Comercialização de Produtos Turísticos a Cruzeiristas ...

[Pages:17]Comercializa??o de Produtos Tur?sticos a Cruzeiristas pelas Ag?ncias Receptivas de Ilhabela

Samanta Gallo Cabral

Resumo: Pesquisa explorat?rio-descritiva acerca de turismo receptivo em Ilhabela, o presente texto apresenta como a comercializa??o dos produtos tur?sticos ? cruzeiristas ? realizada na cidade de Ilhabela na temporada 2008/2009 pelos agentes receptivos. Inicialmente foca nos dados gerais dos cruzeiros mar?timos e em seguida os aspectos conceituais do turismo receptivo, depois demonstra a forma que ? realizada a comercializa??o dos produtos paras os cruzeiristas. Os resultados indicam uma variedade na forma como os produtos s?o comercializados e que os cruzeiristas j? desembarcam com a opini?o formada sobre o local em quer visitar. E ainda, a surpresa de nenhuma rela??o entre as companhias mar?timas e as ag?ncias de turismo locais.

Palavras-chave: turismo receptivo; ag?ncias de turismo receptivo; comercializa??o de servi?os; cruzeiristas; Ilhabela (SP).

Introdu??o

O mercado de cruzeiros mar?timos vem crescendo no Brasil e a cada temporada h? mais cruzeiros navegando pela costa brasileira. O munic?pio de Ilhabela tem como base econ?mica a atividade tur?stica, e vem se destacando no mercado tur?stico nacional com o aumento das escalas de navios perante outras localidades da costa brasileira: um "salto" de 13 escalas na temporada 2000/2001 para 136 escalas na temporada 2009/2010. Segundo dados da Brasil Cruise, a cidade de Ilhabela recebe a maior quantidade de escalas de navios na temporada 2008/2009 e tamb?m na temporada 2009/2010.

Nos destinos onde os navios param, seus passageiros podem desembarcar e realizar passeios e city tours, adquiridos antes ou ap?s o desembarque. A pr?pria empresa mar?tima oferece, por vezes, o desembarque em diferentes locais, como em uma praia ou no atracadouro que leva a um centro de compras, por exemplo. Apesar disso, n?o opera tours nessas localidades, mas estabelece rela??es com os operadores locais.

Assim, face aos in?meros atrativos de recrea??o e entretenimento oferecidos dentro de navios (academia, piscinas, shows, spa, recrea??o, teatro), est? se tornando habitual o fato de muitos passageiros n?o desembarcarem nas escalas. Segundo a Secretaria de Turismo de Ilhabela, na temporada de 2008/2009, cerca de 60% dos cruzeiristas desembarcaram na ilha, sendo que n?o h? informa??es de quantos destes adquiriram servi?os do receptivo local1.

Este artigo tem por objetivo mostrar como a comercializa??o dos produtos tur?sticos ? realizada pelas ag?ncias receptivas a cruzeiristas em Ilhabela. Os procedimentos metodol?gicos envolvem levantamento bibliogr?fico e documental, visando a elabora??o do suporte te?rico sobre cruzeiros mar?timos e turismo receptivo. Al?m disso, a pesquisa de campo foi desenvolvida a partir de tr?s visitas "in loco", da aplica??o de question?rio semi-estruturado junto a representantes das ag?ncias de turismo receptivo e da realiza??o de entrevista semi-aberta com representantes da Secretaria de Fomento e Turismo da Prefeitura Municipal de Ilhabela, no per?odo de mar?o a julho de 2009, Marcelo Carlos Freitas - diretor da Secretaria de Turismo e Fomento - , e em 10 de junho e 8 de julho de 2009.

O presente artigo busca responder os seguintes questionamentos, assim formulados: ? Qual o local de comercializa??o dos servi?os tur?sticos aos cruzeiristas que desembarcam em

Ilhabela? ? Que empresa oferece seguro aos passageiros que realizam passeios na Ilha? ? Qual o destino mais procurado pelos cruzeiristas em Ilhabela? ? Que rela??es podem ser identificadas entre a empresa mar?tima (ou o navio) e os operadores de

turismo receptivo locais? Este artigo est? estruturado em duas partes principais. Inicialmente enfoca os cruzeiros

mar?timos, apresentando um breve contexto de conceitos, atrativos, segmentos dos navios de passageiros. Em seguida, trata do turismo receptivo, oferecendo conceitos de turismo receptivo e tipos de excurs?es para cruzeiristas. E por fim, a vis?o dos agentes do turismo receptivo sobre os locais comercializados os produtos tur?sticos aos cruzeiristas.

