repetida na frase: Falou com o gerente, e com o diretor, e até o presidente foi abordado!

2- Quando os sujeitos das orações coordenadas forem diferentes: A estratégia vem dando certo, e a promoção vai sair ainda este semestre.

( “A estratégia” é sujeito de “vem dando”, e “a promoção”, de “vai sair”.)

|[pic]A vírgula NUNCA é usada para separar sujeito e verbo: A estratégia (sujeito) vem dando certo. (ERRADO: A estratégia,|

|vem dando certo.) |

3- Ponto e vírgula e ri, e grita, e pula de alegria.

Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada.

O ponto e vírgula é um sinal de pontuação que serve:

a- para separar elementos que estão em continuidade, enumeração:

Ex: Na empresa moderna é comum encontrarmos:

a- Sala de descanso com pufes coloridos;

b- Revisteiros com material atualizado;

c- Máquina de café espresso.

b- Entre orações coordenadas que não possuem conjunção: Os presidentes foram consultados; os consultores de carreira apoiaram a decisão do conselho.

4- Dois pontos

Os dois pontos marcam uma suspensão que anuncia o que vem em seguida:

É usado

a- Para introduzir uma fala: João disse: “Vamos concentrar esforços.”

b- Antes de uma citação direta: E para lembrar o conteúdo do regulamento:

“É vetado aos funcionários participar de qualquer sorteio público da fábrica.”

c- Anunciar um pensamento, esclarecimento do que foi dito antes: Então ficou decidido o seguinte: ninguém pode coletar cupons promocionais.

|EXTRA: Alguns manuais de redação empresarial ainda indicam o uso dos dois pontos no vocativo das cartas, EX: Prezado |

|senhor: |

|[pic]Mas a moderna redação indica o uso de vírgulas: EX: Prezado senhor, |

5-Aspas

A finalidade das aspas é destacar alguma parte do texto como:

Citação direta: Joao disse: “Vamos concentrar esforços.”

“A empresa privilegia a renovação das habilidades”, afirma o administrador de empresas mineiro.

Dar realce a nomes de livros, obras artísticas, etc.: O pessoal foi liberado para assistir ao “A arte de negociar”.

Assinalar estrangeirismos ou expressões incorretas: O “controller” foi afastado do cargo.

O cantor abriu o show com um “Vamos se divertir!”

Agora que estudou alguns dos sinais de pontuação mais utilizados na vida moderna, faça os exercícios propostos para fixar seu conhecimento.

Dicas de sites: Leia mais sobre os sinais de pontuação em



Leia uma história engraçada sobre o mau uso da pontuação em

EXERCÍCIOS

Selecionamos alguns trechos retirados de um suplemento da Revista Você S/A sobre gerenciamento de carreira. Suprimimos os sinais de pontuação, recoloque-os de acordo com a aula:

1- Networking

Manter uma boa rede de relacionamentos com pessoas de diferentes níveis aumenta as chances de conhecer o mercado e a companhia além de enxergar novas oportunidades – leia-se vagas

2- Experiência diversificada

Quem está no topo precisa enxergar todos os departamentos da empresa e ter algum conhecimento técnico sobre as áreas que gerencia Por isso antes de pensar em movimentos verticais experimente pensar em movimentos laterais da gerência de vendas para a área do produto do marketing para o setor financeiro, diz Marcelo Santos diretor de recursos humanos do Banco Safra

3- Planejamento

Identifique e valorize seus diferenciais Por outro lado mapeie as competências que lhe fariam falta em um cargo superior e que portanto precisam ser desenvolvidas

4- Exposição

Se você não contar aos seus gestores o quanto é capaz e o quanto aquele cargo de diretoria é importante para você ninguém vai ficar sabendo Isso não significa bater na porta do chefe e dizer Sou bom e quero ser promovido Você precisa aproveitar as oportunidades que surgem no cotidiano profissional.

AULA 7

As qualidades de um bom texto – Clareza e coerência

Objetivo da aula: Discutir as qualidades do texto que guiam a compreensão do leitor. Enfatizar a necessidade de a linguagem ser clara e coerente para evitar a má compreensão. Caracterizar a quebra semântica como efeito anulante da significação do texto.

Na aula passada vimos que “o texto é um todo organizado de sentido; é um objeto integralmente linguístico e histórico; e para ser texto, não necessita de uma forma fixa, podendo ser verbal, não verbal”. (Platão & Fiorin, 2003).

Para uma boa produção textual é necessário atentar-se às qualidades do texto:

A primeira é a clareza: O leitor precisa compreender o que lê, certo? Então, a clareza é o primeiro item a ser observado na construção de um texto.

Veja um artigo de jornal sobre manuais de instrução:

“Ao melhor manual de instrução para uso de produtos elétricos e eletrônicos falta um detalhe decisivo: o técnico para traduzi-lo.Esses manuais são capazes de tirar a alegria natural de quem chega em casa com um produto novo e quer colocá-lo em funcionamento. A indústria já percebeu que este é mais um dos seus pontos fracos e admite que, além de seus técnicos e redatores dos departamentos de marketing, ninguém mais consegue decifrar as instruções. São peças confusas, mal escritas, repletas de expressões em inglês ou conceitos técnicos inacessíveis aos leigos. “Quando não somos omissos, dão margem a interpretações erradas”, diz o ombudsman da Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica.” (JB, 2/2/03 apud FARACO &TEZZA, 2008:148)

Sem falar que foi a partir das traduções dos manuais escritos em inglês, que se “infiltrou”, na calada da noite, o “maldito” gerundismo. “Estaremos deixando (sic) esse assunto”, porém, para depois.....

As pessoas estão tão acostumadas a não entenderem os manuais de instruções que acompanham seus produtos que os utilizam com base em experiências anteriores e, por vezes, acabam danificando o aparelho. Em um manual de instruções, espera-se que a linguagem seja clara, mas esse parece ser o texto criado por um técnico em equipamentos que se dirige a....outro técnico! Qual a finalidade de um texto assim?

Em todos os textos, espera-se essa clareza. Mais uma vez, enfatizamos que na escrita, as palavras têm de dar conta do recado! O leitor não dispõe do autor do texto ao seu lado para dirimir suas dúvidas ou mesmo mudar o tom da “conversa”. Por isso é necessário ter em mente o leitor, seu possível vocabulário e interesses pessoais. É a imagem que fazemos do leitor que vai determinar a linguagem a ser utilizada no texto. O leitor não sabe o que vai à cabeça do autor, por isso deve-se sempre utilizar elementos que esclareçam certos elementos como “ele”, “ela”, “aquilo” etc. Na aula 11 abordaremos esses elementos de coesão.

