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DIAGN?STICO ECON?MICO FINANCEIRO DE UMA OPERADORA DE VIAGENS DO ESTADO DE S?O PAULOResumo: No presente artigo, conduziu-se um estudo com o objetivo de avaliar, a partir dos balan?os patrimoniais originais de três anos de opera??o, o desempenho de uma empresa de servi?os em rela??o a esse setor de atua??o. A metodologia da referida avalia??o inicia-se com a aplica??o da corre??o inflacionária nas demonstra??es financeiras obtidas, a fim de levar todos os resultados para um mesmo período de análise. De posse dos valores corrigidos, procedeu-se uma análise vertical e uma horizontal dos componentes dos balan?os patrimoniais e também das demonstra??es dos resultados dos exercícios de cada ano analisado. Com isso, foi possível examinar a situa??o individual da empresa a partir de diversos indicadores. Em seguida, comparou-se esses indicadores individuais com os indicadores gerais do setor de servi?os, obtendo-se, assim, um diagnóstico do cenário interno da empresa e como ela está posicionada dentro do setor em que atua. Por fim, com base nas compara??es, foram feitas sugest?es capazes de atuar diretamente nos índices que requerem o foco dos planos de a??es para garantir o desempenho futuro do empreendimento.Palavras-chave: Análise vertical, Análise horizontal, Demonstra??es financeiras, ?ndices financeiros1. Introdu??oO setor de servi?os, composto por servi?os de transportes, hotéis, comércio e outros foi tratado como um setor improdutivo até os anos 30 e 40 do século XX. Seu papel era apenas complementar os setores primário e secundário, já que estes fornecem os produtos necessários ao setor terciário. Porém, nos últimos anos, percebe-se um intenso crescimento desse segmento (PEREIRA, 2012). Segundo Pereira, no Brasil, em 1970 o setor terciário apresentava pouco mais da metade da participa??o, enquanto o setor industrial representava 36% do PIB. Em 2010, o setor terciário aumentou sua participa??o no PIB e passou a representar mais de dois ter?os do produto total do país. Esse aumento de representatividade pode ser observado por meio da análise de índices que, de acordo com Gilman (2010) envolve métodos, cálculos e interpreta??es de índices financeiros para compreender, analisar e monitorar o desempenho da empresa. Matarazzo (2010), complementa afirmando que a partir da análise de indicadores é possível elaborar um quadro diagnóstico acerca da condi??o em que o empreendimento se encontra. Nesse contexto, o presente estudo de casos tem como objetivo elaborar um panorama econ?mico-financeiro da empresa CVC, que integra o setor terciário, o qual se encontra em plena expans?o no mercado brasileiro, fundada em 1972 no Estado de S?o Paulo, inicialmente, com o foco de atender à classe operária da regi?o metropolitana do estado, ofertando passagens rodoviárias, mas, atualmente, oferece uma gama variada de produtos que atendem a todas as classes sociais combinando tarifas aéreas, transporte terrestre, hospedagem, seguro de viagem e outros servi?os auxiliares de viagem.2. Referencial Teórico2.1. Balan?o PatrimonialUm dos precursores do princípio fundamental da contabilidade, Luca Paccioli, afirmava que n?o há devedor nem credor, de forma que para que haja um investimento é necessário que se tenha recursos para financiá-los. Com essa finalidade, a contabilidade, cada vez mais, busca registrar o máximo de informa??es contábeis no meio empresarial e apresentar os resultados obtidos nas transa??es realizadas pelas empresas como uma forma de apresentar dados para a tomada de decis?es. (LARA, 2011) Assim, como forma de documenta??o de informa??es, De acordo com Marion (2009), Balan?o Patrimonial é o mais importante relatório gerado pela contabilidade. E que através dele pode-se identificar a saúde financeira e econ?mica da empresa no fim