Processos Erosivos - Weebly



Ambiente Florestal e Incêndios

Portugal VS Austrália

[pic]

Docente Dr.ª Ana Ramos Pereira

Discentes – Tatiana Mateus

Samuel Simões

1) Introdução………………………………………………………………………………

2) As florestas……………………………………………………………………………..

2.1) Conceitos:……………………………………………………………………….

2.1.1) Floresta, Biomas.………………………………………..

2.2) Importância da floresta e funções do ambiente florestal;……………………….

3) A floresta em Portugal e na Austrália………………………………………………….

3.1) Traços Gerais;…………………………………………………………………..

3.2) Susceptibilidade aos Incêndios………………………………………………….

3.2.1) As condições climáticas favoráveis;……………………………………….

3.2.2) Tipos de incêndios;…………………………………………………………

4) Consequências dos incêndios…………………………………………………………..

4.1) Na qualidade do ar…………………………………………………………..

4.2) Na acção antrópica;……………………………………………………….

4.3) Na paisagem; e fauna…………………………………………………………………...

4.4) Na acção hídrica e carga sólida dos rios …………………………….

5) Prevenção de incêndios florestais/Medidas Preventivas……………………………….

5.1) Ao nível político administrativo………………………………………..

5.2) Ordenamento florestal;…………………………………………………………………

6) Conclusão………………………………………………………………………………

7) Bibliografia……………………………………………………………………………..

………………………………………………………………………………......

[1]1-Introdução

O homem sempre teve uma ligação directa com a floresta, desde o início que ia com os seus rebanhos para a floresta, colhia a madeira para se aquecer e mais tarde para fazer a sua casa. Na função de alquimista percorria a floresta na descoberta de extractos de plantas que lhe pudessem descobrir o elixir da longa vida. Mais tarde descobriu-se que a floresta tinha outras funções, como um bem económico, de protecção da erosão dos terrenos, do sequestro do carbono tão falado hoje em dia,??

2- As florestas

A geografia Geografia através do ramo Biogeografia, associada á Fitossiologia à Ecologia e Geobotânica, e intercalando? com as outras divisões da Geografia Física (Figura N.º.1,2,3), estuda a distribuição das biocenoses e a sua localização, como o facto de termos na região Árctica, o bioma da Tundra com plantas gramíneas e lenhosas anãs e na floresta tropical húmida árvores com copas de 24 a 30 mMT de altura. Estes factores tem a ver com a distribuição dos factores naturais na distribuição das espécies e da sua adaptabilidade aos mesmos. Factores climáticos, pedológicos, morfológicos e químicos, a que levam que as espécies se adaptem a temperaturas baixas com a perda de folhas na estação mais fria e suspensão da sua actividade metabólica e no excesso de calor aumento da transpiração para provocar um abaixamento da temperatura. A pluviosidade é outro dos factores que pode constituir um factor limitativo nos ambientes terrestres, levando a adaptações da planta a nível fisiológico como estomas fechados , transpiração cutilar reduzida e queda de folhagem (para reduzir a transpiração) e, a nível morfológico (parte aérea), com folha pequena por vezes reduzida a espinhos e sistema radicular bem desenvolvido

2.2.Importância da floresta e funções do ambiente florestal

As Plantas medicinais são um manancial inexplorado, quase desconhecido, vivendo de parceria com as florestas e que poderia nalguns casos contribuir como um acréscimo de rendimento à produção florestal. O uso tradicional das plantas medicinais, muitas delas cultivadas em quintais , nas hortas familiares ou simplesmente colhida nas matas é uma prática secular fundamentada no conhecimento ancestral , transmitida oralmente na maior parte das situações. Considera-se planta medicinal aquela que contém um ou mais princípios activos que lhe conferem no seu todo actividades terapêuticas. Nestas, os diversos princípios activos encontram-se presentes nos complexos biológicos activos a par de outras substâncias com as quais estabelecem acções sinérgicas. Actualmente em muitas formulações farmacêuticas (Ah!, pois é) aparecem extractos totais de plantas, isolados ou associados a outros. As práticas curativas, sobretudo nas regiões mais interiores, sempre estiveram profundamente relacionadas com a maneira como os curandeiros , os virtuosos entre outros, perceberam a doença e as suas causas. A par com os conhecedores desta arte apareceram os alquimistas, grandes estudiosos destas matérias e que sempre trabalharam na tentativa de descobrirem o “elixir da vida eterna” , a “quinta essência” ou a “pedra filosofal”, tendo muito contribuído para a evolução da arte de curar, dominando muitos segredos, ainda hoje, por alguns guardados sigilosamente. O herbalismo foi frequentemente praticado pelas mulheres, por isso considerado como uma ciência feminina, sendo estas as guardiãs e defensoras da nutrição, da saúde e do bem estar das suas famílias. A utilização do chá medicinal, que é uma das formas mais utilizadas para a ingestão de plantas medicinais.

Tradicionalmente eram as mulheres que eram parteiras, casa aberta, virtuosas ou simplesmente conselheiras. A arte de curar usando ervas, realizado pelas mulheres sábias , era transmitida ás filhas e netas como garante, servindo de base e fundamento àquilo que é hoje a tradição popular. Actualmente com os imensos avanços das tecnologias ligadas à industria farmacêutica, perdeu-se muito do conhecimento dos ervanários.

Fitoterapia, a medicina que recorre ás plantas. Na arte de curar usavam-se infusões, lambedouros, purgantes, emplastros, unguentos, pomadas. A medicina mágica, onde através de práticas ligadas ao sobrenatural, ou que de estranho foi colocado pelo sobrenatural no doente, havendo necessidade de extirpar o mal que o fazia sofrer. Essas práticas eram sobretudo usadas no Alentejo, que eram as benzeduras, conjunto de regras ou palavras ditas por pessoas especializadas ( o benzedor). Diversas investigações tem sido realizadas tendo por base as informações recolhidas por curandeiros, feiticeiros, de diversas partes do mundo na tentativa de inovar sobre a tradição . Pode-se desenvolver um produto inovador sobre uma espécie já usada tendo como suporte o saber ancestral. Hoje nas 125 principais industrias indústrias farmacêuticas realizam-se investigações diversas, tendo como base os produtos derivados das plantas. Nos EUA 2/3 dos medicamentos dos últimos anos provém directa ou indirectamente das plantas. Segundo dados fornecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) o recurso ás às plantas medicinais tem subido consideravelmente. Dois factores explicam esse crescimento. O primeiro é a grande vontade que a população tem em encontrar uma alternativa aos medicamentos sintéticos, em geral carregados de efeitos colaterais. O segundo passa pela constatação feita pelas pessoas que a medicina popular tem fundamento, mesmo que durante muitos anos, os grandes lobies internacionais quisessem fazer acreditar o contrário.