Além de o texto poder ser verbal, já vimos que ele pode também ser não verbal. Um manual confuso que se utilize de figuras explicativas serve muito mais ao proprietário que um texto repleto de jargões1 técnicos. Quando se amplia o grupo de destinatários, a mensagem deve se adequar a outros que não pertençam a esse grupo específico.

Nessa linha de raciocínio, lembro-me de um técnico que foi à casa de uma linguista para consertar a máquina de lavar e pôs-se a discorrer por longos minutos acerca dos problemas e possíveis soluções para o reparo. Como a linguagem dele era por demais técnica, a professora pediu-lhe para explicar alguns termos, pois a compreensão fora prejudicada. O técnico virou-se e disse: “Ah, mas a senhora não é professora universitária?”. A linguista não se deu por rogada e soltou uma carreira de expressões típicas do mundo linguístico, como semântica, léxico, epistemologia etc. O técnico então teve uma aula de adequação linguística e deve ter se convencido de que cada pessoa domina a linguagem e os significados da sua área, não necessariamente sendo proficiente em todas as outras!

Muito bem, então como se atinge a clareza?

Como vimos anteriormente, não basta que a mensagem esteja dentro das normas gramaticais, corretamente grafadas se não há um entendimento entre o autor e o seu leitor.

Leia os textos abaixo e identifique os bem escritos:

Texto 01 -Um exímio jovem pupilo administrativo transita em mundos diferentes, dois universos de interesses distintos e desconectados da transitoriedade reinante nesse pacto milenar. Este livro está baseado nos critérios da boa escrita empresarial já que essa necessidade foi mencionada mais acima.

Texto 02 -O Presidente Tancredo Neves fez duas operações cirúrgicas. Uma no intestino, supostamente para resolver uma diverticulite aguda. Outra em São Paulo, onde se concentrou a maior parte dos políticos para discutir a sucessão. Mas, apesar disso, o velho regime estava desabando.

Texto 03 -A tão esperada terceira geração da telefonia celular, conhecida como 3G, será bem mais que um simples telefone. Decorative traz, mensalmente, muitas ideias em decoração para você dar personalidade a uma casa, mudar toda a aparência de um apartamento, explorar a beleza de inúmeros detalhes e aproveitar melhor seu espaço. Na cobertura da guerra, a sorte bateu primeiro à porta da ABC, cujo correspondente estava ao telefone quando anunciou “um cenário de fantásticos clarões”. Não conseguiu identificar um texto bem escrito? Percebeu o quanto a clareza fez falta? Há argumentação sólida, clareza e objetividade? Não. Temos um amontoado de palavras que não podem ser considerados textos. Faltam-lhes o “todo significativo”. Faltam ligações entre os sentidos pretendidos no início deles.

O mesmo acontece quando lemos um comunicado, um relatório e temos a impressão de que o autor escreveu, escreveu e não disse nada! Por quê? Por que faltou clareza!

A noção de unidade

Já deu para perceber que todo bom texto tem uma unidade de sentido. Um fio de significações que permeiam todo o texto de acordo com o aparente propósito comunicativo do autor. Por que “aparente”? Ora, pelo simples fato de que nos textos escritos o autor não está presente para nos contar qual foi sua intenção inicial. E se estivesse, talvez

não mais se lembrasse dela.

O produto final do texto é o que conta, a imagem do autor se constrói na representação do seu texto. É a partir das palavras que estabelecemos todas as nossas relações e

nossos limites. As palavras dizem ou tentam dizer quem somos, quem são os outros, onde

estamos, o que vamos fazer, o que fizemos...

Então...

“Um texto bem escrito delimita com clareza o seu assunto central e a sequência lógica das informações” (FARACO e TEZZA, 2008:151). O texto do começo ao fim deve tratar de um único assunto para que seu leitor não se perca e as informações serem constantemente retomadas para que o leitor tenha uma sequência coordenada em mente.

O que tudo isso quer dizer?

Esse “todo organizado” a que nos referimos refere-se à coerência, já que suas partes têm de estar ligadas entre si. A coerência é o sentido que une as partes do texto, não podendo ser contraditórias.

Coerência. s.f. 1. Qualidade, estado ou atitude de coerente. 2. Ligação ou harmo

nia entre situações, acontecimentos ou ideias; relação harmônica; conexão, nexo, lógica.

(Gold, 2006:9)

A leitura de um texto leva em conta sua relação, seu diálogo com outros textos. A capacidade leitora é, em muito, resultado das experiências anteriores com outros textos.

Pense na seguinte situação:

O Palmeiras jogou contra o Palmeiras no estádio do Pacaembu e, por isso, o acesso

à praia de Caraguatatuba ficou congestionada.

Você entendeu? Não foi só você....

Um texto é geralmente elaborado em função da manutenção do sentido. A leitura de um título, por exemplo, leva o leitor à noção do texto que será lido e, se esse leitor estiver

procurando por outro tipo de texto, a simples leitura do título o levará a continuar sua busca, descartando esse que tem em mãos e que não satisfaz sua necessidade.

Quebra semântica2

A linguagem poética, a da piada e da ironia utilizam-se da quebra de sentido, mas isso não incorre num erro, já que é inerente a esse tipo de texto a quebra da expectativa.

Exemplo: Uma propaganda moderna utilizou-se de dois enunciados iguais:

“O sonho acabou”.

O primeiro foi atribuído ao cantor John Lennon e o segundo, a um padeiro. As palavras são iguais, mas seus significados completamente diferentes porque utilizados em contextos sócio-históricos culturais também diversos. Houve uma quebra do sentido pretendido na primeira frase, mas o objetivo do autor da peça publicitária foi realmente esse, brincar com as situações de produção desses enunciados.

Vamos ver o quanto você entendeu sobre a noção de texto? Faça os exercícios com cuidado, confira as respostas e sempre, sempre tire suas dúvidas com seu professor!

TEXTO EXTRA

O bom chefe indica o caminho

|Prof. Vicente Falconi - Julho de 2011 | |

1 - Se pudesse resumir em poucas coordenadas, o que o senhor acha que leva uma empresa à excelência?

Leandro Cruz, São Paulo.

