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• No século XX, finalmente, as Eras mais recentes do Turismo são divididas em pequenos períodos históricos:
• Pré I Guerra Mundial (1900-1914): crescimento do turismo com as tendências assinaladas no final do século XIX.
• I Guerra Mundial (1914-1919): interrupção do fluxo, especialmente na Europa, por conta dos conflitos.
• Período Entre Guerras (1919-1939): nova ascensão do turismo, interrompida parcialmente com a depressão econômica dos EUA em 1929.
• II Guerra Mundial (1939-1950): paralisação do fluxo turístico em virtude de conflito maior que o anterior.
• Explosão do Turismo (1950-1973): crescimento e massificação da atividade.
• Crises e Recessões (1973-1989): crise do petróleo, inflação, recessão econômica, inibiram o crescimento do turismo.
• Crescimento Contínuo Contemporâneo (1990-2013): salvo atentado terrorista (2001) e
crise econômica mundial (2008), a atividade cresce continuamente, tornando-se mais
complexa e diversificada.
• A chamada consolidação do fenômeno turístico no século XX, portanto, é pautada por alguns sobressaltos.
• Graves crises políticas, econômicas, sociais e ambientais costumam ser os grandes inibidores do turismo.
• Entre 1900 e 1949 viveu-se uma Época de Transição do Turismo.
• Em um primeiro momento, as tendências assinaladas no final do século XIX sustentavam o crescimento do turismo, ainda que em ritmo moderado.
• Consolidou-se, por exemplo, uma ampla rede ferroviária no início do século XX, dando margem, inclusive, para a construção de meios de hospedagem com ampla estrutura de lazer e auto-suficientes, os resorts, próximos às estações de trem.
• Também houve o aumento da competição no mercado turístico e, com isso, o início do marketing turístico, com o desenvolvimento de estratégias de promoção, distribuição e comercialização.
• Surgimento de novos modais de transporte, como o automóvel e o avião (ainda que este tenha demorado alguns anos para ser aproveitado em escala comercial).
• Intensificação das viagens marítimas em transatlânticos, sendo um ícone em termos de estrutura e luxo o Titanic, que atravessaria o Oceano Atlântico em 1912, acidentando-se.
• Porém, a I Grande Guerra, iniciada em 1914, praticamente aboliu o fluxo de viagens a lazer.
• Hotéis Luxuosos, em balneários tradicionais como Côte d´Azur (França) se tornaram abrigos e hospitais.
• Após a I Guerra Mundial as disputas ideológicas e políticas não cessaram, acirrando os ânimos na Europa, apesar da ascensão dos ônibus e dirigíveis como formas modernas de transporte e de soberania tecnológica.
• O Turismo continuou patinando e sofreu um duro golpe em 1929, quando o país mais importante do Ocidente fora da Europa, os EUA, vivenciou uma imensa crise econômica com a quebra da Bolsa de Nova Iorque.
• Na década de 1930 o turismo deu sinais de recuperação, uma vez que os transportes se aprimoravam e as conquistas trabalhistas se expandiam, garantiam renda e tempo disponíveis para viajar para boa parte da classe média.
• Alguns destinos se destacaram, como Cannes, Nice, Riviera Italiana (verão) e Alpes Suíços (inverno). Neste caso, havia a novidade das estações de esqui, transformando a neve em atrativo, ao invés de obstáculo.
• Além disso, as capitais políticas e culturais da Europa consolidaram-se como grandes destinos: Praga, Moscou, São Petesburgo, Viena, Paris, Roma, Veneza, Florença, Berlim, Munique, Hamburgo, Londres, Nova Iorque, São Francisco, Sidney.
• Na América Latina, outras estâncias balneárias com estrutura de cassino emergiram enquanto destinos turísticos, embora com um fluxo mais regional e com uma conotação um tanto exótica para visitantes de outros continentes: Punta del Este, Acapulco, Miami (quase América Latina), Rio de Janeiro.
• Além desses, Bariloche desponta para o turismo de inverno, com montanhas e esqui.
• Cabe destacar que os EUA se tornaram grande núcleo emissor e receptor de turistas durante o New Deal, na década de 1930, graças as suas conquistas em termos de transporte.
