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MATERIAL DE APOIO

(Este material de apoio ao estudante não substitui e não dispensa a leitura dos livros como bibliografia básica do curso)

INFORMAÇÕES GERAIS

Horário Manhã: Horário Noite:

07:50 – 09:30 19:15 – 20:55

09:30 – 09:50 intervalo 20:55 – 21:20 – intervalo

09:50 – 11:30 21:20 – 23:00

Avaliações:

AV1 – Prova do Professor ____/____

AV2 – Prova Integrada ____/____

AV3 – Prova do Professor ____/____

Todas as provas são sem consulta e envolvendo raciocínio e interpretação.

Descartado a menor nota das avaliações pelo sistema e calculada a média aritmética das demais notas com média 6.

O aluno que faltar nas avaliações receberá 4 faltas e só poderá fazer a prova na semana subseqüente mediante autorização da Secretária.

Regime Domiciliar: O aluno tem direito as tarefas substitutivas idênticas à aplicada em classe (prova ou trabalho) referente ao período que suas faltas foram abonadas mediante concesssão do Regime Domiciliar ou Abono de Faltas deferidos e expedidos pela Secretaria Geral.

Presenças:

A aprovação na disciplina está condicionada, além do aproveitamento de notas – média 6,0 (seis) e presença de 75% nas aulas, portanto o limite de faltas corresponde a 25%, ou seja :

Carga horária de 80 horas – limite de faltas = 20 faltas

Carga horária de 40 horas – limite de faltas = 10 faltas

Faltas:

Licença maternidade / Doenças infecto contagiosas ou crônicas/Regime domiciliar - Todos os previstos em lei: os atestados deverão ser entregues diretamente à Secretaria.

Orientações para as aulas:

A fim de que as aulas sejam produtivas é importante a assiduidade, participação e educação de todos os participantes; mantenha seu celular desligado ou na função vibra-call.

Participe de todas as aulas de forma ativa e produtiva. Não tenha medo ou vergonha de perguntar aquilo que não entendeu, a sala de aula é um fórum de discussão e aprendizado.

Traga sempre às aulas sua apostila, caderno e calculadora. Organize sua agenda de modo a dispor de tempo fora da sala de aula para seus estudos.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

INTRODUÇÃO

Inicialmente, apresentamos o conteúdo programático, a bibliografia e os materiais necessários para fornecer embasamento para o estudo da disciplina de Administração Financeira, durante o primeiro semestre de 2012.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

✓ Objetivo da administração financeira;

✓ Função do administrador financeiro;

✓ O ambiente financeiro das empresas;

✓ Administração de Caixa;

✓ Administração de Contas a Receber;

✓ Administração de Estoques;

✓ Administração de contas a pagar;

✓ Necessidade de Capital de Giro;

✓ Contas de Tesouraria;

✓ Efeito Tesoura nas atividades das empresas;

✓ Mercado primário de títulos;

✓ Mercado secundário de títulos;

✓ Captação de recursos;

✓ Aplicação de recursos;

✓ Securitização;

✓ Engenharia financeira;

✓ Leasing;

✓ Operação de proteção de ativos e passivos das empresas.

OBJETIVOS PEDAGÓGICOS

Espera-se que essa disciplina proporcione ao discente compreender a função do administrador, cujo objetivo é criar valor para a corporação. As ferramentas usadas para cumprir esses objetivos são os instrumentos disponíveis no mercado financeiro e de capitais por meio da adequada seleção desses instrumentos para captar e aplicação recursos da empresa; sendo que a tesouraria da empresa é ‘local’ onde todas as operações de atividades operacionais, de atividades de investimentos e de atividades de financiamentos são planejadas e executadas.

BIBLIOGRAFIA

|Básica: |

|ASSAF NETO, Alexandre; LIMA, Fabiano Guasti. Curso de Administração Financeira. São Paulo: Editora Atlas, 2009. |

|GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 7ª Ed. São Paulo: Editora Harbras, 1997 |

|SECURATO, José Roberto; SECURATO, José Cláudio. Mercado Financeiro: conceitos, cálculo e análise de investimento. 3ª Ed. São Paulo: |

|Editora Saint Paul, 2009. |

|SILVA, Edson Cordeiro da. Como Administrar o Fluxo de Caixa das Empresas. 4ª edição. São Paulo: Editora Atlas, 2010. |

| |

|Complementar: |

|CEPEFIN FEA/USP Ribeirão Preto. Finanças Corporativas de Curto Prazo: A gestão do Valor do Capital de Giro. Vol.1 São Paulo: Editora |

|Atlas, 2007. |

|______________________________. Finanças Corporativas de Longo Prazo: Criação de Valor com Sustentabilidade Financeira. Vol. 2. São |

|Paulo: Editora Atlas, 2007. |

|FIPECAFI FEA/USP. Curso de Mercado Financeiro. São Paulo: Editora Atlas, 2010. |

|FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro: produtos e serviços. 18ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Qualitymark,2010. |

| |

|GROPPELLI, A.A.; NIKBAKHT, Ehsan. Administração Financeira. 3ª Ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2010. |

|HOJI, Masakazu. Administração Financeira e Orçamentária. 8ª Ed. São Paulo: Editora Atlas, 2009. |

|_______________. Práticas de Tesouraria: Cálculo Financeiro de Tesouraria. São Paulo: Editora Atlas, 2001. |

|SECURATO, José Roberto. Cálculo Financeiro das Tesourarias. 4ª Ed. São Paulo: Editora Saint Paul, 2009. |

|ROSS, Stephen A.; WESTERFIEL, Randoph; JAFFE, Jeffrey F.,Jaffe. Administração Financeira: Corporate Finance. São Paulo: Editora Atlas,|

|2010. |

|SANTI FILHO, Armando de; OLINQUEVITCH, José Leônidas. Análise de Balanços para Controle Gerencial. 2ª Edição. São Paulo: Editora |

|Atlas, 1989. |

|ZDANOWICZ. José Eduardo. Fluxo de Caixa. 8 edição. Porto Alegre: Editora Sagra Luzzatto, 2000. |

1. SIGNIFICADOS E OBJETIVOS DA ADMINISTRÇÃO FINANCEIRA NAS EMPRESAS

1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS BÁSICOS

O que é Administração Financeira? A Administração Financeira diz respeito às responsabilidades do administrador financeiro numa empresa. Os administradores financeiros gerenciam ativamente as finanças de todos os tipos de empresas, financeiras ou não-financeiras, privadas ou públicas, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos. Eles desempenham uma variedade de tarefas, tais como orçamentos, previsões financeiras, administração do caixa, administração do crédito, análise de investimento e captação de recursos (Gitman, 1997, p. 4).

Qual o principal objetivo da Administração Financeira? O principal objetivo da Administração Financeira é o de maximizar a riqueza dos sócio-acionistas.

2. META DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Quando alguém se dispõe a investir sua poupança em uma empresa, em vez de aplicá-la em alternativas mais seguras, está disposto a assumir certo risco em troca de um aumento no seu patrimônio ou riqueza pessoal. Assim, pode-se admitir que o objetivo principal da empresa, e, por conseguinte, de todos os administradores e empregados, é o de maximizar a riqueza de seus proprietários. Cada decisão financeira deve ter como meta o aumento do valor da ação. Nessa busca, duas variáveis conduzem as decisões: o risco e o retorno.

3. DEFINIÇÃO DE RISCO

O risco é a possibilidade de perda financeira e afeta tanto os administradores financeiros quanto os acionistas (GITMAN, 2004). Todo investimento envolve certa medida de risco, e para caracterizar tal conceito corretamente é necessário diferenciar dois conceitos básicos que são: incerteza e risco.