Todas as necessidades de uma empresa para chegar à excelência estão resumidas em três frentes: liderança, conhecimento técnico e método. Consultores, tanto brasileiros como estrangeiros, gostam de atribuir nomes diferentes a técnicas específicas para caracterizá-las como "produto". Mas, no fim do dia, todas recaem sobre um dos três pontos acima. Ao contrário do que pode parecer, os aspectos relativos a liderança são e devem ser bastante objetivos. Quando falo em liderança, estou me referindo a quem sabe manter o foco nos resultados e distribuir metas a todos.

Para um chefe liderar a própria equipe de maneira eficiente, no entanto, é preciso que ele esteja apoiado num sistema voltado para o resultado - com bônus atrelados aos interesses da empresa e das pessoas, meritocracia, bons sistemas de recrutamento e seleção e de avaliação do desempenho. No item relativo a conhecimento técnico, recai o conhecimento sobre tudo o que seja de interesse da empresa, desde conhecimentos básicos de finanças, mercado e recursos humanos até o domínio das técnicas de sua cadeia de valor. O conhecimento técnico pode ser adquirido das mais diversas formas. É muito importante manter a empresa sempre aberta à participação em congressos técnicos. É assim que descobrimos o que acontece na nossa área de interesse e nos informamos sobre como trazer consultores em técnicas especializadas de vários lugares do mundo. O conhecimento técnico não tem fronteiras.

Finalmente vem a questão do método - que é o esforço feito ao longo dos anos para que todas as pessoas de sua organização mantenham uma disciplina cartesiana e persigam o resultado de maneira sistemática. Talvez seja o aspecto menos charmoso, mas é também fundamental. Não importa a sigla usada para criar métodos de acompanhamento de resultado - é tudo a mesma coisa. O importante é criar um sistema de melhoria continua - e, quando for o caso, um sistema de acompanhamento para garantir que tudo está funcionando bem. Dependendo de seu ramo de atuação, uma empresa pode ser muito boa somente com boa liderança e conhecimento técnico. No entanto, para ser excelente, todos os funcionários devem entender e aplicar o método. Finalmente, para isso acontecer, voltamos para o primeiro ponto - liderança é vital. Sem um líder de primeira, nada acontece.

2 - Trabalho numa empresa que passou a pagar bônus mais agressivos pelo resultado. Todos sabem quais são as vantagens teóricas de um ambiente competitivo. Mas quais são os riscos da hipercompetição?

Anônimo.

Acredito que existe um erro implícito em sua pergunta. Incentivo não resulta necessariamente em competição. Ao contrário. Existem sistemas de incentivo que levam fortemente à cooperação, dependendo, claro, do contrato feito. Todos os sistemas de incentivo eficientes que conheço levam a uma grande cooperação. Primeiro porque todo sistema para o pagamento do bônus deve ter uma "porta de entrada". Nesses casos, se a meta geral da empresa é atingida, todos devem ganhar. Se não for alcançada, ninguém ganha nada. Ou todos cooperam para que o resultado final seja atingido ou, de outra maneira, todos perdem. Simples assim.

Além disso, as metas de um setor da companhia muitas vezes só serão batidas se outro departamento também o fizer. Por exemplo, como o setor de produção alcançará seu resultado se o de vendas não o fizer? Desse modo, existe um incentivo implícito à cooperação.

O segredo de um pacote de bonificação bem montado está no equilíbrio das metas coletivas e individuais. Bem, esse aspecto de incentivos tem sido frequentemente mal interpretado e mal conduzido nas empresas, de modo que existe uma ampla variedade de equívocos. Há empresas que dão incentivos a todos quando a meta geral é batida, mesmo a quem individualmente não chegou lá. Um erro claro.

Outro equivoco comum é distribuir resultados mesmo se a meta da empresa não for batida, mas tiver "chegado perto" (e esse "chegar perto" em geral depende apenas de julgamento subjetivo). Já vi casos mais absurdos ainda, em que a empresa deixa que cada um escolha seus indicadores e metas. Em outras, ninguém tem meta de certo escalão para baixo, só a empresa e alguns poucos executivos.

Para concluir, só acredito em incentivos que tenham "porta de entrada", que essa meta seja tecnicamente desdobrada para todas as pessoas da empresa indistintamente e que contenha regras claras: ganhos substanciais para quem superar suas metas e nenhum ganho - zero - para quem ficar muito abaixo do combinado inicialmente.

Em vez de incentivar a competição, portanto, um bom modelo de incentivos deve levar a uma forte cooperação entre os funcionários da empresa. Todos estarão remando juntos para alcançar a meta acordada. De outro modo, não se conquista o objetivo final.

Prof. Vicente Falconi é consultor e sócio-fundador do INDG.

Fonte: Revista Exame - Edição 996 - 28/07/2011.

Aula 8

A clareza....Modismos/Clichês

Objetividade

Conceito de linguagem. Tipos de linguagem: verbal e não verbal

Objetivos: Oportunizar o desenvolvimento de competências, habilidades e estratégias essenciais para a recepção e produção de textos de circulação administrativa, com vistas à conscientização sobre a natureza sociointerativa da linguagem no processo de desenvolvimento do profissional.

Você deve ter observado que utilizar palavras bonitas, sofisticadas, rebuscadas sozinhas não resolve o problema da compreensão. A boa escrita advém da prática da leitura de bons textos e da fala correta, sem gírias, modismos, ambiguidades e redundâncias.

O que são modismos?

|Modismos são modos de falar admitidos pelo uso, mas que são ou parecem contrários às regras gramaticais da língua. Também assim |

|se denominam as construções próprias de determinadas línguas e que não se podem traduzir literalmente nas outras. |

Veja algumas expressões que caíram no gosto do pessoal da empresa:

Disponibilizar para o cliente

Operacionalizar metas

Alavancar processos

Mapear a agência

Agregar valor

Operacionalizar metas

Ser um expertise

Printar documentos

Flexibilizar

descartar uma hipótese

alavancar processos

mapear a agência

quebrar paradigmas

Muito parecidos com os modismos, são os clichês, expressões que de tão repetidas por uso perderam seu significado, sendo repetidas de forma mecânica.

Veja alguns clichês:

Falar em alto e bom som.

O relatório está defeituoso porque foi feito a toque de caixa.

Essa será nossa cartada decisiva.

Coloque um ponto final nessa situação!

É realmente uma perda irreparável. Com certeza!

