Curso de Umbanda - Marola do Mar



Curso de Umbanda

PONTO DE VISTA

    Não gosto de ouvir nem ler sobre Umbanda branca, Umbanda que só fáz o bem, e tantos outros nomes que damos a nossa religião. Sou tradicionalista, e sigo a Umbanda, sem denominações, chega de dar nomes, isto já é quase insuportável por parte dos que não são umbandistas , e gostam de criticar-nos, mas que sabemos que eles também , tem seu pé, na espiritualidade, não importando a religião, só que quando "dá dor de barriga", são as benzedeiras, macumbeiros, rezadores, feiticeiros, todos estes nomes que dão no pejorativo, que vão buscar para resolver seus problemas de ordem imediata, a estas pessoas , só posso dizer que são uns órfãos de religião, que pena, e cabe a nós dentro de nossa espiritualidade atende-los, e não entende-los, pois se tentarmos, nosso lado mais racional, talvez fechasse as portas para eles, mas isto não é caridade , e nem é isso que aprendemos e usamos no nosso dia a dia. Então chega de denominações por parte de quem quer que seja, principalmente de nós umbandistas de mente e coração, não pode haver , dentro de nossa religião este tipo de procedimento. Somos umbandistas, acreditamos na espiritualidade, e acima de tudo, em nosso Pai Maior, que nos deu o discernimento da escolha e da razão.

    Não concordo com vários tipos de trabalhos que  existem por ai, cheios de novidades, cheios de coisas que nunca ouvi falar, não acredito na santidade que algumas pessoas afirmam, pois nossos guardiães, em minha opinião são o que são, e pronto, evoluirão de acordo com suas ações, dizer que exu não bebe, não fuma, etc, em minha opinião é reprimir  toda potencialidade que eles tem, e não deixá-los trabalhar de sua forma mais natural. Aos que pensam e agem diferente de mim, só posso dizer que respeito , pois muitos dizem não fazer determinadas coisas , como amarrações, corte, etc..., mas as escondidas fazem e justificam que são casos raros, que só fazem em situações extraordinária, quem dera fosse assim, mal sabem que enganam a si mesmo, e perdem sua credibilidade aos poucos.

    Então, digo, vamos nos respeitar mutuamente, cada um segue o que quer, e faz o que sua consciência manda, e também o que aprendeu. Se usarmos o bom senso, seguiremos nossas vidas sem as criticas aos outros, deixando cada qual com seu direito de agir e atuar, somos uma mescla de muitas religiões , raças, costumes, o que é certo para um é errado para outros, como sempre digo, o que é bom, guardamos, o que não nos cabe deixamos de lado. Sou favorável a uma umbanda simples e pé no chão, como sempre disse, sem com isso dizer que precisamos ser ignorantes, temos o dever de crescer, sempre ligados em tudo, não para critica, mas para saber a hora de puxar o freio de mão, pois as vezes, os exemplos dos outros nos faz parar e repensar, pois estamos aprendendo todos os dias, espero continuar aprendendo, pois sou muito grata, pelo que a espiritualidade me dá todos  os dias.

Hoje, temos a maravilhosa e fantástica mistura de todos os elementos que compõem a miscigenação brasileira, onde até orientais são pais e mães-de-santo!

Portanto, a Umbanda não pode ser tão africanizada, como vemos na maioria dos Terreiros bem como nas pessoas que escrevem a respeito. Sem dúvida, como laguyém já escreveu, há preconceito dentro da própria religião 

Afinal de contas, não é isso que lemos nos anais de 100 anos atrás. Basta pesquisar as palavras do Caboclo das Sete Encruzilhadas. Os Caboclos e Pretos Velhos viriam para dar suporte aos pobres e deserdados, pois o Kardecismo no Brasil era mais aplicado nas classes letradas (o que a gente ainda vê nos dias de hoje). Basta dizer que ate eu tenho dificuldades em entender os escritos da venerável Joana de Angelis.

 

Por outro lado, já visitei vários Terreiros onde o trabalho se simplificou bastante, deixando de lado tantos rituais e, mais importante, facilitando o acesso das pessoas à Espiritualidade Superior e ao entendimento das vidas sucessivas e da necessidade de melhorar-se. Que é exatamente o que o Caboclo das Sete Encruzilhadas e equipe espiritual nos trouxeram.

 Precisamos mudar nossos comportamentos, deixar as lendas de lado e entender como nós e a sociedade em que vivemos, já evoluímos tanto. Chego até à heresia de dizer: quanta promiscuidade nesses deuses! Onde ficaria a moral que tanto nos esforçamos para construir? Nós simplesmente não podemos aceitar isso mais.

    Respeitemos, pois, a diversidade e continuemos em nossa marcha evolutiva.

ORAÇÃO E UMBANDA

Sabemos que por sermos médiuns, todos têm condições, dentro do grau de desenvolvimento particular de cada um, conseguir, mais ou menos efetivamente, manter comunicações (incorporações é um tipo de

comunicação) com os espíritos desencarnados (Entidades ou Guias espirituais, nada são mais que espíritos desencarnados, apenas que perfeitamente identificados na doutrina de Umbanda). Uma das maneiras de conseguirmos essas comunicações, ainda que, na maioria das vezes unilateral, é a oração.

O que é a oração? Uma cantilena decorada? Um texto considerado poderoso? Uma conversa particular com nossos ícones espirituais? Creio que quem respondeu a 1º acertou! Da mesma forma que quem

respondeu a 2º ou quem respondeu à 3º proposição também acertaram. Ah! Alguém conhece outras maneiras de se fazer uma oração?!!!  Então acertou também que as utiliza.

Oração é a nossa própria intenção ou aceitação. Seja ela conhecida, criada na hora, ou, a nós passada, por outras pessoas como extremamente poderosa. Ela é o caminho para a comunicação. 

A Umbanda é uma religião que prima pelo uso das orações. Quaisquer que sejam! Não podemos afiançar que esta ou aquela oração seja exclusiva de Umbanda, mas, podemos afirmar que todas serão bem

vindas. Mais uma vez se vê a doutrina influenciando na aplicação da prática específica.

Já vi casas de Umbanda, que começavam as sessões cantando durante pelo menos duas horas uma ladainha. Aquelas mesmas que nossos bisavós, católicos, faziam e, que só ficamos sabendo que existiam,

através das histórias nos natais em famílias.

Conheci outras casas que iniciavam suas sessões com pontos de abertura cantados em idioma Yorubá para saudar os Orixás e outras que os saudavam em língua portuguesa. Nos entenderiam melhor de que

maneira? Em Ioruba ou em Português? Será que nos entenderiam em Inglês? Creio que sim, apesar de que também entendo, e creio ser imprescindível, que se siga, fielmente, a doutrina da casa afim de

não criar constrangimentos e desconfortos com o restante do corpo mediúnico e até mesmo com o chefe da casa ao querermos impor uma filosofia, apenas porque cremos que ela também será aceita e

contemplada com o mesmo amor pelos nossos Orixás e Entidades. Caramba! Exclamariam alguns de nossos irmãos, fora de nossas crenças e, até mesmo alguns, dentro delas!

É muito difícil ser ou entender estes Umbandistas! Diriam eles! Mas não! Não é tão difícil assim se tivermos antes de qualquer outro sentimento o da humildade, simplicidade e boa vontade. Quando esses

sentimentos se unem a Umbanda, ainda que nem pensemos nisso, cresce, evolui, nós evoluímos, as Entidades evoluem, mas nem fizemos nada não é mesmo? Nossos nomes não aparecerão nos holofotes da história. Não demos nossa contribuição para que no futuro a Umbanda venha a ser a religião do Brasil, quem sabe do mundo, não é mesmo? É verdade! Não! Não é verdade, é mentira! Demos nossa contribuição sim. Aliás, foi só o que fizemos, pois é só isso que esperam de nós! Não temos outra coisa a fazer, nossa contribuição é essa, somos apenas intermediários, médiuns, construtores sim, mas, de nossos

próprios caminhos, quem constrói os caminhos da vida e das elevações de todos nós são eles, as Entidades, os Orixás. Um dia quando todos entendermos isso, talvez não se tenha mais tantas doutrinas

diferentes ou que, pelo menos, sendo diferentes, tenham pontos firmes de contato entre suas liturgias.

Que esse dia não esteja longe!

A fé e seu poder

Analisando a trajetória evolutiva identificamos o homem a caminhar dentro de horizontes e arrastando-os na seqüência existencial através das raízes em heranças. O que vai contribuir para que se liberte desses atavismos, será o conhecimento, permitindo este que cada um se analise, escolha e trace os caminhos da própria libertação.

Sob essas reflexões, teve o homem sempre a oportunidade de escolher caminhos?

Após a instalação do Cristianismo como religião oficial, com o predomínio da vida religiosa sobre as demais formas sociais, e, sobretudo, com a concentração do campo espiritual nos conventos e seminários, durante a Idade Média principalmente, o comum nas questões da fé, é a imposição dos pontos considerados de fundamental interesse ao pensamento humano e que devem ser aceitos como dogma de fé, incontestáveis, proibidos de serem discutidos, não se admitindo não só refutações como também simples trocas de idéias sobre os mesmos. A autoridade de quem dita o dogma é absoluta, infalível, definitiva e todo cristão deve acatá-la como expressão autêntica da verdade revelada.

Fé é chamada de virtude teologal, isto é, qualidade essencial para salvação e como tal deve-se aceitá-la, não importando o modo como se viva. Basta ter fé.

A vigência de tal estado, vem desaguar mais ou menos no século XVIII e se afirma em dois grandes movimentos: o materialismo, anterior ao Cristianismo, mas que se acentua por rejeitar a salvação pela fé. Na outra opção, firma-se a fé cega, que nada examina, tudo aceita, sectária, fanática e passiva.

Esse panorama no início do século XIX mescla-se ao lado das contestações nascentes, dos raciocínios que acirravam discussões em verdadeira oposição ao dogma. Lógica, razão, observação e experimentação vão caracterizar o pensamento da época. Questionam, buscam, refutam. Nesse clima, em face à tantas controvérsias, principalmente frente aos efeitos físicos que imperam, uma mente lúcida, personificada pelo professor Rivail procura a Verdade. Não o faz, nem dentro do materialismo, em nem na fé cega. Busca estudar através do campo científico. Aplica o método da experimentação: sem teorias pré concebidas observa, compara, deduz. Dos efeitos procura causas. Encadeia os fatos e só admite uma explicação como válida quando resolve ela todas as dificuldades de uma questão.

O conteúdo espírita, advindo dessa busca "(...) não pretende forçar convicção alguma, mas tão somente oferecer uma base racional de crença espiritual dos que não podem tê-la por não aceitarem as formas existentes (...)" 1

Tal afirmação é lógica, uma vez que a evolução vai fazendo com que as criaturas superem propostas ingênuas na procura de princípios mais claros na fé que esclarece satisfazendo a razão.

Como então, fé é entendida?

O vocábulo possui várias significações: pode ser entendido como crença, confiança, crédito, preceitos desta ou daquela religião ou fé pura, isto é, aquela que não diz respeito a nenhuma forma de crença ou seita em especial, mas que se traduz por segurança absoluta quanto ao que diz respeito à existência de um ser superior, Deus, sua justiça e misericórdia.

Seria esta a mais sublime como também a mais difícil de ser encontrada, pois se estabelece sob bagagem que fala de aprimoramento passado.

Ter fé nesse sentido, é ter convicções, certezas que ultrapassam o âmbito de uma sigla religiosa e que leva a que se vençam barreiras, porque não se sente sozinha, sabe por onde, porque e para onde caminha, repousada a sensibilidade em alegria íntima. Traduz certeza na Providência, confiança que leva a posicionar-se diante das lutas e conflitos com tranqüilidade e luz no coração.

Crer e ter fé, nesse caso, são a mesma coisa?

Não. Acreditar é expressão de crença, dentro da qual os legítimos valores da fé se encontram embrionários. O indivíduo admite sem exame, afirmações absurdas ou não, propostas estranhas ou dogmas. Age só pelo sentimento, no qual aceita sem verificação tanto o verdadeiro como o falso. Levada ao excesso, conduz ao fanatismo. No oposto, pode abolir o sentimento e só usar a razão. Encontrará fantasmas impiedosos que podem levar à negação, à obstinação e ao crime.

Na realidade, desenvolver fé, é alcançar a possibilidade de não mais dizer eu creio, mas afirmar eu sei, com todos os valores da razão e do sentimento.

Essa fé – eu sei – não caminha sozinha e ao exercer-se, desenvolve outros aspectos, considerados estes como virtudes uma vez que essa fé não existe sem a paciência, esperança, humildade, persistência, sem o entendimento racional, daquele que crendo, sabe.

Como efeito, teremos um homem desperto nos sentimentos nobres; torna-se empolgante; traduz certezas, exprime confiança na disposição sadia daquele que entendendo, confia, trabalha e aguarda.

Fé – razão e sentimento, tríade inseparável em que um vivifica o outro e a união dos três abre ao pensamento campo de certezas no qual a vida se harmoniza.

Quais os efeitos dessa forma de fé?

Diante dos perigos e turbulências, o homem assim convicto, age, faz a sua parte, permanece em equilíbrio e aguarda respostas atento para identificá-las, não no sentido do que quer que se realize, mas conforme a necessidade que atenderá. Torna-se robusto e forte nas atitudes. O conhecimento do mundo invisível, a confiança numa lei superior de Justiça e progresso, propiciam calma e segurança.

"(...) Efetivamente, que poderemos temer, quando sabemos que a vida é imortal e quando, após os cuidados e consumições da vida, além da noite sombria em que tudo parece afundar-se, vemos despontar a suave claridade dos dias infindáveis? (...)" 2

Para que tal estágio seja alcançado a base tem que ser sólida amparada no livre exame e liberdade de pensamento, na observação direta das leis naturais, reguladoras estas de todos os fenômenos. Este é o caráter da fé espírita: decorre do exame racional dos fatos em perfeita consonância com as leis que regem a Vida.

Como adquirir essa forma de fé?

Não é conquista que se estabelece de uma hora para outra. É ação individual no tempo, nas experiências vivenciadas em reflexões lógicas das causas, oração, meditação para discernir e acertar. Em gérmen, está presente em todos os seres; é inata a aguardar o esforço de cada um para crescer e fazer sentir sua ação.

No Espiritismo, é entendida como uma faculdade natural da alma. A semelhança do Amor, também contido em gérmen, cultivado à luz da razão, desenvolve-se da mesma forma que as outras faculdades. Naqueles em que já se apresenta espontânea, atestam sinais de progresso anterior, no qual já creram compreendendo, trazendo ao renascer a intuição do conhecido.

Os que sentem dificuldades, que estão na luta da busca, no conflito, na dualidade do passado detido na fé cega que não mais satisfaz e abrindo-se a um futuro ainda não claro, buscar, pesquisar, raciocinar, comparar, compreender para que a inteligência lhe aponte a lógica de uma proposta.

A fé que não se assentar sob essas bases, impõem-se sobre uma das mais preciosas prerrogativas do homem: o raciocínio e o livre-arbítrio.

Fé raciocinada se apóia em fatos, na lógica que não deixa dúvida. Leva o homem a melhoria íntima em certezas que o direcionam para agir livremente sem medo de castigos, sem promessas, trocas ou dependências na fé raciocinada que "(...) pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade (...)" 3

Qual passagem evangélica é um exemplo do poder da fé?

Um certo pai procura Jesus para que lhe cure o filho obsedado, já que os discípulos não haviam conseguido faze-lo. Jesus pergunta:

"(...) — Há quanto tempo isto lhe sucede?

Desde a infância; mas se tu podes alguma coisa, tem compaixão de nós, e ajuda-nos.

Ao que lhe respondeu Jesus:

— Se podes! Tudo é possível ao que crê.

E imediatamente o pai do menino exclamou (com lágrimas): — Eu creio, ajuda-me na minha falta de fé (...)" 4

O texto passa esperança ao mesmo tempo que ensina que no campo íntimo, no sentimento, na estrutura moral, impossível é termo sem significação, aceito apenas por aqueles que desconhecem a força dos que tendo fé, crêem porque sabem.

Quando a crença, a fé nos pareça pouca, insuficiente, titubeante, surge a exclamação do Pai: "— (...) Creio Senhor! Ajuda-me na minha pouca fé (...)" 4

Exterioriza-se ainda nessa passagem as características da fé verdadeira: o filho sofria desde a infância e não há desânimo; há persistência, humildade, pois leva primeiro aos discípulos e só depois procura Jesus; não perde a esperança, não desanima, não se entrega. Mantém a atitude de certeza na busca do bem para o outro, atitudes enfim, corajosas, que no seu todo davam-lhe forças para prosseguir buscando sem desequilíbrios ou descontrole.

"(...) A fé é o maior tesouro da alma (...)." 5 Sem ela nenhum sentimento generoso, caridade ou amor poderá habitar, crescer e florescer na alma humana, uma vez que não há a certeza que gera a esperança para alcançar. Analisando, o valente pai da parábola não sente dificuldade, procura, busca, entende, tem objetivos, desvincula-se de si, busca o melhor reflete, aceita, recomeça e encaminha-se para Deus.

"(...) Eu repito: a fé humana e divina, se todos os encarnados estivessem bem persuadidos da força que têm em si, se quisessem colocar sua vontade a serviço dessa força, seriam capazes de realizar o que, até o presente, chamou-se de prodígios, e que não é senão, o desenvolvimento das faculdades humanas (...)" 3

Conclui-se que sendo inata, aguarda pelo trabalho de cada um consigo, para que crescendo, clareie e fortaleça a alma como mensagem de Deus libertando as criaturas. 

A Umbanda e a arte de se comunicar

A dinâmica da vida, por vezes nos engana, fazendo com que demos importância aos grandiosos prodígios, ou aos grandes acontecimentos, parecendo que estes são sinais que nos querem comunicar algo, mas a Providência Divina sorrateiramente no dia - a – dia, nos chama à realidade, fazendo de uma maneira ou de outra entendermos que a importância reside nas pequenas coisas.

No planejamento reencarnatório, nossos benfeitores nos alertam, que nosso sucesso virá principalmente da maneira como nos comportaremos frente aos outros , a mesma palavra que conforta e alivia, poderá ser usada para criticar e ferir.

Misericordiosamente, nos deu a Umbanda, na roupagem fluídica de Caboclo, Preto Velho, Criança, Guias e Orixás, nos comunicando que aí estariam os verdadeiros exemplos, de força e humildade, serenidade e sapiência, carinho e amor.

A retórica desses abnegados espíritos, nos inspira Suas qualidades, procuram germinar em nós um pouquinho Deles mesmos, mesmo que no fim achemos que o mérito é todo nosso. Não nos lembramos que foi a palavra de uma Entidade, seja ela guia ou Orixá, que nos amparou no momento mais inquietante e que deste momento em diante é que tivemos força, para refletimos e crescermos.

Na família, no trabalho, no templo, a Inteligência Suprema nos coloca, para interagir com pessoas, que nos causem antipatia, ou amizade, para contribuirmos positivamente, por vezes, esquecemos disso, e não tratamos bem àquele que nos é menos afim, evitamos até conversar, desperdiçando a oportunidade que nossos benfeitores nos deram para sermos melhores.

Como Chico Xavier em uma de suas psicografias escreveu “... Seu trato pessoal com os outros esclarece até que ponto você progrediu...” roguemos á nosso amado Mestre que saibamos respeitar as diferenças, assim como ele as idealizou, num infinito mosaico, multicolorido, que apesar de nunca existir, uma peça igual à outra, são perfeitas, pois estão onde deveriam estar.

Paz, saúde, alegria, harmonia e muito boas energias!

O que é uma Tenda de Umbanda.?

É o nosso lar espiritual.

É um reencontro de espíritos encarnados e desencarnados.

Inclinamo-nos para esta ou para aquela Tenda na proporção de nossa afinidade espiritual e de nossa ligação espiritual com os irmãos que dela fazem parte.

Toda Tenda de Umbanda, , tem a sua luz espiritual e a sua vibração.

Ela preparada e alimentada por grupos de espíritos das mais diversas origens e com finalidades distintas.

A Tenda de Umbanda é o local adequado para que as Entidades possam vir prestar o seu trabalho.

A nossa casa é a nossa casa.

Não é o local apropriado para a realização de trabalhos espirituais.

Aqueles que assim procedem não sabem o que lhes está reservado para o futuro uma vez que durante a realização de uma sessão na irradiação da Lei de Umbanda surgem as mais variadas formas de vibrações.

Pontos Vibracionais do Terreiro

Os Pontos Vibracionais são, toda e qualquer forma material de magnetização, em determinado local, de freqüências adequadas à proteção do ambiente.

Se dividem em três grandes grupos, à saber: Internos , Externos e Defesa.

I – Externos

1. Tronqueira.

Firmeza para o Exu guardião da casa, chamado por nós de Exu da Porteira, embora seu nome verdadeiro só seja conhecido pela hierarquia mais alta da casa.

2. Ogum de Ronda

Assentamento de Ogum de Ronda. Junto com a tronqueira, são destinados a barrar fora do terreiro as influências espirituais negativas.

3. “Casa dos Exus”

É o local destinado aos assentamentos dos Exus dos Médiuns, e das oferendas feitas aos mesmos. Assim como na “Casa dos Orixás”, o médium deve manter uma atitude de extremo respeito, falando apenas o estritamente necessário e trajando seu uniforme, quando lá entrar.

4. “Casa de Obaluaiê”

Assentamento de Obaluaiê

5. Cruzeiro das Almas

Local destinado às oferendas aos Pretos Velhos, e onde são acesas as velas para os desencarnados. Onde deixamos as velas da prece dos desencarnados.

6. Anjo da Guarda

Local onde as pessoas acendem as velas aos anjos-de-guarda.

7. Quartinha de Oxalá

Fica acima da porta, que fica ao lado do anjo de guarda. Representa um ponto de atração de energias positivas vindas de Oxalá, e que são irradiadas a todos os que passem.

8. “Casa” do Caboclo (Ventania de Aruanda, fundador do nosso centro)

Local onde é Homenageado o Caboclo Fundador da casa, e onde são acesas velas para os demais caboclos.

9. Cozinha

Onde são feitas as comidas a serem ofertadas aos orixás. Quando a cozinha estiver sendo usada com esta finalidade, nenhum médium deve entrar sem autorização. O médium se convidado a ajudar, deve manter uma atitude de extremo respeito, falando apenas o estritamente necessário e trajando seu uniforme, e OJÁ (pano na cabeça) quando lá entrar. Os médiuns que estiverem próximos devem falar baixo e só se dirigir ao médiuns que estão na cozinha se estritamente necessário. Antes de começar a ser utilizada com fins religiosos uma vela deve ser acendida junto a um copo d’água na cozinha em local apropriado a este fim.

II – Internos

É toda aquela que é feita no interior do recinto de trabalho:

1. Centro do terreiro, no chão

2. Ariaxé (No nosso caso Iansã) ao centro do terreiro, no alto.

Estes dois juntos formam a coluna energética do terreiro.

3. Gongá

Altar dos Orixás, onde ficam os otás, e elementos litúrgicos, oferendas dos mesmos, imagens, etc...

4. Sob o Gongá (Pára-Raio)

Local para descargas de energias negativas que possam ocorrer durante as sessões. Consiste de diversos elementos protegidos, encimados por uma barra de aço que atravessa uma tábua com um ponto riscado de descarga. No pára-raio é onde descarregamos o bastão utilizado na limpeza de aura.

5. Atabaques.

6. “Casa dos Orixás”

É um local de alta vibração, onde ficam os assentamentos de Orixá dos médiuns, e onde às vezes também ficam oferendas. O médium deve manter uma atitude de extremo respeito, falando apenas o estritamente necessário e trajando seu uniforme, quando lá entrar.

III - Defesa

Para evitar interferência espiritual de visitantes mal intencionados, invasores, etc. Estes estão colocados em vários locais do centro espírita, sendo de conhecimento apenas da hierarquia mais alta da casa.

Você Entendeu?

Ficou alguma dúvida?

Se ficou, esclareça, o objetivo é fazer você entender.

Conhecendo os elementos utilizados na prática dos Terreiros de Umbanda

Defumação - Ato de purificar o ser, o objeto e o ambiente, através da fumaça. É o ato de expulsar o negativo, através de aromas, ou seja, das essências (ervas: alecrim, benjoim, incenso e outras), de acordo com a necessidade da utilização.

A defumação é uma prática antiquíssima de todas as religiões e de todos os povos.

A defumação tem sempre caráter expulsatório (exorcístico) de espíritos. O emprego sistemático da fumaça deve ser reminiscência indígena.

Entre todas as tribos da raça Tupi, o Tabaco é considerado como planta sagrada.

O segredo e a utilização desses elementos por parte de nossas entidades, do uso do cachimbo, do charuto e do cigarro nos trabalhos, defumando e não como vício, como soprar a fumaça, são variados, dependendo do caso em questão.

Atuação do Defumador

1ª. - A   essência  do  defumador, desfazendo-se  no  ambiente, isto é, misturando-se  com o éter atmosférico, vai ser sentido pelos espíritos;

2ª  -  Seu aroma desperta alguns centros nervosos dos médiuns, fazendo esses centros vibrarem de acordo com as irradiações fluídas da Entidade.

Fogo - Utilizado para acender defumadores, charuto, cachimbo, cigarro e pólvora, bem como para cozinhar as comidas oferecidas às Entidades. Associado nos ritos de magia e religião como afastador de

espíritos ruins e dos males. O fogo da pólvora (tuia) produz o estouro e a fumaça para que expulse a negatividade, rompendo o campo magnético.

Velas - Vieram para a Umbanda por influência do Catolicismo. Iluminadas, são ponto de convergência para que o umbandista fixe sua atenção e possa assim fazer sua rogação ou agradecimento ao espírito

ou Orixá a quem dedicou. Ao iluminá-las, homenageia-se, reforçando uma energia que liga, de

certa forma, o corpo ao espírito.

Água - Sua utilidade é variada. Serve para os banhos de amacis, para cozinhar, para lavar as guias, para descarregar os maus fluídos, para o batismo. Dependendo de sua procedência ( mares, rios, chuvas

e poços), terá um emprego diferente nas obrigações. A água poderá concentrar uma vibração positiva ou negativa, dependendo do seu emprego.

Ponto Riscado - Se não houvesse o segredo, para que então o ponto riscado ? Cada ponto, seja de Caboclo, do Preto Velho ou do Exu, tem uma interpretação, podendo identificar aquele que o risca, podendo caracterizar a natureza do trabalho.

Concentração - É ter a mente fixada sobre um objeto.

Meditação - É uma corrente contínua de pensamentos a respeito desses objetos.

Bater Cabeça - O médium da Casa, em respeito às firmezas dos Orixás, deita-se de barriga pra baixo em frente a ele (Gongá) a fim de pedir proteção.

Gongá - Altar dos Orixás, onde ficam os símbolos, otás, fetiches, comidas dos mesmos, imagens, etc...

Sineta Litúrgica ou Adejá - É um instrumento chegada de entidades. Deve ser utilizada e consagrada em momentos apropriados somente por pessoas capacitadas para tal, devendo ser guardado no Gongá.

Otá - Pedra ou pedaço de metal, axé do Orixá (onde se fixa a força mágica do Orixá). O otá tem vida; somente assim é um otá.

Preceito - Normas, proibições e recomendações relativas ao culto.

Bebidas - Na Umbanda, bebem os médiuns irmanados com seus Guias espirituais, na certeza de que confraternizam bridando com seus coetés (cuias), invocando os poderes do Deus Onipotente na sua Corte

Celestial com os Ministros (Orixás).

Penacho e Cocares - Os guias não precisam deles para demonstrar sua condição de representantes do Orixá, entretanto, para melhor tomarem contato com a Terra, uma vez que sentem saudades, muitas vezes, da sua permanência neste Planeta, como antes encarnados que o foram, bem como, para dar cunho de materialidade nos seus trabalhos.

Charutos, Cachimbos e Cigarros - O segredo e a utilização, desses elementos por parte de nossas entidades, o modo como a fumaça é dirigida (magia) tem o seu eró (segredo) e não é como muitos

utilizam, para alimentar a vaidade, o vício e a ignorância.

Pemba - A força esotérica da Escrita astral, na Umbanda é feita pela Pemba (giz oval - forma cônica), que tem o poder de abrir e fechar trabalhos de magia, e de purificar, quando em forma de pó é lançada

ao ar no ambiente em que se utiliza.

A PEMBA

A Pemba é um giz de formato cônico. Sua origem é africana, sendo o seu uso de grande importância nos rituais afro-brasileiros. Para muitos, a verdadeira Pemba é originaria de Lagos ou Kaluandê, onde extraem um pó de determinada pedra. Depois esse pó é passado pelas batedeiras, que são virgens.

Durante todo esse trabalho, cantam o Imbo, para consagrar as Pembas. A Pemba depois de confeccionada e seca, era enrolada em folha de bananeira. Posteriormente é a Pemba exportada para a Bahia, onde a

embalagem é substituída por papel. O emprego do pó ou da Pemba é de grande eficácia como magia, isso

porque raramente deixa marcas ou sinais, principalmente para aqueles que não acreditam ou não tem conhecimento de seu uso como poder mágico. É através da Pemba que são riscados os pontos, que são sinais para o campo astral, é a escrita astral.

A Pemba é um instrumento muito poderoso, pois necessitamos dela para dar nossos sinais, pedir proteção, abrir ou fechar trabalhos, etc...

Pergunta: – O que é a pemba e para que serve?

PAI VELHO – Pemba era um giz de fabricação especial, obtido através de um rito ou cerimônia. Passava de geração a geração e servia para grafar determinados sinais cabalísticos ou mágicos, com as mais

diferentes significações, os quais variavam desde o nome da entidade que os firmava até às ordens astrais, envolvendo as mais diversas classes de entidades. De modo geral, porém, os sinais riscados pela

pemba eram para uso de magia.

Pergunta: – Qual é o verdadeiro valor oculto, ou de imantação, da pemba?

PAI VELHO – Nenhum, pois o valor e a finalidade não estão no giz, e sim nos sinais grafados. O giz comum serve perfeitamente para o fim a que se destina: é inclusive mais barato e econômico.

    A grande quantidade de pembas preconizadas para esse ou aquele fim é pura especulação comercial, sem o mínimo valor cerimonial ou oculto. Risca-se ponto demais. Com pembas ditas de Angola, do Congo, da Costa e de Moçambique. Os pontos autênticos das verdadeiras entidades são raros.

    Sabendo que a magia não está na pemba e sim nos sinais que a entidade firmou, vamos apreciar o assunto em seus menores detalhes.

    O Ponto Riscado, ou a Grafia do Orixá, é uma ordem escrita a uma série de entidades, desde os espíritos da natureza aos Exus e até a espíritos sensíveis às figuras geométricas.

    O ponto completo obedece a sete sinais positivos que o identificam:

1.    a que vibração primordial-forma pertence a entidade: caboclo,

preto-velho ou criança;

2.    a que linha  pertence, dentro das sete fundamentais;

3.    falange ou subfalange, bem como o grau hierárquico dentro dos

três planos de manifestação: Plano do Orixá, do Guia ou do Protetor;

4.    planeta regente e signo zodiacal;

5.    cor fluídica esotérica;

6.    elemento que manipula, figura geométrica, corrente cósmica e

metal correspondente;

7.    entidades que comanda, quer as chamadas naturais, humanos ou

não e artificiais.

     Além desses sinais positivos existem os negativos, ocultos.     O ponto riscado é a própria história da entidade e dos auxiliares que a acompanham em seus trabalhos. É através dele que também podem ser efetuadas todas as fixações de magia, as ordens a uma série infindável de espíritos, obedecidas religiosamente. Traçado de pemba é coisa muito séria e pode, inclusive, pela leviandade de se riscar pontos sem o mínimo conhecimento, desencadear as mais imprevisíveis forças, às vezes com conseqüências irremediáveis.

    A questão dos pontos é tão importante que todos têm nas palmas das mãos o selo dos Orixás responsáveis pelos destinos de cada um, como dizem os estudiosos da Quiromancia.

(Serões de Pai Velho - Roger Feraudy )

    A pemba é objeto permanente nos ritos africanos mais antigos que se conhece fabricada com o pó extraído dos Montes Brancos KABANDA e água do Rio Divino U SIL,é empregada em todo os ritos e

cerimônias,festas , reuniões ou solenidades africanas.

    Nas tribos de Umbanda, Bacongo e Congos, é usada a pemba sob todos os pretextos quando é declarada a guerra.Os chefes esfregam o corpo todo com a pemba para vencer os inimigos por ocasião dos casamentos, os noivos são pelos padrinhos esfregados com a pemba para que sejam felizes o negociante que quer conseguir um bom negócio esfrega um pouco de pemba nas mãos em questões de amor então, bem grande é a influência da pemba, usando-a as jovens como se fosse o pó de arroz, porque dizem traz felicidade no amor e atrai  aquele a quem se deseja.

    Contam as Lendas das Tribos Africanas o seguinte sobre a pemba. M.Pemba era o nome de uma gentil filha do SOBA LI-U-THAB .Soba , poderoso dono de grande região e exercendo a sua autoridade sobre um grande número de tribos. M.Pemba estava destinada a ser conservada virgem para ser ofertada as divindades da tribo, acontece porém que um jovem estrangeiro  audaz conseguiu penetrar nos sertões da

África, e se enamorou perdidamente de M Pemba.M.Pemba por sua vez, correspondeu fervorosamente à este amor e durante algum tempo gozaram as delícias que estão reservadas aos que se amam. Porém não

há bem que sempre dure,o Sobá poderoso foi sabedor deste amor e numa noite de Luar mandou degolar o jovem estrangeiro e mandou que jogassem seu corpo no Rio Sagrado U SIL, para que os crocodilos o

devorassem. Não se pode descrever o desespero de M.Pemba e para prova de sua dor esfregava todas as manhãs o seu corpo e rosto com o pó extraído dos Montes Brancos Kabanda e a noite para que seu pai

não soubesse dessa sua demonstração de pesar pela morte de seu amante, lavava-se nas margens do rio divino. Assim fez durante algum tempo, porém,um dia  as pessoas de sua tribo e que sabiam desta

paixão e que assistiam ao seu banho,viram com assombro que ela elevásse no espaço ficando em seu lugar uma grande quantidade de massa branca lembrando um tubo. Apavorados correram a contar ao Soba o que viram, este, desesperado quis mandar degolar à todos, porém, como eles houvessem passado o pó nas mãos e corpo deixados por ela no rio, notaram que a cólera do Sobá esvaía-se e tornando-se bom não castigando seus servos. Começou a correr a fama das qualidades milagrosas da massa deixada por M.Pemba e com o nome simples de pemba atravessou esta, muitas gerações chegando até nossos dias

prestando grandes benefícios aqueles que dela tem-se utilizado.

Prece - É uma evocação por meio da qual colocamos nossos pensamentos em relação ao ente e Entidade a que nos dirigimos. Pode ser pensada ou mentalizada, falada ou cantada.

Obrigação - É um dever, um compromisso com as Entidades. Implica na presença do Sacerdote, que com sua força espiritual, com o conhecimento do ritual e do material a ser aplicado na obrigação,

estabelece o elo, o canal entre o filho e as forças espirituais.

Oferenda - É um ato livre que qualquer pessoa pode fazer, desde que tenha conhecimento do que poderá oferecer à Entidade.

Corimbas ou curimbas - São cânticos invocando as Entidades, marcando o início de sua incorporação ou desincorporação, para criar formas mágicas para determinados trabalhos, para abrir e fechar sessões no Terreiro, parar pedir forças espirituais, para afastar espíritos maus, para pedir maleme (perdão) e outras diversas finalidades.

Atabaques - Eles servem para manter o ambiente sob uma vibração homogênea e fazer com que todos os médiuns permaneçam em vibração (danças, aceleração do médium, principalmente em desenvolvimento).

Paó (3 palmas lentas) - Utilizado para pedir permissão para entrar, saudar e licença.

Bater com as pontas dos dedos, no chão - Da mão esquerda: Saudando os caminhos de Exu; da mão direita: Saudando, homenageando e pedindo licença ao local.

Guias (fios de contas) - É um colar ritual de miçangas, contas de cristal, de louça, de frutos pequenos, construídos de acordo com a Entidade, que designa também a cor de sua preferência. Podem ter

pequenos objetos presos a eles. A Guia (fio) de Exu é colocado no pulso do braço esquerdo, nunca passando pela cabeça do umbandista.

Vestimenta

Roupa Branca (Roupa de Santo) - É a vestimenta para a qual devemos dispensar muito carinho e cuidado, idênticos ao que temos para com nossos Orixás e Guias. As roupas devem ser conservadas limpas, bem cuidadas, assim como as guias (fios de contas), não se admitindo que um médium, após seus trabalhos, deixe suas roupas e guias no Terreiro, esquecidas. Quando a roupa fica velha, estragada, jamais o médium deverá dar ou jogar fora. Ela deverá ser despachada no mar, juntamente com uma pequena imantação (oferenda) para o Orixá ou Entidade a que pertencer. Fica claro que é obrigatório seu despacho, pois trata-se de um instrumento de trabalho do médium.

Toalha Branca (Pano da Costa) - Trata-se de um pano branco em formato de toalha (retangular), podendo ser contornado ou não com renda, fino ou grosso, de tamanho aproximado de 0,50 x 0,76 m.

No caso dos homens, é pendurado do lado esquerdo, no ombro ou na cintura e no caso das mulheres, por cima dos ombros ou na cintura, do lado direito. É utilizado para o médium bater cabeça.

Trabalhar descalço - O médium, sempre que possível, deve trabalhar descalço por uma questão de humildade e para facilitar a incorporação, bem como para haver melhor descarga dos fluídos nocivos, diretamente para a terra. Estando o médium calçado, estará isolado da terra, o que dificultará a eliminação dos fluídos nocivos (negativos), assimilados ao se transpor as encruzilhadas, cemitérios, hospitais, etc..., quando da vinda para o Terreiro.

Banhos de Descarga - São coisas sérias, requerendo atenção de quem os toma, bem como de quem os administra. É uma banho de flores, ervas ou essências. Cada um deles traz o seu magnetismo e a pessoa

vai absorvê-lo de modo que ao tomá-lo, elimina toda a influência negativa agregada a sua vibratória humana (corpo etérico). As ervas, de preferência, devem ser colhidas por pessoas capacitadas para tal, em horas e condições exigidas, entretanto, podem ser usadas também as adquiridas no comércio (frescas), desde que quem vá usá-las, as conheça. Poderão ser também preparados banhos de descarga, com rosas

brancas (banho neutro) e de efeito muito positivo, podendo ser tomado por qualquer pessoa sem afetar sua faixa vibratória. As essências também devem ser utilizadas com cuidado, pois contêm muita vibração, somente administradas por pessoas capacitadas.

Preparo - O melhor modo pelo qual obtemos uma maior imantação, seja ele com flores, ervas ou essências, é através do calor, da evaporação, isto no ritual da Umbanda. Colocamos numa panela a água

e a deixamos ferver. Quando estiver fervendo, apagamos o fogo. Então, colocamos as pétalas das flores, ervas ou essências, abafando e deixando em fusão para o devido cozimento por evaporação. No caso das flores e ervas, após o cozimento, coamos o mesmo num pano branco e guardamos os resíduos para serem despachados oportunamente.

Uso - O chacra mediúnico (frontal) e glândula (nuca) são os dois pontos que fecham a faixa vibratória mediúnica. Com elas, para o cérebro convergem as vibrações captadas, sendo razão indispensável

para que o banho seja derramado sobre a cabeça, pois daí parte todo comando do corpo, o que por outro lado acarretará prejuízo, quando mal aplicado (no caso das ervas e essências), caso este em que o magnetismo do banho não estiver em harmonia com a vibratória mediúnica da pessoa (Orixá de Coroa).

Passe - Os passes não fazem parte do corpo doutrinário do Espiritismo. Eles remontam aos mais remotos tempos e constituem recursos naturais, postos à disposição dos homens para as tarefas de socorro ao próximo. O Novo Testamento demonstra que Jesus e os Apóstolos utilizavam-se dos passes como recursos magnéticos curadores aliados a recursos espirituais, curando pela imposição das mãos ou pelo influxo das palavras de fé. Graças à sua feição de "Consolador Prometido", o Espiritismo, conserva e difunde essa modalidade de auxílio, a fim de atender uma infinita quantidade de pessoas que batem às portas dos Centros Espíritas, na esperança de cura ou de alívio.

O Passe é uma "transfusão de energias psicofísicas, operação de boa vontade, dentro da qual o companheiro do bem cede de si mesmo em benefício de outrem" (Emmanuel).

Para o êxito dessa operação, cabe ao médium passista buscar na prece o fio de ligação com os planos mais elevados da vida. Mágoas excessivas, paixões, desequilíbrio nervoso e inquietude, bem como alimentos inadequados e alcoólicos, são fatores que reduzem as possibilidades do passista e que, portanto, devem ser evitados. Aqueles que se consagram aos trabalhos de assistência aos enfermos através de passes, devem cultivar, além da humildade, boa vontade, pureza de fé, elevação de sentimentos e amor fraternal.

Nos processos patológicos orgânicos, os "passes" não dispensam os recursos da Medicina, devendo ser utilizados como complemento.

Entidades Espirituais - São espíritos de alta, média e baixa faixa vibratória, em ascensão evolutiva, ou não, no Plano Espiritual.

Guia (Entidade) - É o espírito de luz que procura guiar os homens, afastando-os do mau caminho, representando o Orixá de coroa de médium. Poderá ser um Caboclo ou um Preto Velho.

Protetor (Entidade) - É um espírito que passou  pela vida terrena e deseja obter mais luz, fazendo o bem e promovendo a paz entre os homens que vivem ainda no plano material. Poderá ser um Boiadeiro ou

Exu (macho e fêmea).

Egum - É um espírito sem luz, ou pouca luz, de um desencarnado.

Falanges - São grupamentos de espíritos que atuam no Plano Espiritual, recebendo a falange, o nome de seu chefe.

Legiões - O mesmo que Falanges, porém, espíritos em faixa evolutiva superior.

Linhas - O mesmo que Legião, porém, espíritos ou divindades que não necessitam mais de evolução espiritual.

Encruzilhada - Local onde se cruzam dois caminhos. Local onde se realiza o contato permanente de Exu com Ogum, que incumbe os Exus de suas tarefas, transmitindo-lhes as ordens superiores.

Cumprimento Ombro-a-Ombro - Quando um Guia cumprimenta um consulente ou um assistente com o bater de ombro, isto é sinal de igualdade, de fraternidade e grande amizade.

Macaia - Lugar de retiro, em plena mata, onde os médiuns vão descansar, refazendo suas forças psíquicas, no contato direto com a natureza e local nativo do "habitat" de Orixás. Ali se faz oferenda

aos Orixás daquele "habitat" (casa).

Pontos de Segurança - São os pontos que se riscam e cantam no início da Sessão. Têm por finalidade, como o próprio nome já diz, trazer segurança para os trabalhos daquela Sessão. Tais pontos impedem a

intromissão de espíritos maléficos. Sem tais pontos, os trabalhos realizados naquela Sessão ficariam nulos ou perderiam quase todo o efeito.

Sessão - Reunião dos adeptos da Umbanda para promoverem os seus desenvolvimentos espirituais, homenagem ou procura de curas de males materiais e espirituais.

Eledá - Orixá guardião da vida da pessoa.

Batismo - É realizado através da água, do fogo (vela), do sal, das ervas, da pemba e óleos sacramentais.

Amaci - São ervas frescas maceradas na água limpa (de cachoeiras, nascentes, etc...) que tem por finalidade a lavagem de cabeça em especial, para tranqüilizar a mente e intelecto de seus adeptos.

O amací, também conhecido como lavagem de cabeça (orí, coroa), tão utilizado na nossa liturgia, são banhos que se fazem durante a iniciação e desenvolvimento mediunico, Devido a este fato, limitar-me-ei apenas abordar o assunto a nível teórico, pois pode-se tornar nefasto, funesto realmente o uso deste banho por pessoas desavisadas ou que não levem a sério as conseqüências oriundas pelo uso inconseqüente destas lavagens de cabeça, ou seja do Amací.

O Amací deverá ser administrado no médium observando o dono da cabeça, ou seja o Orixá que o médium incorpora, ou ainda a ou as entidades que este médium por ventura possa vir incorporar, pois as ervas que compõe o Amací devem ser harmoniosamente correspondentes ao Orixá que é dono da cabeça do médium.

A finalidade primordial e mais acentuada dos Amacís é fortalecer, aumentar e salientar os dons mediunicos do iniciado. Outra função dos Amacís é

firmar a cabeça do médium, de um certa maneira, que facilite a este o poder de concentração e a manutenção de suas energias e forças psíquicas, contribuindo desta forma para realização de um trabalho, cujo os resultados serão no mínimo muito bom. Há ainda outras virtudes que apresenta o Amací, entre elas é de acelerar o processo de incorporação do recém médium detentor do Dom da incorporação, eliminar vibrações ou radiações outras que não sejam de seu (s) próprio (s) guia (s) ou protetor (es).

Entendemos que o amací é um banho dado na cabeça do médium e ainda mais, que este banho é constituído pelo suco de ervas estas que possuam afinidades e harmonia com o Orixá, guia ou entidade espiritual do referido médium. Estas ervas devem ser colhidas e preparadas conforme reza antigos preceitos dogmáticos da religiosidade umbandista.

O amaci tem como função de: Desbloquear condensações energéticas negativas; Limpar a coroa; Desobstruir o chacra coronário (alto da cabeça), onde as irradiações nos chega de forma vertical, purificando e energizando na vibração do Orixá que está sendo aplicado; Sintonizar a irradiação.

É de suma importância que após sua aplicação o "médium" cubra com um pano branco sua coroa. Na Umbanda existe amacis específicos para o fortalecimento de carências em que o médium necessite no seu desenvolvimento mediúnico e no beneficio para ajudá-lo em sua evolução espiritual.

O amaci é preparado pelo dirigente espiritual, observe sempre e tenha confiança nas "mãos" de quem irá aplicar este amaci, cuidado em quem você confia sua coroa. Médiuns tenham precaução e zelo por sua "coroa", peça orientação de seu dirigente e esclarecimento sobre o fundamento, você médium tem o direito de saber, o porquê precisará do amaci e para que servirá.

Além das ervas indicadas pelos guias espirituais, também se utilizarão suas próprias ervas, e ainda mais as seguintes:

Alecrim de jardim, Barba de velho, Alecrim do campo, Erva São João, Santa Bárbara, Guiné, Arruda, Espada de São Jorge de borda amarela, Erva de São Jerônimo, folhas de fumo entre outras.

Existem outras lavagens de "coroa", que também são utilizados em rituais litúrgicos dentro da nossa religião:

Água do mar; Água da cachoeira; Água da fonte; Água da chuva, etc..

Estas águas "naturais" no seu próprio ponto de força possuem um excelente poder e seu magnetismo é muito forte e é de grande importância para todos nós umbandistas. Sem falar das pétalas de "flores" que são purificadoras e imantadoras de fontes energéticas que nos beneficiam muito na nossa jornada espiritual. Somos "corpo matéria" e necessitamos de elementos "materiais" naturais que nos ajudam a reequilibrar nosso padrão mental.

Leve sempre um recipiente para VOCÊ colher água do mar, da cachoeira, etc. para ter em sua casa. Plante ervas no seu jardim ou vasos, cultue também o poder das ervas e os benefícios das energias vegetais no seu lar.

Enfim beneficie a SI, ajude-se, promova um ambiente tranqüilo, limpo e saudável em sua casa, pois seu lar é o seu templo também, faça defumação, crie um ambiente familiar, harmonioso.

Tenha sempre uma conduta de alegria na sua vida na matéria, pois não adianta "fazer obrigações" para os Orixás e não saber praticar no seu dia-a-dia mediúnico.

Eledá

  Eledá é o Orixá Ancestral ,ou Orixá de Cabeça

Eledás, Pai e Mãe de cabeça. Guia de Frente (aquele que cuidará de sua vida espiritual) o mesmo que

seu Anjo da Guarda. Os Eledás, protegem, os mensageiros dos Orixás, incorporam e trabalham na terra.

Em nossa casa, o médium fica sabendo quem são os seus Eledás através do seu Guia de Frente. Ao dar o seu ponto riscado e cantado, ele informa os eledás. Ou ainda Chefes de terreiro que olham para o médium e já dizem quem são seus eledás; data de nascimento, signo, podem dar também algumas pistas. Outra maneira é pelo jogo de búzios, por um pai de santo que tenha "mão de Ifá" ,ou autorização astral para fazê-lo.    São esses os caminhos para se descobrir o Eledá.

Gira - É a cerimônia onde são invocados os espíritos.

Cambono - Tem por obrigação atender as entidades quando incorporadas e interpretar sua fala para os consulentes. O médium designado para tal função, deve ser responsável, atento, dedicado e discreto, já que é uma função de extrema importância.

PRÁTICAS UMBANDISTAS

As práticas umbandistas sofrem influencia das várias práticas adotadas de outras religiões, porem as que predominam são as de origem africana. Para estudo abordaremos as seguintes práticas, mais comuns:

Amacis e "Cruzamentos"

Os Amacis e "cruzamentos" são práticas comuns a maioria dos Terreiros Umbandistas, nas quais são utilizadas infusões de ervas maceradas para a lavagem da cabeça ("Fazer amaci") e para cruzar o

corpo ("Cruzamento de corpo") dos adeptos, principalmente dos Iniciandos. Os Amacis e Cruzamentos são uma espécie de pré-iniciação, onde os adeptos iniciandos procuram obter melhores condições de contato com as suas entidades particulares. Esta prática de amacis e cruzamentos está em processo de

esquecimento, por falta de conhecedores das ervas principais dos Orixás.

Consagrações e Oferendas

Quando um médium vai consagrar sua coroa ao seu Orixá, deve guardar preceitos de sete dias se quiser apresentar-se em equilíbrio vibratório e energético diante de seu Orixá regente.

Nestes sete dias não deve alimentar-se com carnes de qualquer espécie ou qualquer tipo de alimentação muito pesada; não deve ingerir bebidas alcoólicas. Não deve manter nenhum contato íntimo com o sexo oposto ou relação sexual. Deve acender uma vela de sete dias ao seu anjo da guarda e outra ao seu Orixá. Não deve entrar em locais de grandes aglomerações de pessoas; deve dormir sozinho e de preferência sobre uma esteira; deve dedicar uma hora antes de dormir a preces e mentalização de seu Orixá; não deve emitir pensamentos ou palavras negativas; deve ele mesmo fazer seus banhos rituais de ervas todos os dias; deve incensar seu quarto de dormir antes de se deitar; e outros procedimentos mais que seu Pai ou Mãe no Santo lhe recomendar. Quando o médium só vai oferendar seu Orixá ao algum dos outros

Orixás em alguns dos pontos de forças da natureza, deve abster-se de contatos sexuais pelo menos nas últimas setenta e duas horas e nas doze horas posteriores. Só depois desse período de isolamento

energético está liberado para retomar a rotina em sua vida particular.

Isto é necessário para que, quando se apresentar diante do Orixá, não esteja impregnado com as energias que normalmente absorve do sexo oposto. Quanto mais o médium estiver puro, energéticamente,

mais facilmente sintonizará, vibratóriamente, as irradiações dos Orixás.

Para as incorporações que acontecem durante os trabalhos práticos é recomendado um resguardo durante as vinte e quatro horas anteriores aos mesmos para quem trabalha cerca de duas ou mais vezes por semana e três dias para quem trabalha mais periodicamente. Estes procedimentos visam desobstruir os pontos de captação de energias e afinizar a vibração do médium em seu padrão pessoal. O fato é que, em se tratando de doutrina de Umbanda, sempre é bom que se aliente o comportamento do indivíduo e o estimule a sintonizar-se vibratóriamente com as divindades para que uma intensa permuta energética aconteça, tanto durante os trabalhos práticos quanto durante as oferendas rituais nos pontos de forças da

natureza, que é onde mais facilmente absorvemos as irradiações do Orixás.

Bem, procuro comentar os aspectos mais relevantes da doutrina de Umbanda Sagrada visando despertar no leitor a consciência de que Umbanda é religião. E deve ser entendida, respeitada e tida como tal, pois todas as divindades atuam nela visando auxiliar a evolução espiritual da humanidade e a harmonia religiosa na face da terra.Assim, se um dia virem um guia espiritual manifestando qualquer tipo de preconceito, refutem-no de imediato, porque com certeza é só um espírito paralisado nos próprios vícios emocionais. A Umbanda surgiu através de um sincretismo religioso e de uma miscigenação racial, espiritual e religiosa, coordenada pelos sagrados Orixás e implementada, religiosamente, na mente das pessoas pelos espíritos mensageiros dos mistérios de Deus, que nos ama a todos em geral e a cada um de nós em particular, independente de nossa cor, raça ou religião, pois somos Seus filhos e Suas criações.

Um Saravá da Umbanda para todas as outras religiões!

Oferendas

A prática de oferendas, herdada dos africanos, e constante nos Terreiros de UMBANDA.

Geralmente usadas para agradar aos Orixás e entidades menores, as oferendas fazem parte do processo de iniciação, consistindo geralmente de comidas dedicadas aos Orixás. Porem, podem se constituir de materiais diversos, desde uma simples vela, ate grandes oferendas envolvendo animais de porte. É muito comum a oferenda de bebidas, velas, fitas e flores, guardando-se as grandes oferendas para ocasiões especiais, tais como iniciações ou "feituras de Cabeça".

A "Feitura de Cabeça" ou Iniciação

A "Feitura-de-Cabeca" ou Iniciação , na UMBANDA, não adota padrões rígidos como os Cultos de Nação, onde a "feitura" é igual para todos os adeptos.

Este processo de iniciação na UMBANDA varia de Terreiro para Terreiro, conforme a orientação do seu dirigente. Geralmente esta iniciação estende-se por períodos de 7 anos, durante os quais o adepto se especializa nas práticas que envolvem a vida de um Terreiro.

As Imantações

 

     Muitas são as pessoas, que procuram os nossos Centros, templos, terreiros, em situações diversas. Existem aqueles que nos chegam conturbados, nervosos, perturbados, com o sistema nervoso bem afetado, beirando o descontrole. Outros com uma mediunidade à "Flor-da-pele", como chamamos. Ou seja, passando por aquele momento geralmente difícil, onde as sensações típicas de um afloramento dos dons mediúnicos estão geralmente intensas. Porém até pelo desconhecimento, e por uma falta de domínio sobre estas sensações, muitos acabam por sentir-se também muito conturbados. Outros nos chegam, trazendo consigo os "efeitos" ou "consequências" de "Trabalhos de Magia", que possivelmente lhes tenham sido "Dirigidos".

Outros, nos procuram, completamente Desarmonizados em termos de Vibração, o que consideramos talvez, uma situação ainda pior do que, aquelas por consequência de "Trabalhos Feitos".

Existem também aqueles, que se encontram fisicamente debilitados, já com sua saúde abalada. Enfim, diversos fatores, que comumente encontramos no nosso Dia-a-Dia, e principalmente dentro de um

Atendimento Espiritual.

Sabemos que a "Força do Pensamento", é um fator importantíssimo para todos nós. Mas, para que possamos ter um pensamento "Firme", para que consigamos ter aquela "Força Mental" necessária e adequada para uma boa "Transmutação Mental", faz-se necessário também que se possua um Campo Energético Orgânico e Psicológico adequado e equilibrado.

Porém, não é suficiente afirmar-se, que apenas o pensamento positivo, que apenas o "Poder do Pensamento", seja o necessário. Para que se possa atingir esta condição mental, é preciso que se

possua uma estrutura física, psicológica, espiritual, também adequada. Fator este, que aqueles indivíduos já debilitados em diversos campos, não possuem. Eles não conseguem atingir aquela "Força Mental" necessária, à "Transmutação do Pensamento".

Neste momento, encontramos a importância, daquilo que denominamos a "Grande Maravilha dentro de uma parte Espiritual" - "A Imantação".

Na realidade, a Imantação é uma aplicação dos conceitos da BioEnergética, que atualmente com o avanço da "Medicina Alternativa", se apresenta como um Fator muito Eficaz.

Todos sabemos que, para se ter um Equilíbrio na "Vida Normal", é preciso também possuir, duas situações: Primeiro, um Isolamento total, contra a "Vibração Negativa", e segundo, um Campo de Energia ao menos Razoável. Ambos necessários para que se possa melhor atingir a aquela força Mental, Espiritual, e também Física, assim como o Campo da Saúde, que precisa estar bom.

Dentro de um Campo Espiritual, existem diversas vibrações provindas de um espaço cósmico, e que atuam sobre todos nós na Terra. Tais vibrações atuam, até sobre o Chumbo, que é reconhecidamente um

dos materiais mais Isolantes conhecidos. O que se pensar então sobre nossa Cabeça, nossa frágil Caixa Craniana, nossa Mente. Elas alteram nosso comportamento, agem sobre nossas moléculas, alteram nosso campo de Energia, e por isso torna-se necessário possuir-se um adequado Campo de Isolamento.

É importante compreender que, tudo possui dois polos. E assim toda Vibração também possui dois polos. O Positivo e o Negativo. Se assim não fosse, não existiria a corrente, nao existiria a energia.

Essa vibrações levam nomes diferentes, dependendo da Filosofia ou Campo, que as busque estudar, compreender e aplicar. Uns as chamam de Energia Alfa, Omega, Delta, outros de outros nomes.

E dentro de uma Umbanda, logicamente também possuimos os nossos nomes: Xangô, Ogum, Oxóce, Omulu, Iansã, Nanã, Oxum, Iemanjá, Ossãe, Oxumarê, A Linha do Oriente, e as nossas grandes falanges de trabalho como os nossos grandes amigos Exus e Pomba-Giras, Caboclos e Caboclas, Pretos-Velhos e Pretas-Velhas, os nossos Ibejis.

Analizando-se, desta forma, torna-se fácil compreender a necessidade de possuirmos um adequado isolamento em TODAS estas vibrações. A Energia Negativa, pode ser do tipo "Absorvida", comum em cerca de 70% dos casos, fruto de uma "Absorção Espontânea", provinda de ambientes, de pessoas, de situações, de circunstâncias ou mesmo do próprio Astral. Existe também aquela a que denominamos "Dirigida", ou seja, o também chamado "Trabalho Feito" De pouco portanto, adiantaria possuir-se um isolamento, em uma, duas ou mais vibrações, deixando-se outras "Em Descoberto", pois poderia

absorver-se negatividade, em uma ou mais daquelas vibrações que não estivessem devidamente isoladas.     

