Programa #01 (2ª série) - RTP

[Pages:9]Programa #01 (2? s?rie)

Registo em 18.Ago.08 ? 14:00 PPA em 18.Ago.08 ? 15:00 ANTENA 1 ? Estreia em 29.Ago.08 ? 17:12 1?Repeti??o em 30.Ago.08 ? A1 - 13:07

Com Viriato Teles Vozes de Isabel Bernardo e Alberto Ramos Grava??o de Paula Guimar?es

GEN?RICO de Abertura

A ? Medley hist?rico

01:07

00:25

Jaime da Silva Pinto, Fernando Pessa, J?lia Maria, Jorge Dias, Manuela Arraiano

Base Musical

1 Para MANTER durante as duas locu??es

AR ? Antes de come?ar a responder, no "ar", os ouvintes, Adelino Gomes dedica uma s?rie de quatro programas ao modo como nomes marcantes da r?dio que se fazia em Portugal e nas suas antigas col?nias ouvem e acompanham programas e notici?rios da r?dio p?blica que se faz hoje.

Provedor ? Convidei 21 antigos profissionais a dizerem, publicamente, o que pensam sobre a r?dio de hoje.

Em particular aquela que se faz nas sete esta??es do servi?o p?blico de radiodifus?o, cujo trabalho me compete seguir com ouvidos mais cr?ticos. As suas idades v?o dos 37 aos 91 anos. Trazem-nos a mem?ria vivida de sete d?cadas de r?dio em Portugal e nas col?nias. Apresento os que vamos ouvir no programa de hoje:

B ? Artur Agostinho

Eu entrei para r?dio porque criei os meus mitos, os meus exemplos, as minhas refer?ncias. O Fernando Pessa foi a primeira grande refer?ncia que eu tive, depois o Olavo d'E?a Leal, o Jorge Alves, aquela gente desse tempo. E eu gostava de ser como eles, ? aquela hist?ria que hoje acontece com os artistas, ? a mesma coisa no teatro...

00:19

Artur Agostinho

IB ? Artur Agostinho, 87 anos. O mais completo homem da r?dio portuguesa de todos os tempos.

C ? Igrejas Caeiro (Indicativo "Companheiros da Alegria")

00:10

Arquivo Hist?rico RDP

TEXTO GRAFADO COM INTEN??O DE LEITURA RADIOF?NICA.

Programa #01 (2? s?rie) 2

Provedor ? Igrejas Caeiro, 91 anos. Aqui ouvido no indicativo de um dos programas mais populares da sua longa carreira de apresentador e realizador radiof?nico. Afastado da Emissora Nacional por ter apoiado listas da oposi??o, em 1948, e impedido de realizar espect?culos, em 1954, por ter elogiado Nehru, como estadista. Foi director de programas da Emissora Nacional, a seguir ao 25 de Abril.

D ? Maria Helena D'E?a Leal (Di?logos de Olavo D'E?a Leal)

00:10

Arquivo Hist?rico RDP

Provedor ? Maria Helena D'E?a Leal, aqui com Igrejas Caeiro, num dos famosos di?logos de seu irm?o Olavo.

Uma voz de oiro na Emissora Nacional, no R?dio Clube Portugu?s e na R?dio Comercial.

E ? Lu?s Filipe Costa (Leitura de not?cia no RCP)

00:10

Arquivo Hist?rico RDP

Provedor ? Lu?s Filipe Costa. Fundou e dirigiu o Servi?o de Notici?rios do R?dio Clube Portugu?s, no in?cio da d?cada de

1960. Integrou a comiss?o administrativa da esta??o a seguir ao 25 de Abril de 1974.

F ? Maria J?lia Guerra

Eu sou uma ouvinte muito atenta e ass?dua e quase que apenas da Antena 2.

00:05

Maria J?lia Guerra

Provedor ? Maria J?lia Guerra ? locutora, realizadora de programas e hoje formadora na ?rea das t?cnicas vocais. Reformada da RDP desde 1993.

G ? Jo?o David Nunes (Excerto do Programa Galileu/Galilei)

00:20

Arquivo Pessoal do Provedor

Provedor ? Jo?o David Nunes, 60 anos. Fundou e dirigiu a R?dio Comercial ? canal da RDP que marcou a r?dio dos anos 80 em Portugal.

H ? C?ndido Mota

A r?dio tem que se transformar e est?-se a transformar cada vez mais, a boa r?dio, numa r?dio de palavra: transmiss?o de ideias, transmiss?o de informa??o.