Vegetação, Intercepção e efeito de splash

A intercepção é o processo pelo qual uma parcela da precipitação é impedida de atingir o solo. Uma parte da precipitação é interceptada pelas copas das árvores (folhas, ramos e troncos) e retorna à atmosfera por evaporação, outra parte é interceptada pela manta morta vegetal e retorna também à atmosfera. Se considerarmos a intercepção como J as copas das árvores como C e a manta morta como L, teremos J = C + L.

As florestas de resinosas interceptam mais água que as de folhosas , o que se deve ao facto de as primeiras terem folhagem persistente e as segundas serem de folha caduca, além das agulhas das resinosas terem uma maior capacidade de retenção do que as folhas largas das folhosas?. A quantidade de água interceptada durante as grandes chuvadas é pouco significativa no desenvolvimento das grandes cheias fluviais, mas muito importante na conservação do solo através da redução da energia cinética das gotas de chuva antes destas atingirem a superfície do solo, contribuindo para redução erosiva proteger o solo contra a erosão, durante as chuvadas intensas de grande duração. Não mencionam o splash que está no título.

Vegetação e bacias hidrográficas

A consideração do revestimento vegetal de uma bacia hidrográfica e do seu tipo de utilização tem também importância na análise dos fenómenos hidrológicos que ocorrem na bacia, principalmente pela sua influência no escoamento superficial e na infiltração.

Assim, nomeadamente a presença de bosques e florestas, ao eliminar o choque directo das gotas de chuva com a superfície do solo (splash) e ao modificar as próprias características do solo, favorece a infiltração e reduz a velocidade do escoamento superficial, contribuindo eficazmente para a redução dos fenómenos de erosão e da ocorrência de grandes cheias e para o aumento das reservas subterrâneas . Outro dos inconvenientes da remoção da vegetação é o substancial aumento do transporte de sedimentos que empobrece o solo e cria problemas a jusante, bem como a possível redução da infiltração e consequentemente da recarga natural das reservas de água subterrânea. Na Austrália verificou-se a ascensão de água salina à superfície. Com efeito, enquanto existia floresta a água mantinha-se muito profunda e aí as árvores a iam buscar através das suas raízes muito profundas e com capacidade de suportarem alguma salinidade

Vegetação e Evapotranspiração

Por transpiração entende-se a perda da água absorvida pelas plantas que se dá principalmente através dos poros (estomas) que existem na parte inferior das respectivas folhas., a A água contidas nas células passa para os espaços intercelulares, onde é vaporizada e, quando os poros estão abertos, escapa-se para a atmosfera . A água transpirada é substituída pela água que as raízes vão buscar ao solo. Ao considerarmos também a transpiração do solo, lagos e rios, e juntando os dois processos que devem processados em conjunto temos a Evapotranspiração. Chamamos Evapotranspiração potencial ao valor da Evapotranspiração que ocorreria se não houvesse deficiência de alimentação em água para o referido processo.

Conceito de produtividade sequestro de carbono

A história climatológica do nosso planeta mostra que tem havido grandes alterações no clima. Estas alterações reflectem-se na história e geografia das plantas. As florestas recomeçaram a ocupar grande parte do que é hoje o território português quando o clima começou a aquecer após o ultimo período glaciar.. Foi um processo rápido em termos geológicos , mas também foi célere a reacção humana à melhoria do clima. Com melhor tecnologia, os grupos humanos tiveram mais êxito e as populações cresceram . Para caçarem melhor, ter mais espaço, e defenderem-se precisavam de destruir as florestas. Munido de uma arma eficaz para desflorestar- o fogo, o homem tem sido o principal actor da desflorestação. A desflorestação da região Mediterrânica estava completa na antiguidade clássica e a madeira escasseava na Europa central e do Sul, no fim da idade Média. Finalmente no século XIX , a tendência começou a inverter-se nos países ocidentais. Nas regiões tropicais porém o decréscimo na da área florestal continua a um ritmo elevado. Esta desflorestação tem consequências importantes para as alterações globais que vivemos hoje.

A industrialização e o êxodo rural promoveram e facilitaram a reflorestação na Europa e América do Norte . Mas a industrialização não recorreu à biomassa florestal como fonte de energia como tinha acontecido com as cidades do passado passado???O que é para vocês o passado?. O uso dos combustíveis fósseis- carvão e petróleo se poupou as florestas trouxe como compartida o aumento de dióxido carbono (CO[pic]) na atmosfera. No novo? ciclo geral do carbono, as emissões totais de (CO[pic]) já não eram contrabalançadas pela actividade da Biosfera. Não nos esqueçamos que os combustíveis fósseis são apenas os produtos da fotossintese fotossíntese do passado retidos na crosta terrestre. Actualmente só cerca de metade de( CO[pic]) com origem nas actividades humanas é assimilado pelos sumidouros de carbono da Biosfera. O resto vai contribuir para o aumento da concentração (CO[pic]) na atmosfera. Este aumento foi demonstrado nos anos sessenta do século XX por Charles Keeling (data, bibliografia) com os dados do observatório de Mauna Loa no Havai e decorre decorre o que?a uma taxa de 0,5% ao ano. A concentração do de quê? No ano 2006 era dede cerca de 380 ppvm (partes por milhão em volume) corresponde a uma concentração de 315 ppvm nos finais de 1950 . É um acontecimento recente de grande dimensão, pois nos últimos milénios a concentração de CO[pic] na atmosfera pouco variou relativamente ao seu nível pré-industrial . Esta variação tem significado biológico pois, sendo o CO[pic], o substrato??? da fotossintesefotossíntese, um aumento da concentração do ar permite acelerar a taxa de a taxa de assimilação fotossintética de carbono pelas plantas. O CO[pic], tal como outros gases na atmosfera, tem geram o um efeito de estufa . O efeito de estufa na atmosfera resulta numaa alteração do balanço da radiação da superfície da terra?