do ano ou em qualquer data prefixada. ? a demonstra??o que apresenta todos os bens e direitos da empresa – Ativo –, assim como as obriga??es – Passível exigível em determinada data. A diferen?a entre o ativo e passivo é chamada de Patrim?nio Líquido (PL) e representa o capital investido pelos proprietários da empresa de acordo com Matarazzo (2010). O Balan?o Patrimonial é dividido em duas colunas: a do lado esquerdo é denominada Ativo, a do lado direito, Passivo.Figura 1 – Representa??o do balan?o patrimonialFonte: Adaptado de Marion (2009, pg. 56)2.1.1. Ativo CorrenteSegundo Matarazzo (2010), o ativo corrente como valores disponíveis para utiliza??o imediata ou conversíveis em moeda corrente a qualquer tempo, normalmente s?o munidos sob o título de “disponibilidades”. O ativo corrente é o grupo que gera dinheiro para a empresa pagar suas contas a curto prazo. Esse grupo é conhecido como capital de giro, pois seus itens est?o sempre se renovando, defende Marlon (2009). S?o exemplos de contas do Ativo Corrente:Caixa;Bancos conta movimento;Duplicatas a receber;Estoques.2.1.2. Realizável a longo PrazoCompreende itens que ser?o realizados (transformados) em dinheiro a longo prazo, ou seja, em período superior a um ano, ou de acordo com o ciclo operacional da atividade predominante. Os empréstimos que a empresa faz a diretores e a outras empresas coligadas n?o s?o recebíveis imediatamente; por isso, s?o classificados no Realizável a Longo Prazo. Uma empresa que vender, por exemplo, um imóvel para receber em cinco anos classificará essa conta a receber no Realizável a Longo Prazo (Marlon, 2009). S?o exemplos de contas do realizável a longo prazo: Títulos a receber;Aplica??es financeiras;Cau??es;Impostos a recuperar;Provis?o para devedores duvidosos.2.1.3. Ativo PermanenteCompreende itens que dificilmente se transformar?o em dinheiro, pois n?o se destinam a venda, mas s?o utilizados como meios de produ??o ou meios para se obter renda para a empresa. ? conhecido também como Ativo Fixo, pois seus valores n?o mudam constantemente, uma vez que a empresa n?o compra ou vende esses bens com frequência. S?o bens com vida útil longa (Marlon, 2009). O ativo permanente, ainda segundo Marlon (2009), é composto por três principais contas, s?o elas:Investimentos: s?o aplica??es que nada têm a ver com a atividade da empresa. Por exemplo, a compra de a??es de outras empresas, obras de arte, terrenos para futura expans?o, prédio para renda (aluguel): n?o melhoram em nada o volume de vendas ou de produ??o;Imobilizado: s?o bens corpóreos (palpáveis) destinados à manuten??o da atividade principal da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de opera??es que transfiram à empresa os benefícios, riscos e controle desses bens. Os bens que auxiliam a empresa na consecu??o de sua atividade pertencem ao imobilizado: máquinas, equipamentos, prédios (em uso), ferramentas, móveis e utensílios, instala??es, veículos etc;Intangível: s?o direitos que tenham por objeto bens incorpóreos, isto é, n?o palpáveis, que n?o se podem tocar, pegar, destinados à manuten??o da empresa ou exercidos com essa finalidade. Exemplos: fundo de comércio, marcas e patentes, software etc.2.1.4. Passivo CorrenteDe acordo com Matarazzo (2009), compreende todas as obriga??es da empresa vencíveis no prazo de um ano ou, se o ciclo operacional for maior que um ano, as obriga??es vencíveis no prazo do ciclo operacional. S?o exemplo de contas do passivo corrente s?o: Fornecedores;Salários a pagar;Impostos a pagar;Encargos a pagar;Empréstimos Bancários.2.1.5. Exigível a longo prazoCompreendem as obriga??es da empresa vencíveis a prazo superior a um ano ou superior ao ciclo operacional da empresa. Normalmente, os créditos superiores a um ano ocorrem por contratos firmados pela empresa com institui??es financeiras, como bancos de investimentos ou de desenvolvimento (Matarazzo, 2010). Integram o exigível a longo prazo: Financiamentos;Empresas coligadas;Títulos a pagar no longo prazo;Adiantamentos. 