CONTRAPONTO - exaluibc



CONTRAPONTO

JORNAL ELETRÔNICO DA ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS DO INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT

ANO 5

MAIO DE 2010

39ª Edição

Legenda:

"Enquanto houver uma pessoa discriminada, todos nós seremos discriminados , porque é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito"...

Patrocinadores:

(ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS DO IBC)

Editoração eletrônica: MARISA NOVAES

Distribuição: gratuita

CONTATOS:

Telefone: (0XX21) 2551-2833

Correspondência: Rua Marquês de Abrantes 168 Apto. 203 - Bloco A

CEP: 22230-061 Rio de Janeiro - RJ

e-mail: contraponto@.br

Site:.br

EDITOR RESPONSÁVEL: VALDENITO DE SOUZA

e-mail: contraponto@.br

EDITA E SOLICITA DIFUSÃO NA INTERNET.

SUMÁRIO:

1 . EDITORIAL: Nossa memória

2 . A DIRETORIA EM AÇÃO:

Os ventos de maio

3 . O CLUBE DO GURI

* O Guri no Mundo das Rimas

* O Guri e os Fronts da Militância

* O Guri e o Debate Tiflológico

* Guri, segundo a ótica de um amigo

* Guri- In Memoriam

4 . O I B C EM FOCO # VITOR ALBERTO DA SILVA MARQUES:

* Renascer das cinzas

5 . DV EM DESTAQUE # JOSÉ WALTER FIGUEREDO:

* Portal de Hospedagem para Deficientes Visuais

* Museu de Arte Sacra apresenta roteiro para Deficientes Visuais e Auditivos

* Fotógrafo cego clica campanha publicitária

* Código de Defesa do Consumidor em versão para Deficientes

* Software ajuda na inclusão Digital

6 . DE OLHO NA LEI # MÁRCIO LACERDA :

*Ao Mestre, com Carinho!

*Instituto não é obrigado a reservar vagas acima do limite fixado por lei

*Liminar determina que Contran reformule norma sobre deficientes

*Falsa deficiente não consegue responsabilizar a ECT por créditos trabalhistas

7 . TRIBUNA EDUCACIONAL # SALETE SEMITELA:

* As escolas fecham os olhos ao bullying

8 . ANTENA POLÍTICA # HERCEN HILDEBRANDT:

* Guri jamais morrerá

9 . GALERIA CONTRAPONTO #:

* Joaquim Rodrigo

10 . ETIQUETA # RITA OLIVEIRA:

* Novos Tempos, Novos Códigos

11 . PERSONA # IVONETE SANTOS:

* Entrevista- Nilton Câmara, Intérprete de Libras

12 . DV-INFO # CLEVERSON CASARIN ULIANA:

* A Internet e a crise da atenção

13 . O DV E A MÍDIA # VALDENITO DE SOUZA:

* Consultora de novela luta por Inclusão

* Cantor cego bate recorde de velocidade em uma Ferrari

* Lei sobre Livro Acessível

* Fotógrafa lança livro de nudez para cegos

* Biblioteca Pública acessível a Pessoas com Deficiência

* TV tem de dizer classificação para cegos e analfabetos

* Estádios da Copa terão cadeiras especiais para cegos

14 . REENCONTRO # :

* Jorge Aluízio Ferreira da Silva

15 . PANORAMA PARAOLÍMPICO # SANDRO LAINA SOARES:

* Brasil vence a Argentina e é campeão do Desafio Internacional de Futebol de 5;

* CPB lança a Academia Paraolímpica Brasileira;

* Estadual de Futebol de 5;

* Opiniões Esportivas;

* Rapidinhas Paraolímpicas.

16 . TIRANDO DE LETRA #:

* Até Breve

* O Cego Fujão

17 . BENGALA DE FOGO #:

O Cego versus o Imaginário Popular(coluna livre)

* Troca de correspondências

(O usuário de Cão- guia no banco dos réus)

18 . SAÚDE OCULAR #:

* Estudos com células-tronco miram danos no nervo ótico

19 . CLASSIFICADOS CONTRAPONTO #:

* Utilidade Pública

1- Localização de remédios – informações :genéricos e preços

2- Imagens Solidárias - Exames mais baratos

3- Banco de Remédios

20 . FALE COM O CONTRAPONTO#: CARTAS DOS LEITORES

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ATENÇÃO:

"As opiniões expressas nesta publicação são de inteira responsabilidade de seus

colunistas"...

[EDITORIAL]

NOSSA OPINIÃO:

Nota: Este editorial foi publicado no número anterior do Contraponto (abril/2010),

e foi escrito, a pedido da redação, pelo professor Antonio Carlos Torres Hildebrandt (falecido no dia 19/05/2010)...

Nossa memória

Neste mês de abril, a Associação dos Ex-Alunos do Instituto Benjamin Constant promoveu uma singela homenagem a José Álvares de Azevedo, comemorando o centésimo septuagésimo sexto aniversário de nascimento daquele que é, sem dúvida, o primeiro líder das pessoas cegas e de baixa visão no processo de sua emancipação social em nosso país, transcorrido no último dia 8. Graças aos esforços do jovem cego brasileiro, que trouxe da França o Sistema Braille para nossa pátria em fins de 1850, conquistamos a criação da primeira escola especializada para cegos na América Latina, numa época em que não seria sequer imaginável falar em educação inclusiva e cujos frutos podemos fruir até hoje.

Temos plena consciência de que, concomitantemente com as novas frentes de luta, não podemos descurar da preservação da nossa memória, que nos serve de referencial. Por isso, ao mesmo tempo que criamos novos instrumentos de mobilização, como um espaço democrático de discussão dos nossos problemas e vários veículos de comunicação pela internet (o nosso sítio, .br, a Rádio Contraponto e o Jornal Contraponto), desenvolvemos em convênio com o Instituto Benjamin Constant o Projeto Memória IBC, através do qual já produzimos muitas horas de entrevistas gravadas com pessoas ligadas à história daquela Casa, que brevemente estarão disponibilizadas para pesquisadores e demais interessados.

Sabemos que há muito mais a ser feito, mas a Associação precisa da colaboração, do apoio, das sugestões e das críticas de todos, para que possa desempenhar cada vez melhor o papel a que se propõe, de acordo com o que determina seu estatuto.

***

[A DIRETORIA EM AÇÃO]

ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS DO INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT

Diretoria Executiva

Os ventos de maio

Foi com profundo pesar que recebemos a notícia do falecimento de nosso irmão e companheiro Antônio Carlos Rodrigues Torres Hildebrandt (Guri), que, atualmente dirigia nosso Departamento Político-Educacional. Ante a emergência da situação, acumulamos o cargo com o compromisso de dar continuidade aos projetos que ele desenvolvia nesse importante setor de nossa entidade.

Teve início, no último dia 22, o uso da quadra do IBC por nossos associados, conforme acordo já de conhecimento de todos. Os interessados em "bater uma bolinha", deverão estar no local aos sábados, entre 09:00 h e 12:00 h. É importante observar que, devido às condições do piso da quadra, os participantes dos jogos deverão usar tênis.

O companheiro Maurício Lima, nosso instrutor de xadrez, comunica aos interessados em suas aulas que poderão contatá-lo pelo telefone: 3872-7918 para a marcação de local e horário. A propósito do xadrez, estamos providenciando a inscrição de nossa Associação na federação nacional dessa modalidade esportiva.

Em 15 do mês corrente, realizou-se, nas dependências do IBC, o primeiro torneio de dominó válido pelo ranking RJ/2010, com a participação de dezesseis duplas.

O próximo está marcado para o dia 19 de junho.

Serão realizadas, nos dias 14, 21 e 24 de junho, a partir das 09:00 h, visitas guiadas ao IBC para seus ex-alunos. Os interessados em saber como funciona nosso Instituto nos dias atuais deverão entrar em contato com nossa associação pelos endereços eletrônicos:

Diretoria@.br ou

educativo@.br, ou pelo telefone: 8623-1787.

No próximo dia 16 de junho, das 14:30 h às 19:00 h,, no teatro do IBC, realizaremos, em parceria com a Direção-Geral daquela instituição, encontro comemorativo dos 50 anos de fundação de nossa entidade. A programação, ainda não totalmente definida, inclui depoimentos de companheiros que freqüentaram o Instituto, a partir de sua reabertura, em diferentes épocas e destacaram-se em diversas atividades, além de

apresentação musical por ex-alunos e coquetel. Não faltará o indefectível bolo, indispensável em todas as comemorações de aniversários.

Para contatos com a Associação

Telefone da Presidência: 8623-1787.

Endereços eletrônicos

- Presidência: diretoria@.br;

- Conselho Deliberativo: deliberativo@.br;

- Conselho Fiscal: fiscal@.br;

- Tesouraria: tesouraria@.br;

- Secretaria: secretaria@.br;

- Departamento de Tecnologia e Gerenciamento da Informação: tecnologia@.br;

- Jornal Contraponto: contraponto@.br;

- Rádio Contraponto: radio_contraponto@.br;

- Departamento de Desportos: desportos@.br;

- Departamento de Atenção aos Associados: socios@.br;

- Departamento Cultural: cultura@.br;

- Departamento de Patrimônio: patrimonio@.br;

- Departamento Jurídico: juridico@.br;

- Departamento de Ação político-Educacional: educativo@.br;

- Comissão de Eventos: eventos@.br.

Associação dos Ex-Alunos do Instituto Benjamin Constant

Hercen Hildebrandt

Presidente

Os nossos problemas só terão solução quando nós tivermos consciência de que eles são de todos nós.

***

[O CLUBE DO GURI]

Nota da Redação : Coluna em caráter extraordinário, em memória do professor Antonio Carlos Tôrres Hildebrandt (falecido em 19/05/2010), ex-aluno e professor do I B C,

matemático, militante ativo dos principais movimentos tiflológicos do seu tempo , referência que para nós, do segmento dos deficientes visuais, estará sempre viva, em

seus exemplos de idealismo, determinação e dignidade, em prol da cidadania dos cegos brasileiros...

(Sempre fomos, sem que o soubéssemos, o "Clube do Guri" pelo tanto que o admiramos e aqui estamos nós para dizer dos seus feitos e dos fatos a ele ligados, em homenagem à sua memória, e, principalmente, em nome da história do nosso segmento...)

1. O Guri no Mundo das Rimas

ANTÔNIO CARLOS TORRES HILDEBRANDT nasceu em Piraí - RJ, em 1942 e aos 4 anos foi matriculado no jardim de infância do IBC, de onde foi aluno até 1959, quando concluiu o curso ginasial. Em 67 formou-se em Economia pela Universidade Gama Filho e em 1979 licenciou-se em Matemática e Física pela UFRJ. Trabalhou no IBC de 1961 até 1997, quando aposentou-se. Desde 98, aprovado em concurso, é técnico da Receita Federal. Apesar de amante das ciências exatas, dedica-se também

à poesia. Quer escreva letra para uma canção, quer deixe extravasar emoções em poemas, seus versos são sempre originais, ora ternos, ora plenos de duras paisagens do cotidiano.

***

MENSAGEM

Antonio Carlos Rodrigues Torres Hildebrandt

Que Deus nos conceda a vida

E que saibamos usar.

Que ela não seja vivida

Só vendo o tempo passar.

Que Deus nos conceda a vida

E, no instante da partida,

Possamos avaliar

E ver que não foi perdida

A dádiva concedida:

Soubemos aproveitar!

Que Deus nos conceda o amor

E que saibamos viver.

Que cultivemos a flor

Bendita do bem querer.

Que Deus nos conceda o amor.

Que ouçamos do Criador

A voz firme a nos dizer:

"Amai-vos com muito ardor.

Amai-vos, mesmo que a dor

Vos fira e faça sofrer".

Que Deus nos conceda o sonho

E que ele seja verdade

Nos versos que te componho,

Nos delírios da saudade.

Que Deus nos conceda o sonho.

Sonha um mundo risonho,

Transforma a realidade.

Qualquer momento tristonho

Não vale aquele que o sonho

Nos dá de felicidade!

***

INSTANTÂNEO

Antonio Carlos Rodrigues Torres Hildebrandt

As ruas se foram

Rolando no vento,

Levando os ruídos.

As ruas sumiram,

Naquele momento,

Dos nossos sentidos.

As ruas se foram

Com os automóveis,

Os pés dos passantes,

As lojas de roupa,

Os bares de esquina

E os restaurantes.

As ruas se foram

Levando mendigos

Dormindo em jornais

E pobres crianças

Chegadas ao mundo

Como marginais.

As ruas se foram

Com os seus camelôs,

Seus pontos de bicho.

As ruas morreram

Com todo seu luxo,

Com todo seu lixo.

As ruas se foram.

Com elas, os postes

De iluminação.

As ruas sumiram,

Se desintegraram

Na imaginação.

As ruas se foram

Pra outra galáxia

E ficamos nós

Com nosso universo,

Na linha de um verso,

Juntinhos, a sós.

* ( Extraído do livro: Instituto Benjamin Constant, 150 Anos de Poesia: lançado em Março de 2004)

***

SONETO PARA MEU FILHO

(Antonio Carlos Tôrres Hildebrandt)

Tu chegaste e partiste tão depressa,

que nem me foi possível cativar-te.

Mas, mesmo assim, apraz-me recordar-te

nessa história, que finda mal começa.

Num ponto do universo, em qualquer parte,

hás de ouvir esta voz, que te confessa

uma saudade enorme e que não cessa.

Não me foi dado beijar-te, abraçar-te

e demonstrar-te quanto eras querido.

Quisera ter a graça de embalar-te.

Ouvir tua voz, quisera ter podido.

Da vida, a dor ocupa a maior parte

e o que mais dói em mim é não ter tido

tempo, sequer, de, um dia, consolar-te!

LOUIS BRAILLE

(Acróstico)

Antonio Carlos Rodrigues Torres Hildebrandt

Letras, tato, dedos, pontos...

Os recursos estão prontos.

Uni-los, eis a questão.

Isto é tarefa de monta.

Só, dela, pode dar conta

bastante dedicação.

Rima de épico poema,

assim nasceu o sistema

ideal para quem não vê.

Liberta-se quem se atreve:

leio o que você escreve;

eu escrevo e você lê!

***

2- O Guri e os Fronts da Militância

1. Conselho Brasileiro para o Bem Estar dos Cegos.

2. COPA(Centro Operacional Pedro de Alcântara)

3. Movimento de Cegos em Luta por Sua Emancipação.

4. Associação dos Ex-alunos do Instituto Benjamin Constant (fundação, refundação; presidente por duas vezes e conselheiro).

5. ADIBC (Associação dos Docentes do I B C).

6. Conselheiro Titular ( representante dos docentes) no Conselho diretor do IBC.

7. Conselheiro Titular do CEPDE(Conselho Estadual (RJ) de Política de Integração das Pessoas com Deficiência

3 . O Guri e o Debate Tiflológico

(Correspondências veiculadas na lista dos Ex-alunos do Instituto Benjamin Constant)

De: "ahildebrandt"

PARA: "ex-alunos_do_instituto_benjamin_constant"

Assunto: [EX-ALUNOS_DO_INSTITUTO_BENJAMIN_CONSTANT] a questão dos ônibus

Data: segunda-feira, 10 de abril de 2006 -15:22

Muita calma e muita tranqüilidade!

O Valdenito marcou um gol de placa quando sugeriu e, ato contínuo, implementou esta lista.

Em poucos dias ela aglutinou um bom número de participantes e alinhou alguns temas interessantes de discussão, como o livro acessível, que não podem ser descurados.

Entretanto, inegavelmente, aquele que empolgou as pessoas, por afetá-las de modo mais direto e imediato, foi o problema dos ônibus levantado pela Salete.

Às dificuldades já citadas, gostaria de acrescentar mais uma, que afeta todos os passageiros: a saída pela traseira contraria as leis da física, pois, quando o motorista reduz a velocidade ou freia, a inércia projeta o corpo no sentido do movimento do veículo, enquanto o indivíduo tenta deslocar-se no sentido contrário.

Falando objetivamente, a questão está colocada e já temos duas propostas de encaminhamento: o documento dirigido aos empresários e a representação ao ministério público. Na minha opinião deveríamos seguir exatamente esta ordem: primeiro tentar uma negociação; depois recorrer à justiça.

Agora só falta decidir o que vamos reivindicar. Minha sugestão é que solicitemos a manutenção de pelo menos 6 lugares na parte da frente de todos os carros e que as pessoas cegas ou com baixa visão possam passar seus cartões e descer pela dianteira.

Quanto à elaboração do documento, após chegarmos a um acordo sobre o seu conteúdo, a Diretoria da Associação pode responsabilizar-se por sua redação, comprometendo-se a submetê-lo à apreciação do grupo.

Um abraço

Guri

***

Muita calma e muita tranqüilidade!

Caramba! Esse nosso papo está parecendo conversa de bar depois da quarta rodada de shopp. Busca-se uma estratégia para melhorar nossa acessibilidade nos ônibus e acabamos discutindo sobre a ocupação indevida das dependências do IBC pela Academia Pingo Dágua; Pede-se para que reflitamos sobre os temas que devem ser abordados na lista e acabamos marcando uma pelada para o próximo sábado.

Parece que o pão-de-ló da festa mesmo é o complexo esportivo da nossa velha chácara.

Agora, falando sério, sendo eu presidente da Associação, não quis dizer nada sobre o assunto para não criar um clima de censura e não arranhar o caráter democrático de nossa lista. Mas, como o Senhor J. Walter, o Leniro e a Ivonete já se manifestaram, sinto-me à vontade para dar minha opinião, na qualidade de participante da lista.

Penso que nenhum tema deve ser censurado. Entretanto os assuntos que motivaram a criação da lista precisam ser bastante priorizados, sob pena de vermos nosso espaço descaracterizado e acabarmos jogando fora uma boa oportunidade de debatermos democraticamente as questões que nos afetam, sem a interferência de lideranças ilegítimas. É uma questão de bom senso.

Um abraço

Guri

***

De: "Antonio Carlos" ahildebrandt@.br para:

Assunto: Re: Re: [Ex-alunos do I B C] adverj

Data: sexta-feira, 16 de março de 2007 11:52

Muita calma e muita tranquilidade! Neste caso, literalmente,muita calma e muita tranquilidade!

Oi, Audier,

Na qualidade de presidente da Associação dos Ex-Alunos do Instituto Benjamin Constant, em última análise responsável por easta lista, sinto-me no dever de lhe pedir desculpas, bem como a todos os participantes , por haver permitido que a coisa chegasse a esse ponto.

Suas palavras foram bastante sensatas. Justamente quando nossa lista, que foi criada para ser um espaço de confraternização, de reencontro, de novos encontros, de debates produtivos sobre as questões de nosso interesse, completa 1 ano, nos deixamos envolver em um episódio tão lamentável que pode trazer grandes danos a ela.

Este assunto não deve ser ventilado na lista. Se quiserem prosseguir a discussão, que o façam em privado.

De agora em diante, estejamos mais vigilantes para evitar que ocorram fatos semelhantes.

Espero que o tempo possa cicatrizar os ferimentos provocados. Inclusive na integridade da própria lista. Este espaço nos é muito caro e precisamos preservá-lo.

Um abraço

Guri

***

De: "Antonio"

PARA:

Assunto: [ex-alunos do I B C] Re: Fw: SOCORRO! SE PUDER ME AJUDE. NÃO PODEMOS RETROCEDER! DAR MARCHA A RÉ JAMAIS!

