Parece hamster, mas não é - Estante da Denise



Parece hamster, mas não é

Gisele Simões

Repórter

O gerbil ou esquilo da Mongólia (Meriones unguiculatus) tem semelhanças com o hamster, mas é um outro tipo de roedor. A grande diferença entre eles está no rabo, que, no gerbil, é comprido (quase do tamanho do corpo) e peludo. Além disso, é mais agitado, mas, ao mesmo tempo, dócil e sociável.

Oriundo do deserto e das áreas semidesertas da Mongólia e do nordeste da China, o gerbil é manso, não tem cheiro, precisa de pouco espaço e é fácil de ser treinado. Por isso, está no ranking dos dez animais de estimação favoritos nos Estados Unidos e se tornando popular nos pets brasileiros, nos quais é vendido por R$ 8, em média.

Ele vive cerca de três anos, chegando a, no máximo, quatro anos. Seu comportamento é diferente da maioria dos roedores, pois não apresenta hábitos exclusivamente noturnos. Sua cor original é marrom-dourado com as pontas do pêlo pretas, chamada de Agouti, mas há variações desenvolvidas em cativeiro, como marrom-dourado com pintas brancas, preto, albino, cinnamon (canela), cinza-amarronzado, ouro-prateado, chinchila e azul.

Cardápio especial

Alimentá-lo é bastante simples. Existem rações próprias no mercado e as indicadas para hamster podem ser usadas. Sementes, verduras e, se possível, insetos, como grilos e tenébrios (besourinho, desde que sejam de criadores) também fazem parte do cardápio deste esquilo.

A criadora Claudine Fagundes Mello explica que, entre os roedores, o gerbil é o que mais rói, por isso, a gaiola precisa ser bem resistente, com fundo de alumínio ou de plástico duro. Madeira jamais, porque, em questão de dias, ele irá destroçá-la. Aquários podem ser aproveitados, mas devem ser tampados com tela, porque o gerbil é ótimo saltador e, com certeza, sairá para dar uma voltinha.

Instinto natural

Brinquedos e rampas dentro da gaiola são importantes para o bem estar, mas como o gerbil rói tudo que vê pela frente, os de plástico serão triturados. Aqueles rolinhos de papelão que ficam dentro do papel higiênico são uma opção segura e também servem de esconderijo. O gerbil tem o hábito de cavar os cantos da gaiola, mas isso não deve ser encarado como tentativa de fuga. Apenas faz parte do instinto natural. Portanto, para que ele se sinta em casa, pode-se encher o fundo da gaiola com jornal picado ou serragem, trocado semanalmente.

Com dentes tão poderosos, que crescem continuamente, é importante oferecer pedaços de madeira (nunca de pinus ou cedro, porque liberam gases tóxicos para pequenos roedores) ou pedaços de pão, de preferência "dormido", para que ele possa gastar os dentes.

Cuidados básicos

Banhos com água e sabão são contra-indicados para o gerbil, porque podem pegar pneumonia. Existem pós especiais (de cálcio ou mármore), nos quais ele vai deitar e rolar, evitando o aparecimento de mau cheiro.

Como todo roedor, ele pode transmitir doenças para o homem, como salmonelose, leptospirose e vermes tipo a tênia Hymenolepis

nana, apesar de essa possibilidade ser muito improvável, se for mantido limpo e longe dos esgotos.

Pouco suscetível a doenças, o esquilo da Mongólia raramente fica doente, afirma Claudine. As mais comuns são alergias (se coça demais), diarréia (provocada pelo excesso de ingestão de comidas úmidas, como legumes, verduras, frutas e sementes de girassol) e resfriados. Apesar de não serem consideradas doenças, ele pode apresentar paralisias, provocadas por sustos muito grandes (depois de algum tempo passam), feridas causadas por brigas, e membros quebrados. Por isso, jamais pegue-o pelo rabo. A maneira correta de pegá-lo é pelo corpo. Além de machucá-lo, você pode quebrar a cauda e até matá-lo.

 

Tribuna de Minas, 22 de abril de 2001.

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