2.1.6. Patrim?nio LíquidoSegundo Marlon (2009), demonstra o total de recursos aplicados pelos proprietários na empresa. As aplica??es dos proprietários normalmente s?o compostas de capital e lucros retidos, ou seja, a parte do lucro n?o distribuída aos donos mas reinvestida na empresa. Conforme a legisla??o brasileira, o Patrim?nio Líquido é dividido, além do Capital Social, em Reservas (destinos específicos para o lucro n?o distribuído) e outros itens. Entretanto, para simplifica??o contábil, o ideal é ver o Patrim?nio Líquido como investimentos dos donos da empresa. Itens que comp?em o patrim?nio Líquido:Capital social;Reservas de capital, lucros e legal;Lucros acumulados.2.1.7. Análise através de índicesSegundo Matarazzo (2010), índice é a rela??o entre contas ou grupo de contas das Demonstra??es Financeiras e têm o objetivo de evidenciar determinado aspecto da situa??o econ?mica ou financeira de determinado empreendimento, uma vez que permitem desenhar um quadro de avalia??o da empresa. Ainda segundo o autor, pode-se subdividir a análise das Demonstra??es Financeiras em análise da situa??o financeira e análise da situa??o econ?mica. Os índices de Liquidez e Endividamento s?o indicadores fundamentais utilizados pelas empresas que servem de medida dos diversos aspectos financeiros. Avaliam o equilíbrio financeiro da empresa e o grau de comprometimento financeiro da empresa perante seus credores. Segundo Iudícibus (1998, p.99) esses índices “englobam os relacionamentos entre contas do balan?o que refletem uma situa??o estática de posi??o de liquidez ou o relacionamento entre fontes diferenciadas de capital”. No que diz respeito aos índices de Rentabilidade, Matarazzo afirma que que eles demonstram qual a rentabilidade dos capitais investidos, ou seja, quanto renderam os investimentos.Figura 2 – ?ndice de estrutura de capitalFonte: Adaptado de Matarazzo (2010)Figura 3 – ?ndice de liquidezFonte: Adaptado de Marion (2009, pg. 56)Figura 4 – ?ndice de rentabilidadeFonte: Adaptado de Marion (2009, pg. 56)3. MetodologiaA premissa inicial deste trabalho tem fundamento na avalia??o da aplicabilidade de um diagnóstico econ?mico-financeiro através de índices seguindo o modelo apresentado por MARION (2010). Desta forma, buscou-se uma aplica??o prática desse método e a elabora??o de uma pesquisa de natureza qualitativa e quantitativa acerca dos dados obtidos de demonstrativos financeiros de uma empresa de pacotes de turismo do estado de S?o Paulo. A condu??o desse estudo é classificado, de acordo com YIN (2001), como uma investiga??o empírica que investiga um fen?meno contempor?neo dentro de seu contexto da vida real. Em outras palavras, é um método que pode ser utilizado quando deseja-se deliberadamente lidar com condi??es contextuais do conhecimento a ser aplicado. O estudo foi dividido, em síntese, como uma análise dos valores dos demonstrativos de forma horizontal, ou seja, comparando as mesmas contas dos demonstrativos em anos diferentes, contudo, resguardando-se de distor??es decorrentes da infla??o acumulada entre os períodos e de forma vertical, comparando diferentes contas de um mesmo demonstrativo financeiro. A análise vertical em particular é aqui definida n?o só como a análise baseada em uma única conta base, que seria a soma de todas as contas, propriamente chamada na literatura de análise vertical, mas também análises mais específicas onde muda-se tanto o numerador quanto o denominador (base) de uma análise vertical, sendo esses cálculos os geradores dos índices financeiros.4. Estudo de casoPara realizar a avalia??o do desempenho de uma empresa, se faz necessário em primeiro lugar, utilizando-se de índices