Data: quarta-feira, 2 de setembro de 2009 05:19

Muita calma e muita tranquilidade!

Oi, Alessandro,

no caso concreto que você trouxe ao nosso conhecimento, nada poderia ter sido feito por absoluta falta de tempo hábil, já que os fatos aconteceram no último dia 26 e só foram divulgados na lista no dia 31. Além disso, a interessada não recorreu aos serviços da Associação e tomou as providências cabíveis.

Quanto ao seu desabafo, desabafos não podem ser criticados porque refletem subjetivamente um estado de espírito. Quero apenas aproveitá-lo como gancho para enumerar algumas ações que a Associação tem desenvolvido ao longo do tempo, que certamente não são suficientes para satisfazer as nossas urgências, mas representam aquilo que os associados que realmente participam das atividades da entidade foram capazes de realizar: criação e manutenção de serviços como esta lista de discussões, uma página na internet, o Jornal Contraponto e, até mesmo a rádio, que virá a ser um grande veículo para a difusão dos temas de nosso interesse; contribuição nas discussões sobre o provimento número 12, marcando presença nas reuniões e como signatária dos

dois documentos encaminhados ao TJ; colaboração na feitura e encaminhamento ao Deputado Paulo Ramos de anteprojeto de lei sobre as condições de participação de pessoas com deficiência em concursos públicos no Estado do Rio de Janeiro; oferta, em parceria com o Conselho Brasileiro para o Bem-Estar dos Cegos, de cursos preparatórios para concursos públicos; feitura, também em parceria com o Conselho Brasileiro, de relatório sobre a proposta do Estatuto das Pessoas com Deficiência ; colaboração na feitura e encaminhamento de documentos ao Ministério Público Estadual sobre acessibilidade nos ônibus e livro acessível; participação no Movimento do Livro Acessível, coordenando as manifestações do Rio Centro e da Biblioteca

Nacional, bem como assinando o abaixo-assinado; promoção do debate com a Secretaria de Educação Especial do MEC sobre escola inclusiva.

Concomitantemente, acho que os associados merecem alguns momentos de relaxamento no clube de lazer e de atividades culturais para espairecer um pouco.

Um abraço

Guri

***

De: "Antonio"

PARA:

Assunto: Re: [ex-alunos do I B C] posicionamento adverj

Data: segunda-feira, 26 de abril de 2010 09:15

Muita calma e muita tranquilidade!

Oi, Cinthya,

por favor repasse para o Márcio.

As minhas palavras não pretenderam contestar a representatividade da ADVERJ

e muito menos da Cinthya. Penso que a falta de quorum ocorreria qualquer que fosse o protagonista.

Não falei pela Associação dos Ex-Alunos ou por qualquer outra entidade de que faço parte. Minha manifestação foi absolutamente pessoal. Se alguma de nossas entidades resolver assumir a ideia da criação do fórum para discutir nossas formas de luta e de representação, acharei ótimo. De todo modo, coloco meu e-mail à disposição para quem quiser conversar sobre o assunto, inclusive em âmbito nacional: ahildebrandt@.br.

Continuo afirmando que a origem dos conselhos é anterior à Constituição de 88.

O Decreto 5.706, de 06 de março de 1986, assinado um dia após a posse do Prefeito Roberto Saturnino Braga, conforme compromisso assumido por ele durante a campanha eleitoral com o movimento das pessoas com deficiência do Rio, que, à época, era bastante atuante, criou o Conselho municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência, com a composição a que já me referi em mensagem anterior, isto é, apenas representantes das diferentes áreas de deficiência, eleitos em encontros abertos, promovidos pelos respectivos segmentos. Nossos primeiros representantes foram José Maria Bernardo e Maurício Zeni.

A propósito, fiz uma varredura, certamente imperfeita, na Constituição cidadã, que, diga-se de passagem está mais remendada do que lona de circo, e não encontrei dispositivo referente à criação de conselhos de políticas e de defesa de direitos.

As referências mais aproximadas que localizei foram as seguintes:

Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos

colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.

Art. 194

Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:

VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão

quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Art. 202 § 6º A lei complementar a que se refere o § 4° deste artigo estabelecerá os

requisitos para a designação dos membros das diretorias das entidades fechadas de previdência privada e disciplinará a inserção dos participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus interesses sejam objeto de discussão e deliberação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Art. 77 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias

§ 3º Os recursos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinados às

ações e serviços públicos de saúde e os transferidos pela União para a mesma finalidade serão aplicados por meio de Fundo de Saúde que será acompanhado e fiscalizado por Conselho de Saúde, sem prejuízo do disposto no art. 74 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

Art. 79 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. É instituído, para vigorar até o ano de 2010, no âmbito do Poder Executivo Federal, o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, a ser regulado por lei complementar com o objetivo de viabilizar a todos os brasileiros acesso a níveis dignos de subsistência, cujos recursos serão aplicados em ações suplementares de nutrição, habitação, educação, saúde, reforço de renda familiar e outros programas de relevante interesse social voltados para melhoria da qualidade de vida. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 31, de 2000)

Parágrafo único. O Fundo previsto neste artigo terá Conselho Consultivo e de Acompanhamento que conte com a participação de representantes da sociedade civil, nos termos da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 31, de 2000)

Independentemente de os conselhos terem sido criados ou não pela Constituição cidadã, reafirmo que a padronização do modelo de representação paritária foi imposta de cima pra baixo.

Um abraço

Guri

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4. Guri, segundo a ótica de um amigo

Verdadeiramente, por quanto eu tenho de recordações do Guri, me é impossível fazer uma seleção do que devo contar, especialmente num tão pequeno espaço de tempo. Todavia, farei aqui um depoimento e peço aos que desejarem participar do projeto que apresento aqui, o favor de se comunicarem comigo. Iniciara-se o ano de 2004, ano em cujo 17 de setembro se comemoraria o sesquicentenário do nosso querido Instituto.

Nossa estimadíssima Sueli, irmã do Hercen e do Guri, sugeriu que eu e o Guri fizéssemos uma composição a ser apresentada naquela comemoração. Em pouco tempo, o Guri me enviava a letra que transcrevo após os asteriscos, e eu deveria musicá-la. Musiquei-a, mas fiz uma pequena transformação na letra e remeti a composição ao Guri. O tempo passou, e a resposta não veio. Não sei o que houve: se o Guri não aprovou as mudanças que propus, ou se meramente ele desistiu do projeto. A verdade

é que não pudemos providenciar quem arranjasse e quem cantasse, e a apresentação não aconteceu.

Por favor, não se entenda que estou fazendo qualquer tipo de crítica ao nosso querido e saudoso Guri. Tenha sido o motivo que tenha, é um direito legítimo que ele tinha de não gostar do que mostrei, talvez silenciando apenas por nossa amizade. Conservei o original que me foi enviado, original que transcrevo aqui, e a letra com as modificações que fiz, letra que transcrevo após o original. Um esclarecimento, todavia, é imprescindível: Não envio as duas versões da letra para estabelecer competição, até porque isto não teria cabimento.

Fiz as modificações unicamente por causa dos compassos musicais, e por causa de uma idéia que eu tinha e queria submeter ao Guri na oportunidade.

A idéia do Marquinhos de homenagear o Guri, da forma que ele propõe, me despertou a lembrança do fato que conto aqui, e o desejo de homenagear nosso saudoso amigo no próximo dia 17 de setembro, apresentando a canção que não foi apresentada em 2004. Uma outra possibilidade bastante provável, é a de que eu faça uma terceira versão,

homenageando diretamente o Guri, e aproveitando a música já existente.

No caso de haver interesse pelo projeto, providenciarei um jeito de enviar a música gravada para quem se interesse. Se alguém desejar fazer um arranjo para a música, me dará um prazer imenso. Desde já, meus mais sinceros agradecimentos a todos.

******

A canção das famílias no sesquicentenário do Instituto Benjamin Constant.

Composição de Antônio Carlos Rodrigues Torres Hildebrandt, original

enviado pelo autor.

são histórias que se fundem,

a tua vida e a dos meus.

quantos sonhos se confundem

imersos nos sonhos teus!

os relatos se difundem

por esse mundo de deus.

as saudades se transfundem

a cada gesto de adeus.

ibc, querido meu,

o destino quis assim:

em cada cantinho teu,

vive um pedaço de mim!

minha família abrigaste

nestas amplas dependências.

o segredo me mostraste

das artes e das ciências.

em teu íntimo guardaste

muitas das minhas vivências.

e, por certo me marcaste

em tantas experiências.

ibc, querido meu,

o destino quis assim:

em cada cantinho teu,

vive um pedaço de mim!

remexendo os escaninhos

do teu sesquicentenário,

redescobri os caminhos

de um imenso relicário.

são irmãos, filhos, sobrinhos,

primos... um longo sumário

de pessoas, cujos ninhos

são parte deste cenário.

ibc, querido meu,

o destino quis assim:

em cada cantinho teu,

vive um pedaço de mim.

num heróico mutirão,

tua história foi escrita

por todos, vivos ou não,

que esta voz modesta cita

nos versos desta canção,

cuja pulsação imita

os toques de um coração

que, emocionado, palpita.

ibc, querido meu,

o destino quis assim:

em cada cantinho teu,

vive um pedaço de mim!

- Letra Modificada:

São histórias que se fundem,

A tua vida e a dos meus.

Quantos sonhos se confundem,

Imersos nos sonhos teus!

Os relatos se difundem

Por este mundo de Deus.

As saudades se transfundem

A cada gesto de adeus.

Por isto I B C, querido meu,

Te digo com emoção na voz:

O eco, em cada cantinho teu,

Fala de nós, fala por nós.

Minha família abrigaste

Nestas amplas dependências.

Os segredos me mostraste

Das artes e das ciências.

Em teu íntimo guardaste

Muitas das minhas vivências

E, por certo, me marcaste

Em tantas experiências.

Por isto I B C, querido meu,

Te digo com emoção na voz:

O brilho de cada cantinho teu

Brilha por nós, brilha pra nós.

Remexendo os escaninhos

Do teu sesquicentenário,

Redescobri os caminhos

De um imenso relicário.

São irmãos, filhos, sobrinhos,

Primos... Um longo sumário

De pessoas cujos ninhos

São partes deste cenário.

Por isto I B C, querido meu,

Te digo com emoção na voz:

Saudade, de cada cantinho teu,

canta pra nós, canta em nós.

Num heróico mutirão,

Tua história foi escrita

Por todos, vivos ou não,

Que esta voz modesta cita

Nos versos desta canção,

Cuja pulsação imita

Os toques de um coração

Que, emocionado, palpita.

Por isto I B C, querido meu,

Te digo com emoção na voz:

A história de cada cantinho teu

Vive em nós, vive de nós.

Ary Rodrigues da Silva

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5 . GURI ( In Memoriam)

* Manifestações dos amigos, companheiros e admiradores do professor

Antonio Carlos Tôrres Hildebrandt (ex-aluno e professor de Matemática do IBC ) falecido em 19/05/2010 - veiculadas na lista "Ex-alunos do Instituto Benjamin Constant"...

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De: "Valdenito de Souza"

É com muito pesar que comunicamos a morte do nosso amigo, companheiro Antonio Carlos Torres Hildebrandt (Guri), ocorrida hoje (19/05), em torno das 6(seis) horas....

Uma perda imensurável para os amigos, os companheiros de lutas, enfim, o segmento como um todo, certamente sente a partida deste brioso companheiro....

À família enlutada, aos filhos, à minha colega de ginásio Darc, os meus mais sinceros sentimentos....

Como espiritualista que sou, acredito que nosso incansável guerreiro Guri passou para um Plano Superior, onde chegou com muito crédito, atestado pelos muitos amigos e admiradores, que fez neste Plano Terrestre....

Ps. Assim que tivermos mais notícias sobre o sepultamento comunicaremos....

Valdenito de Souza, o nacionalista místico

- De: "Ary Rodrigues da Silva"

E agora? Dizer o quê? Pra quê? Por quê? Dizer o quê, se as palavras são insuficientes para a expressão do quanto sentimos. Dizer pra quê, se as palavras só farão refluir a emoção mais fortemente ao nosso próprio interior, aumentando nosso desespero pela impotência para reverter o inexorável. Dizer por quê, se todos os ouvidos estarão fartos das mesmas palavras, tão carregadas de mágoa, a mesma que já enche e faz doloridos

todos os corações. E agora? Que fazer então? Resta a cada um de nós imortalizar o amigo na nossa saudade carinhosa, nunca esquecendo tanto quanto ele nos ofereceu, valorizando cada ensinamento dele recebido, falando a quantos não tenham tido a ventura de conhecê-lo de quantos méritos ele tinha, não deixando enfim que ele durma esquecido, até que, em algum lugar certamente iluminado e glorioso, se tal merecermos, a vida eterna novamente nos reúna.

A amizade é um sentimento tão belo quanto raro. Por isto, saibamos preservar as que temos, e agradeçamos a Deus pela ventura de tê-las.

Abraços de um amigo.

Ary Rodrigues da Silva

- De: "Regivaldo Figueiredo"

Realmente, não há o que dizer, amigo Ari e demais companheiros da lista.

Essa já é a terceira vez que começo a escrever qualquer coisa, mas a emoção me embarga as palavras e as lágrimas me empedem de continuar. Graças a Deus, tive o prazer e o privilégio de privar de sua amizade particular. Acompanhei o crescimento do Henrique, fui ao seu casamento com a Darque e vi praticamente o nascimento do seu filho, e consternado, assisti á perda de seu filhinho, conforme aliás, ele postou aqui mesmo na lista, em resposta a um artigo da Eliane Brum, por mim colocado.

Lembro de uma vez que fomos levar a Dark no aeroporto e pegamos uma chuva no caminho. Quando chegamos ao Lins, ela já havia chegado em Salvador. Rimos muito do acontecido e fomos tomar uma cervejinha, já que a chuva tinha passado.

Enfim, são lembranças que nos ajudam a recordar um Guri que tinha como lema, o seu indefectível "Muita calma e muita tranquilidade." Descanse o tempo necessário, pois tenho certeza que tão logo possa, você vai estar lutando por alguma causa, como aliás, é bem de seu feitio.

Paz e luz em sua trajetória, amigo muito querido!

- De:Vitor Alberto da Silva Marques

Ary! Eu resolvi pegar sua carona, já que assim, economizarei palavras e não serei repetitivo! Você já disse quase tudo! O que se diz do nosso Guri, hoje, sempre se disse e se pensou, não apenas por que nos deixou!

Em sua convivência connosco, era só serenidade, mesmo em situações aparentemente adversas. Não tenho vergonha de dizer que durante todo o tempo que privei de sua companhia, aprendi muito: a controlar minha ansiedade, nem sempre com muito sucesso, a exercitar o poder da reflexão, a forjar homens de luta! Ele exerceu uma militância pura e intransigente! E ele foi igualmente terno com todos nós.

"Muita calma e muita tranquilidade!”

O Guri permanece entre nós Como uma referência positiva, de lealdade e dignidade!

Saudações libertárias, combativas e democráticas.

- de: Márcio Lacerda

Falem, Ari e pessoal,

Impossível esquecer realmente os ensinamentos que nosso amigo e professor Seu Antônio, o Guri, nunca se furtou a nos transmitir, seja na sala de aula, seja nos corredores do colégio, seja na sua própria casa e seja, ainda, numa mesinha de bar.

Gostaria que essa notícia se tratasse de um boato, como tantos que já ouvimos falar, de passagens que, em verdade, não se consumaram, ou fosse uma brincadeira de mau gosto de um primeiro de abril. Mas, infelizmente, perdemos, por ora, um homem forte de caráter, que sempre soube defender de forma digna a dignidade própria e a de todo o nosso segmento.

Não tenho dúvidas de que Seu Antônio merece, dos que tiveram o privilégio de conhecê-lo, as melhores lembranças. Sua solidariedade, sua paciência, seu equilíbirio, enfim, todos os seus inúmeros atributos eram muito confortantes e nos enchiam de coragem para, com ele, enfrentarmos as adversidades inerentes a nossa condição de vida.

Com "muita calma e muita tranquilidade", e saudade, que termino esta mensagem. Descansa em paz, querido amigo e professor. Sei que no outro plano, vai encontrar  alunos mais dedicados do que eu, por exemplo, que consegui ser expulso de sala pelo senhor. Imaginem!

Valeu, Seu Antônio, demais, e como valeu!

- De:Ricardo de Azevedo Soares

Lacerda, você deve realmente ter aprontado barbaridades, pois confesso que nunca tinha ficado sabendo que o poço de paciência chamado Antônio Carlos tivesse expulsado algum aluno de sala. A paciência era uma das virtudes desse nosso amigo e companheiro. Fui seu aluno na sexta série e me lembro muito bem de sua maneira doce de nos passar os ensinamentos da Matemática.

Abraços de luta,

Ricardo

- De: Magda:

Ricardinho, ele também perdeu a paciência com a Bianca. Estávamos num bar enchendo a cara, e a Bianca tudo que pedíamos ela reclamava. A Bianca, quando era mais nova, era uma vovó. e aí ela encheu tanto o nosso saco, que ele se levantou e disse: Que menina chata ‚ esta! Nunca mais vocês me tragam em lugares em que esta menina estiver. Foi muito engraçado, na hora ela ficou na moral e não perturbou mais a gente. Depois disso, os dois ficaram se gostando muito e lembrávamos disso rindo de chorar.

- De: Marcos Valério Rangel

Olá, Amigos!

Quase nunca venha a esta tribuna para me manifestar, estou sempre atento ao que passa por aqui, mas para escrever é difícil comparecer aqui... mas, neste momento, não poderia deixar de aqui manifestar todo sentimento que tomou conta de mim ao receber a notícia que nos abalou tanto.

Gostaria de juntar-me a todas as pessoas que aqui se pronunciaram e, por mais que se possa falar, nunca retrataremos o que nosso Guri representa para nós.... Mas, venho, também, fazer um convite a todos que queiram homenagear, mais um pouco, nosso amigo querido. Vou produzir um programa na Rádio Contraponto, com depoimentos sobre o Guri e todos que quiserem fazê-lo de viva voz, enviem para mim depoimentos gravado em formato mp3 ou wave com no máximo 30 a 40 segundos. Bem sei que o

tempo é pouco para tanto que temos a dizer, mas, ao juntar todo os depoimentos, certamente alguém falará algo que outra pessoa gostaria de ter falado, assim, com tantos depoimentos, acabaremos por falar, pelo menos, o básico. Portanto, quem desejar participar deste programa, dessa singela homenagem a quem tanto nos ensinou na vida, seja como professor, seja como amigo, seja como militante... envie e-mail para:

papo@

se possível durante a próxima semana para que haja tempo suficiente para eu editar e gravar para a próxima grade, ou seja, não a que vem, mas a segunda.

Desde já agradeço a quem participar

Marcos Valério

De: Dulavim de Oliveira Lima Jr

Dizer o quê?

Eu sou, acho que uma das poucas pessoas, que não o chamava de Guri. Era seu Antônio Carlos, Antônio Caros ou, tio Anta. Essa história de tio Anta é coisa da Teresa, uma pernambucana, ex-aluna do IBC, lá pelo ano de 1990, que, uma vez, em plena aula de programação, entrou na sala dizendo: "tio Anta, tem homem aí pra mim?