• Para se ter uma ideia, em 1914 a Grã-Bretanha possuía 132 mil automóveis e os EUA, 2 milhões. Seu maior ícone era a Ford e sua produção em série.
• Vale lembrar que muitos veículos excedentes da guerra foram adaptados a usos civis, garantindo a expansão dos ônibus e caminhões.
• O conceito de Motor-home foi criado em 1929 nos EUA.
• Os EUA, inclusive, colaboraram para a mudança de postura dos europeus na forma de lidar com o lazer.
• Muitos ricos jovens norte-americanos passavam as férias na Europa, especialmente depois que o convés dos transatlânticos passaram a abrigar cabinas para turistas.
• Esses moços eram considerados grosseiros e impertinentes na circunspecta sociedade londrina e parisiense.
• Contudo, ao “invadir” balneários como a Riviera Francesa, estabeleceram um modo de férias baseado no aproveitamento da praia durante o dia e restaurantes e boates à noite, algo que se alastrou por toda a Europa e ditou, a partir de então, o modo de se aproveitar uma viagem enquanto se é jovem: liberdade, consumo e hedonismo.
• O transporte aéreo começa com os Dirigíveis, muito associados a conflitos bélicos posteriormente, sendo inclusive um dos símbolos da pretensa soberania nazista.
• Já os aviões se consolidaram a partir da década de 1920, com o primeiro voo comercial Londres-Amsterdã, oferecido pela KLM (Holanda).
• Em 1929 foi realizada a Convenção de Varsóvia, a fim de estipular as regras mundiais da aviação comercial.
• Rapidamente surgiram serviços de atendimento durante os voos como enfermeiras e aeromoças, que prestavam informações e ofereciam alimentação.
• Após a II Guerra Mundial, os modelos DC (Douglas Aircraft Company – EUA) passaram a oferecer isolamento acústico, ar condicionado, assentos reclináveis, serviço de cozinha e piloto automático.
• Voltando à década de 1920 percebe-se uma mobilização dos trabalhadores em organizar suas viagens, emergindo assim o chamado Turismo Social.
• Havia preconceito dos mais abastados na recepção deste tipo de público em algumas destinações, o que fez com que se configurasse uma nova modalidade de viagens.
• Esta era feita, invariavelmente, em ônibus de excursão, com curto tempo de permanência e para localidades próximas do núcleo emissor, ocupando-se formas mais simples de hospedagem e estimulando a construção de centros de lazer popular, como as colônias de férias.
• Este conceito de turismo existe até hoje, vinculada à classe trabalhadora, o que pode ser observado no SESC e nas colônias de férias do litoral paulista, por exemplo.
• Na hotelaria percebe-se um distanciamento entre a filosofia europeia e norte-americana de hospedar.
• Na primeira, as tradições, os rituais, o legado da hospitalidade acolhedora e do luxo serviam de base, sob inspiração de Ritz, sem a preocupação central nos custos.
• Já nos EUA, emergia uma noção mais pragmática e democrática dos meios de hospedagem, baseada na eficiência dos serviços, com preços baixos e menos preocupação com amenidades de conforto.
• A ampliação das estradas e veículos rodoviários transformou a indústria hoteleira, fazendo emergir os Motéis (Motor + Hotel) nas rodovias dos EUA.
• Nos anos 1930, surgem as primeiras cadeias hoteleiras nos EUA, como o Hilton e o Sheraton, massificando e padronizando as experiências de hospedagem.
• As agências de viagem observam a expansão norte-americana, a partir da fusão da Cook (Inglaterra) com a Wagon-lit (EUA).
• No setor de entretenimento, destacaram-se também nos EUA o modelo de drive in (alimentação + entretenimento) sempre prática e padronizada, simbolizada pelo fast-food (especialmente após a Depressão de 1929).
• Apesar das unidades de conservação terem surgido no final do século XIX, elas se expandem no início do século XX, preservando a natureza e a cultura de determinados localidades.
• Com tudo isso, as primeiras décadas do século XX viram o surgimento de entidades representativas, públicas e privadas.
• Haviam organismos nacionais de turismo como o Office National du Tourisme – França (1910) e associações representativas de setores privados do turismo, como a Associação dos Albergues da Juventude (Hostelling International) (1909).