      Praticada a mais de 3.000 Anos, tendo sido encontrado registros de sua utilização, no Bramanismo, no Budismo, na Filosofia Lamaista, no Antigo Egito pelos Faraós e Sacerdotes. Praticada hoje em dia, pelos Lamas no Tibet, a Imantação é uma prática que visa a uma "Absorção de Energia", utilizando-se do "Magnetismo Vegetal".           

Existem 4 formas de magnetismo. O Astral, que é a entidade ( O Espírito "solto" no Astral, é uma energia). O Terrestre, que pode ser observado pelas Bússulas, os Polos Magnéticos do Planeta. O

Vegetal e o Mineral. O Magnetismo Animal, nós não o consideramos, por julgá-lo de certa maneira, até negativo. Dentro de uma imantação, nós preparamos Imãs, utilizando-nos do magnetismo Vegetal, que são dispostos dentro numa forma geométrica específica, de forma a atrairmos os respectivos pólos positivos, conseguirmos "descarregar o polo negativo", e tambem favorecer a formação de um "campo de isolamento", em cada uma daquelas diversas vibrações.

   Durante a ritualística, as pessoas que estão ali participando, estão sobre a ação desses imãs, absorvendo então toda aquela positividade. Aqueles que porventura, estavam sofrendo pelos efeitos de um Campo

de energia baixo, logicamente se recuperam. Aqueles que porventura estavam sofrendo os efeitos de alguma negatividade, em qualquer uma daquelas vibrações, tem essa negatividade atraída (descarregada),

pelo Imã correspondente, e consequentemente as melhores condições de também atrair a vibração positiva.      

      Desta forma, cria-se automaticamente um campo de isolamento, contra a vibração negativa, em todas as vibrações A pessoa passa então a ter as condições mais adequadas, em termos de energia, para poder melhor atuar e reagir, naquelas situações descritas anteriormente.

        É evidente que, no Dia-a-Dia da Vida, vamos fazendo uso de nossa energia, de nossa positividade em todos os campos. E assim é normal que venhamos a sofrer os efeitos de um certo desgaste

Energético em todas aquelas vibrações e muito provavelmente até, mais em algumas do que em outras. Naturalmente, algumas pessoas, até pelo seu próprio estilo de vida, condição Física e Mental, irão se

desgastar mais rapidamente do que outras. Como método de Absorção de Energia, a imantação assim como outras ritualísticas tradicionais, não é uma solução milagrosa ou eterna. Ela possui um certo "Prazo de Validade", que em geral, é determinado pelo próprio desgaste natural e individual de cada pessoa.     

O QUE É MIRONGA

Mironga é como chamamos a "magia" de preto-velho, a mandinga dos espíritos que se apresentam como negros idosos e sábios para ajudar os filhos que os procuram.

Aqui vão algumas mirongas que essa nega véia tem a ensinar para resolver as dificuldades do coração, muito comum nos queixumes e pedidos de auxílio dos filhos da Terra.

Leia tudo com muita atenção e principalmente, aplique isso no seu dia-dia.

1 - Aprenda a viver sozinho. Caso vc não consiga nem viver consigo mesmo, como poderá levar felicidade e alegria para outra pessoa? Primeiro relacione-se com seu eu interior. Depois busque alguém.

2 - Assuma a responsabilidade pelo seu relacionamento. Não é magia, inveja, ciúmes de terceiros, etc, que irá separar aquilo que o amor uniu.

3 - É claro que também nenhuma simpatia, reza ou trabalho irá unir ou "amarrar" aquilo que a falta de carinho desuniu.

4 - Simplificando: quem procura as coisas ocultas para resolver problemas sentimentais é imaturo. Ruim do juízo e doente do coração.

5 - Desapegue-se! Porque o amor é um sentimento livre. Um eterno querer bem. Um carinho incondicional. Quase um sentimento de devoção. Se vc "gosta" tanto de alguém, que prefere ele "morto" do que feliz com outra pessoa, escute: Isso não é amor! Simples ilusão disfarçando o egoísmo...

6 - Aprenda que ninguém irá te completar. Você já é completo! Mas quando um relacionamento é calcado no mais puro amor, muito do amado vive no amante, e muito do amante pra sempre viverá no amado. Quer milagre maior que esse?

7 - Melhor sozinho do que mal acompanhado! Sabedoria popular, mas o que têm de doutor e doutora que não consegue entender isso.

8 - Ponha o pé no chão e esqueça essa história de alma gêmea. Pare de enfeitar suas próprias desilusões com devaneios ditos espiritualistas. Encare a realidade de frente.

9 - A vida vai passando, com ele/a, ou sem ele/a. E a morte se aproximando. ..

10 - Por isso, vão viver a vida meus filhos! Quem sabe ela não está guardando um presente para vocês? Não existe mironga maior que essa!

O SAL GROSSO

Um dos compostos químicos naturais mais utilizados em trabalhos de assepsia espiritual nos templos umbandista e o conhecido Sal Grosso.

A imensa maioria das pessoas e um grande número de médiuns que militam nas orbes umbandistas desconhecem o fundamento de tal prática. Os que têm conhecimento, limitam-e a dizer que o sal grosso serve para banho de descarrego.

Para nós do JUH a Umbanda é e sempre será um leque aberto, sem mitos, tabus ou "mistérios", a abanar com conhecimento, amor, e carinho os verdadeiros filhos de Oxalá. Por isto, segue-se a devida explicação.

O Sal Grosso, assim chamado por não ter passado por processo de refino industrial, é um composto químico natural cientificamente nominado de Cloreto de Sódio, derivado da coesão de dois outros elementos químicos naturais, que são o cloro e o sódio.

O Cloro é formado por moléculas de grande poder germicida e bactericida, sendo utilizado em várias finalidades depurativas. O Sódio, outro elemento formador do Sal Grosso, é um metal invisível a olho nú, e tem como função agir como condutor térmico e eliminador de corpos nocivos à saúde.

Falamos até agora do sal grosso enquanto composto químico formado pela junção natural do cloro e do sódio, elementos existentes em nosso planeta.

O aparecimento do Sal Grosso ou cristalizado deu-se a partir da fusão daqueles elementos já mencionados, obedecendo a espiral de determinadas circunstâncias atinentes ao planeta Terra, e também a precipitação de condições para sua condensação. Vale ressaltar, antes de continuarmos, que estamos falando de elementos químicos naturais, e não destes produtos químicos industriais que se vendem por aí, e que fazem mal à saúde.

É de conhecimento geral que a matéria tangível aos nossos sentidos foi formada a partir da Química Astral, sendo esta um dos reflexos de atuação do Fluído Universal.

Os elementos químicos astrais, durante a formação da Terra, entraram em um ciclo de condensação permanente, dando origem ao planeta tal qual o conhecemos tanto é verdade, que o centro de nosso planeta recebe continuamente estes elementos astrais, que, sob certas condições, formam novos elementos químicos condensados (densos, materializados). Soma-se a isto o fato incontestável do centro da Terra estar sob a dinâmica de uma força centrífuga (de dentro para fora), que expeli para a crosta os elementos supracitados.

Desta forma, é notório que o cloro e o sódio são elementos químicos resultantes do que se pode chamar, para entendimento geral, do cloro e do sódio astrais, que condensados e fundidos, deram origem ao Cloreto de Sódio (sal).

Assim sendo, os éteres do sal grosso é que fazem a limpeza fluídica do ser humano. O cloro em forma etérea será o responsável pela limpeza do corpo astral, do corpo vital, da aura, enquanto o sódio, também em forma etérea, terá a função de condutor e escoador dos miasmas e cargas fluídicas negativas.

É comum as entidades espirituais ao ministrarem banhos de descarrego com sal grosso, orientarem os consulentes a se secarem naturalmente. Tal medida é aconselhada para que as partículas etéreas do sal grosso possam atingir com maior eficácia o perispírito, o duplo etérico, desagregando energias negativas.

Os Caboclos, Pretos-Velhos e demais entidades que atuam na Umbanda, orientam como terapêutica físico-espiritual o banho de mar. E por quê ? Porque o mar contém o sal e o fundamento para tal prática é o mesmo da do descarrego com sal grosso, acrescido, é claro, do elemento químico natural Iodo, com grande poder anti-séptico. Os banhos de mar limpam e higienizam os Centros de Força (chakras), a aura, o corpo vital, e assim por diante.

Em suma, aí estão expostos os fundamentos basilares do uso do sal grosso. Muito mais poderia ser dito a respeito, mas por hora esperamos que tais informações sejam úteis aos filhos de Umbanda, e que os mesmos possam tomar ou ministrar banhos, com esclarecimento específico da função e ação daquele composto químico natural.

A Agua Benta

Quando  a medicina acadêmica atual ainda engatinhava , o corpo humano era visto como uma intricada maquina análoga àquela constituída por engrenagens , bombas , pistões , etc Esse modelo mecanicista , hoje em desintegração , era considerado o único modelo aceitável e representa o que  havia de mais avançado em matéria de ciência.

Grande parte da medicina antiga baseava-se no chamado "consenso médico". Todos os modelos ou a filosofia de tratamento que se tornassem aceitos pelo establishment médico , eram tidos como uma

espécie de evangelho e mantidos como verdades imutáveis pelos seus adeptos . Diversos tratamentos , incluindo  o uso de sangrias , laxantes , catárticos  e até mesmo sanguessugas , já estiveram em voga como recursos "oficiais" . Apesar da evolução tecnológica e do pensamento  cientifico ter se tornado mais sofisticado , a filosofia da medicina moderna é bem semelhante à antiga , pois permanece o ponto de vista segundo o qual o corpo humano é somente um mecanismo físico . A diferença é que "as engrenagens e correias" estão se tornando progressivamente menores e adquirem funções cada vez mais amplas .

O tratamento das doenças baseava-se na aplicação de poções, misturas complicadas , cataplasma e métodos cirúrgicos que se tornavam consagrados . Ocasionalmente , faziam-se tentativas pioneiras de

experimentar coisas novas . Na maioria das vezes, esses médicos que experiementavam tratamentos diferentes , ou não ortodoxos , eram considerados charlatães pelos seus colegas . Este fato aconteceu com

a descoberta do microscópio, que acabou mais tarde forçando os médicos relutantes a aceitarem as evidencias mostradas por Lister e outros

pensadors pioneiros que afirmavam serem "germes invisíveis" a causa dos males.

Quando as pesquisas confirmaram a veracidade dos fatos , esses cientistas , antes tidos como charlatães (Lister, Pasteur e outros) acabaram sendo elevados à condição de heróis da humanidade. Para muitos médicos , o conceito de influencias deletérias invisíveis era difícil de compreender e a incapacidade de acreditare que os germes podiam causar doenças contribuiu para a ocorrência de muitas mortes , muito sofrimento , e retardar o progresso da medicina , principalmente por dificultar a melhora das condições de

higiene das salas de cirurgia , Os médicos operavam os pacientes de mãos nuas depois de terem manuseados  cadáveres e outros enfermos . Não era comum os médicos se darem ao trabalho de lavar rigorosamente as mãos antes de uma cirurgia. A ausência de esterilização frequentementeresultava em misteriosas infecções e em outras complicações.

Um caso que ilustra bem a condição obscura desse tipo de mentalidade foi o do Dr. Sommelweiss , médico de Dresden , que , bem antes de Pasteur , aventou a possibilidade de existirem causas invisíveis

capazes de produzirem infecções ou males febris. Sommelweiss era um professor universitário padrão e obstreta do hospital local , muito respeitado e guia de muitas dezenas de discípulos . Na sua época (

século XIX ) , a obstreticia era ainda muito rudimentar , sendo que a maioria dos partos eram realizados a domicilio , por parteiras ou por irmãs de caridade ; os médicos só eram procurados para os casos

complicados , o que raramente não se tornavam óbitos  duplos devidos à falta de assepsia . Preocupado com isso , ele começou a observar os partos realizados pelas freiras , cuja incidência letal era muitas vezes inferior à daqueles realizados por médicos no hospital . Chamou a atenção do médico a única diferença entre os dois tipos de atividades : que as religiosas lavavam  suas mãos em água benta para "santificar o ato " . Nessa época , a medicina vivia o início da sua "racionalidade cientifica" , e que qualquer resquício de religião era radicalmente criticado . Secretamente , Sommelweiss adquiriu um pouco de água benta  e passou também a lavar as mãos antes de realizar partos e cirurgias Como o resultado foram muito satisfatórios, ele empolgou-se e passou a exigir que seus alunos fizessem o mesmo ; a partir daí , a incidência de mortes por infecção pós parto diminuiu muito , mas o médico começou a ser

duramente criticado  pelos "doutos" ( os representantes da Ciencia Oficial  ) da época . Apesar das fortes evidencias , os demais professores não podiam acreditar na necessidade de "abençoar" as mãos . Durante a sua defesa num dos inúmeros processos que Sommelweiss sofreu , ele chegou a dizer :

"Eu não sei do que se trata , se é Deus ou alguma coisa , mas estou feliz por não perder mais tantas pacientes : aconselho , pois, que todos aqui adotem a mesma prática , pois a profissão médica existe

para fazer o bem e não para se lançar em discussões vazias ou manter teorias sustentadas por vaidades"

Além de ter sido expulso da universidade , Sommelweiss foi impedido de exercer a profissão e acabou morrendo na miséria, enquanto no hospital a incidência de mortos por infecção voltou à situação

anterior . Conta-se, contudo , que diversos discípulos de Sommelweiss continuaram a lavar as mãos em água benta . . . Depois que o microscópio mostrou a existência dos germes e as opiniões tiveram que mudar , o trabalho de Sommelweiis foi finalmente reconhecido .

Hoje existe em Dresden uma estátua em homenagem a ele . . .

"Uma evidencia  cientifica não se torna aceita porque os seus opositores mudam de idéia , mas sim porque estes morrem e surge uma nova geração que se acostuma com a verdade" Max Planck

CAMBONE - CAMBONA OU CAMBONO

Gostaria de abordar um trabalho de extrema importância no terreiro que é o de cambone. O trabalho de Umbanda no atendimento ao consulente também funciona como um relógio, que tanto no astral com na parte material depende do bom funcionamento de sua engrenagem.

Existe toda uma expectativa no início dos trabalhos, cada casa tem seu ritmo, mas o que não muda é aquela adrenalina e ansiedade (benéfica) à espera da linha de trabalho a ser chamada. Muitas vezes por tempo de trabalho e por dedicação e afinidade, o cambone se sente um misto de peça importante com um filho de todas as entidades que na casa se manifestam.

É, muitas vezes, temos esse sentimento, de atenção com tudo, preparar o espaço para a chegada dos Guias Espirituais, pembas, blocos de anotação, velas, tudo tem de estar a contento, a assistência, ansiosa, tem que ser bem recebida e conduzida aos Guias. Todo o trabalho transcorre numa dinâmica de atenção, concentração e doação, dependendo muito do amor e da dedicação de todos, inclusive dos cambones. Aí entra também o sentimento de ser filho de cada um dos Guias espirituais, que com o tempo só de olhar sabem como estamos, como um pai que olha o filho pequeno.

Os cumprimentos e o abraço de um, a palavra do outro, a "chamada" de um terceiro, e a gente vai, crescendo como crianças dentro de uma grande família de sábios, anciões, companheiros, pais e mães espirituais.

Chegando até mesmo um ponto, em que ao meio de inúmeros Guias, o cambone ouve mentalmente o chamado de um ou outro Guia Espiritual com mais afinidade com o cambone, solicitando sua presença ali ao seu lado. Isso não tem preço ! Não digo que cada dia de trabalho tem um aprendizado, mas sim, cada atendimento, sendo este ligado apenas um médium e suas entidades ou como também os cambones que atendem vários médiuns sem ser específico de um só.

Muito depende do funcionamento de cada casa, mas o trabalho de ser cambone é uma escola, um aprendizado sem fim, que aos atentos, faz aumentar a fé, descobrir- se e sentir amado e especial.

Existem dias, em que o cansaço e eventuais dificuldades atrapalham, mas são nesses dias, em que a espiritualidade te recompensa com um abraço de um pai querido ou um ramo de arruda imantado. Enfim, cada gesto dessa grande corrente, não só de pais e mães espirituais, mas como também os "colegas", irmãos de trabalho que se ajudam e muitas vezes, sob a coordenação de um guia espiritual fazem o revezamento de descarregos para os mais necessitados da corrente.

Ser cambone é ser importante para o bom funcionamento do trabalho, exige ser atento, concentrado, estudar, aprender e se incorporar à dinâmica de trabalho da Umbanda, estar preparado para toda um esforço físico, mental e espiritual de trabalho e acima de tudo amar a Deus e o que faz .

Hoje, de um modo geral, por todo o trabalho de doutrina, esclarecimento e preparação, os cambones são vistos como parte importante da engrenagem de funcionamento de uma casa, mas apelo aos irmãos, colegas de trabalho, que se vejam, não com soberbia na importância do seu trabalho em uma casa, mas como privilegiados e abençoados por tanta generosidade que recebem em cada auxilio às entidades, sem precisar mencionar do auxilio que cada cambone, como médium de umbanda recebe de seus próprios amparadores espirituais. Percebam e intenalizem para poderem retransmitir, a gratidão, os pequenos gestos de humildade e delicadeza, a generosidade e o trabalho extremamente gratificante e engrandecedor de servir ao Pai, servindo a muitos. Se tiverem amor pelo trabalho de cambone, receberão amor enquanto forem membros neste ponto da hierarquia, e no futuro também colherão amor e doarão amor de toda a corrente. Hoje por vários motivos não participo mais dos trabalhos, sinto tristeza por dei- xálos, gratidão por ter sido tão maravilhoso o tempo que ali estive, e rogo que nosso Pai Oxalá me conceda a oportunidade de voltar. Quando isso acontecer que seja tão per feito, tão bom e me traga tanta felicidade como me trouxe ser um dia cambone.

Cambone é o médium cuja missão não é incorporar e sim, auxiliar o Chefe de Terreiro os médiuns de incorporação e as Entidades a prestarem a caridade.

São inúmeras as funções atribuídas ao Cambone e estas funções variam de Terreiro para Terreiro.

O médium que está iniciando essa atividade pode atrapalhar-se um pouco, pois são inúmeras Entidades para serem atendidas, cada uma com sua personalidade e suas peculiaridades, além das outras atribuições que lhe é pertinente. Mas, com boa vontade e paciência, logo o médium adapta-se ao ritmo dos trabalhos.

Deve o Cambone cuidar dos Guias e Orixás, servindo suas bebidas, comidas, o cigarro ou charuto, suas vestes, escrevendo para ele, enfim auxiliando em todo o trabalho. Cambone é, sem dúvida alguma, o cargo mais dificil de assumir, pois o médium deve conhecer como é cada orixá , saber o que cada orixá come, o que bebe, o que ele gosta, o que usa , traduzir seu linguajar. Além de cuidar para que a corrente permaneça sempre em harmonia e os médiuns firmando os pontos.

É também de responsabilidade do Cambone atender a assistência, encaminhando-a para as consultas com as Entidades e conforme a necessidade, traduzir e orientar para que as receitas e os trabalhos sejam perfeitamente compreendidos.

Todos os médiuns e Entidades espirituais devem respeito ao Cambone que também tem a função de fiscalizar normas, conduta, postura e regras do Terreiro, comunicando ao Guia Chefe ou a Mãe (Pai)-de-Santo toda e qualquer irregularidade ocorrida durante a gira.

É importante salientar que o Cambone não é “empregado” de nenhum médium ou Entidade Espiritual, na verdade ele é um valioso auxiliar do Chefe do Terreiro.

Inicialmente os Cambones da Tenda de Umbanda Cabocla Marola do Mar terão as seguintes atribuições:

ü Preparar a tranqueira

ü Preparar o Terreiro

ü Iluminar o Altar e a Cangira

ü Acender a brasa para o defumador

ü Proceder a defumação

ü Distribuir e recolher as fichas

ü Chamar a atenção de qualquer Entidade Espiritual, quando necessário

ü Chamar a atenção de qualquer médium, quando necessário

ü Chamar a atenção da assistência, quando necessário

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Ficou alguma dúvida?

Se ficou, esclareça, o objetivo é fazer você entender.

Atabaques

O som é a primeira relação com o mundo, desde o ventre materno. Abre canais de comunicação que facilitam o tratamento. Além de atingir os movimentos mais primitivos, a música atua como elemento ordenador, que organiza a pessoa internamente.

A História dos Tambores

Os tambores começaram a aparecer pelas escavações arqueológicas do período neolítico. Um tambor encontrado na escavação na Morávia foi datado de 6.000 anos antes de Cristo. Tambores têm sido encontrados na antiga Suméria com a idade de 3.000 a.C. Na Mesopotâmia foram encontrados pequenos tambores datados de 3.000 a.C. Tambores com peles esticadas foram descobertos dentre os artefatos egípcios, a 4.000 a.C. Os primeiros tambores provavelmente consistiam em um pedaço de tronco de árvore oco. Estes troncos eram cobertos nas bordas com peles de alguns répteis, e eram percutidos com as mãos, começou-se a usar peles mais resistentes e apareceram as primeiras baquetas. O tambor com duas peles veio mais tarde, assim como a variedade de tamanho.

O Atabaque é de origem árabe e foi introduzido na África por mercadores que entravam no continente através dos países do norte, como o Egito. 

Atabaques ou Ilus

São três os atabaques em um terreiro, Rum, Rumpi e Lê, sendo o Rum o atabaque maior com som mais grave, é o atabaque responsável em puxar o toque do ponto que está sendo cantado, no Rum ficaria os Alabê, Ogâ, ou Ogâ de Sala, como é conhecido por todos, seria o Ogâ responsável pelos toques.

O Rumpi seria o segundo atabaque maior, tendo como importância responder ao atabaque Rum, e o Lê seria o terceiro atabaque onde fica o Ogâ que está iniciando ou aprendiz que acompanha o Rumpi. O Rum também é responsável para dobrar ou repicar o toque para que não fique um toque repetitivo.

Os três atabaques que fazem soar o toque durante o ritual também são responsáveis pela convocação dos deuses.

Além dos atabaques, algumas casas usam também o agogô e o xequerê.

Os Atabaques são instrumentos de grande importância dentro da casa, pois, são os segundos assentamentos mais importantes da casa, por isso devemos respeitá-los como se fossem ORIXÁS.

Cada um é dado a um Orixá (ou caboclo) variando de casa pra casa.

É geralmente feito de madeira de lei como o jacarandá, cedro ou mogno cortado em ripas largas e presas umas às outras com arcos de ferro de diferentes diâmetros que, de baixo para cima dão ao instrumento uma forma cônico-cilíndrica, na parte superior, a mais larga, são colocadas "travas" que prendem um pedaço de couro de boi bem curtido e muito bem esticado por um sistema de cravelhos para os Nagôs e os Gegês, e por cunhas de madeira para os tambores Ngomas, nos Congos e Angolas.

O couro também merece cuidados, se passa dendê ou azeite e deixa se no sol para que o couro fique mais esticado, e possa produzir um som melhor no atabaque.

Cada atabaque tem suas obrigações a serem feitas, pois o atabaque representa um orixá. Ele recebe um ritual equivalente ao feito pelo filho de santo daquele Orixá à que é consagrado.

Caso precise ser retirado do terreiro para manutenção, deve ser levado pelo ogâ até o altar, ao ariaxé e aos quatro cantos do terreiro antes de sair d mesmo.

Tais instrumentos possuem um papel essencial nas cerimônias. Eles servem para manter o ambiente sob uma vibração homogênea e fazer com que todos os médiuns permaneçam em vibração.

Somente o Alabê e seus auxiliares, que tiveram uma iniciação, têm o direito de tocá-los. Nos dias de festa, os atabaques podem ser envolvidos com tiras de pano, nas cores do Orixá evocado. Durante a cerimônia, eles saúdam com um ritmo especial, a chegada dos membros mais importantes da Umbanda e estes vem se curvar e tocar respeitosamente o chão, durante uma cerimônia, em frente aos atabaques, antes mesmo de saudar o Pai ou a Mãe de Santo do terreiro.

No caso em que um desses atabaques seja derrubado ou venha a cair no chão durante uma cerimônia, esta é interrompida por alguns instantes, em sinal de contrição.

Tocadores de Atabaque

Um Ogâ seria como um tatá da casa na maioria das vezes seu conhecimento é quase superior a um Zelador de Santo, para ser um Ogâ não basta saber tocar e sim saber o fundamento da casa, saber o canto na hora certa, é de grande importância em um terreiro.

Existem também outros tipos de componentes que se usa junto com os atabaques, por exemplo, o agogô, chocalho, triângulo, pandeiro, etc. Existe também o Abatá, que seria um tambor, com os dois lados com couro, que se usa muito no Rio Grande do Sul, e na nação Tambor de Mina. Runtó (Geralmente um Cargo Masculino dos Candomblés Gegê e Mina).

Ogâ antes de tudo é ser responsável e sério dentro do ritual, sem brincadeiras atrás do atabaque, cumprindo suas obrigações como Ogâ da casa, seguindo os fundamentos da casa com extrema seriedade e atenção, procurando sempre aprender mais e aperfeiçoar os toques e os pontos, sabendo a hora certa de usar.

Além disso, os Ogâs devem estar sempre de roupas brancas, e com suas guias.

O Ogâ é deve estar atento ao chefe de gira antes de sua incorporação depois dela deve estar atento a tudo e a todos, pois ele é o único que fica conciente o ritual inteiro, o Ogâ que esta no Rum puxa os pontos os demais devem acompanhar para que a energia da gira não seja quebrada.

Após o chefe de gira incorporar os Ogâs devem segurar a gira pra que sua vibração não caia.

Alabê é o chefe dos demais Ogans do terreiro é o Ogâ que não tem incorporação devendo se dedicar somente em função dos atabaques quando assentado fica no mesmo grau de um médium feito.

Quando um terreiro não possui um Alabê, é dado a o Ogâ com mais tempo de Atabaque e mais experiente o cargo de Ogâ de Rum sendo assim ele assume os atabaques.

Toques

São, ao todo, mais de quinze toques (ritmos) diferentes. Cada Casa de Santo tem até 500 cânticos. Segundo a fé dos praticantes, os versos e as frases rítmicas, repetidos incansavelmente, têm o poder de "captar" o mundo sobrenatural. Essa música sagrada só sai dos terreiros na época do carnaval, levada por grupos e blocos de rua, principalmente em Salvador, como Olodum ou Filhos de Gandhi.

Na Angola existem vários tipos de toques, onde cada toque é destinado a um Orixá, por exemplo, Congo de Ouro, Angolão que seria destinado a Oxossi, Igexá que seria destinado a Oxum, etc. O mesmo acontece com ketu, que se toca com varinha de goiabeira ou bambu, chamadas aguidavi.

Existem vários fatores que definem os toques dos pontos. Um dos mais importantes é o ritmo em si; Cada toque possui um balanço, um ritmo característico que os tornam diferentes dos outros (por exemplo, Ijexá e barra-vento, são bem diferentes). Quando um Ogâ ouve um ponto novo, ele tende a encaixar, entre os toques que ele conhece, o que melhor vai se adaptar àquela melodia que está sendo cantada.

Por isso é interessante conhecer várias batidas diferentes, assim como muitos pontos diferentes, pois aumentam as "cartas na manga" do Ogâ.

Existe uma relação entre o toque e o Orixá:

|Oxalá |Toque Ijexá, Kabula, Bate folha. |

|Ogum, Xangô, |Ijexá, Congo de ouro, Barra vento, Muxikongo, Kabula. |

|Oxossi, Omulu | |

|Logum |Ijexá, Barra vento. |

|Ossãe |Kabula, Congo, Barra vento, Sambangola. |

|Oxumaré |Ijexá, Congo, Kabula. |

|Tempo |Ijexá, congo de ouro, Kabula, Barra vento. |

|Iansã |Congo de Ouro, Barra Vento, Agerrê, Kabula, Ijexá. |

|Oxum |Ijexá (maioria), Kabula, Congo. |

|Iemanjá |Ijexá, Kabula. |

|Nanã |Congo, Kabula, Ijexá. |

A variação dos toques depende de vários fatores. Basicamente não existe um toque amarrado aquele Orixá, depende de quem compõe o ponto.

Toques Mais conhecidos:

Adarrum - Aguerre - Alujá - Angolão - Apaninjé - Arrebate - Barra Vento - Bravum - Cabula - Congo caboclo - Congo de Ouro - Congo Nagô - Ijexá - Ika - Ilú - Olorum - Quebra Prato - Rufo - Samba Cabula - São Bento - Sato - Vaninha

O uso do tambor Batá, utilizado por Xangô na África, perdeu-se no Brasil, mas foi mantido em Cuba. Os ritmos chamados de Batá são ainda conhecidos por este nome na Bahia. Acontece o mesmo com o ritmo denominado Igbin, dedicado a Oxalá, que na África é batido sobre tambores que levam o mesmo nome. Outros ritmos como, por exemplo, o Igexá, são tocados em certos terreiros sobre os Ilús, pequenos tambores cilíndricos com duas peles ligadas uma à outra, durante os cultos de Oxum, Ogum, Oxalá e Logum Edé.

Existem muitos toques espalhados pelo Brasil e pelo mundo, os citados acima são os mais conhecidos e usados no Brasil.

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Ervas Utilizadas na Umbanda

LINHA DE OXALÁ : arruda, arnica, laranja da terra (folhas), hortelã, poejo, girassol, vassoura branca, erva de Oxalá, erva cidreira, alecrim do campo, levante, alecrim miúdo, bambu (folhas), erva quaresma.

LINHA DAS SENHORAS: lágrimas de Nossa Senhora (folhas), mastruço, rosa branca (folhas), pariparoba, orirí de Oxum, erva-de-santa-luzia, espada-de-santa-bárbara, trevo (folhas), quina roxa, abóbora dantas, vitória-régia, açucena, erva-de-santa-bárbara, malva rosa, suma roxa.

LINHA DE IBEJI: amoreira (folhas), alfazema, salsaparrilha, manjericão, ipecacuanha, anil (folhas), capim pé-de-galinha, arranha gato.

LINHA DE XANGÔ: limoeiro (folhas), erva lírio, café (folhas), saião (folhas), erva-de-são-joão, abre caminho, quebra mandinga, erva de Xangô, quebra-pedra, Rui Barbo, louro, aperta ruã, Maria Nera, erva

Moura, Maria Preta, erva de bicho.

LINHA DE OGUM: comigo ninguém pode, espada de Ogum, lança de Ogum, flecha de Ogum, cinco folhas, jurupitã (folhas), jurubeba (folhas), musgo (marinho), ipê (folhas), losna, romã (folhas), sabugueiro, erva-de-coelho.

LINHA DE OXÓSSI: picão do mato, cipó caboclo, barba de milho, mil folhas, funcho, fava de quebranto, gervão roxo, tamarindo (folhas), alecrim do mato, boldo, malvarisco, sete sangrias, unha de vaca, azedinha, chapéu de couro, grama barbante.

LINHA DAS ALMAS: café (grão), guiné pipíu, arruda (folhas), cambará, sete folhas, aroeira (folhas), erva grossa, vassoura preta, cravo de defunto, mal com tudo, cipó cabeludo.

ALQUIMIA UMBANDA

Na Alquimia da Umbanda, utiliza-se derivados de 3 reinos, à saber:

Reino Mineral

Reino Vegetal

Reino Animal

I) REINO MINERAL: São utilizados, a pedra viva (Otá), ferro, cobre, latão, alumínio, zinco, assim como uma série de metalóides.

II) REINO VEGETAL: É utilizado um número incalculável de ERVAS, sendo que as principais já foram vistas acima.

III) REINO ANIMAL: Através de sacrifícios e também com os animais vivos, são efetuados na Umbanda diversos rituais. É um engano pensar que na Umbanda só utilizamos animais sacrificados, muito pelo contrário a maior parte dos rituais de uma Umbanda Racional, utiliza o animal vivo, que permanece vivo, sendo de mais ou menos (+/-) 10% o número de animais sacrificados.

Os animais utilizados são os seguintes:

Aves

Ovinos

Caprinos

Suínos

Bovinos

Eqüinos

Répteis

a) AVES:

a1) Galinha-de-terreiro - Linha de Pretos-velhos (simples)

a2) Galinha-d'angola - Preto-velho (cruzado) e Senhoras

a3) Galinha-pedrês - Ibeji

a4) Galos - Ogum, Oxóssi e Oxalá (Xangô às vezes)

a5) Pombos - Senhoras, Ibeji, mas específico para Oxalá

a6) Patos - Uso exclusivo das Almas (Pretos-velhos)

a7)Morcego - Usado na Quimbanda, Catimbó, Vodu

(nunca para o bem)

b)OVINOS: Oxalá e gira de Ibeji

c)CAPRINOS : Exu - Específico para os coroados e batizados

d)SUÍNOS: Específico de Exu pagão e Elementares

e)BOVINOS: Oxalá, Xangô e Oxóssi (às vezes também para Exu Coroado)

f)EQUINOS: Ogum, especificamente

g)RÉPTEIS: São utilizados como segue abaixo:

RÉPTIL LINHA QUE UTILIZA

Rã - Oxalá

Salamandra - Ibeji

Lagartos - Xangô e Ogum

Camaleões - (*) Senhoras

Cotias - Oxóssi, Caboclos e Senhoras

Sapos - Almas e Exus (todos)

Morcegos - (**) Exus Elementares, Vodu, Catimbó e Quimbanda

(*) Em certos terreiros são usados escorpiões

(**) Os morcegos são utilizados pelos bruxos, quimbandeiros e alguns

Umbandistas de hoje, na Alquimia (elixir).

DICA DE DEFUMAÇÃO

Para  defumação  7 ervas com benjoim, 1 colher  peq. canela, 2 nós moscada quebrada, 1  colher  peq.  de café,  um pouco de  cravo etc.

Se  o ambiente for  muito denso  (tipo  prostibulo  etc) coloque pimenta  e  estrume de cavalo. 

a defumação, que têm por objetivo limpar a casa, comércio ou estabelecimento, afastando todas as energias negativas, eguns (pessoas que morreram e ainda não encontraram luz), "olho gordo",

mandingas, enfim tudo que for sujo e que repudie a presença do bem e do que é limpo.

    Em primeiro lugar deve-se comprar as ervas, essencias, etc em uma Casa de Umbanda, ou artigos religiosos, os aromas mais indicados são:

INCENSO

ALECRIM

ALFAZEMA

BENJOIN

ARRUDA

    São todos com a função de limpeza e purificação.

    Como defumar ?

    O segundo passo é aprender o ponto de defumação, sem ele a defumação perde a força de purificação do ambiente.     Se não conseguir decorar, pode ir lendo à medida que faz a defumação, mais use as palavras com fé e muito amor, que elas emanem de seu coração.

    Para defumar, é necessário umas pedras de carvão em brasa, em algum recipiente adequado, coleque as essências, folhas, etc em cima e logo saíra uma fumaça característica e de aroma muito peculiar.

    Feche todas as portas e janelas, deixando apenas uma pequena fresta na porta da frente da CASA, e nesta mesma porta coloque um copo virgem de qualquer tipo com água limpa.

    Comece a defumação do lado oposto à porta da frente da casa, passando com a vasilha de carvão e essências cantando os pontos, em todos os cantinhos da casa, inclusive se possível, em baixo da cama e guarda roupas, ou outro cantinho escondido, sempre indo em direção à saida principal, a intenção será

de cercar e levar a um única saída, a porta da frente.     Passar em todos os lugares e cômodos inclusive lavanderia e banheiros, tudo...

    Ao chegar na porta da frente, defumar mais demoradamente, sair para fora, pegar o copo e fechar a porta, e com a água do copo apagar o carvão lentamente enquanto reza um Pai nosso, logo após pedir ajuda e proteção, que os anjos celestias protejam sua casa e não permitam a entrada de coisa ruins.

    Bem meus queridos irmãos, tenham certeza que na fé de OXALÁ sua casa estará livre de más influências por um bom período, e se na casa houver algum EGUN morando ele vai parar bem longe dalí.

DEFUMAÇÕES

     A defumação é a queima ritualística de certas ervas ou essências sólidas que, quando bem preparada, produz efeitos surpreendentes, como se limpasse do corpo físico o que o banho comum não limpa. Lembramos que esse método não é utilizado apenas pela Umbanda, mas também, no catolicismo, no budismo, lamaismo, entre os índios das Américas e praticamente em todas as seitas. Isto mostra a ancestralidade da defumação e da própria Umbanda e a importância da mesma como elemento de higienização do ambiente e dos indivíduos.

     Quando da queima das plantas, há o desprendimento de energias positivas que elas encerram e tem por finalidade afastar as negativas, despertando o psiquismo do médium e condicionando sua mente para os guias. Certas ervas provocam reação de maneira tão agressiva e incômoda sobre espíritos mais atrasados que eles são compelidos a retirar-se.

  ;    Um cuidado que temos na Casa é orientar aos consulentes para que não cruzem os braços e as pernas no decorrer dos trabalhos e principalmente, na defumação. E isso porque, ao redor do corpo humano, ou melhor, de todo o ser vivo, existem correntes magnéticas circulando, uma em sentido contrário da outra, sem se tocarem. Ao cruzarmos os braços ou as pernas, misturamos a trajetória dos fluidos e, conseqüentemente, as linhas se chocam, resultando desequilíbrio no fluxo magnético, com dispersão da energia vibratória astralina que está recebendo, cortando inclusive, a corrente formada entre os presentes e provocando uma espécie de curto-circuito, usando analogamente o que ocorre com a energia elétrica

Defumação e a trajetória dos fluídos !

A defumação é a queima ritualística de certas ervas ou essências sólidas que, quando bem preparada, produz efeitos surpreendentes, como se limpasse do corpo físico o que o banho comum não limpa. Lembramos que esse método não é utilizado apenas pela Umbanda, mas também, no catolicismo, no budismo, lamaismo, entre os índios das Américas e praticamente em todas as seitas. Isto mostra a ancestralidade da defumação e da própria Umbanda e a

importância da mesma como elemento de higienização do ambiente e dos indivíduos.

Quando da queima das plantas, há o desprendimento de energias positivas que elas encerram e tem por finalidade afastar as negativas, despertando o psiquismo do médium e condicionando sua mente para os guias.

Certas ervas provocam reação de maneira tão agressiva e incômoda sobre espíritos mais atrasados que eles são compelidos a retirar-se.

Um cuidado que devemos ter é orientar aos consulentes para que não cruzem os braços e as pernas no decorrer dos trabalhos e principalmente, na defumação. E isso porque, ao redor do corpo humano, ou melhor, de todo o ser vivo, existem correntes magnéticas circulando, uma em sentido contrário da outra, sem se tocarem. Ao cruzarmos os braços ou as pernas, misturamos a trajetória dos fluidos e, conseqüentemente, as linhas se chocam, resultando desequilíbrio no fluxo magnético, com dispersão da energia vibratória astralina que está recebendo, cortando inclusive, a corrente formada entre os presentes e provocando uma espécie de curto-circuito, usando analogamente o que ocorre com a energia elétrica.

A DEFUMAÇÃO

A defumação é essencial para qualquer trabalho num terreiro de Umbanda. É também uma das coisas que mais chamam a atenção de quem cai pela primeira vez assistir a um trabalho. Para que serve aquela fumacinha saindo daquelas vasilhas ? Qual a utilidade real da defumação ? Certas cargas pesadas se agregam ao nosso corpo astral durante nossa vivência cotidiana, ou seja, pensamentos e ambientes de vibração pesada, rancores, invejas, preocupações, etc. tudo isso produz (ou atrai) certas formas-pensamento que se aderem a nossa aura e ao nosso corpo astral, bloqueando sutis comunicações e transmissões energéticas entre os ditos corpos. Pois bem, a defumação tem o poder de desagregar estas cargas, através dos elementos ar, fogo e vegetal que a compõe, pois interpenetra os campos astral e mental e a aura, tornando-os novamente "libertos" de tal peso para produzirem seu funcionamento normal. Mas a defumação deve ser feita com ervas escolhidas, devem ser queimadas em brasa bem forte. Há também outro fator importante. Existem casos de se queimar as ervas com uma profusão de fumaça insuportável, que chega a fazer os olhos arderem e as pessoas tossirem até não poderem mais. Na verdade, o importante na defumação é o bom cheiro das ervas, a leveza tênue da fumaça e a não poluição desesperada do ambiente, que só prejudica, pois abala a atenção e mesmo a saúde, já que pode ser perigoso para quem tem problemas respiratórios. O importante é a qualidade e não a quantidade. Obs.: Um boa defumação pode ser feita com cravo, canela em pau e erva-doce, sendo ótima para a manutenção e desagregação de cargas no ambiente do terreiro ou em sua residência, sendo que a defumação deve ser sempre efetuada dos fundos para a frente da casa, acompanhada de um ponto cantado adequado a situação.

AS ERVAS E PLANTAS ASTRAIS

 

PERGUNTA - Por que os pretos-velhos utilizam ervas?

VOVÓ MARIA CONGA - Os princípios químicos emanados destes fitoterápicos são utilizados na magia para a cura das mais diversas moléstias. Tem grande repercussão etérica, como fiéis potencializadores das energias vinculadas ao plano físico-astral, que estão na natureza, que abundam em todo o planeta através de vibrações próprias, e que se apresentam na constituição energética de todos os filhos. Então manipulamos as ervas que contém as energias que estão faltantes nos filhos, refazendo o equilíbrio do corpo etérico com imediato alívio das mazelas que os afligem no campo fisiológico.

 

PERGUNTA – Pedimos maiores esclarecimentos sobre estas energias e manipulações.

VOVÓ MARIA CONGA - Se faz importante que os filhos entendam que as ervas utilizadas nestes casos são nucleos energéticos, agindo como acumuladores durante o crescimento das plantas que são originárias. Estamos falando de energias eletromagnéticas e etéreo-físicas, em alguns casos mais potentes que as existentes na própria aura humana. Quando as ervas são queimadas ou maceradas obedecendo certos rituais da Umbanda, que impõe disciplina mental e concentração aos médiuns, conseguimos atrair energias afins e a cooperação dos espíritos da natureza que estão vinculados aos sítios vibratórios correspondentes. No caso de queima das ervas, seja através das defumações ou incensos, o potencial de energia emanado é potencializado com a egrégora mental que se cria; dos médiuns, Guias e Protetores, repercutindo vibratoriamente nos planos físico, etérico, astral e mental, elevando o psiquismo dos seres, equilibrando a emotividade e exaltando as qualidades que estão inconscientes. Há uma modificação energética e magnética do ambiente e dos seres, desintegrando-se morbos psíquicos, miasmas, larvas, vibriões e bacilos astrais que ficam estagnados em ambientes e auras enfermiças.

Nos comandos da apometria, aplicados no atendimento ao filho adoentado na frente do Congá, estes procedimentos são potencialmente aumentados pela força mental, através de pausadas contagens e leve estalar de dedos realizados pelo dirigente, associado aos pontos cantados, durante a manifestação do vovô, vovó, tia, tio, enfim, preto(a) velho(a) que vem de Aruanda ajudar os filhos precisados da Terra.

 

A Iniciação

SOMOS UM ALTAR VIVO.

Iniciar-se (como se diz popular mente "Fazer o Santo ") é a possibilidade de através do ritual próprio que o lado divino vence o lado profano, e o lado divino vem a tona capaz de conduzir a individualidade e a realização de cada pessoa, estabelecendo assim a mais perfeita comunhão possível entre o eu divino e eu profano, com o Universo, com a Natureza, com o Criador, enfim com a própria Vida.

Fazer o Santo é nascer novamente, renascer como individuo mais forte, completo, potencialmente seguro, com melhores condições para abandonar medos, traumas ou bloqueios, lançar-se inteiro na busca da realização pessoal e espiritual.

Por isso que existe muitas dificuldades para a pessoa que desenvolve sua mediunidade, uma série de acontecimentos tentam desviá-la de seu caminho. Ora, as falanges das trevas não querem que um ser encarnado se aperfeiçoe, não querem que se torne forte e confiante, que derrube seus tabus e seus medos, que enfrente a vida com coragem e perseverança.

Desde o inicio do mundo o homem anseia pelo encontro com o infinito.

Essa busca incansável freqüentemente provoca verdadeira batalha que é travada no interior de cada um de nós.

A iniciação na ABTUCMM é um processo lento, exigente, mas extremamente simples. Difere enormemente dos demais rituais de Umbanda. Em nossa casa existem três tipos de iniciação. Estes tipos classificam-se, basicamente, em: iniciação para Ogan, iniciação para Cambone e iniciação para Chefe de terreiro.

Somente o iniciado para Chefe de Terreiro que pode ter outros filhos de fé e realizar as demais iniciações.

Os inciados para ogan e cambone não podem iniciar outras pessoas e têm suas obrigações/tarefas muito bem delimitadas dentro da tenda.

Diversos são os caminhos (motivos) que levam uma pessoa a ser iniciada. É praticamente impossível relacionar todos caminhos, já que eles podem ser diretamente proporcionais ao número de pessoas iniciadas até hoje, "Ou você chega aos Orixa pelo amor, ou pela

dor". Em outras palavras, há pessoas que têm que ser iniciadas, outras o são simplesmente porque assim quiseram e os Orixa concordaram, ou seja, estas últimas poderiam esperar o tempo que os Orixa julgassem necessário para serem iniciadas - o que poderia significar uma vida inteira, mas preferiram fazê-lo simplesmente porque amavam a religião. E se há um componente que é desejável para um seguidor ser iniciado, este ingrediente é o amor, o qual teórica e automaticamente conduz à dedicação.

Após a definitiva decisão sobre a iniciação o médium terá um longo caminho a percorrer, caminho este que deve ser pautado dentro da retidão e da dedicação.

CONCEITO DE ORI

Orí é a denominação dada a cabeça física, a cabeça é a parte mais vital do corpo humano, ela contém o cérebro (morada da sabedoria e

da razão).   Em muitas sociedades africanas, a cabeça é tão importante que ela é adorada como a sede da personalidade e destino do ser humano.

  A cabeça é considerada o receptáculo de idéias, opiniões, emoções e está ligado ao destino e sorte de cada pessoa.

  Orí é todo Axé que uma pessoa tem.

  Orí é a sede da consciência do ser humano.

Acredita-se que temos dois Orís:

Orí Odé - Cabeça física.

 Orí Inú - Cabeça interior.

 Orí Odé foi confiada a Ossain e Ogum (saber médico)

  Orí Inú foi confiado a Ifá e aos Orixás (saber divino).

  Orí Inú controla o Orí Odé, portanto o sucesso de cada ser humano, depende única e exclusivamente do equilíbrio mental de cada ser

humano.

Para os Yorubas existe dois tipos de seres humanos:

Olorí rere - o que possui uma boa cabeça.

Olorí buruku - o que possui uma cabeça ruim.

O Orí tem como objetivo servir apenas ao seu dono o qual está ligado por uma força que o liga a Olódùmarè (Deus).

Logo se percebe que:

  - Os Orixás são intermediários entre os homens e Olódùmarè (Deus).

  - Orí é intermediário entre o homem e seu Orixá.

  Kò sí òòsà tí i dà'ni gbè léhìn orí eni

"Nenhum Orixá abençoa uma pessoa antes de seu orí"

  Dentro do nosso ritual de Umbanda, a primeira preparação que é feita é o Amaci de Cabeça, ou seja, purifica-se a cabeça do médium com uma mistura de ervas que o auxiliarão no contato com a entidade dona de sua orí ( cabeça). Nossa cabeça é a nossa força propulsora pela vida, se ela não

estiver com bons pensamentos, dificilmente você conseguirá obter alguma coisa em sua vida, seja espiritual ou material. Pense Nisto!

As Sete Linhas

Para entender um pouco mais a Umbanda devemos conhecer as linhas ou vibrações. Uma linha ou vibração, eqüivale a um grande exército de espíritos que rendem obediência a um "Chefe". Este "Chefe" representa para nós um Orixá e cabe a ele uma grande missão no espaço.

Vejamos quais são as Sete Linhas da Umbanda:

1. Linha De Oxalá

2. Linha De Yemanjá

3. Linha De Xangô

4. Linha De Ogum

5. Linha De Oxossi

6. Linha De Yori (Ibeiji)

7. Linha Das Almas

Estes nomes são sagrados e ancestrais e nomeiam os sete Orixás Maiores da Umbanda.

Estes Orixás Planetários são os sete espíritos mais elevados do planeta, e nunca encarnaram aqui.

Os Orixás Maiores não incorporam, eles têm funções de governo planetário. Cada um deles estende suas vibrações e ordenações a mais sete entidades denominadas Orixás Menores e estas, cada uma para mais sete inferiores e assim por diante.

Veja como se organiza uma linha:

|Categoria |Quantidade |Grau |Denominação |

|Orixá Maior |1 |- | |

|Orixá Menor |7 |(1º Grau) |Chefe de Legião |

|Orixá Menor |49 |(2º Grau) |Chefe de Falange |

|Orixá Menor |343 |(3º Grau) |Chefe de Sub-Falange |

|Guia |2401 |(4º Grau) |Chefe de Grupamento |

|Protetor |16807 |(5º Grau) |Chefe Integrante de Grupamento |

|Protetor |117649 |(6º Grau) |Sub Chefe de Grupamento |

|Protetor |823543 |(7º Grau) |Integrante de Grupamento |

Tabela 1

A cada grau que a hierarquia vai descendo a quantidade de entidades vai se multiplicando por sete, pois cada entidade, dentro de sua hierarquia delega ordenações para mais sete.

Linhas, Legiões e Falanges

Cada linha compõe-se de sete legiões, tendo cada legião o seu chefe. Cada legião divide-se em sete grandes falanges, que por sua vez também tem um chefe e cada falange divide-se em sete sub-falanges e assim por diante, obedecendo a um critério lógico.

Agora apresentaremos as linhas e seus Orixás com os seus respectivos chefes de legiões.

OXALÁ: (ORI ( Luz, Reflexo; XA ( Senhor, Fogo; LÁ ( Deus, Divino) Portanto, A LUZ DO SENHOR DEUS

Os Setes Chefes de Legião da Vibração Espiritual de Oxalá:

|Caboclo Urubatão Da Guia |representante da vibração espiritual |

|Caboclo Guaracy |intermediário para Ogum |

|Caboclo Guarani |intermediário para Oxossi |

|Caboclo Aymoré |intermediário para Xangô |

|Caboclo Tupy |intermediário para Yorimá |

|Caboclo Ubiratan |intermediário para Yori |

|Caboclo Ubirajara |intermediário para Yemanjá |

OXOSSI: (OX ( Ação ou Movimento; O ( Círculo; SSI ( Viventes da Terra)

Portanto, A POTÊNCIA QUE DOUTRINA, O CATEQUIZADOR DE ALMAS

Os Setes Chefes de Legião da Vibração Espiritual de Oxossi:

|Caboclo Arranca-Toco |Representante Da Vibração Espiritual |

|Caboclo Araribóia |Intermediário Para Ogum |

|Caboclo Arruda |Intermediário Para Oxalá |

|Caboclo Cobra-Coral |Intermediário Para Xangô |

|Caboclo Tupinambá |Intermediário Para Yorimá |

|Cabocla Jurema |Intermediário Para Yori |

|Caboclo Pena-Branca |Intermediário Para Yemanjá |

OGUM: (OG ( Glória, Salvação; AUM ( Fogo, Guerreiro) Portanto, O GUERREIRO CÓSMICO PACIFICADOR, O FOGO DA GLÓRIA

Os Setes Chefes de Legião da Vibração Espiritual de:

|Caboclo Ogum Dilê |representante da Vibração Espiritual |

|Caboclo Ogum Matinata |intermediário para Oxalá |

|Caboclo Ogum Rompe-Mato |intermediário para Oxossi |

|Caboclo Ogum Beira-Mar |intermediário para Xangô |

|Caboclo Ogum De Malé |intermediário para Yorimá |

|Caboclo Ogum Megê |intermediário para Yori |

|Caboclo Ogum Yara |intermediário para Yemanjá |

Exú

[pic]

Os primeiros europeus que tiveram contato na África com o culto do orixá Exú dos iorubás, venerado pelos fons como o vodum Legba ou Elegbara, atribuíram a essa divindade uma dupla identidade: a do deus fálico greco-romano Príapo e a do diabo dos judeus e cristãos. A primeira por causa dos altares, representações materiais e símbolos fálicos do orixá; a segunda em razão de suas atribuições específicas no panteão dos orixás e voduns e suas qualificações morais narradas pela mitologia, que o mostra como um orixá que contraria as regras mais gerais de conduta aceitas socialmente. Atribuições e caráter que os recém-chegados cristãos não podiam conceber, enxergar sem o viés etnocêntrico e muito menos aceitar. Nas palavras de Pierre Verger, Exú "tem um caráter suscetível, violento, irascível, astucioso, grosseiro, vaidoso, indecente", de modo que "os primeiros missionários, espantados com tal conjunto, assimilaram-no ao Diabo e fizeram dele o símbolo de tudo o que é maldade, perversidade, abjeção e ódio, em oposição à bondade, pureza, elevação e amor de Deus".

Assim, os escritos de viajantes, missionários e outros observadores que estiveram em território fom ou Iorubá entre os séculos XVIII e XIX, todos eles de cultura cristã, quando não cristãos de profissão, descreveram Exú sempre ressaltando aqueles aspectos que o mostravam, aos olhos ocidentais, como entidade destacadamente sExúalizada e demoníaca. Um dos primeiros escritos que se referem a Legba, senão o primeiro, é devido a Pommegorge, do qual se publicou em 1789 um relato de viagem informando que "a um quarto de légua do forte os daomeanos há um deus Príapo, feito grosseiramente de terra, com seu principal atributo (o falo), que é enorme e exagerado em relação à proporção do resto do corpo". De 1847 temos o testemunho de John Duncan, que escreveu: "As partes baixas (a genitália) da estátua são grandes, desproporcionadas e expostas da maneira mais nojenta". É de 1857 a descrição do pastor Thomas Bowen, em que é enfatizado o outro aspecto atribuído pelos ocidentais a Exú: "Na língua iorubá o diabo é denominado Exú, aquele que foi enviado outra vez, nome que vem de su, jogar fora, e Elegbara, o poderoso, nome devido ao seu grande poder sobre as pessoas". Trinta anos depois, o abade Pierre Bouche foi bastante explícito: "Os negros reconhecem em Satã o poder da possessão, pois o denominam comumente Elegbara, isto é, aquele que se apodera de nós". E há muitos outros relatos antigos já citados por Verger, nenhum menos desfavorável ao deus mensageiro que esses.

Em 1884, publicou-se na França o livro Fétichisme e féticheurs, de autoria de R. P. Baudin, padre católico da Sociedade das Missões Africanas de Lyon e missionário na Costa dos Escravos. Foi esse o primeiro livro a tratar sistematicamente da religião dos iorubás. O relato do padre Baudin é rico em pormenores e precioso em informações sobre o panteão dos orixás e aspectos básicos do culto, tanto que o livro permanece como fonte pioneira da qual os pesquisadores contemporâneos não podem se furtar, mas suas interpretações do papel de Exú no sistema religioso dos povos iorubás, a partir das observações feitas numa perspectiva cristã do século XIX, são devastadoras. E amplamente reveladoras de imagens que até hoje povoam o imaginário popular no Brasil, para não dizer do próprio povo-de-santo que cultua Exú, pelo menos em sua grande parte.

Assim é retratado Exú por padre Baudin:

"O chefe de todos os gênios maléficos, o pior deles e o mais temido, é Exú, palavra que significa o rejeitado; também chamado Elegbá ou Elegbara, o forte, ou ainda Ogongo Ogó, o gênio do bastão nodoso.

"Para se prevenir de sua maldade, os negros colocam em suas casas o ídolo de Olarozê, gênio protetor do lar, que, armado de um bastão ou sabre, lhe protege a entrada. Mas, a fim de se pôr a salvo das crueldades de Elegbá, quando é preciso sair de casa para trabalhar, não se pode jamais esquecer de dar a ele parte de todos os sacrifícios. Quando um negro quer se vingar de um inimigo, ele faz uma copiosa oferta a Elegbá e o presenteia com uma forte ração de aguardente ou de vinho de palma. Elegbá fica então furioso e, se o inimigo não estiver bem munido de talismãs, correrá grande perigo.

"É este gênio malvado que, por si mesmo ou por meio de seus companheiros espíritos, empurra o homem para o mal e, sobretudo, o excita para as paixões vergonhosas. Muitas vezes, vi negros que, punidos por roubo ou outras faltas, se desculpavam dizendo: 'Eshu l'o ti mi', isto é, 'Foi Exú' que me impeliu'.

"A imagem hedionda desse gênio malfazejo é colocada na frente de todas as casas, em todas as praças e em todos os caminhos.

"Elegbá é representado sentado, as mãos sobre os joelhos, em completa nudez, sob uma cobertura de folhas de palmeira. O ídolo é de terra, de forma humana, com uma cabeça enorme. Penas de aves representam seus cabelos; dois búzios formam os olhos, outros, os dentes, o que lhe dá uma aparência horrível.

"Nas grandes circunstâncias, ele é inundado de azeite de dendê e sangue de galinha, o que lhe dá uma aparência mais pavorosa ainda e mais nojenta. Para completar com dignidade a decoração do ignóbil símbolo do Príapo africano, colocam-se junto dele cabos de enxada usados ou grossos porretes nodosos. Os abutres, seus mensageiros, felizmente vêm comer as galinhas, e os cães, as outras vítimas a ele imoladas, sem os quais o ar ficaria infecto.

"O templo principal fica em Woro, perto de Badagry, no meio de um formoso bosque encantado, sob palmeiras e árvores de grande beleza. Perto da laguna em que se realiza uma grande feira, o chão é juncado de búzios que os negros atiram como oferta a Elegbá, para que ele os deixe em paz. Uma vez por ano, o feiticeiro de Elegbá junta os búzios para comprar um escravo que lhe é sacrificado, e aguardente para animar as danças, ficando o resto para o feiticeiro.

"O caso seguinte demonstra a inclinação de Elegbá para fazer o mal.

O texto termina assim, sem entrar em pormenores que certamente eram impróprios à formação pudica do missionário, há a vaga referência a Príapo, o deus fálico greco-romano, guardião dos jardins e pomares, que no sul da Itália imperial veio a ser identificado com o deus Lar dos romanos, guardião das casas e também das praças, ruas e encruzilhadas, protetor da família e patrono da sExúalidade. Não há referências textuais sobre o caráter diabólico atribuído pelo missionário a Exú, que a descrição prenuncia, mas há um dado muito interessante na gravura que ilustra a descrição e que revela a direção da interpretação de Baudin. Na ilustração aparece um homem sacrificando uma ave a Exú, representado por uma estatueta protegida por uma casinhola situada junto à porta de entrada da casa. A legenda da figura diz: "Elegbá, o malvado espírito ou o Demônio". Príapo e Demônio, as duas qualidades de Exú para os cristãos. Já está lá, nesse texto católico de 1884, o binômio pecaminoso impingido a Exú no seu confronto com o Ocidente: sexo e pecado, luxúria e danação, fornicação e maldade.