inflacionários como IGP-M e IPCA, levar todos os valores dos balan?os e DRE a serem analisados para o mesmo período, usualmente sendo o período do balan?o mais antigo. Esse passo é de grande import?ncia para evitar interpreta??es distorcidas em fun??o do valor do dinheiro no tempo. Para o presente estudo, foi obtido os demonstrativos financeiros originais do ano de 2016, 2015 e 2014. Dessa forma, atualizou-se os valores de 2015 e 2016, levando-os para 2014. O índice adotado foi o índice Geral de pre?os do mercado (IGP-M) calculado pela Funda??o Getúlio Vargas. Os valores utilizados para o IGP-M s?o apresentados na Figura 5:Figura 5 – ?ndices IGP-MFonte: Funda??o Getúlio Vargas (FGV)Para corrigir os valores das contas do balan?o e DRE de 2015 e 2016, para o ano de 2014, utilizou-se das seguintes equa??es:Valor 2015 corrigido para 2014= Valor original(1+taxa 2015)1Valor 2016 corrigido para 2014= Valor original(1+taxa 2015)1×(1+taxa 2016)14.1. Análise vertical e horizontal dos balan?osCom as demonstra??es financeiras devidamente corrigidas, foi possível analisar a evolu??o das contas dos ativos e dos passivos da empresa, bem como o coeficiente de participa??o dessas mesmas contas. Além disso, avaliou-se também a evolu??o da receita operacional líquida da empresa e seu respectivo lucro líquido.Os resultados dessas análises, para o balan?o patrimonial, est?o apresentados na Figura 6:Figura 6 – Balan?o Patrimonial Simplificado com Análises Horizontal e VerticalFonte: Autores (2017)4.1.1. Ativo totalO ativo total da empresa estudada é composto principalmente por ativo corrente. No entanto, esse percentual diminuiu de 86,9% ao final de 2014 para 79% ao final de 2016. Isso deveu-se principalmente à expans?o das contas do ativo permanente. Houve um crescimento de 100,6% dessa conta ao final de 2015 em rela??o ao mesmo período de 2014. Dessa forma, aos poucos a empresa vem alterando a estrutura do seu ativo total.A Figura 7 ilustra a evolu??o do ativo total nos três períodos em análise:Figura 7 – Evolu??o do ativo totalFonte: Autores (2017)4.1.2. Passivo totalJá no passivo total, a empresa observou, ao final do seu segundo período, um crescimento de 30,4% do patrim?nio líquido, que deveu principalmente pela entrada da participa??o de acionistas n?o controladores e o crescimento de reservas de lucros e capital social. Além disso, a estrutura do passivo foi alterada ao decorrer dos períodos e deu uma maior participa??o para as exigibilidades de longo prazo, visto que, ao final de 2014, essa conta integrava 0,8% do passivo total e, ao final de 2015, passou a compor 11% das obriga??es da empresa.A Figura 8 ilustra a evolu??o do passivo total e patrim?nio líquido durante os três períodos em análise.Figura 8 – Evolu??o do passivo total e patrim?nio líquidoFonte: Autores (2017)4.2. Análise vertical e horizontal das DREsOs resultados das análises vertical e horizontal, para a DRE, est?o apresentados na Figura 9:Figura 9 – DRE simplificada com Análises Horizontal e VerticalFonte: Autores (2017)RB: Receita bruta de vendasIMP: Impostos sobre vendasRL: Receita líquida de vendasDOP: Despesas operacionaisLARF: Lucro antes do resultado financeiroDESP: Despesas financeirasLLAIR: Lucro líquido antes do imposto de renda e da contribui??o socialIR: Imposto de renda e contribui??o socialLOP: Lucro líquido das opera??es em continuidadePREJ: Prejuízo após os tributos das opera??es em descontinuidadeLL: Lucro líquido do exercícioEnquanto os investimentos tiveram grande expans?o no período analisado, as vendas apresentaram um crescimento desacelerado. O crescimento real das vendas líquidas foram de 11,7% ao período final de 2015 e 25,7% no final de 2016. Esse pequeno aumento deveu-se principalmente em raz?o do acréscimo das despesas no mesmo ritmo do crescimento das vendas.5. Diagnóstico econ?mico-financeiro