• O Turismo, pela sua crescente importância, passa a ser encarado como área de conhecimento científico, passando a fazer parte de cursos universitários, especialmente na Alemanha, Inglaterra, França, Suiça, Itália, Espanha e EUA.
• Durante a década de 1940, mesmo com a interrupção do turismo em boa parte do mundo pela II Guerra Mundial, surgiram entidades emblemáticas como:
• IATA – International Air Transport Association (1945)
• AIH – Associação Internacional de Hotelaria (1949)
• IUOTO – International Union of Official Travel Organizations (precursora da Organização Mundial do Turismo) (1947)
• Fundamentos Gerais do Turismo – estudo acadêmico de Hunziker e Krapf (Alemanha – 1942)
• AIEST – Associação Internacional dos Especialistas em Turismo (1949)
• De 1950 a 1973 houve a consolidação do Turismo de Massa.
• O que proporcionou esta expansão de oferta e de demanda pelas viagens foi:
• Estabilidade política na Europa e nos EUA.
• Aumento do tempo livre para a maioria dos trabalhadores.
• Consolidação da classe média em países ocidentais.
• Interesse maior por educação e cultura.
• Desejo de evasão do estresse cotidiano e de contato com a natureza.
• Avanços tecnológicos que diminuíram custos, principalmente de transportes.
• Desenvolvimento de técnicas de marketing e promoção.
• Com tudo isso, a mentalidade industrial de produção padronizada, em larga escala, barateada e eficaz passou a ditar as regras da atividade turística mundial.
• O símbolo máximo deste período é a disseminação dos pacotes turísticos de férias.
• O turismo passou a ser visto como fonte de renda, inclusive para recuperação econômica dos países envolvidos em guerras.
• As lideranças políticas passaram a defender o turismo como dínamo econômico e social, facilitando a geração de emprego e renda.
• Contudo, deixaram de considerar seus impactos negativos, principalmente na esfera ambiental e cultural, algo percebido pelos primeiros estudiosos da área.
• Khatchikian (2000) afirma que a partir de 1950 a sociedade desenvolveu novos parâmetros culturais, em que a recreação e o lazer tiveram impacto determinante na formação de uma moral coletiva orientada ao prazer (ainda que, muitas vezes, vivenciado de modo fugaz e individualista).
• Surgiram verdadeiras Ilhas da Fantasia, como os Parques Temáticos (Disney – 1955) e consolidaram-se destinos e atrativos libertários como Cancún, Ibiza, entre outros.
• O certo é que, em pouco mais de 02 décadas, o fluxo de chegadas internacionais nos aeroportos do mundo saltou de 25 milhões de passageiros (1950) para 198 milhões (1973). A maioria no eixo Atlântico Norte.
• A dimensão e a dinâmica do turismo tornaram-se tão complexas que a tecnologia teve que se desenvolver rapidamente.
• Nos anos 1960 foram criados os primeiros sistemas de reservas de passagens aéreas (Sabre – American Airlines).
• Foram incorporadas técnicas de marketing ao turismo, mudando seu enfoque de comercialização.
• Surgiu o conceito de produto turístico e, com este, a padronização da oferta, impulsionando seu crescimento.
• O McDonald´s, em termos de alimentação, é um símbolo deste fenômeno.
• As Operadoras de Viagem passaram a fretar aviões (voos charters) de forma a garantir melhores preços e expandir seus negócios a praticamente todo o globo.
• Surgiram nos EUA os hotéis de categoria econômica, focados essencialmente nas classes médias, o que mobilizou a hotelaria europeia a se adaptar aos novos tempos.
• Foram planejados novos centros turísticos, como a Costa Brava (Espanha), Costa do Sol (Espanha), propagados para outros países.
• Também emergiram destinos “exóticos”, para turistas “diferenciados” e “saturados” dos destinos “tradicionais”.
• Assim, desde a década de 1950 emergiram turisticamente países como Cuba, Marrocos, Colômbia, Iugoslávia, África do Sul, Austrália, Brasil, entre outros.
• Mais recentemente a leva de destinos exóticos de expandiu, atingindo rincões como Nova Zelândia, Jamaica, Tanzânia, Vietnã, Nepal, Tailândia, entre outros.
