16 - História do Telejornalismo em Mato Grosso do Sul:



16 - História do Telejornalismo em Mato Grosso do Sul:

As emissoras, os jornalistas e os telejornais.

Autor: SOARES, Marcelo V. C.

Mestre em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da USP

Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

RESUMO

A história do telejornalismo de Mato Grosso do Sul acaba de completar 40 anos. A primeira emissora de televisão do estado surge 15 anos depois da fundação da primeira estação brasileira, a TV Tupi de São Paulo. Desde a criação da TV Morena, em 1965, muita coisa mudou. O estado foi dividido, a população aumentou, a fronteira agrícola se expandiu pela região centro oeste, foram criados novos municípios e ocorreu um aumento no número de jornais, rádios e emissoras de televisão. Neste contexto, o telejornalismo se caracterizou como o produto televisivo de maior periodicidade, alcance e audiência. Este artigo fornece informações históricas sobre as principais emissoras de TV do Estado, seus profissionais e os primeiros telejornais que surgiram em cada uma delas.

Palavras-chave: história do audiovisual, telejornalismo, televisão.

FORMAÇÃO DO ESTADO E OS VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO

A região onde hoje se localiza o estado de Mato Grosso do Sul possui uma rica trajetória histórica que se inicia com a descoberta de ouro em Cuiabá no início do século XVIII e propicia a expansão portuguesa em Mato Grosso. Posteriormente, o governo português garante oficialmente a conquista e a posse da região, quando assina, com a Espanha, o Tratado de Madri em 1750. Magnoli (1997, p. 74) lembra que “em Madri, Portugal cedeu à Espanha a Colônia de Sacramento e reconheceu-lhe a posse das Filipinas, em troca da formalização da soberania lusa sobre os Sete Povos das Missões e as margens orientais dos rios Paraná, Paraguai, Guaporé e Madeira”.

O povoamento do sul de Mato Grosso pelos portugueses provoca mudanças: a instalação de novos fazendeiros define a delimitação das posses. O gado começa a ser criado de forma extensiva em grandes áreas. Com a expansão da pecuária, surgem muitas fazendas e começam a aparecer pequenas vilas e cidades, como Nioaque, Aquidauana, Maracaju, Campo Grande, Coxim. No início da década de 20, intensifica-se a migração no sul de Mato Grosso por causa da ferrovia Noroeste do Brasil que passou a interligar a região oeste do Estado de São Paulo com o sul de Mato Grosso até a divisa com a Bolívia. Isso ocasiona o desenvolvimento de núcleos urbanos. A expansão da população cresce por meio de fluxos migratórios internos e de outros Estados. Surgem rodovias federais, como a BR-267, ligando o oeste de São Paulo a Mato Grosso. Campo Grande começa a centralizar no sul de Mato Grosso as principais atividades econômicas e políticas.

A abertura das vias de acesso, combinada com as riquezas naturais do Estado, atraiu agricultores e empresários a partir da década de 70. A região ao sul do Estado de Mato Grosso transforma-se em um pólo importante de desenvolvimento. A partir do crescimento desse território, surgem os agrupamentos populacionais, as cidades e os aspectos políticos, econômicos e sociais que possibilitaram a criação de muitas empresas, entre elas, os veículos de comunicação de massa: jornais, revistas, emissoras de rádio e televisão. Todos esses fatores conjugaram para o surgimento de um novo Estado.

Em publicação que conta a história de Mato Grosso do Sul, Weingartner (s.d., p. 65) lembra que o governo militar criou o Plano Nacional de Desenvolvimento que previa a redivisão do Brasil, e Mato Grosso era um dos Estados a ser dividido. Em 11 de outubro de 1977, o então presidente Ernesto Geisel assina o Decreto-Lei número 31 que criou o Estado de Mato Grosso do Sul com 55 municípios, área de mais de 358 mil quilômetros quadrados e uma economia baseada na agricultura, com a produção de soja, e na pecuária de corte, com um dos maiores rebanhos do país. A principal cidade do sul de Mato Grosso, Campo Grande, então com população acima de 200 mil habitantes, torna-se a capital de Mato Grosso do Sul, este com uma população de 1.369.567 habitantes. Nessa época, Mato Grosso do Sul era pouco integrado na área de comunicação. Existiam jornais impressos e emissoras de rádio em alguns municípios, mas a maior concentração de empresas jornalísticas encontrava-se em Campo Grande: três emissoras de rádio AM (Educação Rural, Difusora e Cultura), dois jornais diários (Correio do Estado e Diário da Serra) e uma emissora de televisão (TV Morena, canal 6). Entre todos os outros municípios, apenas Corumbá contava com outro canal de televisão, a TV Cidade Branca, inaugurada em 1970.

Desde a criação de Mato Grosso do Sul, o aumento do número de veículos de comunicação foi significativo. Surgiram mais sete emissoras de televisão: quatro em Campo Grande, uma em Ponta Porã, uma em Dourados e outra em Três Lagoas. Todas transmitem em canal aberto. Ainda em Campo Grande, existem mais três canais por cabo (um comunitário, um universitário e um legislativo para transmitir informações da Assembléia Legislativa e da Câmara Municipal de Campo Grande). Além dos canais de TV, foram criadas, só em Campo Grande, cinco emissoras de rádio FM, duas rádios AM, quatro jornais impressos diários, treze jornais semanais, dois sites de notícias na Internet e duas revistas mensais. Nos outros municípios, também surgiram jornais impressos, emissoras de rádio e sites de notícias. Não há dúvida que a partir da criação do novo Estado ocorreu uma expansão das empresas de comunicação e das atividades jornalísticas.