Ele era um grande amigo em todos os aspectos, e, um Professor nato. Na minha opinião, ser Professor para ele era um sacerdócio, mesmo que ele nunca tenha afirmado isso. Ele nunca se furtou a uma explicação, fosse a onde fosse. Também nunca deixou de contribuir com sua opinião ou reflexão.

Hoje, ele não está mais entre nós. Será? Deixem isso pra lá. O fato é que ele fará muita falta, mas, seus ensinamentos e sua postura continuarão orientando nossas vidas. Muito do que sou hoje, devo a ele, e, se não vou mais longe, é porque ainda não resolvi utilizar tudo que aprendi.

Vá, meu amigo. Troque sua freqüência para uma dimensão desconhecida. E, daqui a mais um tempo, tempo que espero seja grande para todos nós que ficaremos aqui com muita saudades, mas ainda temos uma missão a cumprir, porém deve ser um micro para quem chegou a uma dimensão cujo tempo é a eternidade, - será que é? Nos encontraremos todos. O relógio está rodando.

Vamos continuar por você e por todos aqueles que pavimentaram os caminhos que devemos seguir.

Dulavim

- De: Márcio Luiz

Estou triste por perder um grande professor e parceiro de nós, alunos.

Acho, porém, que foi um presente merecido, sair de um mundo tão desigual, onde cada vez mais se perde a essência de uma vida sadia. Me lembrarei sempre, pois tenho inúmeras recordações de ter estado com seu Antônio.

Tô falando pouco, porque é meio difícil, mas pra finalizar, acredito que quando um dia eu me for, se fizer metade do que nosso professor e amigo fez, me sentirei grato.

Abraço a todos

- De: Maurício Zeni

O Movimento de Cegos em Luta por sua Emancipação Social aproveita este

nosso espaço para dar a conhecer:

O companheiro Guri não morreu, não morre e jamais morrerá porque está vivo e vívido naqueles que, junto com ele, lutaram e lutam por nossa emancipação social.

Nossa história, sempre que bem contada e bem escrita, te-lo-á nos encontros regionais e nacionais, nas manifestações por nossos direitos e não privilégios, bem como em

sua relevante contribuição para nossa Revista Alternativa.

- De: Hercen Rodrigues Torres Hildebrandt

Caros companheiros

Já é do conhecimento de todos o falecimento de meu irmão, Antônio Carlos (Guri), ocorrido ontem, pela manhã.

Como era de seu desejo, seu corpo será cremado. A cerimônia, que, segundo fui informado, não pode ser aberta a todos, está marcada para o próximo sábado, dia 22, às 09:15 h. Amanhã, dia 21, das 12:00 às 16:00 h, realizaremos um velório, no saguão do terceiro andar do IBC.

Em nome da família, agradeço à Direção-Geral do Instituto, não apenas pela autorização para que expuséssemos o corpo aos amigos para suas despedidas, nas dependências da instituição onde ele estudou desde os quatro anos de idade e trabalhou durante algumas décadas, nunca tendo se desligado, mesmo depois de sua aposentadoria, mas também pela atenção que nos dispensou em momento de tão grande dor.

Quanto às inúmeras manifestações de apreço por meu irmão e solidariedade que temos recebido dos amigos, tão logo nos desvencilhemos das dificuldades que estamos enfrentando com os trâmites burocráticos do processo de cremação, responderei a cada uma.

Desde já, obrigado a todos.

- De: Jose Walter

Oi gente,

Gostaria de prestar uma singela homenagem ao nosso Guri, que nos deixou tão abalados com a sua partida repentina.

É uma música em anexo que fiz para o Millecco quando de sua partida, que se chama Amigo, mas que homenageio agora ao Guri, como o amigo de todos nós.

Abraços saudosos.

[O IBC EM FOCO]

Colunista: VITOR ALBERTO DA SILVA MARQUES ( vt.alberto@.br)

Renascer das Cinzas

Tal qual a Fênix, este nosso personagem renascerá das cinzas e se espalhará beneficamente por toda a nossa órbita! Na nossa memória ele ficará como uma figura emblemática, capaz de aglutinar pessoas em torno da defesa de princípios democráticos, levados ao extremo, não hesitando em contestar, vez por outra, suas próprias ações!

Ele era um militante por excelência, tanto assim, que em várias ocasiões, no nosso IBC, nunca deixou de participar ativamente dos movimentos estudantis encabeçados

internamente pelo nosso GEIBC, que se articulava com grupos estudantis externos, ligados à UNE, bem como do cotidiano escolar, já como funcionário da casa, na condição de professor, e mais do que professor, um verdadeiro educador. Não houve um só momento em que este companheiro não tenha participado de movimentos em favor do IBC, seja por razões de responsabilidade profissional e de cidadão, seja por razões afetivas, explicadas por sua trajetória como aluno e funcionário zeloso, sempre ligado aos interesses coletivos. Poderia passar alguns exemplos: atuando de forma desprendida, passando o seu inesgotável conhecimento como professor do primário, indo mais tarde atuar com muita eficácia, no antigo ginásio, como professor de matemática.

Em todo esse tempo, nunca deixou de usar seus predicados de Homem digno, sempre preocupado com o coletivo. Desta forma, teve papel relevante na reconstituição da

história do nosso IBC, participando decisivamente na implantação do Projeto-Memória-IBC. Esteve igualmente envolvido na reorganização da Associação dos Ex-alunos do IBC, a partir do início da presente década. Uma vez servidor aposentado do IBC, teve a oportunidade de ingressar na Receita Federal, mediante concurso público, onde atuou até aos dias de hoje. Paralelamente, participou dos movimentos em defesa das pessoas com deficiência, com seu espírito sempre aguerrido! Estes são fatos concretos e com eles não pretendo nesta coluna, promover o culto à personalidade! Apenas destacar o papel de uma personalidade que nos deixou precocemente e que fez parte da história

recente do nosso Benja, como dizem os mais jovens.

Todos sabem de quem falo. Do nosso inesquecível Antônio Carlos Rodrigues Torres Hildebrandt, o nosso Guri, do qual já sentimos imensa saudade, como personalidade referência!

[ DV EM DESTAQUE]

Colunista: JOSÉ WALTER FIGUEREDO (jowfig@)

IMB deverá lançar Portal de Hospedagem para deficiente visual. Caso seja concluído, será o primeiro site de busca de hotéis do Brasil totalmente acessível

Uma nova versão do Portal de Hospedagem adequado para deficientes visuais deverá ser lançado pelo Instituto Marca Brasil no Salão do Turismo, que será realizado de 26 a 30 de maio, em São Paulo. Caso seja concluído, será o primeiro site de busca de hotéis do Brasil totalmente acessível.

"O projeto é resultado de um trabalho de quatro meses e investimentos de mais de R$ 100 mil de recursos próprios do IMB", conta Daniela Bitencourt, superintendente do IMB.

O portal terá um aplicativo para pessoas com até 70% de perda de visão ou daltônicos, e outro para quem não possui nenhuma visão.

Fonte: Hotelier News

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Museu de Arte Sacra apresenta roteiro para deficientes visuais e auditivos

Projeto contempla o tema da 8ª semana nacional de museus, "Museus para a Harmonia Social"

Contemplando o tema da 8ª semana nacional de museus: "Museus para a Harmonia Social", o Museu de Arte Sacra de São Paulo dará início, no dia 18 de maio, ao atendimento voltado para pessoas com deficiência visual e auditiva. O Núcleo de Estudos de Acessibilidade, composto por integrantes do Setor Educativo do MAS, desenvolveu um primeiro roteiro com abordagem elaborada especialmente para inclusão de deficientes visuais e auditivos.

Para agendar, os interessados poderão entrar em contato pelos telefones:

(11) 3326-1373 ou (11) 3326-5393 , de terça a sexta, de 11 às 18 horas.

Os dias e horários disponíveis para as visitas são: de terça a sexta-feira, às 13 horas.

A visita terá a duração de 2 horas.

Fonte: Rinam

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Fotógrafo cego clica campanha publicitária

Teco Barbero, que já clicou peças para a campanha da Associação Desportiva para Deficientes, conta sobre sua trajetória e técnica de fotografia em filme criado pela agência

A age. acaba de dar mais um passo para reforçar o trabalho da Associação Desportiva para Deficientes (ADD), entidade que luta pela valorização e integração de pessoas com deficiência. A agência criou um documentário sobre Teco Barbero, deficiente visual que fotografou as peças da mais recente campanha da Associação.

O filme, que pode ser acessado pelo site

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ou pelo YouTube, conta sobre a aproximação de Teco com o universo da fotografia e a sua técnica de captação de imagens. Desde que entrou no ar, no mês passado, o documentário já registrou mais de 100 mil acessos pelo site.

Teco Barbero é formado em jornalismo pela Universidade de Sorocaba. Tirou sua primeira foto aos 16 anos, numa viagem para a Suíça. "Foi só porque meu pai reclamou que ele não iria aparecer em foto alguma da viagem", diz Barbero. Voltou a clicar aos 21, quando participou de um curso de fotografia para cegos idealizado pelo documentarista Werinton Kermes. Lá, aprendeu a fotografar usando o próprio corpo. "Para um fotógrafo cego, o enaquadramento, o foco, a estética, pouco importa. O relevante é que pela foto posso mostrar a maneira que enxergo o mundo", sustenta o jornalista.

No Brasil, Teco Barbero foi o primeiro fotógrafo deficiente visual a clicar uma campanha publicitária. O filme da campanha, que foi veiculada no ano passado, mostrou Teco fotografando um cadeirante da ADD. Além disso, a agência criou um making of da campanha e um hotsite exclusivo com todas as informações da ação.

Para dar continuidade à comunicação, a age. pretende convidar fotógrafos renomados do mercado brasileiro para clicar de olhos vendados.

Segundo Carlos Domingos, diretor de criação da age., mostrar que um deficiente pode fazer muito mais do que as pessoas pensam foi a maneira de chamar a atenção do público. "É motivo de muito orgulho poder participar de mais uma campanha impactante para a ADD, que vem gerando muitos comentários e um bom retorno para a instituição. Trabalhar com o Teco foi muito tranquilo, já que é um profissional eficiente e prestativo. Ao contrário do que as pessoas possam pensar, não foi mais fácil nem mais difícil trabalhar com ele. Foi mais um job, como qualquer outro", finaliza Domingos.

Fonte: Portal da Propaganda

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O bê-a-bá do CDC em versão para deficientes

Ibedec lança hoje uma cartilha em seu site na internet com áudio do conteúdo do Código de Defesa do Consumidor

Eles somam mais de 5 milhões de pessoas em todo o país. Participam das relações de consumo no dia-a-dia, mas têm dificuldades de fazer valer os seus direitos de consumidor. São os deficientes visuais, que agora passam a ter acesso ao Código de Defesa do Consumidor (CDC) pela internet. Uma cartilha on-line, idealizada pelo Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec), disponibiliza a partir de hoje o Manual do Consumidor em áudio no formato mp3. De casa, do trabalho, da biblioteca ou mesmo de uma lan house, os deficientes visuais poderão consultar a publicação e tirar dúvidas sobre as garantias do CDC.

A ideia do manual surgiu da demanda das associações de deficientes visuais de todo o país. De acordo com o presidente do Ibedec, José Geraldo Tardin, essas entidades reclamam da discriminação nas relações de consumo, além de levantarem dúvidas sobre as situações específicas das pessoas com deficiência visual. Por exemplo: se o cego pode ter acesso a qualquer ambiente com o cão-guia. Ou se as paradas de ônibus devem oferecer sinalização em braille. "São pessoas que têm dificuldade de usar e se beneficiar do CDC por falta de acessibilidade", destaca Tardin. No manual, o Ibedec comenta o CDC em linguagem acessível e dá exemplos dos direitos garantidos pela legislação.

A pedagoga Vitória Maria Marinho Damaceno é deficiente visual, tem 51 anos e já enfrentou vários problemas nas relações de consumo. Ela conta que foi até uma farmácia comprar uma pomada e o atendente vendeu o produto como gel. "Como eu não podia ler o rótulo levei o produto errado e tive que voltar para trocar", reclama.

Vitória acha bem-vindo o Manual do Consumidor em áudio: "Vai facilitar porque será mais rápido consultar a lei se comparado ao formato em braille do CDC".

Ela lembra, no entanto, que a maioria dos deficientes visuais não tem computador em casa e alguns possuem o equipamento mas não têm acesso à internet. Em relação às lan houses, Vitória reclama que algumas lojas não disponibilizam internet com programas de áudio para os deficientes visuais.

Uma alternativa para acessar o CDC em áudio é a biblioteca do Instituto dos Cegos de Pernambuco, ou a sala de informática, onde está sendo realizado um curso de informática em parceria com o Senai.

No curso de informática básica, as duas turmas de deficientes visuais utilizam um sistema operacional de voz (DosDox) com leitores de telas, um programa desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Além do CDC em áudio, o Ibedec vai disponibilizar atendimento aos deficientes com um tradutor da linguagem brasileira de sinais (Libras), além de um atendente específico para as consultas jurídicas dos deficientes visuais. O atendimento será gratuito e o advogado vai acompanhar o deficiente em todo o processo nos Procons e no Judiciário.

José Geraldo Tardin antecipa outro projeto do Ibedec, previsto para ser lançado em setembro. Trata-se de uma cartilha em braille com os dispositivos do CDC.

O Ibedec vai apresentar também uma proposta ao Congresso Nacional, para que sejam aprovadas leis nos estados e municípios obrigando todas as bibliotecas do país a disponibilizarem o CDC em braille.

Serviço

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Fonte: Diário de Pernambuco

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Software feito no NCE ajuda na inclusão digital de cegos

Software chamado de Liane TTS, é para o sistema operacional Linux

Agora os deficientes visuais já podem utilizar o sistema operacional Linux. O Núcleo de Computação Eletrônica (NCE-UFRJ), em parceria com o Serviço Federal de Processamento de Dados do Ministério da Fazenda (Serpro), desenvolveu um programa leitor de telas de computador de qualidade profissional para o sistema.

Chamado de Liane TTS, o software será utilizado nos telecentros do programa de inclusão digital do Serpro.

O programa analisa a sequência de palavras do texto e remonta a pronúncia a partir de uma base de sons já pré-gravada.

"Nós utilizamos gravações feitas pela locutora Liane Borges, do SBT, que contém todos os sons utilizados em nossa língua. Esses sons foram processados digitalmente pela Universidade Politécnica de Mons, na Bélgica. Com a união desses fonemas básicos e sua correção em tempo real, nós conseguimos uma fala muito próxima da humana", explicou o professor José Antônio Borges, coordenador do projeto e analista de sistemas do NCE.

Segundo ele, o software é o resultado de anos de pesquisa na área de acessibilidade dos computadores para deficientes visuais. Desde 1993, o NCE pesquisa sintetizadores de voz para computadores. "Naquela época, nós desenvolvemos a primeira ferramenta de leitura de telas profissional do país. Comparando com as soluções de acessibilidade que existem hoje, percebe-se que ele era muito rudimentar. Mas, ainda assim, foi o primeiro a ser desenvolvido no país", afirmou.

O professor espera que o Liane TTS ajude o usuário com deficiência visual a interagir melhor com o computador. "Até pouco tempo atrás, o sistema Linux tinha poucas e ineficientes ferramentas de leitura de telas. No sistema Windows, essa tecnologia já existe com boa qualidade. O que estamos fazendo é trazer para o consumidor do sistema operacional Linux um programa de melhor resultado", disse.

O Liane TTS já está sendo distribuído para os telecentros do Serpro espalhados por todo o Rio de Janeiro. A cerimônia de apresentação foi feita na unidade do Circo Voador. "Todos os telecentros do Serpro receberão uma unidade do programa. Agora é preciso que os instrutores sejam treinados pelo Serpro para repassar a utilização do programa para os usuários. Além disso, também será disponibilizado para download gratuito no site do órgão."

Fonte: InfoAtivo.DefNet

JOSÉ WALTER FIGUEREDO

[DE OLHO NA LEI]

Colunista: MÁRCIO LACERDA ( marcio.lacerda@.br)

*Ao Mestre, com Carinho!

*Instituto não é obrigado a reservar vagas para portadores de deficiência acima do limite fixado por lei

*Liminar determina que Contran reformule norma sobre deficientes

*Falsa deficiente não consegue responsabilizar a ECT por créditos trabalhistas

*Ao mestre com carinho

Esta é a edição mais triste da De Olho na Lei. Nosso segmento perdeu, no dia 19 de maio do ano em curso, um grande homem. Trata-se do Professor Antônio Carlos Torres Hildebrandt.

Como mestre, jamais se furtou a transmitir seus ensinamentos a quem quer que fosse. Como líder, nunca deixou seus seguidores em desamparo. Defendeu, sempre, de forma digna, a dignidade própria e a de todas as pessoas com deficiência. Soube, como poucos, pautar-se no verdadeiro senso de coletividade, na busca incessante do respeito aos nossos interesses.

A perda é irreparável. Porém, não tenho dúvidas de que em nossas batalhas, a cada conquista, sempre reverenciaremos a admirável figura do Professor Antônio Carlos, o Guri, apelido de infância com o qual ele gostava de ser chamado.

Jamais nos esqueceremos de sua liderança, marcada pela firmeza de caráter e pela pureza do espírito.

Fique com Deus, Seu Antônio, e com a certeza de que a lição de vida que o senhor nos passou está guardada em nossas identidades, quer no plano individual, quer no plano coletivo. Nosso segmento é eternamente grato por tudo o que o senhor fez por nós.

Com carinho, admiração e saudade, Márcio Lacerda.

*Instituto não é obrigado a reservar vagas para portadores de deficiência acima do limite fixado por lei

Fonte: AGU

A Advocacia-Geral da União (AGU) obteve, na Justiça, decisão favorável em Ação Civil Pública movida contra o Instituto Federal do Espírito Santo (IFES). O Ministério Público Federal (MPF) pretendia que a autarquia fosse obrigada a reservar vagas para

portadores de necessidades especiais em todos os concursos públicos que realizasse, mesmo que para isso tivesse que exceder o limite previsto em lei, que é de no mínimo 5% e no máximo 20% das vagas oferecidas.

O MPF exigia, também, que o IFES fosse obrigado a nomear os candidatos portadores de deficiência aprovados no último concurso público realizado, e a reformular os editais dos concursos que estavam em trâmite. O juízo de primeira instância acatou esses

pedidos.

Diante disso, a Procuradoria Regional Federal da 2ª Região (PRF2) e a Procuradoria Federal no Estado do Espírito Santo (PF/ES), representando o IFES, não concordaram com a condenação e recorreram da decisão, alegando que a lei 8.112/90 e o Decreto nº

3.298/99 estabelecem que o número de vagas para deficientes físicos em concurso público não pode ser menor que 5% nem maior que 20% do total de vagas oferecidas. Portanto ultrapassar esse percentual afronta o princípio da legalidade.

As procuradorias defenderam, ainda, que o percentual da população brasileira reconhecido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como portador de necessidades especiais é inferior a 20%. Portanto, reservar vagas em concurso público acima deste limite fere o princípio da isonomia, pois privilegia o grupo com o percentual desproporcional, lesando o direito da maioria não portadora de deficiência.