00:05

C?ndido Mota

TEXTO GRAFADO COM INTEN??O DE LEITURA RADIOF?NICA

Programa #01 (2? s?rie) 3

Provedor ? C?ndido Mota, a voz m?tica do programa Em ?rbita, e um dos elementos da celebrada equipa de redactoreslocutores do servi?o de notici?rios do R?dio Clube Portugu?s, antes do 25 de Abril.

I ? M?rio Figueiredo

Eu acho que inventei os post-its antes do tempo, porque colava pequeninos pap?is ? telefonia desde mi?do, com os programas que queria ouvir, as hist?rias do Silva Pinto, etc., eu seleccionava muito aquilo que queria ouvir. Nasci em 47, portanto n?o se podia ter a r?dio ligada a qualquer hora, havia que poupar.

00:16

M?rio Figueiredo

Provedor ? M?rio Figueiredo, 60 anos. Porque Hoje ? S?bado e Contraponto, na Antena 1, programas principais em que

participou ou que realizou. Tamb?m Culturando, no canal cl?ssico da RDP, de que era director-adjunto quando se reformou, em

meados da d?cada de 1990, com 41 anos.

J ? Maria Jos? Mauperrin

Quando entrei para r?dio em 1968, havia o culto das grandes vozes...

00:04

Maria Jos? Mauperrin

Provedor ? Maria Jos? Mauperrin.

Locu??es e realiza??o de programas na Emissora Nacional, R?dio Clube Portugu?s e R?dio Comercial.

Para esta ?ltima esta??o criou e realizou o programa Caf? Concerto, na mem?ria ainda dos que ouviam r?dio nos anos 80.

K ? Joaquim Letria

Agora perdeu-se o h?bito da station identification, ou de se dizer "est? a ouvir a r?dio tal", a gente n?o sabe o que anda a ouvir, [mas] h? uma que eu nunca me engano: ? quando oi?o o Ant?nio Macedo, j? sei que estou a ouvir a Antena 1.

00:12

Joaquim Letria

Provedor ? Joaquim Letria, jornalista na sec??o portuguesa da BBC at? ao 25 de Abril. Realiza??o e apresenta??o de v?rios programas na R?dio Comercial e na Antena 1 da RDP.

L ? Joaquim Furtado (Excerto da leitura de um comunicado do MFA)

00:05

Arquivo Hist?rico da RDP

Provedor ? Joaquim Furtado come?ou a trabalhar na r?dio em 1970. Ouvimo-lo na leitura do primeiro comunicado do Movimento das For?as Armadas, na madrugada do dia 25 de Abril de 1975. Esse momento constituiu o ex-libris de uma carreira

TEXTO GRAFADO COM INTEN??O DE LEITURA RADIOF?NICA

Programa #01 (2? s?rie) 4

radiof?nica que teve nos notici?rios do R?dio Clube Portugu?s e no programa Tempo ZIP da R?dio Renascen?a o seu primeiro cart?o de visitas profissional.

Cortina 21 (Adelino Gomes, Em Nome do Ouvinte...)

00:05

Base Musical

2 Para manter durante as locu??es

AR ? A voz na R?dio - tema do primeiro programa do novo Provedor do Ouvinte.

IB ? Adelino Gomes vai querer saber tamb?m se ? melhor ou pior do que no tempo dos seus convidados o portugu?s falado pelas vozes da R?dio de hoje.

Provedor ? Comecemos pela quest?o da voz, que ? quase um mito, neste meio. A r?dio ? primeiro uma voz e s? depois um programa? Primeiro a forma e s? depois o conte?do? O que ? isso afinal de uma grande voz da R?dio?

M1 ?Lu?s Filipe Costa

Eu julgo que para a R?dio ? precisa uma voz clara, distintiva, para que a gente perceba logo ao primeiro contacto com que esta??o emissora estamos a contactar e que seja tamb?m a voz de quem sabe ler e sabe ler bem. A voz corresponde a uma boa leitura.

00:20

M2 ? Maria J?lia Guerra

Eu n?o vou discutir uma voz bonita ou feia. Isso ? muito subjectivo. Mas clara, n?o se ouvindo a respira??o, de uma maneira geral, n?o se atropelando, na fala, articulando bem as palavras. Tudo isso ? fundamental.

00:13

M3 ? C?ndido Mota

AG ? J? n?o vivemos no tempo das grandes vozes? E isso ? sentido como uma falta na r?dio de hoje?