1 Cruzeiros Mar?timos e Turismo Receptivo

1.1 Cruzeiros Mar?timos no Brasil

1Conforme depoimento do Sr Marcelo Carlos Freitas, ex-diretor da Secretaria de Turismo e Fomento de Ilhabela ? autora, em 16 de mar?o de 2009.

Conforme diz Souza (1999), na d?cada de 1960, no Brasil n?o era permitido que empresas estrangeiras realizassem o transporte mar?timo de passageiros entre os portos brasileiros (transporte de cabotagem). Perante isso, a Ag?ncia Auxiliar de Turismo (AGAXTUR), localizada na cidade de Santos, iniciou em 1963 a opera??o de cruzeiros com os navios brasileiros Anna Nery, Rosa da Fonseca, Princesa Leopoldina e Princesa Isabel.

Na d?cada de 1970, quando esses navios foram vendidos ao Exterior, essa ag?ncia de turismo passou a operar os navios da companhia Costa Cruzeiros2, o que foi interessante para ambas as empresas: a Costa Cruzeiros se beneficiou, porque no hemisf?rio norte, no inverno, os navios ficavam ociosos; e a Agaxtur n?o precisou comprar embarca??es para explorar o segmento de cruzeiros mar?timos, permanecendo l?der nesse mercado at? meados da d?cada de 1990.

A manuten??o da Lei de Cabotagem pelo governo brasileiro n?o beneficiou o pa?s, que por mais de duas d?cadas (1970 a 1995) ficou sem alternativa para a explora??o de cruzeiros mar?timos na costa, pois j? n?o t?nhamos mais companhias mar?timas nacionais. Os navios estrangeiros que visitavam os portos brasileiros em suas escalas n?o tinham permiss?o para embarcar e desembarcar passageiros dentro do territ?rio nacional. A alternativa para aqueles passageiros que podiam pagar era fazer cruzeiros longos, cujos itiner?rios inclu?ssem escalas em portos dos pa?ses vizinhos para embarque ou desembarque. Esta op??o limitava ainda mais o p?blico brasileiro e afastava as companhias estrangeiras das costas nacionais (BRITO, 2006).

O Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR), j? no ano de 1990, preparou uma emenda constitucional propondo a libera??o da cabotagem para embarca??es de turismo de todas as nacionalidades, a qual foi aprovada em 16 de agosto de 1995: Emenda Constitucional n? 7. Essa emenda permitiu um maior desenvolvimento dos cruzeiros mar?timos e do turismo brasileiro, gra?as ao uso da frota internacional que no inverno do hemisf?rio norte passou a se deslocar para o litoral brasileiro em busca do ver?o (ALBAN, 2005).

Como as empresas de cruzeiros planejam sua programa??o das temporadas com no m?nimo um ano de anteced?ncia, a abertura de cabotagem na costa brasileira em 1995 s? resultou em um significativo n?mero de cruzeiro a partir de 1998.

Conforme mostra no quadro 1 (abaixo), nota-se que nas primeiras tr?s temporadas (de 2000/2001, 2001/2002 e 2002/2003) h? um crescimento da quantidade de turistas embarcados, que decai na quarta temporada (2003/2004): de sete navios da temporada anterior, passa-se a cinco navios e a embarcar 113.198 turistas.

2 Assim, at? hoje, a Costa Cruzeiros opera no litoral brasileiro. A companhia mar?tima Costa Cruzeiros tem um escrit?rio no Brasil e n?o mais um representante como era o caso da Agaxtur (AMARAL, 2009, p. 9).

Segundo Porto (2005), as causas dessa diminui??o seriam as leis trabalhistas que passaram a incidir sobre a tripula??o3 e a inadequada infra-estrutura portu?ria brasileira.

Nas temporadas seguintes, nota-se um crescimento ininterrupto na quantidade de passageiros embarcados, passando de 161.504 turistas em 2004-2005 para 500.000 em 2008/2009. De acordo com a ABREMAR (2009), prev?-se para a temporada de 2009/2010 a oferta de 1.260.00 leitos para os cruzeiros na costa brasileira. Com o aumento do n?mero de navios na costa brasileira e da Am?rica do Sul, em 2009 a imprensa noticiou alguns acidentes, mas n?o h? registros de impactos ambientais4.

Temporada da costa brasileira

Passageiros embarcados (n?)

Navios (n?)