O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) acolheu os argumentos da PRF2 e da PF/ES, dando provimento à apelação, por entender que a reserva de vagas para portadores de necessidades especiais se faz nos limites da lei e na medida da razoabilidade

Na opinião da Procuradora- Chefe da PF/ES, Nanci Aparecida Carvalho, ficou claro que o IFES, em seus concursos, nunca teve a intenção de não reservar vagas para os portadores de deficiência ou oferecê-las além do limite legal. Finalizou afirmando que

não cabe ao MPF decidir ou alterar critérios das políticas públicas brasileiras voltadas à inclusão social de pessoas portadoras de deficiência.

A PF/ES e a PRF2 integram a Procuradoria-Geral Federal (PGF), órgão da Advocacia-Geral da União (AGU).

Ref.: ACP nº 2008.50.05.000263-1

Disponível em: ; acessado em: 13 de maio de 2010.

*MPF/SP: Liminar determina que Contran reformule norma sobre deficientes

Fonte: MPF

Conselho terá 30 dias para reformular norma que impede deficientes de dirigir profissionalmente.

O juiz federal substituto da 10ª Vara Cível de São Paulo Rogério Volpati Polezze aceitou parcialmente ontem, 4 de dezembro, liminar em ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal em São Paulo para que pessoas com deficiência possam dirigir profissionalmente.

Pela liminar, fica determinado que o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) tem um prazo de 30 dias para publicar uma nova resolução que regulamente as adaptações a serem feitas em veículos de categorias profissionais (categorias C, D e E da Carteira

Nacional de Habilitação) e possibilite o efetivo exercício da profissão de motorista por pessoas com deficiência que necessitem de veículos adaptados, mediante análise concreta de suas limitações.

Segundo Polezze, o item 10.3 do Anexo I da Resolução no 80/98 do Contran, considerado inconstitucional pelo MPF na ação, resulta numa proibição não prevista no Código de Trânsito Brasileiro, que não contém qualquer restrição que impeça a pessoa com deficiência de exercer atividade remunerada.

Para a procuradora regional dos Direitos do Cidadão substituta Inês Virgínia Prado Soares, autora da ação, esse item da resolução viola os direitos das pessoas com deficiência, especialmente o direito ao trabalho.

Disponível em: ; acessado em: 13 de maio de 2010.

*Falsa deficiente não consegue responsabilizar a ECT por créditos trabalhistas

Fonte: TST

Uma trabalhadora que ocupou indevidamente vaga de deficiente auditiva na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, mediante convênio com a Associação dos Surdos e Mudos de Santa Catarina, não conseguiu responsabilizar subsidiariamente a ECT pelas verbas trabalhistas que considerava de direito. O caso foi julgado na Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho.

A empregada foi admitida em julho de 2002 e dispensada em março de 2003. Ela foi contratada pela associação para trabalhar nos Correios, no Centro de Triagem de Forquilhinhas, na cidade catarinense de São José. A entidade patronal é uma associação civil sem fins lucrativos.

Após sua demissão, ela ajuizou ação contra a associação e sustentando a responsabilidade solidária ou subsidiária da ECT pelos créditos trabalhistas. O juiz de primeiro grau (Vara do Trabalho) reconheceu a responsabilidade solidária. Ambas as partes recorreram ao Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (SC), que acabou decidindo pela isenção da responsabilidade da ECT pelos créditos trabalhistas.

A trabalhadora interpôs recurso de revista, cujo seguimento foi negado pelo TRT, o que a levou a apelar ao TST mediante agravo de instrumento na tentativa de "destrancar" o recurso e permitir seu julgamento. Entre outras alegações, sustentou que a ECT deveria arcar com o pagamento dos créditos trabalhistas porque não teria cumprido seu dever de fiscalizar a condução do convênio.

O relator da matéria na Oitava Turma, ministro Márcio Eurico Vitral Amaro, no entanto, negou provimento ao agravo. Em seu entendimento, ficou claro na decisão do TRT que a trabalhadora, por iniciativa própria ou em conluio com o antigo presidente da associação, declarou-se indevidamente portadora de deficiência auditiva para beneficiar-se de convênio entre a associação e a ECT, de modo a obter o emprego que, de outra maneira, não obteria. Assim, o relator concordou com a fundamentação do TRT de que a falta cometida pela empregada, ao violar o princípio da boa-fé objetiva, disposto no artigo 422 do Código Civil, foi mais grave do que qualquer ingerência da empresa na condução do convênio. Seu voto foi aprovado por unanimidade na Oitava Turma.

AIRR-230840-50.2003.5.12.0032

Disponível em: ; acessado em: 13 de maio de 2010.

MÁRCIO DE OLIVEIRA LACERDA

[TRIBUNA EDUCACIONAL]

Colunista: SALETE SEMITELA (saletesemitela@.br)

"As escolas fecham os olhos ao bullying"

Um dos maiores especialistas em violência entre estudantes diz que a omissão dos educadores é fator decisivo para o aumento de casos

Claudia Jordão

Quem pensa que o universo infantil é povoado exclusivamente de inocência, ingenuidade e ausência de maldade sente um baque cada vez que notícias sobre bullying - quando crianças agridem verbalmente, fisicamente e psicologicamente seus colegas - são divulgadas. Nessas últimas semanas, os casos se intensificaram. Em março, a princesa Aiko, filha de 8 anos do herdeiro do trono no Japão, o príncipe Naruhito, faltou seis dias na escola por causa de dores de estômago e ansiedade depois de ser zombada pelos coleguinhas. Semanas depois, nove adolescentes foram indiciados após o suicídio de uma garota de 15 anos supostamente motivado por bullying nos Estados Unidos. E, desde o início de abril, o País de Gales investiga 23 crianças em caso de agressões e abusos sexuais contra uma colega de classe. Detalhe: algozes e vítima têm apenas 6 anos. Isso para ficar nos casos que ganharam os holofotes.

"Quando a criança conta aos pais que está sofrendo bullying, geralmente já é assediada há muito tempo"

No Brasil, situações de violência entre alunos acontecem diariamente. Referência mundial no assunto, com sete livros publicados, além de 36 anos de experiência como educador da Murray State University (Kentucky, EUA), o americano Allan Beane, 60 anos, afirma que o bullying sempre existiu, mas nunca foi tão frequente e cruel.

Com a demanda, ele presta consultoria em quatro investigações criminais e cinco ações judiciais - além de dar palestras sobre o tema e de ter desenvolvido um método anti-bullying para escolas.

Beane, que acaba de lançar no Brasil o livro "Proteja Seu Filho do Bullying", fala com um triste conhecimento de causa. Ele perdeu o filho há dez anos por consequências indiretas da violência praticada nas escolas.

"A existência de um "melhor amigo" reduz drasticamente a duração e o sofrimento da vítima do bullying"

Istoé - Hoje em dia acontecem mais casos de bullying do que anos atrás?

Allan Beane - Allan Sim, eles têm acontecido com mais frequência e numa intensidade cada vez maior. Aos poucos, as pessoas estão percebendo que o bullying rouba a infância das suas vítimas. Quando são alvo de tamanha crueldade por parte dos colegas, as crianças podem desenvolver distúrbios alimentares, ansiedade, stress pós-traumático, fobia escolar e, muitas vezes, se machucam ou se suicidam.

Istoé - O bullying pode levar ao suicídio?

Allan Beane - Dados apontam que 30% dos suicídios entre jovens são causados pelo bullying. Mas acredito que esse número seja maior. Só eu já conheci 19 jovens que sofreram bullying e tentaram se matar. Meu filho morreu há dez anos e, de lá para cá, o

caso mais chocante que soube foi o de uma garota que se enforcou no armário de seu quarto. Mas, independentemente do grau de gravidade, me choco sempre que ouço relatos de agressões da boca das próprias crianças e vejo lágrimas rolarem de seus rostos. E elas vão continuar a adoecer, se matar ou matar seus pares se nós, adultos, permitirmos que isso continue.

Istoé - Por que está havendo esse aumento de ocorrências?

Allan Beane - Há uma série de razões que contribuem para que uma criança se torne cruel. Os pais adotam hoje ou uma postura permissiva demais ou agressiva em demasia. Portanto, há cada vez mais filhos carentes de autocontrole. Além disso, os adultos têm se esquecido de ensinar uma regra de ouro: "Trate o outro da maneira que gostaria de ser tratado. "As crianças estão apáticas e insensíveis. Às vezes, por exemplo, têm permissão para maltratar animais - e se são impiedosas com os animais tendem a ser impiedosas também com as pessoas. Há ainda a questão da sociedade, cada vez mais violenta. As novas gerações parecem ser insensíveis à violência, de tão acostumadas que estão a ela.

Istoé - Como acontece o bullying?

Allan Beane - O bullying é uma forma de comportamento agressivo, que é intencional, doloroso (física, emocional e psicologicamente) e persistente. Ou seja, geralmente, acontece repetidamente. A vítima pode ser agredida fisicamente, com socos, tapas,

empurrões. Também pode ter seus pertences destruídos ou roubados. Pouca gente sabe, mas é muito comum que crianças forcem a cabeça de colegas para dentro do vaso sanitário e deem descarga, por exemplo. Além disso, há o cyberbullying, no qual a tecnologia é usada para a propagação da violência. Nesse caso, a criança é agredida e um vídeo com a cena de violência é postado na web.

Istoé - E como identificar se uma criança está sofrendo o bullying?

Allan Beane - A vítima do bullying costuma ter um repentino desinteresse pelos estudos. Seu aproveitamento escolar diminui e isso aparece nas notas. Ela parece feliz nos finais de semana e infeliz durante a semana. Prefere a companhia de adultos e passa a reclamar de dor de cabeça e de barriga, por exemplo. Algumas apresentam insônia ou pesadelos. Voltam para a casa machucadas ou com os pertences destruídos. Ao menor sinal, os pais devem intervir. Quando a criança conta o que está sofrendo, geralmente, já é assediada há muito tempo.

Istoé - Qual é o perfil da criança que sofre bullying?

Allan Beane - Crianças malvestidas, com roupas sujas, de tamanhos maiores ou menores, atraentes ou não, acima do peso, abaixo do peso, negras, com orelhas de abano, nariz grande. Tudo é motivo para ataque, desde que a criança agredida "entre no jogo", demonstrando medo. A vítima também costuma ser sensível, tímida e com dificuldades de relacionamento.

Istoé - E a descrição da criança que pratica?

Allan Beane - São aquelas que gostam do poder e de ter controle sobre a situação. Amam ganhar e odeiam perder - isso é perceptível em jogos e brincadeiras. Ficam excitadas quando outras pessoas discutem e costumam estimular disputas. Têm sangue-frio durante as brigas e não sentem remorso depois delas. Desobedecem regras e costumam desafiar os adultos.

Istoé - Em qual idade escolar costumam acontecer mais casos?

Allan Beane - Nos Estados Unidos, entre o sexto e o oitavo ano (equivalente ao brasileiro no ensino fundamental). Mas pode começar já aos 3 anos de idade.Istoé -

Meninos e meninas praticam e lidam com o bullying de maneira diferente?

Allan Beane - Meninos e meninas agridem verbalmente - zombando, xingando, passando trote - e intimidam. Mas existem diferenças. Meninos tendem a agredir fisicamente com mais frequência. E as meninas costumam agir pelas costas, tecendo comentários depreciativos sobre seus colegas. Além disso, elas disfarçam melhor - na frente de adultos parecem boazinhas.

Istoé - Na tentativa de ajudar, muitos pais cujos filhos sofrem bullying procuram a criança agressora e os pais dela para uma conversa. É uma boa solução?

Allan Beane - Essa estratégia só funciona quando o agressor tem pais conscientes, que se preocupam com a questão e se empenharão em resolvê-la. Infelizmente, nem sempre é assim. Tem pai que sente orgulho do filho valentão, que bate e xinga.

Istoé - Como os pais devem agir então se o filho é vítima?

Allan Beane - O melhor a fazer é conversar com a criança, ouvi-la, apoiá-la. Muitas vítimas do bullying acreditam merecer as agressões porque são gordas, negras, feias. Uma reunião com a direção, professores e monitores da escola é fundamental. Eles

devem ter paciência, mas exigir ação. Além disso, precisam aconselhar o filho a evitar andar sozinho pela escola. Se estiver acompanhado de um grupo, a chance de sofrer bullying é menor. A existência de um "melhor amigo" reduz drasticamente a duração e o sofrimento do bullying. E, se possível, os pais devem prestar queixas formais.

Istoé - No livro "Proteja Seu Filho do Bullying", o sr. fala da importância de as crianças treinarem lutas marciais. Isso indica que elas devem revidar?

Allan Beane - Geralmente, quem sofre bullying é menor e mais vulnerável psicologicamente que seus pares. Algumas vítimas também têm baixa autoestima. Quem pratica o bullying as escolhe porque pode machucá-las e controlá-las. A atividade física torna a criança mais forte e contribui para aumentar sua confiança. Por outro lado, desencorajamos as artes marciais quando não são promovidos a paz, o autorrespeito e o respeito ao próximo. Crianças não devem responder ao bullying de forma agressiva porque, geralmente, torna o revide mais rápido e mais violento. A ideia é prevenir para que ela não seja agredida e fazer com que ela lide melhor com as questões que envolvem o tema.

Istoé - O que fazer quando o próprio filho é o agressor?

Allan Beane - Esse é um assunto delicado, pois, muitas vezes, as crianças reproduzem o que vivem em suas próprias casas, o que vem a ser um importante desencadeador para a agressividade. Nesses casos, os pais não querem fazer nada, pois não reprovam a atitude de seus filhos. Mas, ao mesmo tempo, também há bons pais com filhos praticando bullying. Aí é preciso conversar e tentar entender o porquê desse comportamento da criança. Também é preciso fazer uma reflexão sobre como se está educando. Algumas vezes, é necessário ajuda profissional.

Istoé - Como explicar a passividade de alguns educadores diante dos casos de violência dentro das próprias escolas?

Allan Beane - As escolas fecham os olhos ao bullying. Às vezes, os educadores sabem o que acontece e ignoram. Ou dizem que aquilo não existe nas suas escolas. Acho que as instituições de ensino deveriam intensificar a supervisão. Ou estabelecer programas anti-bullying. Só não há desculpa para não agir.

Istoé - Pessoas que praticam bullying na infância são assediadoras na vida adulta?

Allan Beane - Crianças que machucam crianças tendem a virar adultos que machucam adultos. É muito difícil transformar uma criança agressiva num adulto tranquilo. Ela pode crescer e agredir seus filhos e animais.

Istoé - Como se interessou em estudar a prevenção do bullying?

Allan Beane - Meu filho Curtis sofreu bullying no sétimo ano e no colegial. Na primeira vez, o mudei de escola. Quando estava começando a se adaptar, sofreu um acidente de carro. Eu e minha esposa tivemos de autorizar a remoção de dois dedos e um terço de sua mão direita. Ele tinha 15 anos e aquilo mudou a sua vida. Quando voltou para a escola, muitos colegas o apoiaram e o incentivaram. Infelizmente, muitos foram cruéis. O bullying contribuiu para sua depressão e ansiedade e sua necessidade de partir para as drogas. Ele tinha um problema no coração, que não sabíamos, teve uma parada cardíaca e morreu. Ele não se matou. Ele tinha as chaves do seu carro na mão, ia procurar ajuda.

Istoé - Depois de estudar tanto o tema, acredita que seria capaz de livrar seu filho do bullying, caso estivesse vivo e sofresse com isso hoje?

Allan Beane - Sem dúvida. Desde a morte do meu filho, meu projeto de vida, e da minha mulher, é levar luz à escuridão que é a vida de crianças que sofrem diariamente o bullying.

Fonte: Revista Isto é

16.Abr - 21:00 Allan Beane

SALETE SEMITELA

[ANTENA POLÍTICA]

Colunista: HERCEN HILDEBRANDT (hercen@.br)

Guri jamais morrerá

Ao contrário da conhecida frase de Getúlio Vargas em sua célebre "Carta Testamento", ninguém deixa a vida para entrar na história.

Entramos na história - todos nós - no momento em que nascemos e, ainda que anonimamente, contribuímos com ela, permanecendo nela para sempre, independentemente de estarmos vivos ou mortos.

Fazemos história a cada dia, às vezes com uma palavra que dizemos a uma pessoa amiga ou até desconhecida. Fazemos história quando construímos nossa maneira peculiar de compreender o mundo; fazemos história quando formulamos idéias; fazemos história quando lutamos por conquistas coletivas - ou mesmo individuais; sonhar e perseguir uma utopia é fazer história. O trabalho que realizamos modifica o mundo e, com ele, a nós mesmos; isso é história.

A história é o processo gradual e irreversível de transformação das consciências.

Sua eternidade é a eternidade do próprio homem. Enquanto houver homens, haverá história. Somos, portanto, seres históricos.

Na manhã do último dia 19, faleceu nosso companheiro Antônio Carlos Hildebrandt (Guri).

Eu, particularmente, perdi meu irmão; meu melhor amigo; pessoa em que depositava toda a confiança; companheiro de atividades políticas com quem, desde a adolescência, debatia minhas idéias. Ao longo de nossas vidas, enfrentamos juntos as mais variadas situações, e sempre recebi dele o apoio de que necessitava. Foi como se me tivessem cortado um pedaço. Até o momento em que escrevo este texto, é muito difícil para

mim afastar dele meu pensamento dolorido.

As manifestações dos participantes da lista de discussões de nossa Associação e as mensagens de nossos amigos dirigidas à família, bem como os incontáveis telefonemas que recebemos e a elevada freqüência de pessoas ao velório que, por sugestão de um companheiro de quase seis décadas, realizamos no IBC mostraram-me a consternação provocada pelo acontecimento às pessoas que, nessa ou naquela circunstância, um dia,

conviveram com ele.

Guri foi uma unanimidade entre nós, sem nunca ter aberto mão de sua concepção de mundo ou escondido suas idéias. Jamais negou seu apoio a quem quer que o procurasse, ainda que isso lhe causasse algum sacrifício. Orgulha-me a lembrança dele atendendo a alunos nos corredores do IBC ou recebendo pessoas em sua casa para aulas particulares, geralmente sem qualquer ganho.

Guri foi uma das pessoas mais leais e honestas que conheci. Era tolerante e sabia perdoar. Sua memória e seu raciocínio lógico eram reconhecidos por todos os colegas e amigos. Dentre os militantes políticos com quem convivi, poucos alcançavam a profundidade de suas análises.

Com a separação de nossos pais, em meados dos anos 40, nós e nossa irmã Diva, na época ainda bebê, fomos criados junto a nossa família materna, de origem aristocrática, com formação muito conservadora. Creio que apenas eu, três anos mais velho que Guri, tenha recordações dos primeiros anos de nossa existência, anteriores ao desquite de nossos genitores, quando vivíamos entre o Rio e Piraí, onde residiam nossos avós. Foi lá que Guri nasceu, em 28 de fevereiro de 1942.

O internato no IBC, de onde nossos pais foram alunos e eram professores, assim como as dificuldades que viveu nossa mãe após a separação, foram fundamentais para nosso entendimento da realidade da vida.

Crescer nos anos de maior liberdade que viveu o Brasil - entre 1946 e 1964 -, com certeza contribuiu decisivamente para a formação de nossa consciência crítica.