. Como uma placa de vidro numa estufa , os gases com efeito de estufa são transparentes para a radiação solar (de baixo comprimento de onda) , mas não o são para a radiação infravermelha de grande comprimento de onda emitida pela terra . Como a radiação de grande comprimento de onda é reflectida , a superfície da terra aquece . Apesar do clima ser um sistemas demasiado complexo , verifica-se, particularmente a partir dos últimos anos do século XX, uma tendência clara de aquecimentofontes bibliográficas??. O efeito de estufa não é um fenómeno estranho e até é positivo porque permite que a terra tenha temperaturas adequadas para a vida. O problema resulta do aumento nas concentrações de gases com efeito de estufa em consequência das actividades humanas. Para além do dióxido carbono (CO[pic]), o metano (CH[pic]) e o oxido óxido nitroso (N[pic]O) são gases com de efeitos de estufa cujas emissões tem aumentado nos últimos anos. Qual a importância então do dióxido de carbono ? É que não sendo o mais potente em efeitos de estufa é o mais abundante (76% do total) e aquele que mais se relaciona com as florestas. Outro fenómeno que está a ocorrer é o ensobramento global (em inglês global dimming) que é parcialmente contraditório. Há um decréscimo na radiação solar que chega em média à superfície terrestre . eEsse decréscimo médio é de 10-15% desde os anos 50 do século XX , mas a variabilidade é grande de sítio para sítio. O ensobramento resulta de um aumento na quantidade de partículas na atmosfera que, por sua vez , não só dispersem dispersam a luz como servem de núcleos de condensação da água e levam à formação de mais nuvens que, por sua vez, reflectem para o espaço da radiação incidente. O resultado deste fenómeno é contrariar o efeito de estufa, podendo conduzir a um decréscimo na temperatura do ar de 1-1,5º C, bem como a uma menor evaporação e eventualmente a menos chuva. De qualquer modo começa a haver clara evidência de aquecimento em muitas partes do globo. Em Portugal, verificou-se uma subida de temperatura média desde a década de 1970. a taxa de aumento é de 0,5ºC/década, isto é mais do dobro da taxa de aquecimento observada para a temperatura mundial (Miranda, PMA 2006). No caso da precipitação, ainda que não se tenham verificado tendências significativas nas médias anuais, desde os anos de 1960 que se observa uma redução muito significativa da precipitação no fim do Inverno e início da Primavera. Dos impactos das alterações globais na vegetação salientam-se os efeitos das concentrações elevadas de CO[pic], na atmosfera. O elevado nível de CO[pic]pode ter um efeito de fertilização e aumentar a fotossintese fotossíntese e o crescimento das plantas. Nas árvores, esse crescimento pode ir até 30% (Medlyn, B.E ;, Woodward,F.I, data?), mas tal só será sustentadoocorrerá em solos ricos em nutrientes. Do mesmo modo, uma concentração elevada de CO[pic]. pode melhorar a eficiência de uso da água , isto é, a quantidade de biomassa por unidade de massa de água transpirada .Porém, na maior parte dos casos, o estimulo do crescimento resultante da elevada concentração de CO[pic] é de curta duração e, no longo termo, bem mais modesto do que seria de esperar, dado que as plantas, após uma exposição mais ou menos prolongada a uma atmosfera rica em CO[pic], ajustam o seu metabolismo à composição da atmosfera . Por exemplo, no sobreiro após quatro anos de crescimento .numa concentração de dióxido de carbono dupla da actual , observou-se um aumento de crescimento de 27% com fertilizante mineral. O efeito foi quase nulo sem fertilizantes (Maroco, J.P et al. 2002). Os efeitos do aquecimento permitem um prolongamento do período de crescimento das plantas, antecipação do início e um final mais tardio no Outono. Ambos os fenómenos estão demonstrados quer por imagens de satélites, quer por observação directa . Isto pode levar a um aumento da produtividade primária., pPor outro lado, um possível efeito de dispersão (global dimming) nas plantas será o aumento na eficiência de uso da água?, uma vez que a evapotranspiração tenderá a diminuir devido ao ensombramento, sem que a fotossintese fotossíntese seja muito afectada. Particularmente nas regiões das latitudes médias e nos trópicos, a maior nebulosidade fará aumentar a proporção de luz difusa a qual é mais eficiente fotossintéticamente do que a luz directa (Pereira, J.S ;Rosati,A& Dejong,T.M.data?). Pelo contrário, o aquecimento pode levar ao agravamento dos stresses térmico e hídrico, nas plantas como aconteceu com a vaga de calor de 2003, na Europa central, em que houve substanciais perdas de produção nas florestas. O aumento no número de meses de secura no ano e uma maior incerteza na ocorrência de chuvas aumentarão o risco de incêndio , aumentando consequentemente o risco de erosão (Durão,R.M& Corte-Real,J,2006).

O que é o sequestro do carbono ?

Se estamos a enviar para o ambiente mais CO[pic], metano e óxido nitrosode azoto do que a biosfera é capaz de processar, uma opção para evitar para evitar o aumento da concentração destes gases na atmosfera , seria retê-los e armazená-los. No meio de inúmeras soluções, as florestas têm um papel de relevo na sua função de sumidouros de carbono . Na essência do seu fundamento está a acumulação de biomassa de grande longevidade. O processo inicia-se com a fotossintesefotossíntese, mas o importante é que o carbono se mantenha nas moléculas orgânicas e não regresse rapidamente à sua forma oxidada no CO[pic].Toda a matéria orgânica tende a ser oxidada, ou a serve servir de alimento a microrganismos e animais , ou ainda, arde, caso atinge atinga uma temperatura elevada. A oxidação, que leva à mineralização, é uma etapa essencial do ciclo de nutrientes e contribui para a libertação de CO[pic]pelos ecossistemas. O tempo médio de residência do carbono na biomassa das florestas é cerca de duas dezenas de anos, enquanto que no solo o tempo médio de residência pode ir de cerca de quinze anos sob?numa floresta tropical a mais de 100 anos sob?numa floresta das regiões frias. Actualmente estima-se que 82% do carbono na biomassa terrestre (parte aérea das plantas e raízes) e cerca de 45% do carbono do solo estão nas florestas do mundo. A destruição das florestas não só liberta grandes quantidades de carbono retidos no ecossistema, como diminui temporariamente a capacidade de sequestro, devido ás às perdas do potencial produtivo da vegetação. A desflorestação que ocorre actualmente nos trópicos?? é uma das razões principais para o aumento do CO[pic]na atmosfera a juntar á à queima de combustíveis fósseis

.Como quantificar o sequestro de carbono? (Figura N.º 4)

O CO[pic], fixado pelas plantas através da fotossíintese é a produtividade primária bruta (PPB) em unidades de massa de carbono por unidade de área e de tempo. Se a esta quantidade subtrairmos a respiração de todos os organismos do ecossistema obtemos a produtividade líquida do ecossistema (PLE) que mede a real retenção do carbono no ecossistema . Em média a PLE tem um valor da ordem dos 5% da produtividade primária bruta. A variabilidade é grande podendo alguns ecossistemas assimilar mais do que emitem (sumidouros) ou pelo contrário serem emissores líquidos (fontes). Mesmo com o êxito do Protocolo de Quito a concentração de CO[pic]na atmosfera continuará a aumentar durante as próximas décadas, além de que a capacidade de sequestro na atmosfera tem limites .È É provável que se tenha atingido o máximo de capacidade de sequestro de carbono pelas florestas no Hemisfério Norte. Por outro lado as alterações do clima podem trazer consigo mudanças no balanço de carbono (menos fotossintese fotossíntese e mais respiração) e no padrão geográfico da distribuição das florestas e em Portugal um aumento substancial do risco de incêndio. Os incêndios constituem um dos principais factores limitantes ao sequestro do carbono pela floresta. Funcionam como cortes prematuros que colocam a floresta numa fase pouco produtiva do seu ciclo de vida a regeneração.