AS EMISSORAS E OS TELEJORNAIS

A história das emissoras e do telejornalismo de Mato Grosso do Sul carece de documentos. Nenhuma emissora, com exceção da TV Educativa, possui em seus arquivos cópias de textos, roteiros, laudas, pautas ou fitas gravadas dos primeiros telejornais. Para reconstituir a história do surgimento de cada telejornal foi necessário recorrer a duas formas de pesquisa.

A primeira foi a leitura das raras publicações existentes e de dois jornais contemporâneos ao período de criação das emissoras: o Diário da Serra, fundado em 1968, e o Correio do Estado, de 1954. O Diário não existe mais. Foi fechado em 1998, mas seu arquivo ainda pode ser consultado. O Correio possui um arquivo com todas as edições desde a fundação até os dias atuais. Os dois jornais registraram algumas informações sobre as emissoras e os telejornais.

A segunda forma de pesquisar a história dos primeiros telejornais foi por meio de depoimentos das pessoas que fizeram parte da criação das emissoras e dos telejornais.

TV MORENA - 1965

No processo de emissões televisivas, apenas a TV Morena surge antes da divisão do Estado. A emissora foi criada em 1965, numa década que ocorreu a expansão de muitas televisões regionais, inclusive fora das capitais, como relata Mário Sampaio (1984). Nessa ocasião, os irmãos Zahran estavam se estabelecendo como um grupo empresarial forte operando na distribuição de gás na região Centro-Oeste. Foram eles que se candidataram para pôr em funcionamento o primeiro canal de televisão de Mato Grosso. No caso da TV Morena, a concorrência pela concessão foi disputada por dois grupos, segundo informações de Jorge Zahran, um dos proprietários da emissora. Zahran (1990, p. 17) lembra que: “Provocamos uma concorrência pública. E não pensem que não houve quem não entrasse na disputa. Um outro grupo ligado a Rede Tupi de TV entrou e nós corremos o risco de perder a emissora. Felizmente a decisão governamental nos favoreceu”.

O processo de concessão foi acompanhado pela jornalista Antonieta Ries Coelho (2001), que posteriormente se tornou a primeira diretora da TV Morena. Ela conta que encaminhou a solicitação de concessão ao Contel incluindo documentação sobre a idoneidade e o poder financeiro dos solicitantes, os projetos técnicos de construção da emissora e de instalação da torre de transmissão e argumentação sobre a força financeira do comércio local. Na verdade, o grupo Zahran havia solicitado a concessão de três canais e decidiu acompanhar de perto o processo de concessão. Um dos proprietários, Ueze Zahran, em entrevista a Martins (1999, p.192-193) relata:

Entrei com pedido de concessão não de uma, mas de três emissoras, o Estado não era dividido. Eu pedi para Campo Grande, Cuiabá e Corumbá, que eram as três principais cidades do Estado... fui para o Rio de Janeiro (sede do Contel) onde fiquei 4 meses esperando a decisão do coronel que dirigia o setor, contra o poder e a força dos Diários Associados... Ganhei os três canais. Aí comecei a investir pesado.

Na edição de 26 de outubro de 1965, o jornal Correio do Estado publicou a íntegra do Decreto no 56.977, de 19 de outubro de 1965, assinado pelo presidente Castelo Branco, que autorizava o funcionamento da TV Morena.

Na ocasião, o grupo que adquiriu o direito de três canais talvez ainda não tivesse a dimensão do poder que a televisão viria a ter. A visão dos concessionários tinha uma relação direta com interesses econômicos. A TV significava um negócio novo, em expansão, e também facilitava um outro tipo de comércio: a venda de aparelhos de televisão. Antes mesmo da inauguração da emissora, o jornal Correio do Estado publicou diversos anúncios que estimulavam a compra de televisores. Antonieta Ries (2001) lembra que o grupo revendia aparelhos da marca Philco. Além disso, os empresários chegaram a montar uma pequena fábrica de aparelhos da marca Michigam. Ries (2001) conta que “as peças eram compradas em São Paulo, montadas em Campo Grande e os aparelhos eram vendidos à população da cidade”. Com a inauguração da emissora, a procura por aparelhos de televisão foi intensa. Os empresários conquistaram simultaneamente dois negócios: a venda dos televisores e a possibilidade de comercialização de anúncios no novo veículo.

No dia 24 de dezembro, o Correio do Estado publica uma manchete na primeira página, dizendo que naquele dia seria inaugurada a TV Morena. O título da matéria era: “Estará no ar hoje a TV Morena com programação normal”.