• A partir dos anos 1970, com a crise do Petróleo, aumento da poluição mundial e conflitos ideológicos, políticos e econômicos emergiram as bases de uma visão pós-industrial do turismo.
• Assim, mesmo considerando a influência dos valores industriais como predominantes, alguns movimentos de contracultura e de crítica social emergiram, com reflexos no turismo.
• Movimentos como o feminismo, socialismo e ambientalismo mostraram novas formas de encarar o mundo.
• A produção científica em turismo passou a questionar os impactos da atividade, bem como o conflito de interesses de todos os agentes envolvidos na dinâmica das viagens.
• A massificação trouxe uma velocidade sem precedentes nas transformações dos destinos, estruturas e serviços.
• A competição se acirrou, fazendo emergir a super especialização das viagens, com diversos novos segmentos, alguns deles mais brandos que o tradicional turismo de sol e praia.
• EXERCÍCIO: QUAIS FORAM AS MUDANÇAS NA DINÂMICA DO TURISMO NÃO COMENTADAS QUE OCORRERAM NOS ÚLTIMOS 40 ANOS.
• Espetacularização dos atrativos (eventos, encenações, etc.)
• Aumento das facilidades (aluguel de veículos e equipamentos de apoio turístico em geral)
• Acesso quase ilimitado a informações de viagem (internet)
• Ampliação do conflito global x local, inovação x tradição
• Consolidação das regiões turísticas (ex. Caribe), de forma a competir com mais força no mercado
• Preocupação com pesquisa e planejamento turístico
• Valorização da criatividade
• Nova dimensão do tempo e do espaço
• Cabe conhecer algumas alterações, inovações e tendências do turismo na transição dos séculos XX e XXI:
• Implemento de meios de transporte ainda mais velozes (ex. Aviões Supersônicos);
• Desregulamentação do transporte aéreo nos EUA, barateando as viagens;
• Consolidação dos voos charters e fusão de empresas aéreas;
• Recuperação e expansão da malha rodoviária em países ricos e emergentes;
• Ampliação da malha viária e incentivo ao aluguel de veículos para viagem;
• Expansão dos cruzeiros marítimos;
• Expansão das companhias aéreas de baixo custo;
• Valores sócio-ambientais presentes nos empreendimentos.
• Aumento do uso do espaço virtual por produtores, distribuidores e consumidores turísticos;
• Valorização da segmentação de viagens, especialmente ligadas ao meio ambiente e a cultura, em detrimento da ideia de massificação e elitização;
• Desenvolvimento de ferramentas de gestão, incluindo projetos de pesquisa e planejamento e a criação de softwares;
• Nova configuração do “Mapa Turístico Mundial”, desconcentrando-se do eixo Atlântico Norte, com forte recepção e emissão da China, Sudeste Asiático, Leste Europeu, América Central e Parte do Oriente Médio.
• Durante o período colonial, o Brasil era formado de matas fechadas e florestas.
• As viagens dos desbravadores e bandeirantes em busca de ouro e pedras preciosas abriram caminho e expandiram o território para o interior.
• As formas mais rudimentares de transporte eram em lombos de burro, e as acomodações eram realizadas nos chamados ranchos, que hospedavam e alimentavam os viajantes e seus animais, de forma bastante precária.
• Durante o ciclo da cana-de-açúcar no Nordeste e o ciclo do ouro em Minas Gerais (Séc XVI a XVIII), as famílias ricas já praticavam o que hoje chamamos de turismo cultural, ao enviarem seus filhos para estudarem na Universidade de Coimbra, em Portugal, e posteriormente em outras universidades da Europa.
• Com a vinda da família real para o Brasil (Séc. XIX), a colônia se transformou para atender às necessidades dos novos habitantes.
• Não existia hospedagem com conforto para a numerosa corte que acompanhou a família real portuguesa, bem como para os tantos visitantes e comerciantes que começaram a chegar.
• A corte portuguesa trouxe para o Brasil hábitos de lazer e veraneio que foram rapidamente absorvidos por toda a colônia.
• O hábito de banhar-se no mar foi trazido para o Brasil e provocou grandes transformações na vida e no cotidiano das pessoas.