“A incerteza pode se referir a situações nas quais muitos resultados são possíveis com probabilidades de ocorrência desconhecidas. Já o risco refere-se a situações as quais podemos relacionar todos os possíveis resultados, bem como estabelecer a probabilidade de ocorrência de cada um deles”. (KNIGHT apud PINDYCK; RUBINFELD, 2002)

As probabilidades envolvidas podem ser objetivas ou subjetivas. As objetivas fundamentam-se na frequência com a qual determinados eventos tendem a ocorrer, baseados em experiências similares. As subjetivas baseiam-se na percepção de que um determinado resultado poderá vir a ocorrer, embasada no julgamento e na experiência de uma pessoa, mas não na frequência em que os resultados tenham realmente ocorrido no passado. Ambas as interpretações da probabilidade são importantes no cálculo das medidas que auxiliam a comparar e escolher entre os riscos envolvidos, que são o valor esperado e a variabilidade dos possíveis retornos.

TIPOS DE RISCO

Riscos específicos da empresa

• Risco econômico: está intimamente associado ao tipo de operação da empresa, ao tipo de produto e às características de sua procura, já que este é o risco oferecido por sua atividade e setor de atuação e suas oscilações ficam sujeitas a forças externas, cuja origem pode estar relacionada a situação econômica do pais e do mundo.

• Risco financeiro: por sua vez, além de incluir o risco econômico, é determinado pelo uso do capital de terceiros, que exige remuneração fixa e prioritária em face da remuneração do capital dos acionistas.

Portanto, “...o risco econômico corresponde à estrutura de ativos da empresa, resultado de suas atividades e o risco financeiro corresponde à estrutura das fontes de recursos, principalmente em termos de endividamento”. (SANVICENTE, 1987)

Riscos específicos dos acionistas

• Risco de taxa de juros: refere-se à possibilidade de que variações na taxa de juros afetem negativamente o valor de um investimento. Na maioria das vezes, os investimentos perdem valor quando a taxa de juros sobe e ganham valor quando a taxa de juros se reduz.

• Risco de liquidez: refere-se à possibilidade de um ativo não ser liquidado a um preço razoável e com facilidade de negociação, que dependem do porte e da profundidade do mercado onde este ativo é negociado.

• Risco de mercado: tem por característica básica a possibilidade de redução do valor de mercado de um ativo acarretado por instabilidades no mercado, independentes do ativo, como eventos econômicos, políticos e sociais. Quanto mais o valor do ativo reage às instabilidades do mercado maior o risco envolvido no investimento.

Riscos conjuntos: empresas e acionistas

• Risco de evento: está relacionado a situações inesperadas que podem interferir no valor da empresa ou de um ativo específico. Geralmente, os eventos inesperados afetam setores específicos ou pequenos grupos de acionistas.

• Risco de câmbio: refere-se à possibilidade de flutuações na taxa de câmbio interferirem nas negociações empresariais com fluxos de caixa futuros previstos, já que tais flutuações podem mudar o valor da empresa e das ações negociadas.

• Risco de poder aquisitivo: relacionado à possibilidade de variação nos níveis gerais de preços, inflação ou deflação, e que esta variação afete os fluxos de caixa, as empresas e os ativos, pois variações no nível geral de preços afetam o poder aquisitivo dos agentes.

• Risco de tributação: refere-se a empresas e ativos que são influenciados por alterações na legislação tributária.

Há ainda que se diferenciar os tipos de comportamento dos agentes com relação ao risco, estes podem ser avessos, neutros e arrojados com relação às situações que envolvem risco. Os investidores avessos ao risco, procuram o menor risco possível, medido pelo desvio-padrão da distribuição de probabilidades dos fluxos futuros, dado o valor esperado de retorno. Os investidores neutros ao risco são indiferentes ao recebimento de um retorno garantido ou de um retorno incerto que apresente o mesmo valor esperado de retorno. E por fim, os investidores arrojados que preferem assumir maiores riscos, se estes lhes trouxerem maior retorno associado.

4. DEFINIÇÃO DE RETORNO

A definição de retorno está diretamente ligada à definição da função financeira de uma empresa:

“... a função financeira compreende os esforços despendidos objetivando a formulação de um esquema que seja adequado à maximização dos retornos dos proprietários das ações ordinárias da empresa, ao mesmo tempo em que possa propiciar a manutenção de um certo grau de liquidez”. (ARCHER; D’AMBROSIO, 1969 apud SANVICENTE, 1987)

“...retorno é o ganho ou a perda total sofrido por um investimento em um período determinado”. (GITMAN, 2004)

Logo, o retorno de um investimento é a recuperação do capital investimento adicionado de um valor produzido na operação referente à remuneração do capital, conhecido como juros, em um determinado espaço de tempo.

Os resultados geralmente são medidos pela soma de fluxos financeiros do período com a variação de valor. Contudo, o administrador financeiro, geralmente, analisa os investimentos pautados em projeções dos resultados do projeto ou ação, necessitando de indicadores para avaliar tais resultados.

Tal retorno é medido com base na projeção dos resultados futuros e comparado com a taxa mínima de atratividade exigida pelo investidor. Essa taxa mínima de atratividade é também chamada de custo de capital, ou seja, em que medida o projeto atende ao custo de capital.

No caso de investimentos produtivos, o retorno do investimento é calculado a partir dos fluxos financeiros previstos no período de duração do projeto, utilizando alguns indicadores como período de payback, valor presente líquido, índice de lucratividade, taxa interna de retorno e taxa média de retorno e comparado ao percentual do custo de capital imposto pelo investidor.

No caso de investimentos financeiros, o retorno é calculado com base nos lucros e dividendos futuros relacionados à atividade da empresa que emitiu os títulos financeiros, e com menor intensidade o preço de transação do título no mercado.

Assim, segundo Armando de Santi Filho (1997), quem está disposto a assumir riscos deseja uma compensação. Esta compensação diz que riscos maiores exigem retornos mais elevados.

5. PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO

As funções do administrador financeiro na empresa podem ser avaliadas com base nas demonstrações contábeis básicas da empresa. Suas três atribuições primordiais são:

a) Análise e planejamento financeiro, que envolve:

• Transformação dos dados financeiros em uma forma que possa ser utilizada para orientar a posição financeira da empresa e promover a sua continuidade;

• Avaliação da necessidade de aumento ou redução da capacidade produtiva; e

• Determinação de que tipo de financiamento adicional deve ser realizado. Essas três atividades são sustentadas pelas decisões de natureza estratégica, tática e operacional. Os demonstrativos contábeis, principalmente o Balanço Patrimonial e a Demonstração do resultado do Exercício, são importantes fontes de informações para elaboração de análise e planejamento financeiro.

b) Administração da estrutura de ativo da empresa (Decisão de Investimento): O administrador financeiro determina a combinação e os tipos de ativos que fazem parte do Balanço Patrimonial da empresa. Essa atividade está relacionada ao lado esquerdo do Balanço. A composição refere-se ao montante de recursos aplicados em Ativos Circulantes e em Ativos Permanentes (fixos). Depois que a composição estiver definida, o administrador financeiro deve fixar e tentar manter níveis ótimos para cada tipo de Ativo Circulante. Existem várias técnicas para avaliação dessas decisões de investimento, como a Taxa Média de Retorno, Payback (Prazo de Retorno), VPL (Valor Presente Líquido) e TIR (Taxa Interna de Retorno) e outras.