3 A floresta em Portugal

Por razões de calor e humidade, Portugal dispõe de uma flora rica e variada . Há mesmo na Madeira uma amostra do que foi a flora antes da ultima última era glaciarária a Laurissilva . Houve, como em toda a parte do mundo, algumas espécies que se deram bem, algumas vezes com resultados positivos, outras com consequências negativas, porque tem carácter infestante , como algumas acácias, ou porque tem têm exigências de água além da que está disponível nas áreas onde foram plantadas. As alterações climáticas não surgem de forma brusca, mas gradual. Quando mudam as condições ambientais, as espécies, extinguem-se, emigram, adaptam-se, ou ficam em locais restritos. Como espécies que se adaptaram e desenvolveram-se bem no clima Mediterrânico mediterrânico temos a Azinheira azinheira (Quercus rotundifolia), Carrasco carrasco (Quercus coccifera), Sobreiro sobreiro (Quercus suber) e o Zambujeiro zambujeiro (oliveira brava Olea sylvestris). A floresta em Portugal caracterizou-se sobretudo durante o ultimo último século por uma sucessão de alterações que a distinguem claramente do que aconteceu na maioria dos países europeus.´ A história da floresta portuguesa revela uma acção continuada de desarborizarão contrariada regularmente por medidas de protecção e fomento e, a partir do início do século XIX e num quadro de grande desarborizarão do país , por uma política sistemática de reflorestação. A arborização de cerca de meio milhão de hectares de baldios serranos (ver quadro, N.º1) e a criação de uma rede de infra-estruturas florestais constituíram uma das obras mais significativas da acção dos Serviços Florestais, sobretudo a Norte do Tejo, e na primeira metade do século XX. A criação dos Serviços Florestais em 1886, sucedendo a uma prestigiada Administração Geral das Matas do Reino, que modernizou as ciência e técnicas florestais e deixou uma obra muito significativa na fixação e arborização de dunas , no fomento florestal no interior serrano do país que deixou marcas marcante na arborização das serras. Olhando para o passado, verificamos que a floresta e a visão que se tinha na altura é muito diferente da actualidade. A ideia de uma floresta duradoira que atravessa gerações e é testemunho de um passado mais ou menos remoto dificilmente se aplica em Portugal, sobretudo a norte do Tejo. Que é feito dos resineiros, dos guarda florestais, das casas onde moravam, dos postos de observação, da arborização das serras ?.Um dos aspectos de maior ligação entre as florestas e as populações, foi sempre a utilização das matérias primas lenhosas como combustível. O abandono destas combustões controladas de biomassa lenhosa tem tido como consequência o aumento das combustões não controladas, ou seja os incêndios

O pinhal de Leiria, também conhecido por pinhal do Rei e por Mata Nacional de Leiria, é uma das mais importantes matas do estado, assumindo hoje uma enorme importância económica, social ambiental, histórica e cultural. S, situa-se na sua quase totalidade no conselho da Marinha Grande, de que ocupa cerca de dois terços da sua superfície, a Sul do rio Liz, nas dunas do litoral. A origem do pinhal de Leiria remonta a tempos anteriores ao reinado de D.Dinis (final do século XIII, princípios do século XIV), mas foi D.Dinis que a lenda e tradição consagraram como figura emblemática deste pinhal, sendo que muito contribuiu para a sua para a sua valorização, considerando-o como Mata da Coroa, mandando fazer grandes sementeiras de pinheiro bravo e estabelecendo as primeiras regras para a sua administração. Com estas medidas pretendia fixar as areias do litoral que, transportadas pelos ventos, prejudicavam a agricultura da região, ao mesmo tempo que produzia madeiras de qualidade e em quantidade para as necessidades da industria indústria de construção naval, que chegou a produzir centenas de navios que percorreram as costas de África, do Brasil e Índia.

A arborização das dunas do litoral e o “ensecamento”secagem dos seus pântanos constitui uma obra muito importante da engenharia florestal nacional. Na maior parte da costa marítima de Portugal, estas encontravam-se todas areadasassoreadas, chegando o assoreamentoareamento a entrar em terras cerca de 5 Kmkm, na zona entre Mira e Quiaios. Havia relatos (por exemplo em 1927), que algumas vezes o pessoal??? teve de abandonar os trabalhos porque a velocidade do vento levantava a areia, fustigando atrozmente os trabalhadores. Ocasiões houve em que todo o trabalho de um dia era inutilizado durante a noite ou porque areia tinha enterrado as demasiadamente o mato que cobria as sebes ou pelo contrário as tinha descoberto completamente. Hoje quando contemplamos as dunas litorais já fixadas e em grande parte arborizadas como um sistema natural, construído pela dinâmica das marés, dos ventos das areias e aves que transportam e espalham sementes, não nos lembramos que a engenharia florestal teve um papel importante . Já vem de tempos longínquos, as primeiras referências à arborização das areias no litoral. , é É, contudo, no íinicio do século XIX, , os primeiros trabalhos sistemáticos e tecnicamente fundamentados de sementeiras em dunas, concretamente no Couto de Lavose dunas do Valado, estas executadas pelo frades de Alcobaça.(Quadro N.º 2).

Construção de duna primária por meio de paliçadas e ripadas. Era um processo de protecção para proteger as sementeiras de pinheiro marítimo associado a diversas plantas arenosas que melhor e mais utilmente podiam fixar as dunas. Para evitar o soterrar das sementeiras construía-se uma duna artificial ou uma ante- duna. Para formar a ante duna uma paliçada feita de tábuas a uma certa distância da maior linha de marés. Quando as tábuas estão quase enterradas pela areia puxam-se para cima até ficarem na altura e posição primárias e a duna por este processo vai crescendo (Figura N.º 5). Muitas vezes para proteger as sementeiras em areias móveis batidas pelos ventos que sopram do Norte , é feita uma duna secundária perpendicular à do litoral. Para uma melhor compartimentação e protecção das sementeiras são feitas dunas secundárias para o interior, orientadas no sentido norte- sul (Figura N.º6) Na plantação de sementes, estas eram cobertas com mato rasteiro produzido nos pinhais , de forma a proteger as sementes dos ventos e altas temperaturas. No pântano do Juncal gordo (Figueira da Foz), procedeu-se à plantação de eucaliptos, de forma a esgotar o respectivo pântano..

O sobreiro é uma árvore de eleição, da nossa paisagem de riqueza económica e ambiental. A importância do sobreiro e do seu sistema tradicional, sistema multifuncional que é o montado de sobro no desenvolvimento rural e florestal sustentado de comunidades e regiões deprimidas e em muitos casos de risco de desertificação física e humana. É uma espécie da nossa floresta natural e primitiva a que se encontra mais generalizadamente distribuída por todo o país. É actualmente a primeira espécie em termos de ocupação da área florestal (23%), tendo vindo a concentrar-se no últimos séculos nas bacias do Tejo e Sado. Não tolerando solos calcários, é uma espécie sóbria e resistente , adaptada a solos pobres .A sua longevidade dá garantia de estabilidade ao ecossistema.