Nunca mais Exú se livraria da imputação dessa dupla pecha, condenado a ser o orixá mais incompreendido e caluniado do panteão afro-brasileiro, como bem lembrou Juana Elbein dos Santos, praticamente a primeira pesquisadora no Brasil a se interessar pela recuperação dos atributos originais africanos de Exú, atributos que foram no Brasil amplamente encobertos pelas características que lhe foram impostas pelas reinterpretações católicas na formação do modelo sincrético que gabaritou a religião dos orixás no Brasil.

Para os antigos iorubás, os homens habitam a Terra, o Aiê, e os deuses orixás, o Orum. Mas muitos laços e obrigações ligam os dois mundos. Os homens alimentam continuamente os orixás, dividindo com eles sua comida e bebida, os vestem, adornam e cuidam de sua diversão. Os orixás são parte da família, são os remotos fundadores das linhagens cujas origens se perdem no passado mítico. Em troca dessas oferendas, os orixás protegem, ajudam e dão identidade aos seus descendentes humanos. Também os mortos ilustres merecem tal cuidado, e sua lembrança os mantêm vivos no presente da coletividade, até que um dia possam renascer como um novo membro de sua mesma família. É essa a simples razão do sacrifício: alimentar a família toda, inclusive os mais ilustres e mais distantes ancestrais, alimentar os pais e mães que estão na origem de tudo, os deuses, numa reafirmação permanente de que nada se acaba e que nos laços comunitários estão amarrados, sem solução de continuidade, o presente da vida cotidiana e o passado relatado nos mitos, do qual o presente é reiteração.

As oferendas dos homens aos orixás devem ser transportadas até o mundo dos deuses. Exú tem este encargo, de transportador. Também é preciso saber se os orixás estão satisfeitos com a atenção a eles dispensada pelos seus descendentes, os seres humanos. Exú propicia essa comunicação, traz suas mensagens, é o mensageiro. É fundamental para a sobrevivência dos mortais receber as determinações e os conselhos que os orixás enviam do Aiê. Exú é o portador das orientações e ordens, é o porta-voz dos deuses e entre os deuses. Exú faz a ponte entre este mundo e mundo dos orixás, especialmente nas consultas oraculares. Como os orixás interferem em tudo o que ocorre neste mundo, incluindo o cotidiano dos viventes e os fenômenos da própria natureza, nada acontece sem o trabalho de intermediário do mensageiro e transportador Exú. Nada se faz sem ele, nenhuma mudança, nem mesmo uma repetição. Sua presença está consignada até mesmo no primeiro ato da Criação: sem Exú, nada é possível. O poder de Exú, portanto, é incomensurável.

Exú deve então receber os sacrifícios votivos, deve ser propiciado, sempre que algum orixá recebe oferenda, pois o sacrifício é o único mecanismo através do qual os humanos se dirigem aos orixás, e o sacrifício significa a reafirmação dos laços de lealdade, solidariedade e retribuição entre os habitantes do Aiê e os habitantes do Orum. Sempre que um orixá é interpelado, Exú também o é, pois a interpelação de todos se faz através dele. É preciso que ele receba oferenda, sem a qual a comunicação não se realiza. Por isso é costume dizer que Exú não trabalha sem pagamento, o que acabou por imputar-lhe, quando o ideal cristão do trabalho desinteressado da caridade se interpôs entre os santos católicos e os orixás, a imagem de mercenário, interesseiro e venal.

Como mensageiro dos deuses, Exú tudo sabe, não há segredos para ele, tudo ele ouve e tudo ele transmite. E pode quase tudo, pois conhece todas as receitas, todas as fórmulas, todas as magias. Exú trabalha para todos, não faz distinção entre aqueles a quem deve prestar serviço por imposição de seu cargo, o que inclui todas as divindades, mais os antepassados e os humanos. Exú não pode ter preferência por este ou aquele. Mas talvez o que o distingue de todos os outros deuses é seu caráter de transformador: Exú é aquele que tem o poder de quebrar a tradição, pôr as regras em questão, romper a norma e promover a mudança. Não é pois de se estranhar que seja considerado perigoso e temido, posto que se trata daquele que é o próprio princípio do movimento, que tudo transforma, que não respeita limites e, assim, tudo o que contraria as normas sociais que regulam o cotidiano passa a ser atributo seu. Exú carrega qualificações morais e intelectuais próprias do responsável pela manutenção e funcionamento do status quo, inclusive representando o princípio da continuidade garantida pela sExúalidade e reprodução humana, mas ao mesmo tempo ele é o inovador que fere as tradições, um ente portanto nada confiável, que se imagina, por conseguinte, ser dotado de caráter instável, duvidoso, interesseiro, turbulento e arrivista.

Para um iorubá ou outro africano tradicional, nada é mais importante do que ter uma prole numerosa e para garanti-la é preciso ter muitas esposas e uma vida sExúal regular e profícua. É preciso gerar muitos filhos, de modo que, nessas culturas antigas, o sexo tem um sentido social que envolve a própria idéia de garantia da sobrevivência coletiva e perpetuação das linhagens, clãs e cidades. Exú é o patrono da cópula, que gera filhos e garante a continuidade do povo e a eternidade do homem. Nenhum homem ou mulher pode se sentir realizado e feliz sem uma numerosa prole, e a atividade sExúal é decisiva para isso. É da relação íntima com a reprodução e a sExúalidade, tão explicitadas pelos símbolos fálicos que o representam, que decorre a construção mítica do gênio libidinoso, lascivo, carnal e desregrado de Exú-Elegbara.

Isso tudo contribuiu enormemente para modelar sua imagem estereotipada de orixá difícil e perigoso que os cristãos reconheceram como demoníaca. Quando a religião dos orixás, originalmente politeísta, veio a ser praticada no Brasil do século XIX por negros que eram ao mesmo tempo católicos, todo o sistema cristão de pensar o mundo em termos do bem e do mal deu um novo formato à religião africana, no qual um novo papel esperava por Exú.

O sincretismo não é, como se pensa, uma simples tábua de correspondência entre orixás e santos católicos, assim como não representava o simples disfarce católico que os negros davam ao seus orixás para poder cultuá-los livres da intransigência do senhor branco, como de modo simplista se ensina nas escolas até hoje. O sincretismo representa a captura da religião dos orixás dentro de um modelo que pressupõe, antes de mais nada, a existência de dois pólos antagônicos que presidem todas as ações humanas: o bem e o mal; de um lado a virtude, do outro o pecado. Essa concepção, que é judaico-cristã, não existia na África. As relações entre os seres humanos e os deuses, como ocorre em outras antigas religiões politeístas, eram orientadas pelos preceitos sacrificiais e pelo tabu, e cada orixá tinha suas normas prescritivas e restritivas próprias aplicáveis aos seus devotos particulares, como ainda se observa no candomblé, não havendo um código de comportamento e valores único aplicável a toda a sociedade indistintamente, como no cristianismo, uma lei única que é a chave para o estabelecimento universal de um sistema que tudo classifica como sendo do bem ou do mal, em categorias mutuamente exclusivas.

No catolicismo, o sacrifício foi substituído pela oração e o tabu, pelo pecado, regrado por um código de ética universalizado que opera o tempo todo com as noções de bem e mal como dois campos em luta: o de deus, que os católicos louvam nas três pessoas do Pai, Filho e Espírito Santo, que é o lado do bem, e o do mal, que é o lado do diabo em suas múltiplas manifestações. Abaixo de deus estão os anjos e os santos, santos que são humanos mortos que em vida abraçaram as virtudes católicas, às vezes por elas morrendo.

O lado do bem, digamos, foi assim preenchido pelos orixás, exceto Exú, ganhando Oxalá, o orixá criador da humanidade, o papel de Jesus Cristo, o deus Filho, mantendo-se Oxalá no topo da hierarquia, posição que já ocupava na África, donde seu nome Orixalá ou Orixá Nlá, que significa o Grande Orixá. O remoto e inatingível deus supremo Olorum dos iorubás ajustou-se à concepção do deus Pai judaico-cristão, enquanto os demais orixás ganharam a identidade de santos. Mas ao vestirem a camisa de força de um modelo que pressupõe as virtudes católicas, os orixás sincretizados perderam muito de seus atributos originais, especialmente aqueles que, como no caso da sExúalidade entendida como fonte de pecado, podem ferir o campo do bem, como explicou Monique Augras, ao mostrar que muitas características africanas das Grandes Mães, inclusive Iemanjá e Oxum, foram atenuadas ou apagadas no culto brasileiro dessas deusas e passaram a compor a imagem pecaminosa de Pombagira, o Exú feminizado do Brasil, no outro pólo do modelo, em que Exú reina como o senhor do mal.

Foi sem dúvida o processo de cristianização de Oxalá e outros orixás que empurrou Exú para o domínio do inferno católico, como um contraponto requerido pelo molde sincrético. Pois, ao se ajustar a religião dos orixás ao modelo da religião cristã, faltava evidentemente preencher o lado satânico do esquema deus-diabo, bem-mal, salvação-perdição, céu-inferno, e quem melhor que Exú para o papel do demônio? Sua fama já não era das melhores e mesmo entre os seguidores dos orixás sua natureza, que não se ajusta aos modelos comuns de conduta, e seu caráter não acomodado, autônomo e embusteiro já faziam dele um ser contraventor, desviante e marginal, como o diabo. A propósito do culto de Exú na Bahia do final do século XIX, o médico Raimundo Nina Rodrigues, professor da Faculdade de Medicina da Bahia e pioneiro dos estudos afro-brasileiros, escreveu em 1900 as seguintes palavras:

“Exú, Bará ou Elegbará é um santo ou orixá que os afro-baianos têm grande tendência a confundir com o diabo. Tenho ouvido mesmo de negros africanos que todos os santos podem se servir de Exú para mandar tentar ou perseguir a uma pessoa. Em uma pelo motivo mais fútil, não é raro entre nós ouvir-se gritar pelos mais prudentes: Fulano olha Exú! Precisamente como diriam velhas beatas: Olha a tentação do demônio! No entanto, sou levado a crer que esta identificação é apenas o produto de uma influência do ensino católico”.

Transfigurado no diabo, Exú teve que passar por algumas mudanças para se adequar ao contexto cultural brasileiro hegemonicamente católico. Assim, num meio em que as conotações de ordem sExúal eram fortemente reprimidas, o lado priápico de Exú foi muito dissimulado e em grande parte esquecido. Suas imagens brasileiras perderam o esplendor fálico do explícito Elegbara, disfarçando-se tanto quanto possível seus símbolos sExúais, pois mesmo sendo transformado em diabo, era então um diabo de cristãos, o que impôs uma inegável pudicícia que Exú não conhecera antes. Em troca ganhou chifres, rabo e até mesmo os pés de bode próprios de demônios antigos e medievais dos católicos.

Com o avanço das concepções cristãs sobre a religião dos orixás, ao qual vieram se juntar no final do século XIX as influências do espiritismo kardecista, que também absorvera orientações, visões e valores éticos cristãos, Exú foi cada vez mais empurrado para o lado do mal, cada vez mais obrigado, pelos seus próprios seguidores sincréticos, a desempenhar o papel do demônio.

O preceito segundo o qual Exú sempre recebe oferenda antes das demais divindades serem propiciadas, e que nada mais representa que o pagamento adiantado que Exú deve ganhar para levar as oferendas aos outros deuses, acabou sendo bastante desvirtuado. Passou-se a acreditar que as oferendas e homenagens preliminares a Exú devem ser feitas para que ele simplesmente não tumultue ou atrapalhe as cerimônias realizadas a seguir. Grande parte dos devotos dos orixás pensam e agem como se Exú devesse assim ser evitado e afastado, momentaneamente distraído com as homenagens, neutralizado como o diabo com que agora é confundido. Seu culto transformou-se assim num culto de evitação. Isto pode ser observado hoje em qualquer parte do Brasil, na maior parte dos terreiros de candomblé e umbanda, e também na África e em Cuba. Faz-se a oferenda não para que Exú cumpra sua missão de levar aos orixás as oferendas e pedidos dos humanos e trazer de volta as respostas, mas simplesmente para que ele não impeça por meio de suas artimanhas, brincadeiras e ardis a realização de todo o culto. Exú é pago para não atrapalhar, transformou-se num empecilho, num estorvo, num embaraço. Como se não bastasse, é tido como aquele que se vende por um prato de farofa e um copo de aguardente.

É evidente que em certos terreiros da religião dos orixás, sobretudo em uns poucos candomblés antigos mais próximos das raízes culturais africanas, cultiva-se uma imagem de Exú calcada em seu papel de orixá mensageiro dos deuses, cujas atribuições não são muito diferentes daquelas trazidas da África. Nesse meio restrito, sua figura continua sendo contraditória e problemática, mas é discreta sua ligação sincrética com o diabo católico. O mesmo não ocorre quando olhamos para a imagem de Exú cultivada por religiões oponentes, imagem que é largamente inspirada nos próprios cultos afro-brasileiros e que descrevem Exú como entidade essencialmente do mal. A imagem de Exú consolidada por essas religiões, especialmente as evangélicas, que usam fartamente o rádio e a televisão como meios de propaganda religiosa, extravasa para os mais diferentes campos religiosos e profanos da cultura brasileira e faz dele o diabo brasileiro por excelência.

A imagem de Exú, o Diabo, é fartamente explorada pelas religiões que disputam seguidores com a umbanda e o candomblé no chamado mercado religioso, especialmente as igrejas neopentecostais. Como mostrou Ricardo Mariano, o neopentecostalismo caracteriza-se por "enxergar a presença e ação do diabo em todo lugar e em qualquer coisa e até invocar a manifestação de demônios nos cultos" para humilhá-los e os exorcizar, demônios aos quais os evangélicos atribuem todos os males que afligem as pessoas e que identificam como sendo, especialmente, entidades da umbanda, deuses do candomblé e espíritos do kardecismo, ocupando os Exús e pombagiras um lugar de destaque no palco em que os pastores exorcistas fazem desfilar o diabo em suas múltiplas versões. Em ritos de exorcismo televisivos da Igreja Universal do Reino de Deus, que representa hoje o mais radical e agressivo oponente cristão das religiões afro-brasileiras, Exús e pombagiras são mostrados no corpo possuído de novos conversos saídos da umbanda e do candomblé, com a exibição de posturas e gestos estereotipados aprendidos pelos ex-seguidores nos próprios terreiros afro-brasileiros. Todos os males, inclusive o desemprego, a miséria, a crise familiar, entre outras aflições que atingem os cotidianos das pessoas, sobretudo os pobres, são considerados pelos neopentecostais como tendo origem no diabo, identificado preferencialmente com as entidades afro-brasileiras, conforme também mostra Ronaldo Almeida. O desemprego, por exemplo, ao invés de ser considerado como decorrente das injustiças sociais e problemas da estrutura da sociedade, como explicariam os católicos das comunidades eclesiais de base, é visto pela Igreja Universal como resultante da possessão de alguma entidade como Exú Tranca Rua ou Exú Sete Encruzilhadas. Neste caso, o exorcismo deve expulsar o Exú que provoca o desemprego.

Os evangélicos se valem ritualmente do transe de incorporação afro-brasileiro para trazer à cena as entidades que eles identificam como demoníacas e se propõem a expulsar em ritos que chamam de libertação. Mariza Soares identifica outro paralelo muito expressivo entre o rito umbandista do transe e o rito exorcista pentecostal. Diz ela: "A sexta-feira é conhecida na umbanda como o dia das giras de Exú que se dão geralmente à noite. A meia-noite, 'hora grande' de sexta para sábado é o momento em que os Exús se manifestam e trabalham. É justamente nesta mesma hora que nas igrejas “evangélicas” estão sendo realizadas as cerimônias onde esses Exús são invocados para, em seguida, serem expulsos dos corpos das pessoas presentes".

Ao descrever um ritual exorcista presenciado em um templo da Igreja Universal no bairro de Santa Cecília, no centro de São Paulo, em que se expulsava uma entidade que foi incorporada através do transe e que se identificou como Exú Tranca Rua, Mariano registrou os versos do cântico então entoado freneticamente pelos fiéis: "Tranca Rua e Pombagira fizeram combinação/ combinaram acabar com a vida do cristão/ torce, retorce, você não pode não/ eu tenho Jesus Cristo dentro do meu coração". Eles acreditam que há um pacto firmado entre as entidades demoníacas para se apossar dos homens e os destruir pela doença, pelo infortúnio, pela morte. É o que representa Exú para os neopentecostais, mas essa imagem está longe de estar confinada às suas igrejas.

Entre os seguidores do catolicismo, a velha animosidade contra as religiões afro-brasileiras, que parecia arrefecida desde a década de 1960, quando a igreja católica deixou de lado a propaganda contra a umbanda, que chamava de "baixo espiritismo", reavivou-se com a Renovação Carismática. Movimento conservador que divide com o pentecostalismo muitas características, inclusive a intransigência para com outras religiões, o catolicismo carismático voltou a bater na tecla de que as divindades e entidades afro-brasileiras não passam de manifestações do diabo, que se apresenta a todos, sem disfarce, nas figuras de Exús e pombagiras. Está de volta a velha perseguição católica aos cultos afro-brasileiros, agora sem contar com o braço armado do estado, cuja polícia, pelo menos até o início da década de 1940, prendia praticantes e fechava terreiros, mas podendo se valer de meios de propaganda igualmente eficazes. Exú, o Diabo, mobiliza e legitima, aos olhos cristãos, o ódio religioso contra a umbanda e o candomblé, corporificado em verdadeira guerra religiosa de evangélicos contra afro-brasileiros.

Essa é a concepção mais difundida que se tem de Exú na sociedade brasileira, é o que se vê na televisão e o que se dissemina pela mídia. Na idéia mais corrente que se tem de Exú, ele está sempre associado com a magia negra, com a produção do mal e até mesmo com a morte, uma idéia que certos feiticeiros que se apresentam como sacerdotes afro-brasileiros fazem questão de propagar. É amplo o espectro da contrapropaganda que vitimiza o orixá mensageiro, contra o qual parece confluirem as mais diferentes dimensões do preconceito que envolve em nosso país os negros e a herança africana. De fato, em vários episódios de magia negra ocorridos recentemente no Brasil, com o assassinato de crianças e adultos, Exú e Pombagira têm sido apontados pela mídia como motivadores e promotores do ato criminoso. Num desses casos, ocorrido na década de 1980, no Rio de Janeiro, um comerciante foi morto a mando da mulher por causa de sua suposta impotência sExúal. Depois de ter fracassada a aplicação de vários procedimentos mágicos supostamente recomendados por Pombagira, ela mesma teria sugerido o uso de arma de fogo para que a mulher se livrasse do incapaz e incômodo marido. Os implicados acabaram condenados, mas a própria Pombagira, em transe, acabou comparecendo à presença do juiz. E lá estavam todos os ingredientes que têm, por mais de dois séculos, alimentado a concepção demoníaca que se forjou de Exú entre nós: sexo, magia negra, atentado à vida, crime.

No interior do segmento afro-brasileiro, podemos contudo observar nos dias de hoje um movimento que encaminha Exú numa espécie de retorno aos seus papéis e status africanos tradicionais. Em terreiros de candomblé que defendem ou reintroduzem concepções, mitologia e rituais buscados na tradição africana, tanto quanto possível, especialmente naqueles terreiros que têm lutado por abandonar o sincretismo católico, Exú é enfaticamente tratado como um orixá igual aos demais, buscando-se apagar as conotações de diabo, escravo e inimigo que lhe tem sido comumente atribuídas.

No candomblé cada membro do culto deve ser iniciado para um orixá específico, que é aquele considerado o seu antepassado mítico, sua origem de natureza divina. Os que eram identificados pelo jogo oracular dos búzios como filhos de Exú estavam sujeitos a ser reconhecidos como filhos do diabo e, por isso, acabavam sendo iniciados para outro orixá, especialmente para Ogum Xoroquê, uma qualidade de Ogum com profundas ligações com o mensageiro. Até pouco tempo, eram raros e notórios os filhos de Exú iniciados para Exú. Isso vem mudando à medida que avança o movimento de dessincretização e já há filhos de Exú orgulhosos de sua origem.

Hoje em dia, em muitos terreiros de candomblé, concepções e práticas católicas que foram incorporadas à religião dos orixás em solo brasileiro vão sendo questionadas e deixadas de lado. Quando isso ocorre, Exú vai perdendo, dentro do mundo afro-brasileiro, a condição de diabo que a visão maniqueísta do catolicismo a respeito do bem e do mal a ele impingiu, uma vez que foi exatamente a cristianização dos orixás que transformou Oxalá em Jesus Cristo, Iemanjá em Nossa Senhora, outros orixás em santos católicos, e Exú no diabo. Nesse processo de dessincretização, que é um dos aspectos do processo de africanização por que passa certo segmento do candomblé, Exú tem alguma chance de voltar a ser simplesmente o orixá mensageiro que detém o poder da transformação e do movimento, que vive na estrada, freqüenta as encruzilhadas e guarda a porta das casas, orixá controvertido e não domesticável, porém nem santo nem demônio.

Características

|Cor |Preto e Vermelho |

|Fio de Contas |Preto e Vermelho |

|Ervas |Pimenta, capim tiririca, urtiga. Arruda, salsa, hortelã |

|Símbolo |Bastão – agô, Tridente |

|Pontos da Natureza |Encruzilhadas e passagens. |

|Flores |Cravos Vermelhos |

|Essências |- |

|Pedras |Granada, Rubi, Turmalina Negra, Onix |

|Metal |Ferro |

|Saúde |Dores de cabeça relacionadas a problemas de fígado |

|Planeta |Mercúrio |

|Dia da Semana |Segunda-feira |

|Elemento |Fogo |

|Chakra |Básico, Sacro |

|Saudação |Laroiê Exú, Exú ê, Exú Amogibá |

|Bebida |Cachaça |

|Animais |Cachorro, Galinha Preta |

|Comidas |Padê |

|Numero |- |

|Data Comemorativa |13 de Junho |

|Sincretismo |Diabo, Santo Antônio. |

|Incompatibilidades |Leite, Comidas Brancas e Sal |

Atribuições

Vigia as passagens, abre e fecha os caminhos.Por isso ajuda a resolver problemas da vida fora de casa e a encontrar caminhos para progredir,além de proteger contra perigos e inimigos.

Lendas De Exú

Porque Exú Recebe Oferendas Antes Dos Outros Orixás

Exu foi o primeiro filho de Iemanjá e Oxalá. Ele era muito levado e gostava de fazer brincadeiras com todo mundo. Tantas fez que foi expulso de casa. Saiu vagando pelo mundo, e então o país ficou na miséria, assolado por secas e epidemias. O povo consultou Ifá, que respondeu que Exu estava zangado porque ninguém se lembrava dele nas festas; e ensinou que, para qualquer ritual dar certo, seria preciso oferecer primeiro um agrado a Exu. Desde então, Exu recebe oferendas antes de todos, mas tem que obedecer aos outros Orixás, para não voltar a fazer tolices.

Vingança de Exú

Um homem rico tinha uma grande criação de galinhas. Certa vez, chamou um pintinho muito travesso de Exú, acrescentando vários xingamentos. Para se vingar, Exú fez com que o pinto se tornasse muito violento. Depois que se tornou galo, ele não deixava nenhum outro macho sossegado no galinheiro: feria e matava todos os que o senhor comprava. Com o tempo, o senhor foi perdendo a criação e ficou pobre. Então, perguntou a um babalaô o que estava acontecendo. O sacerdote explicou que era uma vingança de Exú e que ele precisaria fazer um ebó pedindo perdão ao Orixá. Amedrontado, o senhor fez a oferenda necessária e o galo se tornou calmo, permitindo que ele recuperasse a produção.

Exú Instaura O Conflito Entre Iemanjá, Oiá E Oxum

Um dia, foram juntas ao mercado Iansã e Oxum, esposas de Xangô, e Iemanjá, esposa de Ogum. Exú entrou no mercado conduzindo uma cabra, viu que tudo estava em paz e decidiu plantar uma discórdia. Aproximou-se de Iemanjá, Iansã e Oxum e disse que tinha um compromisso importante com Orumilá.

Ele deixaria a cidade e pediu a elas que vendessem sua cabra por vinte búzios. Propôs que ficassem com a metade do lucro obtido. Iemanjá, Oiá e Oxum concordaram e Exú partiu. A cabra foi vendida por vinte búzios. Iemanjá, Iansã e Oxum puseram os dez búzios de Exú a parte e começaram a dividir os dez búzios que lhe cabiam. Iemanjá contou os búzios. Haviam três búzios para cada uma delas, mas sobraria um. Não era possível dividir os dez em três partes iguais. Da mesma forma Iansã e Oxum tentaram e não conseguiram dividir os búzios por igual. Aí as três começaram a discutir sobre quem ficaria com a maior parte.

Iemanjá disse: “É costume que os mais velhos fiquem com a maior porção. Portanto, eu pegarei um búzio a mais”. Oxum rejeitou a proposta de Iemanjá, afirmando que o costume era que os mais novos ficassem com a maior porção, que por isso lhe cabia.

Iansã intercedeu, dizendo que, em caso de contenda semelhante, a maior parte caberia à do meio. As três não conseguiam resolver a discussão.

Não havia meio de resolver a divisão. Exú voltou ao mercado para ver como estava a discussão. Ele disse: “Onde está minha parte?”.

Elas deram a ele dez búzios e pediram para dividir os dez búzios delas de modo eqüitativo. Exú deu três a Iemanjá, três a Oiá e três a Oxum. O décimo búzio ele segurou. Colocou-o num buraco no chão e cobriu com terra. Exú disse que o búzio extra era para os antepassados, conforme o costume que se seguia no Orun.

Toda vez que alguém recebe algo de bom, deve-se lembrar dos antepassados. Dá-se uma parte das colheitas, dos banquetes e dos sacrifícios aos Orixás, aos antepassados. Assim também com o dinheiro. Este é o jeito como é feito no Céu. Assim também na terra deve ser. Quando qualquer coisa vem para alguém, deve-se dividi-la com os antepassados. “Lembrai que não deve haver disputa pelos búzios.”

Iemanjá, Oiá e oxum reconheceram que Exú estava certo. E concordaram em aceitar três búzios cada.

Todos os que souberam do ocorrido no mercado de Oió passaram a ser mais cuidadosos com relação aos antepassados, a eles destinando sempre uma parte importante do que ganham com os frutos do trabalho e com os presentes da fortuna.

Exú Torna-Se O Amigo Predileto De Orumilá

Como se explica a grande amizade entre Orumilá e Exú, visto que eles são opostos em grandes aspectos? 

Orumilá, filho mais velho de Olorum, foi quem trouxe aos humanos o conhecimento do destino pelos búzios. Exú, pelo contrario, sempre se esforçou para criar mal-entendidos e rupturas, tanto aos humanos como aos Orixás. Orumilá era calmo e Exú, quente como o fogo.

Mediante o uso de conchas adivinhas, Orumilá revelava aos homens as intenções do supremo deus Olorum e os significados do destino. Orumilá aplainava os caminhos para os humanos, enquanto Exú os emboscava na estrada e fazia incertas todas as coisas. O caráter de Orumilá era o destino, o de Exú, era o acidente. Mesmo assim ficaram amigos íntimos.

Uma vez, Orumilá viajou com alguns acompanhantes. Os homens de seu séqüito não levavam nada, mas Orumilá portava uma sacola na qual guardava o tabuleiro e os Obis que usava para ler o futuro.

Mas na comitiva de Orumilá muitos tinham inveja dele e desejavam apoderar-se de sua sacola de adivinhação. Um deles mostrando-se muito gentil, ofereceu-se para carregar a sacola de Orumilá. Um outro também se dispôs à mesma tarefa e eles discutiram sobre quem deveria carregar a tal sacola. 

Até que Orumilá encerrou o assunto dizendo: "Eu não estou cansado. Eu mesmo carrego a sacola".

Quando Orumilá chegou em casa, refletiu sobre o incidente e quis saber quem realmente agira como um amigo de fato. Pensou então num plano para descobrir os falsos amigos. Enviou mensagens com a notícia  de que havia morrido e escondeu-se atrás da casa, onde não podia ser visto. E lá Orumilá esperou.

Depois de um tempo, um de seus acompanhantes veio expressar seu pesar. O homem lamentou o acontecido, dizendo ter sido um grande amigo de Orumilá e que muitas vezes o ajudara com dinheiro. Disse ainda que, por gratidão, Orumilá lhe teria deixado seus instrumentos de adivinhar. 

A esposa de Orumilá pareceu compreendê-lo, mas disse que a sacola havia desaparecido. E o homem foi embora frustrado. Outro homem veio chorando, com artimanha pediu a mesma coisa e também  foi embora desapontado. E assim, todos os que vieram fizeram o mesmo pedido. Até que Exú chegou.

Exú também  lamentou profundamente a morte do suposto amigo. Mas disse que a tristeza maior seria da esposa, que não teria mais pra quem cozinhar. Ela concordou e perguntou se Orumilá não lhe devia nada. Exú disse que não. A esposa de Orumilá persistiu, perguntando se Exú não queria a parafernália de adivinhação. Exú negou outra vez. Aí Orumilá entrou na sala, dizendo: "Exú, tu és sim meu verdadeiro amigo!". Depois disso nunca  teve amigos tão íntimos, tão íntimos como Exú e Orumilá.

Exú Leva Aos Homens O Oráculo De Ifá

Em épocas remotas os deuses passaram fome. Às vezes, por longos períodos, eles não recebiam bastante comida de seus filhos que viviam na Terra. Os deuses cada vez mais se indispunham uns com os outros e lutavam entre si guerras assombrosas. Os descendentes dos deuses não pensavam mais neles e os deuses se perguntavam o que poderiam fazer. Como ser novamente alimentados pelos homens? Os homens não faziam mais oferendas  e os deuses tinham fome. Sem a proteção dos deuses, a desgraça tinha se abatido sobre a Terra e os homens viviam doentes, pobres, infelizes. Um dia Exú pegou a estrada e foi em busca de solução. Exú foi até Iemanjá em busca de algo que pudesse recuperar a boa vontade dos homens. Iemanjá lhe disse: "Nada conseguirás. Xapanã já tentou afligir os homens com doenças, mas eles não vieram lhe oferecer sacrifícios".

Iemanjá disse: "Exú matará todos os homens, mas eles não lhe darão o que comer. Xangô já lançou muitos raios e já matou muitos homens, mas eles nem se preocupam com ele. Então é melhor que procures solução em outra direção. Os homens não tem medo de morrer. Em vez de ameaçá-los com a morte, mostra a eles alguma coisa que seja tão boa que eles sintam vontade de tê-la. E que, para tanto, desejem continuar vivos".

Exú retornou o seu caminho e foi procurar Orungã. Orungã lhe disse: "Eu sei por que vieste. Os dezesseis deuses tem fome. É preciso dar aos homens alguma coisa de que eles gostem, alguma coisa que os satisfaça. Eu conheço algo que pode fazer isso. É uma grande coisa que é feita com dezesseis caroços de dendê. Arranja os cocos da palmeira e entenda seu significado. Assim poderás conquistar os homens".

Exú foi ao local onde havia palmeiras e conseguiu ganhar dos macacos dezesseis cocos. Exú pensou e pensou, mas não atinava no que fazer com eles. Os macacos  então lhe disseram: "Exú, não sabes o que fazer com os dezesseis cocos de palmeira? Vai andando pelo mundo e em cada lugar pergunta o que significam esses cocos de palmeira. Deves ir a dezesseis lugares para saber o que significam esses cocos de palmeira. Em cada um desses lugares recolheras dezesseis odus, recolherás dezesseis histórias, dezesseis oráculos. Cada história tem a sua sabedorias, conselhos que podem ajudar os homens. Vai juntando os odus e ao final de um ano terás aprendido o suficiente. Aprenderás dezesseis vezes dezesseis odus. Então volta para onde moram os deuses. Ensina aos homens o que terás aprendido e os homens irão cuidar de Exú de novo". Exú fez  o que lhe foi dito e retornou ao Orun, o Céu dos Orixás. Exú mostrou aos deuses os odus que havia aprendido e os deuses disseram: "Isso é muito bom".

Os deuses, então, ensinaram o novo saber aos seus descendentes, os homens. Os homens então puderam saber todos os dias os desígnios dos deuses e os acontecimentos do porvir. Quando jogavam os dezesseis cocos de dendê e interpretavam o odu que eles indicavam, sabiam da grande quantidade de mal que havia no futuro. Eles aprenderam  a fazer sacrifícios aos Orixás para afastar os males que os ameaçavam. Eles recomeçavam a sacrificar animais e a cozinhar suas carnes para os deuses. Os Orixás estavam satisfeitos e felizes. Foi assim que Exú trouxe aos homens o Oráculo de Ifá.

Exus são espíritos que já encarnaram na terra.  Na sua maioria, tiveram vida difícil como  mulheres da vida; boêmios; dançarinas de cabaré, etc.

Estes espíritos optaram por prosseguir sua evolução espiritual através da prática da caridade,  incorporando nos terreiros de Umbanda. São muito amigos, quando tratados com respeito e carinho, são desconfiados mas gostam de ser presenteados e sempre lembrados. Estes espíritos, assim como os Preto-velhos, crianças e caboclos, são servidores dos Orixás. 

Apesar das imagens de Exus, fazerem referência ao "Diabo" medieval (herança do Sincretismo religioso), eles não devem ser associados a prática do "Mal", pois como são servidores dos Orixás, todos tem funções específicas e seguem as ordens de seus "patrões".  Dentre várias, duas das principais funções dos Exus são: a abertura dos caminhos e a proteção de terreiros e médiuns contra espíritos perturbadores durante a gira ou obrigações.   

Desta forma estes espíritos não trabalham somente durante a "gira de Exus" dando consultas, onde resolvem problemas de emprego, pessoal, demanda e  etc. de seus consulentes.  Mas também durante as outras giras (Caboclos, Preto-velhos, Crianças e Orixás), protegendo o terreiro  e os médiuns, para que a caridade possa ser praticada.

 

Exú é Mau?

Muitos acreditam que nossos amigos Exus são demônios, maus, ruins, perversos, que bebem sangue e se regozijam com as desgraças que podem provocar .

Mas por que este Orixá, irmão de Ogum, animado, gozador, alegre, extrovertido, sincero e, sobretudo amigo é comparado com demônios das profundezas macabras dos Infernos? Bem, para conhecer esta história vamos viajar para 6.000 anos atrás, até a antiga Mesopotâmia.

A Demonologia Mesopotâmica influenciou diversos povos: Hebreus, Gregos, Romanos, Cristãos e outros. Sobrevive até hoje nos rituais Satânicos que muitos já devem ter escutado e visto notícias na televisão e lido nos jornais, principalmente na Europa e EUA.

Na Mesopotâmia os males da vida que não constituíssem catástrofes naturais eram atribuídos aos demônios (No mundo atual as pessoas continuam a fazer isso). Os Bruxos, para combater as forças do mal tinham que conhecer o nome dos demônios e perfaziam enormes listas, quase intermináveis. O demônio mau era conhecido genericamente como UTUKKU. O grupo de 7 (sete) demônios maus é com freqüência encontrado em encantamentos antigos. Se dividiam em machos e fêmeas. Tinham a forma de meio humano e meio animal: Cabeça e tronco de homem ou mulher, cintura e pernas de cabra e garras nas mãos. Com sede de sangue, de preferência humano, mas aceitavam de outros animais. Os demônios freqüentavam os túmulos, caminhos (encruzilhadas), lugares ermos, desertos, especialmente à noite. Nem todos eram maus, havia os demônios bons que eram evocados para combater os maus. Demônios benignos são representados como gênios guardiões, em número de 7 (sete), que guardam as porteiras, portas dos templos, cemitérios, encruzilhadas, casas e palácios.

Os negros africanos em suas danças nas senzalas, nas quais os brancos achavam que eram a forma deles saudarem os santos, incorporavam alguns Exus, com seu brado e jeito maroto e extrovertido, assustavam os brancos que se afastavam ou agrediam os médiuns dizendo que eles estavam possuídos por demônios.

Com o passar do tempo, os brancos tomaram conhecimento dos sacrifícios que os negros ofereciam a Exu, o que reafirmou sua hipótese de que essa forma de incorporação era devido a demônios.

As cores de Exu, também reafirmaram os medos e fascinação que rondavam as pessoas mais sensíveis.

Mas Então Quem É Exu?

Ele é o guardião dos caminhos, soldado dos Pretos-velhos e Caboclos, emissário entre os homens e os Orixás, lutador contra o mau, sempre de frente, sem medo, sem mandar recado.

Exu, termo originário do idioma Yorubá, da Nigéria, na África, divindade afro e que representa o vigor, a energia que gira em espiral. No Brasil, os Senhores conhecidos como Exus, por atuarem no mistério cuja energia prevalente é Exu, e tanto assim, em todo o resto do mundo são os verdadeiros Guardiões das pilastras da criação. Preservando e atuando dentro do mistério Exu.

Verdadeiros cobradores do carma e responsáveis pelos espíritos humanos caídos representam e são o braço armado e a espada divina do Criador nas Trevas, combatendo o mal e responsáveis pela estabilidade astral na escuridão. Senhores do plano negativo atuam dentro de seus mistérios regendo seus domínios e os caminhos por onde percorre a humanidade.

Em seus trabalhos Exu corta demandas, desfaz trabalhos e feitiços e magia negra, feitos por espíritos malignos. Ajudam nos descarregos e desobsessões retirando os espíritos obsessores e os trevosos, e os encaminhando para luz ou para que possam cumprir suas penas em outros lugares do astral inferior.

Seu dia é a Segunda-feira, seu patrono é Santo Antônio, em cuja data comemorativa tem também sua comemoração. Sua bebida ritual é a cachaça, mas não é permitido o uso de cachaça para ser ingerida dentro do terreiro durante as sessões, para este fim, cada um tem a sua preferência.

Sua roupa, quando lhe é permitido usá-la tem as cores preta e vermelha, podendo também ser preta e branca, ou conter outras cores, dependendo da irradiação a qual correspondem. Completa a vestimenta o uso de cartolas (ou chapéus diversos), capas, véus, e até mesmo bengalas e punhais em alguns casos.

A roupagem fluídica dos Exus varia de acordo com o seu grau evolutivo, função, missão e localização. Normalmente, em campos de batalhas, eles usam o uniforme adequado. Seu aspecto tem sempre a função de amedrontar e intimidar. Suas emanações vibratórias são pesadas, perturbadoras. Suas irradiações magnéticas causam sensações mórbidas e de pavor.

É claro que em determinados lugares, eles se apresentarão de maneira diversa. Em centros espíritas, podem aparecer como "guardas". Em caravanas espirituais, como lanceiros. Já foi verificado que alguns se apresentam de maneira fina: com ternos, chapéus, etc.

Eles têm grande capacidade de mudar a aparência, podem surgir como seres horrendos, animais grotescos, etc.

Às vezes temido, às vezes amado, mas sempre alegre, honesto e combatente da maldade no mundo, assim é Exú.

Algumas palavras sobre os exus:

• Tem palavra e a honram;

• Buscam evoluir;

• Por sua função cármica de Guardião, sofrem com os constantes choques energéticos a que estão expostos;

• Afastam-se daqueles que atrasam a sua evolução;

• Estas Entidades mostram-se sempre justas, dificilmente demonstrando emotividade, dando-nos a impressão de serem mais "Duras" que as demais Entidades;

• São caridosas e trabalham nas suas consultas, mais com os assuntos Terra a Terra;

• Sempre estão nos lugares mais perigosos para a Alma Humana;

• Quando não estão em missão ou em trabalhos, demonstram o imenso Amor e Compaixão que sentem pelos encarnados e desencarnados;

“Pela Misericórdia de DEUS, que me permitiu a convivência com essas Entidades desde a adolescência, através dos mais diferentes filhos de fé, de diferentes terreiros, aprendi a reconhecê-los e dar-lhes o justo valor. Durante todos estes anos, dos EXÚS, POMBO-GIRAS e MIRINS recebi apenas o Bem, o Amor, a Alegria, a Proteção, o Desbloqueio emocional, além de muitas e muitas verdadeiras aulas de aprendizado variado.

Esclareceram-me, afastando-me gradualmente da ILUSÃO DO PODER. Nunca me pediram nada em troca.  Apenas exigiram meu próprio esforço. Mostraram-me os perigos e ensinaram-me a reconhecer a falsidade, a ignorância e as fraquezas humanas.  Torno a repetir, jamais pediram algo para si próprios.   Só recebi e só vi neles o Bem.” – Testemunho de um Pai-de-Santo.

Exús e Kiumbas – O Combate

Ao contrário do que se pensa, os exus não são os diabos e espíritos malignos ou imundos que algumas religiões pregam, tampouco são espíritos endurecidos ou obsessores que um grande número de espíritas crêem.

Os "diabos" ou demônios são seres mitológicos, já "desvendados" pela doutrina espírita, portanto, não existem.

Espíritos trevosos ou obsessores são espíritos que se encontram desajustados perante a Lei. Provocam os mais variados distúrbios morais e mentais nas pessoas, desde pequenas confusões, até as mais duras e tristes obsessões. São espíritos que se comprazem na prática do mal, apenas por sentirem prazer ou por vinganças, calcadas no ódio doentio.

Aguardam, enfim, que a Lei os "recupere" da melhor maneira possível (voluntária ou involuntariamente).

São conhecidos, pelos umbandistas, como kiumbas. Vivem no baixo astral, onde as vibrações energéticas são densas.

Este baixo astral é uma enorme "egrégora" formada pelos maus pensamentos e atitudes dos espíritos encarnados ou desencarnados. Sentimentos baixos, vãs paixões, ódios, rancores, raivas, vinganças, sensualidade desenfreada, vícios de toda estirpe, alimentam esta faixa vibracional e os kiumbas se comprazem nisso, já que se sentem mais fortalecidos.

O baixo astral, mesmo sendo um imenso caos, tem diversas organizações, fortemente esquematizadas e hierarquizadas. Planos bem elaborados, mentes prodigiosas, táticas de guerrilhas, precisões cirúrgicas, exércitos bem aparelhados e treinados, compõe o quadro destas organizações.

Muitas delas agem na plena certeza de cumprirem os desígnios da Lei Divina, onde confundem a Lei da Ação e Reação com o "olho por olho, dente por dente". Vingam-se pensando que fazem a coisa certa.

Algumas agem no mal, mesmo sabendo que estão contra a Lei, mas enquanto a vingança não se consumar, não haverá trégua para os seus "inimigos". Acham que não plantam o mal, nem que a reação se voltará mais cedo ou mais tarde.

Cada mal praticado por um espírito, o leva a cada vez mais para "baixo". As quedas são freqüentes e provocam mais e mais revoltas.

Alguns espíritos caem tanto que perdem a consciência humana, transformando-se (ou plasmando) os seus corpos astrais (perispíritos) em verdadeiras feras, animais, bestas e assim são usados por outros espíritos como tais. Alguns se transformam em lobos, cães, cobras, lagartos, aves, etc.

Outros espíritos chegam ao cúmulo da queda que perdem as características humanas, transformando os seus perispíritos em ovóides. Esta queda provoca além da perda de energias, a perda da consciência; ficando, com isso subjugados por outros espíritos.

Apesar de todo este quadro, pouco esperançoso, das trevas. Mesmo sabendo que no nosso orbe o mal prevalece sobre o bem, há também o lado da Luz, da Lei, do Bem. E este lado é ainda mais organizado que as organizações das trevas.

Existem, também, diversas organizações, com variados trabalhos e ações, mas com um único objetivo de resgatar das trevas e do mal, os espíritos "caídos".

Vemos colônias espirituais, hospitais no astral, postos avançados da Luz nos Umbrais, caravanas de tarefeiros, correntes de cura, socorristas, etc., afeitos e afinizados aos trabalhos dos centros espíritas. Vemos também, outros trabalhadores espirituais, ligados aos cultos afros.

Especificamente, na Umbanda, vemos através das Sete Linhas, vários Orixás hierarquizados. Existem vários níveis na hierarquia dos Orixás. Começando pelos mais altos espíritos, que estão próximos do Criador, até os Orixás Menores ou Planetários (aqueles que são ligados e responsáveis por cada orbe, pela sua evolução).

Abaixo destes Orixás, estão os chefes de legiões e suas hierarquias, Estes espíritos "chefes" usam as três roupagens básicas: Caboclos, Pretos-Velhos e Crianças.

Outras entidades tais como: baianos, boiadeiros, marinheiros, etc., são espíritos que compõe as sub-linhas afeitas e subordinadas às sete linhas e aos chefes de legiões.

Alguns caboclos, crianças ou pretos-velhos, às vezes, usam algumas destas roupagens para determinados trabalhos ou missões.

Como em nosso Universo (Astral) as manifestações se dividem em duas e manifestam-se como pares: positivo-negativo, ativo-passivo, masculino-feminino, etc.

A Umbanda, que é paralela ativa, tem como par passivo a Kimbanda (não confundir com a kiumbanda, que é a manifestação das trevas).

A Kimbanda, que é a força paralela passiva da Umbanda, força equilibradora da Umbanda. A Kimbanda - São os Sete Planos Opostos da Lei, é o conjunto oposto da Lei. Quando falamos em "oposto" à Lei, não queremos dizer aquilo que está em desacordo à Lei, mas a maneira oposta de como a Lei é aplicada. Na Kimbanda que os Exus se manifestam, a Kimbanda, portanto é o "reino" dos Exus.

Os Exus são os "mensageiros" dos Orixás aqui na Terra. Através deles, os Orixás podem se manifestar nas trevas. Então, para cada chefe de falange, sub-chefe, etc., na Umbanda, temos uma entidade correspondente (ou par) na Kimbanda.

Os exus são considerados como "policiais” que agem pela Lei, no submundo do "crime" organizado. As "equipes" de Exus sempre estão nestas zonas infernais, mas, não vivem nela. Passam a maior parte do tempo nela, mas, não fazem parte dela. Devido a esta característica, os Exus, são confundidos com os kiumbas. Videntes os vêem nestes lugares e erroneamente dizem que eles são de lá.

Método e Atuação dos Exus

A maneira dos Exus atuarem, às vezes nos choca, pois achamos que eles devem ser caridosos, benevolentes, etc. Mas, como podemos tratar mentes transviadas no mal? Os exus usam as ferramentas que sabem usar: a força, o medo, as magias, as capturas, etc. Os métodos podem parecer, para nós, um pouco sem "amor", mas eles sabem como agir quando necessitam que a Lei chegue às trevas.

Eles ajudam aqueles que querem retornar à Luz, mas não auxiliam aqueles que querem "cair" nas trevas. Quando a Lei deve ser executada, Eles a executam da melhor maneira possível doa a quem doer.

Os exus, como executores da Lei e do Karma, esgotam os vícios humanos, de maneira intensiva. Às vezes, um veneno é combatido com o próprio veneno, como se fosse a picada de uma cobra venenosa. Assim, muitos vícios e desvios, são combatidos com eles mesmos. Um exemplo, para ilustrar: Uma pessoa quando está desequilibrada no campo da fé, precisa de um tratamento de choque. Normalmente ela, após muitas quedas, recorre a uma religião e torna-se fanática, ou seja, ela esgota o seu desequilíbrio, com outro desequilíbrio: a falta de fé com o fanatismo. Parece um paradoxo? Sim, parece, mas é extremamente necessário.

Outro exemplo é o vicio as drogas, onde é preciso de algo maior para esgotar este vicio: ou a prisão, a morte, uma doença, etc.

A Lei é sempre justa, às vezes somente um tratamento de choque remove um espírito do mau caminho. E são os exus que aplicam o antídoto para os diversos venenos.

Os Exus estão ligados de maneira intensiva com os assuntos terra-a-terra (dinheiro, disputas, sexo, etc.). Quando a Lei permite, Eles atendem aos diversos pedidos materiais dos encarnados.

Os Exus tem sob o domínio todas as energias livres, contidas em: sangue, cadáveres, esperma, etc.

Por isso, seus campos de atuação são: cemitérios, matadouros, prostíbulos, boates, necrotérios, etc. Eles lá estão, porque frenam (bloqueiam) as investidas dos kiumbas e espíritos endurecidos que se comprazem nos vícios e na matéria.

Os kiumbas, seres astutos, conseguem se manifestar como um Exu, num terreiro muito preso às magias negras e assuntos que nada trazem elevação espiritual. Ao se manifestarem, pedem inúmeras oferendas, trabalhos, despachos, em troca destes favores fúteis. Normalmente eles pedem muito sangue, bebidas alcóolicas e fumo. Chegam a enganar tanto (ou fascinar) que fazem as mulheres que procuram estes "terreiros", pagarem as suas "contas" fazendo sexo com o médium "deles". Ou seja, eles vampirizam o casal, quando o ato sexual se efetua.

Mas, e os verdadeiros exus deixam?

É uma pergunta que comumente fazemos, quando estes disparates ocorrem.

Os exus permitem isso, para darem lição nestes falsos chefes de terreiros ou médiuns. Como foi dito, os métodos dos exus, para fazer com que a Lei se cumpra, são variados.

Muitas vezes, também, a obsessão é tão grande e profunda que os exus, não podem separar de uma só vez obsedado e obsessor, pois isso causaria a ambos um prejuízo enorme.

Outras vezes, os exus, deixam que isso aconteça, para criar "armadilhas" contra os kiumbas, que uma vez instalados nos terreiros, são facilmente capturados e assim, após um interrogatório, podem revelar segredos de suas organizações, que logo em seguida, são desmanteladas. Alguns terreiros, depois disso, são também desmantelados pelas ações dos exus, causando doenças que afastam os médiuns, as pessoas, etc.

Existem algumas coisas com as quais um guia da direita (caboclo, preto-velho e criança) não lida, mas quando se pede a um Exu, ele vai até essa sujeira, entra e tira a pessoa do apuro.

Se tiver alguém para te assaltar ou te matar, os Exus te ajudam a se livrar de tais problemas, desviando o bandido do seu caminho, da mesma forma a Pomba-Gira, não rouba homem ou traz mulher para ninguém, são espíritos que conhecem o coração e os sentimentos dos seres humanos e podem ajudar a resolver problemas conjugais e sentimentais.

Para finalizar, se você vier pedir a um Exú de Lei (de verdade) para prejudicar alguém, pode estar certo que você será o primeiro a levar a execução da Justiça. Mas, se você não estiver em um centro sério, e a entidade travestida ou disfarçada de Exú aceitar o seu pedido... Bom, quando esta vida terminar, e você for para o outro lado... Você será apenas cobrado! 

Devemos oferendar aos exus?

Os exus, como já foi dito, atuam intensamente no submundo astral. Grandes batalhas são travadas entre o bem e o mal. Muita energia é despendida nestas investidas e os exus, por atuarem assim, acabam gastando enormemente as suas reservas energéticas.

Depois de vários "dias" trabalhando, eles se recolhem em seus "quartéis" e repõem parte destas energias e aproveitam e estudam, discutem novas táticas, etc.

Quando fazemos alguma oferenda para os Exus, eles "capturam" as energias dos elementos oferendados, ou a parte etérica e "recarregam as suas baterias".

Mas, se o exu é um espírito, porque ele precisa de oferendas materiais ?

Como eles estão ligados ao terra-a-terra e ao sub-mundo astral que é muito denso, os exus precisam retirar dos elementos materiais a energia que gastaram em seus trabalhos.

Quais elementos podemos oferendar ?

Devemos tomar muito cuidado com o que oferendamos, pois, os elementos mais densos (sangue, carne, cadáveres, ossos), são atratores de espíritos endurecidos, que sentem necessidade de elementos materiais. Portanto, é melhor manipular elementos sutis nas oferendas (frutas, incensos, ervas, etc.)

Posso então oferecer um animal sacrificado para um exu?

Pensemos bem, um animal inocente, tem que pagar, com a vida para que possamos reabilitar a nossa ligação com um exu?

Creio que não devemos destruir uma vida por isso. Para harmonizar algo devemos desarmonizar outro? Não há muita lógica nisso.

O sangue, por ter um alto teor energético, com certeza restauraria rapidamente as "baterias" de um exu.

Mas, além deste aspecto pouco prático que é o sacrifício de um pobre animal, devemos considerar mais duas coisas:

1. Os inimigos da Umbanda, sempre se apegam a este tipo de oferenda para dizer que é uma religião demoníaca. Quando uma pessoa passa em frente a um despacho numa encruzilhada, aquela cena causa-lhe desagradáveis sensações e os seus pensamentos negativos vão se juntar à egrégora negativa já criada com um despacho.

2. Oferendas com sangue ou carne, atraem muitos kiumbas, às vezes, impedindo que o próprio exu se aproxime, portanto, estaremos alimentando os vícios destes espíritos.

Resumindo, é melhor não utilizar e manipular este tipo de elemento em oferendas, ebós, sacudimentos, etc., pois os resultados podem ser negativos e prejudiciais. Além disso, a verdadeira oferenda tem a principal função de reenergizar ou sublimar o próprio médium. Então, o melhor é oferendar elementos não densos, tais como frutas, ervas, velas, incensos, etc.

Lembremos ainda que a UMBANDA não aceita o sacrifício de animais.

As Pombo-Giras

O termo Pombo-Gira é corruptela do termo "Bombogira" que significa em Nagô, Exu.

A origem do termo Pomba-Gira, também é encontrada na história.

No passado, ocorreu uma luta entre a ordem dórica e a ordem iônica. A primeira guardava a tradição e seus puros conhecimentos. Já a iônica tinha-os totalmente deturpados. O símbolo desta ordem era uma pomba-vermelha, a pomba de Yona. Como estes contribuíram para a deturpação da tradição e foi uma ordem formada em sua maioria por mulheres, daí a associação.

Se Exu já é mal interpretado, confundindo-o com o Diabo, quem dirá a Pomba-Gira? Dizem que Pomba-Gira é uma mulher da rua, uma prostituta. Que Pomba-Gira é mulher de Sete Exus! As distorções e preconceitos são características dos seres humanos, quando eles não entendem corretamente algo, querendo trazer ou materializar conceitos abstratos, distorcendo-os.

Pombo-Gira é um Exu Feminino, na verdade, dos Sete Exus Chefes de Legião, apenas um Exu é feminino, ou seja, ocorreu uma inversão destes conceitos, dizendo que a Pombo-gira é mulher de Sete Exus e, por isso, prostituta.

É claro que em alguns casos, podem ocorrer que uma delas, em alguma encarnação tivesse sido uma prostituta, mas, isso não significa que as pombo-giras tenham sido todas prostitutas e que assim agem.

A função das pombo-giras, está relacionada à sensualidade. Elas frenam os desvios sexuais dos seres humanos, direcionam as energias sexuais para a construção e evitam as destruições.

A sensualidade desenfreada é um dos "sete pecados capitais" que destroem o homem: a volúpia. Este vicio é alimentado tanto pelos encarnados, quanto pelos desencarnados, criando um ciclo ininterrupto, caso as pombo-giras não atuassem neste campo emocional.

As pombo-giras são grandes magas e conhecedoras das fraquezas humanas. São, como qualquer exu, executoras da Lei e do Karma.

Cabe a elas esgotar os vícios ligados ao sexo. Quando um espírito é extremamente viciado ao sexo, elas, às vezes, dão a ele "overdoses" de sexo, para esgotá-lo de uma vez por todas.

Elas, ao se manifestarem, carregam em si, grande energia sensual, não significa que elas sejam desequilibradas, mas sim que elas recorrem a este expediente para "descarregar" o ambiente deste tipo de energia negativa.

São espíritos alegres e gostam de conversar sobre a vida. São astutas, pois conhecem a maioria das más intenções. Devemos conhecer cada vez mais o trabalho dos guardiões, pois eles estão do lado da Lei e não contra ela. Vamos encará-los de maneira racional e não como bichos-papões. Eles estão sempre dispostos ao esclarecimento. Através de uma conversa franca, honesta e respeitosa, podemos aprender muito com eles.

Pombagira de Umbanda

Por Rubens Saraceni

Na Umbanda, a entidade espiritual que se manifesta incorporada em suas médiuns está fundamentada num arquétipo desenvolvido à partir da entidade Bombogira, originária do culto Angola.

Nos cultos tradicionais oriundos da Nigéria não havia a entidade Pombagira ou um Orixá que a fundamentasse.

Mas, quando da vinda dos nigerianos para o Brasil (isto por volta de 1800), estes aqui encontram-se com outros povos e culturas religiosas e assimilam a poderosa Bombogira angolana que, muito rapidamente, conquistou o respeito dos adoradores dos Orixás.

Com o passar do tempo a formosa e provocativa Bombogira conquistou um grau análogo ao de Exu e muitos passaram a chamá-la de Exu Feminino ou de mulher dele.

Mas ela, marota e astuta como só ela é, foi logo dizendo que era mulher de sete exus, uma para cada dia da semana, e, com isso, garantiu sua condição de superioridade e de independência.

Na verdade, num tempo em que as mulheres eram tratadas como inferiores aos homens e eram vítimas de maus tratos por parte dos seus companheiros, que só as queriam para lavar, passar, cozinhar e cuidar dos filhos, eis que uma entidade feminina baixava e extravasava o 'eu interior' feminino reprimido à força e dava vazão à sensualidade e à feminilidade subjugadoras do machismo, até dos mais inveterados machistas.

Pombagira foi logo no início de sua incorporação dizendo ao que viera e construiu um arquétipo forte, poderoso e subjugador do machismo ostentado por Exu e por todos os homens, vaidosos de sua força e poder sobre as mulheres.

Pombagira construiu o arquétipo da mulher livre das convenções sociais, liberal e liberada, exibicionista e provocante, insinuante e desbocada, sensual e libidinosa, quebrando todas as convenções que ensinavam que todos os espíritos tinham que ser certinhos e incorporarem de forma sisuda, respeitável e aceitável pelas pessoas e por membros de uma sociedade repressora da feminilidade.

Ela foi logo se apresentando como a "moça" da rua, apreciadora de um bom champagne e de uma saborosa cigarrilha, de batom e de lenços vermelhos provocantes.

"O batom realça os meus lábios, o rouge e os pós ressaltam minha condição de mulher livre e liberada de convenções sociais".