2000/2001

90.000

N?o dispon?vel

2001/2002

127.545

6

2002/2003

134.484

5

2003/2004

113.198

7

2004/2005

161.504

6

2005/2006

230.625

9

2006/2007

330.000

11

2007/2008

430.000

14

2008/2009

500.000

14

Fonte: Oliveira Filho (2004); Porto (2005) Quadro 1 ? Navios e passageiros embarcados em cruzeiros mar?timos na costa brasileira ? temporadas de 2000/2001 a 2008/2009); ABREMAR (2009).

Vale citar que a CVC Viagens e Turismo, a principal operadora tur?stica brasileira do mercado, era a representante do navio Pacific que operou ininterruptamente de 2005 at? 2007, no Nordeste e Fernando de Noronha. Prev?-se o crescimento de at? 300 mil leitos de cruzeiros mar?timos, a serem oferecidos nas pr?ximas temporadas de ver?o no Brasil (PORTO, 2004). Da?, a import?ncia da qualidade dos servi?os prestados tanto no interior dos navios quanto nos terminais/portos (Porto, 2004) e no receptivo das localidades tur?sticas onde ocorrem as escalas ou paradas.

3 O navio de cruzeiro navegando pela costa brasileira segue as leis trabalhistas do Brasil, e n?o a lei referente ? nacionalidade do navio, isto ?, do pa?s onde o navio ? registrado. Muitos navios s?o registrados em paises onde as leis trabalhistas s?o mais flex?veis, o que ? chamado de "bandeira de conveni?ncia". 4 Como os 380 passageiros do MSC Sinfonia com Gastrenterite em Salvador e o inc?ndio na casa das m?quinas do Costa Rom?ntica em Punta de Leste (Uruguai). Especificamente, em Ilhabela, noiticiou-se a morte de uma jovem provavelmente por ingest?o de droga.

A Funda??o Instituto de Pesquisa Econ?micas (FIPE) desenvolveu uma pesquisa sobre caracteriza??o da demanda e dimensionamento de impactos econ?micos das viagens de cruzeiros

mar?timos no Brasil, a qual foi realizada na temporada 2005/2006. Um dos t?picos abordados refere-se aos per?odos alternativos admitidos para a realiza??o de

cruzeiros mar?timos na costa brasileira, conforme se ilustra na tabela 2.

Verifica-se que existe interesse na realiza??o de cruzeiros principalmente em julho (31,3%), per?odo de f?rias escolares; em seguida aparecem os meses de outubro, abril, setembro, junho e agosto, sendo este ?ltimo o menos citado (5,7%). At? o encerramento desta pesquisa, n?o havia

registro de navios de cruzeiros que operaram ou estivessem operando na baixa temporada na regi?o sudeste do pa?s.

Tabela 2 ? Per?odos alternativos para cruzeiros mar?timos no Brasil

M?s Preferido na Baixa Temporada

Freq??ncia

(no )

%

Abril

84

14,2

Maio

54

9,1

Junho

59

10

Julho

185

31,3

Agosto

34

5,7

Setembro

80

13,5

Outubro

96

16,2

Total Fonte: FIPE (2006)

592

100,0

No Brasil, o Porto de Santos ?, hoje, o principal porto e o terminal com maior movimento de cruzeiristas do pa?s. Outros portos com movimento de cruzeiros s?o: Porto Belo (SC), Itaja? (SC), Florian?polis (SC), Ilhabela (SP), Rio de Janeiro (RJ), B?zios (RJ), Ilh?us (BA), Salvador (BA) e Recife (PE) (AYRES ET AL, 2005).

Na primeira d?cada do s?culo XXI, as empresas de cruzeiros mar?timos passaram a firmar a sua presen?a no pa?s, abrindo escrit?rios pr?prios e n?o atuando mais no mercado brasileiro com representantes, como a Costa cruzeiros, MSC cruzeiros e Royal Carribean. Desse modo, podem trabalhar mais pr?ximas do sistema de distribui??o e de ag?ncias de viagens (AMARAL, 2009).

1.2 Oferta de servi?os e demanda de consumidores Para Ron? (2002, p. 129), o cruzeiro mar?timo ? uma viagem de navio de passageiros, com turistas, visitando v?rios portos; geralmente, h? coincid?ncia de porto de partida e de chegada. O

cruzeiro pode ser entendido como um "pacote tur?stico que inclui transporte, alojamento, alimenta??o, recrea??o, entretenimento e outros servi?os oferecidos a um pre?o ?nico e conjunto" (PAOLILLO e REJOWSKI, 2002, p.28). Concorda-se com esse conceito, pois nessas viagens o verdadeiro objetivo em geral n?o ? chegar ao destino, mas desfrutar tudo o que ? oferecido a bordo do navio ? shows, cassino, farta alimenta??o e outras atividades de lazer (CARVALHO, 2001, p. 136). Tais coloca??es s?o confirmadas por uma pesquisa realizada pela Funda??o Instituto de Pesquisas Econ?micas (FIPE, 2006), na qual o principal motivo dessas viagens para os cruzeiristas ? vivenciar o navio, uma vez que nele h? um conjunto de atrativos e op??es de entretenimento, lazer e recrea??o ofertados simultaneamente.