através de índicesA fim de esclarecer as particularidades das condi??es econ?micas e financeiras da empresa em estudo, fez-se um levantamento de um conjunto de índices que permitem explorar aspectos como estrutura de capital, liquidez e rentabilidade da empresa. A base de dados, como citado anteriormente, foi o Balan?o Patrimonial e a Demonstra??o do Resultados do Exercícios nos anos de 2014, 2015 e 2016, apresentados em anexo.5.1. ?ndices de endividamento e estrutura de capitalDe acordo com a Figura 10, é possível observar uma retra??o na participa??o do capital de terceiros (CT/PL), o que se deve principalmente pelo aumento do patrim?nio líquido da empresa que chegou a ter um crescimento de R$146,50 milh?es. Além disso, houve uma retra??o nas contas a pagar presentes no passivo corrente. Nesse sentido, percebe-se que a empresa vem tomando menos capital de terceiros para cada R$100 de capital próprio investido, o que é um bom sinal.Além disso, ao final do exercício de 2014, praticamente 100% da composi??o do endividamento (PC/CT) da empresa era formada por dívidas de curto prazo. Esse índice diminuiu no período subsequente em raz?o principalmente da diminui??o das vendas antecipadas de pacotes turísticos, que caíram cerca de R$100,2 milh?es.Durante o período analisado, o ativo n?o corrente da empresa cresceu cerca de 93,7%. Tal fato fez com que a imobiliza??o do patrim?nio líquido aumentasse principalmente ao final do exercício do ano de 2015, chegando a 101%, o que n?o é ideal, visto que a empresa deve dispor de patrim?nio líquido suficiente para cobrir o ativo n?o corrente e ainda sobrar uma fra??o.Figura 10 – Evolu??o anual dos índices de estrutura de capitalFonte: Autores (2017)5.2. ?ndices de liquidezOs indicadores de liquidez comparam as contas dos ativos correntes e as obriga??es da empresa e têm o objetivo de mensurar a robustez das condi??es financeiras da organiza??o. De acordo com a Figura 11, o índice de liquidez geral (ILG) ao final do exercício de 2014, igual a 1,09, sugere que para cada R$1 de dívida a empresa tem R$1,09 de investimentos realizáveis a curto prazo, ou seja, a empresa paga todas as suas dívidas e ainda disp?e de uma margem de 9%. Isso se deve principalmente pois, ao final desse mesmo período, as exigibilidades de longo prazo s?o compostas apenas por provis?es de demandas judiciais e administrativas de R$ 18,9 milh?es.Em todos os exercícios, o ativo corrente é maior que o passivo corrente, e isso significa que a liquidez corrente (ILC) é maior do que 1 e as aplica??es em ativos correntes s?o suficientes para cobrir a dívidas de curto prazo e ainda proporcionam uma diferen?a positiva de 10%, 17% e 12%, respectivamente em 2014, 2015 e 2016.Já a liquidez seca (ILS) da empresa, ou seja, o quanto ela possui de ativo líquido para cada R$1,00 de passivo corrente, foi calculada descontando-se as despesas antecipadas do ativo corrente. Essas despesas chegaram a R$ 222,06 milh?es ao final de 2016, o que diminuiu consideravelmente o indicador durante o final desse mesmo exercício.Figura 11 – Evolu??o anual dos índices de liquidezFonte: Autores (2017)5.3. ?ndices de rentabilidadeOs indicadores de rentabilidade auxiliam a alta administra??o da empresa no sentindo de saber se ela está gerando um resultado operacional esperado ou se a lucratividade das suas aplica??es n?o está de acordo com as suas expectativas.De acordo com a Figura 12, o giro do ativo (V/AT) da CVC manteve-se praticamente inalterado durante os três exercícios analisados e ele mostra que, para cada R$1,00 de investimento total, R$0,31 foi vendido, ou seja, o volume de vendas foi, em média, de 31% do volume de investimentos. Em outras palavras, a empresa vende bem menos em rela??o ao que é investido.Isso se deve principalmente por causa do grande aumento no ativo total da empresa, que