Foi com a ditadura militar, porém, que pudemos processar os fatos em nossas mentes e compreender as relações políticas que nos envolvem a todos, por mais indiferentes que nos sintamos a elas.

Passamos a reconhecer a necessidade de os explorados, os discriminados, os manipulados assumirem conscientemente a posição de sujeitos da história.

Juntamente com o companheiro Maurício Zeni, cuja influência foi fundamental para a consolidação de nossa formação política, além de alguns outros que não relaciono para não cometer a injustiça do esquecimento, organizamos o Movimento de Cegos em luta por sua Emancipação Social e participamos da Coalizão Nacional de Entidades de

Pessoas Deficientes, da fundação da Federação Brasileira de Entidades de Cegos (FEBEC), hoje extinta, e do Conselho Brasileiro de Entidades de Pessoas Deficientes, boicotado por "lideranças"voltadas para outros interesses..

A grande realização do Movimento foi a revista Alternativa, cuja história merece - e futuramente terá - uma narrativa mais detalhada nesta coluna. Ainda guardo um exemplar de cada uma de suas edições.

Compreendendo que nossas causas não estão isoladas do conjunto dos problemas da sociedade, aderimos ao Partido dos Trabalhadores, cujas idéias, na época, afinavam-se com as nossas, e tentamos criar em sua estrutura uma subsecretaria de "portadores de deficiência.

Como professores do IBC, Guri e eu participamos da fundação da Associação de Docentes daquela instituição e, juntamente com colegas do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), do Colégio Pedro II e das antigas escolas técnicas federais, de esforços pela organização de um sindicato nacional de docentes das escolas federais de primeiro e segundo graus.

No início dos anos 2000, Guri participou destacadamente da reativação da Associação dos Ex-Alunos do Instituto Benjamin Constant, da qual foi um dos fundadores, desativada pela ditadura militar, exercendo sua presidência por dois mandatos.

Ele fez história ao longo dos sessenta e oito anos de sua permanência entre nós. É nessa história que permanece vivo. E é por ela que jamais morrerá.

HERCEN HILDEBRANDT

[GALERIA CONTRAPONTO]

COLUNA LIVRE

Joaquim Rodrigo

(de "Luís Braille, Argentina")

Em 1902 nasce na ilustre Sagunto uma criança, à primeira vista, como todas. A linha de seu destino, porém, apresentava-se cheia de misteriosas contradições: sombra e luz, cárcere e evasão, privação e vitória. Mais uma vez a adversidade mostrar-se-ia, para exemplo dos céticos, mãe e escola de triunfos.

Aos três anos de idade a criança perde a visão; entretanto, em seu espírito revolve, irresistivelmente, uma vocação criadora que tateia tenazmente os altos muros circundantes. Afinal um dia, seus dedos dão com o teclado de um velho piano de família e nele encontra, o prisioneiro, sua porta para a liberdade.

A capacidade de harmonia que vive em Joaquim Rodrigo (era ele a criança de Sagunto), não pode expressar-se na cor e na forma; terá de valer-se do som, feito consciência, feito arte, isto é, da música.

Um músico não vidente que ascenderá rapidamente, pela senda de sua vocação retilínea.

O jovem dirige-se a Paris, onde o grande Manuel de Falla o aconselha e o estimula. Paul Dukas faz-se seu mestre, e em sua opinião, o discípulo, excepcionalmente dotado para penetrar nos misteriosos segredos da música, faz, em parte, as vezes do célebre "aprendiz de feiticeiro".

Somente que nele, cada passo é um progresso, cada descoberta, uma conquista que não escapa ao seu domínio.

Joaquim Rodrigo não é unicamente um compositor notável, cujo renome transpusera desde há muito as fronteiras de sua pátria, a Espanha, mas também um excelente pianista e musicólogo erudito. Estudara a fundo a obra dos grandes mestres ibéricos dos séculos passados, dentre os quais dedicou particular atenção a Antônio Cabezón, músico também cego e que, segundo os especialistas estudiosos do assunto parece ter sido o mais genial mestre de seu tempo (meados do século XVI).

O público argentino teve a dita de apreciar as múltiplas facetas da personalidade de Rodrigo, por ocasião de sua visita a Buenos Aires em 1949.

Finda a primeira fase de seus estudos na capital francesa, Joaquim Rodrigo torna à Espanha quase ao término da guerra civil. Concluída a luta, seu nome se impõe em Madri, ao mesmo tempo que não poucas de suas composições são executadas em diversos salões da Europa.

Contemplado com uma bolsa, volve a Paris, preparando-se para excursionar pela Alemanha, Áustria e Bélgica.

O mal que lhe privara da vista em tenra infância poderia ser sanado algum dia, conforme afirma, mediante uma intervenção cirúrgica. Todavia, Rodrigo não esperou o recurso da Ciência para aprofundar-se mais e mais nos arcanos da música. E é por isso que sua obra revela um processo incessante de madureza e expansão luminosa de tão privilegiado talento. Sua produção se distribui diversamente em composições para piano, canções - algumas das quais tiveram por intérprete a voz admirável de Victoria de Los Angeles -- e principalmente os três concertos para orquestra e instrumentos solistas: "Concerto Heróico", "Concerto de Estio" e "Concerto de Aranjuez", sendo este o que maior glória deu ao seu autor; nele se incorpora, pela primeira vez, a guitarra como instrumento solista, a uma obra orquestral, tendo sido estreado em Madri

no ano de 1940, sob a direção de Jesú Arambarri e com o concurso do guitarrista Regino Sainz de La Maza.

Conforme se verificou, o "Concerto de Aranjuez" constitui um verdadeiro alarde de técnica, graças ao qual da guitarra pode fazer-se ouvir com a necessária nitidez, junto a uma orquestra que executa continuadamente em "piano", de forma tal que os "mezzo forte" adquiram aparência muito mais vigorosa. "Prelúdio do Galo Madrugador", "Canções Catalãs", o "Tríptico Mosén Cinto", "Pastoral", "Sarabanda Distante", "Sonata do Adeus a Paul Dukas" e "Muy Graciosa la Donzela", são outras tantas provas da arte de Joaquim Rodrigo, cuja rara perfeição e extremo gosto, souberam conciliar o mais apurado classicismo, a tradição popular e a poesia vernácula.

*Fonte: REVISTA BRASILEIRA PARA CEGOS - Junho de 1958

[ETIQUETA]

Colunista: RITA OLIVEIRA (rita.oliveira@br.)

Novos Tempos, Novos Códigos

Apesar do atual "momento umbigo", temos também que reconhecer os enormes progressos que fizemos, ao menos no campo jurídico, em favor de uma vida melhor e mais justa. Bem ou mal, vivemos num mundo mais igualitário: a escravidão foi abolida, é crime e dá cadeia discriminar por questões de cor, sexo, classe social. Até nos elevadores há placas com essas advertências. Diante de tantas transformações, é natural que os códigos, o comportamento, as regras de etiqueta também mudassem.

Cada vez que o mundo passa por grandes transformações, ele tem que se adaptar e fazer uma revisão dos antigos códigos. Os comportamentos entram em novos regimes.

Um dos primeiros best-sellers do mundo foi um manual de etiqueta. Em 1530, o pensador Erasmo de Rotterdam publica um manual de etiquetas para crianças: De civilitate morum puerilium [Sobre a civilidade no comportamento das crianças]. Teve uma circulação imensa: em seis anos, mais de trinta reedições - e, até o século XVIII, 130 edições. É praticamente ilimitado o número de traduções feitas até hoje. Por que tamanho interesse?

O que Erasmo fez foi delimitar o modo como as pessoas deveriam se comportar nas principais situações da vida social, numa época em que começava a surgir uma nova classe - a burguesia comercial que transitava por toda a Europa e, depois, América e o

resto do mundo. "O estranho que chega ao país enfrenta tempos especialmente difíceis. Os outros olham-no fixamente, como se ele fosse um animal fabuloso vindo da África. Além do mais essas pessoas reconhecem como seres humanos apenas os nobres de seu país" - justifica Erasmo em escritos anteriores.

Então, como essa gente nova deveria comer na casa de um nobre? Como um nobre deveria cumprimentar este burguês de quem começava a depender para obter inúmeros serviços e mercadorias? Como os jovens da província deveriam se comportar na capital, nas grandes cidades, onde tudo passou a acontecer? Cidade e civilidade estão unidas desde o princípio, e não é por acaso que têm a mesma raiz etimológica.

Erasmo ensina, por exemplo, as pessoas a assoar o nariz com o lenço, em vez de usar os dedos. Explica que é feio lamber os dedos gordurosos ou secá-los no casaco: melhor usar a toalha da mesa ou o guardanapo. Ou que não se deve palitar os dentes com a faca com que se cortam alimentos, matam porcos ou inimigos. Dá para imaginar o cenário daquele momento?

Centenas de tratados vão ser escritos durante o Antigo Regime, do século XV ao XVIII, para comentar as mudanças dos hábitos, as roupas e os modos dessa época em que a burguesia ameaçou (e conseguiu) desbancar a hegemonia da nobreza. E foi um avanço, pois nunca a moda e a etiqueta haviam estado tão a serviço da exclusão e da discriminação. Basta ver que em 1533 "só podiam ter seda em suas roupas os gentlemen de renda maior que 20 libras anuais. Já os assalariados que não ganhassem mais do que 2 libras por ano não podiam usar boné ou camisa importados".

Nesta clara disputa por poder, bastava que uma moda proposta por um nobre fosse adotada por um burguês esperto para que outra surgisse no dia seguinte e a antiga perdesse a pose. Apropriar-se dos códigos de moda e etiqueta foi para esse burguês fator

de ascensão social, uma arma para substituir o poder do título pelo poder do dinheiro.

E, por mais escandaloso que possa parecer, o poder do dinheiro é mais democrático que o dos títulos de nobreza. Qualquer um pode chegar a ganhar dinheiro, ao passo que sangue azul só se tem por direito de nascimento. É verdade que o sonho de igualdade, liberdade e fraternidade do novo regime pode não ter se realizado completamente, mas nos livrou de muitos dos códigos discriminatórios que uma sociedade de condições impõe.

No Antigo Regime a etiqueta existia para preservar as hierarquias (lembre-se de Luis XIV, em Versalhes). Depois passou a existir para permitir a melhor convivência da vida civil entre cidadãos iguais.

Hoje parece que andamos para trás nesse jogo social. O "momento umbigo" que vivemos parece ter despertado o desejo dos privilégios e a prática de um sistema de exclusões de que a humanidade demorou tanto para se livrar. Só faltava essa: fazer uma caricatura dos hábitos aristocráticos que há muito perderam o sentido. É só pensar nessa gracinha de ter porteiros de boate que deixam algumas pessoas entrar e barram outros porque "não pertencem", caricatura do desprezo dos nobres pelos sine nobilitate.

Quantos pescoços reais rolaram por representar esses valores!

Houve tempo em que reis eram reis, nobres eram nobres e povo era povo. Não havia a menor hipótese de um camponês se tornar um nobre. Não havia sequer casamento entre eles. Eram mundos estanques e rigorosamente separados, onde cada qual representava seu papel, sem qualquer chance de mobilidade. Numa sociedade democrática, há possibilidade de mudar de posição, de sair da condição de operário para a de mandatário de um país, por exemplo.

A possibilidade de subir socialmente - e também de decair de um momento para outro - numa sociedade móvel e competitiva é um campo aberto para o fenômeno do esnobismo. Se por um lado temos igualdades conquistadas no plano jurídico, é difícil imaginar uma sociedade sem ordens e hierarquias (reais ou imaginárias), que acabam dando em privilégios.

Neste cenário, quem não está contente com sua posição no mundo vai a qualquer custo tentar a famosa "escalada social". A situação é feita sob medida para o comportamento esnobe.

Quem é o esnobe? É a pessoa que pratica e vibra com o sistema de exclusão e discriminação. "O Snob só tem um parâmetro - o da comparação", com os de baixo e os de cima.

A única maneira de ele se sentir superior é menosprezando os outros. Faz isso com aquele olhar de cima para baixo, torcendo a boca, com ironia e sarcasmo.

Ou silenciosamente, sem confessar para ninguém - nem para si próprio.

Todo mundo julga as pessoas que considera diferentes. Julga pelo tipo de carro que tem, pelo livro que lê, pelas opiniões políticas, pela roupa que usa, pelo cabelo, pelo jeito de apertar a mão, pelo andar, pelo tom da voz. E até pela universidade que freqüenta.

Você, inclusive.

Até aí, tudo bem. Julgar, todo mundo julga. O problema existe quando o julgamento dispara um sistema cruel que desclassifica, despreza e descarta as pessoas, numa imitação grotesca do comportamento arrogante dos nobres. Esnobismo é o comportamento que faz com que se anule ou se acolha uma pessoa por uma roupa, uma opinião, um sotaque. Quando o julgamento vira uma discriminação próxima do preconceito. Você se achar melhor do que alguém que prefere carro a literatura - ou vice-versa.

Como conviver com essa praga? Como sobreviver numa época em que o esnobismo parece ter chegado ao seu ponto máximo?

Primeiro: sabendo o que é o esnobismo, divirta-se com ele; não se deixe ameaçar.

Segundo: busque conhecer os códigos de comportamento e tenha consciência de suas escolhas. Capriche nelas, naturalmente: se você for educado, informado, tiver estilo, que esnobe vai te derrubar?

Terceiro: aceite tranqüilamente a idéia de que você não acerta sempre, e nem todos vão admirar ou aplaudir tudo o que você faça. Não caia na armadilha do esnobismo.

Agora, se você não conseguir fazer nada disso, não tem jeito. Você também é um esnobe da melhor espécie. Não é vítima: é um parceiro e tanto para esse joguinho sadomasoquista.

Códigos: seja livre.. . Com eles

Conhecer os códigos da etiqueta e da moda dará a você mais liberdade para se situar num mundo cheio de sinais contraditórios.

1. Se o convite é para uma festa que pede traje social e você vai com um lindo vestido preto com pérolas, ou um terno escuro, está sinalizando que está entre iguais, e que compartilha com eles os mesmos valores.

2. Se você dá uma quebrada no traje estipulado no convite, com uma mistura inesperada - como uma jaqueta esportiva em cima do seu lindo vestido preto ou o terno escuro usado com um sapato bem moderno - é porque já faz questão de dizer que compartilha

valores dos presentes, mas... nem tanto. Seu depoimento é de adesão ao grupo, mas com algumas diferenças e reservas.

3. Você está careca de saber que é para ir com uma roupa formal e, ainda assim, resolve encarar a ocasião com o seu jeans mais detonado. Você sabe que está transgredindo, e resolveu ir assim mesmo, na boa - então não vai se sentir incomodado com os olhares dos outros. Ao contrário, está sinalizando conscientemente que não compartilha em nada os valores das pessoas que estão lá. Seu depoimento pessoal afirma que você é bem diferente deles.

Moral da história: se você conhece os códigos, pode até transgredi-los.

Se você foi com seu jeans rasgado a um jantar formal porque quis, faz sentido. Agora, se foi de jeans porque não sabia o que queria dizer "traje social", vai se sentir mal e fora do tom. Seu jeans não foi um depoimento de independência. Foi um erro.

Também não é preciso entrar em paranóia e imaginar que tem de conhecer todas as maneiras de se comportar, de se vestir, e pensar o tempo todo na aparência e na imagem que quer projetar.

O bom é transitar pelos códigos da moda e da etiqueta com naturalidade, sem parecer que está num campo minado.

Não é um vexame usar o talher errado para comer um molusco raro que você nunca viu mais gordo; ou não ter uma panela de fondue em casa para ser usada numa única noite de inverno. Bom humor e simplicidade resolvem qualquer situação; pergunte como comer aquele bicho esquisito, e improvise uma panela para a fondue. Vexame é se atrapalhar por tão pouco.

O sucesso de uma festa, por exemplo, não se garante só porque os anfitriões estão bem vestidos, porque há lindos castiçais na mesa ou porque a casa está bem decorada. O que mede realmente o sucesso de uma festa é se ela foi animada, se você encontrou gente interessante, se a conversa foi boa, se você dançou à vontade, se as pessoas saíram de lá com a sensação de que se divertiram ou aprenderam alguma coisa.

Querer dar conta de todas as expectativas, sentir-se na obrigação de ter todos os utensílios do mundo é uma missão impossível, uma obsessão sem fim. Em vez de chic, você cai no excesso, na caricatura de chic.

Fui uma vez com amigos passar um fim de semana na casa de praia de uma pessoa tão preocupada em ser perfeita que nos deixou sem jeito e incomodados. Deveríamos avisar o horário em que queríamos ser acordados para que o sistema de telefonia entrasse em ação; deveríamos, pela manhã, especificar o vinho que íamos tomar com o peixe do almoço para que ele fosse retirado da adega a tempo; teríamos também que saber onde íamos querer passear de lancha para que o marinheiro preparasse as geladeiras do barco, e assim por diante. Como se não bastasse, nos armários dos banheiros havia remédios para todas as possíveis doenças e produtos de beleza para cobrir qualquer esquecimento. A cada momento, empregados munidos de walkie-talkies nos perseguiam para saber se estávamos sentindo falta de alguma coisa ou se tínhamos alguma reclamação a fazer. Passamos o final de semana nos divertindo em marcar encontros secretos nos cantos do jardim e na ponta da praia para fugir do assédio e relaxar!

Ser bem-educado, capaz de receber os outros e tornar o ambiente agradável é chic. Não basta ter a panela de fondue, uma supercasa de praia ou saber manejar a aterrorizante pinça do escargot.

Etiqueta, batata frita e salto alto

Uma travessa de batatas fritas, douradas e sequinhas, atiça o que o ser humano tem de pior. Dá vontade de avançar, empurrar as crianças, dar cotoveladas em quem estiver do lado, agarrar o prato e comê-lo inteiro com as mãos, até a última lasca salgada e crocante. Quem não passou pela agonia de ter que se controlar e esperar com dignidade a hora de se servir, enquanto vê as batatas desaparecendo rapidamente da travessa, sinal de que sobrariam muito poucas ou nenhuma na sua vez? É. Não é nada fácil ser civilizado.

Mas, sem civilização, sem códigos de convivência, seria a barbárie, a lei do mais forte, do salve-se quem puder, e a vida nas cidades ou em qualquer agrupamento se tornaria impossível. Por isso as leis, por isso a etiqueta. Funcionou a partir das cavernas, funciona até hoje.

Do mesmo modo que a etiqueta, a moda também tem suas perversidades.

Por que usar salto alto ou gravata? Deus do céu, não é muito mais gostoso ficar de pijama? Não foi o que aconteceu. O homem sempre inventou uma coisinha para se diferenciar, para mostrar sua posição no mundo: um osso no nariz, uma pele rara, uma renda, uma cor, um jeito assim ou assado de se vestir.

A moda, em vez de orientar, anda deixando as pessoas ainda mais desamparadas e sem saber como lidar com ela. Ninguém mais tem certeza do que está ou não na moda. A lista dos elegantes traz nomes que, para você, deveriam estar na lista dos malucos ou em alguma ala de escola de samba. São tantas as informações, são tantas as possibilidades, que às vezes a impressão que se tem é de que vale tudo. No entanto... nem pense nisso.

Gostemos ou não, viver em grupo exige regras. Estamos sempre sendo avaliados - seja pela nossa aparência ou pelo modo como nos comportamos. Por isso, o conhecimento dos códigos pode facilitar muito a vida.