Tabela 1 ? Principal motivo da viagem de cruzeiristas

Motivo Viver a experi?ncia de viajar de navio Conhecer v?rias localidades da costa brasileira Divers?o noturna / shows ao vivo /bailes Conhecer pessoas Viagem de incentivo / pr?mio Jogar no cassino Gastronomia (alimenta??o / bebidas) ? moda / chique / charmoso Outro Total Fonte: FIPE (2006).

Freq??ncia 474 103 58 19 15 8 4 3 83 767

% 61,8 13,4 7,6 2,5

2 1 0,5 0,4 10,8 100,0

Assim, os cruzeiros s?o comercializados sob a concep??o de que o navio ? a principal

atra??o tur?stica, cujos pre?os variam em fun??o do tipo de cabines e n?o mais do acesso restrito a

determinadas ?reas de uso coletivo:

[...] a diferen?a se d? no pre?o das acomoda??es, em fun??o do tipo de cabine escolhida ? internas, externas ou su?tes e em fun??o da localiza??o das mesmas ? decks mais baixos ou mais altos. ? importante apontar que, atualmente, n?o existem cabines de passageiros abaixo da linha do mar, ou seja, nos por?es, como no final do s?culo XIX e in?cio do s?culo XX. Quanto ao tipo de cabine, n?o existem cabines coletivas ? as cabines s?o privativas, sendo que a ocupa??o m?xima chega a quatro pessoas ? ideais para uma fam?lia ou amigos. As su?tes, cujo espa?o ? maior, podem acomodar at? cinco pessoas. Cada uma das cabines possui banheiros privativos ? n?o h? mais banheiros nos corredores de cabines e decks externos para uso coletivo, como era costume no passado, mas sim em ?reas sociais (internas e externas), para maior conforto dos passageiros (BRITO, 2006, p 45).

H? cruzeiros mar?timos que atendem diferentes segmentos de p?blico ? fam?lias com filhos, jovens, casais, solteiros etc. ? como tamb?m os que enfocam segmentos espec?ficos ? viagens de incentivos, eventos t?cnico-cient?ficos, reuni?es empresariais, viagens de lazer para solteiros, gays, l?sbicas, bissexuais e transexuais (GLBT), "gourmets", formandos, noivos em lua-de-mel etc.

No mercado, convivem navios de pequena capacidade de passageiros como o Sea Cloud, um veleiro para 60 h?spedes, oferecendo um servi?o mais diferenciado e personalizado, com navios de grande capacidade de passageiros, Oasis of the seas com capacidade para 5.400 passageiros, no qual predomina um atendimento padronizado e pouco personalizado; e viagens para diferentes destina??es tur?sticas e de dura??o curta (minicruzeiros de 3 dias), m?dia (at? 10 dias) a longa (volta do mundo5, travessia do Oceano Atl?ntico6 etc.).

Uma breve an?lise do material promocional impresso ou dispon?vel na internet das companhias indica uma oferta diversificada em destinos visitados, n?mero de dias e cabines internas ou externas, com varandas ou n?o, geralmente equipadas com dois leitos, havendo a possibilidade de incluir um terceiro ou quarto passageiro. Algumas empresas oferecem descontos para passageiros que reservam a cabine com anteced?ncia, outras oferecem redu??o de pre?o para o terceiro e quarto passageiros na mesma cabine.

O servi?o de alimenta??o nos cruzeiros ? geralmente abundante, variando de cinco a seis refei??es, inclusive com a oferta de diferentes restaurantes e outros espa?os de alimenta??o, e tamb?m restaurantes que funcionam vinte e quatro horas. Em geral, a gastronomia varia conforme o pa?s de origem da empresa mar?tima, apesar de haver preocupa??o com a oferta de culin?ria t?pica das localidades visitadas ou da nacionalidade dos passageiros.