inflou cerca de R$512,9 milh?es durante o período analisado. Além disso, existem também as causas externas, como a retra??o do mercado, onde os consumidores em geral passam a comprar menos, e a perca da participa??o de mercado para outros concorrentes.Similar ao giro do ativo, a margem líquida (LL/V) também manteve certa estabilidade durante o período em estudo e, em média, ficou em torno de 20%. Em outras palavras, para cada R$100 vendidos, cerca de R$20 é composto por lucro líquido.A rentabilidade do ativo (LL/AT) da CVC mostra que a potencial gera??o de lucro por parte da empresa foi de RS6,35 ao final de 2014, RS6,15 ao final de 2015 e RS5,92 ao final de 2016 para cada R$100 investidos. A queda no último exercício pode ser explicada pelo grande aumento nas contas do ativo total do segundo para o terceiro período, que chegou a R$232,7 milh?es.A rentabilidade do patrim?nio líquido (LL/PL) indica que a empresa obteve R$32, R$26 e R$27 de lucro para cada R$100 de capital próprio investido ao final dos exercícios dos anos de 2014, 2015 e 2016. Com essa taxa de rendimento os gestores da CVC podem comparar se é vantajoso aplicar o capital próprio em outros investimentos alternativos do mercado (como fundos de investimento e a??es) ou se a rentabilidade oferecida pela empresa é superior a essas outras op??es.Figura 12 – Evolu??o anual dos índices de rentabilidadeFonte: Autores (2017)5.4. Análise da competitividade a partir de índicesA fim de comparar o desempenho financeiro da empresa com o setor na qual a empresa atua (servi?os), buscou-se os dados na edi??o especial da Revista Exame Melhores & Maiores de 2017. A revista ranqueou as 15 melhores empresas no setor de servi?os baseada em alguns dos indicadores que já foram avaliados nesse estudo de caso.A Tabela 1 exp?e os números dessas 15 melhores empresas de acordo com a Revista Exame:Tabela 1 – Classifica??o das empresas por pontos obtidosEmpresaVendas (milh?es)LL (milh?es)PL (milh?es)Margem (%)Giro (n? de índice)1Cielo6.351,37976,052.403,2050,10,312Smiles1.334,57136,98164,7433,40,823Serasa Experian1.825,25102,96241,4618,40,844Localiza2.896,16124,23610,5313,80,555EDE1.111,51350,331.217,42102,70,236BM&F Bovespa1.962,56352,955.126,6058,60,077Redecard5.059,17810,635.407,6452,20,098Sapore1.282,588,6914,772,23,389Cateno2.144,36136,393.274,2620,70,1910Cetip1.087,62152,42499,0445,70,2511Accenture2.302,26-1,86299,61-0,31,4712Sodexo1.064,75115,79516,3435,50,2613Aleio1.040,0282,88401,3926,00,2414Atento2.425,7312,4984,061,71,5715Movida Rent Car1.354,1523,38238,175,60,64Média2.698,81267,331.619,2731,090,73Empresa estudada897,92166,44605,3118,540,32Diferen?a(1.800,89)(100,89)(1.013,96)(12,55)(0,41)Fonte: Adaptado de Revista Exame (2017)5.4.1. Rentabilidade do patrim?nioDe acordo com a revista Exame, a empresa com maior rentabilidade sobre o patrim?nio líquida é a Smiles, com 50,6%. Em compara??o com as outras empresas do setor, a CVC mantem um boa posi??o, chegando a ter uma rentabilidade maior do que a média do setor nos três anos avaliados.A Figura 13 faz uma compara??o entre a rentabilidade do setor de servi?os e a rentabilidade da empresa nos períodos avaliados.Figura 13 – Rentabilidade média do setor X empresaFonte: Revista Exame (2017)5.4.2. Margem de vendasNa Figura 14, a evolu??o da margem líquida da nossa empresa apresenta um crescimento desacelerado. Já a média do setor cresceu bastante em compara??o com o final de 2014 e o final de 2015 e apresentou uma pequena queda ao final de 2016.? importante ainda destacar que o ano de 2016 foi marcado pela retra??o das vendas na maioria das atividades. O setor de servi?os n?o ficou de fora e sofreu com uma queda média das vendas, ao final dos períodos de 2015 e 2016, de cerca de 1,9% e 2,3%, respectivamente.No entanto a CVC n?o seguiu essa tendência de retra??o e apresentou um crescimento