Então, com esse discurso fechamos com chave de ouro as reuniões do semestre.

É um profissional que dispensa apresentações.

Seu trabalho vai agregar valor a nossa empresa.

O autor Sérgio Rodrigues em entrevista à Revista Época elencou alguns modismos a serem evitados e como substituí-los:

Verbos inputar e realizar:

Inputar vem do inglês, input que significa entre outras coisas, alimentar o computador com dados. Sérgio sugere que se use os verbos equivalentes portugueses: colocar, pôr (com acento).

Realizar também é originado na língua inglesa e significa, no original, “perceber” e, como em português esse verbo significa “fazer”, não deve ser utilizado em outra função como na frase: “Realizou” o que aquela garota quis dizer? Deve ser substituído por "perceber", "notar" ou "entender"

Sempre retomando Linguagem...

A linguagem serve como instrumento de comunicação que faz uso de um código (Língua Portuguesa), permitindo, assim, a interação entre as pessoas.

É a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a comunicação e a interação entre as pessoas. Existem muitos tipos de linguagem, a fala, os gestos, o desenho, a pintura, a música, a dança, o código de trânsito, etc.

Conforme você estudou anteriormente, as linguagens podem ser organizadas em dois grupos: a linguagem verbal e a não-verbal.

|Relembrando... A verbal é aquela que se utiliza da palavra. As linguagens não verbais utilizam os elementos citados acima, |

|gesto, cores, etc. as charges de jornal, por exemplo, têm a linguagem mista, pois contêm imagens e palavras. |

Sabemos que a linguagem empresarial deve ser clara, objetiva e usar o nível formal, a norma culta da língua e não se desviar dos objetivos que são:

- informar

-apresentar fatos com clareza

-ser coerente

-manter coesão entre as partes do texto

- manter a premissa de que: bom vocabulário é poder

Erro= prejuízo = insucesso

Falar uma língua no ambiente empresarial é como vestir: se existe uma roupa adequada a cada situação, também há uma variedade linguística adequada a cada contexto de uso.

[pic]O gramático Evanildo Bechara ensina que é preciso ser “poliglota de nossa língua”. Ser poliglota do português significa dominar um grande número de variedades linguísticas e saber usá-las de acordo com seus contextos específicos.

Nessa linha de linguagem adequada ao contexto, os profissionais perderam o senso de manter a clareza em nome de uma linguagem rebuscada que se fez passar por linguagem adequada aos negócios por conter expressões “cultas” e voltadas ao ambiente empresarial. No entanto, essas expressões foram apenas superpostas resultando num caos linguístico que não leva ninguém a lugar nenhum!

Para ilustrar essa falta de objetividade linguística leia o quadro abaixo que tem por objetivo ironizar esse uso.

[pic]O Manual Universal de Discurso Político-Tecnocrático possibilita 10 mil possíveis combinações das quatro colunas abaixo. Fazendo essa combinação você obterá m discurso pomposo e totalmente inadequado aos objetivos empresariais ao iniciar por qualquer linha da 1ª coluna, depois passar a qualquer linha da 2ª coluna, e assim por diante.

|I |II |III |IV |

|Caros colegas, |a execução das metas do |nos obriga à análise |das condições financeiras e |

| |programa | |administrativas exigidas. |

|Por outro lado, |a complexidade dos estudos |cumpre um papel essencial na |das diretrizes de desenvolvimento|

| |efetuados |formulação |para o futuro. |

|Assim mesmo, |a constante expansão de nossa |exige a precisão e a definição |do sistema de participação geral.|

| |atividade | | |

|No entanto, não podemos nos |a estrutura atual de |auxilia a preparação e a |das posturas dos órgãos |

|esquecer de que |organização |composição |dirigentes em relação às suas |

| | | |atribuições. |

|Do mesmo modo, |o novo modelo estrutural aqui |garante a contribuição de um |das novas proposições. |

| |preconizado |grupo importante da | |

| | |determinação | |

|A prática cotidiana prova que |o desenvolvimento contínuo de |assume importantes posições no |das direções preferenciais no |

| |distintas formas de atuação |estabelecimento |sentido do progresso. |

|Nunca é demais lembrar o peso |a constante divulgação de |facilita a criação |do sistema de formação de quadros|

|e o significado destes |informações | |que corresponda às necessidades. |

|problemas, uma vez que | | | |

|As experiências acumuladas |a consolidação das estruturas |obstaculiza a apreciação da |das condições inegavelmente |

|demonstram que | |importância |apropriadas. |

|Acima de tudo, é fundamental |a consulta aos diversos |oferece uma interessante |dos índices pretendidos. |

|ressaltar que |militantes |oportunidade para verificação | |

|O incentivo ao avanço |o início da atividade geral de |acarreta um processo de |das formas de ação. |

|tecnológico, assim como |formação de atitude, |reformulação e modernização | |

Ei, você aí, pode me explicar o que se quis dizer com: As experiências acumuladas demonstram que a consulta aos diversos militantes facilita a criação das novas proposições??????Socorrooooo!

Assim entendemos que os documentos empresariais devem apresentar-se coerentes à tendência moderna de serem objetivos e claros! A comunicação deve ser livre de equívocos e ambiguidades.

Eugênio Mussak (.br) comenta o desejo do mundo por pessoas flexíveis e criativas a despeito de serem especialistas super-informados. O professor comenta uma reportagem da Revista Você S.A. que apresentava uma pesquisa sobre as causas da perda de emprego e em 87% dos casos as pessoas foram demitidas por falhas humanas e não deficiências técnicas. Como deficiências, dificuldade de comunicação, de aceitar ou exercer liderança, administrar conflitos, conviver com diferenças pessoais e carência de espírito criativo, responsável direto pelo desenvolvimento das organizações.

Leia o texto do autor:

Comunicação e clareza

Eugenio Mussak

Clareza de ideias é uma qualidade dos bons comunicadores. Tornar claros os pensamentos para que os outros possam “vê-los” é algo a ser perseguido. Organizar as ideias antes de organizar as frases pode parecer uma missão difícil de executar, pois pode parece acontecer ao mesmo tempo. Não é verdade. O que falta é observação e treinamento. Comece a observar se você pensa antes de falar, assim como pensa antes de escrever, e se organiza as frases com a melhor lógica possível. Depois treine a melhoria da organização de suas frases. Sim, clareza pode ser uma questão de treinamento.