Decisões de investimento

|Ativo |Questões a serem respondidas |

|Ativo circulante |Onde estão aplicados os recursos financeiros? |

|Caixa e bancos |Quanto em ativos circulantes? Quanto em ativos permanentes? Em quais?|

|Estoques |Qual a melhor composição dos ativos? |

|Outros |Qual o risco do investimento? |

|Realizável a longo prazo |Qual o retorno do investimento? |

|Contas a receber |Quais novas alternativas de investimentos? |

|Adiantamento a coligadas |Como decidir em que ativos investir? |

|Ativo Não Circulante |Como decidir em quais ativos investir? |

|Imobilizado |Como maximizar a lucratividade dos investimentos existentes? |

c. Administração da estrutura financeira da empresa (Decisão de Financiamento): Relaciona-se com o lado direito do Balanço Patrimonial da empresa e envolve as fontes de recursos. Esta atividade do administrador financeiro possui um enfoque principal:

• A decisão de qual a composição mais apropriada entre financiamento a curto e a longo prazo a ser estabelecida, o que é bastante importante, pois afeta tanto a lucratividade da empresa como sua liquidez global. Algumas decisões dessa natureza exigem uma análise profunda das alternativas disponíveis, de seus custos e de suas implicações a longo prazo. O Custo Médio Ponderado de Capital é uma medida eficaz para este tipo de decisão.

É importante frisar que, embora as decisões de investimento e de financiamento possam ser convenientemente visualizadas em associação com o balanço, tais decisões são tomadas com base nos efeitos que terão sobre o fluxo de caixa.

Decisão de financiamento

|Passivo |Questões a serem respondidas |

|Passivo circulante |Qual a estrutura de capital? |

|Fornecedores |De onde vem os recursos? |

|Empréstimos e financiamentos |Qual a participação de capital próprio? |

| |E de capital de terceiros? |

|Outros |Qual o perfil de endividamento? |

|Exigível a longo prazo |Qual o custo de capital? |

| |Como reduzir? |

|Financiamentos |Quais as fontes de financiamento usadas e seus respectivos custos? |

|Patrimônio líquido |Qual o risco financeiro? |

|Capital social |Quais deveriam ser eliminadas ou trocadas? |

|Reservas |Qual o sincronismo entre os vencimentos das dívidas e a geração de |

| |meios de pagamentos? |

6. PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO

Como o objetivo da administração financeira é a maximização da riqueza da empresa e dos proprietários, os administradores no papel de agentes dos proprietários, devem, através da delegação de poderes, agir em nome destes visando atingir os objetivos propostos.

Entretanto, como nas grandes organizações, os acionistas não participam das decisões e nem da forma de gestão adotada, muitas vezes os objetivos pessoais dos administradores se sobrepõem aos da empresa e a meta maior, que é a maximização da riqueza, não é plenamente atingida. Esse fato ocorre, porque os administradores, embora queiram o aumento da riqueza da empresa e dos proprietários, estão também preocupados com sua riqueza pessoal e com outros benefícios que lhes proporcionem status social como: locais de trabalho luxuosos, veículos a sua disposição e da família, viagens, etc.

Para prevenir e minimizar esse impacto ocasionado pelo desvio dos objetivos, os proprietários adotam medidas preventivas chamadas "custos de agência".

Os principais "custos de agência" (agency) são:

Auditoria Interna: cujo objetivo é verificar se os administradores estão efetivamente defendendo os interesses dos proprietários.

Incentivos: prêmios de incentivo à boa administração vinculados ao preço da ação.

Prêmios por bom desempenho: a empresa cria medidas de desempenho e premia os administradores quando as metas são alcançadas.

Participação acionária: atingindo determinados objetivos prefixados, os administradores recebem uma participação acionária da empresa.

7. ESTUDO DE CASO: OBJETIVOS DA ADMINISTRAÇÃO

Em 1993, Michael Eisner, presidente da Disney, recebeu US$ 230 milhões, uma das maiores quantias pagas por uma empresa a um executivo em um único ano, quantia esta maior que o PIB de alguns países. O curioso é que os acionistas dessa empresa não reclamaram da quantia paga a seu principal executivo, dado que, sob seu comando, os lucros da Disney nesse período saltaram de US$ 60 milhões para US$ 2 bilhões entre 1984 a 1995. O valor de mercado da empresa aumentou em mais de US$ 25 bilhões, provocando um aumento de 14 vezes no valor do investimento dos acionistas.

Roberto Goizueta, da Coca-Cola, aumentou o valor da empresa em um período de dez anos em aproximadamente US$ 50 bilhões.

Andy Grave, da Intel, obteve lucros em torno de 40% ao ano para os acionistas da empresa na década de 90.

O que esses extraordinários executivos fizeram?

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8. PROFISSIONAIS DA ÁREA DE FINANCEIRA E OPORTUNIDADE DE CARREIRA

Suas atividades abrangem decisões estratégicas, como a seleção de alternativas de investimentos e as decisões de financiamento de longo prazo, além das operações de curto prazo, como a gestão do caixa, o gerenciamento do risco e tantas outras. Sua área de abrangência é ampla, ocupando-se do processo financeiro, dos mercados e das instituições financeiras, dos instrumentos financeiros e das finanças pessoais, governamentais e corporativas.

O campo da administração financeira abrange ampla gama de tarefas e atividades, e os administradores financeiros encontram grandes oportunidades de contribuírem para o sucesso dos negócios empresariais.

Como oportunidade de carreira, o administrador financeiro pode trabalhar, por exemplo, como:

• Analista de ações (Bolsa de valores e consultorias independentes),

• Analista de crédito e cobrança (consultorias independentes e executivos de empresas),

• Gerente de projetos (setor privado e público),

• Tesoureiro, (pagamentos e recebimentos das empresas públicas e privadas),

• Controller,

• Coordenador de planejamento e controle financeiro. (empresas públicas e privadas),

• Gerente de bancos,

• Em corretoras, distribuidoras, bolsas de valores, (associações privadas ou vinculadas a instituições bancárias),

• Consultor autônomo de investimentos,

• Analista de risco, normalmente ligado à área estratégica de empresas ou bancos,

• Orientador de seguros,

• Enfim, em inúmeras atividades.

9. O PAPEL DO TESOUREIRO E DO CONTROLLER

Tesoureiro

É responsável pela manutenção do caixa da empresa, pelos recebimentos e pagamentos diários, pela liberação de crédito para clientes, pelas negociações com bancos para aquisição de recursos de curto prazo (financiamento de capital de giro) e pelas aplicações dos recursos excedentes no curto prazo.

Suas principais atribuições são:

• Administração de caixa

• Administração de crédito e cobrança

• Administração do risco

• Câmbio

• Decisão de financiamento

• Decisão de investimento

• Planejamento e controle financeiro

• Proteção de ativos

• Relações com acionistas e investidores

• Relações com bancos

Controller

É responsável pelo acompanhamento e fiscalização das atividades financeiras de curto e de longo prazos, pelas contabilidades fiscal e gerencial, aqui incluída a divulgação dos resultados da empresa para acionistas, partes interessadas e governo e, finalmente, pelo gerenciamento da estrutura de capital da empresa: formas de captação de recursos de longo prazo, endividamento junto a instituições financeiras, emissões de debêntures, ações, e outros títulos de dívida.

Suas principais atribuições são:

• Administração de custos e preços

• Auditoria interna

• Contabilidade

• Orçamento

• Patrimônio

• Planejamento tributário

• Relatórios gerenciais

• Salários

• Sistemas de informação

10. O RELACIONAMENTO DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA COM OUTRAS CIÊNCIAS

A Administração financeira utiliza-se de conceitos de outras ciências, tais como economia, contabilidade, direito etc. Em decorrência da teoria financeira ser derivada da teoria econômica, finanças e economia estão estreitamente relacionadas.

