UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO



UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

PLANO DE NEGÓCIOS

Tereza Cristina Abdala 753809

Paula Marchesi Pimentel 754139

Isabella Saccomani Spinelli 756187

Eduarda de Souza Rino 784608

Daniela Borges Valeriano 784658

Bárbara Prates 784669

Amanda Lisbôa Rodrigues 784712

Fabiane Hemann Mariano 785250

Verônica de Castro Andrade 787587

RIBEIRÃO PRETO

AGOSTO 2010

O PLANO DE NEGÓCIOS

Quando se fala em empreendedorismo, remete-se naturalmente ao termo plano de negócios. Empreendedores precisam saber planejar suas ações e delinear as estratégias da empresa a ser criada ou em crescimento. A principal utilização do plano de negócios é a de prover uma ferramenta de gestão para o planejamento e desenvolvimento inicial de uma start up.

No Brasil, foi justamente o setor de software que começou a popularizar o uso do plano de negócios junto aos empreendedores brasileiros, através do Programa Softex, de incentivo à exportação de software nacional, criado no início da década de 1990. Porém, destacou-se apenas a sua utilidade como documento indispensável ao empreendedor em busca de recursos financeiros para o empreendimento.

POR QUE PLANEJAR?

O índice de mortalidade das micro e pequenas empresas (MPE) brasileiras, nos primeiros anos de existência atinge percentuais próximos aos 70% ou mais, o que tem sido motivo de análise e discussão em vários âmbitos da sociedade, do meio acadêmico ao empresarial. Mas qual seria o principal motivo para esse péssimo desempenho de empresas criadas na economia mais ativa e convidativa ao surgimento de novos negócios em todo o mundo? Falha ou falta de planejamento.

O que se aconselha aos empreendedores é a capacitação gerencial contínua, a aplicação dos conceitos teóricos para que adquiram a experiência necessária, e a disciplina no planejamento periódico das ações que devem ser implementadas na empresa.

No entanto, é notória a falta de cultura de planejamento do brasileiro, que por outro lado é sempre admirado por sua criatividade e persistência. Para isso, existe uma simples, mas para muitos, tediosa, técnica de se transformar sonhos em realidade: o planejamento. Quando se considera o conceito de planejamento, têm-se pelo menos três fatores que podem ser destacados (Pinson & Jinnett, 1996):

1. Toda empresa necessita de um planejamento de seu negócio para poder gerenciá-lo e apresentar sua idéia a investidores, bancos, cliente etc.

2. Toda entidade provedora de financiamento, fundos e outros recursos financeiros necessita de um plano de negócio da empresa requisitante para poder avaliar os riscos inerentes ao negócio.

3. Poucos empresários sabem como escrever adequadamente um bom plano de negócios. A maioria destes são micro e pequenos empresários que não têm conceitos básicos de planejamento, vendas, marketing, fluxo de caixa, ponto de equilibro, projeções de faturamento, etc. Quando entendem o conceito, geralmente não conseguem colocá-lo objetivamente em um plano de negócios.

A IMPORTÂNCIA DO PLANO DE NEGÓCIOS

O cuidado a ser tomado é o de escrever um plano de negócios com todo o conteúdo que se aplica a um plano de negócios e que não contenha números recheados de entusiasmo ou fora da realidade.

O que se espera de um plano de negócios é que seja uma ferramenta para o empreendedor expor suas idéias em uma linguagem que os leitores do plano de negócios entendam e, principalmente, que mostre viabilidade e probabilidade de sucesso em seu mercado. Essa ferramenta deve ser o cartão de visitas do empreendedor.

Uma tradição a ser quebrada é achar que o plano de negócios, uma vez concebido, pode ser esquecido. A concorrência muda, o mercado muda, as pessoas mudam. E o plano de negócios, sendo uma ferramenta de planejamento que trata essencialmente de pessoas, oportunidades, contexto e mercado, riscos e retornos, também muda. (Sahlman, 1997)

AFINAL, O QUE É PLANO DE NEGÓCIOS?

De acordo com Bangs (1998), é um documento usado para descrever um empreendimento e o modelo de negócios que sustenta a empresa. Sua elaboração permite ao empreendedor situar-se no seu ambiente de negócios. Os aspectos chave que devem ser focados em qualquer plano de negócios são os seguintes:

1. Em que negócio você esta?

2. O que você (realmente) vende?

3. Qual é o seu mercado alvo?

Através do plano de negócios é possível:

• Entender e estabelecer diretrizes para o seu negócio.