No dia 29 de dezembro, o jornal Correio do Estado voltou a publicar um pequeno texto assinado pelo proprietário do Jornal, João Barbosa Rodrigues que parabenizava os irmãos Zahran pela instalação de uma emissora de televisão em Campo Grande. A TV Morena iniciou suas transmissões exibindo programas de duas emissoras de São Paulo, como lembra Zahran (1990, p. 18) “nós tínhamos os programas da Record, musicais, humorísticos e ainda novelas do canal 9, Excelsior”. Além dos programas enviados pelas emissoras paulistas, a TV Morena apresentou desde do início, durante sua programação de quatro a cinco horas diárias, produtos locais. No dia 30 de dezembro de 1965, o jornal Correio do Estado publicou pela primeira vez a programação exibida pela emissora, que era a seguinte: 18:50 h Abertura; 18:55 h Momentos de Paz; 19:00 h desenho animado (Gasparzinho); 19:25 h Noticiário (local); 20:00 h Filme Juvenil (Ramar das Selvas); 20:25 h Crônica Social (local); 20:30 h Filme para adultos (O Fugitivo); 21:30 h Encerramento.

Pela programação pode-se observar que o telejornalismo foi um produto que nasceu junto com a emissora. O primeiro telejornal da TV Morena foi o “Notícias do Dia”, apresentado pela primeira vez em 27 de dezembro de 1965. Por falta de documentação (script, textos, filmes), a história desse telejornal teve de ser contada por meio de depoimentos. Duas pessoas foram importantes para relatar os procedimentos utilizados para a realização do telejornal. Dois funcionários que efetivamente produziam o jornal: Antonieta Ries (2001), primeira diretora da emissora, e Eurípedes Barsanulfo Pereira (2001), segundo apresentador do telejornal. Atualmente, Ries é aposentada e reside em Cuiabá, MT, e Pereira, que posteriormente se formou em medicina, atua como nefrologista em Campo Grande.

O “Notícias do Dia” era um telejornal com edições diárias de 25 minutos, veiculado de segunda a sexta-feira, com uma estrutura que apresentava blocos de notícias internacionais, nacionais e locais intercalados por intervalos comerciais. Era um telejornal feito totalmente dentro do estúdio, com duas câmeras e composto, basicamente, de notas e sem gravações externas. Eventualmente, eram apresentados pequenos filmes de 35 milímetros, enviados, com textos prontos, pelas emissoras de São Paulo e pelo governo federal. Geralmente, eram informações de solenidades oficiais. O apresentador lia o texto enquanto era projetado o filme em preto e branco. Segundo Antonieta Ries (2001), o telejornal também mostrava filmes enviados “pelas embaixadas dos Estados Unidos, França e Inglaterra que mantinham departamentos de divulgação muito bons”. Esse telejornal não apresentava reportagens externas, porque ainda não havia na emissora nem equipamento nem a função de repórter. Outras formas de apresentação, como entrevistas e editoriais, apareciam no telejornal com pouca freqüência.

Pereira (2001) lembra que a apresentação do telejornal “era como se fosse um rádio jornal, lido de uma maneira mais compassada, com a imagem do apresentador. A única diferença entre o rádio e a televisão, era que o telespectador via quem esta lendo os textos”.

O cenário do telejornal, no início, era apenas uma cortina de cor neutra de fundo. Depois foi montada uma tapadeira com o nome Notícias do Dia. O primeiro apresentador foi Joaquim Leite Neto, já falecido. Antonieta Ries (2001) fazia a produção. Para montar um telejornal com 25 minutos, sem reportagens externas e composto de notas, era preciso estabelecer uma estratégia para determinar a quantidade de notícias que seriam necessárias para completar o noticiário. Ries (2001) calculava o tempo pelo tamanho do texto. Ela lembra que “para uma folha ofício batida à máquina em espaço 2 levava-se cinco minutos de leitura em narração”. Para compor o telejornal, ela pedia informações “aos jornais da cidade, repartições públicas, rádios, ao 9o Regimento Militar. As informações recebidas eram recortadas e coladas em folha própria ou redigidas. O apresentador, Leite Neto, apenas lia”.

Pereira (2001) conta que Leite Neto permaneceu na função de apresentador e produtor do telejornal durante os primeiros três meses de exibição. Depois, por problemas de saúde, deixou a emissora. Barsanulfo Pereira (2001), que era locutor comercial, relata que, com a saída de Leite Neto, foi “jogado” na função de apresentador e produtor do telejornal sem nunca ter exercido essas funções. Pereira comenta que:

Na realidade não havia uma equipe formalmente composta, porque as notícias vinham dos Correios e Telégrafos em forma de telegramas, por telégrafo ou telex, meios que os jornais da cidade, principalmente o Correio do Estado, também utilizavam. Essas notícias em forma de telegrama eram apresentadas. O Leite Neto apresentava direto. Na verdade ele pegava aquelas notícias, selecionava, cortava e levava aqueles telegramas, um número de notícias suficiente para dar cerca de meia hora e levava ao ar.

As notícias que chegavam pelos Correios em forma de telegrama eram informações de agências de notícias, nacionais e internacionais. Pereira (2001) recorda que “a maior parte era de informações de Brasília, Rio de Janeiro, Washington, Paris, Londres”.