A economia, através da Macroeconomia, dá subsídios sobre o ambiente global em que a empresa opera ou deseja operar e, através da Microeconomia, permite a melhor escolha das estratégias operacionais para a empresa. Visto que o campo de Finanças está estreitamente relacionado ao da economia e que a maioria das empresas opera dentro da Economia, o administrador financeiro deve compreender o arcabouço econômico e estar atento às conseqüências dos vários níveis de atividade econômica e das mudanças na política econômica.

O gestor financeiro deve, portanto, usar os princípios da economia para nortear suas decisões. Precisa conhecer a teoria de preços, os aspectos envolvidos na oferta e demanda e outros conceitos que possam auxiliá-lo a gerenciar as finanças da empresa de forma eficaz. Além disso, deve estar atento a todas mudanças ocorridas na conjuntura econômica e que possam de alguma forma afetar as atividades da empresa

A contabilidade apresenta uma relação tão próxima com a Administração Financeira que os leigos acabam por considerar as duas ciências como unas. Isto é errôneo. Na verdade, a função contábil é sub-função da administração financeira que desempenha papel importante ao fornecer os dados necessários à perfeita administração financeira da organização. A contabilidade tem como finalidade registrar todos os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas das entidades. Para tanto, utiliza-se do Regime de Competência, onde as receitas são reconhecidas no momento da venda (independente da data do seu recebimento) e os gastos no momento de sua ocorrência ou utilização (independente da data de seu pagamento).

A Administração Financeira que tem como objetivos o planejamento, a administração e o controle das entradas e saídas de fundos, adota assim o Regime de Caixa, onde as receitas e despesas são reconhecidas somente no momento em que efetivamente ocorrem as respectivas entradas e saídas de caixa.

O direito influencia diretamente a administração financeira ao impor normas de condutas às organizações e aos seus participantes.

11. TOMADA DE DECISÃO SEGUNDO A ANÁLISE MARGINAL

O princípio econômico de fundamental importância, do qual se vale o gestor financeiro para a tomada da maioria das decisões, é o princípio da análise marginal. Este princípio consiste no estudo dos custos e benefícios adicionais gerados por uma determinada escolha de investimento, segundo o qual um projeto de investimento somente será viável economicamente quando a soma dos benefícios marginais gerados for maior que a soma dos custos marginais incorridos na implantação do referido projeto de investimento.

Exemplo:

O administrador financeiro de uma loja de departamentos está atualmente tentando decidir se substitui um dos antigos computadores da empresa por um novo, capaz de processar mais rapidamente e de dar conta de um maior volume de transações.

O novo computador requer um desembolso à vista R$ 80.000,00, enquanto que o antigo poderia ser vendido por R$ 28.000,00. Os benefícios totais a serem gerados pelo novo computador seriam de R$ 100.000,00 e os benefícios do antigo no mesmo período de tempo seriam de R$ 35.000,00.

Aplicando a analise marginal a esses dados, obtemos o seguinte:

Benefícios com o novo computador .................................. R$ 100.000,00

- Benefícios com o computador antigo .............................. R$ 35.000,00

= Benefícios marginais adicionados (1)............................. R$ 65.000,00

Custo com o novo computador .......................................... R$ 80.000,00

- Receita obtida com a venda do antigo computador ........ R$ 28.000,00

= Custos marginais adicionados (2).................................... R$ 52.000,00

Benefícios líquidos (1)-(2).................................................. R$ 13.000,00

Uma vez que os benefícios marginais (adicionais) de R$ 65.000,00 excedem os custos marginais (adicionais) de R$ 52.000,00, a aquisição do novo computador é recomendável. A empresa ainda obterá um ganho de R$ 13.000,00.

EXERCÍCIOS

1. Um empresário está adquirindo uma máquina por R$ 50.000,00, esta máquina irá substituir outra já ultrapassada que será vendida por R$ 10.000,00. O beneficio mensal projetado pela nova máquina será de R$ 8.000,00. Com a máquina atual, o beneficio mensal é de R$ 3.000,00. Definir qual o beneficio marginal pela nova aquisição e qual o beneficio líquido. A aquisição será viável considerando-se um horizonte de 12 meses?

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2. O proprietário de uma rede de fast food está adquirindo uma máquina de sorvetes por R$ 40.000,00, e esta máquina irá substituir outra já antiga que será vendida por R$ 20.000,00. O beneficio mensal projetado pela nova máquina será de R$ 50.000,00. Com a máquina atual, o beneficio mensal é de R$ 20.000,00. Definir qual o beneficio marginal pela nova aquisição e qual o beneficio líquido. A aquisição será viável?

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________

3. A Copiadora “Ki Kópia Ltda. ME”, pretende substituir uma das máquinas antigas, por uma nova, mais sofisticada, capaz de dar conta de um maior volume de cópias por minuto. A nova máquina requer um desembolso, à vista de $ 50.000,00, enquanto que a antiga poderá ser vendida por $ 18.000,00. Os benefícios totais a serem gerados pela nova copiadora seria m de $ 70.000,00, e os benefícios da máquina antiga, no mesmo período de tempo, seriam de $ 25.000,00. Aplicando a análise marginal a esses dados, você recomendaria a substituição do equipamento em questão?

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QUESTÕES PARA FIXAÇÃO DO TEXTO

1. Descreva a relação geral entre Administração Financeira e Economia e explique como o administrador financeiro se baseia nos princípios de Macro e Microeconomia.

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2. Como o administrador financeiro depende do contador? De que forma o resultado da Contabilidade age como insumo para a Administração Financeira?

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3. Quais são as maiores diferenças entre Contabilidade e Administração Financeira com respeito:

a. Ao reconhecimento de receitas e despesas?

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b. A tomada de decisão?

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4. Quais são as três funções do administrador financeiro com respeito às demonstrações financeiras da empresa?

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5. Qual é a meta do administrador financeiro? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6. É verdade que “se uma empresa for lucrativa sua sobrevivência está garantida”? Explique.

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7. Explique o que são receitas e despesas marginais e como Administração Financeira adota a análise marginal.

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8. A Ironworks Production Inc. vendeu quatro cargas de ferro gusa a crédito por R$31.000 cada uma, no mês que acaba de se encerrar. A empresa ainda não recebeu. A empresa pagou R$16.000 durante o mês que acaba de terminar por cada carga de ferro. Com base no regime de competência, a empresa mostrou um lucro líquido de _______, e em base de caixa mostrou um fluxo de caixa líquido de ________ para o mês.

a. ( ) R$60.000; -R$64.000

b. ( ) R$64.000; -R$60.000

c. ( ) R$60.000; -R$60.000

d. ( ) R$64.000; R$60.000

9. Durante o ano que acaba de encerrar, a Jackson, Inc. teve vendas de R$25.000, das mercadorias compradas durante o ano a um custo total de R$15.000. A empresa pagou por 60% da mercadoria durante o ano e tem de cobrar do cliente no final do ano. O lucro líquido e o fluxo de caixa dessa venda para o ano são:

a. ( ) R$4.000 e R$6.000 respectivamente.

b. ( ) R$25.000 e -R$15.000 respectivamente.

c. ( ) R$10.000 e -R$9.000 respectivamente.

d. ( ) R$15.000 e -R$3.000 respectivamente.

10. Uma forma usada frequentemente para garantir que as decisões da alta gerência visem ao melhor interesse das partes interessadas é:

a. ( ) ameaçar despedir os gerentes cujo desempenho não for considerado adequado.

b. ( ) retirar as regalias da alta gerência.

c. ( ) vincular a remuneração da alta gerência ao nível de lucro por ação.

d. ( ) vincular a remuneração da alta gerência ao desempenho do preço das ações ordinárias da empresa.