• Gerenciar de forma mais eficaz a empresa e tomar decisões acertadas.

• Monitorar o dia-a-dia da empresa e tomar ações corretivas quando necessário.

• Conseguir financiamentos e recursos junto a bancos, governo, SEBRAE, investidores, capitalistas de risco etc.

• Identificar oportunidades e transformá-las em diferencial competitivo para a empresa.

• Estabelecer uma comunicação interna na empresa e convencer o público externo (fornecedores, parceiros, clientes, bancos, investidores, associações etc.)

A QUEM SE DESTINA O PLANO DE NEGÓCIOS?

Vários são os públicos-alvo de um plano de negócios (Pavani et al., 1997), entre eles, pode-se citar:

• Mantenedores das incubadoras (SEBRAE, universidades, prefeituras, governo, associações etc.): para outorgar financiamentos a estas.

• Parceiros: para definição de estratégias e discussão de formas de interação entre partes.

• Bancos: para outorgar financiamentos para equipamentos, capital de giro, imóveis, expansão da empresa etc.

• Investidores: empresas de capital de risco, pessoas jurídicas, bancos de investimento, angels, BNDES, governos etc.

• Fornecedores: para negociação na compra de mercadorias, matéria-prima e formas de pagamento.

• A empresa internamente: para comunicação de gerência com o conselho de administração e com os empregados (efetivos e em fase de contratação).

• Os clientes: para venda do produto e/ou serviço e publicidade da empresa.

• Sócios: para convencimento em participar do empreendimento e formalização da sociedade.

ESTRUTURA DO PLANO DE NEGÓCIOS

Não existe uma estrutura rígida e específica para se escrever um plano de negócios, pois cada negócio tem particularidades e semelhanças, sendo impossível definir um modelo padrão de plano de negócios que seja universal e aplicado a qualquer negócio. Qualquer plano de negócios deve possuir um mínimo de seções as quais proporcionarão um entendimento completo do negócio. Essas seções são organizadas de forma a manter uma seqüência lógica que permita a qualquer leitor do plano entender como a empresa é organizada, seus objetivos, seus produtos e serviços, seu mercado, sua estratégia de marketing e sua situação financeira.

O TAMANHO DO PLANO DE NEGÓCIOS E O USO DE SOFTWARE PARA A SUA ELABORAÇÃO

Não existe um tamanho ideal ou quantidade exata de páginas. O que se recomendo é escrever o plano de negócios de acordo com as necessidades do público-alvo, por exemplo, se o leitor for um gerente de banco ou um investidor, ele dará mais ênfase para a parte financeira do plano.

Como exemplos, encontram-se a seguir descrições feitas por Jian (1997), de alguns tipos e tamanhos de planos de negócios:

Plano de Negócios Completo: é utilizado quando se pleiteia uma grande quantidade de dinheiro ou quando se necessita apresentar uma visão completa de seu negócio. Pode variar de quinze a quarenta páginas.

Plano de Negócios Resumido: é utilizado quando se necessita apresentar algumas informações resumidas a um investidor, por exemplo, com o objetivo de chamar sua atenção para que ele lhe requisite um plano de negócios completo. Deve mostrar objetivos macros do negócio, investimentos, mercado e retorno sobre o investimento e focar as informações específicas requisitadas. Geralmente varia de dez a quinze páginas.

Plano de Negócios Operacional: é muito importante para ser utilizado internamente na empresa pelos diretores, gerentes e funcionários. É excelente para alinhar os esforços internos em direção aos objetivos estratégicos da organização. Seu tamanho pode ser variável e depende das necessidades específicas de cada empresa em termos de divulgação junto aos funcionários.

A decisão de se utilizar ou não software para a confecção do plano de negócios é do empreendedor, que deve avaliar o negócio e as necessidades que possui. Um dos poucos Softwares brasileiros é o MakeMoney®, usado por estudantes e empresas de informática. Existe ainda um portal nacional voltado só para elaboração de planos de negócios, hoje considerado o maior portal da categoria: .br, com avaliações de softwares de planos de negócios, dicas, exemplos, tutoriais e links para vários outros sites sobre o assunto.

O PLANO DE NEGÓCIOS COMO FERRAMENTA DE GERENCIAMENTO

O plano de negócios é um instrumento eficaz de gerenciamento dentro de uma organização, pois contém informações importantes que devem ser divulgadas de forma satisfatória, não podem cair no esquecimento. As informações contidas no plano de negocio devem ser utilizadas internamente, melhorando assim os esforços da empresa. Para que isso aconteça é necessário ter um monitoramento diário da situação em relação ás metas do plano.