CM ? Se eu tivesse uma empresa de entregas ao domic?lio por estafetas, n?o iria, por muito respeito que essas pessoas me mere?am, n?o iria buscar hemipl?gicos para fazer esse trabalho. P?-los-ia a fazer outra coisa qualquer, mas n?o os punha com certeza a correr no meio do tr?nsito de bicicleta ou de mota para ir fazer as entregas. Da mesma forma, faz-me uma certa confus?o como ? que se vai buscar uma pessoa que ? gaga ou belfa ou qualquer coisa assim do g?nero para fazer... paga fazed pogamads de g?dio. N?o consigo perceber.

00:43

Lu?s Filipe Costa Maria J?lia Guerra

C?ndido Mota

TEXTO GRAFADO COM INTEN??O DE LEITURA RADIOF?NICA

M4 ? Artur Agostinho

Isto ? como no teatro, oh Adelino, onde h? actores, h? grandes actores e actrizes que s?o excelentes, mas que n?o "passam" do palco para a plateia. N?o ultrapassam, dizia-se no meu tempo, o pano de ferro, aquele pano que protegia dos inc?ndios. E portanto, este esp?rito de comunica??o, essa comunicabilidade era importante. A voz poderia ser suplantada a qualidade em benef?cio da capacidade de comunicar.

00:25

M5 ? Maria Jos? Mauperrin

MJM ? Quando entrei para r?dio, em 1968, havia o culto das grandes vozes. Tanto que eu sofri muito com a minha... AG ? N?o acredito...

MJM ? ? verdade. O Lu?s Filipe Costa costumava dizer que n?s ?ramos as duas vozes mais feias da r?dio. Porque as pessoas implicavam muito com os nossos tons, com o nosso timbre. As mulheres nessa altura eram as vozes doces, encantat?rias, que ? coisa que eu n?o tenho. O que ? importante era a presen?a da voz, o que ? que a voz est? a transmitir? O que ? que a gente sente quando se est? a ouvir uma voz.

00:36

M6 ? Jo?o David Nunes

N?o sei. Acho que ? completamente imposs?vel definir o que ? uma grande voz. Uma grande voz ? aquela que se imp?e por si, que tem um colorido especial, que ? facilmente identific?vel. No que diz respeito ? R?dio, que seja aquilo que muitos classificam como uma voz redonda, agrad?vel, de companhia...

00:25

M7 ? M?rio Figueiredo

MF ? A concep??o de uma grande voz, em 1974, era uma voz, daquilo a que n?s, de uma forma arrogante (os que n?o pertenciam ? Emissora Nacional) diz?amos "os papagaios". Era uma voz tonitruante, sem defeitos, bacteriologicamente pura. AG ? Mas ser? que se passou do 8 para o 80, ou do 80 para o 8, e que hoje h? um d?fice de vozes?

MF ? At? a? o jornalista da r?dio escrevia e depois havia o locutor, que lia a not?cia que o jornalista de r?dio fazia. Em 74 houve, naturalmente, tamb?m aqui uma revolu??o e toda a gente achou que era muito melhor int?rprete da sua not?cia. Da? que tivesse, naturalmente, havido alguns excessos, pessoas que n?o tinham vozes minimamente capazes de irem para o microfone, acharam-se no direito, e ningu?m se achou no direito de n?o permitir que eles fossem...

00:51

M8 ? Joaquim Letria

Eu trabalhei uns anos na BBC e havia uma coisa muito interessante que eles recordavam e que n?s, nos nossos cursos de produ??o (porque t?nhamos cursos de produ??o longos, at? How to behave in front of a microphone), havia uma coisa que eles recordavam sempre: era as emiss?es da BBC em que os announcers, os apresentadores, iam de smoking. ? porque eles entendiam que uma pessoa de smoking, de facto, tem uma atitude diferente do que uma pessoa em mangas de camisa, e ? verdade. E portanto isso influenciava o seu tom de voz e todo o tom de um programa que se pretendia que se tivesse uma determinada caracter?stica

00:46

Programa #01 (2? s?rie) 5

Artur Agostinho Maria Jos? Mauperrin

Jo?o David Nunes

M?rio Figueiredo

Joaquim Letria

TEXTO GRAFADO COM INTEN??O DE LEITURA RADIOF?NICA

Programa #01 (2? s?rie) 6

M9 ? Maria Helena D'E?a Leal

Acho que a palavra ? a coisa mais importante de tudo, e as pessoas quando falam t?m de saborear as palavras. A palavra fez-se para se saborear, e quando eu oi?o isso fico presa, fico entregue, digo assim "que bem que fala". Como os nossos actores e as nossas actrizes. H? gente nova agora cheia de qualidades.