A Arborização das serras do interior

Como consequência da desarborização e de uma errada utilização do solo, vastas extensões do território português apresentavam um aspecto erosivo, ravinoso e desolador. São estabelecidos novos perímetros florestais em baldios serranos sob gestão dos Serviços Florestais, tendo como objectivo estratégico a sua arborização e infra- estruturação (Figura N.º7).. Este plano constituído com rigor e pela sua dimensão e concepção, projectado para um horizonte de 30 anos, previa arborizar 420 mil hectares, instalar uma área significativa de pastagens e de reservas de vegetação e construir as infra-estruturas necessárias, que incluíam caminhos , casas de guarda, (Figura N.8) casas de administração, viveiros, obras de correcção torrencial, postos de vigia (figura N.º 9) e rede telefónica.

Matérias-primas florestais : Madeira, resina e cortiça

Na luta pela nossa sobrevivência económica, as matas e florestas representam um bem nacional que não deve ser relegado para um plano secundário. Cerca de 85% dos nossos solos estão predestinados à cultura florestal e não à agricultura, pois apenas dispomos de 25% de solos agrícolas e destes somente 10% em boas condições ecológicas e económicas. As sociedades modernas e desenvolvidas apresentam uma significativa dependência dos produtos florestais, que aliam as suas múltiplas utilidades funcionais a uma imagem de conforto estética e qualidade. Portugal dispõe de condições favoráveis à produção florestal quer lenhosa (58% da sua área total) quer não lenhosa (42%). No primeiro caso, destacam-se o pinheiro bravo (31%), explorado em alto fuste, e o eucalipto (21%), explorado em talhadia, que estão na base de duas importantes fileiras industriais, respectivamente madeira de mobiliário e pasta de papel. O pinheiro bravo é o principal fornecedor de matéria -prima para a industria indústria da madeira- serração, mobiliário, carpintaria e industria da construção. O eucalipto é ó principal fornecedor para a produção de pasta de papel, para consumo interno ou exportação, tendo grande cotação nos mercados internacionais devido à sua qualidade. No caso da produção não lenhosa, a espécie mais relevante é o sobreiro (22%) que está na base da fileira cortiça, onde Portugal ocupa um lugar cimeiro à escala mundial, assente principalmente na rolha, mas também em isolamentos, pavimentos e agora em aplicações na industria indústria automóvel . Neste grupo já pontificou a resina de que Portugal foi um grande exportador mundial, com acentuado declínio a partir dos anos 80. A entrada da China com preços muito inferiores conduziu à progressiva decadência dos produtos resinosos e à resinagem. A resinagem era uma actividade benéfica e interessante, não só por constituir um rendimento anual para os proprietários, mas por ser também um estimulo estímulo à limpeza dos pinhais a uma exploração de mais longo prazo e permitir ainda a presença vigilante do resineiro ao longo do ano na mata. Os produtos florestais são também omnipresentes no nosso quotidiano, na perfumaria , drogaria ou farmácia. São considerados produtos amigos do ambiente porque são naturais, renováveis, recicláveis e reutilizáveis, sendo hoje exigência que provenham de florestas geridas de forma sustentável

As alterações climáticas e o futuro das florestas portuguesas

Os efeitos das alterações climáticas nas florestas de Portugal foram estudadas no âmbito dos projectos SIAM – Climate Change in Portugal Scenarios, Impacts and Adaptation Neasures (Pereira,J.S & Correia, A.V 2006). Os cenários climáticos basearam-se no Hadley Centre Regional Climate Model (HadRM),e os cenários de emissão de gases com efeito de estufa consideraram aumentos anuais na concentração de CO[pic] de 1% a partir de 1990, o que se traduzirá na duplicação da concentração atmosférica de CO[pic] em 70 anos (Miranda P., 2002). O balanço final dos impactos negativos ou positivos na produtividade ??dependerá das situações. Considerando o território do continente na generalidade, há um cenário de sério decréscimo da produtividade das florestas, no clima futuro. Isto significa uma alteração nas áreas geográficas de prosperidade das principais espécies de árvores. Quando a temperatura baixa for limitante? e não haja séria carência de nutrientes e água no solo , a produtividade poderá aumentar devido ao aquecimento e ao CO[pic]elevado. Isto pode verificar-se nas montanhas a norte de Portugal , onde a floresta poderá ter aumentos de produtividade , principalmente nos locais próximos do litoral . Em contrapartida o aquecimento e o prolongamento do período seco do ano potenciam um aumento na severidade do stress hídrico. Em consequência , no Centro esperam-se decréscimos de produtividade para o eucalipto e o pinheiro bravo , mas será a região do sul a mais afectada devido ao aumento da aridez . É possível que o pinheiro bravo e o eucalipto se tornem espécies residuais no Sul do país. Fazendo uma simulação desses impactos através de um modelo biogeográfico e biogeoquímico BIOME4 (Kaplan,J.O et al, (2003), nota-se a expansão em que a floresta terá dificuldades em subsistir no cenário de clima futuro (Figura N.º 10). Os resultados sugerem ainda uma tendência para substituição de grupos de plantas de Sul para o Norte e do Interior para o Litoral ,que poderá acontecer através da migração das plantas, embora no caso das plantas florestais o processo possa ser lento. A migração das espécies depende da dispersão de sementes, nem todas as vias de dispersão são relevantes, os rios e as correntes marinhas podem ajudar, mas são essencialmente o vento e os vertebrados que asseguram a dispersão à distancia. Por exemplo, o principal elemento na dispersão dos carvalhos e sobreiros é o gaio, pássaro da família dos corvos. Depois há que encontrar terreno propício, germinar e colonizar o novo território. EstaA fragmentação dos habitats pode levar a um aumento de distancias distâncias dificultando a troca? de indivíduos, criando pequenas populações que podem ficar aí retidas, se as condições tornarem-se inóspitas podem-se extinguir-se (Figura N.º 11). Estas alterações podem causar elevada tensão numa gestão sustentável das florestas, tornando mais oneroso e complexas a sua gestão, ao mesmo tempo que a deterioração da economia florestal pode constituir uma forte desmotivação ao investimento conduzindo a um abandono dos espaços florestais

A floresta na Austrália

Devido as características próprias da Austrália como paispaís ou continente?, e da sua localização geográfica, isolada desde os tempos geológicosvago, (da separação dos continentes), que a flora e a fauna tornaram-se únicas. A Austrália é um dos países com uma elevada taxa de endemismo. Um dos exemplos de endemismo é que, em cerca de 282 espécies de mamíferos na Austrália, 210 são endémicas. Estes endemismos são muito susceptíveis as às mudanças, tornando-se muito frágil a qualquer tipo de ameaça, tanto para o seu habitat como para os seus hábitos. Segundo a UICN, na sua Lista Vermelha existem cerca de 2003 583 espécies animais ameaçadas e 56 plantas.

Na fauna, temos a presença de diversas espécies animais desde os marsupiais, cangurus, koalas e dendrolagues (figura N.º12 e 13), que subsistem através da flora, muito ameaçada pela desflorestação, caça e incêndios, etc. Em relação a flora, a Austrália contem contém cerca de 22 000 espécies vegetais, entre 500 espécies de eucaliptos as quais 500 espécies diferentes são de eucaliptos (Figura N.º14).