11. A Coconut Company tem receita de R$1.500, despesas com depreciação de R$400, está na faixa de 30% do imposto de renda e não tem outras despesas. Qual é a renda líquida e o fluxo de caixa da empresa?

a. ( ) R$1.170; R$770

b. ( ) R$900; R$1.300

c. ( ) R$1.050; R$1.450

d. ( ) R$770;R$1.170

2. AMBIENTE FINANCEIRO NAS EMPRRESAS

2.1. Introdução:

A análise financeira é um instrumento fundamental na verificação da estrutura de capitais e da vitalidade da sua vitalidade na geração de caixa de uma empresa de qualquer área. Ela é objeto de estudo tanto por parte de integrantes da própria empresa, quanto por analistas externos. O interesse das partes determina qual o tipo de análise deve ser feito, pois cada uma tem sua finalidade ou uso, que vai determinar as diferentes relações enfocadas.

O Administrador Financeiro utiliza-se da análise financeira para conhecer o passado, atuar no presente e direcionar as ações para as metas futuras. É esse instrumental que lhe permite conhecer a situação atual, o grau de acerto ou desacerto das decisões tomadas no passado e como projetar o negócio para o futuro.

Os bancos e instituições financeiras em geral, no papel de emprestadores de dinheiro e financiadores de aquisição de bens pelas empresas, representam um importante grupo de usuários das demonstrações financeiras dessas empresas.

Da mesma forma que um banco, os fornecedores de mercadorias, serviços, matéria-prima, ou componentes precisam avaliar o risco de crédito de seus clientes. A preocupação do fornecedor é no sentido de evitar perdas com inadimplências, concordatas ou mesmo falências de seus clientes, daí a necessidade de análise e acompanhamento. O oposto ocorre quando o cliente quer analisar o fornecedor, para conhecer sua solidez. Uma empresa cuidadosa, antes de adquirir equipamentos caros, irá examinar não só a qualidade técnica do equipamento, mas também a solidez da empresa fornecedora.

Do ponto de vista da administração e do planejamento dos diversos setores da economia, as demonstrações financeiras e as informações que são prestadas a órgãos do governo constituem um banco de dados da maior importância. Vale o mesmo para os sindicatos e associações de classe que esteja vinculada a empresa.

2.2 Mercado de Crédito para Pessoas Física e Jurídica:

2.2.1 Linhas de Crédito para Pessoa Física (PF):

Atualmente, existem inúmeras formas de concessão de crédito para as pessoas físicas. Por exemplo, a venda a varejo na mercearia (caderneta) ou as transações bancárias, como a Crédito Direto ao Consumidor (CDC). Quanto à última pode se destacar: crediário, cartão de crédito, conta garantida, financiamento de seguros e habitações, penhores, empréstimo de curto prazo, cheque pré (pós) datado. Assim, os indivíduos podem dispor de mais recursos para atender as suas necessidades diversas.

Cabe observar que apesar de largamente utilizado, o cheque pré-datado não possui valor legal. Ele se baseia apenas na confiança mútua. O cheque pré não é um título de crédito, como é o caso das notas de crédito, letras de câmbio e duplicatas; por exemplo. Na prática, a aceitação do cheque pré também é condicionada pelas condições econômicas do país. Por exemplo, no momento atual, tem-se uma forte recessão o que implica maior nível de desconfiança. Em tempos de prosperidade ocorre maior aceitação e menor receio.

Para os bancos/instituições financeiras existem diversas formas de concessão de crédito, as quais também necessitam de um estudo/avaliação para que possam ser efetivadas. Vale lembrar também que as pessoas buscam o crédito porque suas fontes de recursos são limitadas (renda) e suas necessidades são ilimitadas. O importante é manter o volume de crédito prudente/gerenciável, tanto para o tomador quanto para o emprestador.

Destaca-se que este é um segmento muito atrativo para as instituições financeiras, já que: a) Os depósitos a vista são estáveis; b) Os empréstimos apresentam alta rentabilidade; c) Ocorre a alavancagem dos negócios (boa liquidez); d) O risco é reduzido, já que são muitas operações e os valores são baixos ante os créditos de pessoas jurídicas; e) Cabe às instituições definir o seu mercado-alvo, para que possa trabalhar melhor. Isto se dá basicamente, pelo perfil dos clientes, para trabalhar com metas definidas para visar melhores resultados.

Quanto a análise/concessão do crédito para pessoas físicas cabe destacar alguns itens importantes: a) O capital mais valioso é o “know-how” que é de difícil mensuração (envolve um certo “feeling”); b) As garantias (colateral) são mais de cunho pessoal (aval e fiança); c) Os empréstimos são na maioria de curto prazo e o ativo a ser convertido pelos indivíduos é o seu trabalho; d) A avaliação das instituições baseia-se em dados cadastrais que visam saber a respeito da estabilidade financeira do indivíduo e de um eventual colapso; e) Investiga-se quanto a finalidade de crédito, prazo, formas de pagamento paras possa se tomar uma decisão realista.

O aval estabelece uma relação pessoal entre o avalista e o avalizado, sendo que o primeiro passa a ser o principal pagador da obrigação (título de crédito). Já a fiança é uma garantia que torna o fiador obrigado ao total cumprimento das obrigações assumidas pelo devedor. Ela só pode ser executada se as obrigações não forem cumpridas.

A concessão de cheque especial (adiantamento a depositantes) envolve um risco de não pagamento, uma vez que cria uma expectativa futura quanto a cobertura do saldo devedor. Logo, sua análise deve ser cuidadosa. A análise da ficha cadastral gera informações de extrema importância ao banco. Elas devem ser analisadas com muito cuidado, para evitar, principalmente, os vícios da profissão.

2.2.2 Linhas de Crédito para Pessoa Jurídica (PJ):

Ao se analisar a concessão de crédito para empresas, deve se considerar o montante de risco que o emprestador está disposto a incorrer. Para tanto, deve se considerar: Qual o limite de crédito que será concedido ao cliente? Por meio de quais linhas de crédito?

O limite de crédito é o valor total do risco que o emprestador deseja assumir com determinado cliente, é o todo. Já a linha de crédito é o tipo de operação que o emprestador irá concretizar, é a parte. A partir das linhas de crédito pode se saber quais as modalidades de relacionamento existentes no relacionamento.

Cabe observar que cada linha de crédito possui um risco intrínseco diferente e deve ser analisada separadamente. Deve se pensar: Para que? Por quanto tempo? Como vai repagar? Ou seja, qual vai ser a utilização do recurso; durante quanto tempo ela ocorrerá e como ela será paga. Desta forma poderá se analisar mais claramente o risco que uma linha de crédito apresenta.

Pode se dizer que o emprestador deverá conhecer o cliente, suas reais necessidades, sua capacidade como empresa e sua condição financeira. Desta forma, o emprestador poderá ter um bom relacionamento com seus clientes e principalmente chegar a um limite de crédito coerente e confiável. Cada negócio específico é estudado, avaliado e aprovado isoladamente.

Há basicamente dois tipos de linha de crédito:

Linha Interna: é um parâmetro de valor e modalidade de negócios a realizar. Não tem valor externamente, logo não deveria ser do conhecimento do cliente, até para não causar constrangimentos.

Linha Avisada (Confirmada): é do conhecimento do cliente, uma vez que decorre de um contrato. Cobra-se uma comissão para abertura, já que compromete parcialmente o caixa da instituição a qualquer momento. Dependendo do valor, o saque pode ser feito mediante pré-aviso. Exemplos: contrato de financiamento de exportações; financiamentos rurais.