Escrachada e provocativa, ela mexeu com o imaginário popular e muitos a associaram à mulher da rua, à rameira oferecida , e ela não só não foi contra essa associação como até confirmou: "É isso mesmo"!

E todos se quedaram diante dela, de sua beleza, feminilidade e liberalidade, e como que encantados por sua força, conseguiram abrir-lhe o íntimo e confessarem-lhe que eram infelizes porque não tinham coragem de ser como elas.

Aí punham para fora seus recalques, suas frustrações, suas mágoas, tristezas e ressentimentos com os do sexo oposto.

E a todos ela ouviu com compreensão e a ninguém negou seus conselhos e sua ajuda num campo que domina como ninguém mais é capaz.

Sua desenvoltura e seu poder fascinam até os mais introvertidos que, diante dela, se abrem e confessam suas necessidades.

Quem não iria admirar e amar arquétipo tão humano e tão liberalizado de sentimentos reprimidos à custa de muito sofrimento?

Pombagira é isto. É um dos mistérios do nosso divino criador que rege sobre a sexualidade feminina. Critiquem-na os que se sentirem ofendidos com seu poderoso charme e poder de fascinação.

Amem-na e respeitem-na os que entendem que o arquétipo é liberador da feminilidade tão reprimida na nossa sociedade patriarcal onde a mulher é vista e tida para a cama e a mesa.

Mas ela foi logo dizendo: "Cama, só para o meu deleite e mesa, só se for regada a muito champagne e dos bons!

Com isso feito, críticas contrárias à parte, o fato é que o arquétipo se impôs e muita gente já foi auxiliada pelas "Moças da Rua", as companheiras de Exu.

A espiritualidade superior que arquitetou a Umbanda sinalizou à todos que não estava fechada para ninguém e que, tac como Cristo havia feito, também acolheria a mulher infiel, mal amada, frustrada e decepcionada com o sexo oposto e não encobriria com uma suposta religiosidade a hipocrisia das pessoas que, "por baixo dos panos", o que gostam mesmo é de tudo o que a Pombagira representa com seu poderoso arquétipo.

Aos hipócritas e aos falsos puritanos, pombagira mostra-lhes que, no íntimo, ela é a mulher de seus sonhos... ou pesadelos, provocando-o e desmascarando seu falso moralismo, seu pudor e seu constrangimento diante de algo que o assusta e o ameaça em sua posição de dominador.

Esse arquétipo forte e poderoso já pôs por terra muito falso moralismo, libertando muitas pessoas que, se Freud tivesse conhecido, não teria sido tão atormentado com suas descobertas sobre a personalidade oculta dos seres humanos.

Mas para azar dele e sorte nossa,  a Umbanda tem nas suas Pombagiras, ótimas psicólogas que, logo de cara, vão dando o diagnóstico e receitando os procedimentos para a cura das repressões e depressões íntimas.

Afinal, em se tratando de coisas íntimas e de intimidades, nesse campo ela é mestra e tem muito a nos ensinar.

Seus nomes, quando se apresentam, são simbólicos ou alusivos.

- Pombagira das Sete Encruzilhadas;

- Pombagira das Sete Praias;

- Pombagira das Sete Coroas;

- Pombagira das Sete Saias;

- Pombagira Dama da Noite;

- Pombagira Maria Molambo;

- Pombagira Maria Padilha;

- Pombagira das Almas;

- Pombagira dos Sete Véus;

- Pombagira Cigana; etc.

O simbolismo é típico da Umbanda porque na África, ele não existia e o seu arquétipo anterior era o de uma entidade feminina que iludia as pessoas e as levavam à perdição. Já na Umbanda, é o espírito que "baixa" em seu médium e, entre um gole de champagne e uma baforada de cigarrilha, orienta e ajuda a todos os que as respeitam e as amam, confiando-lhes seus segredos e suas necessidades. São ótimas psicólogas. E que psicólogas! "Salve as Moças da Rua"!

Pombagira/ Bombogira / Exu-mulher.

 

Chamada de Pombagira, Bombogira, Exu-mulher ou ainda Bomobonjira é conhecida a Entidade feminina da kimbanda. Esta forma de chamar para Ela é sem lugar a dúvidas pêla influência banta (Angola). A Entidade banta Aluvaiá-Pombagira foi então submetida à Entidade iorubana Exu, sendo colocada como sua mulher. 

     Em kimbanda, debemos dizer que a Pombagira representa o poder feminino feiticeiro, comparável com as Iyami Oxorongá dos iorubas. Ela pôde ter muitos maridos, que tornam-se seus "escravos" ou empregados. Na conceição da kimbanda, tudas as Entidades são duplas, é dizer, cada uma delas pôde se apresentar em baixo da apariencia de homen ou mulher. Por seu lado, os Exu-homens pôdem ter muitas mulheres,  as quais passam a ser suas escravas ou empregadas. É muito comum usar o número 7 (sete) para dizer quantas mulheres ou homens pôde ter uma Entidade, isso é assim, por ser um numero cabalístico e mágico.

 

Cada Exu-homen da kimbanda tem sua parte feminina ou contrapartida, que na verdade são a mesma Energia em baixo de apariências distintas, temos assim:

                    Exu Rei das Encruzilhadas / Pombagira Rainha das Encruzilhadas; Exu das Matas / Pombagiras das Matas; Exu Giramundo / Pombagira Giramundo; Exu do Cravo Vermelho / Pombagira da Rosa Vermelha; Exu Mulambo / Pombagira Maria Mulambo; Exu Sete Capas / Pombagira Sete Saias; Exu 7 Estrelas / Pombagira 7 Estrelas; etc.

     Cada pessoa têm pêlo menos uma parelha de Exu que age e mora perto dela desde o dia do nascimento.  Que um homen tenha como Guia uma Pombagira ( que incorpore nêle ) não quer dizer que ele vai-se tornar homossexual, ou vai mudar seu gôsto pêlas mulheres, como muitos pensam; nada disso, ele vai seguir sendo o mesmo homen de sempre. O mesmo é para as mulheres que tiverem um Exu. Isso é para os casos onde puxa-se somente uma das duas Entidades da kimbanda que possui cada um como minino, pois existem muitas casas onde são puxadas as dois (Exu-homen e Pombagira), sendo que tampouco Elos vão influir na definição sexual da pessoa. O que acontece é qui muitos se aproveitam para votar as culpas em Exu. Pode acontecer também que alguma pessoa tenha duas pombagiras e dois exus, uma parelha de exus que estaba submetida aos espiritos evangelizados e que logo após foi liberada, e uma parelha de exus que se apresentou sem estar em baixo do comando da umbanda.

      Quando incorporada no cavalo, a pombagira mostra-se quase sempre bonita, feminina, amável, elegante, sedutora, mais também tem vidência, é certera e sempre têm algum conselho para aquelos que estam sofrendo por um amor. Ela gosta das bebidas suaves : vinhos dôces, licores, cidra, champagne, anis, etc. E gosta dos cigarros e cigarrilhas de bôa qualidade, assim como também lhe atrai o luxo, o brilho e o destaque. Usa sempre muitos colares, anels, brincos, pulseiras, etc. Sendo que existem muitos milhares de pombagiras, e que cada uma tem sua propia pessoalidade, torna-se muito dificil uma descrição geral.

      Suas oferendas levam ovos, maçãs, morangos, perfumes, pentes, espelhos, flores (especialmente rosas - nunca botões), bebidas, cigarros, etc. 

 

As principais pombagiras em ôrdem jerarquica são as correspondentes aos sete pasagens da representação feminina de Exu Rei, Pombagira Rainha, após temos 63 pombagiras chefas, sendo cada uma delas a contrapartida de algum dos Exu chefes que já apresentamos na parte onde falamos dos povos de Exu.

       As funções principais de Pombagira  es ajudar para os seus em todos os casos de amor, mais também é usada a sua força para desmanchar feitiços, para pedir proteção e curar doenças varias.

Agora, eu te pergunto:  o que você sente ao ser incorporado pelo teu Exú?

  Pense e depois me diga, se o que você sente não é uma poderosa força neutra que te retesa o corpo e as mãos.  Você não sente ódio, rancor, maldade, perversidade, desejo de vingança, enfim, nada da caracterização de um ser monstruoso que alguns pensam ser nossos irmãos Exus.  Não se esqueça que Exú muitas vezes é chamado de ”Compadre”, ou seja, aquele em quem você confia tanto, a ponto de dar seu filho para batizar. 

Observe que, comportamentos negativos como a agressividade e sensualidade exageradas demonstradas em determinadas incorporações podem ser derivadas do próprio médium.  Se forem, o médium deve buscar conhecer e resolver o próprio problema.

Exús são demônios?

Pelo contrário... Os Exus, são os Senhores Agentes da Justiça Kármica, são quem guardam a cada um de nós e ao terreiro como um todo (Quem você acha quem são os vigilantes tão mencionados nos livros de Chico Xavier/ André Luiz?).

Estão acima dos princípios do bem e do mal. Tem-se que entender que "demônio" vem do grego "demo". Termo utilizado por Sócrates para definir "espírito" e "alma". Por sua vez, em função dos valores "do bem e do mal", pelo fato de vivermos no mundo da forma, precisou-se estereotipar este "mal". Na realidade, "os demônios" estão dentro de cada um.

Com relação aos espetáculos, que certas religiões mostram na televisão, com incorporação de “Exus” que dizem querer destruir a vida dos encarnados; podem até ocorrer manifestações mediúnicas, mas com certeza não são os Verdadeiros Exus da Umbanda que conhecemos. E sim os obsessores, vampirizadores e Kiumbas que usando o nome dos Exus, que os combatem, tentam marginalizá-los e difamá-los junto ao povo, que em geral não tem acesso a uma informação completa sobre a natureza dos nossos irmãos Exus.

Outro fato muitíssimo importante, que ocorre em centros não sérios, é a manifestação de uma kiumba passando-se por uma Pombo-gira. Deve-se tomar muito cuidado, pois certamente ela estará apenas vampirizando as emanações sensuais do médium, podendo prejudicá-lo seriamente.

Vale lembrar que às vezes, um consulente pode ficar fascinado ou encantado com uma Pombo-gira. O que fazer então?

"Orai e vigiai" é o lema de todo médium. Devemos estar atentos não com os vícios alheios, mas com os nossos. Devemos direcionar as energias desequilibrantes e transformá-las em energias salutares, em ações benéficas.

Resumindo, EXU NÃO É O DIABO!

Basicamente existem três correntes de pensamento, que tentam explicar o nascedouro do vocábulo “Exu”.

1. A primeira corrente afirma que a palavra Exu seria uma corruptela ou distorção dos nomes Esseiá/Essuiá, significando lado oposto ou outro lado da margem, nomenclatura dada a espíritos desgarrados que foram arrebanhados para a Lemúria, continente que teria existido no planeta Terra.

2. A Segunda corrente assevera que o nome Exu seria uma variante do termo Yrshu, nome do filho mais moço do imperador Ugra, na Índia antiga. Yrshu, aspirando ao poder, rebelou-se contra os ensinamentos e preceitos preconizados pelos Magos Brancos do império. Foi totalmente dominado e banido com seus seguidores do território indiano. Daí adveio a relação Yrshu / Exu, como sinônimo de povo banido, expatriado. Saliente-se que entre os hebreus encontramos o termo Exud, originário do sânscrito, significando também povo banido.

3. A terceira corrente afirma que o nome Exu é de origem africana e quer dizer Esfera.

Ainda hoje, apesar dos esforços direcionados a um maior estudo no meio umbandista, os Exus são tidos, pelos que não conhecem suas origens e atribuições, como a personificação individualizada do mal, o diabo incorporado. Tal imagem é fruto de más interpretações dadas por pessoas que, não tendo a devida cautela em avaliar fatos e objetos de culto, passaram a conferir aos Exus o título de mensageiros das trevas.

Esta imagem pejorativa de Exu-Orixá foi erroneamente absorvida e difundida por alguns umbandistas, sobretudo aqueles que tiveram passagem por cultos africanistas, o que fez com que uma gama de espíritos de certa evolução que vieram à Umbanda desempenhar funções mais terra-a-terra, fossem equiparados a falangeiros do mal, sendo até hoje os Exus simbolizados por figuras grotescas, com chifres, rabos, pés de bode, tridentes, sendo tal imagem do mal pertinente a outros segmentos religiosos.

Em realidade os Exus constituem-se em uma notável falange de abnegados espíritos combatentes de nossa Umbanda. São hierarquicamente organizados e realizam tarefas atinentes à sua faixa vibratória. São os elementos de execução e auxiliares dos Orixás, Guias e Protetores, tendo, entre outras tarefas, a de serem as sentinelas das casas de Umbanda, de policiarem o baixo astral e anularem trabalhos de baixa magia. Ao contrário do que pensam alguns, têm noção exata de Bem e Mal. São justos, ajudando a cada um segundo ordens superiores e merecimento daquele que pede auxílio.

São os Exus que freiam as ações malévolas dos obsessores que atormentam os humanos no dia-a-dia. São os vigilantes ostensivos, a tropa de choque que está alerta contra os kiumbas, prendendo-os e encaminhando-os à Colônias de Regeneração ou Prisões Astrais.

Em algumas ocasiões baixam em templos de Umbanda, ou mesmo em templos de outras religiões, espíritos que tumultuam o ambiente, promovendo espetáculos circenses, galhofas, e se comportando de maneira deselegante para com os presentes, xingando-os e proferindo palavras de baixo calão. Comportamento como estes não devem ser imputados aos Exus, e sim aos Kiumbas, espíritos moralmente atrofiados e que ainda não compreenderam a imutável Lei de Evolução, apegados que estão aos vícios, desejos e sentimentos humanos.

Os Kiumbas, para penetrarem nos terreiros, fingem ser Caboclos, Pretos-Velhos, Exus, Crianças etc., cabendo ao Guia-chefe da Casa estar sempre vigilante ante a determinadas condutas, como palavrões, exibições bizarras, ameaças etc.

Um outro aspecto importante que merece ser suscitado diz respeito a alguns "médiuns" infiltrados no movimento umbandista. Despidos das qualidades nobres que o ser humano necessita buscar para seu progresso espiritual, contaminam e desarmonizam os locais de trabalhos espirituais. Tentam impressionar os menos esclarecidos com gracejos, malabarismos, convites imorais, encharcados de aguardente.

"Desincorporados", atribuem aos Exus e Pombo-giras tais comportamentos.

Fatos como estes são afetos a pessoas sem escrúpulos, moral ou ética, pessoas perniciosas que aproveitam a imagem distorcida de Exu para exteriorizarem o seu verdadeiro "eu". Estes "médiuns", não raras vezes, acabando caindo no ridículo, ficam desacreditados, dando margem, segundo a Lei de Afinidades, a aproximação e posterior tormento por parte dos obsessores.

Os Exus são espíritos que, como nós, buscam a evolução, a elevação, empenhando-se o mais que podem para aplicarem as diretrizes traçadas pelo Mestre Jesus. É bem verdade que em seu estágio inicial os Exus ainda têm um comportamento às vezes instável, cabendo aos verdadeiros umbandistas o dever de não deixar que se desvirtuem de seu avanço espiritual.

Alguns maus-Umbandistas, que se não agem por má-fé, o fazem por falta de vontade de estudar a respeito, difundem esta visão negativa de Exu, fazendo com que os iniciantes no culto fiquem temerosos quando um Exu se manifesta.

Estes elementos prestam um desserviço à religião, promovendo o terror, a obscuridade, o conflito, a confusão. Diminuem os Exus à condição de espíritos interesseiros, astutos e cruéis; que são maus para uns e bons para outros, dependendo dos agrados ou presentes que recebam; de moral duvidosa, fumando os melhores charutos e bebendo os melhores uísques.

A que ponto pode chegar a ignorância humana em visualizar estes seres espirituais como meros negociantes ilícitos, fazendo dos terreiros balcão de negócios, em total dissonância com o bom senso e a Lei Suprema.

 “Lamentável!!! Profundamente lamentável!!!”

Esta é uma das expressões que mais passam pela mente dos verdadeiros e estudiosos umbandistas ao percorrerem alguns terreiros e verificar quão distorcido é o conceito sobre a figura dos Exus. Espíritos mal compreendidos, mas que, apesar disto, continuam a contribuir eficazmente para os trabalhos de Umbanda, como humildes trabalhadores espirituais, que não medem esforços para minorar o sofrimento humano.

Classificação dos Exus

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Classificação Moral (Bem ou Mal): Exú Pagão ou Exú Batizado?

Alguns espíritos, que usam indevidamente o nome de Exu, procuram realizar trabalhos de magia dirigida contra os encarnados. Na realidade, quem está agindo é um espírito atrasado. É justamente contra as influências maléficas, o pensamento doentio desses feiticeiros improvisados, que entra em ação o verdadeiro Exu, atraindo os obsessores, cegos ainda, e procurando trazê-los para suas falanges que trabalham visando a própria evolução.

O chamado “Exú Pagão” é tido como o marginal da espiritualidade, aquele sem luz, sem conhecimento da evolução, trabalhando na magia para o mal, embora possa ser despertado para evoluir de condição.

Já o Exu Batizado, é uma alma humana já sensibilizada pelo bem, evoluindo e, trabalhando para o bem, dentro do reino da Quimbanda, por ser força que ainda se ajusta ao meio, nele podendo intervir, como um policial que penetra nos reinos da marginalidade.

Não se deve, entretanto, confundir um verdadeiro Exú com um espíritos zombeteiros, mistificadores, obsessores ou perturbadores, que recebem a denominação de Kiumbas e que, às vezes, tentam mistificar, iludindo os presentes, usando nomes de "Guias".

Para evitar essa confusão, não damos aos chamados “Exus Pagões” a denominação de “Exu”, classificando-os apenas como Kiumbas. E reservamos para os ditos “Exus Batizados” a denominação de “Exu”.

Classificação Pelos Pontos de Vibração dos Exus

Exus do Cemitério:

São Exus que, em sua maioria, servem à Obaluaiê. Durante as consultas são sérios, reservados e discretos, podem eventualmente trabalhar dando passes de limpeza (descarregando) o consulente. Alguns não dão consulta, se apresentando somente em obrigações, trabalhos e descarregos.

Exus da Encruzilhada:

São Exus que servem a Orixás diversos. Não são brincalhões como os Exus da estrada, mas também não são tão fechados como os do cemitério. Gostam de dar consulta e também participam em obrigações, trabalhos e descarregos.  Alguns deles se aproximam muito (em suas características) dos Exus do cemitério, enquanto outros se aproximam mais dos Exus da estrada.

Exus da Estrada:

São os mais "brincalhões".  Suas consultas são sempre recheadas de boas gargalhadas, porém é bom lembrar que como em qualquer consulta com um guia incorporado, o respeito deve ser mantido e sendo assim estas "brincadeiras" devem partir SEMPRE do guia e nunca do consulente.  São os guias que mais dão consultas em uma gira de Exu, se movimentam muito e também falam bastante, alguns chegam a dar consulta a várias pessoas ao mesmo tempo. 

Organização E Hierarquia Dos Exus:

Os Exus, estão também, divididos em hierarquias. Onde temos desde Exus muito ligados aos Orixás até aqueles Exus ligados aos trabalhos mais próximos às trevas.

Os exus dividem-se hierarquicamente, em três planos ou três ciclos e em sete graus e a divisão está formada "de cima para baixo" :

Terceiro Ciclo

Contém o Sétimo, Sexto e Quinto graus.

Neste Ciclo encontramos os chamados Exus Coroados. São aqueles que tem grande evolução, já estão nas funções de mando. São os chefes das falanges. Recebem as ordens diretas dos chefes de legiões da Umbanda. Pouco são aqueles que se manifestam em algum médium. Apenas alguns médiuns, bem preparados, com enorme missão aqui na Terra, tem um Exu Coroado como o seu guardião pessoal. São os guardiões chefes de terreiro. Não mais reencarnam, já esgotaram há tempos os seus karmas.

Sétimo Grau - Estão os Exus Chefe de Legião e para cada Linha da Umbanda, temos Um Exu no Sétimo Grau, portanto, temos Sete Exus Chefes de Legião

Sexto Grau - Estão os Exus Chefes de Falange. São Sete Exus Chefes de Falange subordinados a cada Exu Chefe de Legião, portanto, temos 49 Exus Chefes de Falange.

Quinto Grau - Estão os Exus Chefes de Sub-Falange. São Sete Exus Chefes de Sub-Falange subordinados a cada Exu Chefe de Falange, portanto, são 343 Exus Chefes de Sub-Falange.

Segundo Ciclo

Contém o Quarto Grau.

Neste Ciclo encontramos os chamados Exus Cruzados ou Batizados. São subordinados dos Exus Coroados. Já tem a noção do bem e do mal. São os exus mais comuns que se manifestam nos terreiros. Também, tem funções de sub-chefes. Fazem parte da segurança de um terreiro. O campo de atuação destes exus está nas sombras (entre a Luz e as Trevas). Estão ainda nos ciclos de reencarnações.

Quarto Grau - Estão os Exus Chefes de Agrupamento. São Sete Exus Chefes de Agrupamento e estão subordinados a cada Exu Chefe de Sub-Falange, portanto, são 2401 Exus Chefes de Agrupamento.

Primeiro Ciclo

Contém o Terceiro, Segundo e Primeiro Graus.

Temos dois tipos de Exus neste ciclo :

o Exus Espadados - São subordinados do Exus Cruzados. O seu campo de atuação encontra-se entre as sombras e as trevas.

o Exus Pagãos (Kiumbas) - São subordinados aos exus de nível acima. São aqueles que não tem distinção exata entre o bem e o mal. São conhecidos, também como "rabos-de-encruza". Aceitam qualquer tipo de trabalho, desde que se pague bem. Não são confiáveis, por isso.

São comandados de maneira intensiva pelos Exus de hierarquias superiores. Quando fazem algo errado, são castigados pelos seus chefes, e querem vingarem-se de quem os mandou fazer a coisa errada.São kiumbas, capturados e depois adaptados aos trabalhos dos Exus.

O campo de atuação dos Exus Pagãos, é as trevas. Conseguem se infiltrar facilmente nas organizações das trevas. São muito usados pelos Exus dos níveis acima, devido esta facilidade de penetração nas trevas.

• Terceiro Grau - Estão os Exus Chefes de Coluna. São Sete Exus Chefes de Coluna e estão subordinados a cada Exus Chefes de Agrupamento, portanto, são 16807 Exus Chefes de Coluna.

• Segundo Grau - Estão os Exus Chefes de Sub-Coluna. São Sete Exus Chefes de Sub-Coluna e estão subordinados a cada Exu Chefe de Coluna, portanto, são 117649 Exus Chefes de Sub-Coluna.

• Primeiro Grau - Estão os Exus Integrantes de Sub-Colunas e são milhares de espíritos nesta função.

Os Exus, em geral, não são bons nem ruins, são apenas executores da Lei.

Ogum, responsável pela execução da Lei, determina as execuções aos Exus.

|7º Grau | | | | | | |7 - |

| | | | | | | |Chefes |

| | | | | | | |de |

| | | | | | | |Legião |

|5º Grau | | | | |343 - Chefes de Sub-Falange | |

|4º Grau | | | |2401 - Chefes de Grupamento | |

|3º Grau | | |16807 - Chefes de Coluna | |

|2º Grau | |117649 - Chefes de Sub-Coluna | |

|1º Grau |? - Integrantes de Coluna |

Além destes aspectos já abordados, vale à pena mencionar os diversos níveis vibracionais, onde os espíritos ligados à Terra, habitam.

Estes níveis são e foram criados de acordo com cada grau evolutivo. Os níveis estão mais relacionados com o mundo da consciência do que com o mundo físico, ou seja, são mais estados de consciência do que um lugar fisicamente localizado.

Como são níveis gerados por espíritos ligados de alguma forma com a evolução da Terra, estes níveis estão vinculados ao próprio planeta. Portanto, quando vemos descrições de camadas umbralinas localizadas em abismos sob a crosta terrestre, devemos entender que embora elas estejam localizadas com estes espaços físicos, elas estão no lado espiritual deste plano físico.

Temos então, Sete Camadas Concêntricas Superiores e Sete Camadas Concêntricas Inferiores.

A divisão está sempre formada "de cima para baixo" :

Camadas Concêntricas Superiores

Sétima, Sexta e Quinta Camadas - Zonas Luminosas

Seres iluminados, isentos das reencarnações. Cumprem missões no planeta. Estão se libertando deste planeta, muitos já estagiam em outros mundos superiores.

Quarta Camada - Zona de Transição

Espíritos elevados, que colaboram com a evolução dos irmãos menores.

Terceira, Segunda e Primeira Camadas - Zonas Fracamente Iluminadas

A maioria dos espíritos que desencarnam, estão nestas camadas. Estão em reparações e aprendizados para novas reencarnações.

Superfície - Espíritos encarnados

Camadas Concêntricas Inferiores

Sétima Camada - Zona Sub-Crostal Superior

Espíritos sofredores de um modo geral que serão em seguida socorridos e encaminhados a planos mais elevados para adaptação e aprendizado, antes de reencarnarem.

Sexta, Quinta e Quarta Camadas - Zona das Sombras, Zona Purgatoriais ou de Regeneração

Espíritos sofredores purgando parte de seus karmas, e que serão encaminhados o mais rápido possível à reencarnação para novas provas e expiações.

Quarta Camada - Zona de Transição

Entre as sombras e as trevas. Zona de seres revoltados e dementados.

Terceira, Segunda e Primeira Camadas - Zona das Trevas ou Zona Sub-Crostal Inferior

Estes espíritos estão em estágio de insubmissos, renitentes e rebelados às Leis Divinas. Não reconhecem Deus como o Ser mais superior.

A atuação dos Exus, está praticamente em todas as camadas inferiores, com exceção das Terceira, Segunda e Primeira Camadas, que eventualmente eles "descem" para missões especiais ou mandam os rabos-de-encruza, pois estão mais "ambientados" com as baixas e perniciosas vibrações. Não que os Exus não possam "descer" até lá, mas porque é desnecessário criar uma guerra com os seres infernais, apenas porque se invadiu aquelas zonas.

A maioria dos livros espíritas, que tratam do assunto dos níveis vibracionais, não chega sequer a mencionar algo além das camadas intermediárias ou médio e alto umbral. Descrevem na maioria das vezes as camadas que ficam as sombras e não as trevas, pois os espíritos que fazem tais incursões não podem ou não devem “baixar” mais, pois somente cabe aos exus, espíritos especializados “descer” tanto.

Correspondência entre os Exus e as diferentes irradiações dos Orixás

Os Setes Exus Chefes de Falange da Vibração Espiritual de Oxalá:

|Exú Sete Encruzilhadas |Comando negativo da linha |

|Exú Sete Chaves |intermediário para Ogum |

|Exú Sete Capas |intermediário para Oxossi |

|Exú Sete Poeiras |intermediário para Xangô |

|Exú Sete Cruzes |intermediário para Yorimá |

|Exú Sete Ventanias |intermediário para Yori |

|Exú Sete Pembas |intermediário para Yemanjá |

Os Setes Exus Chefes de Falange da Vibração Espiritual de Yemanjá:

|Pombo Gira Rainha |Comando negativo da linha |

|Exú Sete Nanguê |intermediário para Ogum |

|Maria Mulambo |intermediário para Oxossi |

|Exú Sete Carangola |intermediário para Xangô |

|Exú Maria Padilha |intermediário para Yorimá |

|Exú Má-canjira |intermediário para Yori |

|Exú Maré |intermediário para Oxalá |

Os Setes Exus Chefes de Falange da Vibração Espiritual de Ibeiji:

|Exú Tiriri |Comando negativo da linha |

|Exú Toquimho |intermediário para Ogum |

|Exú Mirim |intermediário para Oxossi |

|Exú Lalu |intermediário para Xangô |

|Exú Ganga |intermediário para Yorimá |

|Exú Veludinho |intermediário para Oxalá |

|Exú Manguinho |intermediário para Yemanjá |

Os Setes Exus Chefes de Falange da Vibração Espiritual de Xangô:

|Exú Gira Mundo |Comando negativo da linha |

|Exú Meia-Noite |intermediário para Ogum |

|Exú Mangueira |intermediário para Oxossi |

|Exú Pedreira |intermediário para Oxalá |

|Exú Ventania |intermediário para Yorimá |

|Exú Corcunda |intermediário para Yori |

|Exú Calunga |intermediário para Yemanjá |

Os Setes Exus Chefes de Falange da Vibração Espiritual de Ogum:

|Exú Tranca-Ruas |Comando negativo da linha |

|Exú Tira-teimas |intermediário para Oxalá |

|Exú Veludo |intermediário para Oxossi |

|Exú Tranca-gira |intermediário para Xangô |

|Exú Porteira |intermediário para Yorimá |

|Exú Limpa-trilhos |intermediário para Yori |

|Exú Arranca-toco |intermediário para Yemanjá |

Os Setes Exus Chefes de Falange da Vibração Espiritual de Oxossi:

|Exú Marabô |Comando negativo da linha |

|Exú Pemba |intermediário para Ogum |

|Exú da Campina |intermediário para Oxalá |

|Exú Capa Preta |intermediário para Xangô |

|Exú das Matas |intermediário para Yorimá |

|Exú Lonan |intermediário para Yori |

|Exú Bauru |intermediário para Yemanjá |

Os Setes Exus Chefes de Falange da Vibração Espiritual de Yorimá:

|Exú Caveira |Comando negativo da linha |

|Exú do Lodo |intermediário para Ogum |

|Exú Brasa |intermediário para Oxossi |

|Exú Come-fogo |intermediário para Xangô |

|Exú Pinga-fogo |intermediário para Oxalá |

|Exú Bára |intermediário para Yori |

|Exú Alebá |intermediário para Yemanjá |

Relações Existentes Entre as Linhas da Quimbanda e Umbanda

Uma vez se entendendo que há uma perfeita harmonia entre as ações dos elementos que compõe as linhas da Quimbanda e da Umbanda, cada elemento destes há um paralelo, um elo de ligação entre a Umbanda e a Quimbanda.

|Linhas da Umbanda | Linhas da Quimbanda |

|Linha de Oxalá | Linha Malei |

|Linha de Ogum | Linha do Cemitério |

|Linha de Oxossi | Linha dos Caboclos Quimbandeiros |

|Linha de Xangô | Linha de Mossorubi |

|Linha de Yorimá | Linha da Almas |

|Linha de Ibêji | Linha Mista |

|Linha de Yemanjá | Linha Nagô |

Há ainda outros elos de ligação entre os Orixás da Umbanda com os Exus da Quimbanda.

No caso de Ogum, há uma manifestação de Ogum, para corresponder com cada uma das sete Linhas da Quimbanda. Vejamos:

|Ogum de Malei | Linha Malei |

|Ogum Megê | Linha do Cemitério |

|Ogum Rompe Mato | Linha dos Caboclos Quimbandeiros |

| | Linha de Mossorubi |

|Ogum Megê | Linha da Almas |

|Ogum Xoroquê | Linha Mista |

|Ogum de Nagô | Linha Nagô |

Exu para jorge amado

Não sou preto, branco ou vermelho

Tenho as cores e formas que quiser.

Não sou diabo nem santo, sou exu!

mando e desmando,

traço e risco

faço e desfaço.

estou e não vou

tiro e não dou.

sou exu.

Passo e cruzo

Traço, misturo e arrasto o pé

Sou reboliço e alegria

Rodo, tiro e boto,

Jogo e faço fé.

Sou nuvem, vento e poeira

Quando quero, homem e mulher

Sou das praias, e da maré.

ocupo todos os cantos.

sou menino, avô, maluco até

posso ser joão, Maria ou José

Sou o ponto do cruzamento.

durmo acordado e ronco falando

corro, grito e pulo

faço filho assobiando

sou argamassa

De sonho carne e areia.

sou a gente sem bandeira,

o espeto, meu bastão.

o assento? O vento!..

sou do mundo,nem do campo

nem da cidade,

não tenho idade.

Recebo e respondo pelas pontas,

Pelos chifres da nação

Sou exu.

sou agito, vida, ação

sou os cornos da lua nova

a barriga da rua cheia!...

Quer mais? Não dou,

Não tô mais aqui!

Salvador, 17 de maio de 1993

Você Entendeu?

Ficou alguma dúvida?

Se ficou, esclareça, o objetivo é fazer você entender.

As Crianças

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São a alegria que contagia a Umbanda. Descem nos terreiros simbolizando a pureza, a inocência e a singeleza. Seus trabalhos se resumem em brincadeiras e divertimentos. Podemos pedir-lhes ajuda para os nossos filhos, resolução de problemas, fazer confidências, mexericos, mas nunca para o mal, pois eles não atendem pedidos dessa natureza.

São espíritos que já estiveram encarnados na terra e que optaram por continuar sua evolução espiritual através da prática de caridade, incorporando em médiuns nos terreiros de Umbanda. Em sua maioria, foram espíritos que desencarnaram com pouca idade (terrena), por isso trazem características de sua última encarnação, como o trejeito e a fala de criança, o gosto por brinquedos e doces.

Assim como todos os servidores dos Orixás, elas também tem funções bem específicas, e a principal delas é a de mensageiro dos Orixás, sendo extremamente respeitados pelos caboclos e pelos pretos-velhos.

É uma falange de espíritos que assumem em forma e modos, a mentalidade infantil. Como no plano material, também no plano espiritual, a criança não se governa, tem sempre que ser tutelada. É a única linha em que a comida de santo (Amalás), leva tempero especial (açúcar). É conhecido nos terreiros de Nação e Candomblé, como (ÊRES ou IBEJI). Na representação nos pontos riscados, Ibeji é livre para utilizar o que melhor lhe aprouver. A linha de Ibeji é tão independente quanto à linha de Exu.

Ibeijada, Erês, Dois-Dois, Crianças, Ibejis, são esses vários nomes para essas entidades que se apresentam de maneira infantil.

No Candomblé, o Erê, tem uma função muito importante. Como o Orixá não fala, é ele quem vem para dar os recados do pai. É normalmente muito irrequieto, barulhento, às vezes brigão, não gosta de tomar banho, e nas festas se não for contido pode literalmente botar fogo no oceano. Ainda no Candomblé, o Erê tem muitas outras funções, o Yaô, virado no Erê, pode fazer tudo o que o Orixá não pode, até mesmo as funções fisiológicas do médium, ele pode fazer. O Erê muitas vezes em casos de necessidade extrema ou perigo para o médium, pode manifestar-se e trazê-lo para a roça, pegando até mesmo uma condução se for o caso.

Na Umbanda mais uma vez, vemos a diferença entre as entidades/divindades. A Criança na Umbanda é apenas uma manifestação de um espírito cujo desencarne normalmente se deu em idades infanto-juvenis. São tão barulhentos como os Erês,  embora alguns são bem mais tranqüilos e comportados.

No Candomblé, os Erês, tem normalmente nomes ligados ao dono da coroa do médium. Para os filhos de Obaluaiê, Pipocão, Formigão, para os de Oxossi, Pingo Verde, Folinha Verde, para os de Oxum, Rosinha, para os de Yemanjá, Conchinha Dourada e por ai vai. 

As Crianças da Umbanda tem os nomes relacionados normalmente a nomes comums, normalmente brasileiros. Rosinha, Mariazinha, Ritinha, Pedrinho, Paulinho, Cosminho, etc...

As crianças de Umbanda comem bolos, balas, refrigerantes, normalmente guaraná e frutas, os Erês do Candomblé além desses, comem frangos e outras comidas ritualisticas como o Caruru, etc...  Isso não quer dizer que uma Criança de Umbanda não poderá comer Caruru, por exemplo. Com Criança tudo pode acontecer.

Quando incorporadas em um médium, gostam de brincar, correr e fazer brincadeiras (arte) como qualquer criança. É necessária muita concentração do médium (consciente), para não deixar que estas brincadeiras atrapalhem na mensagem a ser transmitida.

Os "meninos" são em sua maioria mais bagunceiros, enquanto que as "meninas" são mais quietas e calminhas. Alguns deles incorporam pulando e gritando, outros descem chorando, outros estão sempre com fome, etc... Estas características, que às vezes nos passam desapercebido, são sempre formas que eles têm de exercer uma função específica, como a de descarregar o médium, o terreiro ou alguém da assistência.

Os pedidos feitos a uma criança incorporada normalmente são atendidos de maneira bastante rápida. Entretanto a cobrança que elas fazem dos presentes prometidos também é. Nunca prometa um presente a uma criança e não o dê assim que seu pedido for atendido, pois a "brincadeira" (cobrança) que ela fará para lhe lembrar do prometido pode não ser tão "engraçada" assim.

Poucos são aqueles que dão importância devida às giras das vibrações infantis.

A exteriorização da mediunidade é apresentada nesta gira sempre em atitudes infantis. O fato, entretanto, é que uma gira de criança não deve ser interpretada como uma diversão, embora normalmente seja realizada em dias festivos, e às vezes não consegamos conter os risos diante das palavras e atitudes que as crianças tomam.

Mesmo com tantas diferenças é possível notar-se a maior características de todos, que é mesmo a atitude infantil, o apego a brinquedos, bonecas, chupetas, carrinhos e bolas, como os quais fazem as festas nos terreiros, com as crianças comuns que lá vão a busca de tais brinquedos e guloseimas nos dias apropriados. A festa de Cosme e Damião, santos católicos sincretizados com Ibeiji,  à 27 de Setembro é muito concorrida em quase todos os terreiros do pais. 

Uma curiosidade:  Cosme e Damião foram os primeiros santos a terem uma igreja erigida para seu culto no Brasil. Ela foi construída em Igarassu, Pernambuco e ainda existe.

As festas para Ibeiji, tem duração de um mês, iniciando a 27 de setembro (Cosme e Damião) e terminando a 25 de outubro, devido a ligação espiritual que há entre Crispim e Crispiniano com aqueles gêmeos, pela sincretização que houve destes santos católicos com os "ibejis" ou ainda "erês" (nome dado pelos nagôs aos santos-meninos que têm as mesmas missões.

Nas festas de ibeiji, que tiveram origem na Lei do ventre-Livre, desde aquela época até nossos dias, são servidos às crianças um "aluá" ou água com açúcar (ou refrigerantes adocicados no dia de hoje), bem como o caruru (também nas Nações de Candomblés).

Não gostam de desmanchar demandas, nem de fazer desobsessões. Preferem as consultas, e em seu decorrer vão trabalhando com seu elemento de ação sobre o consulente, modificando e equilibrando sua vibração, regenerando os pontos de entrada de energia do corpo humano.

Esses seres, mesmo sendo puros, não são tolos, pois identificam muito rapidamente nossos erros e falhas humanas. E não se calam quando em consulta, pois nos alertam sobre eles.

Muitas entidades que atuam sob as vestes de um espírito infantil, são muito amigas e têm mais poder do que imaginamos. Mas como não são levadas muito a sério, o seu poder de ação fica oculto, são conselheiros e curadores, por isso foram associadas à Cosme e Damião, curadores que trabalhavam com a magia dos elementos.

Magia Da Criança

O elemento e força da natureza correspondente a Ibeji são... todos, pois ele poderá, de acordo com a necessidade, utilizar qualquer dos elementos.

Eles manipulam as energias elementais e são portadores naturais de poderes só encontrados nos próprios Orixás que os regem.

Estas entidades são a verdadeira expressão da alegria e da honestidade, dessa forma, apesar da aparência frágil, são verdadeiros magos e conseguem atingir o seu objetivo com uma força imensa, atuam em qualquer tipo de trabalho, mas, são mais procurados para os casos de família e gravidez.

A Falange das Crianças é uma das poucas falanges que consegue dominar a magia. Embora as crianças brinquem, dancem e cantem, exigem respeito para o seu trabalho, pois atrás dessa vibração infantil, se escondem espíritos de extraordinários conhecimentos.

Imaginem uma criança com menos de sete anos possuir a experiência e a vivência de um homem velho e ainda gozar a imunidade própria dos inocentes. A entidade conhecida na umbanda por erê é assim. Faz tipo de criança, pedindo como material de trabalho chupetas, bonecas, bolinhas de gude, doces, balas e as famosas águas de bolinhas -o refrigerante e trata a todos como tio e vô.

Os erês são, via de regra, responsáveis pela limpeza espiritual do terreiro.

Origem de "Doum"

 

Este personagem material e espiritual surgiu nos cultos Afros quando uma macamba (denominação de mulher, na seita Cabula) dava a luz a dois gêmeos e, caso houvesse no segundo parto o nascimento de um outro menino, era este considerado "Doum", que veio ao mundo para fazer companhia a seus irmãos gêmeos.

Foram sincretizados com os santos que foram gêmeos e médicos, tem sua razão na semelhança das imagens e missões idênticas com os "erês" da África, mas como faltava "doum", colocaram-no junto a seus irmãos, com seus pequenos bastões de pau, obedecendo à semelhança dos santos católicos, formando assim a trindade da irmanação.

Dizem também, que na imagem original de S. Cosme e S. Damião, entre eles (adultos) havia a imagem de uma criança a qual eles estavam tratando, daí para sincretizarem Doum com essa criança, foi um pulo...

Onde Moram as Crianças

A respeito das crianças desencarnadas, passamos a adaptar um interessante texto de Leadbeater, do seu livro "O que há além da Morte".

"A vida das crianças no mundo espiritual é de extrema felicidade. O espírito que se desprende de seu corpo físico com apenas alguns meses de idade, não se acostumou a esse e aos demais veículos inferiores, e assim a curta existência que tenha nos mundos astral e mental lhe será praticamente inconsciente. Mas o menino que tenha tido alguns anos de existência, quando já é capaz de gozos e prazeres inocentes, encontrará plenamente nos planos espirituais as coisas que deseje. A população infantil do mundo espiritual é vasta e feliz, a ponto de nenhum de seus membros sentir o tempo passar. As almas bondosas que amaram seus filhos continuam a amá-los ali, embora as crianças já não tenham corpo físico, e acompanham-nas em seus brinquedos ou em adverti-las a evitar aproximarem-se de quadros pouco agradáveis do mundo astral."

"Quando nossos corpos físicos adormecem, acordamos no mundo das crianças e com elas falamos como antigamente, de modo que a única diferença real é que nossa noite se tornou dia para elas, quando nos encontram e falam, ao passo que nosso dia lhes parece uma noite durante a qual estamos temporariamente separados delas, tal qual os amigos se separam quando se recolhem à noite para os seus dormitórios. Assim, as crianças jamais acham falta do seu pai ou mãe, de seus amigos ou animais de estimação, que durante o sono estão sempre em sua companhia como antes, e mesmo estão em relações mais íntimas e atraentes, por descobrirem muito mais da natureza de todos eles e os conhecerem melhor que antes. E podemos estar certos de que durante o dia elas estão cheias de companheiros novos de divertimento e de amigos adultos que velam socialmente por elas e suas necessidades, tomando-as intensamente felizes."

Assim é a vida espiritual das crianças que desencarnaram e aguardam, sempre felizes, acompanhadas e protegidas, uma nova encarnação. É claro que essas crianças, existindo dessa maneira, sentem-se profundamente entristecidas e constrangidas ao depararem-se com seus pais, amigos e parentes lamentando suas mortes físicas com gritos de desespero e manifestações de pesar ruidosas que a nada conduzem. O conhecimento da vida espiritual nos mostra que devemos nos controlar e nos apresentar sempre tranqüilos e seguros às crianças que amamos e que deixaram a vida física. Isso certamente as fará mais felizes e despreocupadas.

Casos de Criança

Algumas vezes, ficamos deslumbrados com a eficiência de seus trabalhos. Seguem-se duas narrações de casos resolvidos pelas crianças.

Uma vez telefonou-me um fazendeiro assustado pelas mortes de seu gado. Achava ser trabalho feito. Ele foi no terreiro tendo sido atendido normalmente. No final do trabalho uma criança incorporada chamou-o e, com uma pemba, fez um desenho no chão como se fosse um mapa todo recortado. No meio desenhou três corações e um risco como um rio, fazendo um encontro com outro. “Tio”, falou, “os corações simbolizam seus três filhos.” O homem confirmou. Mostrando o mapa, disse ser a sua casa construída com vários pedaços. O homem explicou ter sua fazenda sido constituída por várias áreas. Apontando exatamente no encontro dos riscos, disse estar ali o problema, estando a água cheia de veneno e onde os bichinhos do tio estavam morrendo. Mais tarde o fazendeiro telefonou-me dizendo estar a água do rio realmente envenenada por agro-tóxico.

Outra vez, no encerramento do trabalho uma experiente médium deu sinais de incorporação de criança. Ela incorporou e batendo palmas, veio ao meu encontro pedindo um dólar. “Um dólar?” Respondi. “O que você vai fazer com um dólar?” Ela insistiu: “quero um dólar”. Achamos graça. A cena foi alegre e descontraída. “Alguém tem um dólar para a criança?” perguntei ironicamente. Da assistência uma moça fez sinal afirmativo. Fiquei perplexo. Somente eu conhecia o seu problema. Tinha câncer maligno nas cordas vocais e testava com a cirurgia marcada. Da ironia à seriedade, convidei a moça para entrar no terreiro e fazer a entrega do dólar ao erê. A entidade fez festa ao dólar, deixou-o de lado e agarrou-se na garganta da moça fazendo-lhe leves passes magnéticos. Ela fez a cirurgia na terra, mas está curada.

Você Entendeu?

Ficou alguma dúvida?

Se ficou, esclareça, o objetivo é fazer você entender.

Pretos Velhos

 

História

As grandes metrópoles do período colonial: Portugal, Espanha, Inglaterra, França, etc; subjugaram nações africanas, fazendo dos negros mercadorias, objetos sem direitos ou alma.

Os negros africanos foram levados a diversas colônias espalhadas principalmente nas Américas e em plantações no Sul de Portugal e em serviços de casa na Inglaterra e França.

Os traficantes coloniais utilizavam-se de diversas técnicas para poder arrematar os negros:

Chegavam de assalto e prendiam os mais jovens e mais fortes da tribo, que viviam principalmente no litoral Oeste, no Centro-oeste, Nordeste e Sul da África.

Trocavam por mercadoria: espelhos, facas, bebidas, etc. Os cativos de uma tribo que fora vencida em guerras tribais ou corrompiam os chefes da tribo financiando as guerras e fazendo dos vencidos escravos.

No Brasil os escravos negros chegavam por Recife e Salvador, nos séculos XVI e XVII, e no Rio de Janeiro, no século XVIII.

Os primeiros grupos que vieram para essas regiões foram os bantos; cabindos; sudaneses; iorubás; geges; hauçá; minas e malês.

A valorização do tráfico negreiro, fonte da riqueza colonial, custou muito caro; em quatro séculos, do XV ao XIX, a África perdeu, entre escravizados e mortos 65 a 75 milhões de pessoas, e estas constituiam uma parte selecionada da população.

Arrancados de sua terra de origem, uma vida amarga e penosa esperava esses homens e mulheres na colônia: trabalho de sol a sol nas grandes fazendas de açúcar. Tanto esforço, que um africano aqui chegado durava, em média, de sete a dez anos! Em troca de seu trabalho os negros recebiam três "pês": Pau, Pano e Pão. E reagiam a tantos tormentos suicidando-se, evitando a reprodução, assassinando feitores, capitães-do-mato e proprietários. Em seus cultos, os escravos resistiam, simbolicamente, à dominação. A "macumba" era, e ainda é, um ritual de liberdade, protesto, reação à opressão. As rezas, batucadas, danças e cantos eram maneiras de aliviar a asfixia da escravidão. A resistência também acontecia na fuga das fazendas e na formação dos quilombos, onde os negros tentaram reconstituir sua vida africana. Um dos maiores quilombos foi o Quilombo dos Palmares onde reinou Ganga Zumba ao lado de seu guerreiro Zumbi (protegido de Ogum).

Os negros que se adaptavam mais facilmente à nova situação recebiam tarefas mais especializadas, reprodutores, caldeireiro, carpinteiros, tocheiros, trabalhador na casa grande (escravos domésticos) e outros, ganharam alforria pelos seus senhores ou pelas leis do Sexagenário, do Ventre livre e, enfim, pela Lei Áurea.

A Legião de espíritos chamados "Pretos-Velhos" foi formada no Brasil, devido a esse torpe comércio do tráfico de escravos arrebanhados da África.

Estes negros aos poucos conseguiram envelhecer e constituir mesmo de maneira precária uma união representativa da língua, culto aos Orixás e aos antepassados e tornaram-se um elemento de referência para os mais novos, refletindo os velhos costumes da Mãe África. Eles conseguiram preservar e até modificar, no sincretismo, sua cultura e sua religião.

Idosos mesmo, poucos vieram, já que os escravagistas preferiam os jovens e fortes, tanto para resistirem ao trabalho braçal como às exemplificações com o látego. Porém, foi esta minoria o compêndio no qual os incipientes puderam ler e aprender a ciência e sabedoria milenar de seus ancestrais, tais como o conhecimento e emprego de ervas, plantas, raízes, enfim, tudo aquilo que nos dá graciosamente a mãe natureza.

Mesmo contando com a religião, suas cerimônias, cânticos, esses moços logicamente não poderiam resistir à erosão que o grande mestre, o tempo, produz sobre o invólucro carnal, como todos os mortais. Mas a mente não envelhece, apenas amadurece.

Não podendo mais trabalhar duro de sol a sol, constituíram-se a nata da sociedade negra subjugada. Contudo, o peso dos anos é implacavelmente destruidor, como sempre acontece.

O ato final da peça que encarnamos no vale de lágrimas que é o planeta Terra é a morte. Mas eles voltaram. A sua missão não estava ainda cumprida. Precisavam evoluir gradualmente no plano espiritual. Muitos ainda, usando seu linguajar característico, praticando os sagrados rituais do culto, utilizados desde tempos imemoriais, manifestaram-se em indivíduos previamente selecionados de acordo com a sua ascendência (linhagem), costumes, tradições e cultura. Teriam que possuir a essência intrínseca da civilização que se aprimorou após incontáveis anos de vivência.

Formação da Falange dos Pretos-Velhos na Umbanda

Depois de mortos, passaram a surgir em lugares adequados, principalmente para se manifestarem. Ao se incorporarem, trazem os Pretos-Velhos os sinais característicos das tribos a que pertenciam.

Os Pretos-velhos são nossos Guias ou Protetores, mas no Candomblé, são considerados Eguns (almas desencarnadas), e decorrente disso, só têm fio de conta (Guia) na Umbanda. Usam branco ou preto e branco. Essas cores são usadas porque, sendo os Pretos-Velhos almas de escravos, lembram que eles só podiam andar de branco ou xadrez preto e branco, em sua maioria. Temos também a Guia de lágrima de Nossa Senhora, semente cinza com uma palha dentro. Essa Guia vem dos tempos dos cativeiros, porque era o material mais fácil de se encontrar na época dos escravos, cuja planta era encontrada em quase todos os lugares.

O dia em que a Umbanda homenageia os Pretos-Velhos é 13 de maio, que é a data em que foi assinada a Lei Áurea (libertação dos escravos).

O Nomes dos Pretos-Velhos

Há muita controvérsia sobre o fato de o nome do Preto-Velho ser uma miscelânea de palavras portuguesas e africanas. Voltemos ao passado, na época que cognominamos "A Idade das Trevas" no Brasil, dos feitores e senhores, senzalas e quilombos, sendo os senhores feudais brasileiros católicos ferrenhos (devido à influência portuguesa) não permitiam a seus escravos a liberdade de culto. Eram obrigados a aprender e praticar os dogmas religiosos dos amos. Porém eles seguiram a velha norma: contra a força não  há resistência, só a inteligência vence. Faziam seus rituais às ocultas, deixando que os déspotas em miniatura acreditassem estar eles doutrinados para o catolicismo, cujas cerimônias assistiam forçados.

As crianças escravas recém-nascidas, na época, eram batizadas duas vezes. A primeira, ocultamente, na nação a que pertenciam seus pais, recebendo o nome de acordo com a seita. A segunda vez, na pia batismal católica, sendo esta obrigatória e nela a criança recebia o primeiro nome dado pelo seu senhor, sendo o sobrenome composto de cognome ganho pela Fazenda onde nascera (Ex.: Antônio da Coroa Grande), ou então da região africana de onde vieram (Ex.: Joaquim D'Angola).

O termo "Velho", "Vovô" e "Vovó" é para sinalizar sua experiência, pois quando pensamos em alguém mais velho, como um vovô ou uma vovó subentendemos que essa pessoa já tenha vivido mais tempo, adquirindo assim sabedoria, paciência, compreensão. É baseado nesses fatores que as pessoas mais velhas aconselham.

No mundo espiritual é bastante semelhante, a grande característica dessa linha é o conselho.  É devido a esse fator que carinhosamente dizemos que são os "Psicólogos da Umbanda".

Eis aqui, como exemplo, o nome de alguns Pretos-Velhos:

Pai Cambinda (ou Cambina), Pai Roberto, Pai Cipriano, Pai João ,Pai Congo, Pai José D'Angola, Pai Benguela, Pai Jerônimo, Pai Francisco, Pai Guiné, Pai Joaquim, Pai Antônio, Pai Serafim, Pai Firmino D'Angola, Pai Serapião, Pai Fabrício das Almas, Pai Benedito, Pai Julião, Pai Jobim, Pai Jobá, Pai Jacó, Pai Caetano, Pai Tomaz, Pai Tomé, Pai Malaquias, Pai Dindó, Vovó Maria Conga, Vovó Manuela, Vovó Chica, Vovó Cambinda (ou Cambina), Vovó Ana, Vovó Maria Redonda, Vovó Catarina, Vovó Luiza, Vovó Rita, Vovó Gabriela, Vovó Quitéria, Vovó Mariana, Vovó Maria da Serra, Vovó Maria de Minas, Vovó Rosa da Bahia, Vovó Maria do Rosário, Vovó Benedita.

  

Obs: Normalmente os Pretos-Velhos tratados por Vovô ou Vovó são mais “velhos” do que aqueles tratados por Pai, Mãe, Tio ou Tia).

Atribuições

Eles representam a humildade, força de vontade, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São um ponto de referência para todos aqueles que necessitam: curam, ensinam, educam pessoas e espíritos sem luz. Não têm raiva ou ódio pelas humilhações, atrocidades e torturas a que foram submetidos no passado.

Com seus cachimbos, fala pausada, tranqüilidade nos gestos, eles escutam e ajudam àqueles que necessitam, independentes de sua cor, idade, sexo e de religião. São extremamente pacientes com os seus filhos e, como poucos, sabem incutir-lhes os conceitos de karma e ensinar-lhes resignação

Não se pode dizer que em sua totalidade esses espíritos são diretamente os mesmos Pretos-Velhos da escravidão. Pois, no processo cíclico da reencarnação passaram por muitas vidas anteriores foram: negros escravos, filósofos, médicos, ricos, pobres, iluminados, e outros. Mas, para ajudar aqueles que necessitam escolheram ou foram escolhidos para voltar a terra em forma incorporada de Preto-Velho. Outros, nem negros foram, mas escolheram como missão voltar nessa pseudo-forma.

Outros foram até mesmo Exus, que evoluíram e tomaram as formas de um Pretos-Velhos.

Este comentário pode deixar algumas pessoas, do culto e fora dele, meio confusas: "então o Preto-Velho não é um Preto-Velho, ou é, ou o que acontece???".

Esses espíritos assumem esta forma com o objetivo de manter uma perfeita comunicação com aqueles que os vão procurar em busca de ajuda.

O espírito que evoluiu tem a capacidade de assumir qualquer forma, pois ele é energia viva e conduzente de luz, a forma é apenas uma conseqüência do que eles tenham que fazer na terra. Esses espíritos podem se apresentar, por exemplo, em lugares como um médico e em outros como um Preto-Velho ou até mesmo um caboclo ou exu. Tudo isso vai de acordo com o seu trabalho, sua missão. Não é uma forma de enganar ou má fé com relação àqueles que acreditam, muito pelo contrário, quando se conversa sinceramente, eles mesmos nos dizem quem são, caso tenham autorização.

Por isso, se você for falar com um Preto-Velho, tenha humildade e saiba escutar, não queira milagres ou que ele resolva seus problemas, como em um passe de mágica, entenda que qualquer solução tem o princípio dentro de você mesmo, tenha fé, acredite em você, tenha amor a Deus e a você mesmo.

Para muitos os Pretos-Velhos são conselheiros mostrando a vida e seus caminhos; para outros, são pisicólogos, amigos, confidentes, mentores espirituais; para outros, são os exorcistas que lutam com suas mirongas, banhos de ervas, pontos de fogo, pontos riscados e outros, apoiados pelos exus desfazendo trabalhos. Também combatem as forças negativas (o mal), espíritos obssessores e kiumbas.

A Mensagem dos Pretos-Velhos

A figura do Preto-Velho é um símbolo magnífico. Ela representa o espírito de humildade, de serenidade e de paciência que devemos ter sempre em mente para que possamos evoluir espiritualmente.

Certa vez, em um centro do interior de Minas, uma senhora consultando-se com um Preto-Velho comentou que ficava muito triste ao ver no terreiro pessoas unicamente interessadas em resolver seus problemas particulares de cunho material, usando os trabalhos de Umbanda sem pensar no próximo e, só retornavam ao terreiro, quando estavam com outros problemas. O Preto-Velho deu uma baforada com seu cachimbo e respondeu tranquilamente: "Sabe filha, essas pessoas preocupadas consigo próprias, são escravas do egoísmo. Procuramos ajudá-las, resolvendo seus problemas; mas, aquelas que podem ser aproveitadas, depois de algum tempo, sem que percebam, estarão vestidas de roupa branca, descalças, fazendo parte do terreiro. Muitas pessoas vem aqui buscar lã e saem tosqueadas; acabam nos ajudando nos trabalhos de caridade".

Essa é a sabedoria dos Pretos-Velhos...

Os Pretos-Velhos levam a força de Deus (Zambi) a todos que queiram aprender e encontrar uma fé. Sem ver a quem, sem julgar, ou colocando pecados. Mostrando que o amor a Deus, o respeito ao próximo e a si mesmo, o amor próprio, a força de vontade e encarar o ciclo da reencarnação podem aliviar os sofrimentos do karma e elevar o espírito para a luz divina. Fazendo com que as pessoas entendam e encarem seus problemas e procurem suas soluções da melhor maneira possível dentro da lei do dharma e da causa e efeito.