A TV Morena continuou com um único telejornal até 1967 quando surgiu o Módulo 6, que foi o segundo noticiário de televisão apresentado em Mato Grosso. Esse telejornal, criado por Onésimo Filho e Antonio Carlos Azambuja Dagher, tinha entre dez e quinze minutos e era apresentado em uma edição que ia ao ar às 10 horas da noite de segunda-feira a sábado. Dagher (2001), que redigia e apresentava o telejornal, lembra que ouvia as rádios “Bandeirantes, Tupi, pegava as informações, gravava e depois passava para o papel”. Uma diferença estrutural que começa a aparecer nessa época se refere à questão da imagem. Para não ficar apenas com a imagem do apresentador no ar, o telejornalismo começou a utilizar slides para ilustrar as notícias. Mas o formato visual do telejornalismo muda com maior intensidade com a introdução do videoteipe. Nesta fase os telejornais começam a ter a possibilidade de gravar matérias e utilizar o material no mesmo dia. A primeira equipe da TV Morena que trabalhou com esse sistema era formada pelo jornalista Onésimo Filho e o cinegrafista Jesus Pedro de Assunção por Deus. As reportagens externas tornam-se mais freqüentes e mudam o formato dos noticiários. No entanto, a maior parte das matérias gravadas era de eventos que tinham mais compromissos comerciais e políticos que jornalísticos. O cinegrafista Jesus Pedro de Assunção por Deus (2001) lembra:

No início, eu e o Onésimo saíamos muito para fazer aniversários de cidades. E geralmente a gente fazia todos esses municípios quase todo mês. ... saía para fazer matéria de parada, troca de comando... A minha parte era isso ai, só solenidades. O que tinha de importante eu fazia. Aí as outras (matérias) eram sociais; aniversários, inaugurações de obras da prefeitura... essas eram as notícias.

O processo de produção dos telejornais também é relembrado por outro profissional que trabalhou na emissora durante dezesseis anos. Pio Lopes (2001) entrou na TV em 1973; Posteriormente, exerce durante muitos anos a função de repórter. Lopes (2001) lembra que nessa ocasião as matérias gravadas em videoteipe eram geralmente usadas no noticiário principal, o Notícias do Dia. Lopes (2001) ressalta que nesse período o telejornalismo apresentado pela TV Morena convivia com dois tipos de pressão: a censura política e o interesse comercial. Segundo Lopes (2001) “o noticiário era muito oficial, era Ministro, Presidente e de vez em quando vinha um cara da polícia federal na redação para entregar uma notificação dizendo que você não pode falar de fulano ou beltrano. Isso eu cansei de receber. Era censura mesmo brava”. Além da censura havia a influência do departamento comercial dentro do telejornalismo. “Como na época a emissora precisava de faturamento, o noticiário se baseava mais em fatos comerciais mesmo. Tipo inauguração de uma casa, de uma loja, um evento da prefeitura, se fazia aquilo que a emissora tinha interesse”.

Depois desses dois telejornais vieram outros. Na verdade, foram reformulados em função da estruturação da empresa e do contrato de afiliação com a Rede Globo, a partir de 1976. No dia 3 de janeiro de 1976, a programação da TV Morena muda. Começa a apresentar uma edição telejornalística às 12 horas, era o Jornal do Meio-Dia. O Jornal Nacional começa a ser transmitido ao vivo, via Embratel às 18:45 h. No lugar do Notícias do Dia entrou o Jornal de Verdade, que passa a ser apresentado às 20:50. Em janeiro de 1983, dentro de uma nova estruturação da Globo, começam a ser veiculados em cada Estado, os telejornais regionais que antecedem a novela ou o Jornal Nacional. Em Campo Grande, a TV Morena inicia a veiculação do MS TV 1a edição e 2a edição. Nessa fase, o telejornalismo da TV Morena passa a contar com jornalistas de outros Estados e implanta definitivamente o modelo e o padrão determinado pela Globo. Atualmente, a emissora apresenta diariamente três telejornais: O Bom Dia MS às 7 horas da manhã; o MS TV 1a edição às 10:50 h e o MS TV 2a edição às 17:50 h.

TV CAMPO GRANDE – 1980

É na década de 80 que a televisão se expande em Mato Grosso do Sul. Nesse período surgem mais quatro emissoras. A primeira delas é a TV Campo Grande. Na disputa pela concessão, o Grupo Correio do Estado, que já possuía o principal jornal de Campo Grande, uma emissora de rádio AM, muita influência política e interesse em expandir seus negócios na área de comunicação, saiu vencedor. O Decreto no 78.190, de 3 de agosto de 1976, que outorgou a concessão do canal à Rede Centro-Oeste de Rádio e Televisão, foi assinado pelo Presidente Ernesto Geisel e o Ministro das Comunicações, Euclides de Oliveira. Quase três anos depois a empresa intensificou os trabalhos para implantação da TV. Em maio de 1979, iniciou a construção da torre de transmissão. No mês de junho do mesmo ano foram instalados os equipamentos de transmissão dos sinais. Em junho de 1980 fica pronta a sede da emissora e, no dia 11 de outubro de 1980, surge a TV Campo Grande, a primeira emissora de televisão criada após a divisão do Estado. Desde o início, firmou contrato com o Grupo Sílvio Santos e transmitiu primeiro os sinais da TVS e, posteriormente, do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT).

Com a nova emissora nasceu o telejornalismo da TV Campo Grande. O “Jornal da Noite” fez sua estréia às 18:45 h do mesmo dia 11 de outubro. O noticiário tratou exclusivamente da criação da televisão. Em matéria publicada no mesmo dia, o jornal Correio do Estado[1] trazia a informação de que “o noticiário reservará sua meia hora de apresentação para tratar, neste sábado, de apresentar aos telespectadores a mais nova emissora do Brasil, suas dependências e principalmente, sua solenidade de abertura oficial.”