O prazo comum de validade das linhas de crédito é de um ano. Isso ocorre até porque para que as revisões ocorram de acordo com os balanços anuais da empresa. Além do que devem ser considerados: os montantes, as modalidades, as garantias e as taxas envolvidas na operação. As principais modalidades de crédito são para: 1) Capital de giro; 2) Pré-financiamento de exportações; 3) Financiamento de importações; 4) Repasses de recursos oficiais a longo prazo (por exemplo, do BNDES); 5) Repasses de empréstimos em moeda estrangeira; 6) Financiamentos rurais; 7) Financiamentos habitacionais; 8) Prestação de garantias e fianças.

Quanto a utilização pelos beneficiários, as linhas poderão ser: Casuais: para operações específicas, por prazos específicos. Exemplo: os empréstimos de longo prazo; Rotativas: são para operações rotativas. Exemplo: crédito para financiamentos rurais de pequenos produtores;

As linhas de crédito, quanto as garantias, podem ser: cobertas ou descobertas e a sua classificação é subjetiva, ou seja, de acordo com o avaliador, a instituição e até o próprio cliente. Os limites de crédito para as empresas podem ser considerados:

Total: é aquele atribuído a um cliente individualizado, não pertence a um grupo econômico;

Global: é aquele atribuído a um grupo econômico. Neste caso se envolve um controle diferenciado, uma vez que as empresas podem apresentar-se diferentes e sua análise pode se tornar mais trabalhosa.

Destaca-se que o gerente de contatos é o principal responsável pela manutenção de relacionamentos com os clientes e quando ele for realizar a análise do processo decisório de crédito deverá se fundamentar: Relacionamento e idealização da proposta: principalmente em termos de montante, modalidades, prazo e garantias. Formalização da proposta concreta: para que possa ser aprovada pelas alçadas competentes. Gerência constante de relacionamento: serve para monitorar a utilização e a qualidade do crédito, visando minimizar os riscos da instituição.

Todos os clientes, sem exceção, deverão passar por uma avaliação crítica e global dos riscos de crédito incorridos em seu limite de crédito. Para tal, o “risk rating” é uma técnica que serve para medir a qualidade do crédito a ser concedido. Ele é subjetivo e não apresenta um modelo único. Destaca-se que ele pode ser uma importante fonte auxiliar de dados para a instituição.

2.2.3 Instituições do Mercado Financeiro e o Crédito:

As instituições monetárias são aquelas que acolhem depósitos à vista e permitem saques com cheques ou por meio de depósitos com estes cheques. No segundo caso envolvem a compensação destes cheques. Tais instituições são os bancos comerciais, as Caixas Econômicas (CE) e as cooperativas de crédito.

Observa-se ainda que as instituições monetárias têm acesso à câmara de compensação de cheques e de outros papéis e que o Banco do Brasil ainda é o responsável pela compensação de todos esses ativos e tal processo ocorre todos os dias úteis. È daí que os bancos comerciais devem apresentar saldo positivo para manter a conta de reservas junto ao Bacen.

As instituições monetárias em geral mantêm um volume de reservas bancárias no sistema econômico e suas transações mantêm um volume igual de recursos no período, ou seja, estas instituições não são capazes de criar ou destruir os meios de pagamento (M1). Só o Bacen, como autoridade monetária é que pode injetar ou retirar recursos em reservas do mercado.

Destaca-se ainda que os bancos múltiplos foram autorizados pelo CMN, via Bacen, só em setembro de 1988. O seu conceito propõe que ele opere com pelo menos dois tipos de carteiras (instituições financeiras) sendo uma um banco comercial ou um banco de investimento e a outra é livre. Também é necessário um volume de capital mínimo, constantemente atualizado, para cada carteira envolvida em sua composição.

Os principais tipos de instituições financeiras ou de carteiras são: Carteira Comercial: é regulamentada pelos bancos comerciais; Carteira de Investimento: é regulamentada pelos bancos de investimento; Carteira de Desenvolvimento: obedece às normas dos bancos de desenvolvimento; Carteira de Crédito Imobiliário: é regulamentada pelas sociedades de crédito imobiliário; Carteira de Crédito, Financiamento e Investimento: segue a regulamentação das financeiras.

Os grupos financeiros perceberam que era mais vantajoso operar como bancos múltiplos e assim, se adaptaram a nova legislação e levaram as seguintes vantagens: Caixa Único: as captações das diferentes carteiras podem ser unificadas o que implica em maior liberdade e liquidez para tais instituições; Diretoria Única: implica em menos custo e maior transparência; Contabilidade Única: implica em menores custos e maior facilidade de solucionar problemas; Auditoria Única: aquela externa aos membros da empresa é obrigatória e também implica em menor custo; Redução do número de funcionários: leva a menores custos e a maior facilidade de remanejamento para atender às necessidades da empresa.

Observa-se ainda que os bancos de desenvolvimento (instituições estatais) estão desaparecendo e que a partir de agosto de 1996 o “leasing” (Arrendamento Mercantil) passou a ser considerado como instituição financeira, logo ele também pode compor os bancos múltiplos.

Por outro lado, as instituições NÃO monetárias são as que possuem como função básica a captação e o empréstimo de recursos visando fomentar o desenvolvimento do país. Deve se notar que neste caso não podem ser envolvidas as captações de recursos por meio de depósitos à vista. Além do mais, o lastro (garantia) é muito importante para este tipo de operação. O Bacen define quatro tipos de instituições financeiras não-monetárias (Bancos de Investimento, Financeiras, Crédito Imobiliário e “Leasing”):

1ª) Bancos de Investimento (BI) ou de Desenvolvimento: criados em 1965 e têm como objetivo principal a prática de operações de investimento, participação ou financiamento a curto ou longo prazo para o suprimento de capital fixo, de giro, ou de deficiências de caixa. Sendo que os empréstimos de curto prazo são feitos, por meio de notas promissórias ou de duplicatas. Note que eles também podem ser realizados, através da conta corrente, nos bancos comerciais.

Os principais objetivos do BI são: 1) Promover operações de “underwriting” para fortalecer o capital social de empresas (subscrição de ações ou debêntures). 2) Promover operações de fusão, cisão ou incorporação de empresas (melhor ordenação e eficiência). 3) Promover o desenvolvimento tecnológico das empresas (treinamento e assistência técnica). 4) Incentivar a melhoria de produtividade e a capacidade produtiva da economia.

As suas principais operações são divididas em dois grupos: Ativas e Passivas, sendo as primeiras: 1) Administração de fundos de investimento e de carteiras de títulos; 2) Empréstimos para financiar capital de giro ou capital fixo; 3) Operações de “underwriting ou de “hot money”; 4) Repasses de recursos internos ou externos; 5) Prestação de fiança para empréstimos internos ou externos; 6) Operações nos diversos mercados de ativos ,como com ouro, câmbio, títulos, etc.

OBS.: Os bancos comerciais podem realizar todas estas operações, com exceção das dos itens 1 e 3.

Já as operações passivas envolvem a captação de recursos por meio de: CDB, RDB, DI, repasse de recursos internos e externos, cobrança de taxas de administração de fundos de investimento e de tarifas bancárias. Observa-se que os bancos comerciais podem realizar todas estas operações, com exceção da taxa de administração de fundos de investimento. Ressalta-se ainda que os bancos de desenvolvimento são os bancos de investimento dos estados e que estes possuem funções e atribuições bastante parecidas.

2ª) Sociedades de crédito, Financiamento e Investimento - Financeiras: sua finalidade básica é a mesma dos bancos comerciais, ou seja, captar recursos excedentes de certos agentes econômicos e emprestá-los a quem possui carência de recursos. Observa-se que antes dos bancos múltiplos estas eram instituições independentes e que o que as diferenciam dos bancos comerciais é que elas não podem trabalhar com depósitos á vista.