A Austrália pode-se dividir em três zonas em termos de vegetação.Teremos um mapa?

A zona tropical, onde encontramos árvores de folhas caduca, e é a área mais arborizada em todo o paíis. Nas regiões mais a sul, predominam os eucaliptos, tal como uma grande percentagem de acácias também.. No interior temos uma zona moderada com a existência de savanas, lande?. Nas montanhas da Tasmânia e nos Alpes australianos, já encontramos a presença de vegetação alpina.

No entanto, as florestas de aAcácia (Figura N.º15), tem uma maior predominamância nas regiões áridas, semi-áridas, secas e nas áreas subtropicais. Representa cerca de 10 % da área total da floresta nativa da Austrália. Existem cerca de 955 espécies, conhecidas normalmente por Wattles.

As condições climáticas favoráveis

Ao longo da história do nosso planeta planeta,em termos climatológicos, este sempre teve influências de grandes alterações no clima. Que se reflectiram tanto na historia história como na geografia das plantas. Um dos exemplos disso, foi quando o clima começou a aquecer após o ultimo último período glaciar glaciário e as florestas começaram a expandir-se para espaços ocupados anteriormente somente por gelo. Este florescimento veio a provocar grandes mudanças e desenvolvimento tanto a nível animal como humano.

Estavamos na Austrália. Agora (sem mais) saltamos para Portugal. A estrutura e organização deste trabalho não está em condições.

Portugal continental, em termos de clima e baseando-nos na classificação de Köppen, divide-se em duas regiões: uma de clima temperado com inverno chuvoso e verão seco e pouco quente (Csb) e também por um clima temperado com Inverno chuvoso e verão seco e quente (Csa). (Figura N.º16)

A Austrália em termos de clima é muito diversificada, indo de um extremo ao outro. O norte da Austrália por se encontra perto do trópico de Capricórnio, é quente/morno durante todo o ano. O restante pais caracteriza-se por verões (Novembro até Abril) quentes e invernos (Maio até Outubro) bastantes frios. Principalmente nos Alpes australianos e no interior da Tasmânia, em que as temperaturas chegam mesmo a permanecerem abaixo dos 0ºC, por vários dias (Figura N.º17).

A única forma de humidade recebida pela Austrália em maior quantidade é através da chuva e neve nos casos da Tasmânia e dos Alpes australianos. Nas áreas desérticas recebe menos de 25 centímetros de chuva por ano, enquanto nas restantes áreas recebe menos de 51 centímetros anuais de chuva. É ao longo das costas Norte, Leste, Sudeste e extremo Sudoeste que tem maiores valores de precipitação de chuva. Como por exemplo, a costa Leste de Queensland que, em alguns lugares, chega a receber ate até 381 centímetros de chuva por ano. No entanto, a costa sudeste e da Tasmânia são as únicas a receber quantidades uniformes de chuva durante todo o ano. A estação das chuvas é a altura em que se observa tempestades violentas, principalmente no norte da Austrália.

Tipos de incêndios

Devido as características climáticas tanto de Portugal como da Austrália constatamos que ambos os países em estudo são propícios a incêndios florestais. Ao longo dos anos temos vindo a observar um aumento da frequência deste fenómeno. Embora o clima não seja o único factor de ignição dos incêndios, como poderemos contactar constactar nos dois incêndios que vamos analisar mais profundamente em seguida.

Em Portugal vamos referir o incêndio de 2003 (Figura N.º18), por ser aquele que ainda hoje esta nas memórias dos portugueses e que foi o mais devastador.

Devido a enorme vaga de calor (temperaturas ate até 40ºC) de todos os tempos em que há registo. eEntre 27 de Julho e 15 de Agosto, houve uma grande vaga de incêndios neste verão de 2003. Arderam ao todo cerca de 300 mil hectares de florestas, 18 pessoas morreram e cerca de 85 foram desalojadas. As áreas mais afectadas no país foram: Vila de Rei, Oleiros e Idanha-a-Nova (no distrito de Castelo Branco), Mação, Abrantes e Chamusca (Santarém), Nisa (Viseu) e o Pinhal de Leiria

Para combater estes fogos estiveram presentes cerca de três mil bombeiros, 800 viaturas, 25 helicópteros e 20 aviões. Recebendo ainda ajuda de Espanha, Itália, Alemanha e Marrocos. Nesse ano registou-se a maior percentagem de área ardida desde 1980, em que se começaram a registar e organizar sistematicamente os prejuízos dos incêndios.

A polícia judiciária devido a vaga de incêndios fez mais de sessenta detenções de presumíveis incendiários, constatando que a maioria dos incêndios terá tido origem criminosa para alem além da existência de material combustível derivado a da falta de limpeza das florestas, matos, etc.

Em relação a Austrália escolhemos o incêndio de 1939 (Figura N.º19) em Vitória por apresentar características semelhantes ao incêndio em Portugal do ano de 2003 e por ter sido também um dos mais devastadores na altura para os australianos. Que ainda hoje fazem comparação deste incêndio com os que ocorrem actualmente. Na Austrália o fogo tende a seguir um ciclo sazonal ou seja a altura do verão no sul da Austrália e do inverno no norte.

A Sexta- Feira Preta ou mais conhecida como Black Friday, em 1939, deveu-se a um longo período seco, a passagem de uma forte noryherlies, com uma humidade baixa e ondas extremas de calor. Outro factor para o fogo de janeiro de 1939 foi devido a uma primavera seca com origem na La nina Niña (fenómeno raro no sudeste da Austrália). Estas condições foram favoráveis para por a maioria de Vitória em risco de incêndio.

A primeira semana de janeiro de 1939, um sistema de altas pressões encontrava-se estacionado ao longo do mar da Tasmânia, ate ao dia 14 de janeiro. O ar quente do interior do país foi transportado para o sudeste da Austrália. Em Melbourne, no dia 8 registava-se uma temperatura de 43,1ºC enquanto no dia 10 registou-se uma temperatura recorde de 44,7ºC.os Os incêndios desses dias provocaram 21 mortes. A inversa térmica presente ate a noite de 12 de janeiro impediu o aumento da temperatura e da velocidade do vento tal como a presença de humidade relativa. No dia 13 de janeiro com o aumento da temperatura ate 45.,6ºC, juntamente com os ventos quentes fortes e uma forte queda livre da humidade relativa, os incêndios tornaram-se um mar de chamas. Morreram mais de 50 pessoas na "Black Friday".

Porem Porém, as vagas de calor não são somente os únicos factores de ignição de incêndios na Austrália, também os relâmpagos são umas das causas de incêndios, como por exemplo o incêndio de Dezembro de 2002, em que a 17 de Dezembro uma tempestade de relâmpagos começou um fogo no “ Grande Deserto” a noroeste de Vitória, ou o do dia 20 de dezembro de 2002 em que outra tempestade de relâmpagos causou quatro fogos no parque nacional de Kosciuszko.