Eles aliviam o fardo espiritual de cada pessoa fazendo com que ela se fortaleça espiritualmente. Se a pessoa se fortalece e cresce consegue carregar mais comodamente o peso de seus sofrimentos. Ao passo que se ela se entrega ao sofrimento e ao desespero enfraquece e sucumbe por terra pelo peso que carrega. Então cada um pode fazer com que seu sofrimento diminua ou aumente de acordo como encare seu destino e os acontecimentos de sua vida:

"Cada um colherá aquilo que plantou. Se tu plantaste vento colherás tempestade. Mas, se tu entenderes que com luta o sofrimento pode tornar-se alegria vereis que deveis tomar consciência do que foste teu passado aprendendo com teus erros e visando o crescimento e a felicidade do futuro. Não sejais egoísta, aquilo que te fores ensinado passai aos outros e aquilo que recebeste de graça, de graça tu darás. Porque só no amor, na caridade e na fé é que tu podeis encontrar o teu caminho interior, a luz e DEUS" (Pai Cipriano).

Características:  

Linha e Irradiação

Todos os Pretos-Velhos vem na linha de Obaluaiê, mas cada um vem na irradiação de um Orixá diferente.

Fios de Contas (Guias)

Muitos dos Pretos-Velhos Gostam de Guias com Contas de Rosário de Nossa Senhora, alguns misturam favas e colocam Cruzes ou Figas feitas de Guiné ou Arruda.

Roupas

Preta e branca; carijó (xadrez preto e branco). As Pretas-Velhas às vezes usam lenços na cabeça e/ou batas; e os Pretos-Velhos às vezes usam chapéu de palha.

Bebida

Café preto, vinho tinto, vinho moscatel, cachaça com mel (às vezes misturam ervas, sal, alho e outros elementos na bebida).

Dia da semana: Segunda-feira

Chakra atuante: básico ou sacro

Planeta regente: Saturno

Cor representativa: preto e branco;

Saudação: Cacurucaia (Deve sempre ser respondida com “Adorei as Almas”)

Fumo: cachimbos ou cigarros de palha.

Obs: Os Pretos-Velhos às vezes usam bengalas ou cajados.

Cozinha Ritualística

Tutu de feijão preto

Mingau das almas

É um mingau feito de maizena e leite de vaca (às vezes com leite de coco), sem açúcar ou sal, colocado em tigela de louça branca. É comum colocar-se uma cruz feita de fitas pretas sobre esse mingau, antes de entregá-lo na natureza.

Bolinhos de tapioca

 Os bolinhos de tapioca são feitos colocando-se a tapioca de molho em água quente (ou leite de coco, se preferir), de modo a inchar. Quando inchado, enrole os bolinhos em forma de croquete e passe-os em farinha de mesa crua. Asse na grelha.

Colocar os bolinhos em prato de louça branca podendo acrescentar arruda, rapadura, fumo de rolo, etc.

Obs: Nas sessões festivas de Pretos-Velhos, é usual servir a tradicional feijoada completa, feita de feijão preto, miúdos e carne salgada de boi, acompanhada de couve à mineira e farofa.

 

Formas Incorporativas E Especialidade Dos Pretos-Velhos:

Sua forma de incorporação é compacta, sem dançar ou pular muito.  A vibração começa com um "peso" nas costas e uma inclinação de tronco para frente, e os pés fixados no chão.  Se locomovem apenas quando incorporam para as saudações necessárias (atabaque, gongá, etc...) e depois sentam e praticam sua caridade (Podemos encontrar alguns que se mantém em pé).

É possível ver Pretos-Velhos dançando, mais esse dançando é sutíl, e apenas com movimentos dos ombros quando sentados.

Essa simplicidade se expande, tanto na sua maneira de ser e de falar.  Usam vocabulário simples, sem palavras rebuscadas. 

A linha é um todo, com suas características gerais, ditas acima, mas diferenças ocorrem porque os Pretos-Velhos são trabalhadores de orixás e trazem para sua forma de trabalho a essência da irradiação do Orixá para quem eles trabalham.

Essas diferenças são evidenciadas na incorporação e também na maneira de trabalhar e especialidade deles. Para exemplificar, separaremos abaixo por Orixás:

 Pretos-Velhos De Ogum

São mais rápidos na sua forma incorporativa e sem muita paciência com o médium e as vezes com outras pessoas que estão cambonando e até consulentes.

São diretos na sua maneira de falar, não enfeitam muito suas mensagens, as vezes parece que estão brigando, para dar mesmo o efeito de "choque", mais são no fundo extremamente bondosos tanto para com seu médium e para as outras pessoas.

São especialistas em consultas encorajadoras, ou seja, encorajando e dando segurança para aqueles indecisos e "medrosos".  É fácil pensar nessa característica pois Ogum é um Orixá considerado corajoso.

 

Pretos-Velhos De Oxum

São mais lentos na forma de incorporar e até falar.  Passam para o médium uma serenidade inconfundível.

Não são tão diretos para falar, enfeitam o máximo a conversa para que uma verdade dolorosa possa ser escutada de forma mais amena, pois a finalidade não é "chocar" e sim, fazer com que a pessoa reflita sobre o assunto que está sendo falado.

São especialistas em reflexão, nunca se sai de uma consulta de um Preto-Velho de Oxum sem um minuto que seja de pensamento interior.  As vezes é comum sair até mais confuso do que quando entrou, mas é necessário para a evolução daquela pessoa. 

Pretos-Velhos De Xangô

Sua incorporação é rápida como as de Ogum.

Assim como os caboclos de Xangô, trabalham para causas de prosperidade sólida, bens como casa própria, processo na justiça e realizações profissionais.

Passam seriedade em cada palavra dita.  Cobram bastante de seus médiuns e consulentes.

 

Pretos-Velhos De Iansã

São rápidos na sua forma de incorporar e falar.  Assim como os de Ogum, não possuem também muita paciência para com as pessoas.

Essa rapidez é facilmente entendida, pela força da natureza que os rege, e é essa mesma força lhes permite uma grande variedade de assuntos com os quais ele trata, devido a diversidade que existe dentro desse único Orixá.

Geralmente suas consultas são de impacto, trazendo mudança rápida de pensamento para a pessoa.  São especialistas também em ensinar diretrizes para alcançar objetivos, seja pessoal, profissional ou até espiritual.

Entretanto, é bom lembrar que sua maior função é o descarrego.  É limpar o ambiente, o consulente e demais médiuns do terreiro, de eguns ou espíritos de parentes e amigos que já se foram, e que ainda não se conformaram com a partida permanecendo muito próximos dessas pessoas.

 

Pretos-Velhos De Oxossi

São os mais brincalhões, suas incorporações são alegres e um pouco rápidas.

Esses Pretos-Velhos geralmente falam com várias pessoas ao mesmo tempo.

Possuem uma especialidade:  A de  receitar remédios naturais, para o corpo e a alma, assim como emplastros, banhos e compressas, defumadores, chás, etc...  São verdadeiros químicos em seus tocos. - Afinal não podiam ser diferentes, pois são alunos do maior "químico" - Oxossi.

 

Pretos-Velhos De Nanã

São raros, sua maneira de incorporação é de forma mais envelhecida ainda.  Lenta e muito pesada.  Enfatizando ainda mais a idade avançada.

Falam rígido, com seriedade profunda.  Não brincam nas suas consultas e prezam sempre o respeito, tanto do médium quanto do consulente, e pessoas a volta como: cambonos e pessoas do terreiro em geral e principalmente do pai ou da mãe de santo.

Cobram muito do seu médium, não admitem roupas curtas ou transparentes. Seu julgamento é severo.  Não admite injustiça.

Costumam se afastar dos médiuns que consideram de "moral fraca".  Mais prezam demais a gratidão, de uma forma geral.  Podem optar por ficar numa casa, se seu médium quiser sair, se julgar que a casa é boa, digna e honrada.

É difícil a relação com esses guias, principalmente quanto há discordância, ou seja, não são muito abertos a negociação no momento da consulta.

São especialistas em conselhos que formem moral, e entendimento do nosso karma, pois isso sem dúvida é a sua função.

Atuam também como os de Inhasã e Obaluaiê, conduzindo Eguns.

 

Pretos-Velhos De Obaluaiê

São simples em sua forma de incorporar e falar.  Exigem muito de seus médiuns, tanto na postura quanto na moral.

Defendem quem é certo ou quem está certo, independente de quem seja, mesmo que para isso ganhem a antipatia dos outros.

Agarram-se a seus "filhos" com total dedicação e carinho, não deixando no entanto de cobrar e corrigir também.  Pois entendem que a correção é uma forma de amar.

Devido a elevação e a antiguidade do Orixá para o qual eles trabalham, acabam transformando suas consultas em conselhos totalmente diferenciados dos demais Pretos-Velhos.  Ou seja,  se adaptam a qualquer assunto e falam deles exatamente com a precisão do momento.

Como trabalha para Obaluaiê, e este é o "dono das almas", esses Pretos-Velhos são geralmente chefes de linha e assim explica-se a facilidade para trabalhar para vários assuntos.

Sua "visão" é de longo alcance para diversos assuntos, tornando-os capazes de traçar projetos distantes e longos para seus consulentes.  Tanto pessoal como profissional e até espiritual.

Assim exigem também fiel cumprimento de suas normas, para que seus projetos não saiam errado, para tanto, os filhos que os seguem, devem fazer passo a passo tudo que lhes for pedido, apenas confiando nesses Pretos-Velhos.

Gostam de contar histórias para enriquecer de conhecimento o médium e as pessoas a volta.

 

Pretos-Velhos De Yemanjá

São belos em suas incorporações, contudo mantendo uma enorme simplicidade.  Sua fala é doce e meiga.

Sua especialidade maior é sem dúvida os conselhos sobre laços espirituais e familiares.

Gostam também de trabalhar para fertilidade de um modo geral, e especialmente para as mulheres que desejam engravidar.

Utilizando o movimento das ondas do mar, são excelentes para descarregos e passes.

 

Pretos-Velhos De Oxalá

São bastante lentos na forma de incorporar, tornam-se belos principalmente pela simplicidade contida em seus gestos.

Raramente dão consulta, sua maior especialidade é dirigir e instruir os demais Pretos-Velhos.

Cobram bastante de seus médiuns, principalmente no que diz respeito a prática de caridade, bom corpontamento moral dentro e fora do terreiro, ausência de vícios, humildade; enfim o cultivo das virtudes mais elevadas.

 

Você Entendeu?

Ficou alguma dúvida?

Se ficou, esclareça, o objetivo é fazer você entender.

A Linha do Oriente

na Umbanda

 Edmundo Pellizari 

A Linha do Oriente é parte da herança da Umbanda brasileira. Ela é composta por inúmeras entidades, classificadas em sete falanges e maioritariamente de origem oriental. Apesar disso, muitos espíritos desta Linha podem apresentar-se como caboclos ou pretos velhos.

O Caboclo Timbirí (caboclo japonês) e Pai Jacó (Jacob do Oriente, um preto velho bastante versado na Cabala Hebraica), são os casos mais conhecidos.   Hoje em dia, ganha força o culto do Caboclo Pena de Pavão, entidade que trabalha com as forças espirituais divinas de origem indiana.

Mas nem todos os espíritos são orientais no sentido comum da palavra.  Esta Linha procurou abrigar as mais diversas entidades, que a princípio não se encaixavam na matriz formadora do brasileiro (índio, português e africano).

A Linha do Oriente foi muito popular de 1950 a 1960, quando as tradições budistas e hindus se firmaram entre o povo brasileiro.  Os imigrantes chineses e japoneses, sobretudo, passaram a freqüentar a Umbanda e trouxeram seus ancestrais e costumes mágicos.

Antes destas datas, também era comum nesta Linha a presença dos queridos espíritos ciganos, que possuem origem oriental. Mas tamanha foi a simpatia do povo umbandista por estas entidades, que os espíritos criaram uma "Linha" independente de trabalho, com sua própria hierarquia, magia e ensinamentos. Hoje a influência do Povo Cigano cresce cada vez mais dentro da Umbanda.  

Existem muitas maneiras de classificar esta Linha e este pequeno artigo, não pretende colocar uma ordem na maneira dos umbandistas estudarem esta vertente de trabalho espiritual.   Deixo a palavra final para os mais velhos e sábios, desta belíssima e diversificada religião. Coloco aqui algumas instruções que colhi com adeptos e médiuns afinados com a Linha do Oriente.

Namaste e Salve o Oriente!

 

CARACTERÍSTICAS DA LINHA DO ORIENTE:

 

• Lugares preferidos para oferendas:  As entidades gostam de colinas descampadas, praias desertas, jardins reservados (mas também recebem oferendas nas matas e santuários ou congás domésticos).

 

• Cores das velas: Rosa, amarela, azul clara, alaranjada ou branca.

 

• Bebidas: Suco de morango, suco de abacaxi, água com mel, cerveja e vinho doce branco ou tinto.

 

• Tabaco: Fumo para cachimbo ou charuto.Também utilizam cigarro de cravo.

 

• Ervas e Flores: Alfazema, todas as flores que sejam brancas, palmas amarelas, monsenhor branco, monsenhor amarelo.

 

• Essências: Alfazema, olíbano, benjoim, mirra, sândalo e tâmara.

 

• Pedras: Citrino, quartzo rutilado, topázio imperial (citrino tornado amarelo por aquecimento) e topázio.

 

• Dia da semana recomendado para o culto e oferendas semanais: Quinta-feira.

• Lua recomendada (para oferenda mensal): Segundo dia do quarto minguante ou primeiro dia da Lua Cheia.

 • Guias ou colares: Colar com cento e oito contas (108), sendo 54 brancas e 54 amarelas. Enfiar seqüencialmente uma branca e uma amarela. Fechar com firma branca.   As entidades indianas também utilizam o rosário de sândalo ou tulasi de 108 contas (japa mala). Algumas criam suas próprias guias, segundo o mistério que trabalham.

 

CLASSIFICAÇÃO DA LINHA DO ORIENTE

Suas Falanges, Espíritos e Chefes:

 

01 - Falange dos Indianos:

Espíritos de antigos sacerdotes, mestres, yogues e etc. Um de seus mais conhecidos integrantes é Ramatis.  Está sob a chefia de Pai Zartu.

 

02 - Falange dos Árabes e Turcos:

Espíritos de mouros, guerreiros nômades do deserto (tuaregs), sábios marroquinos, etc...  A maioria é muçulmana. Uma Legião está composta de rabinos, cabalistas e mestres judeus que ensinam dentro da Umbanda a misteriosa Cabala. Está sob a chefia de Pai Jimbaruê.

 

03 - Falange dos Chineses, Mongóis

e outros Povos do Oriente:

Espíritos de chineses, tibetanos, japoneses, mongóis, etc. Curiosamente, uma Legião está integrada por espíritos de origem esquimó, que trabalham muito bem no desmanche de demandas e feitiços de magia negra. Sob a chefia de Pai Ory do Oriente.

 

04 - Falange dos Egípcios:

Espíritos de antigos sacerdotes, sacerdotisas e magos de origem egípcia antiga. Sob a chefia de Pai Inhoaraí.

 

O5 - Falange dos Maias, Toltecas,

Astecas e Incas:

Espíritos de xamãs, chefes e guerreiros destes povos. Sob a chefia de Pai Itaraiaci.

 

06 - Falange dos Europeus:

Não são propriamente do Oriente, mas integram esta Linha que é bastante sincrética. Espíritos de sábios, magos, mestres e velhos guerreiros de origem européia: romanos, gauleses, ingleses, escandinavos, etc. Sob a chefia do Imperador Marcus I.

 

07 - Falange dos Médicos e Sábios:

Os espíritos desta Falange são especializados na arte da cura, que é integrada por médicos e terapeutas de diversas origens.  Sob a chefia de Pai José de Arimatéia.

 

ALGUNS PONTOS CANTADOS

E SUA MAGIA 

Aqui reproduzo alguns Pontos Cantados, mas destaco a sua eficácia mântrica e não somente invocatória.  Ou seja, nesta Linha os Pontos podem ser usados como mantras com finalidades específicas, independente de servirem para chamar as entidades para o trabalho de caridade no Centro ou Terreiro. Neste caso, os Pontos devem ser acompanhados das respectivas oferendas (veja abaixo).

 

PONTO DO POVO HINDU

• para afastar energias negativas diversas.

Oferenda: velas amarelas – 3, 5 ou 7, flores amarelas ou brancas e incenso de flores (rosa, verbena, etc...), colocados dentro de uma estrela de seis pontas, hexagrama, traçada no chão com pemba amarela.

 

Ory já vem,

Já vem do oriente

A benção, meu pai,

Proteção para a nossa gente.

A benção, meu pai,

Proteção para a nossa gente.

 

PONTO DO POVO TURCO

• para afastar os inimigos pessoais ou da religião umbandista.

Oferenda: velas brancas – 3, 5 ou 7 e charutos fortes, dentro de uma estrela de cinco pontas, pentagrama, traçado no chão com pemba branca.   Jamais ofereça bebida alcoólica a este Povo.

Tá fumando tanarim,

Tá tocando maracá.

Meus camaradas, ajudai-me a cantar,

Ai minha gente, flor de orirí

Ai minha gente, flor de orirí.

Em cima da pedra

Meu pai vai passear, orirí.

 

PONTO DO POVO ESQUIMÓ

- para afastar os inimigos ocultos e destruir forças maléficas.

Oferenda: velas rosas – 3, 5 ou 7, pedacinhos de peixe defumado em um alguidar, tudo dentro de um círculo traçado no chão com pemba rosa.

 

Salve o Polo Norte

Onde tudo tudo é gelado,

Salve Povo Esquimó

Que vem de Aruanda dar o recado.

Salve a Groenlândia,

Salve Povo Esquimó

Que conhece a lei de Umbanda.

 

PONTO DO POVO GAULÊS

• para as lutas e necessidades diárias.

Oferenda: velas brancas – 3, 5 ou 7, cerveja branca ou vinho tinto, tudo dentro de uma cruz traçada no chão com pemba verde.

 

Gauleses, Oh gauleses,

Somos guerreiros gauleses.

Gauleses, Oh gauleses

São Miguel está chamando.

Gauleses, Oh gauleses,

Somos guerreiros de Umbanda,

Gauleses, Oh gauleses,

Vamos vencer demanda.

 

PONTO DO POVO ASTECA

• para buscar a sabedoria espiritual.

Oferenda : nove velas alaranjadas, milho, fumo picado, tudo dentro de um círculo traçado no chão com pemba branca.

 

Asteca vem, Asteca vai

Nosso povo é valente,

Tomba, tomba e não cai...

(cantar nove vezes)

 

PONTO DO POVO CHINÊS

• para proteção diante de situações muito graves.

Oferendas: sete velas vermelhas (é a cor preferida deste Povo), arroz cozido sem sal, vinho branco, tudo dentro de um círculo traçado no chão com pemba vermelha.

 

Os caminhos estão fechados

Foi meu povo quem fechou,

Saravá Buda e Confúcio

Saravá meu Pai Xangô.

Saravá Povo Chinês,

Que trabalha direitinho,

Saravá lei de Quimbanda,

Saravá, eu fecho caminho.

 

Curioso Ponto Cantado do Caboclo Timbirí – onde ele afirma sua origem japonesa.

ANTIGO PONTO DE TIMBIRÍ

 

Marinheiro, marinheiro,

olha as costas do mar...

É o japonês, é o japonês !

Olha as costas do mar.

Que vem do Oriente

Os Caboclos

Okê, Caboclo!

"Ele é o Rei e não pede licença

Ele é o Rei, Ele é o dono do Congá

Ele é Caboclo, Ele vem lá de Aruanda,

Ele é Sete Flechas

Ele vem pra trabalhar."

A denominação "caboclo", embora comumente designe o mestiço de branco com índio, tem, na Umbanda, significado um pouco diferente. Caboclos são as almas de todos os índios antes e depois do descobrimento da miscigenação.

Constituem o braço forte da Umbanda, muito utilizados nas sessões de desenvolvimento mediúnico, curas através de ervas e simpatias, desobsessões, solução de problemas psíquicos e materiais, demandas materiais e espirituais e uma série de outros serviços e atividades executados nas tendas.

Os caboclos, espíritos de índios, tidos como o braço forte da Umbanda, não trabalham somente nos terreiros como alguns pensam. Eles prestam serviços também ao Kardecismo, nas chamadas sessões de "mesa branca"., pois estes nossos irmãos depois de desencarnarem, ainda conservam um corpo espiritual bastante denso carregado de fortíssima vitalidade.

No panorama espiritual rente à Terra predominam espíritos ociosos, atrasados, desordeiros, semelhantes aos nossos marginais encarnados. Estes ainda respeitam a força. Os índios, que são fortíssimos, mas de almas simples, generosas e serviçais, são utilizados pelos espíritos de luz para resguardarem a sua tarefa da agressão e da bagunça. São também utilizados pelos guias, nos casos de desobsessão pois, pegam o obsessor contumaz, impertinente e teimoso, "amarrando-o" em sua tremenda força magnética e levando-o para outra região.

Os caboclos são espíritos de muita luz que assumem a forma de "índios", prestando uma homenagem à esse povo que foi massacrado pelos colonizadores. São exímios caçadores e tem profundo conhecimento das ervas e seus princípios ativos, e muitas vezes, suas receitas produzem curas inesperadas.

O caboclo boiadeiro está ligado com a imagem do peão boiadeiro - habilidoso, valente e de muita força física. Vem sempre gritando e agitando os braços como se possuisse na mão, um laço para laçar um novilho. Sua dança simboliza o peão sobre o cavalo a andar nas pastagens.

Enquanto os "caboclos índios" são quase sempre sisudos e de poucas palavras, é possível encontrar alguns boiadeiros sorridentes e conversadores.

O Caboclo Sucuri, é um índio traçado com boiadeiro. É um caboclo de descarrego e, dependendo de seu trabalho, ele assume uma forma ou outra. Traz atravessada no peito, sua enorme guia simbolizando a cobra sucuri, que é sua corda de caçador. Em geral, trabalha rodando sua guia por sobre a cabeça do consulente e depois a esfregando pelo seu corpo, para promover a limpeza do campo áurico. Invariavelmente a guia arrebenta... Conta ele, que seu pai é o caboclo Cobra Coral, que lhe ensinou a caçar e laçar.

São os nossos amados Caboclos os legítimos representantes da Umbanda, eles se dividem em diversas tribos, de diversos lugares formando aldeias, eles vem de todos os lugares para nos trazer paz e saúde, pois através de seus passes, de suas ervas santas conseguem curar diversos males materiais e espirituais. A morada dos caboclos é a mata, onde recebem suas oferendas, sua cor é o verde transparente para as Caboclas e verde leitoso para os Caboclos, gostam de todas as frutas, de milho, do vinho tinto (para eles representa o sangue de Cristo), gostam de tomar sumo de ervas e apreciam o coco com vinho e mel.

Existem falanges de caçadores, de guerreiros, de feiticeiros, de justiceiros; são eles trabalhadores de Umbanda e chefes de terreiros. As vezes os caboclos são confundidos com o Orixá Oxossi, mas eles são simplesmente trabalhadores da umbanda que pertencem a linha de Oxossi, embora sua irradiação possa ser de outro Orixá.

A sessão de caboclos é muito alegre, lembra as festas da tribo. Eles cantam em volta do axé da casa como se estivessem em volta da fogueira sagrada, como faziam em suas aldeias. Tudo para os caboclos é motivo de festa como casamento, batizado, dia de caçar, reconhecimento de mais um guerreiro, a volta de uma caçada.

Assim como os Preto-velhos, possuem grande elevação espiritual, e trabalham "incorporados" a seus médiuns na Umbanda, dando passes e consultas, em busca de sua elevação espiritual.

Estão sempre em busca de uma missão, de vencer mais uma demanda, de ajudar mais um irmão de fé. São de pouco falar, mais de muito agir, pensam muito antes de tomar uma decisão, por esse motivo eles são conselheiros e responsáveis.

Os Caboclos, de acordo, com planos pré-estabelecidos na Espiritualidade Maior, chegam até nós com alta e sublime missão de desempenhar tarefa da mais alta importância, por serem espíritos muito adiantados, esclarecidos e caridosos. Espíritos que foram médicos na Terra, cientistas, sábios, professores, enfim, pertenceram a diversas classes sociais, os Caboclos vêm auxiliar na caridade do dia a dia aos nossos irmãos enfermos, quer espiritualmente, quer materialmente. Por essas razões, na maior parte dos casos, os Caboclos são escolhidos por Oxalá para serem os Guias-Chefes dos médiuns, ou melhor, representar o Orixá de cabeça do médium Umbandista (em alguns casos os Pretos-Velhos assumem esse papel).

Na Umbanda não existe demanda de um Caboclo para Caboclo, a demanda poderá existir de um Caboclo, entidade de luz, para com um "kiumba" ou até mesmo contra um Exu, de pouca luz espiritual.

A denominação "caboclo", embora comumente designe o mestiço de branco com índio, tem, na Umbanda, significado um pouco diferente. Caboclos são as almas de todos os índios antes e depois do descobrimento e da miscigenação.

Constituem o braço forte da Umbanda, muito utilizados nas sessões de desenvolvimento mediúnico, curas (através de ervas e simpatias), desobsessões, solução de problemas psíquicos e materiais, demandas materiais e espirituais e uma série de outros serviços e atividades executados nas tendas.

Os caboclos não trabalham somente nos terreiros como alguns pensam. Eles prestam serviços também ao Kardecismo, nas chamadas sessões de "mesa branca". No panorama espiritual rente à Terra predominam espíritos ociosos, atrasados, desordeiros, semelhantes aos nossos marginais encarnados. Estes ainda respeitam a força. Os índios, que são fortíssimos, mas de almas simples, generosas e serviçais, são utilizados pelos espíritos de luz para resguardarem a sua tarefa da agressão e da bagunça. São também utilizados pelos guias, nos casos de desobsessão pois, pegam o obsessor contumaz, impertinente e teimoso, "amarrando-o" em sua tremenda força magnética e levando-o para outra região.

Os caboclos são espíritos de muita luz que assumem a forma de "índios", prestando uma homenagem à esse povo que foi massacrado pelos colonizadores. São exímios caçadores e tem profundo conhecimento das ervas e seus princípios ativos, e muitas vezes, suas receitas produzem curas inesperadas.

Como foram primitivos conhecem bem tudo que vem da terra, assim caboclos são os melhores guias para ensinar a importância das ervas e dos alimentos vindos da terra, além de sua utilização.

Usam em seus trabalhos ervas que são passadas para banhos de limpeza e chás para a parte física, ajudam na vida material com trabalhos de magia positiva, que limpam a nossa aura e proporcionam uma energia e força que irá nos auxiliar para que consigamos o objetivo que desejamos, não existem trabalhos de magia que concedam empregos e favores, isso não é verdade. O trabalho que eles desenvolvem é o de encorajar o nosso espírito e prepará-lo para que nós consigamos o nosso objetivo.

A magia praticada pelos espíritos de caboclos e pretos velhos é sempre positiva, não existe na Umbanda trabalho de magia negativa, ao contrário, a Umbanda trabalha para desfazer a magia negativa

Os caboclos de Umbanda são entidades simples e através da sua simplicidade passam credibilidade e confiança a todos que os procuram, nos seus trabalhos de magia costumam usar pemba, velas, essências, flores, ervas, frutas e charutos.

Quase sempre os caboclos vêm na irradiação do Orixá masculino da coroa do médium e as caboclas vêm na irradiação do Orixá feminino da coroa do médium; mas, eles(as) podem vir também na Irradiação do seu próprio Orixá de quando encarnados e até mesmo na irradiação do povo do Oriente.

Onde Vivem Os Caboclos ?

Muitos já ouviram falar que os Caboclos quando se despedem do terreiro, onde atuam incorporados em seus médiuns, dizem que vão para a cidade de Juremá. Outros falam subir para o Humaitá, e assim por diante.

Sabemos, no entanto, que os Caboclos não voltam para as florestas como ordinariamente voltam os que lá habitam.

No espaço, onde se situam as esferas vibratórias, vivem os Caboclos agrupados, segundo a faixa vibracional de atuação, junto a psico-esfera da Terra. São verdadeiras cidades onde se cumpre o mandato que Oxalá assim determinou, colaborando com a humanidade.

É para as cidades espirituais que os Caboclos responsáveis pelos diversos terreiros levam os médiuns, dirigentes e demais trabalhadores, para aprenderem um pouco mais sobre a Umbanda.

Estas moradas possuem grandes núcleos de trabalhos diversos, onde o Caboclo faz sua evolução, contrariando o que muitos encarnados pensam (que Caboclo tudo pode, tudo sabe e tudo faz).

Os Orixás, que são emanações do pensamento do Deus-Pai, que está além da personalidade humana que lhe queiram dar as culturas terrenas, fazem descer a mais pura energia-matéria ser trabalhada pelos Caboclos no espaço-tempo das esferas que compreendem a Terra, morada provisória de alguns espíritos em evolução.

Lá, na morada de luz dos Caboclos, existem outros espíritos aprendendo o manejo das energias, das forças que estabelecerão um padrão vibratório de equilíbrio para os consulentes que vêm às tendas de caridade em busca de um conforto espiritual.

Estas "aldeias" se locomovem entre as esferas, ora estão em zonas próximas às trevas, socorrendo espíritos dementados, ora estão sobre algumas cidades do plano visível, etéreas, ou sobre o que resta de florestas preservadas pelo Homem. De lá extraem, com a ajuda dos Elementais, os remédios para a cura dos males do corpo.

Quando Incorporados, fumam charutos ou cigarrilhas e, em algumas casas, costumam usar durante as giras, penachos, arcos e flechas, lanças, etc...  Falam de forma rústica lembrando sua forma primitiva de ser, dessa forma mostram através de suas danças muita beleza, própria dessa linha.

Seus "brados", que fazem parte de uma linguagem comum entre eles, representam quase uma "senha" entre eles.  Cumprimentos e despedidas são feitas usando esses sons.

Costumamos dizer que as diferenças entre eles estão nos lugares que eles dizem pertencer.  Dando como origem ou habitat natural, assim podemos ter:

Caboclos Da Mata - Esses viveram mais próximos da civilização ou tiveram contato com elas.

Caboclos Da Mata Virgem - Esses viveram mais interiorizados nas matas, sem nenhum contato com outros povos.

Assim vários caboclos se acoplam dentro dessa divisão.

Torna-se de grande importância conhecermos esses detalhes para compreendermos porque alguns falam mais explicados que outros.  Mais ainda existe as particularidades de cada um, que permitem diferenciarmos um dos outros.

A primeira é a "especialidade" de cada um, são elas:   curandeiros, rezadeiros, guerreiros, os que cultivavam a terra (agricultores), parteiras, entre outros.

A segunda é diferença criada pela irradiação que os rege. É o Orixá para quem eles trabalham.

Quando falamos na personalidade de um caboclo ou de qualquer outro guia, estamos nos referindo a sua forma de trabalho.

A "personalidade" de um caboclo se dá pela junção de sua "origem", "especialidade" e irradiação que o rege.

E é nessa "personalidade" que centramos nossos estudos.  Assim como os Pretos-velhos, eles podem dar passe, consulta ou participarem de descarrego, contudo sua prática da caridade se dá principalmente com a manipulação (preparo de remédios feitos com ervas, emplastos, compressas e banhos em geral).

Esses guias por conhecerem bem a terra, acreditam muito no valor terapêutico das ervas e de tudo que vem da terra, por isso as usam mais que qualquer outro guia.

Desenvolveram com isso um conhecimento químico muito grande para fazer remédios naturais.

Formas Incorporativas E Especialidade Dos Caboclos:

Caboclos De Oxum

Geralmente são suaves e costumam rodar, a incorporação acontece principalmente através do chacra cardíaco. Trabalham mais para ajuda de doenças psíquicas, como: depressão, desânimo entre outras. Dão bastante passe tanto de dispersão quanto de energização. Aconselham muito, tendem a dar consultas que façam pensar; Seus passes quase sempre são de alívio emocional.

Caboclos De Ogum

Sua incorporação é mais rápida e mais compactada ao chão, não rodam. Consultas diretas, geralmente gostam de trabalhos de ajuda profissional. Seus passes são na maioria das vezes para doar força física, para dar ânimo.

Caboclos De Yemanjá

Incorporam de forma suave, porém mais rápidos do que os de Oxum, rodam muito, chegando a deixar o médium tonto. Trabalham geralmente para desmanchar trabalhos, com passes, limpeza espiritual, conduzindo essa energia para o mar.

Caboclos De Xangô

São guias de incorporações rápidas e contidas, geralmente arriando o médium no chão. Trabalham para: emprego; causas na justiça; imóvel e realização profissional. Dão também muito passe de dispersão. São diretos para falar.

Caboclos De Nanã

Assim como os Pretos-velhos são mais raros, mas geralmente trabalham aconselhando, mostrando o karma e como ter resignação. Dão passes onde levam eguns que estão próximos. Sua incorporação igualmente é contida, pouco dançam.

Caboclos De Iansã

São rápidos e deslocam muito o médium. São diretos para falar e rápidos também, muitas das vezes pegam a pessoa de surpresa. Geralmente trabalham para empregos e assuntos de prosperidade, pois Iansã tem grande ligação com Xangô. No entanto sua maior função é o passe de dispersão (descarrego). Podem ainda trabalhar para várias finalidades, dependendo da necessidade.

Caboclos De Oxalá

Quase não trabalham dando consultas, geralmente dão passe de energização. São "compactados" para incorporar e se mantém localizado em um ponto do terreiro sem deslocar-se muito. Sua principal função é dirigir e instruir os demais Caboclos.

Caboclos De Oxossi

São os que mais se locomovem, são rápidos e dançam muito. Trabalham com banhos e defumadores, não possuem trabalhos definidos, podem trabalhar para diversas finalidades. Esses caboclos geralmente são chefes de linha.

Caboclos De Obaluaiê

São espíritos dos antigos "pajés" das tribos indígenas. Raramente trabalham incorporados, e quando o fazem, escolhem médiuns que tenham Obaluaiê como primeiro Orixá. Sua incorporação parece um Preto-velho, em algumas casas locomovem-se apoiados em cajados. Movimentam-se pouco. Fazem trabalhos de magia, para vários fins.

Atribuições dos Caboclos

São entidades, que trabalham na caridade como verdadeiros conselheiros, nos ensinando a amar ao próximo e a natureza, são entidades que tem como missão principal o ensinamento da espiritualidade e o encorajamento da fé, pois é através da fé que tudo se consegue.

Assobios E Brados

 Quem nunca viu caboclos assobiarem ou darem aqueles brados maravilhosos, que parecem despertar alguma coisa em nós?

Muitos pensam que são apenas uma repetição dos chamados que davam nas matas, para se comunicarem com os companheiros de tribo, quando ainda vivos. Mas não é só isso.

Os assobios traduzem sons básicos das forcas da natureza. Estes sons precipitam assim como o estalar dos dedos, um impulso no corpo Astral do médium para direcioná-lo corretamente, afim de liberá-lo de certas cargas que se agregam, tais como larvas astrais, etc.

Os assobios, assim como os brados, assemelham-se à mantras; cada entidade emite um som de acordo com seu trabalho, para ajustar condições especificas que facilitem a incorporação, ou para liberarem certos bloqueios nos consulentes ou nos médiuns.

O Estalar De Dedos

Por que as entidades estalam os dedos, quando incorporadas ?

Esta é uma das coisas que vemos e geralmente não nos perguntamos, talvez por parecer algo de importância mínima.

Nossa mãos possuem uma quantidade enorme de terminais nervosos, que se comunicam com cada um dos chacras de nosso corpo.

O estalo dos dedos se dá sobre o Monte de Vênus (parte gordinha da mão) e dentre as funções conhecidas pelas entidades, está a retomada de rotação e freqüência do corpo astral; e a, descarga de energias negativas.

Você Entendeu?

Ficou alguma dúvida?

Se ficou, esclareça, o objetivo é fazer você entender.

Os Boiadeiros

São espíritos de pessoas, que em vida trabalharam com o gado, em fazendas por todo o Brasil, estas entidades trabalham da mesma forma que os Caboclos nas sessões de Umbanda.

Usam de canções antigas, que expressam o trabalho com o gado e a vida simples das fazendas, nos ensinando a força que o trabalho tem e passando, como ensinamento, que o principal elemento da sua magia é a força de vontade, fazendo assim que consigamos uma vida melhor e farta.

Nos seus trabalhos usam de velas, pontos riscados e rezas fortes para todos os fins.

O Caboclo Boiadeiro traz o seu sangue quente do sertão, e o cheiro de carne queimada pelo sol das grandes caminhadas sempre tocando seu berrante para guiar o seu gado. Normalmente, eles fazem duas festas por ano, uma no inicio e outra no meio do ano. Eles são logo reconhecidos pela forma diferente de dançar, tem uma coreografia intricada de passos rápidos e ágeis, que mais parece um dançarino mímico, lidando bravamente com os bois.

Seu dia é quinta feira, gosta de bebida forte como por exemplo cachaça com mel de abelha, que eles chamam de meladinha, mas também bebem vinho. Fumam cigarro, cigarro de palha e charutos. Seu prato preferido é carne de boi com feijão tropeiro, feito com feijão de corda ou feijão cavalo. Boiadeiro também gosta muito de abóbora com farofa de torresmo. Em oferendas é sempre bom colocar um pedaço de fumo de rolo e cigarro de palha.

No Terreiro os Boiadeiros vêm "descendo em seus aparelhos" como estivessem laçando seu gado, dançando, bradando, enfim, criando seu ambiente de trabalho e vibração.

Com seus chicotes e laços vão quebrando as energias negativas e descarregando os médiuns, o terreiro e as pessoas da assistência.Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo as portas para a entrada dos outros guias e tornando-se grandes protetores, assim como os Exus.

Quando o médium é mulher, freqüentemente, a entidade pede para que seja colocado um pano de cor, bem apertado, cobrindo o formato os seios. Estes panos acabam, por vezes, como um identificador da entidade, e até da sua linha mais forte de atuação, pela sua cor ou composição de cores.

Alguns usam chapéus de boiadeiro, laços, jalecos de couro, calças de bombachas, e tem alguns, que até tocam berrantes em seus trabalhos.

Nomes de alguns boiadeiros: Boiadeiro da Jurema, Boiadeiro do Lajedo, Boiadeiro do Rio, Carreiro, Boiadeiro do Ingá, Boiadeiro Navizala, Boiadeiro de Imbaúba, João Boiadeiro, Boiadeiro Chapéu de Couro, Boiadeiro Juremá, Zé Mineiro, Boiadeiro do Chapadão, etc ...

Sua saudação: “Getruá Boiadeiro”, “Xetro Marrumbaxêtro”

Os Boiadeiros são entidades que representam a natureza desbravadora, romântica, simples e persistente do homem do sertão, "o caboclo sertanejo". São os Vaqueiros, Boiadeiros, Laçadores, Peões, Tocadores de Viola. O mestiço Brasileiro, filho de branco com índio, índio com negro e assim vai.

Os Boiadeiros representam a própria essência da miscigenação do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé.

Ao amanhecer o dia, o Boiadeiro arrumava seu cavalo e levava seu gado para o pasto, somente voltava com o cair da tarde, trazendo o gado de volta para o curral. Nas caminhadas tocava seu berrante e sua viola cantando sempre uma modinha para sua amada, que ficava na janela do sobrado, pois os grandes donos das fazendas não permitiam a mistura de empregados com a patroa.

É tal e qual se poderia presenciar do homem rude do campo. Durante o dia debaixo do calor intenso do sol ele segue, tocando a boiada, marcando seu gados e território. À noite ao voltar para casa, o churrasco com os amigos e a família, um bom papo, ponteado por um gole de aguardente e um bom palheiro, e nas festas muita alegria, nas danças e comemorações.

Sofreram preconceitos, como os "sem raça", sem definição de sua origem. Ganhando a terra do sertão com seu trabalho e luta, mas respeitando a natureza e aprendendo, um pouco com o índio: suas ervas, plantas e curas; e um pouco do negro: seus Orixás, mirongas e feitiços; e um pouco do branco: sua religião (posteriormente misturada com a do índio e a do negro) e sua língua, entre outras coisas.

Dá mesma maneira que os Pretos-Velhos representam a humildade, os Boiadeiros representam a força de vontade, a liberdade e a determinação que existe no homem do campo e a sua necessidade de conviver com a natureza e os animais, sempre de maneira simples, mas com uma força e fé muito grande.

O caboclo boiadeiro está ligado com a imagem do peão boiadeiro - habilidoso, valente e de muita força física. Vem sempre gritando e agitando os braços como se possuísse na mão, um laço para laçar um novilho. Sua dança simboliza o peão sobre o cavalo a andar nas pastagens.

Enquanto os "caboclos índios" são quase sempre sisudos e de poucas palavras, é possível encontrar alguns boiadeiros sorridentes e conversadores.

Os Boiadeiros vêm dentro da linha de Oxossi. Mas também são regidos por Iansã, tendo recebido da mesma a autoridade de conduzir os eguns da mesma forma que conduziam sua boiada quando encarnados. Levam cada boi (espírito) para seu destino, e trazem os bois que se desgarram (obsessores, quiumbas, etc.) de volta ao caminho do resto da boiada (o caminho do bem).

Sobre Nossos Caboclos Boiadeiros

Os Caboclos são entidades fortes, viris. Alguns têm algumas dificuldades de se expressar em nossa língua, sendo normalmente auxiliados pelos cambonos. São sérios, mas gostam de festas e fartura. Gostam de música, cantam toadas que falam em seus bois e suas andanças por essas terras de meu Deus. Os Boiadeiros também são conhecidos como "Encantados",pois segundo algumas lendas, eles não teriam morrido para se espiritualizarem, mas sim se encantados e transformados em entidades especiais.

Os Boiadeiros também apresentam bastante diversidade de manifestações. Boiadeiro menino, Boiadeiro da Campina, Boiadeiro Bugre e muitos outros tipos de Boiadeiros, sendo que alguns até trabalham muito próximos aos Exus.

Suas cantigas normalmente são muito alegres, tocadas num ritmo gostoso e vibrante. São grandes trabalhadores, e defendem a todos das influências negativas com muita garra e força espiritual. Possuem enorme poder espiritual e grande autoridade sobre os espíritos menos evoluídos, sendo tais espíritos subjugados por eles com muita facilidade.

Sabem que a prática da caridade os levará a evolução, trabalham incorporados na Umbanda, Quimbanda e Candomblé. Fazem parte da linha de caboclos, mais na verdade são bem diferentes em suas funções. Formam uma linha mais recente de espíritos, pois já viveram mais com a modernidade do que os caboclos, que foram povos primitivos.  Esses espíritos já conviveram em sua ultima encarnação com a invenção da roda, do ferro, das armas de fogo e com  a prática da magia na terra.

Saber que boiadeiros conheceram e utilizaram essas invenções nos ajuda muito para diferenciarmos dos caboclos. São rudes nas suas incorporações, com gestos velozes e pouco harmoniosos. Sua maior finalidade não é a consulta como os Pretos-velhos, nem os passes e muito menos as receitas de remédios como os caboclos, e sim o "dispersar de energia" aderida a corpos, paredes e objetos. É de extrema importância essa função pois enquanto os outros guias podem se preocupar com o teor das consultas e dos passes, existe essa linha "sempre" atenta a qualquer alteração de energia local (entrada de espíritos).

Quando bradam alto e rápido, com tom de ordem, estão na verdade ordenando a espíritos que entraram no local a se retirar, assim "limpam" o ambiente para que a prática da caridade continue sem alterações. Esses espíritos atendem aos boiadeiros pela demonstração de coragem que os mesmos lhes passam e são levados por eles para locais próprios de doutrina.

Em grande parte, o trabalho dos Boiadeiros ''e no descarrego e no preparo dos médiuns. Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo a portas para a entrada dos outros guias e tornando-se grandes protetores, como os Exus.

Outra grande função de um boiadeiro é manter a disciplina das pessoas dentro de um terreiro, sejam elas médiuns da casa ou consulentes. Costumam proteger demais seus médiuns nas situações perigosas.  São verdadeiros conselheiros e castigam quem prejudica um médium que ele goste.  "Gostar" para um boiadeiro, é ver no seu médium coragem, lealdade e honestidade, aí sim é considerado por ele "filho".  Pois ser filho de boiadeiro não é só tê-lo na coroa.

Trabalham também para Orixás, mais mesmo assim, não mudam sua finalidade de trabalho e são muito parecidos na sua forma de incorporar e falar, ou seja, um boiadeiro que trabalhe para Ogum é praticamente igual a um que trabalhe para Xangô, apenas cumprem ordens de Orixás diferentes, não absorvendo no entanto as características deles.

Dentro dessa linha a diversidade encontra-se na idade dos boiadeiros.  Existem boiadeiros mais velhos, outros mais novos, e costumam dizer que pertencem a locais diferentes, como regiões, por exemplo:  Nordeste, Sul, Centro-Oeste, etc...  

Os Boiadeiros representam a própria essência da miscigenação do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé.

Você Aprendeu:

Quem são os Boiadeiros. Como a falange dos Boiadeiros se formou na Umbanda. Alguns Nomes de Boiadeiros. As atribuições dos Boiadeiros. Como os Boiadeiros se apresentam na incorporação. As comidas oferecidas aos Boiadeiros. Sobre a autoridade que os Boiadeiros têm sobre os Eguns. Por que os Boiadeiros se assemelham muito na incorporação.

Os Ciganos

Esta linha de trabalhos espirituais já é muito antiga dentro da Umbanda.

Assim, numerosas correntes ciganas estão a serviço do mundo imaterial e carregam como seus sustentadores e dirigentes aqueles espíritos mais evoluídos e antigos dentro da ordem de aprendizado, preservando os costumes como forma de trabalho e respeito, facilitando a possibilidade de ampliar suas correntes com seus companheiros desencarnados e que buscam no universo astral seu paradeiro. O povo cigano designado ao encarne na Terra, através dos tempos e de todo o trabalho desenvolvido até então, conseguiu conquistar um lugar de razoável importância dentro deste contexto espiritual, tendo muitos deles alçado a graça de seguirem para outros espaços de maior evolução espiritual.

Existe uma argumentação de que espíritos ciganos não deveriam falar por não ciganos, ou por médiuns não ciganos; e, que se assim o fizessem, deveriam fazê-lo no idioma próprio de seu povo. Isso é totalmente descabido e está em desarranjo total com os ensinamentos da espiritualidade e sua doutrina evangélica, limitações que se pretende implantar com essa afirmação na evolução do espírito humano, pretendendo carregar para o universo espiritual nossas diminutas limitações e desinformação, fato que levaria grande prepotência discriminatória.

Agem no plano da saúde, do amor e do conhecimento, suportam princípios magísticos e tem um tratamento todo especial e diferenciado de outras correntes e falanges.

Ao contrário do que se pensa os espíritos ciganos reinam em suas correntes preferencialmente dentro do plano da luz e positivo, não trabalhando a serviço do mal e trazendo uma contribuição inesgotável aos Homens, claro que dentro do critério de merecimento. Tanto quanto qualquer outro espírito teremos aqueles que não agem dentro desse contexto e se encontram espalhados pela escuridão e a seus serviços, por não serem diferentes de nenhum outro espírito humano.

Aqueles que trabalham na vibração de Exu, são os Exus Ciganos e as Pombo-Gira Ciganas, que são verdadeiros Guardiões à serviço da luz nas trevas, cada um com seu próprio nome de identificação dentro do nome de força coletivo, trabalhando na atuação do plano negativo à serviço da justiça divina, com suas falanges e trabalhadores.

Embora encontremos no plano positivo falanges chefiadas por ciganos em planos de atuação diversos, o tratamento religioso não se difere muito e se mantêm dentro de algumas características gerais.

Trabalham dentro da parte espiritual da Umbanda com uma vibração oriental com seus trajes típicos e graciosos, com sua cultura de adivinhações através das cartas, leituras das mãos, numerologia, bola de cristal e as runas.

Dentro os mais conhecidos, podemos citar os ciganos Pablo, Wlademir, Ramirez, Juan, Pedrovick, Artemio, Hiago, Igor, Vitor e tantos outros, da mesma forma as ciganas, como Esmeralda, Carmem, Salomé, Carmencita, Rosita, Madalena, Yasmin, Maria Dolores, Zaira, Sunakana, Sulamita, Wlavira, Iiarin, Sarita e muitas outras também.

É importante que se esclareça, que a vinculação vibratória e de axé dos espíritos ciganos, tem relação estreita com as cores estilizadas no culto e também com os incensos, prática muito utilizada entre ciganos. Os ciganos usam muitas cores em seus trabalhos, mas cada cigano tem sua cor de vibração no plano espiritual e uma outra cor de identificação é utilizada para velas em seu louvor.

Os incensos são sempre utilizados em seus trabalhos e de acordo com o que se pretende fazer ou alcançar.

Alguns dos incensos e suas funções astrais:

|Madeira | Para abrir os caminhos |

|Almíscar | Para favorecer os romances |

|Jasmim | Para o amor |

|Lótus | Paz, tranqüilidade |

|Benjoim | Para proteção e limpeza |

|Sândalo | Para estabelecer relação com o astral |

|Mirra | Incenso sagrado usado para limpar após os rituais e durante eles e também |

| |usado quando vai se desfazer alguma demanda ou feitiço. |

|Laranja | Para acalmar alguém ou ambiente. |

Quando se tratar de espírito cigano, com certeza ele indicará o incenso de sua preferência ou de sua necessidade naquele momento, regra geral o incenso mantêm sempre correspondência com a área de atuação dele ou dela ou do trabalho que estará sendo levado a efeito. Quando se tratar de oferendas e já não estiver estipulado o incenso certo para acompanhar e houver sua necessidade solicitada, bem como nas consagrações o incenso que deve acompanhar deverá sempre ser o de maior correspondência com o próprio cigano ou cigana. No caso de uma oferenda normal e tão somente necessária para manutenção, agrado ou tratamento sugere-se o incenso espiritual ou de rosa, que mantém efeito de evocação de leveza, de elevação ou mesmo de louvação espiritual.

Para o cigano de trabalho, se possível, deve-se manter um altar separado do altar geral, o que não quer dizer que não se possa cultuá-lo no altar normal. Devendo esse altar manter sua imagem, o incenso apropriado, uma taça com água e outra com vinho, mantendo a pedra da cor de preferência do cigano, fazendo oferendas periódicas para ciganos, mantendo-o iluminado sempre com vela branca ou da cor referenciada. Da mesma forma quando se tratar de ciganas, apenas alterando a bebida para licor doce (ou outra bebida de sua preferência).

Os espíritos ciganos gostam muito de festas e todas elas devem acontecer com bastante frutas, todas que não levem espinhos de qualquer espécie, podendo se encher jarras de vinho tinto com um pouco de mel. Podendo ainda fatiar pães do tipo broa, muitas flores silvestres, rosas, velas de todas as cores e se possível incenso de lótus.

As saias das ciganas são sempre muito coloridas e o baralho, o espelho, o punhal, os dados, os cristais, a dança e a música, moedas, medalhas, são sempre instrumentos magísticos de trabalho dos ciganos em geral. Os ciganos trabalham com seus encantamentos e magias e os fazem por força de seus próprios mistérios, olhando por dentro das pessoas e dos seus olhos.

É muito comum usar-se em trabalhos ciganos moedas antigas, fitas de todas as cores, folha de sândalo, punhal, raiz de violeta, cristal, lenços coloridos, folha de tabaco, tacho de cobre, de prata, cestas de vime, pedras coloridas, areia de rio, vinho, perfumes e escolher datas certas em dias especiais sob a regência das diversas fases da Lua..."

Os ciganos são verdadeiros andarilhos, livres e alegres. Sua origem é indiana, mas surgem dos mais variados lugares com uma descendência infinita, ao ponto em que seria impossível de citar todas. Os mais conhecidos vieram da Espanha, Portugal, Hungria, Marrocos, Argélia, Rússia, Romênia e Iugoslávia. Carregam consigo seus costumes, características e tradições.

Origem

Outras informações sobre as origens dos ciganos foram obtidas através de estudos lingüísticos feitos a partir do século passado pelo alemão Pott, o grego Paspati, o austríaco Micklosicyh e o italiano Ascoli. A comparação entre os vários dialetos que constituem a língua cigana, chamada romaní ou romanês, e algumas línguas indianas, como o sânscrito, o prácrito, o maharate e o punjabi, permitiu que se estabelecesse com certeza a origem indiana dos ciganos.

A maior parte dos indianistas, porém, fixa a pátria dos ciganos no noroeste da Índia, mas os indianistas modernos, têm tendência a não considerá-lo um grupo homogêneo, mas um povo viajante muito antigo, composto de elementos diversos, alguns dos quais poderiam vir do sudeste da Índia.

Diáspora Cigana

A razão pela qual abandonaram as terras nativas da Índia permanece ainda envolvida em mistério. Parece que eram originariamente sedentários e que devido ao surgimento de situações adversas, tiveram que viver como nômades. Mas a origem indiana dos ciganos é hoje admitida por todos os estudiosos, não havendo dúvidas quanto ao que diz respeito à língua e à cultura.

A maioria, igualmente, os ligam à casta dos párias. Isso em parte por causa de seu aspecto miserável, que não se deve a séculos de perseguição, pois foi descrito bem antes da era das perseguições. Também por causa dos empregos subalternos e das profissões geralmente desprezadas na Índia contemporânea pelos indianos que lhes parecem estreitamente aparentados.

A presença de bandos de ex-militares e de mendigos entre os ciganos contribuiu para piorar sua imagem. Além disso, as possibilidades de assentamento eram escassas, pois a única possibilidade de sobrevivência consistia em viver às margens das sociedades.

Os preconceitos já existentes eram reforçados pelo convencimento difundido na Europa que a pele escura fosse sinal de inferioridade e de malvadeza.

Os ciganos eram facilmente identificados com os Turcos porque indiretamente e em parte eram provenientes das terras dos infiéis, assim eram considerados inimigos da igreja, a qual, condenava as práticas ligadas ao sobrenatural, como a cartomancia e a leitura das mãos que os ciganos costumavam exercer. A falta de uma ligação histórica precisa a uma pátria definida ou a uma origem segura não permitia o reconhecimento como grupo étnico bem individualizado, ainda que por longo tempo haviam sido qualificados como Egypicios. A oposição aos ciganos se delineou também nas corporações, que tendiam a excluir concorrentes no artesanato, sobretudo no âmbito do trabalho com metais. O clima de suspeitas e preconceitos se percebe na criação de lendas e provérbios tendendo a por os ciganos sob mau conceito, a ponto de recorrer-se à Bíblia para considerá-los descendentes de Caim, e portanto, malditos (Gênesis 9:25). Difundiu-se também a lenda de que eles teriam fabricado os pregos que serviram para crucificar Cristo (ou, segundo outra versão, que eles teriam roubado o quarto prego, tornando assim mais dolorosa a crucificação do Senhor).

Dos preconceitos á discriminação, até chegar as perseguições. Na Sérvia e na Romênia foram mantidos em estado de escravidão por um certo tempo; a caça ao cigano aconteceu com muita crueldade e com bárbaros tratamentos. Deportações, torturas e matanças foram praticadas em vários Estados, especialmente com a consolidação dos Estados nacionais.

Sob o nazismo os ciganos tiveram um tratamento igual ao dos judeus: muitos deles foram enviados aos campos de concentração, onde foram submetidos a experiências de esterilização, usados como cobaias humanas. Calcula-se que meio milhão de ciganos tenham sido eliminados durante o regime nazista. Um exemplo entre muitos: o trem que chegou a Buchenwald em 10 de outubro de 1944 trazia 800 crianças ciganas. Foram todas assassinadas nas câmaras de gás do crematório cinco.

Não se sabe bem por qual razão, os nazistas permitiram que conservassem seus instrumentos musicais. A música serviu-lhes de último consolo. Um sobrevivente não cigano relembra uma passagem do ano de 1939 em Buchenwald: "De repente, o som de um violino cigano surgiu de uma das barracas, ao longe, como que vindo de uma época e de uma atmosfera mais feliz... Árias da estepe húngara, melodias de Viena e de Budapeste, canções de minha terra".

Atualmente, os ciganos estão presentes em todos os países europeus, nas regiões asiáticas por eles atravessadas, nos países do oriente médio e do norte da África. Na Índia existem grupos que conservam os traços exteriores das populações ciganas: trata-se dos Lambadi ou Banjara, populações semi-nômades que os "ciganólogos" definem como "Ciganos que permaneceram na pátria". Nas Américas e na Austrália eles chegaram acompanhando deportados e colonos.

Os primeiros ciganos vieram para o Brasil no século XVI, trazidos pela corte real de D. João VI para divertir a comitiva; sendo eles: cantores, músicos e dançarinos.

Kalon é o nome de uma tribo cigana que veio de Portugal e da Espanha com sua música flamenca. Outras tribos ou grupos foram os Rom vindos da Iugoslávia, Romênia e Hungria. A tribo Cósmica e Kiev vieram da Rússia. Existem mais de 50 tribos no mundo.

Recentes estimativas sobre a consistência da população cigana indicam uma cifra ao redor de 12 milhões de indivíduos.

Deve-se salientar que estes dados são aproximados, pois na ausência de censos, esses se baseiam em fontes de informação nem sempre corretas e confirmadas. Na Itália inicialmente o grupo dos Sintos representava uma grande maioria, sobretudo no Norte; mas nos últimos trinta anos esse grupo foi progressivamente alcançado e às vezes suplantado pelo grupo dos Rom provenientes da vizinha antiga Iugoslávia e, em quantidades menores, de outros países do leste europeu. Na Itália meridional já estava presente há muito tempo o grupo dos Rom Abruzzesi, vindos talvez por mar desde os Balcãs.

Um dos nomes mais freqüentemente dados aos ciganos era o de Egypcios. Por que esse nome? Por que os títulos de duque ou conde do Pequeno Egito adotados com freqüência pelos chefes ciganos? Uma crônica de Constâncio menciona os "Ziginer", que visitam, em 1438, a cidade de uma ilha "não distante do Pequeno Egito". Um dos principais centros na Costa do Peloponeso encontrava-se ao pé do monte Gype, conhecido pelo nome de Pequeno Egito.

Pode-se perguntar por que o local era chamado de Pequeno Egito. Não seria justamente por causa da presença dos Egypicios? O certo é que não pode se tratar do Egito africano. O itinerário das primeiras migrações ciganas não passa pela África do Norte. O geógrafo Bellon, ao visitar o vale do Nilo no século XVI, encontra, diz ele, pessoas designadas de Egypicios na Europa, pessoas que no próprio Egito eram consideradas estrangeiras e recém-chegadas.

Nenhum argumento histórico ou lingüístico permite confirmar a hipótese de algum êxodo dos ciganos do Egito, ao longo da costa africana para ganhar, pelo sul, a Península Ibérica. Ao contrário, os ciganos chegaram à Espanha pelo norte, depois de terem atravessado toda a Europa.