00:21

Maria Helena D'E?a Leal

Base Musical

3 Para manter durante as locu??es

Provedor ? Helena D'E?a Leal, nesta defini??o saborosa do que ? a voz em R?dio. Saborosa e optimista.

IB ? Antes, ouvimos Joaquim Letria, M?rio Figueiredo, Pedro Castelo*, Jo?o David Nunes, Maria Jos? Mauperrin, C?ndido Mota, Artur Agostinho, Maria J?lia Guerra e Lu?s Filipe Costa. Provedor ? Bela, agrad?vel, cheia, expressiva, saborosa, mas acima de tudo capaz de comunicar ? disseram-nos em resumo os convidados. Todos eles chegados ao microfone depois de prestarem provas, cujas dificuldades, no caso da Emissora Nacional, n?o desapareceram ainda da mem?ria de Maria J?lia Guerra e de Artur Agostinho.

N1 ? Artur Agostinho

Era preciso saber falar razoavelmente portugu?s, saber umas coisinhas de franc?s e de ingl?s, havia umas provas, para isso, escritas e uma prova oral. Depois havia a prova do improviso, em que uns se sa?am melhores do que outros, evidentemente, porque havia bons locutores que n?o eram capazes de improvisar, mas havia outros que improvisavam. Davam um tema e fa?a a? uma reportagem, suponha que est? no Terreiro do Pa?o a fazer a inaugura??o de n?o-sei-qu?, ou a chegada da Rainha Isabel.

00:26

Artur Agostinho

N2 ? Maria J?lia Guerra

Lembro-me como se fosse hoje: estava sentada, assim, num est?dio, sozinha, entra algu?m, d?-me um sobrescrito, "quando lhe dissermos, daquele lado do vidro, quando lhe fizermos sinal, abre e l? o tema que tem que desenvolver". Para surpresa minha, o tema era a chegada da equipa de futebol ao aeroporto de Lisboa, depois de ter vencido o Campeonato do Mundo ? equipa do Brasil. E eu perguntei assim: "D?o-me licen?a? Eu posso dizer que ganh?mos por 21-2?" "O que quiser". Ent?o foi ?ptimo, porque eu n?o falei de futebol. Falei dos t?cnicos dos v?rios pa?ses, que aguardavam no aeroporto a chegada dos futebolistas, para saber que alimenta??o ? que eles tinham tido, que exerc?cios ? que eles tinham para terem resistido tanto ?quela equipa valorosa do Brasil, e para terem ganho daquela maneira. E foi assim que me mandaram calar, que j? chegava. Mas depois disso, o que ? muito interessante, t?nhamos uma prova curiosa ? n?o havia ainda v?deo, nada disso ? e ent?o t?nhamos uma maquineta que algu?m rodava e que nos dava uma imagem. Suponhamos, uma praia, pessoas a tomarem banho. T?nhamos de falar sobre isso. Quando est?vamos a falar, quando estava, cada uma das pessoas, era um tema diferente, aparecia por exemplo um avi?o j? numa floresta. Portanto t?nhamos de fazer uma liga??o da praia com a floresta, com o avi?o, e assim sucessivamente. Coisas mesmo diab?licas...

01:29

Maria J?lia Guerra

TEXTO GRAFADO COM INTEN??O DE LEITURA RADIOF?NICA

AR ? Maria J?lia Guerra. Antes, ouvimos Artur Agostinho.

Programa #01 (2? s?rie) 7

Base Musical

4 Para manter durante a locu??o

Provedor ? E a l?ngua portuguesa ? ? mais ou ? menos respeitada hoje, na R?dio? C?ndido Mota, Maria J?lia Guerra, Maria Jos? Mauperrin, Pedro Castelo* e Igrejas Caeiro n?o perdoam e assestam baterias para todo o lado.

O1 ? Igrejas Caeiro

AG ? Fala-se mal portugu?s, hoje, na R?dio? IC ? Eu acho que sim, muito mesmo, e isso ? grave. Porque, mesmo pessoas muito importantes n?o sabem falar. ? evidente, h? pessoas de grande categoria... Antes, as pessoas tinham cuidado de ler e de falar. AG ? Ser?... O defeito ? da R?dio, ? dos professores, da fam?lia... ? de quem? IC ? ? um bocado de todos, n?o ??

00:29

O2 ? Jo?o David Nunes Tudo o que meter comunica??o e utiliza??o da l?ngua tem qualidades e tem defeitos. Infelizmente h?, do meu 00:15

ponto de vista, uma tend?ncia para que a qualidade venha diminuindo.