O problema é: onde estão esses códigos? Quem ensina?

Antigamente era em volta da mesa que se aprendia a comer de boca fechada, a usar os talheres, a tomar sopa sem fazer barulho (e não avançar na batata frita). Era também o lugar onde se discutiam os problemas da escola, as brigas com os colegas, as cenas vistas nas ruas, nos escritórios, a roupa certa para um casamento, para uma festa, e todos os dilemas éticos que surgiam nos relacionamentos. Com a correria dos dias de hoje, esse ritual tão comum foi praticamente abandonado.

As famílias ficaram pequenas, todo mundo trabalha até tarde; os fornos de microondas permitem esquentar pratinhos individuais que serão comidos em frente da tevê ou do computador. Não tem mais mesa, não tem mais muita conversa - e, apesar do afeto e

impressão de proximidade, a verdade é que quase não há mais trocas de valores e de experiências. Sem mencionar os pais modernos, que não educam, com medo de reprimir.

O caso é que, um dia, para grande surpresa de todos, as regras começam a fazer falta; descobrimos, em pânico, que não sabemos o que vestir e como nos portar num jantar de lugar marcado, quando somos obrigados a comer e conversar com gente que não se conhece, diante de pratos com nomes impossíveis de decifrar.

Calma. É justamente nessas horas que é preciso parar para reavaliar os parâmetros de comportamento, manter os que ainda fazem sentido e assimilar os novos. É tempo de recuperar o prazer da civilidade - ao menos para os que teimam em acreditar que a

civilização é uma necessidade e um prazer sofisticado.

É tempo de um novo regime.

RITA OLIVEIRA

[PERSONA]

Colunista: IVONETE SANTOS (ivonete@.br)

Entrevista com Nilton Câmara, Intérprete de Libras.

Nilton Câmara, o jovem intérprete de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), dedica-se à comunidade surda há 12 anos.

Nilton, aos 28 anos, realiza trabalhos sociais com essas pessoas e com todos aqueles que precisam de auxílio para serem inseridos na sociedade.

1. Quem é Nilton Câmara?

r. Um rapaz que ama viver intensamente, procuro dar o meu melhor em tudo que faço. Sempre estive envolvido em causas sociais, porque acredito que isso seja minha missão. Sou muito organizado, gosto de tudo tabelado e isso me ajuda a traçar metas e cumpri-las. Hoje, tenho sonhos simples como o lançamento do segundo DVD (com músicas e documentários interpretados por mim) e o reconhecimento do meu trabalho. Essa entrevista para mim já é um sonho realizado, pois não mostrará só quem é o Nilton pessoa, mas a causa que defendo e o trabalho feito nos bastidores.

2. Como foi o primeiro contato com a comunidade surda?

r. Em 1998, estava participando de um culto, quando avistei um grupo de jovens que se comunicava com as mãos. Percebi neles uma sensibilidade que me tocou.

Os surdos têm uma certa resistência em aceitar pessoas que não sejam surdas ou do convívio deles, mas procurei demonstrar que começaria um trabalho sério para promover essas pessoas.

3. Você se profissionalizou na área de intérprete por causa desse momento?

r. Sempre tive a vocação de lidar com pessoas, por isso havia escolhido como profissão jornalismo. Minha vontade era ser apresentador do Jornal Nacional. Mas, afinal, fiz faculdade de Letras, que me deixou muito satisfeito. Como desde a faculdade já lidava com surdos, foi unir o meu conhecimento de Libras com a vontade de ensinar. Atualmente, estou cursando o mestrado em Linguística Aplicada na Universidade Estadual do Ceará. Sou aprovado em Proficiência em Tradução e Interpretação de LIBRAS. E meu primeiro estágio foi no Instituto de Surdos de Fortaleza. Acho que se eu tivesse seguido qualquer área de comunicação, não seria tão feliz.

4. No mestrado, qual é sua dissertação?

r. Conceitos de violência da comunidade surda de Fortaleza. Percebo que tem aumentado o número de jovens surdos que sofrem violência, seja ela verbal ou física.

Chamar de "mudinho" é uma forma de agressão. E, infelizmente, há uma estatística de mulheres com deficiência auditiva que sofrem estupros, pois os agressores acreditam que a vítima ficará em silêncio ou não conseguirá explicar o que aconteceu.

5. Quais foram as dificuldades no início do relacionamento com pessoas com deficiência auditiva ?

r. No início foi bastante complicado, porque a comunidade surda aceita aqueles que são defensores da causa. E duvidam das intenções dos ouvintes; por exemplo, os surdos achavam que eu queria roubar o papel deles com as minhas propostas.

Quando você está iniciando em Libras, realmente é difícil de se aproximar em razão dessas barreiras impostas por ela. A minha família acreditava que era um hobby ser intérprete e me tornar professor seria problemático, já que os docentes no Brasil ganham pouco. Para eles, o meu trabalho era voluntariado e não traria retorno financeiro. Logo, eram contra. Mas graças a Deus, o meu trabalho me garante uma vida financeira estável e minhas atitudes, como participar de todos os encontros, estar presente nas famílias, conquistou a confiança das pessoas surdas.

6. Quais são os trabalhos que está realizando?

r. Eu sou contratado para interpretar libras em palestras de diversos lugares, como faculdade, eventos do governo. No âmbito de voluntariado, faço cadastro de pessoas com deficiência auditiva do meu bairro, para formar banco de dados particular, que utilizo como um meio para indicá-los em cursos, empregos e outras oportunidades. Em minhas palestras, ministradas em oficinas culturais para os surdos, eu ensino português e procuro dar orientação. Mas tenho trabalhado também com outras deficiências. Procuro fazer uma integração entre pessoas surdas com cegas e cadeirantes, pois acredito que precisamos valorizar a diversidade. Aprendi braile e ensinei a um amigo cego libras. E dou aulas para o Grupo de Dança Surdos Videira.

7. Explique como é o Grupo de Dança.

r. O grupo possui cinco integrantes, que ensaiam coreografias e as apresentam em festas particulares ou do governo da cidade. A ideia de formar o grupo surgiu com o intuito de mostrar que a inclusão social é possível através da musicalidade. Antes de qualquer atividade corporal, preparo os alunos para conhecer a letra da música que será dançada, para que compreendam seu significado e aprendam mais a língua portuguesa. O próximo passo é sentir as vibrações do som e daí aplicar o texto a libras, que é quando os participantes "cantam". Isso resulta em musicalidade do corpo. A sala de ensaio é adaptada com espelhos, o aparelho de som com potência para deixar a música em volume altíssimo e o chão de assoalho de madeira, para facilitar o aluno a sentir as vibrações. Eles acabam percebendo os ritmos pela expressão facial e corporal. E são os próprios componentes que criam as coreografias.

8.Momentos de emoção.

r. Dois momentos: primeiro, foi a tradução em Libras do Hino Nacional Brasileiro feita por mim juntamente com o saxofonista Bruno Gomes, que é cadeirante, num programa de televisão local; (Fortaleza) e o segundo, os momentos de superação com os surdos que antes eram marginalizados e que, com a minha ajuda, hoje estão empregados, estudando e construíram famílias.

9. Momentos de decepções.

r. Infelizmente, somos bombardeados com críticas, quando algumas pessoas diziam que eu buscava meus minutos de fama, que usava desse trabalho social para me promover. Mas nunca me preocupei com isso, pois o que importa é continuar meu trabalho.

10. Seus planos futuros.

r. Planos, nós temos muitos, mas o principal é a produção do meu segundo DVD que trará muita novidade. Será temático, com dez canções em formato de clipes em HD, todos traduzidos em língua de sinais, com participações especiais de cadeirantes. Haverá também alguns making of da minha vida familiar. Terá alguns documentários, dicas de musicalidade, enfim, será um marco na minha carreira.

IVONETE SANTOS

[DV-INFO]

Colunista: CLEVERSON CASARIN ULIANA (clever92000@.br)

A Internet e a crise da atenção

Bia Kunze

Você já ouviu falar em TDA-H ou DDA? Trata-se de um distúrbio neurológico caracterizado pela alteração da atenção e hiperatividade, que atinge de 3 a 5% das crianças em idade escolar. Uma doença característica da infância. A novidade é que os consultórios psiquiátricos passaram a receber adultos com esse distúrbio.

As queixas seguem um padrão: durante a vida toda nunca tiveram problemas, que começaram a se manifestar gradativamente até chegar a um ponto que começou a interferir em sua vida pessoal e profissional. É o cara que sempre deu conta de tudo mas, com o passar do tempo, não conseguia mais produzir, mesmo aumentando as horas de trabalho.

Eu tenho um familiar que está passando por esse problema, fazendo acompanhamento com um terapeuta e contando com auxílio medicamentoso. Tenho pesquisado muito sobre o tema na web. Para minha surpresa, isso está se tornando cada vez mais comum entre adultos.

O que está acontecendo que, de uma hora para a outra, ninguém mais consegue se concentrar? É o excesso de trabalho? O trânsito? De onde vem a falta de tempo para vida social e familiar?

Eu acredito que dá para colocar um ingrediente a mais: a internet. Mas não da maneira como a mídia gosta de colocar, dando destaque para os “viciados em internet”, como se todos que trabalham com web fossem desequilibrados.

A culpa é nossa. Somos nosso maior inimigo. Nós nos auto-sabotamos. Não sabemos fazer uso adequado da tecnologia. E o problema é mais grave com aqueles que passam o dia trabalhando no PC. E com um agravante para os brasileiros: o hábito de deixar tudo para a última hora.

Você já teve a sensação de que, após um dia inteiro na frente do computador, não deu conta de todas as tarefas e ainda viu sua lista de pendências crescer? Ou chega em casa tão exausto que só consegue se largar no sofá e assistir TV? Descansos saudáveis como brincar com o cachorro ou os filhos, passear no parque, ler ou fazer atividades físicas parecem sonhos inatingíveis?

Concentrar-se virou um trabalho árduo.

Todos os dias somos bombardeados por informações. TV, rádio, internet, e-mails, instant messengers, Twitter, Facebook… Vivemos num estado em que terapeutas denominam “CPA” — continuous partial attention. Ou seja, independente do que estejamos fazendo, ou tentando fazer, ficamos em alerta constante esperando notificações de email, Twitter e RSS. Um estado contínuo de ansiedade, que nos impede de dedicar 100% de atenção a uma tarefa realmente importante.

Na prática: é quando paramos momentaneamente para dar uma espiadinha nas novidades. A espiadinha transforma-se em horas vendo PowerPoints engraçadinhos, ou clicando em links twittados, ou lendo numa nova notícia no agregador de RSS. Que linka para outra, e outra, e outra… O caráter não-linear da web enreda as pessoas de tal maneira que, mais tarde, a pessoa nem se lembra mais o que o levou originalmente a abrir o navegador, enquanto terminava o relatório para o chefe.

Estudos dizem que, a cada interrupção que sofremos, levamos 15 minutos para retomar o grau de concentração prévio!

Precisamos gerenciar melhor a descarga de informações que recebemos todos os dias. As saídas são abandonar o modo multitarefa e aplicar a ignorância seletiva. Ou seja, providenciar filtros para aquilo que não nos acrescenta nada sequer chegar aos nossos olhos e ouvidos.

Mas somos péssimos nisso, graças à auto-sabotagem. Lógico que dar uma espiada recados do Orkut, ler o que rola no Twitter e ver fotos no Facebook é muito mais divertido que fazer aquela chatérrima planilha de fechamento de mês!

Como manter a atenção naquilo que realmente é importante?

Não conte com seu auto-controle, pois você vai fracassar.

Aplique algumas medidas mais radicais para voltar a ser produtivo e chegar ao fim do dia com a sensação de dever cumprido:

1. Determine horários ao longo do dia para checar seus emails: no início do dia, antes e após o almoço, e no fim da tarde antes de sair. Fora desse período, mantenha seu cliente de email fechado, ou, no mínimo, com o notificador desligado.

2. Só use instant messengers se realmente for indispensável no seu trabalho, como mensageiros corporativos. Mesmo assim, coloque no modo ocupado quando estiver trabalhando, pedindo para deixar recados. Desligue os pop-ups para não se distrair. Só cheque os recados após concluir sua tarefa.

3. Redes sociais: deixe-as para o fim da manhã ou fim da tarde. Será um descanso que funcionará como “recompensa” pelas tarefas cumpridas.

4. Se você trabalha num ambiente com muito ruído, ou cercado de pessoas, use um fone de ouvido com isolamento acústico. Nem precisa ouvir música, é só para deixar o local mais silencioso.

5. Se você é constantemente interrompido por colegas, o fone de ouvido pode desestimular interrupções que não sejam importantes. Remova cadeiras extras de perto de você, ou ocupe-a com pastas, roupas ou mochilas. Sem estímulo para sentar-se, a conversa será breve.

6. Para quem trabalha por conta própria: ao invés de estipular x horas de trabalho por dia, estipule uma lista de tarefas, com cálculo aproximado de duração cada uma delas. Não acumule mais de 6h, para ter uma folga em caso de urgências ou pepinos.

7. Novamente, para quem trabalha por conta: intercale 50 minutos de tarefa em concentração máxima com 5 minutos de repouso. Se você é viciado em redes sociais, aproveite. Ou espaireça dando uma caminhada, tomando um café, ouvindo uma música. A cada 3 blocos de 50 minutos, faça uma pausa de 15′. Ligue um timer para não deixar o tempo de descanso estourar.

8. Se você é absurdamente tarado por internet, seja mais duro consigo mesmo. Tire o cabo de rede do computador ou desligue o wireless. Se ainda assim você for suscetível à auto-sabotagem, use recursos que automaticamente bloqueiem a internet nos horários que você determinar. Como o Rescue Time ou o Stay Focused.

9. Faça brainstorms sem usar ferramentas digitais, principalmente se o seu trabalho envolve criatividade. Eu costumo usar cadernos sem pauta para fazer mapas mentais. Uso eles para tudo: rascunhos de posts, artigos que escrevo, planejamento do dia ou da semana, planejamento de viagens e muito mais. O caderninho está sempre comigo; então, faço-os em qualquer lugar, imediatamente ao surgir uma ideia. Quando estou com mais tempo, por exemplo, fazendo planejamento, uso cores; mas quando a ideia surge de repente, acabo usando lápis mesmo, para não perdê-la. A captura deve ser imediata. Aliás, foi assim que nasceu esse post. Ele levou exatos 43 minutos para ser escrito, no meu laptop, dentro do Evernote, usando o mapa mental abaixo como roteiro:

P.S.: Talvez o seu caso não seja uma simples auto-sabotagem. Se você notar que as medidas acima não surtem efeito e vão além da vida digital, procure ajuda médica.

Páginas sobre alguns tópicos mencionados no artigo:

Endereço para o artigo original:



Rescue Time



Stay Focused:

CLEVERSON CASARIN ULIANA

[O DV E A MÍDIA]

Colunista: VALDENITO DE SOUZA (vpsouza@.br)

*Consultora de Alinne Moraes em Viver a vida, jornalista Flávia Cintra luta pela inclusão

23/03/2010

Rio - Flávia Cintra, jornalista paulista de 37 anos, chega ao saguão do hotel, na Barra da Tijuca, conduzindo sua cadeira de rodas. Ela está no Rio para acompanhar as gravações de "Viver a vida" e orientar Alinne Moraes em cena. Flávia lê os capítulos da novela, faz sugestões e participa de algumas gravações de 15 em 15 dias. Aliás, conduzir é com ela mesmo. Recém-separada do pai dos gêmeos Mateus e Mariana, de 2 anos e 8 meses, é ela quem pilota a rotina dos filhos, que ficaram em casa com a babá. Também está à frente de um enorme projeto de capacitação de pessoas com deficiência da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Isso, somado ao trabalho na novela e à coordenação da Área de Inclusão da universidade paulista UniSantana, ocupa quase 100% do tempo desta moça magra, com 1,80 m e bonita.

Flávia convida para um café perto da piscina. E sua primeira frase é: "Sou uma pessoa de muita sorte". Logo emenda com outra, que explica tudo:

- Detesto gente que reclama.

Não que a vida tenha sempre sido descomplicada, como até chega a parecer. Ela, tetraplégica desde os 18 anos devido a um acidente de carro, passou por "coisas muito duras". Só que Flávia sabe - com o perdão pelo uso de um clichê bem surrado, mas quase inevitável - "enxergar o seu lado bom".

- Foram situações de dor. Mas para cada situação dessas tive dez possibilidades de alegria. Uma delas foi ter sido escolhida por Manoel Carlos para trabalhar no projeto de "Viver a vida". Sou apaixonada pelo Maneco. O que esta novela está fazendo pela pessoa com deficiência é muito importante. Sou muito grata a ele e ao Jayme Monjardim por confiarem em mim - diz.

O autor da história devolve o elogio:

- É ela, com sua luta, quem continua a nos impulsionar nesta tarefa que muito nos orgulha. Ela é o nosso exemplo de vida. E de superação.

Depois de dez anos de análise, casamento, separação e uma carreira que vai bem, obrigada, ela afirma ser "bem-resolvida".

- Já não ligo para coisas que um dia me incomodaram, como o olhar piedoso. O olhar da pessoa sempre muda quando ela me conhece - confidencia a jornalista, que emenda:

- Sinto um pouco de pena de quem tem preconceito, é coisa de gente pequena.

A história de Luciana não é a de Flávia, coisa que Manoel Carlos faz questão de deixar claro:

- A rigor, não existe qualquer semelhança entre a vida dela e a da Luciana, mas é a sua trajetória que tem pautado o nosso trabalho. Flávia é a legítima inspiradora de "Viver a vida". Foi por meio de matérias sobre ela, e de entrevistas que ela concedeu, que fui levado a me interessar pela causa dos cadeirantes presente na novela.

Flávia, ao contrário de Maneco, enxerga inúmeras coincidências entre a vida real e a ficção apresentada na trama das 21h.

- Como Luciana, também fui modelo e, antes do acidente, estive numa cartomante que previu tudo. E o Maneco não sabia de nada disso! Meu pai também tinha se casado com uma mulher que eu não aceitava... Engraçado - relembra.

E assim como Flávia, Luciana terá gêmeos. No caso da jornalista, no entanto, a gravidez aconteceu naturalmente:

- Não fiz inseminação, nada. Apenas engravidei quando ainda estava de casamento marcado. E decidi que quero ser uma mãe presente. Trabalho muito em casa, no computador. Sempre de porta aberta. Abri mão de viagens e minha prioridade são meus filhos.

Ela passou a escrever sobre a maternidade num blog. E pensa em transformar isso num livro.

- Não uma autobiografia, mas algo que leve informação a tantas cadeirantes como eu, que ouvem de seus médicos que não poderão ser mães. Isso é mentira - frisa.

A convivência com Alinne começou há quase um ano, em abril. Para Flávia, a atriz é "um gigante, linda, muito séria e uma pessoa que vai sempre fazer algo pela causa das pessoas com deficiência". Já Alinne acredita que jamais teria chegado à Luciana que o público vê todas as noites na novela sem a orientação da jornalista.