O cigano designa a si próprio como Rom, pelo menos na Europa (Lom, na Armênia; Dom, na Pérsia; Dom ou Dum, Síria) ou então como Manuche. Todos esses vocábulos são de origem indiana (manuche, ou manus, deriva diretamente do sânscrito) e significam "homem", principalmente homem livre. "Rom" e "Manuche" se aplicam a dois dos principais grupos ciganos da Europa Ocidental. Uma designação logrou êxito, a de uma antiga seita herética vinda da Ásia Menor à Grécia, os Tsinganos, dos quais subsistia - quando da chegada dos ciganos à terra bizantina - a fama de mágicos e adivinhos.

Os gregos diziam Gyphtoï ou Aigyptiaki; os albaneses, Evgité. Depois que partiram das terra gregas, ficou-lhes esse nome, sob diversas formas. O nome Égyptien era de uso corrente na França do séc. XV ao XVII. Em espanhol, Egiptanos, Egitanos, posteriormente Gitanos (de onde surgiu Gitans em francês); às vezes em português Egypicios; em inglês Egypcians ou Egypcions, Egypsies, posteriormente Gypsies; em neerlandês, Egyptenaren, Gipten ou Jippenessen.

Língua

A língua cigana (o romani) é uma língua da família indo-européia que, pelo vocabulário e pela gramática, está ligada ao sânscrito, eles não permitem sua divulgação e tradução para que os Gadjoes (não-ciganos) não conheçam seus segredos. Fazendo parte do grupo de línguas neo-indianas, é estreitamente aparentada a línguas vivas tais como o hindi, o goujrathi, o marathe, o cachemiri.

No entanto, eles assimilariam muitos vocábulos das línguas dos países por onde passaram.

Outros dialetos como o Caló também são usados por alguns grupos.

Vamos Falar Romani?

|Acans | olhos | |Marrão | pão |

|Aruvinhar | chorar | |Mirinhorôn | viúva |

|Bales | cabelos | |Naçualão | doente |

|Baque | sorte, fortuna, felicidade | |Nazar | flor |

|Bato | pai | |Paguicerdar | pagar |

|Brichindin | chuva | |Panin | água |

|Cabén | comida | |Paxivalin | donzela |

|Cabipe | mentira | |Querdapanin | português |

|Cadéns | dinheiro | |Quiraz | queijo |

|Calin | cigana | |Raty | sangue |

|Calon | cigano | |Remedicinar | casar |

|Churdar | roubar | |Ron | homem |

|Dai (ou Bata) | mãe | |Runin | mulher |

|Dirachin | noite | |Sunacai | ouro |

|Duvêl | Deus | |Suvinhar | dormir |

|Estardar | prender | |Tiráques | sapatos |

|Gadjó | não cigano | |Trup | corpo |

|Gajão | brasileiro, senhor | |Urai | imperador ou rei |

|Gajin | brasileira, senhora | |Urdar | vestir |

|Jalar | ir embora | |Vázes | dedos ou mão |

|Kachardin | triste | |Xacas | ervas |

|Kambulin | amor | |Xinbire | aguardente |

|Lon | sal | |Xôres | barbas |

Religião

Os ciganos, ao deixarem a Índia, não carregaram suas divindades. Eles possuíam na sua língua apenas uma palavra para designar Deus (Del, Devel). Eles se adaptaram facilmente às religiões dos países onde permaneceram. No mundo bizantino, tornaram-se cristãos. Já no início do século XIV, em Creta, praticavam o rito grego. Nos países conquistados pelos turcos, muitos ciganos permaneceram cristãos enquanto que outros renderam-se ao Islã. Desde suas primeiras migrações em direção ao Oeste eles diziam ser cristãos e se conduziam como peregrinos.

A peregrinação mais citada em nossos dias, quando nos referimos aos ciganos, é a de Saintes-Maries-de-la-Mer, na região da Camargue (sul da França). Antigamente era chamada de Notres-Dames-de-la-Mer. Mas não foi provado que, sob o Antigo Regime, os ciganos tenham tomado parte na grande peregrinação cristã de 24 e 25 de maio, tão popular desde a descoberta no tempo do rei René, das relíquias de Santa Maria Jacobé e de Santa Maria Salomé, que surgiram milagrosamente em uma praia vizinha.

Nem que já venerassem a serva das santas Marias, Santa Sara a Egípcia, que eles anexarão mais tarde como sua compatriota e padroeira.

A origem do culto de Santa Sara permanece um mistério e foi provavelmente na primeira metade do século XIX que os Boêmios criaram o hábito da grande peregrinação anual à Camargue.

Muitas ciganas que não conseguiam ter filhos faziam promessas a ela, no sentido de que, se concebessem, iriam à cripta da Santa, em Saintes-Maries-de-La-Mer no Sul da França, fariam uma noite de vigília e depositariam em seus pés como oferenda um Diklô, o mais bonito que encontrassem. E lá existem centenas de lenços, como prova que muitas ciganas receberam esta graça.

Sua história e milagres a fez Padroeira Universal do Povo Cigano, sendo festejada todos os anos nos dias 24 e 25 de maio. Segundo o livro oráculo (único escrito por uma verdadeira cigana) "Lilá Romai: Cartas Ciganas", escrito por Mirian Stanescon - Rorarni, princesa do clã Kalderash, deve ter nascido deste gesto de Sara Kali a tradição de toda mulher cigana casada usar um lenço que é a peça mais importante do seu vestuário: a prova disto é que quando se quer oferecer o mais belo presente a uma cigana se diz: "Dalto chucar diklô" (Te darei um bonito lenço). Além de trazer saúde e prosperidade, Sara Kali é cultuada também pelas ciganas por ajudá-las diante da dificuldade de engravidar.

Santa Sara Kali

Sara é um referencial de fé e de amor. É uma mensageira de Jesus Cristo. É um farol de luz para aqueles que estão perdidos. É o perfume que segue os ciganos na liberdade das estradas. É a Padroeira dos ciganos nos quatro cantos do mundo.

O Santuário de Santa Sara Kali está localizado na Igreja de Notre Dame de La Mer, cidade provençal de Saint-Marie-de-La-Mer, no sul da França. Todos os anos, ciganos do mundo inteiro peregrinam às margens do mar Mediterrâneo para louvar Santa Sara, nos dias 24 e 25 de maio.

Existem várias versões com as lendas de Santa Sara Kali. Entre os anos 44 e 45, por causa das perseguições cristãs, pela ira do Rei Herodes Agippa, alguns discípulos de Jesus Cristo foram colocados em embarcações, entregues à própria sorte. Em uma dessas embarcações estavam Maria Madalena, Maria Jacobé, Maria Salomé, José de Arimatéia e Trofino que, junto com Sara uma cigana escrava, foram atirados ao mar. Milagrosamente a barca, sem rumo, atravessou o oceano e aportou em Petit-Rhône, hoje Saint-Marie-de-La-Mer, na França.

Segundo a lenda, as três Marias, em desespero em alto mar, sem esperanças de sobreviver, choravam e rezavam o tempo todo. Sara, ao ver o sofrimento das amigas, retirou o diklô (lenço) da cabeça e chamou por Kristesko (Jesus Cristo), fazendo um juramento ao Mestre, no qual Sara tinha fervorosa fé. A cigana prometeu que, se todos se salvassem, ela seria escrava do Senhor e jamais andaria com a cabeça descoberta, em sinal de respeito.

O diklô é um simbolismo forte entre os ciganos. Significa a aliança da mulher casada em sinal de respeito e fidelidade. Santa Sara protege as mulheres que querem ser mães e sente dificuldades em engravidar. Protege, também, os partos difíceis. Basta ter fé na sua energia.

Tradições

Casamento

No casamento tende-se a escolher o cônjuge dentro do próprio grupo ou subgrupo, com notáveis vantagens econômicas. A importância do dote é fundamental especialmente para os Rom; no grupo dos Sintos se tende a realizar o casamento através da fuga e conseqüente regularização.

Desde pequenas, as meninas ciganas costumam ser prometidas em casamento. Os acertos normalmente são feitos pelos pais dos noivos, que decidem unir suas famílias. O casamento é uma das tradições mais preservadas entre os ciganos, representa a continuidade da raça, por isso o casamento com os não ciganos não é permitido em hipótese alguma. Quando isso acontece a pessoa é excluída do grupo (embora um cigano possa casar-se com uma gadjí, isto é, uma mulher não cigana, a qual deverá porém submeter-se às regras e às tradições ciganas).

É pelo casamento que os ciganos entram no mundo dos adultos. Os noivos não podem Ter nenhum tipo de intimidade antes do casamento. A grande maioria dos ciganos no Brasil, ainda exigem a virgindade da noiva. A noiva deve comprovar a virgindade através da mancha de sangue do lençol que é mostrada a todos no dia seguinte. Caso a noiva não seja virgem, ela pode ser devolvida para os pais e esses terão que pagar uma indenização para os pais do noivo. No caso da noiva ser virgem, na manhã seguinte do casamento ela se veste com uma roupa tradicional colorida e um lenço na cabeça, simbolizando que é uma mulher casada.

Durante a festa de casamento, os convidados homens, sentam ao redor de uma mesa no chão e com um pão grande sem miolo, recebem dos os presentes dos noivos em dinheiro ou em ouro. Estes são colocados dentro do pão ao mesmo tempo em que os noivos são abençoados. Em troca recebem lenços e flores artificiais para a mulheres. Geralmente a noiva é paga aos pais em moedas de ouro, a quantidade é definida pelo pai da noiva.

O primeiro dia

Algumas particularidades distinguem e dão a um casamento cigano o seu caráter específico. A festa de casamento é prevista para durar de dois a vários dias, reunindo ciganos de todas as partes do país, e mesmo do exterior, pois os convites são dirigidos aos membros da comunidade em geral.

As despesas das festas de noivado e de casamento, incluindo sua organização e o vestido de noiva, são de responsabilidade da família do noivo. Os preparativos do banquete de casamento ocorrem na residência dos pais dos noivos. Num esforço comunitário, com a participação dos parentes mais próximos do noivo - homens e mulheres envolvidos - são preparados os pratos típicos da festa.

No dia do casamento na igreja, antes de todos partirem para a cerimônia, ocorre uma seqüência de eventos, agora na casa da noiva. Esta já está pronta, vestida de branco, quando chega a família do noivo, dançando ao som de músicas ciganas.

Na sala de jantar, onde já está disposta a mesa com diversas comidas e bebidas, os homens se sentam. De um lado da mesa, a família do noivo. Do outro, a da noiva. A conversa acontece em romani, as mulheres permanecem à volta. É simulada uma negociação - a compra ritual da noiva. Moedas de ouro trocam de mãos. Em seguida, abrem uma garrafa de bebida, envolvida em um pano vermelho bordado, que os homens à mesa bebem – a proska .

Surge então a noiva, vestida de branco, pronta para a Igreja. Mais música e agora a noiva dança com o padrinho, ainda na sala de jantar/estar. Em seguida, todos saem para se dirigirem à igreja. O cortejo com as famílias seguindo, e apenas o noivo não estava presente, pois aguarda na igreja. Lá, a cerimônia é convencional, exceto pelos trajes dos convidados e padrinhos vestidos com as tradicionais roupas ciganas, e a profusão de jóias. Apenas algumas dezenas de convidados compareceram à cerimônia religiosa, considerada mais íntima.

O momento seguinte do casamento ocorre no acampamento onde um conjunto garante a animação musical da festa. Desde o início, danças em círculo e uma bandeira vermelha com o nome dos noivos. Os convidados vão chegando aos poucos, juntando-se às danças, enquanto duas grandes mesas, são arrumadas. No banquete, homens e mulheres ficarão separados, em lados opostos.

A festa vai chegando ao fim quando a noiva a deixa, juntamente com a família do noivo, à qual passa a pertencer. Entre a festa do primeiro dia e a que ocorrerá no dia seguinte, há a noite de núpcias do casal.

O segundo dia

A festa começa novamente no dia seguinte, agora na casa dos pais do noivo, onde o casal passa a residir. O banquete continua - agora para um número menor de convidados. No lugar do branco do dia anterior, o vermelho se sobressai na festa - nos cravos, usados pelos convidados, na decoração, na bandeira, nas roupas da noiva. Esta, recebe cada convidado, junto a uma bacia com água de onde tira cravos vermelhos, para oferecer-lhes. Em troca, recebe notas de dinheiro, geralmente de pequeno valor.

A continuação da festa de casamento, depois do primeiro dia, será toda voltada para a noiva, que é agora, uma mulher casada. Sempre acompanhada do marido, ela deixa o semblante triste que a acompanhou até este momento.

Nascimento

Antigamente era muito respeitado o período da gravidez e o tempo sucessivo ao nascimento do herdeiro; havia o conceito da impureza coligada ao nascimento, com várias proibições para a parturiente. Hoje a situação não é mais tão rígida; o aleitamento dura muito tempo, às vezes se prolongando por alguns anos.

Para as mulheres ciganas, o milagre mais importante da vida é o da fertilidade porque não concebem suas vidas sem filhos. Quanto mais filhos a mulher cigana tiver, mais dotada de sorte ela é considerada pelo seu povo. A pior praga para uma cigana é desejar que ela não tenha filhos e a maior ofensa é chamá-la de Dy Chucô (ventre seco). Talvez seja este o motivo das mulheres ciganas terem desenvolvido a arte de simpatias e garrafadas milagrosas para fertilidade.

Uma criança sempre é bem vinda entre os ciganos. É claro que sua preferência é para os filhos homens, para dar continuidade ao nome da família. A mulher cigana é considerada impura durante os quarenta dias de resguardo após o parto.

Logo que uma criança nasce, uma pessoa mais velha, ou da família, prepara um pão feito em casa, semelhante a uma hóstia e um vinho para oferecer às três fadas do destino, que visitarão a criança no terceiro dia, para designar sua sorte. Esse pão e vinho será repartido no dia seguinte com todos as pessoas presentes, principalmente com as crianças. Da mesma forma e com a finalidade de espantar os maus espíritos, a criança recebe um patuá assinalado com uma cruz bordada ou desenhada contendo incenso. O batismo pode ser feito por qualquer pessoa do grupo e consiste em dar o nome e benzer a criança com água, sal e um galho verde. O batismo na igreja não é obrigatório, embora a maioria opte pelo batismo católico.

O cigano preserva muito a sua sorte. Existem várias crenças para mantê-la, da vida uterina até a morte. Diariamente a gestante cigana faz um ritual simples para que a criança ao nascer tenha sorte: ao avistar os primeiros raios de sol, passa a mão em sua barriga; da mesma forma, logo que vê os primeiros raios de luar, ela repete o gesto, desejando sorte e felicidade para o bebê. Esta é a forma dela saudar as forças da natureza e pedir-lhe as bênçãos de suas luzes para a vida que já existe em seu ventre.

No sétimo dia após o nascimento da criança a mãe dá um banho no bebê, jogando moedas e jóias de ouro e pétalas de rosas em sua água, para que o filho ou filha conheça sempre a fartura, a prosperidade e a riqueza.

Vários ditados ciganos em Romanês fazem alusão à benção de gerar filhos:

"E juli que naila chavê thi sporil e vitza"

( A mulher que não tem filho passa pela vida e não vive);

"Mai falil ek chau ano dy, dikê ek gunô perdo galbentça"

( Mais vale um filho no ventre do que um baú cheio de moedas de ouro);

"Nai lovê anê lumia thie potinás ek chau"

( Não existe dinheiro no mundo que pague um filho).

Dentro da comunidade cigana, o casal em que um dos dois seja impossibilitado de ter filhos, embora amando-se, a comunidade faz com que se separem, porque o amor que se têm pela perpetuação da raça supera ou abafa qualquer outro sentimento.

   A família, para o povo cigano, é o seu maior patrimônio.

Família

A família é sagrada para os ciganos. Os filhos normalmente representam uma forte fonte de subsistência. As mulheres através da prática de esmolar e da leitura de mãos. Os homens, atingida uma certa idade, são freqüentemente iniciados em outras atividades como acompanhar o pai às feiras para ajudá-lo na venda de produtos artesanais. Além do núcleo familiar, a família extensa, que compreende os parentes com os quais sempre são mantidas relações de convivência no mesmo grupo, comunhão de interesses e de negócios, possuem freqüentes contatos, mesmo se as famílias vivem em lugares diferentes.

Aos filhos é dada uma grande liberdade, mesmo porque logo deverão contribuir com o sustento da família e com o cuidado dos menores.

Além da família extensa, há entre os Rom um conjunto de várias famílias (não necessariamente unidas entre si por laços de parentesco) mas todas pertencentes ao mesmo grupo e ao mesmo subgrupo. O nômade é por sua própria natureza individualista e mal suporta a presença de um chefe: se tal figura não existe entre Sintos e Rom, deve-se reconhecer o respeito existente com os mais velhos, aos quais sempre recorrem. Entre os Rom a máxima autoridade judiciária é constituída pelo krisnítori, isto é, por aquele que preside a kris. A kris é um verdadeiro tribunal cigano, constituído pelos membros mais velhos do grupo e se reúne em casos especiais, quando se deve resolver problemas delicados como controvérsias matrimoniais ou ações cometidas com danos para membros do mesmo grupo.

Na kris podem participar também as mulheres, que são admitidas para falar, e a decisão unilateral cabe aos membros anciães designados, presididos pelo krisnítori, que após haver escutado as partes litigantes, decidem, depois de uma consulta, a punição que o que estiver errado deverá sofrer.

Recentemente, a controvérsia se resolve, em geral, com o pagamento de uma soma proporcional ao tamanho da culpa, que pode chegar a vários milhares de dólares; no passado, se a culpa era particularmente grave, a punição podia consistir no afastamento do grupo ou, às vezes, em penas corporais.

Morte

No que se refere à morte, o luto pelo desaparecimento de um companheiro dura em geral muito tempo. Junto aos Sintos parece prevalecer o costume de queimar-se a kampína (o trailer) e os objetos pertencentes ao defunto.

Os ciganos acreditam na vida após a morte e seguem todos os rituais para aliviar a dor de seus antepassados que partiram. Costumam colocar no caixão da pessoa morta uma moeda para que ela possa pagar o canoeiro a travessia do grande rio que separa a vida da morte. Antigamente costumava-se enterrar as pessoas com bens de maior valor, mas devido ao grande número de violação de túmulos este costume teve que ser mudado. Os ciganos não encomendam missa para seus entes queridos, mas oferecem uma cerimônia com água, flores, frutas e suas comidas prediletas, onde esperam que a alma da pessoa falecida compartilhe a cerimônia e se liberte gradativamente das coisas da Terra.

Entre os ritos fúnebres praticados pelos Rom está a pomána, banquete fúnebre no qual se celebra o aniversário da morte de uma pessoa. A abundância do alimento e das bebidas exprimem o desejo de paz e felicidade para o defunto. As Pománas são feitas periodicamente até completar um ano de morte.

Os ciganos costumam fazer oferendas aos seus antepassados também nos túmulos.

Narguilê

Uma das tradições mais antigas dos ciganos na Turquia é o narguilé (hookah ou shisha, como é conhecido no Egito), que homens e mulheres têm imenso prazer em fumar. O narguilé iniciou toda uma nova cultura que durou por muitos e muitos anos. Até hoje o narguilé oferece divertimento a uma diferente casta de fumantes.

O utensílio original veio da Índia, primitivo e feito com a casca do coco. Sua popularidade se estendeu até o Irã e, de lá, para o resto do mundo Árabe.

O narguilé consiste de 4 peças: AGIZLIK (bocal), LÜLE (topo do narguilé), MARPUÇ, (o cano), e GÖVDE (corpo do cachimbo, que é preenchido com água). Todas as peças eram produzidas por artesãos. O jarro de vidro onde se coloca a água, geralmente era decorado com motivos florais, sendo alguns feitos em prata e outros em cristal; Os bocais de âmbar, não continham germes.

Nem todos os tabacos eram qualificados para o uso no narguilé e apenas o escuro, importado do Irã, encontrava preferência entre os usuários do narguilé. Este tabaco era lavado muitas vezes antes do uso e era extremamente forte. Só se usava carvão feito de carvalho sobre esse tabaco. Alguns fumantes profissionais usavam certas frutas como cerejas ou uvas no seu "goude", apenas para apreciar o movimento que elas criavam na água. Outras pessoas apreciavam adicionar suco, romãs, ou óleo de rosas para dar sabor a sua água.

Música e Dança

Quando os ciganos deixaram o Egito e a Índia, eles passaram pela Pérsia, Turquia, Armênia, chegando até a Grécia, onde permaneceram por vários séculos antes de se espalharem pelo resto da Europa. A influência trazida do oriente é muito forte na música e na dança cigana. A música e a dança cigana possuem influência hindu, húngaro, russo, árabe e espanhol. Mas a maior influência na música e na dança cigana dos últimos séculos é sem dúvida espanhola, refletida no ritmo dos ciganos espanhóis que criaram um novo estilo baseado no flamenco. Alguns grupos de ciganos no Brasil conservam a tradicional música e dança cigana húngara, um reflexo da música do leste europeu com toda influência do violino, que é o mais tradicional símbolo da música cigana. No Brasil, a música mais tocada e dançada pelos ciganos é a música Kaldarash, própria para dançar com acompanhamento de ritmo das mãos e dos pés e sons emitidos sem significação para efeito de acompanhamento. Essa música é repetida várias vezes enquanto as moças ciganas dançam.

Exibem sua dança, bailando ao som dos violinos e acordeões. Assim são as graciosas e faceiras ciganas, que encantam com seus mistérios, com suas saias rodadas, seus lenços coloridos, pandeiros enfeitados com fitas e suas castanholas.

Os ciganos dançam com seu porte elegante, transmitindo a todos serenidade e dignidade. Seu ritual é a dança do fogo, bailando ao redor da fogueira até o dia amanhecer, transmitindo a todos sua alegria e proteção de sua padroeira Santa Sara Kali, que faz da liberdade sua religião.

Comidas Ciganas

|Armiana |Salada de alface (em rodelas) com champignon; queijo de cabra, cenoura, beterraba (em pedaços) e |

| |beringela frita (em tiras). Enfeitada com uvas-passas, raminhos de hortelã e pétalas de flores. |

|Assados |Pernil de carneiro (Bakró); Pernil de leitão (Baló); Cabrito frito com arroz e brócolis (ou |

| |lentilha ou nozes); e/ou roletes de carne bovina ou frango com pedaços de cebola, pimentão (verde |

| |e amarelo) e tomate. |

|Brynza |Queijo de cabra (cru ou frito). |

|Chivuiza |Destilado à base de trigo (espécie de aguardente). |

|Civiaco |Torta salgada ou doce. |

|Manouche |Feijões vermelhos grandes, pedaços de carne e de ossos de pernil de porco, alhos-porós em pedaços,|

| |salsão com as folhas em pedaços, alhos comuns inteiros com casca, cenouras e batatas cortadas em |

| |pedaços grandes, sal e pimenta-do-reino (moída na hora) à gosto; arroz branco que deve ser |

| |incorporado na última etapa do cozimento. |

|Goulash |Cozido de arroz, batata, pedaços de carne bovina e páprica ardida. |

|Malay |Pão de milho. |

|Manrô/Lolako |Pão redondo de Farinha de Trigo. |

|Mamalyga |Polenta. |

|Naut |Grão de Bico com lingüiça. |

|Paprikach |Costela defumada (bovina ou suína) e bacon ao molho vermelho de tomate e pimentão com batatas |

| |pequenas, cozidas (na casca) e páprica doce. |

|Papuchá |Pirão de Milho. |

|Sifrite |Ponche de Frutas com Champanhe, Vinho e/ou refrigerante. Enfeitar com pétalas de rosa |

|Sarmá |Arroz com lentilha, carne seca desfiada e nozes. |

|Sarmy/Salmava |Charutos ou Rolinhos feitos em folhas de repolho recheados com lombo ou carne bovina moída, |

| |azeitonas, bacon e molho dourado; e/ou em folha de uva com recheio de bacalhau. |

|Varensky |Pastel cozido podendo ser doce (recheado com uva) ou salgado (recheado com batata ou queijo de |

| |cabra). |

|Tchaio/Kavi |Chá Cigano feito com Chá Preto ou Mate com pedaços de frutas (maçã: felicidade; uva fresca: |

| |prosperidade; uva passa ou ameixa: progresso; morango: amor; damasco: sensualidade; pêssego: |

| |equilíbrio pessoal; limão: energia positiva e purificação da alma). Fazer o chá em água fervente e|

| |deixar amornar. Colocar as frutas maceradas, misturar bem, coar e beber. |

Samovar

Feitos de diferentes metais como cobre, ferro ou prata, seguindo as mais diversas tendências artísticas, os Samovars se tornaram um símbolo da hospitalidade Russa e da prosperidade da família, com o tempo emergiu um complexo ritual de preparação e degustação de chá, sempre servido pela anfitriã ou por sua filha mais velha.

Magias Ciganas

Para Tirar O Máximo Proveito De Uma Viagem

Para garantir isso, sempre antes de sair fazem um brinde com vinho branco e mel. Quem fica deve beber metade da taça, simbolizando que o resto ficará para ser bebido na volta. E aquele que parte bebe metade e atira metade na terra, para pedir sorte.

Para O Sucesso De Uma Viagem De Negócios

Em tudo que fizer durante a viagem, relacionado ao objetivo dela, quando precisar assinar seu nome, antes de mais nada, trace uma cruz no local a ser assinado, com a ponta da caneta, sem toar a superfície do papel.

Para Viajar Em Paz

Se você vai mudar de residência ou viajar, verifique na parede onde fica a cabeceira de sua cama, se não está deixando ali nenhum prego torto ou parafuso mal colocado. Retire os pregos e fixe os parafusos, depois pode viajar em paz.

Para Afastar A Má Sorte

Qualquer cigano que tenha um mínimo de conhecimento das tradições recusará, quando em viagem, qualquer prato que lhe seja servido que contenha pés de galinha ou de qualquer outra ave. Para os ciganos, a maneira como essas aves se alimentam, ciscando para trás, dá azar.

Encontrar O Amor

Utilizada pelos casais para reforçar o amor e fortalecer a união. Após o casamento e no momento de sair em viagem de lua-de-mel, o homem presenteia sua esposa com um botão de cravo vermelho. Ela, em contrapartida, deve receber o botão com a mão esquerda e, com a direita, ofertar um botão de rosa vermelha ao homem.

Para Evitar Inimigos

Para evitar inimigos, enterrar, diante do local onde se pretende ficar, um punhal com a ponta voltada para baixo.

Para Um Breve Regresso

Assim que a pessoa partir, basta pegar a última xícara, último copo ou última caneca que ela usou e, sem lavá-la, virá-la de boca para baixo e deixar sobre um envelope de carta vazio e em branco.

Lendas

Sobre a Origem

Uma lenda cigana, passada por gerações e gerações, que diz que o povo cigano foi guiado por um rei no passado e que se instalaram em uma cidade da Índia chamada Sind onde eram muito felizes. Mas em um conflito, os muçulmanos os expulsaram, destruindo toda a cidade. Desde então foram obrigados a vagar de uma nação a outra...

Outra das lendas ciganas, diz que existia um povo que vivia nas profundezas da terra, com a obrigação de estar na escuridão, sem conhecer a liberdade e a beleza. Um dia alguém resolveu sair e ousou subir às alturas e descobriu o mundo da luz e suas belezas. Feliz, festejou, mas ao mesmo tempo ficou atormentado e preocupado em dar conta de sua lealdade para com seu povo, retornou à escuridão e contou o que aconteceu. Foi então reprovado e orientado que lá era o lugar do seu povo e dele também. Contudo, aquele fato gerou um inconformismo em todos eles e acreditando merecerem a luz e viver bem, foram aos pés de Deus e pediram a subida ao mundo dos livres, da beleza e da natureza. Deus então, preocupado em atendê-los, concedeu e concordou com o pedido, determinando então, que poderiam subir à luz e viver com toda liberdade, mas não possuiriam terra e nem poder e em troca concedia-lhes o Dom da adivinhação, para que pudessem ver o futuro das pessoas e aconselhá-las para o bem.

Segundo outra lenda, narrada pelo poeta persa Firdausi no século V d.C., um rei persa mandou vir da Índia dez mil Luros, nome atribuído aos ciganos, para entreter o seu povo com música. É provável que a corrente migratória tenha passado na Pérsia, mas em data mais recente, entre os séculos IX e X. Vários grupos penetraram no Ocidente, seja pelo Egito, seja pela via dos peregrinos, isto é, Creta e o Peloponeso. O caráter misterioso dos ciganos deixou uma profunda impressão na sociedade medieval. Mas a curiosidade se transformou em hostilidade, devido aos hábitos de vida muito diferentes daqueles que tinham as populações sedentárias.

Você Entendeu?

Ficou alguma dúvida?

Se ficou, esclareça, o objetivo é fazer você entender.

Pontos Cantados

Um dos fundamentos de vital importância para a harmonização e eficácia dos trabalhos dentro de um templo umbandista é, sem dúvida, o que diz respeito aos Pontos Cantados (curimbas).

Em tempos imemoriais, o homem materialista e ligado quase que exclusivamente aos aspectos físicos que o circundavam, tomado de profundo vazio consciencioso, resolveu traçar caminhos que o fizesse resgatar a verdadeira finalidade de sua existência. Alicerçado em princípios aceitáveis, passou a buscar o elo de ligação para com o Criador, a fim de se redimir do tempo perdido e desvirtuado para outras ações.

Uma das formas encontradas para a reaproximação com o Divino foi a música, onde se exprimiam o respeito, a obediência e o amor ao Pai Maior. Desta forma, os cânticos tornaram-se um atributo socio-religioso, comum a todas as religiões, onde cada uma delas, com suas características próprias, exteriorizavam sua adoração, devoção e servidão aos desígnios do Plano Astral Superior.

A Umbanda, nossa querida religião anunciada no plano físico em 15 de novembro de 1908, em Neves, Niterói – RJ, pelo espírito que se nominou Caboclo das Sete Encruzilhadas, também recepcionou este processo místico, mítico e religioso da expressão humana. Nos vários terreiros espalhados pelas Terras de Pindorama (nome indígena do Brasil), observamos com fé, respeito e alegria os vários pontos cantados ou curimbas, como queiram, sendo utilizados em labores de cunho religioso ou magístico.

Em realidade os Pontos Cantados são verdadeiros mantras, preces, rogativas, que dinamizam forças da natureza e nos fazem entrar em contato íntimo com as Potências Espirituais que nos regem. Existe toda uma magia e ciência por trás das curimbas que, se entoadas com conhecimento, amor, fé e racionalidade, provocam, através das ondas sonoras, a atração, coesão, harmonização e dinamização de forças astrais sempre presentes em nossas vidas.

A Umbanda é capitaneada por sete Forças Cósmicas Inteligentes, que são as principais e que, por influência dos Pretos-Velhos, receberam os nomes de Orixás, sendo que a irradiação ou linha de Oxalá (Cristo Jesus), precede todas as demais, razão pela qual as comanda. Todas estas irradiações têm seus pontos cantados próprios, com palavras-chave específicas e a justaposição de termos magísticos, de forma que o responsável pela curimba deve ter conhecimento do fundamento esotérico (oculto) da canção.

Temos visto em algumas ocasiões determinadas pessoas até com boas intenções, mas sem conhecimento, “puxarem” pontos em horas não apropriadas e sem nenhuma afinidade com o trabalho ora realizado. Tal fato pode causar transtornos à eficácia do que está sendo feito, uma vez que podem atrair forças não afetas àquele labor, ou ainda despertar energias contrárias ao trabalho espiritual.

Quanto à origem, os pontos cantados dividem-se em Pontos de Raiz (enviados pela espiritualidade), e Pontos terrenos (elaborado por pessoas diretamente) Os Pontos de Raiz ou espirituais jamais podem ser modificados, pois constituem-se em termos harmoniometricamente organizados, ou seja, com palavras colocadas em correlação exata, que fazem abrir determinados canais de interação físico-astral, direcionando forças para os mais diversos fins.

No que concerne aos Pontos cantados terrenos, a Espiritualidade os aceita, desde que pautados na razão, bom senso, fé e amor de quem os compõe.

Às vezes, porém, nos deparamos com algumas curimbas terrenas que nos causam verdadeiro espanto, quando não tristeza. São composições “sem pé nem cabeça”, destituídas de fundamento, com frases ingênuas e sem nenhum nexo, chegando algumas a denegrirem os reais valores Umbandistas.

Cantam curimbas por aí dizendo que Exu tem duas cabeças; que Bombogira (Pomba-Gira) é prostituta e mulher de sete maridos; que Preto-Velho é feiticeiro e mandingueiro; que o Orixá Nanã mora na lama dos rios; que Ogum é praça de cavalaria, e outras incoerências mais.

E quanto ao plágio (cópia adulterada), leitores ? Aí é que a questão se agrava. É que alguns “espertos” andam a visitar terreiros, ouvindo e decorando pontos pertencentes àqueles templos. Voltam à tenda onde trabalham ou dirigem, e começam a cantar os pontos aprendidos, com algumas alterações, para disfarçar é claro, e dizem a terceiros que as curimbas são de sua autoria ou de suas “entidades”. Além de modificarem pontos que podem ser de raiz, estão sujeitos a serem desmascarados quando alguém toma conhecimento da origem e da real letra das curimbas.

Quanto à finalidade, os Pontos Cantados podem ser:

Pontos de chegada e partida; Pontos de vibração; Pontos de defumação; Pontos de descarrego; Pontos de fluidificação; Pontos contra demandas; Ponto de abertura e fechamento de trabalhos; Pontos de firmeza; Pontos de doutrinação; Pontos de segurança ou proteção (são cantados antes dos de firmeza); Pontos de cruzamento de linhas; Pontos de cruzamento de falanges; Pontos de cruzamento de terreiro; Pontos de consagração do Congá e outros mais, consoante à finalidade a que se destinam.

Vimos pelo acima exposto que as curimbas, por serem de grande importância e fundamento, devem ser alvo de todo o cuidado, respeito e atenção por parte daqueles que as utilizam, sendo ferramenta poderosa de auxílio aos Pretos-Velhos, Caboclos, Exus e demais espíritos que atuam dentro da Corrente Astral de Umbanda.

(Texto extraído do site .br)

Porque devemos cantar os pontos com respeito e fé

Os pontos cantados de Umbanda, são mantras que atraem as energias dos nossos Guias e Orixás, além de mantras são também preces cantadas que oferecemos a Eles; Ora se são mantras e preces de louvor e

agradecimento, não só podemos mas devemos sim cantá-los em casa ou no serviço, na rua ou na praça.

Pois a cada canto de um ponto cantado, estamos evocando, agradecendo, solicitando ajuda, pedindo socorro, orientação ou simplesmente demonstrando nosso amor e carinho pela Entidades Espirituais.

Cante, cante muito e cante principalmente em seu terreiro, os Orixás agradecem.

ORIXÁS

XANGÔ: (XA ( Senhor, Dirigente; ANGÔ ( Raio, Alma)

Portanto, O SENHOR DIRIGENTE DAS ALMAS

Os Setes Chefes de Legião da Vibração Espiritual de Xangô:

|Caboclo Xangô Kaô |representante da vibração espiritual |

|Caboclo Xangô Pedra-Branca |intermediário para Oxalá |

|Caboclo Xangô Agodô |intermediário para Oxossi |

|Caboclo Xangô Sete Montanhas |intermediário para Ogum |

|Caboclo Xangô Sete Cachoeiras |intermediário para Yori |

|Caboclo Xangô Pedra-Preta |intermediário para Yorimá |

|Caboclo Xangô Sete Pedreiras |intermediário para Yemanjá |

ALMAS (YORIMÁ): (YO ( Potência, Ordem, Princípio; RI ( Reinar, Iluminado; MÁ ( Lei, Regra)

Portanto, PRINCÍPIO OU POTÊNCIA REAL DA LEI

Os Setes Chefes de Legião da Vibração Espiritual de Yorimá:

|Pai Guiné |representante da vibração espiritual |

|Pai Tomé |intermediário para Oxalá |

|Pai Joaquim |intermediário para Oxossi |

|Pai Benedito |intermediário para Ogum |

|Vovó Maria Conga |intermediário para Xangô |

|Pai Congo D'aruanda |intermediário para Yori |

|Pai Arruda |intermediário para Yemanjá |

|Pai João |Intermediário para Povo do Oriente |

YORI: (YO => Potência, Ordem, Princípio; RI => Reinar, Iluminado; ORI => Luz, Esplendor)

Portanto, POTÊNCIA DOS PUROS OU DA PUREZA

Os Setes Chefes de Legião da Vibração Espiritual de Yori:

|Tupanzinho |representante da vibração espiritual |

|Ori |intermediário para Oxalá |

|Damião |intermediário para Oxossi |

|Yari |intermediário para Ogum |

|Doum |intermediário para Xangô |

|Cosme |intermediário para Yorimá |

|Yariri |intermediário para Yemanjá |

YEMANJÁ: (YE => Mãe, Princípio Gerante; MAN => O Mar, A Água, Lei das Almas;

YÁ => Matriz, Maternidade)

Portanto, A SENHORA DA VIDA

Os Setes Chefes de Legião da Vibração Espiritual de Yemanjá:

|Cabocla Yara |representante da vibração espiritual |

|Cabocla Estrela Do Mar |intermediário para Oxalá |

|Cabocla Indaiá |intermediário para Oxossi |

|Cabocla Do Mar |intermediário para Ogum |

|Cabocla Iansan |intermediário para Xangô |

|Cabocla Nanã Burukun |intermediário para Yorimá |

|Cabocla Oxum |intermediário para Yori |

1 - Linha de Oxalá

Essa linha representa o princípio, o incriado, o reflexo de Deus, o verbo solar. É a luz refletida que coordena as demais vibrações. As entidades dessa linha falam calmo, compassado e se expressam sempre com elevação. Seus pontos cantados são verdadeiras invocações de grande misticismo, dificilmente escutados hoje em dia, pois é raro assumirem uma "Chefia de Cabeça".

2 - Linha de Iemanjá

Essa linha é também conhecida como Povo d'Água. Iemanjá significa a energia geradora, a divina mãe do universo, o eterno feminino, a divina mãe na Umbanda. As entidades dessa linha gostam de trabalhar com água salgada ou do mar, fixando vibrações, de maneira serena. Seus pontos cantados têm um ritmo muito bonito, falando sempre no mar e em Orixás da dita linha.

Oguntê, Marabô, Caiala e Sobá

Oloxum, Inaiê, Janaína e Iemanjá

Ela mora no mar

Ela brinca na areia

No balanço das ondas

A paz ela semeia

E quem é?

Oguntê, Marabô, Caiala e Sobá

Oloxum, Inaiê, Janaína e Iemanjá

Yemanjá...

Yemanjá...

No fundo do Mar tem areia...

Areia no fundo do Mar...

Em cima do Mar vêm as ondas...

As ondas que vão te levar...

Num barco enfeitado de flores...

Pra ouvir a seria do Mar...

Yemanjá...

Yemanjá...

Qualidades: são 7 conhecidas e seus nomes diferem conforme a região da África.

1) Yemoja Ogunte (esposa de Ogum Alagbedé)

2) Yemoja Saba (fiadeira de algodão, foi esposa de Orunmilá)

3) Yemoja Sesu/Susure (voluntariosa e respeitável, mensageira de Olokun)

4) Yemoja Tuman/Aynu/Iewa

5) Yemoja Ataramogba/Iyáku (vive na espuma da ressaca da maré)

6) Iya Masemale/Iamasse (mãe de Xangô)

7) Awoyó/Iemowo (a mais velha de todas, esposa de Oxalá)

Nação Ketu:

# Sobá (Sabá): esposa de Orunmilá, divindade que divide com seu esposo o poder do oráculo; é possessiva, ciumenta com seus filhos e por vezes traiçoeira como as águas do mar. Sua roupa é verde-água, contas de cristal translúcido.

# Sessu: relacionada às águas mais profundas e frias, é guerreira, objetiva, extremamente metódica e possessiva, conquistando seus objetivos com obstinação. Sua roupa é azul-claro, contas de cristal e verde-água.

# Ogunté: a que luta ao lado de Ogum. Guerreira incansável, ambiciosa, ardilosa. Sua roupa é Branco e azul-escuro, contas de cristal translúcido e verde.

# Awoyó: cultuada em alto mar e na beira das lagoas. ë mais calma, mais feminina, voltada as causas familiares. Sua roupa é toda branca, suas contas de cristal translúcido.

# Acurá: é a mais jovem, associada ao culto dos Ibejis e ao rito dos abicus. Participa dos rituais de cura para afastar a mortalidade infantil. Sua roupa é azul-claro e branco e suas contas

em azul-claro.

# Ataramabá: representa a beleza feminina madura, de espírito tranquilo e benevolente, mas também é conquistadora. Sua roupa é azul-claro, dourado e branco e as contas de cristal translúcido.

# Maleleo: ligada ao culto das águas mas tem rituais na floresta; é a mais velha, vingativa,introspectiva, relacionada como Mãe feiticeira, já que na mata busca ervas com as quais prepara banhos para cura de vários males.

Não há algo certo ou errado, apenas comprovação da fé.

Abaixo, descrevo algumas qualidades em outros cultos:

# Xango pernambucano (segundo Rita Segato, 1995): Ogunté, Ogunde, Sabá, Sessu, Tuman, Ataaramogba.

# Nação (batuque) gaúcho:Bossí, Marê, Olomí, Iaquerê, Anaréu, Omíremí, Nanã, Ogueremí, Iemí, Omi-osí, Tolá, Osí, Omí-marê.

3 - Linha de Xangõ

Xangô é o Orixá que coordena toda lei Kármica, é o dirigente das almas, o Senhor da balança universal, que afere nosso estado espiritual. Resumindo, Xangô é o Orixá da Justiça. Seus pontos cantados são sérias invocações de imagens fortes e nos levam sempre aos seus sítios vibracionais como as montanhas, pedreiras e cachoeiras.

4 - Linha de Ogum

A vibração de Ogum é o fogo da salvação ou da glória, o mediador de choques conseqüentes do karma. É a linha das demandas da fé, das aflições, das lutas e batalhas da vida. É a divindade que, no sentido místico, protege os guerreiros. Os Caboclos de Ogum gostam de andar de um lado para outro e falam de maneira forte, vibrante e em suas atitudes demonstram vivacidade. Suas preces cantadas traduzem invocações para a luta da fé, demandas, batalhas, etc.

5 - Linha de Oxossi

A vibração de Oxossi significa ação envolvente ou circular dos viventes da Terra, ou seja, o caçador de almas, que atende na doutrina e na catequese. Suas entidades falam de maneira serena e seus passes são calmos, assim como seus conselhos e trabalhos. Seus pontos cantados traduzem beleza nas imagens e na música e geralmente são invocações às forças da espiritualidade e da natureza, principalmente as matas.

6 - Linha de Yori

Essas entidades, altamente evoluídas, externam pelos seus cavalos, maneiras e vozes infantis de modo sereno, às vezes um pouco vivas. Quando no plano de protetores, gostam de sentar no chão e comer coisas doces, mas sem desmandos. Seus pontos cantados são melodias alegres e algumas vezes tristes, falando muito em Papai e Mamãe de céu e em mantos sagrados.

7 - Linha de Yorimá

    Também chamada de Linha das Almas, essa linha é composta dos primeiros espíritos que foram ordenados a combater o mal em todas as suas manifestações. São os Orixás Velhos, verdadeiros magos que velando suas formas kármicas, revestem-se das roupagens de Pretos-Velhos ensinando e praticando as verdadeiras "mirongas". Eles são a doutrina, a filosofia, o mestrado da magia, em fundamentos e ensinamentos. Geralmente gostam de trabalhar e consultar sentados, fumando cachimbo, sempre numa ação de fixação e eliminação através de sua fumaça.

Seus fluídos são fortes, porque fazem questão de "pegar bem" o aparelho e o cansam muito, principalmente pela parte dos membros inferiores, conservando-o sempre curvo. Falam compassado e pensam bem no que dizem. Raríssimos os que assumem a Chefia de Cabeça, mas são os auxiliares dos outros "Guias"- o seu braço direito. Os pontos cantados nos revelam uma melodia tristonha e um rítmo mais compassado, dolente, melancólico, traduzindo verdadeiras preces de humildade.

Os Guias e as Linhas

Os Caboclos, Pretos-Velhos e Crianças, que fazem parte da chamada Corrente Astral de Umbanda, trabalham dentro de uma das Sete Linhas de Umbanda: Orixalá, Ogum, Oxossi, Xangô, Yorimá, Yori e Yemanjá.

Os Caboclos que trabalham nos terreiros são das seguintes Linhas: Orixalá (estes não incorporam, somente passam vibrações), Ogum, Oxossi, Xangô e Yemanjá;

Os Pretos-Velhos são da Linha de Yorimá;

E as Crianças da Linha de Yori.

Como descrito na “Tabela 1” (na primeira página), a linha se divide hierarquicamente em vários graus.

Nos terreiros, em geral trabalha-se com Protetores de 5º, 6º e 7º Grau. Para se trabalhar com Guia (4º Grau) é exigida muita experiência e devoção por parte do médium. Raras (praticamente impossíveis) são as incorporações de Orixás Menores (1º, 2º e 3º Grau), que necessitam de um médium muitíssimo preparado, corrente mediúnica segura, um terreiro limpo no físico, astral e mental, e ausência de obsessores até mesmo vindo da assistência. É impossível a incorporação de Orixás Maiores.

Os espíritos militantes da Umbanda só usam os mesmos nomes dos seus Chefes Principais, até quando são do 4º Grau, quer dizer, até quando são Guias (Chefes de Grupamento). Daí para baixo, até 7º Grau não seguem esta regra, variando seus nomes mas tendo a mesma ligação afim.

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Ampliando conhecimentos:

Carta psicografada ajuda a inocentar ré por homicídio no RS

da Agência Folha, em Porto Alegre

Duas cartas psicografadas foram usadas como argumento de defesa no julgamento em que Iara Marques Barcelos, 63, foi inocentada, por 5 votos a 2, da acusação de mandante de homicídio. Os textos são atribuídos à vítima do crime, ocorrido em Viamão (região metropolitana de Porto Alegre).

O advogado Lúcio de Constantino leu os documentos no tribunal, na última sexta, para absolver a cliente da acusação de ordenar o assassinato do tabelião Ercy da Silva Cardoso.

Polêmica no meio jurídico, a carta psicografada já foi aceita em julgamentos e ajudaram a absolver réus por homicídio.

"O que mais me pesa no coração é ver a Iara acusada desse jeito, por mentes ardilosas como as dos meus algozes (...). Um abraço fraterno do Ercy", leu o advogado, ouvido atentamente pelos sete jurados.

O tabelião, 71 anos na época, morreu com dois tiros na cabeça em casa, em julho de 2003. A acusação recaiu sobre Iara Barcelos porque o caseiro do tabelião, Leandro Rocha Almeida, 29, disse ter sido contratado por ela para dar um susto no patrão, que, segundo ele, mantinha um relacionamento afetivo com a ré. Em julho, Almeida foi condenado a 15 anos e seis meses de reclusão, apesar de ter voltado atrás em relação ao depoimento e negado a execução do crime e a encomenda.

Sessão espírita

Não consta das cartas, psicografadas pelo médium Jorge José Santa Maria, da Sociedade Beneficente Espírita Amor e Luz, a suposta real autoria do assassinato.

O marido da ré, Alcides Chaves Barcelos, era amigo da vítima. A ele foi endereçada uma das cartas. A outra foi para a própria ré. Foi o marido quem buscou ajuda na sessão espírita.

O advogado, que disse ter estudado a teoria espírita para a defesa (ele não professa a religião), define as cartas como "ponto de desequilíbrio do julgamento", atribuindo a elas valor fundamental para a absolvição. A Folha não conseguiu contato com o médium.

Os jurados não fundamentam seus votos, o que dificulta uma avaliação sobre a influência dos textos na absolvição.

Os documentos foram aceitos porque foram apresentados em tempo legal e a acusação não pediu a impugnação deles.

Polêmica

A adoção de cartas psicografadas como provas em processos judiciais gera polêmica entre os criminalistas. A Folha ouviu dois dos mais importantes advogados especializados em direito penal no Rio Grande do Sul. Um é contra esse tipo de prova. O outro a aceita.

De acordo com Antônio Dionísio Lopes, "o processo crime é uma coisa séria, é regido por uma ciência, que é o direito penal. Quando se fala em prova judicializada, o resto é fantasia, mística, alquimia. Os critérios têm de ser rígidos para a busca da prova e da verdade real".

"O Tribunal do Júri se presta a essas coisas fantásticas. O jurado pode julgar segundo sua convicção íntima, eles não têm obrigação de julgar de acordo com a prova. A carta só foi juntada aos autos porque era um tribunal popular. Isso é o mesmo que documento apócrifo."

Para Nereu Dávila, "qualquer prova lícita ou obtida por meios lícitos é válida. Só não é válida a ilícita ou obtida de forma ilícita, como a violação de sigilo telefônico. Quanto à idoneidade da prova, ela será sopesada segundo a valoração feita por quem for julgar. Ela não é analisada isoladamente, mas em um conjunto de informações. Os jurados decidem de acordo com sua consciência".

AS MULHERES NA UMBANDA

 

A sociedade por muito tempo teve um comportamento machista, a mulher era relegada a segundo plano, levada a um estado de completa submissão:

• Pais que escolhiam casamentos para as filhas

• Não podiam votar

• Não podiam trabalhar fora

• Não podiam participar das conversas “de homens”

• Tinham de obedecer cegamente aos maridos

• Em algumas épocas eram inclusive impedidas de estudar, pois “não precisavam”

Este comportamento de certa forma foi trazido para o meio Umbandista, e o que é pior e que em muitos locais perduram até hoje:

• Mulher não pode trabalhar menstruada

• Mulher não pode tocar atabaques

• Mulher grávida não pode trabalhar

• Mulher não pode presidir cerimônia de casamento ou batizado, etc...

Que me desculpem aqueles que pensam e trabalham desta forma, mas ate hoje ninguém me apresentou um argumento que me convencesse destas restrições impostas às mulheres.

No meu entender, existe um agravante, estas “normas”, não ficaram somente no lado material, atingiram também o Astral, principalmente em ralação às Pombas Gira, entidades muito valiosas e preciosas dentro de um terreiro.

Existem muitos que ainda acreditam que toda Pomba Gira foi uma prostituta e que só trabalha o lado sexual, que só serve para arrumar companheiro ou desmanchar relacionamentos, que se incorporar num médium masculino este vai virar homossexual, e por ai vai...

Cheguei até a ouvir e ler em algum lugar que uma Pomba Gira não pode tomar a frente de um trabalho, pois ela é apenas auxiliar dos Exus, quanta prepotência...

Basta abrirmos os olhas e vermos a proporção de mulheres que militam na Umbanda em relação aos homens, eu ousaria colocar na casa dos 60 ou 70 %, agora tentem imaginar seu terreiro sem as mulheres...

Tem um ditado antigo que diz:

“Por trás de um grande homem tem sempre uma grande mulher”

Eu ousaria mudar este ditado, e ele ficaria assim:

“Ao LADO de um homem que realiza um bom trabalho, tem sempre pelo menos uma grande mulher”.

Queria ser Médium* - Chico Xavier

Ele queria ser médiuns...

Pôs-se então a procurar

O que fosse de melhor

Em companhia e lugar.

Exigia equipe culta,

Queria um grupo, a preceito,

Em que o trabalho, de pronto,

Surgisse claro e perfeito.

E começou a jornada

Para a exata descoberta,

Andou, suou, pesquisou...

Sem achar a casa certa.

Aqui, notava ciúme,

Ironia e desapreço,

Nessa ou naquela pessoa

Que o feriam de começo;

Ali encontrava um médium

Que conhecera na praça,

Com quem, há tempos, bebera

Muito copo de cachaça.

Além, vira um conhecido

Que tivera luta feia...

Fora rapaz de mão grande

Com passagem na cadeia.

Mais além, ouvia queixas

E lindas notas em vão,

Orgulho, rixa, revolta,

Barulho e condenação.

Certa noite, repousou,

Cansado de insegurança,

Estava desanimado,

Perdera toda esperança.

Mas desligado do corpo,

No mesmo quarto em que estava

Notou-se à frente de um guia:

-O mentor que mais amava...

- Ah! Meu guia!... - ele exclamou-

Trago a mente em desalinho,

Quero servir a Jesus

Mas não encontro caminho...

Que fazer, amigo amado?

Por onde a luta me leva?

Qualquer grupo que visito

Demonstra sinais de treva!...

O Guia disse, bondoso,

Depois de estender-lhe as mãos:

-Filho, recorda!... Jesus

Não veio curar os sãos.

Cala-te e volta ao serviço,

De coração satisfeito;

Quem segue o Divino Mestre

Não vê mancha, nem defeito.

Só queres irmãos no mundo,

Sem o mínimo labéu!...

Isso é no grupo dos anjos

E os anjos moram no Céu.

***PERGUNTAS E REPOSTAS ***

    " Todo homem possui dentro de si um imenso tesouro a ser distribuído aos seus semelhantes.  Mas só conseguirá distribuí-lo se conseguir descobrir a fonte inesgotável do seu amor, pois é nela que poderão colher todas as coisas preciosas que realmente valem a pena

ser vividas ou distribuídas com intensidade, pois a fonte de amor é inesgotável em preciosidades. "

     Tanto o homem como a mulher que descobrir num seu oposto sua fonte de amor, darão vazão aos seus sentimentos, emoções, raciocínio de forma harmônica e coordenará todos os seus movimentos de forma criativa e positiva no campo de ação na vida que escolher para atuar, pois sempre encontrará em todos os seres humanos as partes preciosas contidas na sua fonte do amor, se for guiado em sua vida por qualquer um dos sete (7) sons sagrados (Orixás), pois tanto a razão quanto os sentimentos ou as emoções se não forem colocados em movimento pelas coisas preciosas do amor perderão o seu encanto no seu devido tempo, revelarão que quem colocou tais coisas em movimento era um ser limitado na sua ação e força de movimentação.

      Só quem ama realmente é capaz de se tornar uma fonte de amor... Todos temos um amor na vida, que é nossa fonte de amor e que se nós conseguirmos descobri-lo, nosso ser será inundado, com tanto amor, que amaremos não só as mulheres como os homens também.

      Assim como a vida, a Deus e a tudo que foi criado por Ele.

      Um comandante, dirigente ou um sábio, não pode emitir um parecer que deixe margem a dúvidas, senão não colocará o seu parecer, mas seu saber, uma dúvida.

      Cada palavra emitida por um dirigente, tem que ter a força do sol.

      Os humanos não imaginam como é fácil cruzar a fina linha que separa a vida da morte, o amor do ódio, a luz das trevas, a sanidade mental da loucura.

      O iniciado deve se ater unicamente aos princípios e meios, e nunca, mas nunca mesmo, aos fins, pois nesta parte da vivência de um designo quase sempre se extrapola os limites e dá-se vazão a uma poderosa força, que tanto pode ser benéfica como maléfica.

Aprenda que:

       Ou você pode controlar os seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível, não importa quão delicada e frágil seja a situação, sempre há dois lados.

       Quem disser que ganhar ou perder não importa, provavelmente já perdeu.

       A sinceridade será sempre o caminho indispensável para a conquista.

       Nunca se afaste dos seus sonhos, pois se algum dia eles se forem, você continuará vivendo, mas terá deixado de existir.

       Perdoar a você mesmo para poder perdoar o outro.

       Ninguém deve enfrentar mitos.

       O maior vencedor não é o que vence batalhas, mas sim o que vence a si mesmo.

       Mensalidade não é contribuição; é retribuição.

O que é magia?

É o ato de ativar ou desativar mistérios de Deus;

É a manipulação mental, energética, elementar e natural de mistérios e poderes divinos;

É o ato de a partir de um ritual evocatório específico, ativar energias e mistérios que, só assim, são colocadas em ação;É um procedimento paralelo aos religiosos ou, mesmo, parte deles.

O que irradiam as velas?

Irradiam ondas ígneas de muitas formas, todas análogas às ondas eletromagnéticas existentes nas dimensões básicas ou elementares, assim como irradiam ondas fatoriais ou coletoras de essências existentes no prana ou éter.

A quem devemos acender as velas?

Acender vela ao espírito de um parente ou amigo desencarnado, este será envolto por uma energia morna e balsâmica que lhe fará um grande bem. Mas se acender, magisticamente, uma vela contra algum desafeto este será envolvido por uma energia negativa enferma que o

incomodará.

Se acender ao seu Anjo da Guarda, a Cristo, aos Orixás, às entidades ou a Deus, todos eles receberão um fluxo ígneo que transmutarão em irradiações vivas e farão retornar por meio da teia eletromagnética divina (mistérios) que lhes enviou o fluxo ígneo.

Perceba que as velas podem ser acionadas religiosamente ou magisticamente.

O que são ondas eletromagnéticas?

Assemelham-se a uma teia de aranha com correntes magnéticas se cruzando em todas as direções, formando uma teia tão grande quanto à criação divina. Presume-se, então, que é infinita, pois está presente em todos os quadrantes do universo, dando sustentação a

tudo que Deus criou nas muitas dimensões da vida.

O que essas ondas obedecem?

Obedecem aos sete tronos de Deus: fatoriais – essenciais – elementais – duais – encantados – naturais - celestiais, que são os regentes dos "sete planos da vida" (Setenário Sagrado).

O que é uma onda fatorial?

É a menor onda que existe, e um feixe delas forma uma onda eletromagnética divina. Saibam que o prana ou éter é energia que flui por meio das ondas eletromagnéticas, que atuam como agregadoras ou condensadoras das essências, que nelas são amalgamadas e dão origem aos elementos, que também são misturados e amalgamados dando origem às energias simples ou puras, que dão origem às energias mistas, que dão origem às compostas, que estas sim, são misturadas pelas correntes eletromagnéticas que vão espalhando-se e formando o éter universal ou prana.

Em termos comparativos, podemos dizer que uma onda fatorial tem o diâmetro de um fio de cabelo, e uma onda energética tem o diâmetro do sol.

Então tudo gera energia?

Sim, uma pedra gera o fator mineral, um vegetal gera o fator vegetal, o humano, o fator humano, emanando-o à sua volta, criando a famosa aura, e todos estes fatores são com certeza absorvidos por meio de nossos chacras.

Por que uma cor de vela diferenciada para cada Orixá?

De um modo geral, podemos dizer que a vela branca traz em si todas as irradiações e as projeta assim que é acesa, e que as coloridas irradiam ondas compostas, originadas da fusão de ondas primárias irradiadas pela sua chama.