O3 ? C?ndido Mota

Estou farto de ouvir as pessoas a dizerem que fulano tal cumpriu com o seu dever, estou farto de ouvir dizer das pessoas as maiores patacoadas que se possam imaginar...

00:09

O4 ? Maria Jos? Mauperrin

N?o se fala mal na r?dio, fala-se em toda parte. O primeiro-ministro deste pa?s diz precaridade ? j? para n?o falar no entretimento**, que pode ter sido um lapso, n?o ??

00:12

Igrejas Caeiro Jo?o David Nunes

C?ndido Mota Maria Jos? Mauperrin

O5 ? Maria J?lia Guerra

AG: Fala-se hoje melhor ou pior na R?dio?

MJG: Ah, muito pior... que horror... Mas toda a gente fala pior, n?o ?? At? se aprende com os grandes mestres... Portanto, fala-se muito mal, n?o h? nenhum cuidado com a L?ngua Portuguesa, o que ? lament?vel.

00:15

Maria J?lia Guerra

Base Musical

5 Para manter durante as locu??es

TEXTO GRAFADO COM INTEN??O DE LEITURA RADIOF?NICA

Programa #01 (2? s?rie) 8

IB ? Apesar das cr?ticas, nem todos os antigos profissionais ouvidos pelo Provedor do Ouvinte concordam que a l?ngua portuguesa seja menos respeitada hoje, na R?dio, do que no passado. Provedor ? C?ndido Mota e Lu?s Filipe Costa lembram a exist?ncia de um "filtro natural" que actuava nas esta??es: a figura respeitada de um profissional mais velho.

P1 ? C?ndido Mota

O que eu tenho ? a impress?o que faz falta neste momento ? o filtro natural que havia antigamente. Tu lembraste, aqui h? uns anos, quando n?s trabalh?mos juntos, no R?dio Clube e em todo o lado, havia pessoas que, meu Deus!, eram abaixo de tudo. Mas o que ? um facto ? que havia uns filtros naturais que faziam com que essas pessoas naturalmente dessem ? costa como aquilo que n?o pertence ao mar e o mar deita fora para a praia, percebes? Hoje em dia est?o a faltar filtros, ? s? isso

00:25

C?ndido Mota

P2 ? Lu?s Filipe Costa

Antigamente n?s t?nhamos homens como o Jaime Silva Pinto, vultos que nos diziam "N?o digas isso, n?o fa?as assim." A figura paternal desapareceu e essa figura paternal era boa neste sentido: "Olha, n?o digas dignat?rios, diz dignit?rios", e coisas assim...

00:15

Lu?s Filipe Costa

Base Musical

6 Para manter durante a locu??o

Provedor ? Ficou famosa uma lista de erros graves, alguns tamb?m grosseiros, cometidos na R?dio nos anos que se seguiram ao 25 de Abril. Nos dias que antecederam a grava??o deste seu depoimento, o autor da lista, Joaquim Furtado, ouviu a RDP com maior aten??o. Da escuta n?o saiu uma nova lista de erros de palmat?ria, mas ficaram alguns apontamentos a merecerem a aten??o dos profissionais e dos respons?veis.

Q ? Joaquim Furtado

Evidentemente que ou?o erros de Portugu?s, apesar de tudo, com frequ?ncia, e sendo as esta??es com o perfil que t?m talvez at? mais inadmiss?veis esses erros, mas realmente n?o com a frequ?ncia nem com, talvez, o grau de gravidade que tinham h? alguns anos. Mas, por exemplo, hoje ? muito frequente ouvir erros como as gramas, n?o ??, as gramas que... Qualquer dia, algu?m que diga o grama ? considerado um ignorante. Ou, por exemplo, a palavra ?nfase muito usada no masculino; ou, por exemplo, a r?brica em vez de rubrica; a habitual confus?o entre minorar e minimizar, que s?o palavras que s?o frequentemente usadas para significar a mesma coisa, quando elas por vezes significam o contr?rio. Tamb?m ? preciso ver, evidentemente, que n?o estamos aqui a considerar aspectos que ?s vezes podem ser, por alguns ouvintes mais exigentes, considerados erros e que talvez n?o sejam, isto ?: a linguagem oral admite algumas imperfei??es relativamente, digamos, ao padr?o escrito, e portanto isso deve ser considerado.

01:06

Joaquim Furtado

TEXTO GRAFADO COM INTEN??O DE LEITURA RADIOF?NICA

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