Atualmente, o DI é o instrumento de captação mais viável e mais utilizado por estas instituições, isto porque ele é de ampla utilização e aceitação no mercado e possui custos reduzidos. As captações do DI ocorrem junto à BM&F. As financeiras possuem basicamente dois tipos de operações ativas: CDC: são empréstimos concedidos à clientes de renda mais baixa, porém comprovada, para pagamento à vista na compra de um bem. Crédito Pessoal (CP): a diferença é que este tipo de crédito não é direcionado e o indivíduo recebe o dinheiro e não um bem como no caso anterior. OBS.: Em ambos os casos, os juros são cobrados através da Tabela Price.

3ª) Sociedade de crédito Imobiliário e de Poupança: é uma instituição financeira que tem por objetivo financiar empreendimentos imobiliários com recursos próprios ou captados por meio de caderneta de poupança, letras hipotecárias ou letras imobiliárias. A distribuição dos recursos deve obedecer à normas do Bacen, conforme segue: 70% imóveis de baixo padrão, com TR + juros de 12% ao ano, 15% depósito compulsório e 15% livres e com custo de financiamento liberado. Observa-se ainda que atualmente todas estas instituições são pertencentes aos bancos múltiplos.

4ª) Companhias de Arrendamento Mercantil – “Leasing”: foram reconhecidas como instituições financeiras somente em agosto de 1996 e são utilizadas como carteiras dos bancos múltiplos. A sua finalidade é a locação de bens, porém com a opção de adquiri-los ao final de um período. Trata-se de uma operação comercial onde incide o ISS e não o IOF, com alíquota de 0,50%. Os juros são cobrados através da tabela price e envolve prestações mensais e iguais e que podem sofrer a correção monetária.

2.2.4 Alguns dos principais tipos de Ativos Financeiros:

2.2.4.1 O que são Ações?

Ações são títulos nominativos negociáveis que representam, para quem as possui, uma fração do capital social de uma empresa. Ação é um pedacinho de uma empresa. Com um ou mais pedacinhos da empresa, você se torna sócio dela.

As ações podem ser: ordinárias, que concedem àqueles que as possuem o poder de voto nas assembléias deliberativas da companhia; ou preferenciais, que oferecem preferência na distribuição de resultados ou no reembolso do capital em caso de liquidação da companhia, não concedendo o direito de voto, ou restringindo-o. As ações, ordinárias ou preferenciais, são sempre nominativas, originando-se do fato a notação ON ou PN depois do nome da empresa.

As ações também podem ser diferenciadas por classes: A, B, C ou alguma outra letra que apareça após o "ON" ou o "PN". As características de cada classe são estabelecidas pela empresa emissora da ação, em seu estatuto social. Essas diferenças variam de empresa para empresa, portanto, não é possível fazer uma definição geral das classes de ações.

O que são dividendos? Uma empresa deve dividir os lucros com seus acionistas. Essa parcela direcionada aos detentores de ações é conhecida como dividendo. Ou seja, os dividendos correspondem à parcela de lucro distribuída aos acionistas, na proporção da quantidade de ações detida, apurado ao fim de cada exercício social. O estatuto social de uma companhia pode estabelecer o dividendo mínimo a ser distribuído, desde que não seja inferior a 25% de seu lucro líquido ajustado. Caso não haja previsão no estatuto social, o dividendo obrigatório deve corresponder, no mínimo, à metade do lucro líquido ajustado.

Quando uma empresa vai bem, ela divide os lucros com quem tem suas ações. Isso são os dividendos. E bonificações? As bonificações correspondem à distribuição de novas ações para os atuais acionistas. Excepcionalmente pode ocorrer a distribuição de bonificação em dinheiro. Como funcionam as subscrições de novas ações? Os acionistas têm ainda preferência na compra de novas ações emitidas ou direito de preferência na subscrição. Além de garantir a possibilidade de manter a mesma participação no capital total, esse direito pode significar ganho adicional, dependendo das condições do lançamento. Por fim, se não exercido, o direito pode ser vendido a terceiros.

2.2.4.2 Tipos de Taxa de Câmbio:

A taxa de câmbio nominal é a relação que expressa o preço de uma unidade de moeda nacional em relação à moeda estrangeira ou vice-versa. Já a taxa de câmbio real é definida como a relação de preços entre o produto nacional e o produto estrangeiro. Assim, taxa de câmbio nominal é a taxa que um indivíduo utiliza para converter a moeda de um país em uma moeda de outro país. Ela pode ser expressa de duas formas: em unidade de real por moeda estrangeira e em unidade de moeda estrangeira por real.

Por outro lado, a taxa de câmbio real é a razão entre a quantidade de produtos e serviços que um indivíduo pode adquirir domesticamente pela quantidade de produtos e serviços que um indivíduo pode adquirir no exterior. Ela compara os preços de um produto doméstico com outro importado em termos da economia doméstica. Exemplo: A cerveja alemã é duas vezes mais caro que a cerveja brasileira. Nesse caso a taxa de câmbio real é de ½.

Note que a taxa de câmbio real deriva da taxa de câmbio nominal. Isto é:Tx Real = Tx Nominal * Preço Local / Preço Externo. A taxa de câmbio real é um componente importante para se determinar a quantidade de bens e serviços que serão exportados e importados em uma economia, quando a taxa de câmbio real de um país é baixa, os seus bens são comparativamente mais baratos que os importados, logo os consumidores locais e do exterior comprarão mais produtos locais.

2.2.4.3 O sistema de taxas de câmbio:

Aqui é importante identificar como as taxas de câmbio são determinadas e o papel que o BACEN possui neste mercado. Então:

2.2.4.3.1 As taxa de câmbio flexíveis ou livremente flutuantes:

Neste caso a taxa de câmbio é determinada através da oferta e demanda do mercado. Para melhor compreender este “jogo” é preciso verificar quem forma a oferta e a demanda das divisas. No caso brasileiro, a oferta de dólares provém das exportações, turistas estrangeiros e investidores internacionais. Já a demanda de dólares será: importações, investimentos brasileiros no exterior e empréstimos de bancos estrangeiros a residentes brasileiros. Lembre ainda que a oferta de dólares equivale à demanda de reais e a demanda de reais à oferta de dólares.

O gráfico do mercado de divisas envolve: a taxa de câmbio nos eixos das ordenadas e a moeda estrangeira (dólar) nas abscissas: Incluir figura do caderno original Troster, p. 295, figura 18.1).

Através da análise gráfica percebe-se que quanto maior a taxa de câmbio, maior quantidade de reais e necessária para comprar um dólar e vice-versa. Ao se elevar à taxa de câmbio, conforme visto antes, desvaloriza-se a moeda nacional e valoriza-se a estrangeira. Assim como uma valorização da taxa de câmbio causaria o efeito contrário. Note ainda que com o câmbio forte, as importações são favorecidas e as exportações não. Isto porque são necessários menos reais nas compras externas e uma maior quantidade de dólares seriam requisitadas para as vendas ao estrangeiro. Aqui também vale o efeito contrário: com o câmbio fraco, as exportações são beneficiadas e as importações não.

O equilíbrio das taxas de câmbio ocorre de acordo com o equilíbrio do mercado, ou seja, na equivalência entre a oferta e a demanda de divisas. Quando a taxa de câmbio está acima do ponto de equilíbrio há um superávit de divisas (excesso de entrada de dólares) e a taxa tende a cair. Já no caso contrário, há um déficit de divisas e a taxa de câmbio é pressionada para cima.