Enfim, quando associamos uma vela e uma cor a um Orixá ou divindade, é porque uma de suas ondas se destaca e tem correspondências com sua energia viva, ou com o campo em que ela atua.

Por que acender velas?

Por meio de suas irradiações e suas vibrações incandescentes é possível todo um intercâmbio energético com os seres que vivem em outras dimensões e com os espíritos estacionados nas esferas ou níveis vibratórios positivos e negativos.

Saibam que o fluxo irradiante de uma vela se for ativado por sentimentos virtuosos é muito positivo e gratificante a quem o receber.

Por que acender velas no congá, no roncó e na casa dos exus?

Velas acesas em templos religiosos tem o poder de consumir as energias negativas e os miasmas que são descarregados pelos seus freqüentadores dentro do seu campo eletromagnético, assim como um intercâmbio energético recebe da divindade a qual foram consagrados uns fluxos de energia divinos que se espalham pelo altar e irradiam-se pelo espaço interno, alcançando quem se encontrar dentro dele.Velas criam passagens ou comunicações com outras dimensões da vida, e tanto podem enviar energias, como podem retirar as que estão sendo necessárias a alguém.

Por isso toda oferenda (entrega, amalá) deve ser precedida do ato de acender uma ou várias velas, pois suas ondas serão usadas no retorno e trarão a quem oferendou ou solicitou auxilio, um fluxo energético natural (de elemento) ou divino (de divindade) ou espiritual (do

espírito guia).

Qual o mal de acender velas magisticamente com o intuito de prejudicar pessoas?

Entenda-se isso como uma fraqueza ou negatividade de quem o faz e não demora muito para que a lei maior e a justiça divina providenciem os merecidos choques de retorno ou punições exemplares a quem recorre a essas magias condenáveis. Tudo é questão de tempo, pois se podemos agir positivamente, então nada justifica o mau uso que dão às velas e aos mistérios mágicos negativos que são ativados quando são acesas com interesses mesquinhos ou desumanos.

Orixás também são ondas energéticas?

Sim, a fé possui suas ondas congregadoras (Oxalá). O amor possui ondas agregadoras (Oxum); o conhecimento possui ondas expansoras (Oxóssi); a razão possui ondas equilibradoras (Xangô); a lei possui ondas ordenadoras (Ogum); a evolução possui ondas trasmutadoras (Iansã); a geração possui ondas criativas (Yemanjá). Cada onda com

seu fator, sua essência, seu elemento, sua energia e sua matéria que mostra como ela flui, dando origem a tudo, e a tudo energizando ou desdobrando.

Existem mais chakras, além dos sete que já conhecemos?

Sim, também temos chakras secundários e esses vibram em sub-padrões, ou sub-graus magnéticos que também os interligam a teia divina.

Após o desencarne, como ficam nossos espíritos?

Tudo está sujeito as condições do mental de cada um, pois pouco a pouco, cada ser será como se sente, sempre de acordo com seus sentimentos íntimos, irradiados o tempo todo pelo seu mental. Uns sutilizam-se energeticamente e tornam-se luminosos e diáfanos, outros se densificam energeticamente, passam por deformações assustadoras que os desfiguram totalmente, tornando-os irreconhecíveis.

Como se forma um bom médium?

Um bom médium não se forma com a ausência de conhecimentos básicos e fundamentais, e só a boa vontade dos iniciadores não é o bastante para quem irá manipular poderes que nem sequer conhecem.

O que é e como é a reencarnação?

Na Umbanda afirmamos a existência de um princípio permanente e individualizado, denominado, alma, espírito ou ego, que habita e anima o corpo humano, e que com a morte deste, e a permanência da alma num longo repouso nos planos mais elevados, ou mais baixos,

passa a encarnar-se em outro corpo humano. Deste modo, as vidas corporais sucessivas, se enlaçam como pérolas, num fio, sendo este fio o princípio sempre vivente, e as pérolas as numerosas e diversas existências humanas na terra. Reencarnação pode significar, o

ingresso repetido num invólucro físico ou carnal. Implica, desde logo, a existência de qualquer coisa permanente.

O que é mônada?

Deriva do grego monas, e significa "só", solitário, unidade.

Foi usado primeiro por Pitágoras.

No ocultismo é um centro de consciência, uma centelha imortal do divino. É uma essência, ela existe em todos os reinos da natureza, e mais plenamente no ser perfeito.

Como justificar o suicídio?

Em caso algum, o suicídio faz parte do plano de vida de uma pessoa; o homem é diretamente responsável por tal ato. Ainda que essa responsabilidade possa também ser partilhada por outrem. Há muitas variedades de suicídio. Uns para escapar às conseqüências de maus

atos; outros, em virtude de um desequilíbrio mental, e alguns por nobres motivos. As conseqüências kármicas dependerão das causas e dos motivos.

Ps.: Muitas correntes de pensamentos tentam explicar os motivos que levam as pessoas ao suicídio, outros inclusive condenam inclusive de forma eterna os suicidas ao sofrimento eterno e a falta de perdão, uma forma de encarar o suicida se dê pela ânsia do espirito quando

no plano ESPIRITUAL escolhe um destino de maior sofrimento afim de que sua elevação seja maior, e quando encarnado não consiga suportar esse sofrimento.

O que é destino?

É a quantidade de bom, e mau karma escolhido pelos senhores do karma, para uma determinada vida.

Devemos duvidar e abandonar nossa tarefa aqui no plano terrestre?

Todo homem tem direito de duvidar de sua tarefa, e de abandoná-la de vez em quando; a única coisa que não pode é esquecê-la.Quem não duvida de si mesmo é indigno – porque confia cegamente na sua capacidade e peca. Sábio é aquele que passa por momentos de

indecisão.

Como surgiu a Umbanda?

A milhares de anos, quando a raça vermelha surgiu, a mesma recebeu em seu início, os seres espirituais ligados ao campo gravitacional kármico no plano da terra. A par desses seres espirituais outros mais atrasados encarnaram, mas em outras regiões, já emergidas. Isto

aconteceu em terras da América, nas regiões centrais e norte. Também aconteceu em outros futuros continentes, tal como África, Oceania, Ásia, etc.

Quem era a raça vermelha?

Seres que possuíam sólidas e transcendentais concepções sobre as coisas divinas. Eram possantes em evolução moral e conhecedores do mistério solar, do Messias > o Cristo Cósmico. Eram calcados do mais puro monoteísmo. Denominavam a divindade suprema como Tupan. Dentro dessa pureza espiritual da raça vermelha, surgiu a religião no seio

do Tronco Tupy.

Logo espíritos começaram a encarnar em seu seio, e fizeram sentir que para religarem-se com as verdades imutáveis, com as coisas divinas, necessitariam entender que havia um ser supremo, e que o mesmo possuía emissários. Entenderam que um de seus mais iluminados

e expressivos expoentes emissários havia se responsabilizado pela tutela espiritual deste novo cenário de vida, onde deveria ser lançada a semente da luz espiritual que redimiria e libertaria todos os filhos da raça vermelha e outros que futuramente encarnariam no planeta. Assim, a religião foi uma revelação. O religare, a primeira religião, a ligação do homem da raça vermelha com as coisas divinas, chamou-se aumbandam.

AUM-Deus, divino.

BANDAM-captação, enlaçamento.

No que a Umbanda acredita?

1)     Num único Deus, criador de todas as coisas, seres e espíritos.

2)     Em energias sutis superiores, que nada mais são do que manifestação da própria divindade (DEUS-ZAMBI).

3)     Em entidades espirituais em diversos estágios de evolução.

4)     Em guias protetores espirituais que já não precisam mais reencarnar.

5)     Em seres da natureza, ou elementais que são formas de vida inteligente e formados por uma matéria mais sutil, que habitam e vivem nos elementos da natureza.

Existem alguns ritmos nos toques de atabaque no ritual de Umbanda?

Cada Orixá tem um ritmo característico cuja cadência varia.

Ex: Xangô – ligeiro

Omulu – cadenciado

Todos os Orixás – rápido

Obaluaiê – ligeiro

Como realmente aprendemos Umbanda?

     O verdadeiro aprendizado começa no estar aberto. Olhar e escutar a tudo desarmado, humilde e atencioso.

Perceba que a mais produtiva e fascinante viagem que pode haver no homem é o auto conhecimento. Normalmente, na vida, ao invés de nos ensinarem a pescar, empurram o peixe goela abaixo. Estude, pesquise.

O novo sempre chega.

O que você prefere, acreditar ou saber? Precisamos de óculos novos – os que estamos usando já não satisfazem o nosso desejo e a nossa necessidade de ver mais nitidamente as coisas ao redor. Os primeiros sinais (Umbanda) de uma nova compreensão espiritual religiosa da

realidade já batem a porta e é apenas uma questão de opção: ou fingimos que não escutamos, ou vamos logo abrir para ver quem é e o que deseja. A opção por aprender é de cada um. A escolha por onde caminhar é inteiramente individual e de responsabilidade de quem

caminha (livre arbítrio). O homem é o que pensa, e tudo é o que ele pensa que é. Tudo se transforma, cada um a seu modo, porque somos a própria evolução.

Se você não está satisfeito com as leis que você criou, ou criaram para você, vá atrás de outras.

Experimente, arrisque, o pior que pode acontecer é você aumentar o seu conhecimento.

Como religião, onde a Umbanda me levará?

Nenhuma religião vai levá-lo a lugar algum, se você não souber, ou não decidir para onde quer ir; ou qualquer uma pode levá-lo a qualquer lugar.

Ps.: A Umbanda é a religião mais linda e completa que já tive a oportunidade de conhecer, infelizmente sei que existem muitos dirigentes de CASAs que distorcem o verdadeiro sentido de nosso RELIGIÃO, são pessoas egoístas, que buscam explorar os irmãos que estão fragilizados por seu problemas, mas como já disse anteriormente, não devemos julgar todos pelos atos de uns poucos. Se elevarmos nossa comprienção no amor ao próximo e na caridade, nossa religião os levará ao PLANO SUPREMO após o desencarne, AMEM A DEUS

SOBRE TODAS AS COISA, AJUDEM, CULTUEM, FAÇAM CARIDADES E TENHAM

CERTEZA QUE CHEGARAM LÁ.

Porque a Umbanda, às vezes, nos desanima?

O que costuma desanimar as pessoas é que o dentro de si é escuro, e pelo eco, parece ser bem fundinho.

Não dedique seus anos, a um mestre surdo que vive dando ordens e sempre fazendo as coisas a seu modo. Devemos aceitar nossas decisões e respeitar seus desígnios.

Quando um guerreiro luta com seu instrutor ele não o está ofendendo!

É a única maneira de se aprender a técnica de que se precisa.

Perceba que de todas as armas de destruição que o homem soube inventar, a mais terrível e poderosa é – a palavra – a palavra destrói sem pistas. Um homem tem que escolher, nisto reside sua força e o poder de suas decisões. Existe um momento em que um ataque é a única saída. Falar claramente – governa seus lábios, pois são os portais do palácio do mestre interno. Tranqüilas, formosas e corteses sejam todas as palavras ditas. Os valentes são teimosos. O homem deve escolher, e não aceitar o destino.

Como fazer para não se decepcionar com a religião?

Simples... decepcionar-se com alguém com quem pensamos ser portador da verdade, é raciocinar como se ele fosse o próprio caminho que é verdadeiro. É o conhecimento que importa realmente, e não quem o indica. Fique atento, onde termina a pessoa, e começa a idéia. Caso contrário, corre-se o risco de decepção e desilusão.

Os caminhos não possuem autores ou donos. Evoluir! Evolução não tem nome. Ela é o caminho. Ela é a verdade que está em tudo. Ela é a vida, que é Deus. Velhas e teimosas condições arraigadas nos tiram a liberdade de aprender e evoluir, e perceba que o olhar dos olhos, não enxerga a essência, somente a forma.

Como fazer para evoluir?

Prioridades na evolução: amor, liberdade, fraternismo, respeito, vida.

Todas as vidas que tivemos que levar foram para este objetivo. Todos os nossos relacionamentos são para isso. Todas as quedas, todos os acertos, tudo existe para priorizar essas quatro palavras.

Sejamos francos! Ainda não aprendemos o que é prioridade!

Conhecimento é poder... Sentimento é sua aplicação.

O que são elementais e elementares?

Os elementares são entidades humanas não evoluídas, primárias, enquanto os elementais não passam pelo estado humano, e fluem na natureza vibrações permanentes dos elementos naturais. Alguns fluidos que entidades animam e dão forma.

O que é a fraternidade branca?

O mundo é dirigido em grande parte e guiado por uma fraternidade, a que pertencem nossos mestres. Seus adeptos sempre se apresentam em atitudes solenes, nobres, dignas, puras e serenas. Só falam com o propósito de favorecer, aconselhar e remediar. Vivem em perfeita

obediência as leis da saúde e, sobretudo, jamais se aborrecem por algo. Seguem um mestre (Kuthumi) guardião da parte da grande fraternidade, cuidando de escritos procedentes de mundos diferentes do nosso. Gostam e fazem oferendas com frutos e flores, queimam

cânfora e evocam mantras.

Para praticar Umbanda devo estudar?

Há três portas para chegar ao templo do mestre. Saber – trabalhar – orar; e com certeza, aqueles que esperam no portão externo, podem entrar por qualquer delas. Existe o que não ora e nem estuda, e, todavia pode trabalhar muito bem, mas de qualquer forma devemos lançar-nos na obra, e fazer algo por nossos semelhantes. Meditar ao mestre cria um elo muito definido que se mostra à visão clarividente como uma espécie de fio de luz.

O que é uma viagem astral?

Todo ser encontra amigos astrais quando dorme; entre eles se entabulam conversações e discussões precisamente como fazem durante o dia neste mundo mais denso. O homem vivo, raramente se recorda disto em sua consciência desperta, porém seus pensamentos e ações

podem ser consideravelmente influenciados pelos conselhos e sugestões dados desta maneira.

O que quer dizer "orai e vigiai?".

A força contra os poderosos das trevas é a união. Não abrir brechas com animosidades. Cada vez que cedemos tornamo-nos pontos fracos. Orai e vigiai. É fundamentada nesta idéia a construção da corrente de Umbanda.

Quando se ganha de entidades algum elemento de seu trabalho, devo usá-lo?

Todos devemos usar um talismã, ou mandala, pois o mesmo fortemente magnetizado, por quem saiba fazê-lo e com determinado propósito (na lei) será de inestimável ajuda, e a tarefa do caminho ou senda é árdua, e qualquer ajuda é sempre bem vinda.

O que é Orixá, o guia e o médium?

O Orixá é doador do poder, o guia é o manipulador das energias potencializadas, e o médium é o ativador de todo um processo mágico que, quando ativado, abre uma comunicação energética com aquele ponto de forças onde consagrou seu objeto portador de poderes

mágicos.

Como ativar um processo magístico?

Para ativá-lo, o médium deve possuir seus apetrechos ou meios, tais como, fixadores, canalizadores, direcionadores e seus finalizadores. Simples. Um médium tolo ao manipular sua faca cega conseguirá no máximo o desprezo dos senhores da magia. Mas um sábio, tendo sido encantado pelo poder de uma espada mágica, com certeza atrairá para si, a ira dos guardiões dos mistérios simbolizados pela espada.

Citarei alguns apetrechos ou meios:

Submissão aos ditames da lei, nobreza, honradez, caráter, lealdade, fidelidade, obediência, resignação, submissão, ordenação, grau hierárquico, título simbólico, nome iniciático, iniciador verdadeiro, hierarquia ativa, conhecimento da lei, ordem nos conhecimentos, regência celestial, regente divino, possuir assentamento mágico.

Aonde atuam os Orixás em um processo magístico?

Muitos são os Orixás que atuam junto a um médium de alto potencial magista. Mas só um é seu regente natural, desde que em um reino elementar o médium viveu. O Orixá responsável por essa encarnação atua num sentido onde o médium ainda está evoluindo, e não nos seus

sete sentidos, o que só é possível ao Orixá regente.

   

O que são as entidades?

São as intérpretes, ou melhor, executoras dos pensamentos do Sr. Olorum, através dos sete Orixás, e pelo verbo plasmam o pensamento na matéria. A força do verbo dentro da lei age condensando-a, criando formas e arcabouços para as manifestações individuais da vida.

  

Qual a influência da lua junto a Umbanda?

Entidades perguntam sempre à lua, vigente no momento de algum trabalho ou entrega.

Simples:

- lua minguante- afasta coisas ruins, obtém cura de doenças.

- lua crescente - empreendimentos novos.

- lua nova - atrai energias negativas.

- lua cheia - muito poderosa e, às vezes, fica difícil controlar os desejos obtidos nesta fase.

OBS: não há prova científica da atração energética deste satélite. 

Citar alguns elementais.

Duende, Saci, Fara, Serena, Fada, Lutin, Brolunie, Pixy, Follet, Leprechaun, Elfo, Tomtimtot, Cavernicolas, Gnomos, Trolls.

O que é linha dos nagôs?

Composta relativamente por espíritos de pouca luz (ignorantes).

Propensos a práticas não recomendáveis, vivendo praticamente nas trevas da ignorância. Suas falanges são denominadas Gangas.

O que é a linha malei?

Dizem que é comandada por exu Rei, trazendo sempre um tridente e uma espada. Os desta linha são especialistas em vigor masculino e feminino.

Que são caboclos quimbandeiros?

São caboclos comandados pelo exu Pantera, são índios, caboclos e bugres. Quando solicitamos na Umbanda, praticam a caridade atendendo, sempre as boas ordens e determinações.

O que é a linha do oriente?

Neste agrupamento reúnem-se os grandes mestres da ciência oculta, e toda a legião de sábios que se direcionam aos estudos da cartomancia, astrologia, terapias, holísticas, etc. Estão também sob sua influência, os grandes médicos curadores do espaço, manobrando as legiões de Hindus, Incas Chineses, Mulçumanos, Mongóis, Egípcios, Astecas, Esquimós, etc. São chamados na nomenclatura teosofista de Nirmanakaxas.

O que é linha Yorimá?

É a linha de força espiritual, sob a qual se situam os espíritos que podem exercer uma ação geral sobre os encarnados.

É a faixa vibratória que acolhe os magos da experiência, da sabedoria. É o mestrado da magia, envolvendo os aspectos da terapêutica natural, astral e oculta. São os senhores do cabalismo

pela ação das rezas de força. Na Umbanda apresentam-se como pretos velhos.

O que é linha Yori?

É o agrupamento de entidades que se apresentam e se manifestam na forma de crianças. O termo criança é aqui usado no sentido iniciativo, isto é, aquele que nasce de novo, ou melhor, renascerá para a vida do espírito depois de iniciado. Que morreu para a vida material e nasceu para a vida espiritual. Segundo a lei do verbo, essa linha de forças reflete e traduz o princípio da ação na humanidade, ou no mundo da forma.

Pelo aspecto moral, este princípio controla a lei da reencarnação, sendo estas entidades, as únicas capazes de alterar o Karma de um indivíduo.

Quem é Santa Sara?

Segundo a tradição cigana, é a sua protetora, e para agradá-la, costumam acender uma vela azul, com flores e frutas (uva, maçã, pêra) e um pouco de arroz cru em um copo de vidro.

O que é um amalá?

É o ato de oferendar, e é muito salutar, porque a pessoa já se pré dispõe a um reajustamento íntimo, pois se sente vulnerável e exposta ao sobrenatural e desconhecido. Entrada em sintonia energética com o Orixá.

O que são e para que servem as guias?

São colares feitos para serem usados em trabalhos. É um elemento de ligação do médium com o espírito ou Orixá. São feitas de cristais coloridas, sementes e pedras. Protegem também os chacras.

   Ps.: Possuem também uma função classificatória, representando, pelo numero de "pés" e " firmezas " se aquele médium, já fez as obrigações para o SANTO, se já é BABÁ e quantos anos tem de SANTO, etc..

Qual a finalidade das guias?

Como arma de defesa para os cavalos, que são obrigados a entrar em contato com diferentes modalidades do campo negativo, ou para as entidades que delas necessitam para trabalho, na eliminação de magia, para fluidos magnéticos e radioativos de vibrações.

  Ps.: A expressão " CAVALO " - " BURRO " foi muito utilizada na época que o CANDOMBLÉ despontou como única religião de culto espirita mais influente, nos dias de hoje e principalmente na UMBANDA, a grande maioria dos CENTROS já aboliram esse tipo de tratamento, que transmite uma conotação pejorativa a uma pessoa tão importante e especial quanto o MÉDIUM, hoje normalmente as próprias entidades em terra já reconhecem e tratam como " MEDIUM " ou " MEU FILHO "

O que é e para que serve a pemba?

Antigo talismã, é com ela que as entidades riscam seus pontos.

Funciona como elemento de magia e é muito importante na condução dos trabalhos. O ponto riscado é concentração de energia, ou, é seu ponto de força, na matéria e no astral.

Que são forças da natureza?

É força que não conhece tempo, espaço, e que parece desprezar a vida humana. Afigura-se com força destrutiva, no entanto, ela é criadora e conservadora. Acredita-se que é uma emanação de um princípio superior ou divino. Os homens criaram uma filosofia chamada

Panteísmo; tal filosofia adora a natureza.

Toda magia é justa?

Magia justa é fundamentada na lei de causa/efeito e sustentada pela lei maior.

Magia injusta é sustentada pelos desejos humanos ou pela ignorância acerca das coisas da vida.

Como conduzir a magia?

Magia só realiza quem se conduz racionalmente, humanos são ímpares na arte de inverter os próprios valores que o sustentam. Acreditam que podem manipular divindades, assim como manipulam uns aos outros.

Que são chakras?

São vértices principais e são sete, cada um relacionado aos sete sentidos capitais, que são reguladores da evolução dos seres. São pontos de captação de energias, já amalgamadas nas dimensões. Os seres captam essas energias e as canalizam para os sentidos que estão sustentando sua emoção.

O que pode nos levar às trevas?

O ódio, a ira, a inveja, a soberba, a deslealdade, a ambição e a perversão sexual.

Quem é Lúcifer?

Foi apenas um condensador de todo um magnetismo tipicamente humano de natureza negativa. Simplesmente ele conseguiu e consegue inverter tudo, é o senhor das ilusões.

Como é a Umbanda?

Nunca conseguiremos expressar o que ela nos transmite, seu encanto, e como ela se mostra: um mistério divino. É um ritual religioso tão grande que nem se mil mãos escrevessem por mil anos ininterruptos, esgotariam os seus mistérios.

Existe céu e inferno?

Fora de Deus não existe o céu e muito menos o inferno. Mas não duvide que ambos existem dentro de cada um. Bastaria uma vibração no sentido viciado para que todo o inferno escancare as sete portas para seus instintos mais ocultos.

Bastaria uma vibração no sentido virtuoso para que se abra um céu.

Logo, cada um traz em si tanto o pólo positivo (céu), quanto o negativo (inferno).

O que é energia divina?

É original e anterior a tudo. É a fonte de tudo que está contido no universo.

O que é energia cósmica?

É derivada da energia divina, por sua vez, é o mental divino em ação constante.

Quem foi o primeiro médium a protagonizar os chamados fenômenos mediúnicos nesta era?

Começamos com um espírito advertindo José em sonho, do perigo que cerca seu dileto filho, e o guia ao Egito. Quem desperta Lázaro em catalepsia? Quem afasta espíritos perversos que atormentam pessoas?

Liberta de espíritos imundos os endemoniados, transforma água em vinho, multiplica pães e peixes, cura lunáticos, recupera órgãos de enfermos, e vencendo as sombras da morte ressurge, após o suplício da cruz. Pessoas caminhando escutam-no fascinados, os onze

discípulos reunidos em assembléia, recebem a visita.

Vejamos então: leitura psíquica, visão à distância, voz direta, passes, transfiguração, cura à distância, previsão do futuro, sim amigos, estes foram alguns tributos operados pelo primeiro médium, nosso divino instrutor, honrando a mediunidade, Jesus, o Cristo.

O que é mediunidade?

É a faculdade psíquica inerente à alma; é um instrumento dos espíritos desencarnados para dar conforto a encarnados, ou seja, é o veículo do espírito desencarnado.

Alguns exemplos de mediunidade.

Akhenaton, o sábio rei egípcio, ouve vozes e concebe o monoteísmo.

Abraão é chamado por mensageiros espirituais em Ur, na Caldeia, e conduzido pelo deserto, Moisés guiado pelos espíritos do senhor, liberta os Hebreus, Isaías conversa com os imortais e anuncia o advento Jesus Cristo. Zoroastro aos 30 anos, contempla a visão celestina e revoluciona a Pérsia. O príncipe Sidharta, tomado de súbita angústia, abandona a corte, refugia-se na floresta, e em meditação, aos 35 anos, encontra a verdade, mantendo contato com o além túmulo. Sócrates, em pleno apogeu filosófico, deixa-se orientar pelo seu "daimon". Constantino conduz seus exércitos ao triunfo orientado por uma visão.

Joana D'arc é guiada por visões de desencarnados e escuta diretrizes verbais de seus guias.

As convulsões demoníacas e angelicais atestadas pela igreja na grande noite medieval eram devidas a faculdades mediúnicas dos supostos possessos etc, etc, etc.

    Ps.: Creiam queridos irmãos, o local onde se concentram os mais

notáveis e poderosos MÉDIUNS são os HOSPITAIS MANICÔMIOS, isso mesmo

grande parte das pessoas que não conseguem desenvolver, por este ou outro motivo, suas manifestações, que inclusive podem se expressar desde criança, são confundidos comunmente por problemas de ordem mental ou físico, o que faz com que os familiares internem esse

pessoas especiais, lá dentro com o auxílio de drogas super poderosas enterram definitivamente a possibilidade de desenvolvimento mediúnico.

Qual a tarefa da Umbanda?

Fundamentada no evangelho sublimado do Galileu, sua tarefa é poder ascender à fé nos corações dos homens bem como acenar com a esperança de paz nas linhas seguras do equilíbrio. Espalhar a nova luz.

O que é equilíbrio?

Se Deus está em você, você está em Deus...!

Quantos e quais os sentidos?

Há sete sentidos, tanto na luz, como nas trevas. Os da luz têm uma cor para cada um, e os das trevas também o têm. Os da luz são: o amor, a fé, a razão, a justiça, a vida, o saber e o raciocínio. Os das trevas são: o ódio, a paixão, a miséria, a ambição, o egoísmo, a inveja e o desejo.

O ódio é vermelho, a paixão rubra, a miséria cinzenta, a ambição mostarda, o egoísmo é negro, a inveja escura e o desejo uma mistura do vermelho como sangue e a mostarda da ambição, dando é claro, um toque no que há no interior de cada um.

Se existe a luz e as trevas, deve também existir o meio?

Existe o meio, um campo, onde seres não pertencem a ninguém, não são seres de luz, nem sem luz, mas um lugar onde ninguém é de ninguém. É um local sem lei, pois tanto na luz quanto nas trevas, há uma lei a ser regiamente obedecida e cumprida.

 

Como deve ser um dirigente espiritual?

Um dirigente espiritual deve ser um cumpridor dos desígnios a ele conferidos e um conquistador de corações e de mentes.

Quem é Nanã Buruquê?         

Conhecida como a mãe de Abaluaiê. Considerada a mais antiga das divindades da água. Atua sob as águas dos lagos e da lama dos pântanos. Sincretizada como Sant'Ana. Nanã ceifa pelo final de nossas vidas. Ponderada, possessiva, intransigente. Facilita a transposição da ponte que existe entre a vida e a morte. Data comemorativa 26 de julho. Salubá Nanã. Cor roxa.

Algumas coisas sobre o Sr Omulú.

Orixá que chefia a falange dos mortos, mas não no sentido distante, de muito tempo, pois é, por ser uma divindade da terra (ligada), que procede a purificação material dos corpos, através de suas vibrações especiais, como que surdas e melancólicas que ajudam a despir o

envoltório grosseiro do físico sujeito a vicissitudes e à morte.

Dizem que encaminha a alma dos recém falecidos e delas absorve os fluidos que se exalam da substância material, daí sua ligação aos cemitérios; é uma entidade (Orixá) que protege; é uma porta que se abre nos trabalhos para desfazer magias maléficas, porém exigindo muito conhecimento e segurança dos que trabalham no seu campo vibratório. Ainda é conhecido com os nomes de Xapanã, Atotô, Omulu, Babalu, Abaluaiê. É sincretizado com São Lázaro.

Abaluaiê = rei dono da terra.

Omulu = filho do senhor. 

Em que ano surgiu a Umbanda como religião brasileira?

Em 15 de novembro de 1908, através do médium Zélio Fernandino de Morais, então com 17 anos de idade, recebendo as vibrações do Sr Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Por que esse novo culto?

Ordenado pelo astral superior, feito pela manifestação de espíritos que se apresentavam como caboclos e pretos, que não encontravam campo de ação, tanto no kardecismo como no candomblé.

O que é mistificação?

Abusar da credibilidade, enganar, iludir, burlar, e lograr. MÍSTICO = misterioso, ou espiritualmente alegórico ou figurado.

O que é sabedoria?

Para contrair uma coisa, devemos, certamente, primeiro expandi-la.

Para enfraquecê-la, devemos primeiro fortalecê-la.

Para derrotá-la devemos, certamente, primeiro examiná-la. Para despojá-la, devemos, certamente, primeiro presenteá-la. Essa é a chamada sabedoria sutil.

O que é o adejá?

Pequena sineta de metal, de forma afunilada, podendo possuir uma, duas ou três campânulas; usada em diversas cerimônias pelo pai ou mãe de santo, ou ainda, pai ou mãe pequena. Tem a finalidade de ajudar a entrar em transe energético, aproximando entidades ou energias cósmicas (Orixás). Devendo ser guardado no congá.

O que é água fluidificadora?

Água potável sobre a qual foram atraídas as vibrações das entidades guias.

O que é alguidar?

Vasilha de barro onde se colocam comidas votivas a diversos Orixás, entidades, bem como para exus e pomba giras.

O que é amaci?

Líquido preparado com folhas sagradas, maceradas, que se deixa repousar. É destinado a banhar as cabeças dos iniciados, bem como as guias e assentamentos.

O que é amalá?

Nome dado a todas as comidas votivas na Umbanda.

O que é um amuleto?

Objeto que tem por finalidade, proteger o usuário. Considera-se que tenha poderes de afastar maus fluidos. Pode ser em forma de medalha, pedra, madeira, pano, marfim, metal, etc.

O que é arriar?

Colocar as oferendas em lugar determinado.

Objeto, pedra, símbolo metálico, de madeira árvore tudo o que representa o Orixá, por meio de cerimônias ou ritual. Estes objetos consagrados ficam no roncó dentro de alguidares, gamelas ou tigelas com ou sem tampa, mergulhados no mel, azeite de dendê, dependendo do

Orixá assentado. O assentamento também poderá ser de caboclos, pretos, exu e crianças.

O que é plano astral?

Parte do vazio neutro do cosmo universal que a substância etérica interpenetrou e que foi transformada de caos permanente, em matéria coordenada pelo poder operante de Deus. A outra parte é o vazio neutro absoluto, o cosmo espiritual, onde não existe substância, mas

apenas seres espirituais que são estados de consciência, vibrações originais. Daí muitos saíram, por livre arbítrio, sujeitos a lei do karma que regula o sistema evolutivo, para se transformar numa realidade viva atuante. Esses seres deverão voltar ao espaço puro

original, abandonado pela substância.

O que são os atabaques?

Tambores altos e estreitos, afunilados de um só couro, usados para atrair as diferentes vibrações, quando tocados.

  Ps.: São chamados de RUN , LÊ e RUMPI são de tamanhos diferentes conforme a sequencia dos nomes RUN - maior , LÊ - central  e RUMPI - menor dos tês, os responsáveis de pelos atabaques " COURO " são os OGANs, e o OGAN raspado e catulado ( aquele que fez a obrigações para o santo do couro ) seguem uma prioridade de toque, ou seja aquele que é o 1º OGAN- toca no RUN, é o único que pode tocar em qualquer dos outros " couros ".

O que é axé?

Força dinâmica das divindades. Poder de realização, vitalidade que se individualiza em determinados objetos como plantas, pedras, símbolos, locais, etc.

O que é banda?

Lugar de origem da entidade.

O que é banho de descarga?

Banho com ervas e água, essências, com a finalidade de retirar o negativo do corpo das pessoas.

O que é bater a cabeça?

Fazer o cumprimento ritual ao congá, entidades e mães de santo.

O que é bori?

Cerimônia ritual de alimentar a cabeça, através da mãe de santo. É dedicada ao Orixá pessoal do filho.

O que é botar a mão na cabeça?

Ato do chefe espiritual, colocar a mão na cabeça do filho, responsabilizando-se espiritualmente, ao fazer sua iniciação.

O que é cabala?

Sistema de pensamento místico de origem judaica, fundido a diversas doutrinas e tradições culturais. O termo, de doutrina esotérica, passou também a significar práticas mágicas, tendo um código de símbolos, derivados de letras hebraicas. Suas combinações tinham o

poder contra forças espirituais.

Foi introduzida nos cultos afro-brasileiros pelos negros maometanos (malês). A combinação de letras formou símbolos (triângulo, coração, flechas, círculos), que nos pontos riscados, atraem entidades espirituais e as identificam. Seu número forte é o 7.

O que é cabeça feita?

Iniciados que se submetem aos rituais, para suportar a incorporação das entidades.

O que é calunga grande e calunga pequena?

Calunga grande - mar, oceano.

Calunga pequena - cemitério

O que é camarinha?

Aposento ao qual iniciantes ou adeptos ficam recolhidos, com uma finalidade determinada.

O que é cambono?

Aquele que atende as entidades incorporadas, traduzindo a sua fala e atendendo a mesma no que for preciso.

O que é capangueiro?

Termo usado no sentido de companheiro...

Ex: os caboclos rompe-mato e sete flechas são capangueiros de jurema. Amigo.

O que é chefe de falange?

Entidade espiritual muito evoluída, já livre de reencarnações, que serve como guia a um conjunto de espíritos também evoluídos e vibrantes em uma mesma corrente espiritual afim, orientando-os no auxílio aos outros seres menos evoluídos, tanto desencarnados como

em condição humana. Representa a força e o poder do Orixá dessa linha ou corrente vibratória.

O que é coité?

Também cuité. Fruto do cuitezeiro. O fruto partido ao meio fica em forma de cuia, que serve para servir líquidos nos rituais.

O que é corimba?

Cânticos religiosos para chamar entidades e divindades.

KO - cantou

ORIN - canção

BA - realmente

O que é dar um passe?

Ato de uma entidade, através do médium, emitir vibrações por meio das mãos, que retiram as más influências sofridas pelo consulente, tais como: feitiços, olho grande, encostos, etc.

O médium passa as mãos próximo ao corpo da pessoa, de cima para baixo, na frente e nas costas, puxando seus braços para baixo, através das pontas dos dedos, defumando-a com a fumaça de seu charuto, cachimbo, palheiro, etc.OBS: para dar um passe necessariamente não precisa estar incorporado.

O que é turíbolo?

Vasilha de alumínio ou metal usada para fazer defumação com brasas e defumadores.

O que é defumação?

Ato de queimar ervas, bálsamos, cascas, raízes e outros ingredientes sobre brasa, produzindo fumaça, numa operação ritual, possuidora de um poder superior, que afasta as más influências, atraindo as boas vibrações, tanto para a pessoa, como para o ambiente.

O que é o fogo?

Utilizado para acender defumadores, charuto, cachimbo, cigarro e pólvora, bem como para cozinhar as comidas de entidades e Orixás.

Outrora, afastava animais ferozes na mata, sendo associado nos ritos de magia como afastador dos espíritos ruins e dos males.

O fogo da pólvora (tuia, fundanga) produz o estouro e a fumaça, para que expulse a negatividade, rompendo o campo magnético.

Como é a atuação do defumador?

1) A essência do defumador, desfazendo-se no ambiente, isto é, misturando-se com o éter atmosférico, vai ser sentido pelos espíritos.

2) Seu aroma desperta alguns centros nervosos dos médiuns, fazendo esses centros vibrarem de acordo com as irradiações fluidas da entidade.

O que é desenvolvimento?

Conhecimentos aplicados aos iniciantes dos rituais de Umbanda, para melhor capacidade mediúnica, com a finalidade de incorporar entidades, sem que os mesmos, ao iniciar o transe, caiam no chão ou se segurem em seus irmãos adeptos.

O que é despachar?

Remeter, mandar embora para o ar livre. Colocar ou arriar em lugar determinado pelas entidades, qualquer coisa pertinente a um trabalho. Aplica-se também para restos de comidas votivas de oferecimento a Orixás ou entidades.

O que é "despacho"?

Oferenda feita a exu, enviando-o como mensageiro, aos Orixás. Aplica-se também este oferecimento a exu, para que as cerimônias a serem realizadas no terreiro não sejam perturbadas. Chama-se o padê de exu (farofa amarela-dendê-mel-cachaça) colocadas nas encruzilhadas, podendo ser também arriadas no mato, no rio, na cachoeira, no mar, no cemitério, de acordo com sua finalidade. Oferece-se também um despacho, com a finalidade de desmanchar trabalhos.

O que é obrigação com o Orixá?

Dia semanal, mensal ou anual, em que devem ser feitas determinadas oferendas aos Orixás ou entidades com objetos, comidas, bebidas, velas, charutos, etc.

O que é dono da cabeça ou dono do ori?

Orixá pessoal, protetor de cada indivíduo.

O que é um encosto?

Espírito de pessoa morta que se junta a uma pessoa viva, conscientemente ou não, prejudicando-a com suas vibrações negativas.

Que são espíritos obsessores?

Espíritos sem nenhum desenvolvimento espiritual, que se apossam de pessoas, dando-lhes idéias mórbidas, fazendo-as se sentirem doentes, prejudicando-as em todos os sentidos.

O que é falange?

Grupamento de seres espirituais que trabalham dentro de determinada corrente vibratória. A falange é a subdivisão de uma legião. Sete legiões formam uma linha.

O que é a firma?

Conta maior que as demais de uma guia, onde se faz o fechamento.

O que é firmeza?

O mesmo que segurança. Conjunto de objetos com força mística colocados em lugar determinado,  protegem um terreiro e constituem sua base espiritual.

O que é legião?

Exército de seres espirituais. Semelhantes às falanges. Sete falanges formam uma legião. São isentos da lei da reencarnação.

O que é uma linha?

Faixa vibratória dentro da grande corrente vibratória espiritual universal, correspondente a um elemento da natureza, representada e dominada por uma energia cósmica (Orixá).

Uma linha é formada por 7 legiões, uma legião por 7 falanges e as falanges são formadas por exércitos de seres espirituais.

O que é ló?

Ir ao ló é o mesmo que desincorporar, ir para o espaço, para o astral (referindo-se a Orixá ou entidade).

O que é o obi?

Fruto da palmeira africana, adaptada no Brasil. É comestível e perecível, sendo conservado em serragem úmida. Também chamado de nó de cola.

O que é ponto cantado?

Letra e melodia de cântico sagrado, diferente para cada Orixá ou entidade.

É uma prece evocativa, cantada, que tem por finalidade atrair os Orixás ou entidades espirituais, homenageá-las quando descem e despedi-las quando devem partir. Assim os pontos podem ser apenas de louvor, de abertura de trabalhos ou com finalidade mágico-rituais

durante determinadas cerimônias (bate-cabeça, defumação, encruza, etc). Há pontos de chamada (incorporação) e pontos de subida (desincorporação). Há pontos gerais para caboclos, pretos, exus, crianças, e há também os individuais, para cada entidade em

particular.

O que é o povo da encruza?

Legião ou conjunto de exus machos e fêmeas.

O que é o ponto riscado?

Desenho formado por um conjunto de sinais cabalísticos (mágicos) que riscado com pemba (giz) ajuda a chamá-lo (espírito) ao mundo terreno.Quando riscado pelo médium incorporado identifica o Orixá ou entidade que nele arriou.

Os desenhos, combinações de estrelas, corações, signos, cruzes, círculos, flechas, etc. dizem qual é a entidade.

O que é porteira?

Entrada principal, portão de entrada de um terreiro.

O que é tronqueira?

Local junto à entrada do terreiro onde se coloca oferendas e velas, bebidas, padês e flores para os compadres exus (macho ou fêmea).

O que é o povo do cemitério?

Legião ou conjunto de seres espirituais, comandados por exus, que dominam o cemitério, cujo chefe máximo é o Sr Omulu (Abaluaiê).

O que é roncó?

Quarto sagrado onde ficam os assentamentos dos Orixás e entidades. Ali também ficam os alguidares com as ervas pertinentes ao Orixá de cabeça de cada filho do terreiro. É alimentado pela mãe de santo ou pai de santo.

Lugar com entrada restrita. Só os que possuem hierarquia o freqüentam, salvo alguma necessidade de ordem de trabalho.

RÓ - mostrar o caminho

N - forma

KÓ - ensinar

O que é sabão da costa?

Sabão de origem africana, preto, usado para banho de iniciados, bem como para lavar os assentamentos de Orixás e entidades. Lava-se também com ele as guias.

O que significa saravá?

Saudação dos umbandistas significa "salve", de saudar.

SARAVA É UM MANTRA QUE DIVIDINDO-SE FORMA A PALAVRA

SA = FORÇA, SENHOR

RA = REINAR, MOVIMENTO

VA = NATUREZA, ENERGIA

FORÇA QUE MOVIMENTA A NATUREZA

O que é sincretismo?

Mistura de opiniões ou pensamentos diversos para formar um único. No caso de cultos afro-brasileiros é assimilação de um Orixá a um ou mais Santos Católicos.

O que é pano de cabeça?

Toalha branca que serve de base às oferendas do médium como também para bater a cabeça em seu terreiro, em saudação ao seu Orixá, e ao Orixá de seu dirigente na Umbanda. Contém energia das ervas de seu Orixá.

O que são quiumbas?

Espíritos atrasados. São os obsessores que se apossam dos humanos, dando-lhes idéias de doenças, suicídios, males, etc.

São ainda mistificadores, fazendo-se passar por espíritos elevados de caboclos, pretos. São geralmente vigiados e controlados por exus, por estarem em um último plano espiritual na hierarquia. Vagam num campo energético sem haver encontrado seu lugar. Utilizados para

realizações de malefícios. Só os ajudamos se os amamos. Passam pelo processo de exunização. Sim amigos, os tão controvertidos e tão mal explicados quiumbas estão sendo envolvidos pelo mistério natural Exu, que vão atraindo-os e redirecionando-os. 

O que vem a ser uma quizila?

Antipatia, repugnância pessoal de fazer determinadas coisas.

Imposição temporária ou definitiva de se fazer alguma coisa. Enfim proibição.

O que é trabalhar?

Ato do médium de Umbanda praticar qualquer ação ritual.

O que é um trabalho?

É o conjunto de atos realizados em rituais, pelos médiuns, geralmente em estado de incorporação, com finalidades diversas.

O que é um trabalho feito?

Na maioria das vezes, a força da palavra o está dizendo (feitiço).

O que é vidência?

Faculdade mediúnica de ver os espíritos e cenas vividas ou por viver. Há uma variedade muito grande dessa faculdade mediúnica, sendo raríssima a vidência perfeita.

O que é vibração?

Nas religiões africanas e as delas derivadas acredita-se que tudo vibra, tendo cada elemento sua vibração particular ou individual. Na Umbanda cada linha é a vibração de determinada divindade (Orixá) tendo a ela subordinados outros Orixás ou entidades agrupados em

legiões, formada por falanges, ambas dirigidas por um chefe, mais evoluído espiritualmente.

Os espíritos percebem as preces através da vibração do som (atrai espíritos). A luz da vela, as ervas, as comidas, os perfumes, as bebidas, as flores, cores, etc., têm sua vibração particular que produz efeito ao se propagar.

As vibrações dos seres e objetos produzem uma determinada luminosidade colorida chamada aura, que não é percebida aos olhos comuns. Os espíritos puros têm vibrações brancas, e os impuros negras havendo entre elas as mais diversas nuanças. Os trabalhos de magia agem através das vibrações dos elementos empregados.

O que é visagem?

Materialização incompleta de um espírito (aparição).

O que é vodu?

Nome genérico das divindades Jeje, correspondente a Orixá do nagô.

O que é catimbó?

Culto originado da pajelança, e ritual angola-congos, aliado a práticas de feitiçarias, de procedências variadas. Posteriormente sofreu a influência do espiritismo e catolicismo. Suas finalidades são a cura, os conselhos e os trabalhos de feitiçaria. Para o bem e para o mal. É praticado no nordeste e norte brasileiro.

Aos milhares de homens e mulheres infelizes que caíram vítimas dos dardos envenenados de sugestões sutis, sórdidas, destrutivas e enganosas.

Possamos nós com a Umbanda sagrada dos Orixás, tornar milhares de outros seres humanos imune a esta influência nociva, ou seja, o veneno mental.

O que é a cabala?

A cabala é a alma ou o espírito da tradição.

A cabala é a ciência que estuda a disciplina de um tratado filosófico/religioso que resume, através da simbologia, o sentido secreto e secular das forças da natureza através dos números, letras e sinais.

O que são as danças dos Orixás e entidades?

É o modo de cada filho dançar, quando incorporado. É uma das coisas que identifica a entidade. De um modo geral, Oxóssi e caboclos dançam imitando um caçador; Ogum imitando o movimento de luta com espadas; Oxumaré com movimentos ondulantes; Oxum, corpo vibrando para um lado e outro, braços dobrados no cotovelo, abrindo para os lados; Xangô, um braço subindo, dobrado no cotovelo, até a altura do ombro, enquanto o outro se desdobra e vai para baixo, alternadamente; Iansã, braços na altura dos ombros, estendidos para frente subindo e descendo alternadamente com movimentos tremidos nas mãos;Omulu, curvado, com movimentos lentos;Almas, braço direito esticado para o alto, punhos fechados com o dedo indicador apontando; Ibeji, braços dobrando alternadamente, levantando a mão

com os dedos fechados e o indicador estendido, corpo virado para um lado e outro;Preto Velho, curvados, apoiando a mão sobre os joelhos, as pernas flexionadas; Exus fazem movimentos rápidos e descontrolados, enquanto as fêmeas Exus dançam dengosamente,

segurando a saia.

O que é engira ou gira?

Engira ou gira tem o mesmo significado.

Cerimônia ritual, com cânticos e danças, geralmente girando em círculo (ou não). Termo de influência Angolana-Congo = "njilá"

O que é jogar o "Obi"?.

Adquirir resposta positiva ou negativa através das nozes de kola (Obi), partidas em quatro partes, tendo nas caídas as seguintes respostas: uma com a parte interna para cima, a resposta é desfavorável. Duas com a parte interna para cima, a resposta é favorável. Três com a parte interna para cima, a resposta é negativa. Quatro com a parte interna para cima, a resposta é

positiva.

O que são os peles vermelhas?

Legião formada pelas diversas falanges de entidades americanas da linha de Oxóssi, chefiada pelo Sr. Águia Branca.

Quem foi São Jorge?

Nasceu na Capadólia, Ásia, no fim do terceiro século, foi educado na Palestina, centurião do exército romano, com muito prestígio junto ao imperador Diocleciano. Foi decapitado em 23/04/303.

São Jorge, o servo da luz que o catolicismo cultua, e na Umbanda devido ao sincretismo é Ogum, é um Sehi-Lach-Mê-Yê incorporado no ciclo reencarnatório pelo sagrado Sr. Ogum-Yê, para servi-lo no plano material. Naquela encarnação, onde serviu ao mensageiro do

amor e da fé, ele conquistou o grau de santo por suas ações humanas.

Nos cantos de Ogum-Yê, São Jorge é invocado como protetor guerreiro.

Ele manifesta, com toda força, o mistério Ogum-Yê no ritual de Umbanda sagrada, pois Jorge guerreiro é um Mehi, um guardião da lei, que se tornou um mistério em si mesmo, ou os que deploram o sincretismo religioso, acham que o divino Ogum-Yê iria admitir que o identificassem através de alguém, não afim com sua essência divina?

Jorge guerreiro traz em sua sagrada lança, as 77 cores do sagrado arco-íris da lei e da vida, pois foi na encarnação que defendeu o cristianismo, que completou seu ciclo reencarnatório e foi reassentado em um trono celestial, de onde atende aos pedidos dos espíritos afins com ele, encarnados ou não.

Acreditem e conservem o respeito de santos ou santas, pois eles são Hesi-Yê, e o são em qualquer religião.Exu (a vista do meu ponto).

Não anda na luz, continua um personagem soturno, durão, meio amoral e sem nenhum compromisso com o politicamente correto.

É um velho herói ou um guerreiro, às vezes, aposentado, fora de circulação, às vezes, completamente esquecido nas entranhas de seu ponto de força, nas trevas.

Sim, ele é um cavaleiro das trevas, e, de repente, é obrigado a voltar à ativa, em um mundo dominado pela violência. Muitas vezes querem se passar por ele (inventam-lhe auréolas de anjos)... Só falta querer que brilhe...

Mas nosso cavaleiro ou guerreiro é um personagem durão e obcecado no combate ao crime (energético), sem, é claro, aquelas barreiras éticas.

Não lhe deram forma, mas ele é o cavaleiro das trevas com muito conteúdo, e revoluciona a trajetória de quem cruza seu caminho, sem barreiras.

Desde que ele apareceu, o mundo não é mais o mesmo.

O resultado foi demolidor e fascinante. Ao lado de um ritmo vertiginoso, o uso de sua silhueta ofereceu um visual muito mais sombrio do que é, violento e mal humorado que, às vezes, é mal utilizado. O cavaleiro não tem frescuras e não se alinha com certezas, não tem parceiros e foge de agentes repugnantes. Muitos o imaginam herói e não o admitem a ranger os dentes.

Com nosso cavaleiro tudo pode acontecer, sua trajetória tem sido sempre marcada pela independência, sem pouca interferência, pois é um cavaleiro mágico.

Não tem medo de parecer louco, não passa pelo tempo tentando representar papéis, muito menos papéis que escolheram para ele. Diz e fala em voz alta, muitas vezes, falando com ele mesmo, mas com certeza conversa muito com seu fictício coração.

Sua loucura, muitas vezes, é um disfarce, ousa buscar informações e consegue recebê-las.

Tem medo, já traiu e já mentiu, e também já perdeu a fé no futuro.

Um cavaleiro das trevas também trilha caminhos que não era dele, e já sofreu por coisas pequenas e sem importância.

Muitas vezes disse sim, quando deveria dizer não, e também já feriu a quem muito amava. Mas, nem por isso deixou de ser cavaleiro, o cavaleiro em busca da luz. Isto porque, em seu caminho, inclui o respeito por tudo que é pequeno e sutil. Conhece sempre o momento de

tomar atitudes necessárias mesmo que com sua espada, sua capa, seu capuz, já tenha atuado diversas vezes, sempre prestará atenção na maneira de como usá-los novamente.

Ele aprendeu que quando o aprendiz está consciente de suas necessidades, termina sendo mais inteligente que o sábio distraído.

Um cavaleiro das trevas acumula amor, pois isto significa sorte, acumular ódio significa calamidade.

Aprendeu a conhecer e reconhecer a porta dos problemas, pois quando termina algo, deixando-a aberta, esta canaliza energias para que as tragédias surjam.

Ele sabe que combate nada tem a ver com briga.

Por isto, nosso cavaleiro das trevas é o nosso cavaleiro da luz, e, nunca esqueça que um cavaleiro das trevas reflete o íntimo de seu médium, pois é especular. Ele pode dançar nas encruzilhadas enquanto caminha para o seu trabalho, pode olhar nos olhos de um desconhecido e falar de amor à primeira vista, defende idéias que podem parecer ridículas, mas são nelas que o mesmo acredita.

Vive um dia diferente do outro, não teme o choro e nem o riso.

Quando percebe que está no limite de sua resistência, sai do combate, sem culpar-se por ter feito uma ou duas loucuras inesperadas.

Esta é à vista do meu ponto, sobre o grande cavaleiro das trevas, que na verdade é o que de melhor a lei maior nos deu para o combate do mal. Ribas Omulubá de Ogum 39°

O que é a prece?

É uma invocação por meio do qual colocamos nosso pensamento em relação ao ente e entidade a que nos dirigimos.

O que é uma oferenda?

É um ato livre, que qualquer pessoa pode fazer, desde que tenha conhecimento do que poderá oferecer à entidade.

Por que bater com as pontas dos dedos no chão formando um triângulo?

Saudando, homenageando preto, caboclos e crianças e pedindo licença ao local.

Coisa muito séria, requerendo atenção de quem os toma. Cada um deles traz o seu magnetismo, de modo que ao tomá-lo, elimina forças negativas agregadas ao seu corpo etérico.

Como sabemos, quando em uma gira de esquerda, é um exu fêmea ou exu

macho?

Diz a lenda, que se a entidade riscar seu ponto, há algumas diferenças. Uma delas é quanto ao tridente riscado. Há dois tipos. Ps.: O tridente do macho é forma quadrada e o trintente fêmea é em forma arredondada.

O que é um Ibeji?

São giras das vibrações infantis (crianças). A exteriorização da mediunidade é apresentada nesta gira sempre em atitudes infantis e molecas. Devemos ter em mente, que todos já fomos crianças, tanto os humildes como os ricos, os intelectuais, os de pouco conhecimento,

os sábios e os ignorantes. Existindo falanges de caboclos, pretos, é óbvio que também haja falange de crianças. O fato, entretanto, é que uma gira de criança não deve ser interpretada como uma diversão, embora normalmente seja realizada em dias festivos, e, às vezes, não

conseguimos conter os risos diante das palavras e atitudes que as crianças tomam. Esta falange, estando em constante trabalho de descarga fluídica, afastando os espíritos malignos, é uma das poucas falanges que consegue dominar a magia.

Embora brinquem, dancem e cantem, exigem respeito, pois atrás dessa vibração infantil, se escondem espíritos de extraordinário conhecimento.

São chamados também de erês (nome dado pelos nagôs aos Orixás-meninos).

O que é um Doum?

Este personagem material e espiritual surgiu nos cultos afros pela seguinte razão: -quando uma macamba (denominação da mulher na seita cabula) dava luz a gêmeos, caso houvesse no primeiro parto o nascimento de outro menino, era este considerado como Doum, que veio

ao mundo para fazer companhia a seus irmãos gêmeos. Caso viesse à luz duas meninas gêmeas, recebiam o nome de Liana e Damiana, e se nascesse outra menina a seguir, a esta criança davam e dão o nome de Damiana.

A sincretização dos dois-dois com os santos católicos que foram gêmeos e médicos têm sua razão na semelhança das imagens e missões idênticas com os erês da África, mas como faltava Doum colocaram-no junto a suas irmãs, com seus pequenos bastões de paus, obedecendo a semelhança dos santos católicos, formando assim a trindade de irmanação.

Católicos = Cosme e Damião

Umbanda = Cosme - Doum - Damião

O que significa Quimbanda (Kimbanda)?

Significa sacerdote de culto, feiticeiro.

A Quimbanda é uma religião semelhante a Umbanda, e não uma linha de Umbanda. A diferença entre Umbanda e Quimbanda são flagrantes. A Quimbanda segue dois caminhos, a Quimbanda executa rituais de sacrifícios; na Quimbanda, embora se trabalhe com caboclos e pretos, se executam mais rituais de exus.

A Quimbanda geralmente tem cultos reservados somente a iniciados. As sete linhas da Quimbanda são completamente diferentes da Umbanda.Vejamos a equiparação:

Nº QUIMBANDA UMBANDA

1 Linhas das Almas (Omulu) Linha Oxalá

2 Linha dos Caveiras (João Caveira) Linha Yemanjá

3 Linha de Nagô (Gererê) Linha Oxum

4 Linha de Malgi (Exu Rei) Linha Ogum

5 Linha de Mossurubi (Caminoá) Linha Oxóssi

6 Linha dos Quimbandeiros (Pantera) Linha Xangô

7 Linha Mista (Exu Campinas) Linha Iansã

O que é um Ebó?

Oferenda especial a exu, pedindo o bem ou o mal, ou agradando. Colocada normalmente em encruzilhada, podendo ser arriada também no mato, no rio, no mar, etc., de acordo com a entidade. Conhecida como oferenda com finalidade maléfica, feitiçaria.

O que é um Padê?

Ritual propicitário com oferendas a exu, realizado antes de início de toda cerimônia pública ou privada dos cultos Afro-brasileiros.

Também despacho de exu. Sua finalidade é pedir ao mensageiro (exu) que proteja a cerimônia a se realizar, vá levar as oferendas e encontrar os Orixás, para chamá-los.

Consta o seguinte: no terreiro há inovações a exu, com cantos e danças ao redor de uma vasilha de barro com a farofa (farinha amarela com dendê), a mais comum é com uma quartinha com cachaça e uma vela acesa.

A farofa (padê) bem como a quartinha com cachaça e a vela, são levados após os cânticos para a casa do exu da casa, ou para a porta principal (acesso à rua) do terreiro, solicitando a exu que afaste os obsessores do terreiro e fique de guarda para a proteção necessária, também aos que ali se encontram.

O que é uma hierarquia no terreiro?

Há três tipos de hierarquia:

1- hierarquia espiritual

2- hierarquia material

3- hierarquia de trabalhos

Na espiritual é uma ordem de superioridade das divindades (Orixás) ou entidades (caboclos, pretos, crianças, exus) de acordo com o grau de elevação espiritual atingido no plano astral.

Assim temos:

1- Zambi

2- Oxalá e os demais Orixás (não incorporam)

3- Caboclos e pretos

4- Crianças

5- Boiadeiros

6- Exu

7-Quiumbas (obsessores e mistificadores)

Na material há, em geral, uma sociedade com presidente, secretário, tesoureiro e sócios que, às vezes, são representados na diretoria, por um conselho de sócios. Esta hierarquia segue a ordem acima especificada, entretanto, todo o assunto é sujeito a votação.

Na hierarquia de trabalho (gira), embora variem um pouco, de modo geral as denominações e cargos são:

*Divindades

*Caboclos

*Pretos

*Crianças

*Exu

No comando, pai ou mãe de santo, pai e mãe pequena, ogans e médiuns.

O que é a hora grande ou hora maior?

É a meia noite, entretanto compreende o período de 23:30hs a 00:30hs.

Quem é São Miguel?

A Lei de Umbanda o considera um dos sete espíritos assistentes do trono altíssimo, sendo, portanto, um dos grandes príncipes de Aruanda e ministro de Zambi.

É a entidade incumbida pelo chefe supremo da direção, da proteção e encaminhamento de todos os espíritos, quer encarnados, quer desencarnados que transitam no cosmo universal. Na Umbanda comanda a linha das almas (7ª linha), integrada pela vibração de Omulu, constituída de suas legiões.