Uma forma simples e eficiente de utilizar o plano de negócios é a criação de um (ou vários) painel de metas da empresa. Rentes et al (1999) propõem a criação desse tipo de instrumento para guiar qualquer processo de melhoria de desempenho, que mostrará de forma simples preferencialmente gráfica, a evolução da empresa ao longo do tempo, em termos dos seus valores de avaliação. Este painel é composto por gráficos apresentados em displays ou paredes, em locais acessíveis aos gerentes e funcionários relevantes. É uma ferramenta dinâmica que exige atualizações periódicas dos dados, de forma a se ter uma visão do momento da empresa, do seu passado e das metas previstas.

O painel de metas fornece um conjunto de medidas de desempenho de equilíbrio da empresa, que deve cobrir todas as áreas de análise empresarial. Para empresas mais maduras, essas medidas podem ser específicas para cada área, ou até mesmo para objetivos individuais, mas alinhados aos objetivos da empresa como um todo. Desta forma, o plano de negócios se torna um instrumento dinâmico de implementação da estratégia da empresa, sendo uma ferramenta fundamental de gestão, auxiliando o empreendedor a alcançar as metas, ou então mostrará que o momento não é certo para o negócio, evitando assim decepções futuras.

EXEMPLO DE APLICAÇÃO DE SUCESSO DO PLANO DE NEGÓCIOS NO BRASIL

No Brasil, a aplicação do plano de negócios se destacou pelas empresas incubadoras. Uma das idéias principais é capacitar os gerentes de incubadoras na elaboração e utilização do plano de negócios. Com isso, pretende-se aumentar o número de profissionais capacitados na utilização dessa ferramenta de gestão, incentivando os futuros empreendedores na elaboração e no uso eficiente do plano de negócios. Esse programa está sendo financiado pelo SEBRAE-SP, que é um dos principais mantenedores do movimento incubadora de empresas nesse estado.

O plano de negócios assumiu um caráter especial na metodologia desenvolvida, haja vista a maneira como essa ferramenta estava sendo abordada pelas incubadoras de empresas. Foi feita uma pesquisa onde se constatou que 67% das empresas incubadoras, em um universo de mais de 220 empresas, não utilizavam o plano de negócios como ferramenta de gestão, era considerado apenas um estudo de viabilidade. Outro aspecto em discussão, onde o plano de negócios estava sendo utilizado apenas como um documento que mascarava a situação dessas empresas, ou seja, tendo em vista o enfoque errado à utilização do plano de negócios.

CONCURSOS DE PLANO DE NEGÓCIOS

Hoje, os concursos de plano de negócios vêm se manifestando nas universidades americanas, onde se ensina empreendedorismo para alunos de graduação e pós-graduação (como os cursos de MBA - Máster in Business Administration). São promovidas pela própria universidade, com o apoio de instituições, incubadoras de empresas, bancos de investimentos, entre outros. A principal motivação são prêmios em dinheiro para os melhores planos de negócios. Esses alunos selecionados têm um tempo determinado para desenvolver o plano de negócios de uma star-up e submetê-la à avaliação de especialistas no assunto. Além de apresentar o plano escrito, os alunos pré-selecionados devem também efetuar uma apresentação oral dentro dos critérios estabelecidos, para a banca julgar quais sairão vencedores.

Um exemplo notório de concursos de plano de negócios dos EUA é o do MIT (Massachusetts Institute of Technology), que premia os melhores planos com 50.000 dólares para a criação da empresa. Outros exemplos: Babson College Business Plan Competition (é o concurso da mais renomada escola de empreendedorismo dos EUA); Harvard Business School Business Plan Competition (Toda equipe participante deve ter pelo menos um aluno da Harvard Business School; Oxford University Business Plan Competition (aberto a qualquer estudante), etc...

No Brasil, alguns concursos destinados a estudantes de administração, engenharia, ciências da computação e negócios da internet, já estão em processo, por exemplo: Concurso do Instituto E-cobra para plano de negócios de empresas de internet (a primeira versão teve mais de 10.000 inscritos e recebeu mais de 700 planos de negócios); Concurso nacional de plano de negócios para estudantes de administração, promovido pela FENEAD - Federação Nacional de Estudantes de Administração; Concurso Engenheiro Empreendedor, da UFSC, entre outros.

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