Não tenha medo de ser considerado pedante por conjugar os verbos corretamente, por fazer concordar os pronomes e pronunciar as palavras por inteiro, sem comer sílabas e letras nem deixar partes entregues ao “subentendido”. Prefira ser elogiado pela clareza. Quando alguém não entendeu sua mensagem, pergunte a si mesmo “por que eu não me fiz entender?” em vez de transferir a responsabilidade ao outro perguntando-se “por que será que ele não entendeu?”

Clareza de expressão é a manifestação externa da lucidez do pensamento. Pessoas lúcidas são as que luzem, ou seja, as que emitem luz, e seu traço principal é a coerência de ideias na construção das frases. Lúcida é o nome que se dá à estrela mais brilhante de uma constelação, também chamada estrela alfa. Lúcida é ainda a designação de uma técnica de lapidação de diamantes que confere à pedra um brilho maior, traduzido em imensa beleza. Pessoas lúcidas também são assim, brilham mais.

Demonstre lucidez através da organização de suas falas. O ritmo adequado da fala facilita o entendimento da mensagem. Observe a velocidade, pois há quem fale depressa demais, assim como há quem fale muito devagar. O primeiro tipo angustia o interlocutor, pois não cria o tempo necessário à interpretação, e o segundo irrita pela monotonia, pois o entendimento já se deu antes da conclusão da frase, o que pode gerar dispersão. O timing verbal também é demonstrado por aspectos como o comprimento das frases, a obediência à pontuação, a tonicidade das sílabas mais significativas. E, principalmente, lembre-se de colocar suas opiniões “dentro”, e não “por cima” da conversa geral com outras pessoas. Isso garante que você seja sempre uma pessoa agradável para conversar.

Pois é, a nossa aula reforçou as bases da linguagem clara e objetiva. Uma boa linguagem empresarial tem como qualidade ser livre de modismos e obedecer às regras de compreensão do leitor: ser objetiva.

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AULA 9

Título: Vícios do texto empresarial: gerundismo, ambiguidade, chavão

Objetivo: Identificar elementos viciosos no texto empresarial.

|Estudo do duplo sentido nas sentenças e nos textos: Como identificar e evitar ambiguidades. |

Essa aula continua no mesmo tópico da anterior: vícios de linguagem que impedem o texto de ser claro. Um texto escrito ambiguamente, com trechos duvidosos, com uma escolha inadequada de vocabulário, incoerente, incorrerá naquilo que já discutimos antes: perda de tempo e prejuízo para a empresa.

Veja alguns problemas a serem evitados:

Gerundismo

Quem nunca ouviu uma secretária, um professor, uma coordenadora pedagógica, diretores de escola, pessoas com nível universitário e até pós-graduados usando essa praga que apareceu em nossa língua?

Eu vou estar enviando o email.

Eu vou estar confirmando seus dados.

O gerundismo (abuso do gerúndio) é um fenômeno recente que aparentemente começou com os atendentes de telemarketing em situações de formalidade

Algumas pessoas creditam esse uso à tentativa de tradução da estrutura do inglês "will be + gerúndio". Dessa forma, nota-se que o problema é realmente de tradução, pois o gerúndio do inglês nem sempre equivale ao do português. Isso também pode ser explicado por uma tradução apressada dos manuais que vêm do exterior, utilizados por empresas de atendimento a clientes e telemarketing. Esse tipo de construção deve ser substituído pela forma clara e direta:

‘Eu vou enviar o email’ e ‘Eu vou confirmar os seus dados’.” Ou eu enviarei, eu confirmarei...

Quando se pergunta a alguém por que usa esse recurso, é comum ouvir a resposta de que é mais bonito, e dá um ar de intelectualidade!

Então você pergunta: Quando devo usar essa construção?

Resposta: NUNCA! A construção verbo ir + estar+ verbo no gerúndio NÃO existe na nossa língua portuguesa. [pic]

Ambiguidade

Ambíguo é característica daquilo que tem ou pode ter mais de um sentido; desperta dúvidas. (Houaiss, 2009)

Portanto a ambiguidade em um texto manifesta-se na imprecisão de palavras, formas, expressões, etc. Para se ter uma ideia do seu significado o Houaiss, contrapõe ambíguo a preciso e ambiguidade a precisão. Não é de precisão que o texto moderno necessita?

A ambiguidade acontece quando o autor coloca algumas palavras em posição incorreta. Os pronomes demonstrativos, possessivos e os artigos mal ordenados na frase provocam ambiguidade.

Veja:

O diretor encontrou o secretário e saiu com sua namorada. (namorada de quem?)

A diretora falou para a coordenadora que também frequenta lá. (quem frequenta lá, a diretora ou a coordenadora? Onde exatamente é lá?

Recentemente um jornal de TV apresentou no programa que exibia a seguinte legenda: Indivíduo foge da prisão de mulher.

Qualquer um pode-se perguntar: o que fazia um homem em uma prisão feminina?

A dúvida só se desfez pelo contexto, que era o de um preso que se vestiu de mulher para fugir da cadeia.

Alguns pronomes provocam ambiguidade:

a- Pronome relativo que: Pensei em entregar o documento ao homem do escritório que é de recursos humanos.

Quem é de recursos humanos? O homem ou o escritório?

b- Pronome Possessivo: Existe um homem em sua sala.

Sala de quem?

Uma maneira de se evitar ambiguidade:

1- Evitar o pronome que para se referir a dois substantivos deslocando o pronome de lugar ou suprimindo-o:

Ex: Pensei em entregar o documento ao homem de recursos humanos do escritório.

2- Usar a técnica da substituição do relativo: (Gold,2005:68)

Frase ambígua: Havia um homem no meio da multidão que dava gritos histéricos.

Havia um homem no meio da multidão, a qual (= a multidão) dava gritos histéricos.

Havia um homem no meio da multidão, o qual (= o homem) dava gritos histéricos.

3- Evitar o emprego do possessivo que pode causar ambiguidade, reconstruindo a frase (Gold,2005:68)

Frase ambígua: O professor falou com o diretor em sua sala.

O professor falou, em sua sala, com o diretor.

O professor falou com o diretor na sala deste.

Outras construções:

Antivírus- cursos especiais de uso

Está disponível na nossa Central um dos cursos mais eficientes na prevenção de ataques de vírus ao seu computador. Você aprenderá tudo sobre vírus instalados em 14 dias.