• O banho de mar tornou-se uma tendência e uma necessidade, a princípio para se protegerem das doenças causadas pelas péssimas condições sanitárias em que se encontravam as primeiras aglomerações na colônia, e, mais tarde, uma modalidade de lazer e turismo.
• Uma outra modalidade de termalismo observada no Brasil foi a criação de estâncias climáticas.
• A família imperial, fugindo das altas temperaturas na cidade do Rio de Janeiro, construiu a cidade de Petrópolis, que hoje é considerada a primeira estância climática e o berço do turismo no Brasil.
• . A partir disso, a cidade de Petrópolis passou a receber várias pessoas que queriam acompanhar os hábitos da corte, considerada a elite da época, especialmente após a construção da primeira estrada de ferro, que ligava o Rio de Janeiro a Petrópolis.
• No Sul de Minas Gerais, estâncias hidrominerais também se desenvolveram, como Caxambú e São Lourenço, consolidando uma modalidade de turismo de origem europeia.
• No século XIX, o ciclo do café produzia a riqueza, e a aristocracia brasileira adquiriu o hábito de viajar para a Europa, tanto para estudos quanto para passar férias, como sinal de status.
• No início do século XX, os ideais desenvolvimentistas oriundos da industrialização propiciaram a uma parcela da população um novo modo de vida que inseriu outros padrões de consumo, entre os quais, as viagens de férias e as atividades de lazer.
• A expansão da publicidade e a popularização do cinema tiveram um papel preponderante no desenvolvimento do turismo, divulgando lugares e modos de vida que incentivavam o deslocamento e o consumo de bens e serviços.
• Assim, as segundas residências de férias e lazer começam a se popularizar, ainda restritas as classes mais altas da sociedade, com construções de casas de veraneio no litoral e em regiões próximas aos centros urbanos.
• Também como manifestação de culto à saúde e ao corpo, a expansão das estâncias hidrominerais, climáticas e termais deu um novo impulso para o crescimento da atividade turística, geralmente associadas ao cassinismo.
• Nas primeiras décadas do século XX surgiram hotéis-cassino que marcaram época: Quitandinha (Petrópolis); Parque Balneário e o Atlântico (Santos); Quisissana (Poços de Caldas); Grande Hotel (São Pedro); Grande Hotel (Araxá) e Copacabana Palace (Rio de Janeiro).
• No setor de transportes surgem as primeiras companhias aéreas brasileiras, como a Varig (1927), Panair (1930) e Vasp (1933), ligadas ao estado e a nova mentalidade desenvolvimentista industrial, ainda que em seu estágio inicial.
• Mesmo assim, percebe-se uma considerável expansão da malha viária (em detrimento das linhas férreas), ainda que com estrutura precária e o aumento de veículos particulares de transporte (automóveis), que eram usados pelos mais ricos em viagens de curta distância (e, mesmo assim, longa duração de deslocamento).
• Em 1925, por exemplo, começaram a fabricar automóveis GM no Brasil, que levavam 06 dias para cruzar o trajeto SP-RJ. Já em 1926 surge o Touring Club do Brasil.
• Contudo, em 1946 a expansão turística hoteleira ligada aos cassinos sofreu duro golpe, com a proibição dessa modalidade de entretenimento.
• Além disso, o avanço da medicina e a valorização do veraneio fizeram o turismo em estâncias termais e hidrominerais declinar.
• Em seguida, consolidou-se o processo de industrialização, que provocou o aumento da população urbana a partir dos anos 1950, a qual se mantinha informada, agora, através dos novos veículos de comunicação como a televisão.
• Foi a partir disso que o turismo interno passou a ser mais divulgado e cobiçado pela classe trabalhadora que havia adquirido alguns direitos trabalhistas após a criação da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas).
• Assim, terrenos, casas e apartamentos no litoral, sítios e chácaras de recreio no interior começam a ser adquiridos pela classe média, fazendo surgir várias localidades turísticas que conhecemos hoje.
• Em contrapartida, os anos 1960 assistem a disseminação das casas de veraneio e de campo entre os membros da elite, urbanizando cidades litorâneas e de clima e paisagem montanhosa, como Guarujá e Caxias do Sul, respectivamente.
• A hotelaria também é expandida, especialmente na década de 1970, seguida de empresas aéreas e da malha rodoviária, com apoio das primeiras políticas públicas de desenvolvimento da atividade turística (Embratur é criada em 1966). .