Diz a lenda que teve a incumbência de orientar e dirigir a luta dos anjos bons contra Lúcifer (o Sr. da ilusão- ou - inverso).

São Miguel combate todas as influências negativas. Representado por um anjo de grandes asas, vestido em belíssima armadura, trazendo em sua mão direita uma espada flamejante, e esmaga com sua poderosa força espiritual a cabeça de trevosos. Na mão esquerda a balança,

cuja finalidade é pesar as almas, em sua evolução espiritual, determinando aquelas que deverão galgar melhor posição, promovendo-as. No ritual de Umbanda, quando existem demandas espirituais entre espíritos bons e maus, os pontos de São Miguel são cantados para que a proteção desta entidade e sua força espiritual intervenham em benefício da justiça e do direito, aplicado assim o fim a que se destina, propriamente, sua balança.

Ponto de Ogum na irradiação de São Miguel:

Olha Ogum está de ronda

Quem está chamando é São Miguel

Réu, réu, réu, na gira de Umbanda.

Quem está chamando é São Miguel

Como é o dia de finados para a Umbanda?

Para o umbandista o dia chamado Finados, deveria chamar "o dia da saudade", pois não existem finados na nossa doutrina, em virtude de crermos na sobrevivência do espírito. Entretanto, esta expressão já está no domínio popular em nosso país há muito tempo.

Na Umbanda respeitamos os sentimentos sagrados de cada um.

Os espíritos não esperam a visita de parentes e amigos junto às suas catacumbas, em que estão seus restos mortais, supondo-se que aquelas que não são visitadas, seus espíritos fiquem tristes. Nada disso. De acordo com um costume africano, a sepultura tem sete palmos de profundidade abaixo da superfície da terra, ficando a matéria em decomposição durante sete anos, quando então são desenterrados os restos mortais, os quais são queimados e as cinzas são jogadas ao vento.

Crê-se que durante sete anos o espíritos velem os restos mortais da matéria que lhe pertenceu, seja onde for, e depois destes sete anos, conforme seu adiantamento espiritual, caso se encontrem ainda os ossos da matéria em algum lugar, costumam no dia de finados, ou em

outro qualquer, visitar o local onde conservam os últimos vestígios de sua última matéria.

Assim os médiuns, ao visitar um cemitério recebem grande carga fluídica, por servir de imã aos espíritos que ali se encontram ou vagam, precisando fazer uma limpeza de corpo, ao regressar.

O que significa as roupagens-fluídicas com que os espíritos se apresentam? Ou seja, a tríade, criança-caboclo-preto velho?

CRIANÇA: o princípio do nascer, ou a pureza que nega o vício, o egoísmo e a ambição.

CABOCLO: o meio, ou a plenitude da força, que representa a simplicidade - que é o oposto da vaidade, do luxo e da ostentação.

PRETO-VELHO: a velhice ou descanso, que representa a humildade, que encerra os princípios do amor, do sacrifício e da paciência, ou seja, a negação do poder temporal.

O que é a Umbanda como religião?

Umbanda é coisa séria, para gente séria. Religião criada no Brasil, não pode ser dividida. Deve ser tratada com carinho, amor, seriedade e estudo, sobretudo com renovação de caráter dos que a professam para que a mesma possa espelhar a grandeza de sua doutrina.

A Umbanda é desmerecida com o tratamento que lhe dispensam boa parte dos terreiros, onde se vê mais interesses cúpidos do que magias;

mais deslealdade do que autenticidade; mais personalismo do que espiritualismo. É um quadro melancólico.

Os raios filtrados através de uma vidraça colorida não dizem da natureza do sol.   

Também a Umbanda que está por aí não espelha sua magnitude. São arremedos, nuances, propósitos, insultos, fantasias, infantilismo, e, graças ao nosso Zambi, em raros terreiros, uma quase genuína manifestação do que seja Umbanda única. Portanto, afirmo que Umbanda

é produto de evolução espiritual ou religiosa. Suas origens estão contidas nas filosofias orientais, fonte inicial de todos os cultos do mundo civilizado, que implantada em nossa terra, reuniu-se às praticas dos conceitos e crenças do índio, branco e negro.

A raiz mais antiga do registro do vocábulo Umbanda encontra-se nos Upanishads, textos sagrados da Índia. Significa: Deus ao nosso lado / O lado de Deus.

Então devemos considerar que a Umbanda surgiu sobre o amálgama das crenças negras e nativas, com o Cristianismo.

O que é um guia?

Espírito que alcançou a devida luz para prestar caridade e que procura, na maioria das vezes, um médium de princípios morais elevados, para que possa, por intermédio desse, cumprir sua missão.

Qual a origem dos Orixás?

Para se entender o culto aos Orixás, é necessário entender o significado da própria palavra Orixá.

Segundo lendas africanas contadas pelas nações Yorubá, Nagô, Kêtu, Bantu e Angola, Orixá é a força da natureza divinizada. São seres que vieram de Orumpara, o espaço sagrado da terra, com o objetivo de prepará-la para os humanos.

Na época, seu corpo era físico, e, por algum tempo, viveram entre os homens e depois voltaram para Orum, deixando instruções de como deveriam ser cultuados futuramente.

Quando aqui chegaram a terra virgem lhes deu muito trabalho, inclusive de preparar o ar com vegetações, para que fosse possível a sobrevivência humana.

A palavra Orixá no Brasil é utilizada, para designar qualquer divindade Yorubá.

Na África existem mais de 200 Orixás, contudo, na vinda dos escravos para o Brasil, grande parte dessa cultura se perdeu.

Atualmente o número de Orixás populares no país de reduz a dezesseis, sendo apenas 12 os mais cultuados – Obá, Logum Edé, Ossain, raramente se manifestam nas festas e rituais, o culto a esses Orixás ainda estão em ascensão.

Suas histórias são fascinantes, com muitos registros em diversas nações diferentes. Realmente são seres encantados. 

Quais são os sete corpos áuricos?

Corpo Etéreo = matéria física dos tecidos. Energia dos órgãos.

Corpo Emocional = sentimentos constituídos de nuvens coloridas em movimento.

Corpo Mental = pensamentos e processos mentais (contém as estruturas de nossas idéias).

Corpo Ketérico = campo energético a qual cresce o corpo físico. Contém as formas padronizadas da reencarnação.

Corpo Celestial = nível emocional do plano superior, aí experimentamos o êxtase espiritual, identificação com Deus.

Corpo Causal = contém a impressão de vidas passadas e todos corpos áuricos associados à encarnação atual do indivíduo, protegendo-os ou mantendo-os unidos. É o nível mais forte através do qual podemos acionar a energia serpentina.

Corpo Astral =

O que é a KUNDALINE?

É considerada uma energia que, em geral está adormecida na base da espinha, quando despertada, essa energia se eleva lentamente pelo canal espinhal na direção do topo da cabeça. Isso pode marcar o inicio de um processo de iluminação.

Em sua subida, Kundaline faz o sistema nervoso central livrar-se da tensão. Os pontos de tensão geralmente provocam dor durante a meditação. Quando encontra estes blocos de tensão, a Kundaline começa a agir por vontade própria, passando por vários blocos de

tensão. A Kundaline se difunde em sua jornada. Quando termina o percurso volta a se encontrar na cabeça. Ao remover os blocos de tensão ela vai despertando a consciência. Logo, este processo pode ser considerado de purificação ou de equilibração. É um processo sutil e complexo. O mais notável é o fato de observarmos e, de várias posições, que esta energia se eleva dos pés e das pernas, pelas costas pela espinha e chega à cabeça, mas então desce pelo

rosto, passando pela garganta para terminar no abdômen (3º chakra – plexo solar) chamada, por isto, energia serpentina.

Qual a finalidade da Umbanda?

A finalidade da Umbanda não é só combater os quiumbas ou desmanchar trabalhos de baixa-magia, mas sim de ser uma escola de restauração do indivíduo, na sociedade e no mundo. Necessitamos mudar o modo de pensar, sentir, agir. Precisamos entender que se a baixa-magia e os quiumbas existem é porque encontram nos atos dos homens consolidação

e concretização de seus desejos pela lei de afinidade, sintonia vibracional ou simbiose espiritual.

O que é grau consciencial?

Primeiro perceber que há numerosíssimos graus de entendimento ou alcance espiritual em nossos milhares de terreiros, e, há também para cada um deles um culto ou ritual que mais lhe fale a alma.

Com isto chegamos à conclusão que as várias religiões ou sistemas filo-religiosos são adaptadores aos graus conscienciais. Esta é mais uma universalidade do movimento umbandista.

Como surgiu a mediunidade?

Remontemos um passado longínquo por hora desconhecido da ciência oficial. A maioria dos indivíduos da raça lemuriana possuía os sete sentidos, o mesmo acontecendo em certo período da raça atlante. Fica óbvio que se possuíam os sete sentidos, não havia a necessidade de

mediadores (médium) entre as duas dimensões, isto é, a do plano astral e a do plano físico. Foi, portanto, com a interdição da comunicação natural entre as duas dimensões, que através da misericórdia divina surgiram os primeiros médiuns. Os que não eram intermediários, ou seja, não eram médiuns, tinham em suas organizações astrais e físicas uma barreira dimensional que ocasionou a atrofia dos dois sentidos superiores, acarretando a interdição ao acesso da memória plena de outras vidas etc...

Os primeiros médiuns tinham suas telas mentais e etéreas afrouxadas no chakra cervical. Alteravam também o porte físico, a postura dos médiuns, pois atuavam nos chakras intermediários. Também curvavam seus médiuns ligeiramente, pois o chakra anulado era o Genésio e o básico. Após este enfoque, esperamos ter demonstrado por que se diz que a Umbanda, é cósmica, não só em seus princípios, mas naqueles que a preconizam, isto é, os mentores espirituais da Umbanda.

O que vem a ser um mentor espiritual?

Independente do grau hierárquico, seguindo os processos kármicos, é um título outorgado a quem tenha prestado relevantes serviços ao planeta a aos seus semelhantes, sendo, pois, um ser espiritual de transcendental experiência nas cides planetárias, tanto no plano astral como no físico.   

Por que afirmam que a Umbanda é brasileira?

Afirma-se que ela é brasileira por que ela é universal, pois temos o Brasil como a primeira porção de Terra a emergir do pélago universal e onde surgiu a principal humanidade, expressa como religião, a qual surgiu com o Tronco Tupy.

Foi aqui no Brasil também que teve início a sua deturpação, portanto, nada mais justo que se reinicie por aqui.

Atualmente temos no solo astral brasileiro amostras fidedignas da sociedade planetária, pois todos os povos, todas as correntes espirituais aqui se congraçam. É o Brasil segundo o contexto astral planetário o centro diretivo, a capital espiritual do planeta.

Só para pensar: Como seria a Umbanda na Suíça, na Dinamarca, ou pasmem, no Japão? Como no Japão baixariam índios brasileiros, negros escravos, baianos, boiadeiros, que são próprios do misticismo crenças e crendices de certas regiões do Brasil? (no Japão há o

sintoismo que é o movimento umbandistico de lá). Há de se fazer adaptação, segundo a mística vivente em cada povo, em cada país ou raça, movimento umbandista é um adaptador consciencial, elevando o grau de entendimento do seus seguidores. Lentamente alça-os do

regional, ao universal. É necessário ter paciência, serenidade, que no momento exato, a Umbanda estará fazendo a grande catarse, a restauração, o resgate.

O que é iniciação?

É uma necessidade, um valor espiritual, que resgatará o homem, resgatando a tradição. Mas o que é um valor? É uma não indiferença de alguma coisa relativa a um sujeito. É algo que promove uma qualidade ou possibilidade de satisfazê-lo. O valor cresce na medida

que acontece a necessidade da pessoa. Embora o valor seja uma necessidade, esta varia de individuo para individuo, prova do grau consciencial de cada um. Nunca podemos afirmar que algo não tem valor a alguém, pois está na dependência direta da percepção, inteligência ou grau consciencial. Em ultima instância, a iniciação é à busca da realidade, a busca do ser espiritual, só a realidade conduz à iniciação e a recíproca é verdadeira, eu encontro-me comigo mesmo, ou seja, o ser espiritual. A iniciação visa, em graus superiores, fazer com que o karma individual, grupal, coletivo e planetário, mesmo estando em níveis e patamares diferentes, estejam no mesmo sentido.

Existe alguma ligação dos Orixás, já que são cósmicos, com os planetas?

No planeta Terra a tradição cósmica (Umbanda) é velada pelos 7 espíritos planetários, os quais se responsabilizam pela ideação e formação planetária.

Os espíritos planetários, que a raça vermelha denominou Orixás, são os Senhores da Luz, na verdade, são guardiões da luz planetária, que recebem-nos dos dirigentes do sistema solar.  Os 7 espíritos planetários que velam pelos destinos e evolução do planeta são oriundos de outros planetas do próprio sistema solar relativo ao planeta Terra, e, nunca encarnaram no plano físico-denso. Assim temos representantes dos planetas: Marte, Júpiter, Saturno, Vênus,

Urano, Netuno. Estes planetas são pontes vibracionais que se relacionam com os Orixás:

Oxalá – Urano (Sol)

Yemanjá – Netuno (Lua)

Yori – Mercúrio

Xangô – Júpiter

Ogum - Marte

Oxóssi – Vênus

Yorimá – Saturno

Por isso observar alinhamento de planetas, e, por conseguinte, perceber o que se passa com a nossa querida Terra.

OBS: o planeta Plutão, o mais distante do sol, por analogia, pode ser relacionado diretamente com os Exus indiferenciados, que também nunca encarnaram no planeta. É o caso especifico de Orixás como:

Alaxirô, Nugó, Issoxô, Ognax, Amiroy, Yroi e Aynamei que compõem a coroa de defesa planetária. A lógica é evidente, pois, Urano, Netuno, Plutão, seriam respectivamente: o pai (Oxalá), a mãe (Yemanjá) e o filho ou 3º elemento (Exu).

A terra estaria sob o comando de todos os planetas, sendo assim, o planeta das almas. É claro chegaremos a uma óbvia conclusão: o grau consciencial dos seres espirituais do planeta Terra é extremamente baixo, por conseqüência, o karma do planeta é essencialmente probatório e a lei karmica existe porque o eu inferior é diferente do eu superior.

Como é, e por que a gira de crianças?     

Para melhor compreensão do tema, devemos ter ciência, que toda entidade vinculada com a corrente de Umbanda, é altamente gabaritada para auxiliar teus irmãos de retaguarda, sejam os seres espirituais no plano astral ou carnal.

Portanto, devemos repensar sobre o conceito que temos sobre entidades que vestem a roupagem fluídica ou mística de crianças.

Todo ser espiritual, quando desencarna, em geral, continua no plano astral, usando a vestimenta de sua última personalidade terrena, todavia na dependência de seu grau consciencial, pode usar a vestimenta-personalidade que melhor lhe aprouver.

Após isto, poderemos entender como estas portentosas e não menos luminosas entidades, se adaptam quando vêm ver seus filhos de fé, em plena crosta terrestre. Assim apresentam-se como crianças, para auxiliar as crianças espirituais que somos, para não ferir nossos

pequenos graus conscienciais.

São mentores superiores, que têm a mercê de serem veículos de pureza espiritual. Atuam no emotivo dos filhos. Incrementam-lhes os germens do puro e verdadeiro amor universal, mesmo que para isto se mimetizem em crianças recém desencarnadas. Estão sob aupcios de

YORI – a potência reinante na luz, atuam nos médiuns alterando-lhes sensivelmente suas vozes, não de forma aberrante, pois são senhores do verbo, de toda doutrina mântrica como já vimos no triângulo.

Seu verbo puro interfere efetivamente no campo emocional (organismo astral) dos consulentes, subtraindo-lhes a inconstância, a labilidade emotiva, a falta de serenidade e paz interior. Através de sua forma peculiar, incrementa-lhes o bom ânimo, a serenidade e a

paz interior, tudo feito de forma suave, temperada com muita alegria, trazendo ao consulente verdadeira felicidade.

Atuam no sentimento, no amor, que, às vezes, encontram-se eclipsado, mas que eles com muita propriedade sabem como lhes mudar a freqüência, substituindo-a por de maior potencial. Procuram minimizar ou neutralizar os focos originais mórbidos que no

organismo se consolidam em doenças.

Podem dar consultas profundas e procuram atuar também nos seus comparsas, nas suas companhias de ordem astral que podem estar lhes vampirizando.

São devidos aos seus profundos dotes no amor universal, magos brancos, capaz de neutralizar a magia negra e suas deletérias vibrações que muitas vezes acompanham os filhos de fé. Após isto peçamos que as crianças nos abençoem e fortaleçam nosso coração para o bem e para luz.

O que é a gira de caboclos?

Caboclos, o meio – (a juventude – maturidade) independente de serem entidades autênticas ou não, os caboclos, nos primeiros graus de hierarquia, apresentam-se como índios ou mestiços (devido à miscigenação racial).

Geralmente apresentam-se como seres da pura raça vermelha que em nada se parece com os indígenas atuais do Brasil ou de qualquer lugar do planeta.

Geralmente são chefes de legião, são verdadeiros mediadores divinos, que em setores filo-religiosos são denominados anjos, arcanjos, avatares, kirmakaias, etc.

Os chefes de falanges e chefes de sub-falange foram grande condutores, patriarcas da raça vermelha, mas que estruturaram por cima, a futura raça. Também se apresentam com vestimentas sutilíssimas dos primeiros vermelhos da Lemuria ou Atlântida.

Depois disto, poderemos entender melhor a processo de adaptação dessas entidades, por estes terreiros do Brasil afora.

Sim, apresentam-se como caboclos, como aborígines e mesmo seus sub-planos que realmente guardam avestimenta de índios brasileiros.

Independente da vibração a qual pertencem os caboclos são de Oxalá, Oxóssi, Ogum, Xangô e Yemanjá, e são veículos da fortaleza esimplicidade.

Quanto à atuação mediúnica, alteram sensivelmente o porte, a postura física de seus veículos, mas nunca prejudicam a estética, jamais descambando para anomalias.

Ao contrário, se apresentam sempre de forma positiva e dão um brado ou silvo sóbrios, que são verdadeiros apelos ocultos, secretos que movimentam sucessivas energias e clichês vibracionais dos reinos da natureza, dos elementares superiores.

São mestres da lei de pemba, e na postura física, que ora alteram para esta ou aquela forma, tudo visando o equilíbrio vibracional de seus médiuns, e mesmo dos consulentes, através da doutrina yântrica.

Suas palavras ou posturas interferem preferencialmente sobre a aura do consulente ubtraindo-lhes a falta de integração que os leva à inércia, à inação. Subtraem-lhes tais mazelas, sem falar de larvas, pré-vírus, pré-bactérias, e outros elementos etéreos que, se não forem neutralizados, produzirão distúrbios seríssimos na economia orgânica, provocando o surgimento de doenças vazias.

Dinamizam omagnetismo, os processos da ação inteligente, elevando-os a patamares de atividade e coragem necessárias para enfrentar os embates da própria vida.

Suas consultas sempre são certeiras, trazendo tranqüilidade e confiança aos que os ouvem nas consultas, neutralizam o aparecimento de doenças, ou mesmo curam, quando podem, moléstias do sistema nervoso central, digestivo, cardíaco, funcionais, ansiedades várias,

e, distúrbios da condução, seja sanguínea, linfática ou elétrica/magnética.

É importante a atuação deles nas obsessões ou nas companhias astrais negativas adquiridas. Fazem verdadeiras terapias nos planos visível (dos encarnados) e invisível (desencarnados).

Seus raios poderosos invadem terreiros, seus médiuns, e assistentes, potencializando-os, fortalecendo-os, auxiliando-os na árdua tarefa de combate a inércia, as sombras da preguiça, do desânimo e da destruição. Saravá a todos os Caboclos, senhores da fortaleza e da simplicidade.

Como é a gira de Preto-Velho?

Antes de falarmos de pretos, queremos reafirmar que o espírito sopra onde quer, isto quer dizer que entidades espirituais de Umbanda já encarnaram em todas as raças raízes, sendo, portanto, espíritos com vasta experiência em todas. Todavia, por injunções kármicas ou para

melhor serem aceitos, se radicam nesta ou naquelaforma de apresentação.       

Com os pretos velhos, vamos encontrar, por dentro dos graus, seres espirituais que tiveram tarefas importantes em suas raças originais.

Assim teremos, pretos da raça vermelha, pretos da raça negra, pretos da raça amarela e pretos da raça branca, mas que no processo de adaptação por dentro do movimento umbandista da atualidade, usam a vestimenta preto velho.

Seus sub planos, realmente foram escravos, não somente na raça negra, mas em todas, em várias épocas, nos diversos locais do planeta. A maioria também guarda sua última vestimenta, que foi como um ser da raça negra, em plena escravatura no Brasil.

As entidades espirituais de Yorimá, no grau de guias, são seres fantásticos no astral superior. Usam a vestimenta que melhor lhe aprouver e incorporam quando encontram ambiente próprio e médium ajustado, moral e afinizado vibratoriamente com a sua corrente. Os

emissários de Yorimá são veículos da sabedoria e humildade, próprio de quem já alcançou o domínio de si mesmo. Atuam com maior intensidade no organismo mental, o qual é o centro da vontade, da inteligência, do intelecto. Fazem uma verdadeira atuação neste organismo, proporcionando maior lucidez na elaboração das idéias concretas e abstratas, atuando em porções superiores e inferiores.

Quando da atuação mediúnica, alteram o porte de seus médiuns, fazendo-os curvarem e trabalhando sentados. Jamais tomam posições grotescas. Profundos conhecedores e manipuladores da alta magia, onde são ímpares seus desempenhos, são assim, conhecedores

pormenores, em causas da doutrina tântrica.

Preto velho é a lei – A palavra reinante da lei. Seus pontos cantados são verdadeiras preces e possuem mantras poderosíssimos.

Seus mantras adaptam-se a Yantras e a corrente tântrica que vem via Kundaline, que ativa vigorosamente todo o complexo dos núcleos de forças (chakras) trazendo apureza e asabedoria. Sua consultas são profundas, sérias em suas conclusões, trazendo alívio e confiança aos que os ouvem. Podem ou não usar o elemento ígneo eólico em forma de cachimbos ou palheiros, como se utilizam de voláteis, líquidos ou erva que têm poderosos influxos de radiação, neutralizadores de cargas negativas, larvas mentais, vírus e bactérias, que têm como substrato, matéria mental anômala pesada e irrefletiva.

As ervas mais usadas são: arruda, guiné, folha de bananeira, ramos de café, estas ervas podem atuar neutralizando doenças mentais de difícil diagnóstico e cura, como doenças infecto–contagiosas e todas as oriundas de anomalias renais (nefrites – nefroses – tumores), prostáticas e útero ovarianas (miomas-cistos etc).

Não podemos deixar de citar também as suas atuações nas obsessões e até  mesmo, possessões. São mestres da sabedoria, sabendo usar não apenas as palavras, mas persuadem através de fortes imagens e da inquebrantável paciência e amor enobrecido, anulam os trabalhos mais implicados e bem elaborados por poderosos magos das sombras e das

trevas, não só no plano físico, mas principalmente na origem, no plano astral. Atuam no raio lilás.

Seus raios poderosos influenciam todos os terreiros, seus médiuns e seus consulentes que, na dependência da simplicidade e sintonia, os captam mais ou menos. Esses raios combatem a luxúria, as indecisões, os atos criminosos etc. Só nos bastidores de um terreiro para

explicar todas essas nuanças.

No término, nosso saravá a Zambi, pela benção de permitir em nossa jornada, rumo à luz e à sabedoria, a benção de um preto velho.

Enquanto no planeta Terra não predominar o reino da paz e do amor, que prevaleça a justiça...  portanto!

O que é um Ogan?

Guarda – Selecionado por Orixás ou entidades. Normalmente não entra em transe vibratório, mas age como auxiliar em rituais. Na maioria das vezes, não necessariamente, é cargo exercido por homens, como por exemplo: O tocador de atabaque é um Ogan.

Quem é Oxumaré?

Orixá do arco-íris, encarregado de suprir orum, com água. No Brasil é considerado um Orixá hermafrodita, porém na Nigéria é cultuado como Orixá masculino.

O que é Orum?

Orum é um espaço sagrado (céu).

O que é Pachorô?

É o cetro de Orixá. O símbolo que ele traz na mão, simbolizando o elo entre o céu e a terra.

O que é um exu?

Exu é um mistério da criação, assentado à esquerda dos seres, pelo próprio divino criador Olorum.

O que representa a estrela de cinco pontas?

Sintetiza em si, muitos mistérios sagrados. Irradia também o inconsciente coletivo, e foi absorvida pelos regentes planetários e incorporada à emanação religiosa e contínua do Setenário Sagrado, tornando-se um símbolo universal.

O que representa a serpente do Arco Íris?

Este símbolo pertence à era onde a religiosidade era transmitida pelos magos da natureza. Nas sete cores, sintetizam os sete sentidos da vida: fé, amor, conhecimento, razão, lei, saber e geração.O que representa o triângulo eqüilátero?

Foi absorvido pelo Setenário Sagrado, que o irradia através de quase todas as religiões atuais. Moisés (o grande mago das 7 montanhas) incorporou a religião judaica.

O que representa o círculo quadriculado?

Bem profundo este símbolo. Cada quadrante simboliza, terra – água – ar – fogo. Simboliza num só desenho, o alto, o embaixo, a direita, a esquerda.

O que simboliza a cobra coral?

Multicolorida, venenosíssima e devoradora de outros ofídios, a cobra coral pertenceu aos magos, que receberam há muitos milênios a missão de revitalizar no plano material a tradição do arco íris sagrado.

É um símbolo mágico, que na Umbanda está representado pela hierarquia espiritual que atende pelo nome simbólico de: Caboclos e Exu Cobra Coral. Dizem os magos que quando a lei solta uma de suas serpentes mágicas, nem a própria lei consegue recolhê-la sem antes

matá-la. Como a lei não mata nada, muito menos um de seus mistérios mágicos por excelência, a coral da lei, continua ativa.

É uma serpente (simbólica) que consegue anular a grande cobra negra sem ter que matá-la; apenas a devora e incorpora seu veneno nas sua listas negras, tornando-se assim, ainda mais poderosa. Todo aquele que tem uma coral à sua direita, esta sendo amparado pela lei.

E quem a tiver pela esquerda, pela lei está sendo vigiado. Este é um comentário simbólico.

Por que encarnamos?

Encarnamos ou renascemos, por que nosso espírito tem vontade de progredir.

A mesma lei que nos pune, é a mesma lei que nos ampara.

Como os Orixás e entidades conseguem captar os pedidos de milhares de filhos que os cultuam?

Orixás e entidades são cercados por telas refletoras, que captam tudo o que acontece na faixa vibratória onde estão localizados os domínios que regem.

Assim tudo o que acontecer em outros domínios localizados dentro da mesma faixa vibratória é captado imediatamente. As telas refletoras captam tudo, o tempo todo. E durante todo o tempo. Delas se serve o divino Olorum, para ouvir todos os seus filhos e as suas criaturas,

pois ele é a própria emanação divina que as forma.

Como faço para entrar na Umbanda?

Ninguém entra na Umbanda, mas somente é absorvido por ela. Pertencer

à Umbanda não é como propagam os que a desconhecem.

Abomine de cara...  Eu sei.

Por que tirar o calçado ao entrar no terreiro?

O congá é um lugar considerado imantado onde foram fixados certas forças ou vibrações positivas, que deve estar limpo de fluidos negativos e onde conservamos pontos riscados destas mesmas forças ou ordens, etc.

Assim, é de obrigação tirar o calçado, visto que este objeto é anti-higiênico, pois se pisa com ele em tudo, e ainda porque queremos estar em ligação desembarcada com o elemento Terra, sabendo-se que essa é o escoadouro natural das vibrações ou das ondas

eletromagnéticas.

Como devo saudar a tronqueira?

Devo bater palma três vezes, pedir proteção e ajuda nos trabalhos e pedir para que seu Tranca Ruas limpe meu corpo de miasmas e larvas astrais.

Algumas regras básicas de comportamento dentro do terreiro?

Lembre-se sempre que todos nós erramos, pois o erro é da condição humana, e, portanto, ligada à dor, ao sofrimento e conseqüentemente às lições e experiências. Não há karma, não há humanização sem polimento íntimo.

O importante é que não se erre mais, ou não se cometa o mesmo erro.

Passe uma esponja no passado, erga a cabeça e procure o caminho da reabilitação (caso se julgue culpado) e para isto mate a sua vaidade, não se importe em absoluto com o que os outros disserem de você. Faça tudo para ser tolerante e compreensivo, pois assim coisas

boas poderão fluir de você.

O que é macumba?

Sincretismo religioso afro brasileiro, derivado do candomblé com elementos de várias religiões africanas, indígenas brasileiras e do cristianismo.

Instrumento de percussão, espécie de reco-reco, de origem africana e que produz um som de rapa.

O que é alma?

Princípio espiritual do homem, concebido como separável do corpo e imortal.

Quais as cores dos Orixás?

Oxalá – branca

Ogum – vermelha e branca

Oxóssi – verde e branca

Xangô – marrom e branca

Yemanjá – azul e branca

Oxum – azul escuro

Iansã - amarelo ouro e branco

Ori do Oriente – laranja e branca

Yori – rosa, azul e branca.

Nanã – roxa

Quais as cores da aura?

Branca – pureza

Ouro – calma

Verde – inteligência e saber

Amarelo – poder cerebral

Malva – benevolência

Azul – busca da verdade

Pardo – depressão mental

Cinza – desespero

Preto – animalidade

É o 7 um número cabalístico?

Leia e responda, pensando.

Sete são os universos

Sete são os sistemas com os sete sois místicos

Sete são as cadeias planetárias

Sete são as raãs (raízes e sete as sub-raças)

Sete são os ramos radicais e familiares

Sete são os níveis de consciência e energia

Sete os sentidos da vida

Sete as línguas indo-européias

Sete os sábios da Grécia

Sete as maravilhas do mundo antigo

Sete as belas artes

Sete os provérbios populares

Sete os acontecimentos preditos por Jesus

Sete as cordas da lira de Apolo e Orfeu

Sete os graus da hierarquia católica

Sete as colinas de Roma

Sete as escalas egípcias aplicadas na construção das pirâmides.

Sete os véus de Salomé

Sete os orifícios da cabeça

Sete os manus primordiais - sementes

Sete os raios

Sete as cores do arco íris

Sete os planetas esotéricos

Sete os dias da semana

Sete as notas musicais

Sete os anos de vacas magras

Sete os anos de vacas gordas

Sete as igrejas de oriente (Apocalipse)

Sete as igrejas do ocidente

Sete os selos (cavaleiros e devas da revelação apocalíptica)

Sete as embocaduras do sistema geográfico

Sete os centros de força ou Chakras

Sete os anjos da presença do trono

Sete as hierarquias do raio divino

Sete as hierarquias creadoras

Sete os planos cósmicos

Sete os princípios da natureza

Sete as pedras preciosas

Sete os perfumes

Sete os pecados capitais

Sete os sacramentos do cristianismo

O Português, o sétimo idioma reconhecido pela ONU

De sete em sete anos o corpo humano se modifica

Sete são as energias cósmicas (O setenário sagrado ou os divinos Orixás)

Amostra suficiente para dar uma idéia do 7 na evolução, e. com ele seus múltiplos.

Como se completa a união da alma com o corpo?

A união começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o primeiro instante os espíritos se ligam ao corpo por um laço fluídico, até o instante que o ser vê a luz.

O espírito vai penetrando na limitação de sua consciência integral.

O espírito perturba-se desde o momento da concepção, e essa perturbação aumenta até o nascimento.

À medida que o nascimento se aproxima, suas idéias se apagam, assim como a lembrança do passado.

As faculdades que possui de anteriores encarnações, poderão de acordo, aflorar na nova existência (compor sintomas aos 7 anos de idade).

Como explicar a consciência do médium?

O espírito aproxima-se do médium e telepaticamente transmite a idéia que deseja anunciar. O médium retransmite com seus recursos próprios da melhor forma que pode. Aos espíritos somente pertence à idéia, e não as palavras.

É sempre preferível que o médium seja culto, pois a facilidade de reproduzir com eficiência, finalidade e amplitude são melhores.

E o médium semi-inconsciente?

Espírito comunicante através do equilíbrio vibratório, entra em contato com o perispírito, e controla os órgãos vocais. O médium fica em semi transe.

O que é pressentimento?

Pode ser o conselho íntimo e oculto de um espírito que nos quer bem, ou pode ser a voz do instinto.

Orar ao pai, para que possamos ser mais esclarecidos.

Os espíritos se esforçam para que vivamos o melhor possível. Não raro, porém, tapamos os ouvidos aos avisos salutares e nos infelicitamos por nossa própria culpa.

Qual a ação dos espíritos na natureza?

A causa primária é a vontade de Deus. Os espíritos são os agentes dessa vontade. Agem sobre os elementos para agitar, falar mal e dirigir. Presidem os fenômenos.

Utilizam para isto legiões de espíritos nos vários graus da escala.

Uns mandam, outros obedecem. Produzem grandes fenômenos.

tempestades, furacões, etc. Atuam nesta área com a ajuda dos elementais.

Qual a missão dos espíritos?

São as mais variadas possíveis, sempre objetivadas ao bem. Podem desempenhá-las também como encarnados (Chico Xavier), pois quer como espíritos, ou homens, são incumbidos de auxiliar a humanidade.

Geralmente é o espírito que pede a missão. A importância está em reação com a capacidade de elevação.

Não existe uma lei geral de reencarnação; tudo é extremamente individual.

Anda em capa de letrado muito asno disfarçado.

Conhecendo um pouco mais...

Sobre a Umbanda, mais ensinamentos...

Nossas colunas refletem informações básicas, dirigidas efetivamente àqueles que não mantêm conhecimento elevado a respeito da religião, pretendendo apenas ser um braço de apoio e um tira-dúvidas.

Como toda religião, foi previamente estabelecida no plano espiritual para ser implantada na Terra entre os homens, unindo um pouco de cada uma já existente. Devendo levar aos homens o conhecimento, amor, caridade, e servindo-se de instrumento de coibição restringindo a violência, ampliando desta feita a fé e proporcionando uma evolução mais rápida no plano da espiritualidade.

Tornando o homem à sua origem e religando-o à sua ancestralidade, voltando-o para os altos e para os caminhos divinos através de sua doutrina e dogma religioso.

O Cumprimento

Os religiosos umbandistas, devem se cumprimentar sempre da maneira tradicional religiosa, que deve se iniciar com um cumprimento de mãos envolvendo-se o polegar um do outro com um rápido fechamento das mãos, complementado com a volta da posição normal de um

cumprimento feito com as mãos.

Conta a história de nossa religião que este cumprimento era como se fosse um código entre os escravos que o usavam para significar, que naquela noite haveria trabalho espirita, que como sabemos eram realizados às escondidas, dado o fato de sua prática ser proibida pelos senhores seus donos, que então dormiam enquanto os rituais se desenvolviam.

O Pedido de Benção

O religioso espírita e umbandista, deve sempre que entrar ou sair de sua Casa Sagrada, saudar e tomar a bênção de seus Sacerdotes, tomando entre suas mãos a mão de seu Pai Espiritual beijando-a respeitosamente, levando-a até sua testa e trazendo-a de volta à posição normal.

Quando isto ocorre o filho está reconhecendo em seu Pai ou Mãe Espirituais, o seu orientador que o conduzirá dentro da doutrina religiosa. Ao levar sua mão até a própria testa, representa neste ato, seu desejo de que aquelas mãos preparadas o conduzam nos serviços de Deus, representando ainda a humildade de que se serve para prosseguir em seu aprendizado e iniciação religiosa.

Ao tornar beijar essa mesma mão, de seu Sacerdote, está admitindo que o respeita como intermediário entre ele e os Orixás, bem como os espíritos que o assistem, manifestando seu desejo de ser abençoado pelos Orixás responsáveis pelos seus Sacerdotes e da Casa onde está

se iniciando.

O Ritual da Toalha

Este momento, que é desenvolvido pelo ato de bater a cabeça, colocando-se de bruços e deitado em frente e aos pés de seu Sacerdote, com a cabeça voltada e prostrada na toalha, significa a solicitação da benção do seu Pai Espiritual e do seu Orixá, significando num ato de humildade a obediência e resignação aos preceitos religiosos, devendo significar a aceitação daquela Casa e seus Mentores como seus condutores no caminho dos serviços de Deus e de nossa religião. É a submissão aos ordenamentos divinos e o reconhecimento de sua opção religiosa.

As mãos voltadas com as palmas para cima neste momento, no mesmo nível que a cabeça, é que vão complementar o recebimento das emanações vibratórias positivas de Deus, dos Orixás cultuados na Umbanda e dos Orixás da Casa Sagrada daquele filho de fé. Neste

instante deve o filho e médium, em uma prece mental rápida, pedir auxílio aos Mentores espirituais, a Deus e aos Orixás, para um melhor desempenho de suas funções mediúnicas, recebendo o axé dos Orixás donos daquela Casa e Templo Sagrado. O respeito aos seus

Sacerdotes é fundamental e definitivo no caminho da espiritualidade, pois são eles que vão ser os condutores de sua vida espiritual e religiosa.

Não insista em se achar uma exceção, porque não há exceções no caminho onde a humildade deve ser seu precursor em busca do aprendizado religioso.

O Batismo na Umbanda

Batismo é o sacramento por onde se pretende afastar o pecado original, trocando o vinho pela água. Na Umbanda não é diferente e carrega o mesmo ônus, de se escolher a fé que o conduzirá ao Pai num ritual de opção pela adoção divina.

Assim, tem o Batismo o condão de iniciação onde no ato batismal se reconhece a aceitação da religião umbandista como sua condutora nos caminhos divinos, é a aceitação definitiva, a opção e a integração religiosa que abrirá suas portas para as obrigações e iniciações, que se seguem a partir deste momento.

Não tem o Batismo uma relação de obrigatoriedade ou de compromisso irreversível, face seu caráter religioso, contudo, recebe o iniciante e iniciado naquele ato a benção dos Orisas e dos Mentores de Luz do contexto espiritual umbandista que lhe abrirão as portas da evolução no caminho de nossa fé. É o florescimento e a coroação do umbandista como prova de sua religiosidade e dedicação.

Assim, trata-se da primeira obrigação, um passo à frente e um degrau a mais na nossa causa e na nossa religião.

Existem dois tipos de batismo na Umbanda

aquele em que é realizado enquanto criança, onde a mesma é apresentada à religião e apadrinhada pelos Orixás e por um casal de pessoas (encarnadas).

Esse ritual normalmente é feito em dia reservado, mudando sua forma de uma

casa para outra em acordo com o dirigente espiritual da casa.

Usam-se abertura de gira, cantos específicos, àgua, oléo, pemba, flores e velas, consagrados.

Existe um outro batismo realizado quando adulto que é uma conversão ou afirmação de que a pessoa recebe a Umbanda como sua religião e passará a respeita-la e adota-la. Também existem variações em acordo com a direção da casa, mas de uma forma geral se dá com o ritual com cânticos e o amaci de ervas consagradas para o ritual.

Ambos realizam uma importante influência na vida religiosa da pessoa, como um membro participante da religião recebe todo o amparo da espiritualidade e tem uma força muito grande equilibrando suas faculdades mediúnicas.

Um momento de suma importância para as pessoas, com fundamentos e a força de

início de um novo ciclo na vida, o de optar pela evolução espiritual sob o amparo de Deus, (Pai Olorum) e os divinos Orixás.

Casamento na Umbanda

Você sabia que o casamento realizado na Umbanda é reconhecido pelo governo federal?

Justiça reconhece legalidade de casamento na Umbanda Porto Alegre - Em decisão inédita no País, a 8ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul reconheceu como legal um casamento realizado num centro de umbanda. Com isso, a comerciária Gorete Catarina Dorneles Machado, de 42 anos, pode se habilitar a receber a herança e a pensão previdenciária deixada pelo funcionário dos Correios Renato Fernando Guedes, com quem viveu durante 14 anos, até a morte dele, em 1997. Ela disputa os benefícios com outra mulher, mãe de um filho de Guedes.

Gorete casou com Guedes no dia 12 de maio de 1983 no Centro de Umbanda Cacique Peri, em Porto Alegre. O casal nunca efetuou o registro civil do matrimônio. Após a morte de Guedes, a herança e a pensão foram requeridas por outra mulher que dizia ter tido união

estável com o funcionário dos Correios. Gorete apresentou a certidão de casamento religioso concedida pela casa de umbanda como prova de sua relação com Guedes.

O relator da matéria, desembargador Rui Portanova, disse que a decisão reconhece os direitos dos povos negros, seu jeito e sua cultura. O advogado de Gorete, Hélio Silva Júnior, acredita que agora começa a ser formada a jurisprudência para uma determinação constitucional que não era respeitada, a de que todas as religiões merecem o mesmo respeito. "É uma vitória da Justiça, dos negros e das religiões afro-brasileiras", comemorou.

O julgamento foi acompanhado por dezenas de umbandistas, que lotaram o saguão do oitavo andar do Tribunal de Justiça e, emocionados, reverenciaram os orixás no mesmo local, logo que souberam da decisão. Gorete, filha de oxum, chorou. "Pela nação africana", afirmou várias vezes, referindo-se à vitória que acabara de conseguir.      

O ESTALAR DOS DEDOS ( Rodrigo Queiroz )

Por que as entidades estalam os dedos, quando incorporadas ?

Esta é uma das coisas que vemos e geralmente não nos perguntamos, talvez por parecer algo de importância mínima.

Nossa mãos possuem uma quantidade enorme de terminais nervosos, que se comunicam com cada um dos chacras de nosso corpo :

Dedo Polegar - Chacra Esplênico (região do baço)

Indicador - Cardíaco (coração)

Anular - Genésico ou básico (base da espinha)

Médio - Coronal (alto da cabeça)

Mínimo - Laríngeo (garganta)

Na região quase central da mão - Chacra Solar (estômago)

Próximo ao monte de Vênus (região "gordinha" da mão) - Chacra Frontal (testa)

Estas são algumas das terminações nas palmas das mãos, apenas para ilustrar a correspondência existente.

O estalo dos dedos se dá sobre o Monte de Vênus e dentre as inúmeras funções conhecidas pelas entidades, está a retomada de rotação e freqüência do corpo astral, descarga de energias negativas, além de certas condições psíquicas particulares, que ativam faculdades

propiciatórias à magia e à mecânica de ordem astral.

O mesmo acontece quando se bate palma, as mãos são pólos, a esquerda (-) e a direita (+), então quando os dois pólos se chocam é como se materialmente falando saísse faíscas fluídicas de nossas mãos e é bem isso que acontece quando batemos palmas, durante os pontos cantados.

Devido isso mais um motivo temos para nos concentrar sempre em coisas boas, durante os pontos pra que os fluídos e energias descarregadas por nós durante as palmas seja benéficas a todos presentes no local.

Os Elementos

A Terra

Simboliza a Matéria, o Mundo Físico. Ao contrário do que pregam as religiões institucionalizadas, a Matéria não é negativa: Mater, em latim, significa Mãe - ou seja, aquela que dá a vida. Assim, a Matéria está longe de ser algo que deva ser rejeitado ou escarnecido,

como pregam algumas tradições. Na verdade, a Matéria, a Terra, está associada à fertilidade, à prosperidade e à riqueza - daí ser representada no Tarot pelo naipe de Ouros. Todos nós somos Matéria, e devemos honrar este Elemento como ponto de equilíbrio, de convergência, entre os elementos. Nos trabalhos mágicos, a Terra é geralmente representada pelo Pentáculo.

A Água

Através da Água surge a Vida. Sua fluidez demonstra a capacidade da Vida de se adaptar e prosseguir - não importa o quanto tentemos represá-la e desviá-la de seu curso.. A Água está associada á profundidade das Emoções e à fluidez dos Sentimentos. As nascentes são a origem dos rios, sendo portanto a Fonte da Vida, sempre se renovando. Em termos de Magia, a Água é representada pelo Cálice (em alguns casos o caldeirão), o Recipiente Sagrado que contém a essência vital do Universo - daí a sua associação com o Naipe de Copas - as taças ou cálices do tarot. O equilíbrio é apresentado pela Água por ser ao mesmo tempo a Fonte de toda a vida e as águas da correnteza, que erodem as margens e destroem o que é velho, trazendo assim a renovação - o princípio é também o fim.

O Fogo

Símbolo máximo da Energia, o Fogo é o processo animador que origina a Criação, manifesta através da Vontade - que é a concentração de Energia. Através do Fogo vem a transformação e a Purificação. O Fogo é representado na Magia pelo Bastão, geralmente feito de madeira - o

combustível original - e pela mesma simbologia o Fogo está associado ao naipe de Paus no Tarot. As qualidades purificadoras do Fogo são sua chave para o equilíbrio, pois é somente através da transformação e da renovação que o Novo tem chance de surgir.

O Ar

Elemento invisível que nos rodeia, o Ar está ligado ao Intelecto, à capacidade de Raciocínio e Discernimento. Não é à toa que quando realizamos algo de bom dizemos estar "inspirados" - afinal, inspirar é o ato de sorver o Ar. Magicamente, costuma ser representado pelo

Incenso e pela Espada (ou Athame em algumas Tradições) - a lâmina que corta o Ar, transformando-o através do intelecto aguçado (afiado como a lâmina). No tarot, está obviamente associado ao naipe de Espadas.

O Quinto Elemento

A Quintessência - Quinta Essência - é o mais sagrado e importante dos Elementos: presente em todo o Universo, ela é o Princípio Divinio, a Anima Mundi (Espírito do Mundo) da Terra, e também a nossa própria alma. Reconhecer o seu Quinto Elemento é reconhecer o Divino em si mesmo, em seu interior, e é também identificar-se com o Divino à nossa volta.

Médiuns homens podem incorporar entidades femininas?

Este tema é normalmente um grande gerador de controvérsias e dividem opiniões.

Muitos afirmam que se um médium homem trabalhar com uma entidade feminina isso pode levá-lo ao homossexualismo. Desta forma, alguns dirigentes encarnados simplesmente proíbem que os médiuns homens de suas casas trabalhem com entidades femininas tais como caboclas, baianas, pombas-gira.

O âmago desta questão está pautado tanto numa cultura preconceituosa e machista existente em nosso país, quanto na falta de análise racional sobre o assunto mediunidade, que mais parece um assunto místico, cercado de segredos e pontos obscuros.

Primeiramente o homossexualismo não é algo pernicioso, nem uma doença ou desequilíbrio psicológico ou espiritual. Deve ser encarado apenas como uma opção espiritual em que cada um escolhe como um modo de reajuste cármico. Se é uma opção oferecida ou escolhida, devemos encarar que o homossexualismo é também uma via evolutiva em que o livre arbítrio de alguns pôde fazer. O que é pernicioso e doente são comportamentos sexuais atípicos e outras condutas morais anômalas e isto pode ocorrer com indivíduos tanto homossexuais quanto com heterossexuais. Infelizmente o preconceito cultural só cobra isso de quem é homossexual, marginalizando ainda mais quem o é.

Outro fator que produz essa distorção de análise é simplesmente não colocar à luz da razão a mediunidade, suas capacidades, potencialidades e utilidades. A mediunidade é um instrumento que alguns espíritos escolhem para utilizar, quando reencarnados, para o benefício próprio e da comunidade espiritual a que ele pertence, sejam os encarnados e os desencarnados.

A base da mediunidade e ao mesmo tempo a sua razão de ser é a prática da caridade gratuita em que unem quatro grupos de espíritos :

 Aqueles encarnados que procuram ajuda espiritual para si ou para os seus entes queridos;

Aqueles espíritos desencarnados que também procuram ou precisam de ajuda espiritual;

Aqueles espíritos guias que procuram levar o amor através de seus enormes e benéficos trabalhos espirituais junto à comunidade que eles dão assistência e;

Aqueles encarnados que tornam-se médiuns para a prática da caridade, da elevação espiritual própria e dos irmãos, recebendo, através de seus corpos físicos pela incorporação, as instruções dos espíritos guias;

Vamos analisar a questão partindo de linhas de pensamento racional :

1 - Se a caridade deve ser praticada e estendida a todo e qualquer espírito (carnado ou não), não se devem haver critérios limitantes de escolha e não tolher livre-arbítros.

2 - Por que uma médium pode incorporar um espírito masculino e não há limitação nisso ? Qual é a explicação lógica e racional para isso, já que se no caso contrário poderia haver uma potencialidade homossexual no médium homem? Há também homossexualismo feminino e isso não ocorre com uma médium que trabalhe com espíritos masculinos?

3 – Guias femininos existem tanto quanto os masculinos, assim como há tantos médiuns femininos quanto masculinos. Tais guias urgem trabalhar pela melhoria da comunidade que são-lhes responsáveis. Os guias já ultrapassaram limitações da materialidade, já limaram as arestas de seus comportamentos, já apuraram suas características de personalidade ao menos mais que nós ainda seres em processo de reencarne.

Seriam eles, esses luminosos guias, capazes de induzir algum médium, sob sua responsabilidade, a cometerem erros ou praticarem distorções em suas personalidades, desviando-se daquilo que foi planejado ?

Seriam esses guias tão preconceituosos quanto ao homossexualismo ao ponto de eles proibirem seus médiuns de serem homossexuais ?

Algum guia espiritual de fato incorporado já proibiu que médiuns homens incorporassem guias femininos ?

Se a resposta fosse “sim”, a próxima pergunta derruba a argumentação de tal resposta :

Se um guia espiritual proibiu de fato que haja incorporações de guias femininos em médiuns masculinos, por que, os mesmos guias não proibiram que isso ocorresse em médiuns femininos incorporando guias masculinos ?

4 – Se as médiuns podem incorporar guias masculinos e o contrário não é permitido por incentivar o homossexualismo masculino, quer dizer então que as mulheres médiuns são mais capazes que os homens quanto à mudança de comportamento sexual ?

Por aí se percebe o contra-senso...

5 - Um médium, seja homem ou mulher, tem seus corpos físico e espiritual capacitados para a manifestação mediúnica, seja em qual modalidade for necessária. Essa capacitação não está ligada aos pólos masculino ou feminino, mas sim aos chacras e plexos que farão as ligações energéticas entre médium e guia.

6 - Um guia tem seu grupo de médiuns para ajudar, para trabalhar com eles, em que ele é responsável e isso independe se os médiuns tem ou não o mesmo pólo masculino ou feminino que o guia.

7 - Os guias respeitam muito os corpos dos médiuns nos quais eles se utilizarão para se manifestar, entendem os aspectos físicos e suas limitações. Um guia só iria utilizar-se de um médium se este concedesse por livre arbítrio tal “empréstimo”, assim, não haveria obrigatoriedade neste intercâmbio espiritual.

8 - O fenômeno da incorporação traz ao corpo físico do médium, os trejeitos do guia, a forma com que o guia se manifesta, seu linguajar, sua capacidade de comunicação e toda a gama do modo de ser e agir do guia. Poderia aí, estar a causa de tanta preocupação de um médium masculino passar a ter os trejeitos de uma mulher quando um guia feminino o incorporasse. Entretanto a que se relevar que :

- os trejeitos são do guia e não do médium;

- após a desincorporação, o médium reassume seu corpo e suas faculdades voltam a se manifestar na íntegra sobre o seu corpo físico;

- nenhum guia iria expor ao ridículo médiuns pelos quais tem a responsabilidade de preservar;

- preocupados com a preservação de seus médiuns, os guias não iriam deixar que qualquer resquício energético nocivo ficasse sobre seus médiuns;

- guias como as crianças, também não tornam médiuns adultos, temporariamente, com trejeitos infantis ?

9 – As manifestações mediúnicas envolvendo médiuns masculinos e guias femininos não são tão raras como se pensa. Esses fenômenos apenas não são tratados com a devida naturalidade e respeito, onde é preferível que sejam evitados para não constranger aos preconceituosos.

Para concluir, após esses parcos argumentos, é preciso que haja a consciência de que a Umbanda é uma manifestação religiosa que liberta-nos de nossos equívocos através das demonstrações simples, descomplicadas e diretas da prática da caridade.

Também é preciso considerar o que os guias espirituais dizem sobre o assunto, o que eles aconselham.

Este artigo não pretende fazer qualquer tipo de apologia, apenas procura trazer um pouco de luz a mais esse tabu existente em assuntos espirituais.

Você Entendeu?

Ficou alguma dúvida?

Se ficou, esclareça, o objetivo é fazer você entender.

O UMBANDISTA VERDADEIRO E O UMBANDISTA DE FIM DE SEMANA

por Sandra Pacheco

Dentro dos milhões de terreiros espalhados por esse país e pelo mundo, podemos encontrar casas cheias de “médiuns”, todos, ou quase todos, presentes no dia de sessão, afim de cumprir, por mais uma vez sua missão.

Entretanto, podemos identificar facilmente dois grandes grupos de Umbandistas: O Umbandista Verdadeiro e O Umbandista de fim de semana. Apesar de ser impossível verificar apenas na aparência em qual grupo determinado médium se encontra, as atitudes, os pensamentos, a preparação do adepto deixa claro sua classificação. Essa classificação deve ser feita intimamente por cada um que se diz “Umbandista”, colocando em uma balança seus atos.

Mas, genericamente, podemos defini-los dessa forma:

O UMBANDISTA VERDADEIRO, não deixa de ser umbandista quando os atabaques do terreiro silenciam. Ele continua vivenciando sua religião mesmo fora do templo sagrado. Pois sabe que é aqui fora que se deve por em prática todos os ensinamentos dados pelos guias na sessão.

O UMBANDISTA DE FIM DE SEMANA, além de reclamar da duração do trabalho, pois é cansativo ficar em pé algumas horas a cada semana, ou a cada quinze dias, deixa de ser umbandista com o término dos trabalhos. Não vê a hora de ir embora e voltar para sua rotina habitual. Quando indagado sobre sua religião, tem vergonha, esconde, mente ser de outra, e não faz questão nenhuma de por em prática aquilo que aprendeu.

O UMBANDISTA VERDADEIRO é aquele que se orgulha de sua religião, não teme assumi-la publicamente, ou ajudar aquele que precisa. É aquele médium interessado, que sempre busca aprender mais, questionar mais, buscando compreender melhor como funciona sua religião e a espiritualidade.

O UMBANDISTA VERDADEIRO tem amor à sua casa religiosa, pois entende que é nesse solo sagrado que seus Orixás e seus guias se manifestam, além de ser uma escola onde desenvolve sua mediunidade e aperfeiçoa sua moral. Busca auxiliá-la em tudo que precisa, tem zelo, tem capricho.

O UMBANDISTA DE FIM DE SEMANA lembra-se de seu terreiro apenas nos dias de sessões, e não se preocupa se tudo está em ordem, ou se a casa encontra-se em bom estado, pois, apenas quer “ficar” aquelas horas ali e ir embora.

O UMBANDISTA VERDADEIRO conta os dias para que chegue a próxima sessão. Programa sua vida incluindo os dias de trabalho, para que nenhum evento ocorra nesse dia, pois, trata-se de um dia sagrado. E quando chega o dia, o Umbandista verdadeiro desde o momento em que acorda, já está em sintonia com o astral superior, evitando o consumo de bebidas alcoólicas e fumo e fazendo seu banho de descarga, pois sabe que os irmãos espirituais já estão agindo em seu templo e em sua matéria. Precisa estar bem, para socorrer aqueles que lá estarão precisando de auxílio.

O UMBANDISTA DE FIM DE SEMANA quando nota que naquele fim de semana terá sessão, já faz cara feia e pensa “não acredito, isso de novo! Nem deu para descansar”. Qualquer motivo é motivo para não ir ao terreiro. Se o tempo está frio, chuvoso ou muito quente, não vai. Se “não está afim” arruma qualquer desculpa e não vai. Se espirrar, se pegar uma gripe ou resfriado leve, também não vai. E esquece-se, que muitos irmãos doentes procuram nossas casas em busca de alívio para seus males. Qual seria a lógica de um filho de fé não ir, se seria essa a oportunidade de encontrar sua cura? O Umbandista de fim de semana no dia de sessão age como se fosse mais um dia comum. Cultiva vícios, más palavras, más atitudes e intrigas. Não tem noção de que a espiritualidade já está agindo e que seu comportamento prejudica seriamente seu desenvolvimento.

O UMBANDISTA VERDADEIRO realmente acredita naquilo que professa. Sabe que a espiritualidade está em todos os lugares e tudo que faz, faz com fé e amor, pois tem a certeza que os espíritos estão ali e irão, de alguma forma, auxiliá-lo, mesmo não sendo da maneira que ele esperava. Não se desespera com as provações, com os contratempos, com as peripécias da vida, pois sabe que é nos momentos difíceis que realmente somos lapidados.

O UMBANDISTA DE FIM DE SEMANA duvida do que professa. Não tem certeza das manifestações. É aquele que acredita que sendo Umbandista, nunca mais terá problema de saúde, que nunca mais terá problemas financeiros. Quando tais problemas aparecem, revolta-se e mais uma vez põe em dúvida sua religião. É aquele que acredita serem as entidades verdadeiros “gênios da lâmpada”, que tudo que ele pedir e quiser, elas terão que dar. Acredita que não haverá mais contratempo e que não passará por provações, pois as “entidades não vão deixar ele sofrer”.

E você meu irmão de fé? Em qual grupo de Umbandista está?

Se está na dos Umbandistas Verdadeiros, parabéns, continua buscando o aperfeiçoamento de sua fé e cumprindo sua missão.

Mas, se você está no grupo dos Umbandistas de fim de semana, é sinal que algo em sua vida está errado. Ainda é tempo de mudar! Aproveite essa oportunidade, pois o Reino de Oxalá é grandioso e iluminado, mas temos que merecer estar lá. Todos podem lá chegar, desde que façam sua “reforma íntima”, mudando a maneira de agir e de pensar, confiando mais naquilo que professa, cultivando as coisas positivas, buscando a elevação e entendendo que a Umbanda é a oportunidade que Deus nos deu para corrigir nossos defeitos, livrar-nos de nossos vícios e alcançar o progresso espiritual.

Ainda há tempo! Avante filhos de fé!

Fontes para a elaboração deste curso:

Orientações das Entidades que trabalham na associação Beneficente Tenda de Umbanda Cabocla Marola do Mar

Internet (sites diversos)

Edu Gomes -



"Evolução no Planeta Azul" - Ed. do Conhecimento

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Exus Coroados

Exus Cruzados ou Batizados

Exus Espadados e Pagãos

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