O primeiro telejornal da TV Campo Grande apresentou uma estrutura funcional diferente do primeiro noticiário da TV Morena, iniciado quinze anos antes. Mesmo assim, era formado por um quadro reduzido: duas repórteres, um cinegrafista, um auxiliar e dois jornalistas que desempenhavam as funções de produtores, editores e apresentadores. Eles produziam de segunda-feira a sábado uma edição telejornalística com 40 minutos diários.

Foi essa equipe que manteve no ar um noticiário que tinha uma estrutura semelhante aos demais telejornais que eram apresentados no país. O Jornal da Noite não apresentou nenhuma novidade em termos de formato ou de estrutura. Era basicamente um telejornal composto de notas e reportagens externas. As repórteres Sandra Menezes e Denise Abraham junto com o cinegrafista Marco Antonio Lopes (Cyborg), eram responsáveis pela realização das matérias.

Menezes (2001) relata que fazia todo tipo de cobertura. “Eu me lembro que eu fazia de tudo. Bairro, governo, acidente, passando por polícia”. Também não havia uma pauta específica para cada matéria. O que os editores passavam eram indicações: “vai lá saber o que está acontecendo sobre isso...Ligou um pessoal do bairro tal, vai lá ver o que está acontecendo...”

O editor, produtor e apresentador do Jornal da Noite era o mesmo jornalista que havia criado o Módulo 6 na TV Morena, Antonio Carlos Azambuja Dagher (2001). Ele lembra que usou a experiência que teve na emissora concorrente para iniciar o telejornalismo na TV Campo Grande.

Esse telejornal também mostrava notícias nacionais e até internacionais. O processo utilizado era o mesmo da TV Morena. Gravação do telejornal transmitido pela rede e aproveitamento dessas notícias no telejornal local. Dagher recorda que “como o SBT estava muito ruim de telejornal, essas imagens que eu recebia eram da TV Cultura de São Paulo”. Dagher dividia a apresentação com outro editor Luis Humberto Aspezi, e o telejornal era formatado em quatro blocos. Além de informações de agências de notícias e das matérias enviadas pela TV Cultura, a produção do telejornal da TV Campo Grande também se valia das informações publicadas pelo jornal Correio do Estado.

O Jornal da Noite também passou por alterações, inclusive de nome. A partir da criação do SBT em agosto de 1981 e o aparecimento do telejornal Noticentro, a TV Campo Grande também começou a apresentar sua edição local com o mesmo nome. Isto ocorre em 1o de junho de 1982.[2] O horário de apresentação é ajustado de acordo com a grade da rede. Deixa de ser às 19:15 h e passa para as 18:30 h. A TV Campo Grande mantém a apresentação do Noticentro local até 10 de março de 1987, quando o telejornalismo da emissora passa por uma nova reformulação e volta a ter o nome inicial de Jornal da Noite. A mudança dura apenas dois anos. Com o investimento feito pelo SBT em telejornalismo e acompanhando uma maior aproximação com a rede no período que Boris Casoy inicia o TJ Brasil em 28 de setembro de 1988, as emissoras afiliadas também começam a criar os seus TJs regionais. O TJ MS passou a ser veiculado pela TV Campo Grande em junho de 1989. Mesmo com o término do TJ Brasil, manteve o nome, o mesmo número de equipes e não sofreu modificações na sua estrutura e na forma de apresentação. Continua sendo um telejornal composto de notas, notas cobertas e reportagens externas, sem entrevistas ou editoriais.

TV EDUCATIVA - 1984

A história da TV Educativa de Mato Grosso do Sul inicia em setembro de 1981 quando o Governo do Estado cria a Fundação Instituto de Desenvolvimento de Mato Grosso do Sul (Idesul). O Diário Oficial do Estado publicou, em 26 de janeiro de 1982, a resolução que aprovou o regimento do Idesul. O artigo 10 determinava que era da competência da Coordenadoria de Projetos Especiais do Idesul, operar e manter sistemas de Retransmissão de TV existentes no território do Estado.

Mesmo com essa determinação governamental, a TVE MS só foi efetivamente implantada em 1984, vinculada à Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul. Segundo depoimento de um dos funcionários mais antigos, Pedro Porfírio (2001), a emissora começou a funcionar em 11 de outubro de 1984 como repetidora do Sistema Nacional de Rádio e Televisão Educativa (Sinred), sendo que a maior parte da programação era da TV Educativa do Rio de Janeiro. A TVE MS permaneceu quatro anos apenas como retransmissora. No dia 2 de maio de 1988, o então presidente José Sarney assinou o Decreto no 95.993, que estabelecia no seu artigo 1o que o “Governo do Estado de Mato Grosso do Sul está autorizado a executar serviço de radiodifusão de sons e imagens (televisão) com fins exclusivamente educativos, sem objetivo comercial, na cidade de Campo Grande”. A TVE MS passou a apresentar musicais e programas de entrevistas, feitos em estúdio, com temas segmentados como educação, saúde e esporte. Durante esse período, a TV Educativa não apresentou edições diárias de telejornalismo por falta de equipamento e de pessoal. O noticiário da TV Educativa só surge a partir de 1994, quando o Governo do Estado confere à TV Educativa uma nova estrutura jurídica por meio da Lei no 1.508 de 17 de junho de 1994.