• Em 1975 instalou-se em São Paulo a primeira cadeia hoteleira internacional, Hilton, com 400 apartamentos. Em seguida vieram Holiday Inn, Sheraton, Meridien, Novotel, Clud Mediterrané.
• Também emergiram formas alternativas de hospedagem, como campings, albergues e pousadas familiares.
• Na década de 1970 surgem as primeiras faculdades de turismo do país, sendo as pioneiras a Anhembi Morumbi, USP e Unibero.
• Entretanto, na década de 1980, o turismo brasileiro passa por uma significativa estagnação, reflexo das crises do petróleo, que geraram grandes crises econômicas mundiais.
• Houve a tentativa de incremento da oferta, como a inauguração do Aeroporto de Cumbica (1985).
• Contudo, a maioria das viagens era realizada pelo modal rodoviário, organizado por grandes operadoras de viagem: Soletur, Viagens Costa e CVC (esta, desde 1972).
• Ocorre ainda a tentativa de expansão do turismo para além do eixo Sul-Sudeste do país, especialmente com os programas governamentais de desenvolvimento turístico em outras regiões, especialmente o Nordeste.
• Nos anos 1990 as políticas governamentais de turismo se aprimoraram, com o desenvolvimento do Plano Nacional de Turismo (1992) e Plano Nacional de Municipalização do Turismo (1994), alinhados com os preceitos da OMT.
• O setor hoteleiro se transforma, com o aumento dos flats em São Paulo, gerando discordância e desequilíbrio mercadológico com os meios de hospedagem tradicionais.
• Além disso, os critérios de classificação de hospedagem são revisados, para que prevaleça critérios técnicos e não políticos, como ocorria durante o Regime Militar.
• No Nordeste, nota-se o investimento em resorts e hotéis de lazer à beira-mar, construídos muitas vezes em lugarejos simples e desertos, gerando fortes impactos negativos sociais e ambientais, não raro sob a coordenação de um empreendedor estrangeiro.
• A estabilização da democracia, da inflação e da moeda fazem a população brasileira voltar a se preocupar com viagens.
• Em um primeiro momento, para o exterior, visto que o real valia mais que o dólar nos primeiros anos do governo FHC (1994-1998).
• O setor aéreo se transforma, com a ascensão da TAM e a falência da Vasp e Transbrasil. Contudo, continua com regulamentação e fiscalização complicadas, o que inibe o fluxo de viagens doméstica e receptiva internacional.
• Novos destinos, ligados ao ecoturismo, eventos e ao turismo de aventura são incentivados e se expandem, tirando a histórica cultura monotemática do turismo nacional (focado no Sol e Praia).
• Pantanal, Bonito (MS) – ecoturismo
• Blumenau (SC), Barretos (SP), Parintins (AM) – eventos
• Jericoacoara (CE), Praia da Pipa (RN), Mangue Seco (BA), Ilhéus (BA) – Sol e Praia + Natureza
• Ouro Preto (MG), Paraty (RJ), Tiradentes (MG), Gramado (RS): Cultura
• O Turismo Sexual, outro símbolo velado de nosso turismo, passa a ser oficialmente combatido pelos órgãos oficiais de turismo.
• No início do século XXI é criado o Ministério do Turismo (2003).
• Este implanta o Programa de Regionalização do Turismo, incentivando a diversificação da oferta de destinos turísticos.
• Nos anos 2000 são potencializados:
• Linhas de crédito para investimento em turismo;
• Empreendedorismo em turismo (SEBRAE);
• Trens Turísticos;
• Companhias Aéreas de baixo custo (Gol, Webjet)
• Ampliação da infraestrutura aeroportuária
• Eventos internacionais (ex. Jogos Panamericanos – RJ – 2007)
• Cruzeiros marítimos;
• Eventos científicos de turismo;
• Produção bibliográfica;
• Novos segmentos, destinos e produtos turísticos;
• Pesquisa e Planejamento de destinações e produtos turísticos;
• Novas formas de comunicação (internet: blogs, redes sociais);
• Inserção da nova classe média no universo das viagens, demandando novas formas de comunicação e prestação de serviços.
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