A expressão “em 14 dias” pode referir-se tanto ao período do curso quanto ao período de “infestação” dos vírus. Como o título dá ênfase ao curso, a leitura mais adequada seja: Você aprenderá tudo em 14 dias sobre vírus instalados.

Chavões linguísticos

Algumas expressões já são consagradas pelo uso. Uso indevido!

Às expressões antiquadas, mas incorporadas ao texto empresarial, damos o nome de chavão. Os chavões são considerados sinônimo de repetição, de falta de imaginação e pobreza de estilo. Muitas expressões que aparentemente fazem parte do texto de alguns gêneros devem ser cortadas. Por exemplo, em uma carta:

1-Venho por meio desta- desnecessário, só pode ser por meio desta carta já que o leitor a tem em mãos.....

2-Venho, pela presente...- idem

3-Este comitê solicita a Vossa Senhoria (V.S.ª)- o pronome de tratamento só deve ser utilizado quando o destinatário exigir essa formalidade. Entre pessoas de mesma hierarquia, deve-se suprimi-lo a fim de manter um nível de empatia que produza um sentido eficaz.

4-Acusamos o envio da fatura- o verbo acusar não se justifica na construção. Não use.

5- Reiteramos s protestos de estima e consideração- Esse fecho-chavão é incoerente em termos de significação.

Para autoridades superiores: utilize Respeitosamente

Para autoridades de mesma hierarquia ou hierarquia inferior: Atenciosamente

6- Sem mais para o momento: não use essa expressão e encerre a carta.

Como já discutimos anteriormente, a vida moderna é rápida e requer atualizações constantes que sejam compatíveis com essas inovações. Da mesma forma a comunicação. Textos mal escritos, palavras mal compreendidas geram perda de tempo e dinheiro para as empresas. A saída é sempre procurar a clareza e a economia de palavras. Vá sempre pelo caminho mais curto!

Leia mais a respeito em



Exercícios:

Leia o texto a seguir: (Pereira e Pelachin, 2004: 358)

Emaús realiza coleta anual

A Campanha de Emaús 2001, chegou a sua última etapa. Ontem milhares de voluntários realizaram a grande coleta de objetos usados por todos os bairros da cidade. Distribuídos em 85 caminhões, eles tiveram bastante trabalho, pois as doações superaram a expectativa dos organizadores. (Amazônia Jornal. Belém, 27/8/2001.

No período em destaque, uma expressão é ambígua.

1- A expressão ambígua é “por todos os bairros da cidade”.

a- Certo

b- Errado

3- Leia:

No meio de uma visita de rotina, o presidente de uma grande empresa chega ao setor de produção e pergunta ao supervisor:

-Quantos funcionários trabalham neste setor?

- Mais ou menos a metade! – foi a resposta do encarregado.

I- O presidente da empresa quis perguntar quantos funcionários estavam no setor.

II-O funcionário respondeu que apesar de estarem todos os funcionários no setor, apenas a metade deles estava trabalhando efetivamente. Os outros, provavelmente, estavam “matando o tempo”.

III- Um dos sentidos de trabalhar é estar empregado. Supondo que o supervisor entendesse a fala do presidente da empresa nesse sentido e quisesse dar uma resposta correta, deveria dar o número exato de trabalhadores do setor.

a- I e II estão corretas;

b- Apenas I está correta

c- I, II e III estão corretas

d- Nenhuma está correta

4- A carta abaixo tem diversos tipos de erros que vão desde uma escrita tradicional ( padronização, vícios, chavões, etc) a erros gramaticais. Corrija-a, modernizando-a.

Belo Horizonte, 06 de outubro de 2000.

439/2000

Ilmos. Srs.

M.A. Oliveira

Caixa Postal 112

São Paulo- SP

Prezados Senhores:

Vimos, através desta, acusar o recebimento do seu prezado favor datado de 12 de outubro próximo passado, junto ao qual V.S.ªs tiveram a gentileza de nos encaminhar os documentos relativos às mercadorias por nós encomendadas.

Informamos, outrossim, que as mercadorias referenciadas chegaram em perfeitas condições, nada nos sendo lícito reclamar nesse sentido. Lamentamos, no entanto, ter que externar-lhes a nossa estranheza ante o fato de constar, na fatura que foi-nos remetida por V.S.ªs, vencimento para 30 dias, quando o que havíamos combinado com o representante de sua conceituada empresa foi de 90 dias.

Solicitamos, pois, que você esclareça a coisa, por causa que não poderemos estar aceitando a duplicata, caso não seja-nos concedido o prazo previamente combinado.

Cientes de que esta nossa justa pretensão será acolhida por V.S.ªs, firmamo-nos, com estima e apreço, mui

Sem mais para o momento,

atenciosamente,

ESCRITÓRIO JONES E CIA.

CARLOS ZEN Diretor

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AULA 10

Gramática de uso

Objetivo: Conceituar norma culta da língua e apresentar alguns itens de uso diário.

Norma culta

Conforme vimos nas aulas anteriores, cada falante utiliza uma variante determinada pelo momento histórico, social, cultural em que atua. Pela classe social, formação cultural, região em que mora. Assim, desde que entramos na escola sabemos que existem dois padrões de linguagem a serem seguidos: a norma culta que é usada em situações formais e principalmente nos textos escritos e a coloquial, que é a linguagem do dia a dia, utilizada em situações informais de uso da língua.

Na norma culta o vocabulário é cuidado, os verbos são bem conjugados, as palavras bem pronunciadas e não existem gírias de nenhuma espécie para não confundir o interlocutor ou até mesmo passar uma má imagem do seu produtor.

Noção de erro

Construções que fogem à norma culta enquadram-se em duas categorias: desvios(erro) e recursos de estilo. Quando determinamos que tal construção está “errada”, temos como parâmetro a norma culta. Assim, um erro é estabelecido pelo desconhecimento das regras da língua e um recurso expressivo, pela intencionalidade, para conseguir algum efeito de sentido.

Analise um trecho da música “Amor I love you”, de Marisa Monte e Carlinhos Brown:

‘‘Deixa eu dizer que te amo[pic]Deixa eu pensar em você.