nas vendas líquidas, tanto em 31 de dezembro de 2015 quanto em 31 de dezembro de 2016, de 11,6% e 24,4% respectivamente.Figura 14 – Margem média do setor X Margem média da empresaFonte: Revista Exame (2017)5.4.3. Liquidez correnteAnalisando agora os indicadores de liquidez, a revista traz um quadro com informa??es das 10 melhores empresas e a mediana das 16 melhores empresas do setor. Como já foi visto, o índice de liquidez corrente da CVC ao final do exercício de 2016 foi de 1,12. De acordo com a revista Exame, o melhor ILC o final de 2016 foi de 5,92 e pertence à empresa Cateno. Além disso, o ILC mediano das 16 melhores empresas foi de 1,23.Foi também realizado um estudo dos números do setor de servi?os para os anos de 2014, 2015 e 2016 e descobriu-se que a média do ILC para as empresas que prestam servi?os em cada um desses períodos foi de 1,25, 1,43 e 1,25 respectivamente.Na Figura 15, é feito um comparativo da média da liquidez corrente do setor com a liquidez corrente da CVC nos três períodos indicados:Figura 15 – Liquidez corrente média do setor X empresaFonte: Revista Exame (2017)6. Conclus?oEste trabalho procurou elaborar uma análise de indicadores econ?mico-financeiros aplicando tais par?metros em uma operadora de viagens sediada no Estado de S?o Paulo e fazendo um paralelo com a realidade do setor no qual esta empresa atua: o setor de servi?os. O estudo teve como objetivo principal a avalia??o dos índices de estrutura de capital, liquidez e rentabilidade, com o intuito de investigar se as demonstra??es financeiras desta empresa evidenciam uma situa??o favorável perante o mercado nos exercícios de 2014 à 2016.A partir da análise dos índices de liquidez e estrutura, percebeu-se uma maior representatividade do ativo corrente da empresa. Este fato está relacionado ao menor valor do ativo n?o permanente na estrutura do balan?o patrimonial, uma vez que a empresa n?o têm em sua propriedade uma quantidade significante de ativos imobilizados. Com o índice de endividamento da empresa é possível saber o nível de envolvimento com o capital de terceiros, uma informa??o essencial para os gestores da agência. A partir da análise deste dado, evidenciou-se uma diminui??o desta participa??o na estrutura da empresa, uma vez que o patrim?nio líquido cresceu 31,9% no período estudado. Esse crescimento indica também um aumento nos lucros do exercício estudado. Entre os índices de liquidez destaca-se o índice de liquidez corrente (ILC) que se manteve acima de 1 em todos os anos do período analisado, o que significa que a empresa é capaz de honrar os seus compromissos com uma considerável folga financeira de 10%, 17% e 12% entre os exercícios de 2014 à 2016.Em rela??o aos indicadores de rentabilidade, observou-se duas situa??es: queda ou estabilidade. Isso está diretamente relacionado com uma dependência de capital mais oneroso. A rentabilidade sobre o patrim?nio líquido passou de R$32, ao final de 2014, para R$27, ao final de 2016. Tal fato influencia significativamente na percep??o da empresa pelo mercado e seus acionistas, uma vez que atualmente é essencial mostrar retorno em qualquer setor. REFER?NCIASGITMAN, L. Princípios de administra??o financeira. 12. ed. S?o Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.IUD?CIBUS, Sérgio de. Análise de Balan?os: Análise de Liquidez e do Endividamento, Análise de Giro, Rentabilidade e Alavancagem Financeira. 8. ed. S?o Paulo: Atlas, 1998.p.99, 108.LARA, Eliseu Pereira. A Estrutura do Balan?o Patrimonial: Um Comparativo Antes e Depois da Ado??o do Padr?o Contábil Internacional. Minas Gerais, 2011.MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. 10? ed. S?o Paulo: Atlas, 2009.MATARAZZO, Dante C. Análise Financeira de Balan?os.7? ed. S?o Paulo: Atlas, 2010.PEREIRA, Marcílio. Intera??o do Setor de Servi?os com os demais setores da economia: uma análise de insumo-produto (2000-2005). S?o Paulo, 2012.REVISTA EXAME. Melhores & Maiores. S?o Paulo, edi??o especial, ano 2017. Agosto, 2017.YIN, R. K. 2001. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2.Ed. Porto Alegre, Bookman.FUNDA??O GET?LIO VARGAS (FGV). Indicadores de Pre?o. Disponível em: < ;. Acesso em: 10 nov. 2017.ANEXOSTabela 2 – Balan?o Patrimonial Corrigido com IGP-M?DEZ/2014DEZ/2015DEZ/2016ATIVO???CorrenteCaixa e equivalentes de caixa50.49944.03646.866Títulos e valores mobiliários-2.734-Instrumentos financeiros derivativos3.01744.682-Contas a receber de clientes1.396.1191.261.5191.473.193Adiantamentos a fornecedores356.000439.271454.196Despesas antecipadas168.016150.676222.062Contas a receber - aquisi??o investida-12.170-Contas a receber - partes relacionadas--2.887Outras contas a receber22.21518.78317.933Ativo Corrente1.995.8661.973.8702.217.137Ativos de opera??es descontínuas--10.128Total de ativo Corrente1.995.8661.973.8702.227.266N?o CorrenteContas a receber - partes relacionadas4.5341.200157Impostos diferidos140.19773.20257.891Ativo imobilizado9.8659.29316.643Ativo intangível133.113484.118484.048Outros ativos12.65534.67823.084Total do ativo n?o Corrente300.364602.491581.823Total do ativo2.296.2302.576.3612.809.089PASSIVO E PATRIM?NIO LIQUIDO???Corrente???Empréstimos e financiamentos-64.288182.399Instrumentos financeiros derivativos--29.770Fornecedores366.591457.166455.513Contas a pagar - partes relacionadas111.9224.4843.202Contas a pagar aquisi??o investida - partes relacionadas-37.05230.501Venda antecipada de pacotes turísticos1.235.3711.019.0971.135.118Salários e encargos sociais31.98842.17554.175Impostos e contribui??es a pagar21.32513.66719.082Dividendos a pagar20.11622.85633.786Contas a pagar aquisi??o de controlada--2.978Outras contas a pagar31.15429.71523.100Passivo Corrente1.818.4671.690.5001.969.626Passivo de opera??es descontinuadas--11.975Total de passivo Corrente1.818.4671.690.5001.981.601N?o CorrenteEmpréstimos e financiamentos-122.12064.911Contas a pagar aquisi??o investida - partes relacionadas-88.89579.162Provis?o para demandas judiciais e administrativas18.93729.50833.349Contas a pagar de aquisi??o de controlada-46.77844.672Outras contas a pagar-27481Total do passivo n?o Corrente18.937287.574222.175Patrim?nio líquidoCapital social94.026197.307237.691Reservas de capital209.335121.09974.964Reservas de lucros88.734132.152235.778Dividendo adicional proposto62.88466.205-Outros resultados abrangentes3.8472.824(3.951)A??es em tesouraria-(4.567)(15.572)Patrim?nio líquido458.826515.021528.909Participa??o dos acionistas n?o controladores-83.26776.404Total do patrim?nio líquido458.826598.287605.314Total do passivo e patrim?nio líquido2.296.2302.576.3612.809.089Fonte: Autores (2017)Tabela 3 – DRE Corrigida?DEZ/2014DEZ/2015DEZ/2016Receita bruta de vendas761.086852.804962.357Impostos sobre vendas(46.551)(55.012)(64.434)Receita líquida de vendas714.535797.792897.923?Despesas operacionais(390.451)(449.998)(527.112)Despesas de vendas(146.555)(165.646)(156.267)Despesas gerais e administrativas(203.705)(238.029)(294.763)Deprecia??o e amortiza??o(26.935)(28.439)(51.356)Equivalência patrimonial---Outras despesas operacionais(13.256)(17.885)(24.727)Lucro antes do resultado financeiro324.084347.794370.810?--Despesas financeiras, líquidas(98.858)(105.752)(117.959)Lucro antes do imposto de renda e da contribui??o social225.226242.042252.851?Imposto de renda e contribui??o social(79.487)(83.516)(84.567)Corrente(44.161)(29.552)(69.533)Diferido(35.326)(53.964)(15.034)?--Lucro líquido das opera??es em continuidade145.739158.525168.284?Prejuízo após os tributos das opera??es em descontinuidade--(1.846)?--Lucro líquido do exercício145.739158.525166.438Fonte: Autores (2017) ................
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