- Aprendi que há inúmeras possibilidades de lesões. Depois da cirurgia, ninguém sabe que ligações motoras vão ser refeitas. Então, não há um deficiente igualzinho ao outro. Precisava me basear em alguém. Passei cinco dias enfiada na casa da Flávia em São Paulo antes de a novela começar. Ela foi muito querida em abrir assim a intimidade para mim - conta Alinne. - A Flávia tem muita autonomia e eu ia observando os movimentos dela enquanto fazia tudo em casa, escovava os dentes, cuidava dos filhos, comia, enfim... Ela tem tanto traquejo, que, às vezes eu dizia: "Você mexeu a mão!", mesmo sabendo que o movimento que eu tinha imaginado era algo que ela não conseguia fazer. E ela ria de mim.

As duas ficaram muito próximas, embora Alinne - assim como Maneco e a própria Flávia - , a uma certa altura da entrevista, também lembre de um mesmo dado fundamental:

- A Luciana não é a Flávia, e a novela não é sobre a vida dela. Então tive que construir uma certa distância para encontrar o corpo da Luciana. Mas o laboratório foi essencial.

Diferentemente de Luciana, que é filha de um milionário, Flávia não teve muitas facilidades durante sua recuperação.

- Foi difícil, mas pelo menos minha família possuía plano de saúde. Tem gente que critica a novela por mostrar uma situação distante da realidade da maioria dos cadeirantes, mas eu acho que é o contrário. Vendo a cama automática de Luciana, os adaptadores que ela usa para comer, a cadeira de banho etc, é que a população toma conhecimento da existência de todos estes recursos. Só uma novela na televisão aberta para fazer este serviço. Não é à toa que todos estes equipamentos estão na lista dos objetos mais mencionados por telespectadores que ligam para a Central de Atendimento ao Telespectador da Globo.

Agora, Flávia está entusiasmada com o desenrolar do romance entre Luciana e Miguel (Mateus Solano).

- Estou louca para o Maneco começar a falar mais de sexo. A novela tem que mostrar os dois juntos na cama! A direção do Jayme, supercuidadosa, vai dar conta de fazer isso muito bem. Me irritam as pessoas que dão um tratamento infantilizado à pessoa com deficiência, e falam coisas do tipo "quer uma aguinha?".

Embutido nisso vai uma ideia de que o cadeirante é assexuado. A sexualidade é uma condição humana natural, diz respeito a todo mundo, inclusive à pessoa com deficiência. Da mesma forma, ser cadeirante não significa inocência. Tem de tudo, cadeirante canalha e mau caráter. É igual a todo mundo.

Quando "Viver a vida" acabar, Flávia vai continuar em sua militância:

- Isso não pode acabar na ficção.

Fonte: oglobo.

*Cantor turco cego bate recorde de velocidade em uma Ferrari

URFA, Turquia (Reuters) - O cantor pop turco Metin Senturk se tornou nesta sexta-feira o motorista cego mais rápido do mundo, e disse que sentiu dançar com a morte.

Senturk chorou ao sair da Ferrari F340 no aeroporto de Urfa, no leste da Turquia, e logo em seguida foi informado por representantes do livro de recordes Guinness Book que sua velocidade média de 292,89 quilômetros por hora superou o recorde anterior de direção cega sem acompanhante, de 284 quilômetros por hora, mantido por um executivo britânico.

"Eu não acho que haja palavras para descrever essa sensação. Estou realmente feliz. Foi realmente difícil, como dançar com a morte", disse Senturk, cego desde os 3 anos.

Atrás de Senturk, em um veículo separado, estava o ex-piloto Volkan Isik, que guiou o motorista cego por rádio.

Fonte: BBC

*Lei sobre livro acessível precisa ser regulamentada, defende MPF

sexta-feira, janeiro 15, 2010

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Rio de Janeiro - A Lei 10.753, que estabelece a Política Nacional do Livro, apesar de ter sido publicada em 2003, até hoje (14) não foi regulamentada. Uma série de questionamentos dificulta a regulamentação, envolvendo, de um lado, as grandes editoras e, de outro, pessoas portadoras de deficiências, como cegos.

A norma determina o que pode ser considerado livro. Entre as várias definições, consta a de que livro não é apenas o produto impresso em papel, mas também o livro eletrônico ou a obra em Braille (processo de leitura para cegos).

"Ou seja, formatos que beneficiariam, em síntese, as pessoas cegas que não fazem uso do livro escrito em papel. Isso é muito importante. É uma inovação", analisou em entrevista à Agência Brasil a procuradora do Ministério Público Federal em São Paulo, Eugenia Fávero.

Ela esclareceu, contudo, que para que essa disposição seja encarada como uma obrigação pelas editoras e possa ser colocada em prática, é preciso que a lei seja regulamentada. "Isso não existe até hoje". Eugenia Fávero informou que uma vertente defende que as editoras são livres para imprimir livros da maneira como quiserem vender, mas não liga para o fato de que as pessoas cegas ficam, dessa forma, sem condições de acesso à cultura e à informação no Brasil.

A procuradora chegou a propor uma ação civil pública, há cerca de quatro anos, para que a Justiça reconhecesse a omissão do governo nesse sentido. "Essa omissão vem desde a lei que oficializou o Código Braille, de 1967. Desde essa época se fala da obrigação do governo de regulamentar o tema, para que as editoras passassem a fornecer todo tipo de material. Isso nunca foi feito". A ação foi julgada extinta, "porque o juiz considerou que o meio adequado para isso seria um mandado de injunção".

Eugenia explicou que o mandado de injunção caberia à Procuradoria-Geral da República e não teria nenhum efeito prático, porque o Executivo ficaria livre para regulamentar o tema quando julgasse adequado. A procuradora recorreu da decisão, mas até o momento a apelação não foi julgada. Enquanto isso, a Lei 10.753 fica sem regulamentação e não pode ser aplicada. Em alguns casos específicos, pessoas cegas têm entrado na Justiça diretamente contra as editoras. Os pedidos individuais têm sido acolhidos.

A saída, segundo Eugenia, é a sociedade continuar cobrando uma solução. No caso de compra de livros pelo Ministério da Educação, sugeriu que deveria ser incluído nos editais esse requisito. "Que as editoras têm que entregar livros não apenas em meio escrito, mas também disponibilizar em outros tipos de material", disse. "Nossa luta era para que fosse uma coisa natural um cego ir direto na livraria e comprar (livros em Braille)", completou.

*Fonte:* Agência Brasil

*Fotógrafa lança livro de nudez para cegos

Uma invenção da fotógrafa canadense Lisa Murphy deve dar o que falar. E sentir. Ela é a criadora de Tactile Minds, uma publicação pornográfica com imagens em relevo de nus e descrições em braile, preparada especialmente para cegos e pessoas com problemas de visão.

O livro é composto por 17 imagens em relevo feitas à mão que mostram corpos masculinos e femininos. O jornal britânico The Daily Telegraph classificou nesta segunda-feira a obra como um marco das revistas pornográficas para os cegos.

A fotógrafa, que tem um certificado em gráficos táteis do Instituto Nacional para Cegos do Canadá, aprendeu a criar imagens táteis por gravuras de animais para livros infantis.

Quando ao ineditismo da obra, Lisa explicou que não fez nada além de chegar a um nicho de mercado, já que "não existem livros com imagens de nudez para adultos com problemas de visão" . A Playboy teve uma edição com texto em braile entre 1970 e 1985, mas não incluía imagens.

As descrições que acompanham os relevos explicam que roupa ou acessório os protagonistas das imagens vestem. Uma das figuras mostra o torso de um homem, que veste uma máscara, com o abdômen bem definido.

O livro é vendido por 225 dólares canadenses (R$ 393,64) pelo site



As imagens podem ser compradas individualmente, 25 dólares canadenses cada

(R$ 43,73). Segundo Lisa, cada imagem do livro exigiu um trabalho de 50 horas. Das cópias que ela já vendeu, muitas foram compradas como objetos de arte. Mas afinal, é uma obra de arte ou pornografia?

- Depende do seu olhar - define a canadense, que já planeja um novo livro para os cegos:

- Será bem mais erótico, com casais - diz a fotógrafa.

Fonte:ZH

13 de abril de 2010

*São Paulo inaugura Biblioteca pública com acessibilidade a pessoas com deficiência

Nesta segunda-feira, dia 8 de fevereiro, será inaugurada a Biblioteca de São Paulo no Parque da Juventude. Com área de 4,2 mil m² e acervo de livros e outras mídias,

como CDs e DVDs, a nova biblioteca conta com uma estrutura totalmente acessível para atender pessoas com deficiência.

Os serviços acessíveis para pessoas com deficiência incluem mesas reguláveis, que se adaptam a qualquer tamanho de cadeira de rodas, folheadores automáticos de páginas,

para quem não tem movimentos nos membros superiores, e também computadores com telas, teclados e mouses adaptados.

Usuários cegos terão ainda mil títulos de audiolivros e um equipamento que, instantaneamente, é capaz de transpor obras literárias convencionais para faixas de áudio ou placas em braile. “Isso deve ampliar muito as opções de livros para cegos”, afirma Adriana Ferrari, gestora do projeto e assessora da secretaria de Cultura.

Uma equipe de atendentes também está sendo treinada para recepcioná-los.

“Não dá para ser um atendimento padrão. Não pode ser invasivo nem muito distante”, diz Ferrari. “Temos que tratar a diferença para que eles sejam incluídos”.

A inauguração acontece às 12h e contará também com a presença da secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Dra. Linamara Rizzo Battistella, entre outras autoridades.

SERVIÇO

Inauguração da Biblioteca de São Paulo

Data: 8 de fevereiro de 2010

Horário: 12h

Local: Parque da Juventude

Endereço: Av. Cruzeiro do Sul, 2630 - Prédio 3 - São Paulo - SP

Fonte: Governo de São Paulo - pessoacomdeficiencia..br

*TV tem de dizer classificação para cegos e analfabetos

A Secretaria Nacional de Justiça determinará que as emissoras de televisão veiculem a classificação indicativa da programação também em áudio. Hoje, a faixa etária para a qual cada atração é recomendada é apresentada em uma mensagem escrita, que fica

no vídeo por, pelo menos, cinco segundos no início de cada obra.

Atendendo à legislação, a informação também aparece em Libras (Língua Brasileira de Sinais) para os surdos-mudos-o que não fazia sentido, porque, em tese, eles poderiam ler o aviso escrito. O problema nasceu com a lei que tornou obrigatórios tanto o uso de Libras quanto a exibição dos sinais em vídeo, mas não o anúncio em áudio.

Foi redundante e não atendeu nem aos telespectadores cegos nem aos não alfabetizados. Segundo o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, a ordem para exibir a

classificação em áudio atende a uma demanda captada em pesquisa realizada em 2008.

A determinação chegará às emissoras por meio de portaria, a ser publicada no Diário Oficial em data a definir. Tuma disse à coluna que ainda fará uma rodada de conversas com as redes de televisão para definir uma mensagem padrão para o áudio. A decisão

do governo atende também a resolução aprovada na 1ª Conferência Nacional de Comunicação, em dezembro do ano passado.

Fonte: Caderno Ilustrada da Folha de São Pulo

* Exemplo! Estádios da Copa terão cadeiras especiais para cegos

|Campinas, SP, 13 (AFI) - A Fifa fez uma parceria com duas entidades que possibilitará a deficientes visuais uma experiência |

|diferente em 44 partidas do Mundial na África do Sul. Foram reservados 15 acentos em seis estádios que possibilitarão que |

|essas pessoas possam acompanhar aos jogos com o auxílio de fones de ouvido, através de um sistema de descrição diferenciado. |

|O conteúdo que será transmitido aos deficientes visuais será totalmente distinto das transmissões tradicionais de rádio e |

|televisão. O foco da narração será o movimento da bola e será feita de forma rápida e detalhada. O objetivo será dar a essas |

|pessoas a possibilidade de acompanhar aos jogos do Mundial de maneira que os deficientes visuais possam acompanhar os detalhes|

|das partidas que não são divulgados em rádios e TVs. |

|Além de acompanhar o movimento da bola em jogo, a narração também levará em consideração a posição desses espectadores nos |

|estádios. Outra medida do sistema de transmisão aos deficientes visuais, será a proibição de comentários interpretativos ou |

|carregados de emoção. A transmissão das informações gerais sobre a partida somente antes do jogo é uma das principais |

|características do projeto. |

|Os profissionais escolhidos para treinar e coordenar o trabalho dos narradores, são os jornalistas ligados ao instituto para o|

|Progresso do Jornalismo. Já o estudantes de Engenharia de Som serão os responsáveis pela área técnica, esses profissionais |

|ficarão responsáveis pela segurança e garantia de uma boa transmissão de som para os deficientes visuais que aprovaram de |

|forma plena a iniciativa. |

|A Fifa também tem o apoio da Associação Nacional para os Deficientes Visuais da Suíça e do Conselho Nacional para os |

|Deficientes Visuais da África do Sul. |

|(Joanesburgo): 8 jogos |

|(Joanesburgo): 7 jogos |

|(Tshwane/Pretoria): 6 jogos |

|(Durban): 7 jogos |

|(Baía Nelson Mandela/Port Elizabeth) : 8 jogos |

|(Cidade do Cabo): 8 jogos |

Fonte:

VALDENITO DE SOUZA

[REENCONTRO]

COLUNA LIVRE:

Nome: Jorge Aluisio Ferreira da Silva

Vínculo com o I B C: 1975 A 1988

Formação Atual: Administração de Empresas com graduação em Informática

Objetivos: Reativar contato com antigos companheiros(as), e, manter contato com novos companheiros(as).

Contatos:

Fone:2509-1584

Celular: 9976-2983

E-mail: jorge-aluisio.ferreira@.br

[PANORAMA PARAOLÍMPICO]

Colunista: SANDRO LAINA SOARES ( slsoares@.br )

PANORAMA PARAOLÍMPICO

Assuntos relacionados:

* Brasil vence a Argentina e é campeão do Desafio Internacional de Futebol de 5;

* CPB lança a Academia Paraolímpica Brasileira;

* Estadual de Futebol de 5;

* Opiniões Esportivas;

* Rapidinhas Paraolímpicas.

Brasil vence a Argentina e é campeão do Desafio Internacional de Futebol de 5

O Brasil conquistou o título do Desafio Internacional de futebol de 5 para cegos, neste sábado, ao derrotar a arqui-rival Argentina por 1x 0, com gol de Bill. As duas seleções cumpriram o prometido: fizeram uma partida bastante disputada e com belas chances de gol. O Brasil entrou com força máxima no ataque. Ricardinho e Jefinho, conhecidos pela velocidade, tentaram criar várias oportunidades de gol, mas sempre paravam na marcação cerrada dos argentinos. Isso porque os bicampeões mundiais optaram por jogar na retranca: na maioria dos ataques verde-amarelos os quatro jogadores adversários estavam na defesa.

Os argentinos apostaram nos contra-ataques. Silvio e Figueroa, que entrou ainda no começo da primeira etapa, obrigaram os brasileiros a fazerem várias faltas. Tanto que o camisa cinco da Argentina, Silvio, teve duas oportunidades de bater o Tiro direto de 8m. Na primeira, mandou para fora, e, na segunda, Fábio defendeu.

O Brasil só teve um Tiro de 8m para bater, quando faltavam 11 segundos para o primeiro tempo terminar. Bill, que havia marcado o gol de empate do Brasil na estreia do Desafio, voltou a campo apenas para a cobrança. E mais uma vez o paraibano foi decisivo contra a Argentina: com um chute forte e preciso, no canto esquerdo de Ernesto, ele garantiu o título brasileiro. Brasil 1x0 Argentina.

A segunda etapa da partida seguiu com o Brasil tendo mais posse de bola e a Argentina contra-atacando perigosamente com Silvio, Lucas e Figueroa. Ernesto e Fábio evitaram que o placar fosse diferente, fazendo grandes defesas. Faltando três minutos para o fim da partida, Angel Garcia fez uma falta dura em João Batista, que já vinha incomodando desde a primeira etapa, e recebeu o segundo amarelo. Bill, no entanto, mandou o Tiro de 8m por cima do gol.

Com um a menos, a Argentina ainda teve a oportunidade de empatar: o juiz deu falta de Fábio, por o goleiro orientar os jogadores fora da área permitida. Silvio cobrou o Tiro direto dos 8m, mas o arqueiro brasileiro fez uma grande defesa. Faltando 11 segundos para o fim do jogo, mais uma vez Tiro direto para o Brasil e Bill para cobrar: mas desta vez Ernesto se deu melhor. Não adiantou. Fim de jogo, Brasil 1x0 Argentina e os donos da casa ergueram o troféu do Desafio Internacional de futebol de 5 para cegos.

“Contra a Argentina é sempre mais gostoso. Dá um gás muito maior”, comemorou Bill, que voltou às competições no Desafio, depois de seis meses se recuperando de uma cirurgia no joelho, e marcou em duas partidas contra os “hermanos”.

“O resultado mostra que estamos quase prontos para o Mundial, só precisamos fazer alguns ajustes”, avaliou o técnico brasileiro, Ramon Pereira. “O time mostrou que está consistente”, concluiu Pereira, que utilizou o Desafio como teste para selecionar os 10 jogadores (dois goleiros) que irão ao Mundial, em agosto, na Inglaterra. A lista final com os convocados será anunciada até o dia 29 deste mês.

O Brasil ainda ficou com mais dois títulos do Desafio: João Batista foi o artilheiro da Competição com três gols e Jefinho foi eleito o melhor jogador. O argentino Ernesto ficou com o troféu de melhor goleiro.

BRASIL – Fábio, Sandro, Bill, Jefinho e Ricardinho. Entraram Damião e João Batista.

ARGENTINA – Ernesto, Angel Garcia, Eduardo Diaz, Lucas e Silvio. Entraram Figueroa e Gustavo.

Fonte: FINAL SPORTS (RS) • ÚLTIMAS NOTÍCIAS • 15/5/2010 • 17:24:53

*****

CPB lança a Academia Paraolímpica Brasileira

Um marco histórico para o esporte paraolímpico Brasileiro. Foi assim que o presidente do Comitê paraolímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parsons, definiu a Academia paraolímpica Brasileira (APB), lançada na noite de segunda-feira, em Uberlândia.

"Certamente hoje estamos escrevendo algumas das páginas mais importantes do esporte paraolímpico Mundial", afirmou Parsons.

A cerimônia de lançamento da APB aconteceu na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), que sedia também o primeiro Centro de Formação de Profissionais do esporte paraolímpico (Cefep).

Andrew Parsons explicou que a Universidade Federal de Uberlândia foi a escolhida para ser sede do CEFEP por ter sido primeira instituição a se por à disposição.

"A UFU respira esporte paraolímpico, foi uma escolha natural", justificou Parsons, lembrando que Uberlândia foi a primeira cidade do país a ter uma instalação esportiva com nome de um atleta paraolímpico - a pista Ádria dos Santos .

- A Academia paraolímpica Brasileira

A APB é baseada em três pilares: relação institucional com o meio acadêmico; publicações; e formação de recursos humanos. Para tanto, o CPB firmou ontem a parceria com a UFU, e assinará também com a Unicamp e a Unifesp. Além disso, está programado para setembro o lançamento do primeiro livro com o selo da Academia, pela editora Atheneu.

Mas é no último item, da formação, que está o Cefep, inaugurado ontem, em Uberlândia. É de lá que serão elaborados, organizados e ministrados os cursos de formação de profissionais do esporte paraolímpico, sejam presenciais ou à distância.