4- Consequências dos incêndios

Pós Incêndios – a qualidade do ar

A libertação de emissão de gases para a atmosfera é o primeiro sintoma de um pós incêndio. Aliás esta acção ainda decorre durante o incêndio, pelo que a sua classificação poderia ser classificada entre o incêndio e o pós incêndio. Os compostos emitidos, de carbono, azoto, enxofre e cloro e as partículas minerais,(Quadro N.º3) são o resultado das acções flamejantes, com implicação directa na qualidade do ar. Uma estimativa realizada sobre as emissões equivalentes de CO[pic]dos incêndios florestais portugueses (Miranda et al.1994 a Miranda et al.1995) permitiu verificar que se a área ardida anual exceder os 100 000ha, as suas emissões equivalentes poderão atingir cerca de 10% das emissões totais nacionais Nos Estados Unidos , por exemplo, o elevado número de incêndios e a área ardida nos anos de 1987 e 1988 provocaram preocupações relativamente aos efeitos potenciais, quer de curto quer de longo prazo, na saúde dos bombeiros devido à exposição ao fumo durante as actividades de combate ao fogo (Ward, 1989). Durante os 4 meses de duração dos incêndios de Yellowstone, cerca de 40% das 30 000 consultas médicas realizadas deveram-se a problemas respiratórios. Mais de 600 bombeiros foram submetidos a tratamento médico. Para além dos problemas derivados aos põe elevados níveis de poluentes na atmosfera, os problemas inerentes á redução de visibilidade são também importantes. Também nos Estados Unidos, no conscelho de Oklahoma, a nuvem de fumo emitida por um incêndio florestal, do qual resultou visibilidade nula numa auto- estrada originou um acidente em cadeia envolvendo 13 viaturas (Carson et al, 1993). As extensas colunas de fumo produzidas durante um fogo podem ser transportadas durante vários quilómetros, levando os poluentes emitidos para longe da área do incêndio (Figura N.º20). Nos trópicos, aeroportos como o de Santarém na bacia do Amazonas, têm frequentemente que encerrar durante a estação da queima, devido à má visibilidade resultante do fumo de grandes incêndios que ocorrem a centenas ou milhares de quilómetros de distância (Andreae, 1991).Os impactos na qualidade do ar manifestam-se a várias escalas desde a contribuição para as alterações climáticas globais até aos episódios locais de poluição atmosférica, passando pelos elevados níveis de ozono (O[pic]) verificados a distâncias médias de fontes de emissões, devidos à queima de biomassa.

As acções antrópicas

Após a passagem de um incêndio existe uma mistura de sentimentos de reacções e atitudes, diferentes em cada um de nós. Para uns, o sentimento dominante é de desolação e desânimo, para outros de revolta e desejo de punição, noutros domina antes a vontade de olhar em frente e recuperar o que se perdeu. A extracção de madeiras queimadas com a abertura de estradas e caminhos florestais construídas completamente ao acaso constitui a maior parte das vezes o início dos problemas erosivos . Na reflorestação, a utilização de processos mecânicos com utilização de maquinaria pesada., contribui para o mesmo problema. Embora as áreas queimadas sejam óptimas para a aceleração da velocidade dos processos erosivos, são muitas vezes as acções antrópicas de prevenção (aceiros), de reflorestação ou outras aquelas que acabam por ser potencialmente mais perigosas . Na (Figura N.º 21) temos a imagem de uma possível evolução de uma vertente após a construção de uma estrada, com a evolução de sedimentos na parte montante da mesma, e um processo erosivo na sua berma.

Paisagem e fauna

Outro dos grandes impactos dos processos que acabámos de descrever deve-se à paisagem e à fauna.. O efeito mais visível e directo é na vegetação. De entre todas as espécies de uma comunidade vegetal, as plantas de porte arbóreo, quer pela sua importância ecológica e económica, quer pela dificuldade de repor a situação anterior devido ao maior numero de anos necessários ao seu crescimento, são as que causam maior impacto. O desaparecimento do coberto vegetal leva a alterações consideráveis a nível dos habitats das diferentes espécies. Dada a estreita relação que existe entre os animais e a vegetação, o efeito do fogo é normalmente mais importante no primeiro ano. Ao contrário do que se possa pensar, os efeitos directos do fogo sobre os animais são relativamente pouco importantes principalmente no que diz respeito aos vertebrados. De todos os grupos de espécies, os impactos fazem-se sentir com maior importância na fauna que vive no solo e na manta morta da floresta. As aves são frequentemente utilizadas para estudar impactos ecológicos. A existência de aves com diversos nichos ecológicos, representando diferentes pontos da cadeia trófica, é igualmente um factor determinante na escolha desse grupo de animais. Devido à sua capacidade de voar, as aves que sobrevivem ao fogo podem deslocar-se para outros locais, mas podem optar por se manterem fiéis ao local onde habitavam antes do fogo. No entanto, pode acontecer uma situação inversa, e após um incêndio haver um aumento de população. O exemplo é dado pelo aumento de insectos que beneficiam das árvores mortas e debilitadas, que aumentando os níveis superiores da pirâmide alimentar, beneficiam as aves insectívoras como o pica Pau e Toutinegra.

A acção hídrica e a carga sólida dos rios

A intensidade das primeiras chuvas de Inverno é determinante nos efeitos erosivos ao nível do solo. Uma precipitação com grande intensidade terá efeitos catastróficos, por outro lado uma pluviosidade menos intensa favorecerá o estabelecimento de uma primeira vegetação de cobertura que diminuirá o efeito de erosão. Há quem advogue que antes das primeiras chuvas poderá fazer-se uma sementeira de modo a forçar a germinação de plantas que venham a fixar o solo, no entanto há quem não veja vantagem neste processo. Como referimos atrás a falta, de vegetação terá consequências a nível da carga sólida dos rios, pois ao reduzir-se a infiltração e aumentando o escoamento haverá um transporte de sedimentos, criando problemas a jusante. O quadro (N.º 4) esquematiza as fases da degradação a que o solo está sujeito após um incêndio. Nas figuras (N.22.º) temos a imagem de duas situações em que são visíveis os efeitos de erosão dos solos e a sua falta de nutrientes que levam a que o solo fique solto e seja alvo de processos de lixiviação. Este processo poderia ser atenuado de uma forma simples, com a construção de pequenos açudes para a retenção de sedimentos permitindo um aumento de sedimentos da infiltração e retenção de cinzas, com a construção de barreiras paralelas ás às curvas de nível com alguma madeira queimada e aproveitando os troncos das árvores abatidas como se pode ver nas figuras (N 23 e 24).