Isso me acalma Me acolhe a alma

Isso me ajuda a viver’’

Em “Deixa eu dizer que te amo”, “Deixa eu pensar em você”, segundo a norma culta há um erro: o pronome eu é um pronome pessoal de caso reto e, portanto só deve ser utilizado em situações em que realiza a função de sujeito. O pronome, no caso da letra da música, está em posição de objeto e deveria ter sido utilizado um pronome pessoal de caso oblíquo. Então, de acordo com a norma culta, deveria ser: “Deixe-me dizer que te amo”, “Deixe-me pensar em você”. Agora, tente cantar a mesma música com as alterações feitas. Ficou estranho? Pois é, a serviço da arte, a norma culta faz concessões e dá passagem... Aqui você percebeu o erro gramatical a serviço de um recurso expressivo dos autores.

Logo adiante, na mesma estrofe, aparece: “Me acolhe a alma”. A norma culta também prescreve que em casos de início de frase ou após vírgula, o pronome oblíquo (me) não pode ser utilizado. Ou seja, não se inicia frases com pronomes oblíquos: me dá, lhe falei, etc. O correto então (segundo a norma culta) seria repetir na frase seguinte o enunciado na anterior: Isso me acalma, isso me acolhe a alma. O pronome não iniciaria frase e todos os problemas gramaticais estariam resolvidos, certo? Então agora, mais uma vez tente cantar nossa nova versão:

Deixe-me dizer que te amo

Deixe-me pensar em você

Isso me acalma

Isso me acolhe a alma.....

Entendeu? Também chamamos esses “erros” de licenças poéticas. Mas isso já é outra história. Nos textos utilizados no mundo empresarial a norma culta DEVE ser respeitada e qualquer desvio será, sim, considerado um errro e pode prejudicar sua imagem e a de sua empresa. Portanto, mantenha sempre um bom dicionário e gramáticas sempre por perto!

Alguns obstáculos a serem removidos....

Vamos esclarecer, de forma bem simples, algumas palavras e expressões que geralmente nos confundem quando vamos, principalmente, escrever.

|POR QUE, PORQUÊ, PORQUE, POR QUÊ ? |

- Por que =

a) Usado no início de frases interrogativas:

Ex.: Por que tanto barulho aqui?

b) Usado no sentido de “o motivo pelo qual” ou de “pelo(a) qual, pelo(as) quais. Ex.: Ex.: Não sei por que tanto barulho aqui.

- Porque =

a) Em casos em que propomos explicações, respostas, afirmações.

Ex.: O barulho aqui está muito alto porque as pessoas falam demais e sem parar.

- Porquê =

a) Usado sempre quando acompanhado por um artigo (o(s), a(s), um (uns), uma (umas))

Ex.: Tem de haver um porquê para tanto barulho aqui!

- Por quê =

a) Usado no final de frases interrogativas.

Ex.: O barulho aqui está muito alto, Por quê?

|A FIM DE ou AFIM? |

A FIM DE – Com intuito

Nós procuramos a fim de estabelecermos relações comerciais.

AFIM – Com afinidade

São pessoas afins.

|ONDE ou AONDE? |

ONDE – Usado quando o verbo indica permanência (em que lugar).

Onde está o meu carro?

AONDE – Usado quando o verbo indica movimento (a que lugar).

Aonde você vai agora?

|HÁ CERCA DE, ACERCA DE ou CERCA DE? |

HÁ CERCA DE – Indica tempo decorrido.

A peça teatral está sendo apresentada há cerca de dois anos.

ACERCA DE – a respeito de.

Falávamos acerca de sua demissão.

CERCA DE – Indica arredondamento (perto de, coisa de, por volta de, em torno de, aproximadamente)

Cerca de 10 mil pessoas compareceram à manifestação.

Obs: Não usar para números exatos. Ex.: “Cerca de 543 pessoas...”

|HAJA VISTO ou HAJA VISTA? |

• A expressão correta é HAJA VISTA, mesmo antes de palavras masculinas.

Vamos repetir a demonstração. Haja vista o interesse dos participantes.

|TAMPOUCO ou TÃO POUCO? |

TAMPOUCO – Também não.

Não compareci a festa tampouco ao almoço.

TÃO POUCO – Muito pouco.

Tenho tão pouco tempo disponível para essa tarefa.

|À TOA ou À-TOA? |

À TOA – Sem rumo.

“Eu estava à toa na vida”.

À-TOA – Ordinário.

Eita sujeitinho à-toa!

|A ou HÁ? |

A – Preposição, indica tempo futuro, ideia de distância e na expressão a tempo.

Ele chegará daqui a duas semanas.

A cidade fica a 20 km daqui.

Não chegaremos a tempo de ver o espetáculo.

HÁ – Indica tempo decorrido, passado.

Há tempo que não trabalho tanto quanto agora.

Saiu há pouco do Rio de Janeiro.

|A PAR ou AO PAR? |

A PAR – Estar ciente de, sabedor.

Estou a par do ocorrido.

AO PAR – Termo usado em Operadores de Mercado Financeiro (indica paridade ou igualdade).

O lançamento de ações foi feito ao par (com base no valor nominal).

|MENOS ou MENAS? |

• Forma correta é : “Há menos pessoas aqui do que lá”.

Não esqueça que NÃO existe a forma MENAS.

|MÁS, MAS ou MAIS? |

MÁS – Ruins.

Essas pessoas são muito más.

MAS – Conjunção coordenativa adversativa: entretanto, porém.

A virtude é comunicável. Mas o vício é contagioso.

MAIS – Antônimo de menos.

O jornal de hoje publicou mais fotos da vencedora do festival.

|MAL ou MAU? |

MAL – Antônimo de bem.

A criança estava passando mal desde ontem.

MAU – Antônimo de bom.

Houve mau uso dos equipamentos eletrônicos.

|AO INVÉS DE ou EM VEZ DE? |

AO INVÉS DE – Significa ao contrário de.

Maura, ao invés de Alice, resolveu se dedicar à música.

EM VEZ DE – É o mesmo que em lugar de.

Em vez de José, Carlos esteve presente.

|A NÍVEL DE ou EM NÍVEL DE? |

• A forma A NÍVEL DE dita com tanta propriedade não existe, portanto deve ser eliminada ou substituída por EM RELAÇÃO A, NO QUE DIZ RESPEITO A.

A nível de presidente, eu acredito que...(INCORRETO)

No que diz respeito ao presidente, eu acredito que...(CORRETO)

• A expressão EM NÍVEL DE pode ser usada quando for possível estabelecer níveis/patamares em relação ao que se fala.

As decisões tomadas em nível federal (estadual, municipal) poderão ser definitivas.