"Precisamos sistematizar nosso conhecimento, incrementar o nível do esporte paraolímpico, produzir novos saberes e aproveitar os já existentes no mais alto nível. A APB pretende formar árbitros, classificadores, técnicos, para melhorar o serviço que oferecemos aos nossos atletas", explicou Parsons.

"Esse centro com certeza trará uma nova etapa para o esporte brasileiro, assim como foi a Lei Agnelo Piva", avaliou o deputado federal Gilmar Machado (PT/MG).

Gilmar Machado lembrou que, quando foi relator da Lei Agnelo Piva, em 2001, foi o autor da emenda que obrigava que o CPB e o COB reservassem um percentual do valor recebido para o esporte escolar e universitário. E é essa verba que viabilizou a instalação da Academia paraolímpica Brasileira.

"Para que a gente possa ter grandes atletas, é preciso formar profissionais", ponderou o deputado, que foi aluno da UFU.

A cerimônia na UFU, que ainda teve o lançamento da logo da Academia paraolímpica Brasileira, contou com a presença do reitor da Universidade Federal de Uberlândia, Alfredo Júlio Fernandes Neto; do vice-reitor da UFU, Darizon Alves de Andrade; do pró-reitor de extensão, cultura e assuntos estudantis e coordenador do Cefep, Alberto Martins da Costa; da representante do Ministério do esporte, Adriana Taboza; da representante da secretaria de esportes de Minas Gerais, Rosana Bastos, ex-atleta paraolímpica; do presidente do Conselho Regional de Educação Física (CREF), Cláudio Bosque; do secretário da Fundação do esporte de Uberlândia (Futel), vereador Antônio Carrijo; além do vice-presidente do CPB, Luiz Claudio Pereira, e dos membros da Comissão Científica do CPB, responsáveis pela Academia.

Fonte: Esporte Brasil (SP) – Notícia - 11/5/2010

*****

Estadual de Futebol de 5

A Federação de Esportes para Cegos do Estado do Rio de Janeiro - FECERJ está realizando o segundo estadual de futebol de 5 (futebol para cegos). O primeiro, realizado em 2008, teve duas etapas e foi vencido pela URECE Esporte e Cultura que venceu as duas etapas realizadas.

Neste ano, já aconteceram duas etapas: 17 de abril, na cidade de Volta Redonda e 22 de maio, na cidade de Resende. Ambas as etapas foram vencidas pelo CEIBC, que neste momento, lidera o ranking do estadual.

Os estaduais visam, além de manter em atividade as equipes fluminenses, levar o desporto para cegos para o interior. Obviamente que etapas na capital ou em cidade do Grande Rio não são descartadas; porém, o maior foco é a interiorização das competições, atendendo os 2 objetivos de uma única vez.

*****

Opiniões Esportivas

A academia paraolímpica brasileira é, como bem disse o presidente do CPB, um grande marco para o esporte paraolímpico do Brasil e da América Latina, já que soube que estará aberta a todos que desejarem se qualificar, independente do país.

Mostra o papel de vanguarda que o país tem assumido no desporto paraolímpico. Tenho a convicção que o desporto vai tomar rumos muito mais sólidos, com muito mais qualidade e imensa dose de profissionalização. Também devemos resolver um grande problema nosso: a falta de material publicado sobre o desporto paraolímpico. Claro que para acontecerem as publicações, teremos que pesquisar. Portanto, o principal problema, a falta de publicações vai resolver o segundo maior problema, a falta de pesquisa.

Grande gol do CPB!

Sobre o Desafio Internacional de Futebol de 5, acontecido entre 11 e 15 de maio, poucos devem saber que o evento aconteceu em nosso grande Benja. Acho que esta atitude mostrou que podemos, sem abandonar o principal objetivo, o ensino, atuar em outras frentes que possam promover o bem-estar e a inclusão social das pessoas com deficiência visual.

Fico muito feliz com o acontecido, em especial, porque a ideia de se fazer o evento lá foi minha, pois sempre quis ver o IBC realizando eventos deste porte e, quem sabe, muito maiores.

Algo interessante foi ver os espanhóis e argentinos entusiasmado com a grandiosidade do IBC. Foi vê-los boquiabertos com o museu e com as instalações de alojamento, salas de aula, refeitório, fisioterapia, oftalmologia, reabilitação, esportiva e tudo mais que conseguiram ver.

*****

Rapidinhas Paraolímpicas

1. No regional de futebol para cegos, acontecido entre os dias 28 de abril e 02 de maio, a equipe do CEIBC foi a campeã, vencendo na final, a equipe carioca da URECE;

2. No regional de goalball, acontecido entre os dias 30 de abril e 02 de maio, no IBC, a equipe da URECE foi a campeã no masculino ao vencer, na final, a equipe do CEIBC; já no feminino, a equipe do IBC venceu a equipe da UNICEP, sendo a campeã;

3. O Brasil foi campeão do Desafio Internacional de Futebol de 5 Loterias Caixa, realizado entre os dias 11 e 15 de maio, no Instituto Benjamin Constant. A final foi vencida pelos brasileiros por 1 a 0 em cima dos argentinos;

4. A seleção de goalball treina até o dia 10 de junho para o mundial da categoria. O Brasil só irá para este campeonato com a equipe masculina que conta com 2 atletas fluminenses: Luis Pereira e Filippe Silvestre. A equipe feminina do Brasil não conseguiu a vaga;

5. No dia 12 de junho, no IBC, acontecerá a Assembleia geral da CBDDEV, confederação criada por um grupo de atletas e equipes. Esta associação visa substituir a CBDC, falida após o III Jogos Mundiais da IBSA, em 2007.

SANDRO LAINA SOARES

[TIRANDO DE LETRA]

COLUNA LIVRE:

Até breve

Onde as palavras podem soar ocas e oportunistas, certamente que o silêncio é mais oportuno. Permitam-nos, no entanto, ao menos dizer da nossa consternação ante esta irreparável perda que foi a do mestre de muitos, Antônio Carlos Hildebrandt, e a do amigo de tantos quantos sabiam a razão pela qual ele, aos quase 70, continuava a ser o guri de todos pelo seu jeito afável, por sua disponibilidade para servir, por seu espírito

guerreiro, por seu companheirismo, enfim.

Que possamos ter "muita calma e muita tranqüilidade", para que enxerguemos que, maior que a dor da perda, terá sido o que ganhamos, Guri, tendo você entre nós.

Que saibamos reverenciar sua memória tanto quanto usufruir de todo seu nobre legado colhendo seus frutos e replantando-os.

Um abraço saudoso de todos nós que fazemos o Contraponto, grande e inimitável Guri, e o nosso até breve...

Leniro Alves(20/maio/2010)

*O Cego Fujão

Sexta-feira pela noite, dia 19 de março, após resistir às cólicas abdominais que vinha sentindo há dias, resolvi ir até a Unidade de Emergência do hospital pertencente ao plano de saúde que tenho.

Após a espera rotineira para preencher a ficha de entrada, o que, a meu ver, descaracteriza o termo "emergência" destas unidades de atendimento médico, fui "examinado" numa conversa com a plantonista e encaminhado para fazer um raio-X do abdômen. Ao retornar com a "chapa", a médica a examinou e disse que meu intestino estava cheio de fezes endurecidas. Encaminhou-me ao ambulatório para tomar soro, analgésico e descansar um pouco. Quando a dor passou, fui liberado. Ela receitou-me

um "laxante" e me mandou para casa.

Naquela mesma noite tomei a primeira dose do remédio, tomando a segunda lá pras nove horas do sábado.

Como estava sem apetite, almocei apenas uma "sopa de Miojo" (depois eu dou a receita - risos). Não lembro o que fiz durante a tarde, mas, possivelmente dormi, afinal, só sou homem até o meio-dia... pela tarde eu durmo!

Por volta das dezoito horas, resolvi tomar um pouco de café com leite e comer um pão. Mal havia dado a segunda mordida no pão, senti ânsia de vômito e corri para o vaso, vomitando tudo que comera.

Liguei para minha filha e retornei à emergência, encontrando a mesma médica que me atendera na noite anterior. Fiz outra radiografia e, desta vez, ela disse que já não havia qualquer obstrução no meu intestino, causada por fezes ressecadas.

Falei-lhe do vômito e de que achava interessante fazer uma colonoscopia. Ela resolveu me internar e colocar-me sob soro e analgésicos.

Assim, desde o sábado à noite até a terça-feira por volta das dez horas do dia, apenas tomei soro, analgésicos e nada mais... nem mesmo água, pois, segundo os médicos, para fazer a colonoscopia eu deveria estar com o intestino vazio. Até aí, tudo bem, mas acontece que já transcorrera mais de sessenta horas e eu não comera nada e comecei

a reclamar que queria comer. Por volta das dez horas tentaram dar-me comida intravenosa, mas, após me furarem quatro vezes e não acharem uma veia para colocarem o cateter, eu disse que não iria deixar que me furassem mais e que queria comida de verdade. Aí foi aquele quiprocó... e eu dizendo que estava com fome e esperando!

Uma hora me retei e pedi à minha afilhada para pegar minha bermuda e minha camisa. Vesti as roupas e saí com ela em busca do que comer!

Relembro que vinha avisando às enfermeiras, médicos e até a uma irmã que estava lá comigo que estava com fome e queria comer.

Guiado por minha afilhada, fui até a cantina dum hospital vizinho e comi uma esfiha de frango moído e bebi dois sucos de uva, satisfazendo minha vontade... e o estômago!

Quando retornei ao meu quarto, o rebuliço era geral. As enfermeiras queriam saber como eu conseguira sair sem ser visto; Nai, minha irmã, reclamava comigo porque eu fizera isto e meu vizinho de quarto, sorrindo, me chamava de "meu herói cego"... e eu, agora sem fome, também sorria!

O interessante é que eu vinha avisando que queria comer e que, se fosse o caso, iria sair com este fim... e ninguém acreditou!

Também eu já havia decidido a ir para casa!

Quando eu estava sentado na cama, veio uma enfermeira e me disse:

- Seu Luís... o Senhor vai entrar numa dieta líquida!

Respondi-lhe:

- Agora já não interessa, moça... já estou em dieta sólida!

Além do zum-zum-zum que causei, logo me mandaram água de coco e suco de lima... que não rejeitei, claro!

Como eu já havia decidido "dar-me" alta, minha filha apareceu com o marido para levar-me para casa e também revoltou-se com o descaso do hospital e exigiu que a alta fosse dada por eles e não pedida por mim. Logo apareceu a psicóloga, tremendo mais do que vara verde, enfermeiras e até o"mangangão" do hospital tentando explicar o inexplicável: o descaso com um paciente... não tão paciente!

E assim foi feito!

Nesta mesma noite fui atendido por meu "gastro" que, após examinar-me, me receitou dois comprimidos e me disse que não havia necessidade de fazer a colonoscopia, pois eu já fizera este exame o ano passado.

Agora estou em casa seguindo uma dieta não tão rígida e até passei cinco dias numa convenção em Fortaleza... comendo de quase tudo, tomando meus remédios e visitando o "trono" nas horas devidas... e sem as dores abdominais!

Conclusão:

Nem sempre num hospital somos tratados decentemente!

Luís Campos (Blind Joker)

Salvador, Bahia, 03 de abril de 2010.

OBS.: Nesta coluna, editamos "escritos"(prosa/verso) de companheiros cegos

(ex- alunos/alunos ou não) do I B C.

Para participar: mande o "escrito" de sua lavra para a redação (contraponto@.br)...

[BENGALA DE FOGO]

O Cego versus o Imaginário Popular(coluna livre)

- Troca de correspondências (O usuário de Cão- guia no banco dos réus)

*Vocês não tem nenhuma idéia de quanto o cão de guia ajuda. Quem todo o tempo usou

a bengala e não prefere cão de guia pode ser:

1. Não gosta de cachorro.

2. Os cães de guia dão muito trabalho e precisam de cuidados e de carinho.

3. Pra ter um cão de guia saudável, precisa de uma boa comida e de bom tratamento veterinário e isso custa dinheiro, mas no Brasil não sei como é, porque aqui em Israel, recebe-se o cão de guia de graça e o governo lhe dá uma ajuda mensal de aproximadamente 120 dólares.

Eu, que tive um cão de guia e hoje uso a bengala, sinto que devia pegar novamente um cão de guia.

Não sei se todas as leis a respeito ao cão de guia que existem em Israel também existem no Brasil. No Rio, onde as ruas são mal cuidadas e cheias de buracos, anda-se com o cão de guia com a maior segurança.

Com todas as dificuldades que trazem o cão de guia, os benefícios são muito maiores.

Dov Milrad.

*Dov, pra quem se entenda bem com cães e viva sob as leis que, com certeza, existem aí em Israel, entende-se que o dito cão seja um facilitador. Quanto a mim, no entanto, não falamos, eu e o cão, a mesma linguagem. Não que não saiba eu latir, meus amigos estão aí pra atestar isso e olha que o faço inclusive por escrito, mas, os danados dos cachorros parece que entendem que nem latir eu "lato" direito. Daí minha preferência por uma gata-guia e nem faço questão que seja de quatro patas, muito pelo contrário! E daí também meu voto.

Leniro

* Magro, grande Magro:

Um erro não justifica outro ou, mais de acordo com suas colocações, não justifica outros. Se aceitarmos que os erros se interjustifiquem, estaremos aceitando o caos definitivo da humanidade já que, a partir de então, tudo estará certo. Antes porém de abordar o assunto que está sendo discutido por um ângulo diferente da "piedade", pergunto a você:

O fato de não ser ouvida a voz do vegetariano quando ele protesta contra a matança animal deve determinar que ele silencie? Por outro lado, quando você diz que entre cão e usuário rola uma amizade, eu pergunto:

Se um tem que forçosamente se acomodar a uma vida que lhe é imposta, e outro impõe uma vida apenas vendo seu interesse, que amizade pode haver? De que espontaneidade esta amizade nasce? Se o interesse do segundo cessar, que será do primeiro? Bem, mas vamos a outro ângulo:

Confesso que me orgulho de, há quase meio século, caminhar pelas vias da vida, ora estreitas e perigosas, ora amplas e alegres, conduzido pela minha capacidade de homem independente. Confesso que me orgulha ouvir meus filhos dizerem que, comigo, aprenderam a andar na cidade. Confesso que me orgulho por, tendo saído de um internato, sem experiência de andar sozinho na rua, ter tido a coragem de sair para uma cidade totalmente desconhecida, cidade distante do Rio, para dar à minha vida o sentido

que pretendia. Confesso que me orgulho por caminhar sempre guiado pelo meu equilíbrio racional, e nunca por um cãoputador. Aliás, certa vez um sujeito me perguntou: "Como é que você, sem enxergar, consegue chegar sozinho à sua casa"? Calmamente, respondi: Eu e o cachorro, embora a cada um falte algo, conseguimos chegar em casa sozinhos. Sem entender, o sujeito me perguntou: "O que tem a ver o cachorro com o que lhe perguntei? O cachorro enxerga". Então, sempre calmo, expliquei: O cachorro, como não raciocina, só chega em casa sozinho porque enxerga.

Eu, como não enxergo, só chego em casa sozinho porque raciocino.

Ary Rodrigues da Silva

OBS.: Os fatos, por uma questão, meramente didática/pedagógica/cultural, foram tornados públicos... (Colunista titular: Duda Chapeleta)

PS.: se você tem histórias, causos, experiências próprias, do gênero, mande para nossa redação, sua privacidade será rigorosamente preservada.

[SAÚDE OCULAR]

Colunista: HOB -- Hospital Oftalmológico de Brasília ( atfdf@.br)

* Estudos com células-tronco miram danos no nervo ótico

Brasília-DF, 28/4/2010 - A esperança para a recuperação da visão cuja perda foi causada por danos no nervo ótico está nos estudos, em desenvolvimento, que envolvem a utilização de células-tronco, conta o oftalmologista do Hospital Oftalmológico de Brasília(HOB), Juscelino de Oliveira.

O nervo ótico é a região ocular que liga o olho ao sistema nervoso, é o responsável por conduzir os impulsos nervosos para o centro da visão, no cérebro, que, por sua vez, os interpretam e compõe a imagem visualizada.

"As pesquisas avaliam se a utilização de células-tronco retiradas do cordão umbilical do paciente e injetadas na corrente sangüínea corrigem as células danificadas no nervo ótico", explica o médico.

.br

Teresa Cristina Machado

tel.: 55(61)3225-1452

HOB

[CLASSIFICADOS CONTRAPONTO]

COLUNA LIVRE:

1. Localização de Remédios

Utilidade pública.

Uma jóia que repasso aos amigos

Basta digitar o nome do remédio desejado no site abaixo, e você terá também os genéricos e os similares de todas as marcas, com os respectivos preços em todo o Território Nacional.

Como tudo que é bom não é divulgado, peço-lhes que divulguem aos seus.



2. Imagens Solidárias ( Exames Baratos)

Se você conhece alguém que precisa, indique!

Exames mais baratos para quem não tem Plano de Saúde

Foi criada uma clínica de exames de diagnósticos por imagem, para atender a

população de baixa renda.

A Kodak, GE, Amil e outras empresas da Área de Saúde patrocinaram este lindo projeto!

Para se ter uma idéia, os exames, que custam, na rede privada, cerca de R$ 850,00, são oferecidos por R$ 120,00.

Repassem para todos que necessitam de ressonância magnética, ultra-som e mamografia e não podem pagar.

Rua São Clemente, 216 - Botafogo

Confiram o site deles: .br

3. Banco de Remédios- Utilidade Pública

Importante Repassar

Sobras de Remédios - Às vezes sobram aqueles medicamentos dentro da validade, que alguém pode aproveitar e a gente não

sabe o que fazer com eles...A ASAPREV-RJ, criou o Banco de Remédios para atendimento gratuito aos aposentados de baixa renda, que não tem a mínima condição de adquirir medicamentos.O Banco sobrevive com a doação de medicamentos de pessoas cujo tratamento foi interrompido.Caso você possua um medicamento de que não precisa mais ou não faça mais uso, não deixe em uma gaveta para depois jogar fora quando vencer o prazo de validade.

Faça a doação! O endereço de coleta é

Av. Rio Branco 156 – 20º andar – salas 2021 à 2024

(Edifício Avenida Central )

Pode deixar na Portaria do prédio.

Você pode fazer a doação também no Shoping Tijuca, no SAC – Serviço de Atendimento ao Cliente - 3° piso.

Site : asaprev-.br



e-mail: asaprev-rj@.br

Tels: 2544-3396 / 2524-0407

Repassem aos amigos!

PS. Anuncie aqui: materiais, equipamentos, prestação de serviços...Para isto, contacte a redação...

[FALE COM O CONTRAPONTO]

CARTAS DOS LEITORES:

* From: Bento Selau

Olá,

Gostaria de saber como posso receber a revista Contraponto on-line?

Obrigado, abraços

Bento

***

Salve Bento!

A partir de agora você fará parte do nosso cadastro de leitores, passando a recebe-lo mensalmente no seu e-mail....

(segue anexo o número de abril).

Obrigado

Valdenito de Souza, o nacionalista místico

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* Solicitamos a difusão deste material na INTERNET: pode vir a ser útil para pessoas, que você sequer conhece...

*REDATOR CHEFE:

Valdenito de Souza, o nacionalista místico

Rio de Janeiro/RJ

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