O primeiro telejornal nasce com a criação da Ertel e a primeira edição do Jornal da TVE foi ao ar no dia 20 de setembro de 1994. Este é o noticiário mais recente do telejornalismo de Mato Grosso do Sul. O telejornal, com 30 minutos de duração, era composto de notas, reportagens, indicadores econômicos e entrevistas ao vivo. No entanto, dois procedimentos estruturais diferenciaram o Jornal da TVE em relação aos outros telejornais do Estado. Houve, desde o início, uma preocupação editorial de se produzir matérias mais explicativas, com um tempo maior de duração das que são mostradas nos telejornais das emissoras privadas. Outra alteração foi a introdução da entrevista ao vivo para debater diariamente um tema jornalístico e permitir a participação do telespectador encaminhando perguntas por fax ou telefone. O formato proposto pelo Jornal da TVE estabeleceu-se na emissora.

Em 2000, a TV Educativa passa por uma nova reformulação. A Ertel deixa de existir e o Governo do Estado cria, pelo decreto no 10.125, publicado no Diário Oficial no dia 16 de novembro de 2000, a Fundação Estadual Luís Chagas de Rádio e Televisão Educativa. Com a mudança a TV Educativa deixa de ser uma empresa de direito privado e constitui-se numa Fundação dotada de personalidade jurídica de direito público.

TV MS – 1987

TV Mato Grosso do Sul (TV MS) é a quarta emissora de televisão que surge em Campo Grande. Recebeu a outorga de concessão do canal em 24 de janeiro de 1986 por meio do decreto no 92.331, assinado pelo Presidente da República, José Sarney e o Ministro das Comunicações, Antonio Carlos Magalhães. A concessão da TV MS é conseguida em uma época de distribuição intensa no país de canais de rádio e televisão. No caso da TV MS, a importância da pressão política é confirmada pelo diretor da emissora, Ulisses Serra Neto (2001), que é filho do proprietário da Rede MS, Ivan Paes Barbosa. Segundo depoimento de Serra Neto (2001), durante o período de disputa com outros grupos, o apoio de políticos do Estado foi preponderante para conquistar a outorga de concessão do canal. Segundo Serra Neto,

na época houve uma ação política muito forte da bancada federal nossa, deputados e senadores, liderados pelo senador José Frageli, que na época era o líder do Congresso e acabou assumindo por uns dias a Presidência, e também, pelo então governador Wilson Barbosa Martins que junto com o Senador José Frageli foram os dois pilares mais fortes nossos na busca dessa concessão.

Ainda de acordo com o depoimento de Serra Neto (2001), a TV MS foi inaugurada em fevereiro de 1987, com a transmissão de um jogo de futebol que decidia o campeonato brasileiro do ano anterior. A TV MS nasceu como uma afiliada da Rede Manchete. O telejornal MS em Manchete surge, pela primeira vez na grade da emissora, no dia 28 de abril de 1987, de acordo com a programação de TV publicada pelo jornal Diário da Serra. Apesar de ter sido criado já no final da década de 80 e da emissora possuir bons equipamentos, o telejornal também era produzido de forma muito artesanal e baseado na improvisação. Essas características são ressaltadas pelo próprio diretor, Serra Neto (2001): “Nós não tínhamos a mínima idéia. Aliás, o improviso foi grande. Mas nós aprendemos no dia a dia mesmo. Não só no telejornalismo, mas fazer televisão como um todo”.

A TV MS permaneceu como afiliada da Rede Manchete de fevereiro de 1987 até outubro de 1995, quando a emissora passou a transmitir o sinal da Rede Record. De acordo com Serra Neto, em entrevista concedida a Martins (1999, p. 179), a mudança aconteceu por questões de mercado. Serra Neto lembra que "a Manchete estava em uma curva descendente e a Record veio e fez uma proposta tentadora. Nós tínhamos um contrato com a Manchete de filiação bastante simples. Cláusulas, rescisão. A Record nos fez a proposta, nós julgamos ser média e passamos..." Na entrevista realizada por Martins (1999, p.179), Serra Neto afirma que, “somos afiliados da Rede Record só isso. Nós temos um contrato minucioso, que reza grades de programação, que reza uma série de coisas e nesse contrato a gente faz como bem entender... com exceção do horário local da igreja que eles tem aqui, não tem nada a ver mais... nunca teve nada a ver”.

De fato, o novo contrato com uma outra rede nacional de televisão não mudou a postura da TV MS em relação a sua programação regional e ao telejornalismo. Mesmo com a posição da Rede Record em investir em noticiários televisivos, inclusive com a contratação de Boris Casoy, a emissora de Mato Grosso do Sul não fez nenhuma alteração no processo de produção do telejornalismo regional. Segundo Serra Neto (2001), o quadro funcional do telejornal não mudou. Manteve-se desde o início exatamente como é hoje: um chefe de jornalismo, um produtor, duas equipes de reportagem e um apresentador.