Obs: Em relação ao mar, aceita-se ao nível do mar ou no nível do mar.

|ENQUANTO, COMO OU NA POSIÇÃO QUE? |

• Emprega-se a palavra ENQUANTO em frases do tipo:

Eu, enquanto responsável pelo departamento... (INCORRETO)

• Prefira seguramente:

Eu, como (ou na posição de) responsável pelo departamento... (CORRETO)

|A PRINCÍPIO ou EM PRINCÍPIO? |

A PRINCÍPIO – Significa inicialmente, no começo, num primeiro momento.

A princípio havia um homem e uma mulher.

EM PRINCÍPIO – Quer dizer em tese, por princípios, teoricamente.

Em princípio, sou contra a pena de morte.

Ou use simplesmente:

Em tese, sou contra a pena de morte.

|EXCESSO ou EXCEÇÃO? |

Como a palavra EXCESSO é grafada com “SS”, alguns deduzem que EXCEÇÃO também deva ser grafada com “SS”. A dedução seria válida se as duas palavras fossem da mesma família. Mas não são. Até certo ponto têm sentidos contrários.

EXCESSO – lembra algo abundante.

EXCEÇÃO – algo que acontece escassamente.

|EM DOMICÍLIO ou A DOMICÍLIO? |

O correto é entregas em domicílio. É o mesmo que fazer entregas em casa, no escritório.

Fazemos entregas em domicílio.

Obs.: Só usamos a domicílio com verbos de movimento.

Conduziram o doente a domicílio (melhor: ...ao seu domicílio).

|SITO A ou SITO EM? |

Nosso escritório situa-se na Avenida Brasil.

|SE NÃO ou SENÃO? |

SE NÃO – Pode ser substituído por caso não.

Devolva o relatório se não estiver de acordo.

SENÃO – Pode ser substituído por somente, apenas.

Não vejo outra alternativa senão concordar.

SENÃO – Substantivo, significando contratempo.

O show não teve nenhum senão.

|PORISSO ou POR ISSO? |

• NÃO existe a forma PORISSO.

• A forma correta é POR ISSO.

É por isso que você não vai mais errar.

|AO ENCONTRO DE ou DE ENCONTRO A? |

AO ENCONTRO DE – Designa uma situação favorável.

Nossas propostas vão ao encontro das atuais tendências do mercado.

DE ENCONTRO A – Dá a ideia de oposição, contrariedade, choque.

Suas palavras vão de encontro a tudo aquilo em que acredito.

Mário foi de encontro ao poste e ganhou um hematoma horrível!

INDICAÇÃO DE SITE:

EXERCÍCIOS

Assinale as alternativas corretas a respeito do uso de:

1- Por que, porque, porquê, por quê.

a- Esse é o caminho por que passa todos os dias.

b- Porque ele faltou à reunião?

c- Você não compareceu, por que?

d- Não sabemos porque você não compareceu.

2- Onde/aonde

a- Aonde você vai agora com tanta pressa?

b- Aonde estão os livros que você me indicou?

3- Mas/mais

a- Ela se esforçou, mais não conseguiu o emprego dos sonhos.

b- O contrato foi assinado, mas não surtiu o lucro esperado.

c- Ele leu mas livros este ano que no ano anterior.

d- Aquelas eram atitudes extremamente mas.

4- Senão/ se não

Devemos entregar o trabalho no prazo, senão o contrato será cancelado.

a- Certo

b- Errado

5- Ao encontro/de encontro

Aquelas atitudes vão de encontro ao que eu acredito. (= são favoráveis)

a- Certo

b- Errado

TEXTO COMPLEMENTAR:

Leia algumas construções que preparamos para você. Todas estão de acordo com a norma culta da língua:

1- Você trabalha em quê?

2- Ela vai sair do escritório? Ela pensa em quê, exatamente?

3- Aquele é o escritório por que Bárbara se interessou recentemente.

4- Por que razão os preços subiram?

5- Os preços subiram, por quê?

6- Não entendemos por que você foi demitida.

7- Foi demitida porque faltava demais e não justificava sua ausência.

8- Nem o gestor sabe o porquê da demissão.

9- Aonde ela está levando esse arquivo?

10- Não sei onde encontrar os arquivos.

11- O grupo cumpriu todas as exigências, mas nem assim foi campeão.

12- Eles fizeram mais pontos que o grupo considerado campeão!

13- Eram atitudes muito más.

14- Ele escolheu um mau momento para falar.

15- Ele agiu mal.

16- Mal foi admitido, pediu para sair.

17- O bem e o mal nos rodeiam sempre....

18- A editora não fez a cessão dos direitos autorais do autor irlandês.

19- Fiquei em casa para assistir à sessão da tarde.

20- O horóscopo fica na seção de entretenimento.

21- Há cinco meses não vou a academia.

22- Daqui a dois semestres estou formado!

23- Espero que eu esteja bem amanhã, senão reprovarei no teste de admissão.

24- Se não estiver bem amanhã, vou cancelar o teste.

25- Ao invés do que eles falaram, fui bem na prova.

26- Em vez de trabalhar o horário normal, preferi dedicar-me mais e venci o concurso.

27- Aquele emprego veio ao encontro das minhas expectativas. Afinal, estudei para isso!

28- Discutimos acerca do aumento de preços.

29- Há cerca de dois meses começaram as construções da nova raia olímpica.

30- O estádio está sendo reformado a fim de contemplar as exigências do Comitê Olímpico.

31- A corrida e o futebol são esportes afins, já que requerem uma boa forma física.

32- Eles trabalham demais.

33- Os profissionais do marketing ficarão reunidos no hotel fazenda para criarem melhor. Os demais, voltam para o escritório.

34- Ficaram relaxando e não fizeram nada de mais.

35- Ninguém deu valor para o trabalho: era um resumo à toa.

36- Os computadores são atualizados dia a dia. (o hífen caiu com o novo acordo ortográfico)

ORTOGRAFIA DE VERBOS

Alisar

Alfabetizar

Ajuizar

Agilizar

Analisar

Amenizar

Agonizar

Avisar

batizar

Capitalizar

Catalisar

Catequizar

Canonizar

Comercializar

democratizar

dedetizar

economizar

divisar

enraizar

economizar

fertilizar

frisar

generalizar

hidrolisar

imortalizar

improvisar

legalizar

magnetizar

otimizar

parabenizar

paralisar

racionalizar

revisar

sensibilizar

teorizar

valorizar

urbanizar

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