O entretenimento dentro do navio ? bem diversificado: s?o apresentados shows no estilo Broadway ou Las Vegas, m?sicos, apresenta??es de m?gicos, noites tem?ticas e recrea??o. Ainda h? cassino, boate, academia de gin?stica, no m?nimo, uma piscina, jacuzzi, lojas, spa, sal?o de beleza, cinema, quadra de esporte, bar e cyber caf?, aulas de dan?a, ping-pong, basquete, golfe, cooper, concursos, jogos de bridge, gam?o, corrida de cavalos, bingo, paredes de escaladas, pista de gelo, degusta??o de vinhos, aulas de arte, palestras, leil?es, programas supervisionados para crian?as e adolescentes (PALHARES, 2002; BRITO, 2006; AMARAL, 2002). Na pauta de novidades, show com artistas de renome e festas comandadas por DJ's famosos t?m despertado interesse.

[...] as atra??es podem ser muito amplas, englobando academia de gin?stica, piscina, cinemas, salas para videogames, discoteca, lojas, diversos restaurantes e bares e espet?culos ao vivo. Por exemplo, um passageiro do navio Queen Elizabeth II, com 13 andares, 2.934 metros, pode desfrutar de cinco restaurantes (tr?s dos quais acomodam mais de 500 pessoas), um spa, semin?rios sobre temas diversos, tr?s piscinas, quadra de basquete, biblioteca, um centro de inform?tica e um shopping center (OMT, 2003, p. 47-48).

5 Considera-se viagem de volta ao mundo a travessia de dois oceanos. Normalmente, nessas viagens mar?timas, os passageiros compram trechos do roteiro (REJOWSKI e PAOLILLO, 2002, p. 30). 6 Por exemplo, os navios da Costa Cruzeiros, ao terminarem a temporada no Brasil, oferecem um cruzeiro na rota Brasil/Ilt?lia, ap?s o que ser?o reposicionados na ?rea do Mediterr?neo (REJOWSKI e PAOLILLO, 2002, p. 29).

Durante a viagem, os passageiros recebem o jornal a bordo diariamente na suas cabines que informa todas as atividades do dia seguinte e outras informa??es tais como trajes para festas, hor?rio do nascente e poente do sol, canais de televis?o, locais das refei??es, hor?rios dos desembarques e embarques nas paradas, o deck em que h? as vendas de tours e passeios nas localidades onde o navio faz escalas, entre outras. Os passageiros que desembarcam usufruem da estrutura e oferta de servi?os e produtos do turismo receptivo, como se aborda a seguir.

1.3 Turismo Receptivo

Para a OMT (2003, p. 20), o "turismo receptivo, refere-se aos n?o-residentes que viajam como visitantes a uma ?rea determinada". J? Torre (1992) destaca que o turismo receptivo ? economicamente ativo, pois motiva e movimenta a economia local, por meio da chegada de visitantes ou turistas que necessitam e consomem servi?os em sua perman?ncia.

Segundo Pellegrini Filho (2000, p. 270), o turismo receptivo ? uma "atividade que consiste na organiza??o de servi?os para a recep??o de turistas em uma localidade"; ou, no dizer de Pelizzer (2004, p. 45), "os programas que visam apresentar ao turista uma cidade ou regi?o, compostos de um quadro de servi?os de recep??o ao viajante ou turista em um local ou cidade (n?cleo receptor), formam o que denominamos turismo receptivo".

As tr?s abordagens acima mostram que o turismo receptivo refere-se as atividades praticadas pelos turistas (n?o residentes) e a servi?os de recep??o oferecidos a estes nos destinos (organiza??o e opera??o), sendo estes ?ltimos destacados por Pellizzer (2004, p. 51):

Turismo receptivo ? um processo pelo qual se gerencia uma forma ou pr?tica de turismo por ocasi?o da chegada de pessoas (turistas, visitantes, excursionistas, passageiros, h?spedes, [cruzeiristas] a um destino, cidade ou p?lo tur?stico). Consiste em ofertar aos visitantes servi?os e produtos de acordo com seus interesses, desejos e necessidades.

Uma parte desses produtos e servi?os refere-se a passeios e tours, desenvolvidos e/ou comercializados por ag?ncias de turismo receptivo ou seus representantes. No caso de cruzeiros mar?timos, esses agentes vendem tais produtos e/ou servi?os, chamados genericamente de roteiros, como uma oferta complementar aos cruzeiristas nas localidades receptoras.

Roteiros tur?sticos s?o itiner?rios de visita??o organizados. ? um termo gen?rico utilizado para a apresenta??o de itiner?rios e programa??es efetuados com a finalidade de turismo. Roteiros existem em qualquer parte onde esteja sendo praticado o turismo, seja em pequenas localidades ou em grandes cidades. Podem ocorrer tamb?m em diferentes ambienta??es, como em ?reas urbanas ou rurais, regionais, nacionais, internacionais ou entre elas (TAVARES, 2002, p. 14).

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