João Flores (2001), um dos repórteres do período inicial, lembra que a emissora estava bem equipada, com um bom aparato tecnológico, mas faltava uma melhor preparação dos profissionais. “Nós não tínhamos na verdade uma noção que pudesse definir, ou nortear um perfil do jornal. Então, a princípio, se seguiu a mesma linha de programação da TV Manchete”. O telejornal, apresentado de segunda-feira a sábado, com edições de quinze minutos, era estruturado em três blocos com reportagens e notas, sem entrevistas, comentários e editoriais. Flores (2001) comenta “que como o tempo era muito curto a gente fazia geralmente três VTs no primeiro, dois no segundo e mais três VTs no terceiro, intercalados por notas... As pautas a gente tirava dos jornais impressos, na época o Correio do Estado e o Diário da Serra. Nós fazíamos muitas matérias de apelo popular”.

Atualmente, a emissora mantém no ar o Jornal MS com praticamente a mesma estrutura. Um diretor de jornalismo, uma pauteira e duas equipes de reportagem, um apresentador e um editorialista. Esse grupo produz um telejornal com um tempo um pouco maior que o inicial (20 minutos) e com o mesmo formato e as características de quando começou.

TV GUANANDI - 1989

A TV Guanandi foi a quinta emissora de televisão de Campo Grande e retransmitiu, desde o início, a programação da Rede Bandeirantes. A concessão da TV Guanandi está diretamente ligada a interesses políticos. O primeiro proprietário da emissora foi o ex-deputado federal José Elias Moreira, que votou pelos cinco anos de mandato do presidente José Sarney e foi favorecido com a concessão do canal 13 de Campo Grande. Posteriormente, o deputado associou-se ao empresário Jovir Perondi, que atuava na área de comercialização de cereais, para montar a emissora. O irmão do empresário, Altair Perondi (2001), que foi diretor-geral da televisão, lembra que o ex-deputado José Elias estava sem condições financeiras para montar o canal de TV em Campo Grande. Por isso, procurou o empresário Jovir Perondi para propor uma sociedade. Altair (2001) recorda que o irmão nunca havia trabalhado com essa atividade, mesmo assim investiu financeiramente para montar a emissora com interesses políticos e econômicos. Altair Perondi (2001) lembra:

Nosso interesse é que nós tínhamos acesso às pessoas que comandam, que fazem as leis, os parlamentares. Nós tínhamos acesso aos políticos. Além disso, sem dúvida nenhuma, uma emissora de TV alavanca as vendas. Eu pegava o calhau da televisão, colocava propaganda da concessionária (o grupo também é dono de uma concessionária da Fiat) e vendia muitos carros. Fomos líder de mercado durante anos contando com esse apoio da televisão.

A emissora entrou em funcionamento em dezembro de 1989 retransmitindo, em caráter experimental, a programação da Rede Bandeirantes. Durante mais de um mês não apresentou nenhuma produção local. O telejornal Guanandi Notícias foi ao ar no final do mês de janeiro, apresentado por Mário Bernobic. No dia 23 de janeiro de 1990, uma terça-feira, o jornal Diário da Serra publicou os programas exibidos pela emissora, e o Guanandi Notícias aparece pela primeira vez na grade de programação da televisão, no horário das 18 horas. O departamento de telejornalismo foi montado pela jornalista Sarah Cristina Coelho, que já havia trabalhado no Jornal da Cultura, em São Paulo. Em depoimento, Sarah (2001) diz que selecionou pessoalmente todas as pessoas que iriam trabalhar no telejornal. Ela montou a equipe com duas repórteres, dois cinegrafistas, um operador de áudio, dois editores de imagens, duas editoras de texto, três apuradores, um câmera de estúdio, dois operadores de TV, um diretor de imagem e um apresentador. Essa equipe foi treinada na própria emissora. Sarah (2001) diz que foram feitos vários telejornais pilotos. A repórter Lígia Sábka (2001), que participou desse treinamento realizado antes da estréia do telejornal, diz que as pessoas agiam como se estivessem com o jornal no ar.

Quando o Guanandi Notícias efetivamente foi ao ar, apresentou uma estrutura semelhante aos outros telejornais. Tinha três blocos compostos de notas, notas cobertas e reportagens. Não havia editorial, nem entrevista ao vivo no estúdio. A produção de pautas era estruturada a partir de informações divulgadas por emissoras de rádio e de jornais impressos, do agendamento de informações que chegavam à redação e da procura por fontes. Sarah Coelho (2001) comenta que:

Havia uma pasta preta tipo A-Z onde a gente colocava tudo o que poderia render matéria. O pessoal da pauta pesquisava o assunto e pautava o repórter. A Secom (Secretaria de Comunicação do Governo do Estado) mandava muita matéria. O editor se encarregava de escrever o “off” e cobrir a nota. Os jornais diários (Correio do Estado e Diário da Serra) também serviam como apoio... A cobertura deles nos orientava sobre o que estava acontecendo na cidade.

A repórter Lígia Sábka (2001) recorda que os jornais impressos realmente ajudavam a pautar o telejornal e quando recebia uma pauta já sabia que aquele assunto tinha sido matéria no jornal impresso. Mas Sábka (2001) lembra que o telejornal, como estava em uma fase inicial, também buscava fontes. Mesmo buscando fontes próprias e tentando iniciar um telejornalismo um pouco mais estruturado, o departamento de jornalismo sofreu pressões da mesma maneira como ocorre em outras emissoras de televisão. Sarah (2001) lembra que um dos problemas do telejornalismo da TV Guanandi era a interferência política.