5 Medidas preventivas de incêndios florestais

Um dos problemas da floresta portuguesa diz respeito ao ordenamento do território. As propriedades encontram-se muito fragmentadas o que torna muitas vezes impossível e inútil qualquer investimento que se pretenda fazer. Este é um problema que , por exemplo, as indúustrias de celulose reclamam como um obstáculo ao seu desenvolvimento. Através do quadro (N.º 5), vemos que 61% dos proprietários tem menos que 5 hectares de terreno, o que corresponde a 26% da área total. Para agravar o problema, a maior parte das propriedades não se encontram registadas pelos actuais proprietários, e muitas encontram-se abandonadas pois os seus registos devem-se a pessoas que já faleceram, tornando infrutíferas quaisquer pedidos de responsabilidades em caso de más condutas. Num estudo recente no concelho de Pombal, as propriedades com registos incompletos rondavam os 30%. O emparcelamento é outra das medidas reclamadas pelos estudiosos do sector do ordenamento. No século passado, quando havia partilhas, os terrenos eram divididos não pelo seu tamanho, mas sim pelas árvores que tinham visto que estas eram uma fonte de rendimento e de subsistência dos proprietários. As escrituras mencionavam o numero número de árvores que cada propriedade continha. Se na altura era lógico, e funcional, hoje em dia dá lugar a situações impensáveis, como propriedades a serem atravessadas por faixas e a serem penetradas por pequenas parcelasdef.. Para suplantar esta situação, terá que haver abertura a novas mentalidades e deixar invejas e desconfianças de lado.

Outra das medidas preventivas, deve-se à construção de infra estruturas como estradas florestais e depósitos de água em pontos críticos. Este ultimo último processo deu bons resultados no conselho concelho de Castanheira de Pêra. A construção de estradas florestais em terrenos de difícil acesso é outra medida eficaz no acesso ás às zonas críticas em caso de incêndios. É, no entanto, imperioso ter atenção para a necessidade de serem estudadas as melhores localizações, a fim de se evitar o aceleramento de eventuais processos erosivos. Os exemplos de estradas feitas na Serra da Estrela correspondem à preocupação demonstrada.. A vigilância da floresta por voluntários como estudantes e desempregados, pode ser uma medida eficaz. Recentemente no Norte entregouentregaram-se telemóveis aos pastores para assim poderem comunicar com as autoridades em casos suspeitos.

Muitas vezes Um um dos muitos problemas muitas vezes dos incêndios deve-se ao excesso de biomassa existente nas florestas. Muitos dos proprietários tentam eliminar essa biomassa através de queimadas. As queimadas são responsáveis por um grande número de incêndios que ocorrem fora dos meses da época estival onde as temperaturas ainda são pouco elevadas, mas que a precipitação e a humidade se tem têm revelado abaixo dos valores da época. As centrais de biomassa são apontados apontadas por alguns como a forma de se resolverem esses problemas ao utilizarem das florestas material combustível, sendo assim uma mais valia na prevenção aos incêndios, além de produzirem energia limpa não dependente dos combustíveis fósseis. Das oito centrais projectadas, existem duas em funcionamento Ródão e Mortágua. No entanto, ao fazermos a pesquisa para este trabalho, fomos confrontados por com algumas opiniões que defendem que esta pode não ser a melhor solução. Para os que defendem esta corrente, advogam que para serem eficazes e funcionais, estas devem estar num raio de 45 Km km ou seja 636 000 hectares e terem uma capacidade limitada. Com a construção de centrais de considerável dimensão, as suas necessidades aumentarão havendo o perigo de ter que se recorrer à madeira para a sua alimentação desvirtuando a intenção original.

Ordenamento florestal na organização da floresta

Uma das causas da propagação dos incêndios tem a que haver com a natureza dos combustíveis e a sua continuidade que são características fundamentais na divulgação do fogo. Manchas de combustível ??contínuas e extensas facilitam a propagação de incêndios ao contrário da opção mosaico, intercalando zonas de floresta com áreas agrícolas por exemplo. Trata-se fundamentalmente de aumentar a distância que medeia entre a vegetação herbácea e arbustiva e a base da copa das árvores, tornando assim mais difícil a ocorrência do fogo de copas. A figura (N.º25) mostra a diferença entre uma zona intervencionada, e outra deixada no seu estado natural. Na zona intervencionada, a eliminação do sub bosque através de desramas e desbastes proporciona uma zona de segurança, podendo o fogo atravessar a respectiva área sem atingir as árvores, situação idêntica na figura (N.º 26). Na zona não intervencionada, devido ao extracto herbáceo e ramos de árvores ao pé do solo, facilmente o fogo facilmente subiria pelas copas. Consultando a “Tipologia Florestal de Portugal Continental” verifica-se que mais de 50% da área florestal de Portugal apresenta uma estrutura em que o estrato inferior da vegetação até 0,5 m e o seguinte de 0,5 a 1 m predominam fortemente (cerca de 50% da cobertura).A alteração da continuidade vertical da vegetação é assim fundamental para diminuir a combustibilidade dos povoamentos florestais. Um dos exemplos de compartimentar a paisagem (Figuras n.º 27 e 28) pode passar por manter folhosas nas linhas de água e por manter os altos das vertentes com uma baixa carga de combustível, mantendo faixas limpas de vegetação de modo a funcionarem como zonas estratégicas para a contenção de potenciais incêndios

Independentemente do critério e metodologia seguido na execução deste trabalho, bem como a avaliação a que venha a ser sujeito, os seus autores consideram que foi uma experiência enriquecedora, a elaboração do mesmo, e que lhes será de uma grande utilidade, (mais importante ainda) caso a sua eventual formação de geógrafos se venha algum dia a realizar. Notam no entanto uma certa apreensão, num momento em que vivemos numa situação económica instável, que os investimentos nas áreas florestais sejam preteridos, por não serem projectos visíveis e de curto prazo. Percorrendo os montes dos concelhos de Gois e Pampilhosa da Serra entre outros, encontram-se vertentes erodidas e despidas de vegetação arbórea, iguais ás às referências bibliográficas que pesquisaram, só que estas, referiam-se há uns séculos atrás.

Bibliografia

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◆ Lourenço, Luciano – Riscos de Erosão Após Incêndios. Faculdade Letras da Universidade de Coimbra

◆ Lencastre A ; Franco, F.M – Lições de Hidrologia. Fundação FMT

◆ Vieira, José Neiva – A Floresta Portuguesa. Fundação Luso Americana

◆ Silva, Joaquim Sande – Proteger a Floresta : Fundação Luso Americana, p 15-35, 93-128

◆ Silva, Joaquim Sande – Floresta e Sociedade – Fundação Luso Americana, p127-140,245-254

◆ Miranda, Ana Isabel – Efeitos dos Incêndios florestais na qualidade do ar : Universidade de Aveiro, p 1-27, 45-68

◆ Da Costa, Mário A Silveira – Silvicultura Geral ; Litexa Editora

◆ Pereira, Nuno – As condições climáticas e o risco – Perigos de incêndios florestais – O exemplo da serra de Sintra: Universidade de Lisboa – Faculdade de Letras

Sites utilizados:

25 de Abril de 2009:







































14 de Abril de 2009:































































17 de Março de 2009:























3 de Março de 2009:

















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