A TV era de um deputado federal, José Elias Moreira que tentava colocar no noticiário mais notícia política do que do cotidiano... A casa, por exemplo, era francamente favorável ao Pedro Pedrossian (então governador do Estado). Assim tudo que saía sobre ele de forma positiva , era bem visto pela direção.

Ainda na década de 90, a emissora passa a ter um dono majoritário. Martins (1999, p. 67) relata que “por dificuldades financeiras e não conseguindo se reeleger, o ex-deputado vendeu a empresa de comunicação a empresários da agropecuária – Grupo Matosul.” O ex-diretor-geral Altair Perondi (2001) analisa que:

Foi uma avaliação errada ter investido na televisão. Primeiro porque não era a nossa área. Segundo porque é muito mais barato investir dinheiro em um veículo de comunicação do que ter um veículo de comunicação...O veículo que não recebe verba dos órgãos governamentais, não sobrevive. O mercado é pequeno, não tem indústria, o comércio é pouco. Então a gente viu que não dava. Mas nós já tínhamos um veículo na mão e daí para frente foi trabalhar a venda do veículo.

Quem se interessou em comprar a emissora foi o grupo do Correio do Estado, que já possuía a TV Campo Grande e transmitia os sinais do SBT. Com a aquisição da emissora, o Grupo Correio do Estado passou a transmitir uma segunda programação nacional, a da Rede Bandeirantes. Durante o período administrado pelo grupo, cerca de seis anos, a TV Guanandi passou por uma fase de ampliação de programas locais e, posteriormente, de decadência da programação regional. O departamento de telejornalismo chegou a apresentar duas edições diárias, além de programas de entrevistas e debates. Aos poucos, no entanto, a situação modificou-se. Alegando falta de recursos e de investimentos publicitários, a direção da emissora reduziu drasticamente o quadro de funcionários; acabou com diversos programas regionais e, durante o ano 2000, a programação local ficou reduzida a dois produtos. A emissora decidiu acabar, inclusive, com o telejornal Guanandi Notícias e optou pela veiculação de boletins informativos que são inseridos durante a programação da rede.

Posteriormente a TV Guanandi foi negociada com um grupo religioso e hoje é administrada pelo missionário R. R. Soares da Igreja Universal da Graça de Deus. Soares é cunhado do Bispo Macedo da Igreja Universal.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

MAGNOLI, Demétrio. O corpo da pátria: imaginação geográfica e política externa no Brasil. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista: Moderna , 1997.

MARTINS, Gerson. O poder na indústria midiática de Mato Grosso do Sul. Tese (Doutorado) – ECA/USP, São Paulo, 1999.

SAMPAIO, Mário Ferraz. A história do rádio e da TV no Brasil e no mundo. Rio de Janeiro: Achiamé, 1984.

WEINGARTNER, Alisolete Antônia dos Santos. A história de Mato Grosso do Sul. Curitiba: Editora Gráfica Mileart, [S.d.].

ZAHRAN, Jorge. TV Morena: sua história. In: Revista ARCA Os meios de comunicação em Campo Grande, Campo Grande , n. 1, 1990.

ENTREVISTAS REALIZADAS

COELHO, Antonieta Ries. Entrevistas pessoais sobre o primeiro telejornal da TV Morena. Primeira, por carta, em 15 nov. 2001; segunda, gravada, em 5 dez. 2001.

COELHO, Sarah Cristina. Entrevista por e-mail, sobre o telejornal da TV Guanandi. Campo Grande, MS, 19 out. 2001.

DAGHER, Antonio Carlos Azambuja. Entrevista pessoal sobre os telejornais da TV Morena e da TV Campo Grande. Gravada em 25 jun. 2001.

DEUS, Jesus Pedro de Assunção por. Entrevista sobre os telejornais da TV Morena. Gravada em 4 ago. 2001.

FLORES, João. Entrevista pessoal sobre o telejornal da TV MS. Gravada em 27 jul. 2001.

LOPES, Pio. Entrevista pessoal sobre telejornais da TV Morena. Gravada em 28 jun. 2001.

MENEZES, Sandra. Entrevista sobre o telejornal da TV Campo Grande. 4 jun. 2001.

NETO, Ulisses Serra. Entrevista pessoal sobre a TV MS e o telejornal. 13 nov. 2001.

PEREIRA, E. Barsanulfo. Entrevista sobre o telejornal da TV Morena. 4 jul. 2001.

PERONDI, Altair. Entrevista sobre a criação da TV Guanandi e o telejornal. 28 nov. 2001.

PORFÍRIO, Pedro. Entrevista pessoal sobre a TV Educativa. Realizada em 26 jul. 2001.

SÁBKA, Lígia. Entrevista pessoal sobre o telejornal da TV Guanandi. 23 jul. 2001

JORNAIS PESQUISADOS

CORREIO DO ESTADO

DIÁRIO DA SERRA

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[1] TV Campo Grande: hoje no ar definitivamente. Correio do Estado, p. 1, 11 out. 1980.

[2] Data em que o telejornal Noticentro local aparece pela primeira vez na programação da TV Campo Grande, publicadada no jornal Correio do Estado.

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