Pode haver o ajuste da taxa por meio de alterações na oferta ou na demanda de divisas. Por exemplo, um aumento do PIB, implica numa elevação da demanda de importações e uma redução da taxa de câmbio. Isto porque a demanda por dólares será deslocada para a direita. Já se ocorrer um aumento das exportações, a oferta de dólares aumentará, será deslocada para a direita, o que reduzirá a taxa de câmbio.

As vantagens do sistema de taxas de câmbio flexíveis: A grande vantagem é que com este sistema ocorre a correção automática de qualquer tendência a gerar um déficit ou um superávit no balanço de pagamentos.

As limitações no sistema de taxas de câmbio flexíveis: Na prática a correção pode não ocorrer de maneira tão simples; Quando o real é desvalorizado, as importações ficam mais caras implicando num aumento do custo de vida e nos custos de produção das empresas, o que incide negativamente no preço das exportações; Gera-se uma incerteza nas relações internacionais, principalmente quando os prazos de pagamento forem mais longos; Os especuladores dificultam o processo de ajuste.

2.2.4.3.2 Sistema de taxa de câmbio fixa (Padrão ouro):

Neste sistema, a taxa de câmbio está ligada a uma determinada mercadoria (ouro) ou moeda (dólar). Historicamente, o sistema de câmbio fixo foi baseado no padrão ouro. Atualmente verifica-se a vinculação de algumas moedas ao dólar (Argentina). As regras do padrão ouro são as seguintes: Estabelecer uma relação fixa entre a moeda e o ouro (valor paritário); A conversibilidade deveria se manter através da compra e venda de moeda nacional em troca do ouro, ao preço oficial; Deveria haver total respaldo no valor do ouro (100%).

Neste sistema, as entradas de ouro provocam uma expansão monetária e as saídas, uma destruição do dinheiro. Conforme segue: (superávit ( mais ouro ( mais moeda ( aumento de preços ( redução das exportações ( aumento das importações). Percebe-se que ocorre, naturalmente, um ajuste do sistema.

Inconvenientes do padrão ouro: Tende a formar fortes oscilações na atividade econômica e no nível de preços; Países com superávits poderiam cancelar o efeito do fluxo de ouro sobre a quantidade de dinheiro. (Isto via operações de mercado aberto que compensem a variação do ouro). O sistema era muito sensível a uma crise de confiança.

2.2.4.3.3 O sistema do FMI: Taxas de câmbio ajustáveis:

Tal sistema visa estabelecer as taxas de câmbio, sem que os países sofram os principais efeitos do padrão ouro. O câmbio seria fixo, mas não completamente rígido. O banco central permitia uma variação dentro de uma faixa por ele estipulada. Assim, para controlar tal variação, ele deveria atuar como um ofertante ou demandante no mercado de câmbio e para isto necessitava possuir reservas internacionais.

Quando ocorrer superávit ou déficit de divisas no mercado, o governo deverá intervir e sua ação deve impedir que as variações não saiam da faixa por ele estipulada. Sua ação consiste em ofertar ou demandar dólares para ajustar o preço do câmbio. Incluir figura do caderno (original Troster p. 305, figura 18.3).

A intervenção seria a utilização de moedas estrangeiras para corrigir um déficit persistente no balaço de pagamentos, isto porque a situação pode se tornar insustentável. Aqui o FMI acredita que a moeda pode ser desvalorizada (por exemplo, taxa de câmbio de 1,20 para 1,40). Já no caso contrário, o superávit persistente no balanço de pagamentos, a valorização da moeda é recomendada.

As dificuldades do sistema do FMI: A primeira delas era a correta identificação do desequilíbrio, ou seja, se ele era temporário ou de base. Uma vez definida a situação, os especuladores a gravavam. Outro ponto é que com a paridade estipulada, a realidade da taxa ficava distorcida e trazia problemas.

Do sistema do FMI ao sistema atual: Em tal sistema permite-se que a moeda varie (flutue livremente) em resposta às variações nas condições de oferta e demanda de divisas. Aqui não há paridade com o dólar, ou com qualquer outra moeda.

2.2.4.4 A flutuação “suja”: Na prática percebe-se que as taxas de câmbio não são determinadas com plena liberdade, nesta os bancos centrais modificam, no curto prazo, o câmbio, quando não ocorria a intervenção do mercado. Esta era via compra e venda da própria moeda, para equilibrar a taxa de câmbio.

As razões para intervir no mercado de divisas: as variações da taxa de câmbio afetavam as importações e as exportações e conseqüentemente a produção e o emprego; as flutuações da moeda influem nos preços e conseqüentemente na inflação do país. Este sistema é intermediário entre o fixo e o flexível.

2.2.4.4.1 As características do sistema de câmbio atual: O sistema atual é flexível e assim através das variações das taxas de câmbio, os ajustes internacionais podem ocorrer de forma gradual. Então, quase não há probabilidade de ocorrerem movimentos especulativos e crises de confiança. Entretanto, a incerteza aumenta, devido à elevada variabilidade das taxas.

Verifica-se atualmente, uma diversidade de sistemas cambiais existentes, sendo os câmbios fixo e flexível situações extremas. Também se percebe uma grande variabilidade nas taxas de câmbio, esta se deve a movimentos especulativos, desequilíbrios nas balanças comerciais e outras flutuações. Os paliativos para tais problemas são: coordenação de políticas macroeconômicas, intervenção no mercado cambial e formação de blocos econômicos.

2.2.4.4.2 O sistema monetário europeu: Este é um mecanismo de ligação das moedas dos países membros da CE (Comunidade Européia) que estabelece um sistema de paridades fixas, porém ajustáveis. Veja suas principais características: as taxas de câmbio se mantêm fixas; pode se corrigir os efeitos do livre jogo do mercado, aplicação de instrumentos financeiros e ajuste das taxas; o ECU é formado por um conjunto ajustável e pré-determinado de moedas da CE; um sistema de taxas de câmbio define-se através das regras que estipulam o papel do BACEN no mercado de divisas.

Daí surge dois sistemas básicos: o livre ou flexível e o fixo. As primeiras não sofrem intervenção do BACEN e as últimas são rigidamente controladas por este banco. Observa-se, ainda, que na prática, a maioria dos países, não adota os extremos anteriormente definidos.

2.2.5 Títulos Públicos: Os variados títulos financeiros (públicos e privados) apresentam as seguintes características mais relevantes: a) RENDA: ela mede a rentabilidade do título e pode ser: PRÉ-FIXADA – aquela que a taxa de remuneração é definida na contratação do título. PÓS-FIXADA – aquela em que há um indexador (correção monetária; variação cambial ou variação de um índice do governo) adicionado a juros. b) PRAZO: ele pode ser determinado (fixo, pré-estabelecido) ou variável (oscilar conforme o mercado). c) EMISSÃO: ele pode ser público (emitido pelo governo) ou privado (quando a emissão é pelo sistema financeiro em geral ou pelas sociedades anônimas (S.A.).

Neste caso, serão tratados os títulos emitidos pelo governo federal. E estes estão focados na política econômica do governo e são de longo prazo. No caso, na política fiscal (déficit público) ou na monetária (para o controle da moeda que circula no sistema bancário e financeiro em geral). Sendo:

a) Política Fiscal: o governo visa re-estabelecer o equilíbrio de suas contas (públicas) através da emissão de títulos do Tesouro Nacional. Sendo os principais:

→ LTN (Letras do Tesouro Nacional) – possuem rendimento pré-fixado definido pelo deságio sobre o valor nominal.

→ LFTN (Letras Financeiras do Tesouro Nacional) – possuem rendimento pós fixado definido pela taxa SELIC.

→ NTN (notas do Tesouro Nacional) – podem possuir juros cupom e valor nominal atualizado por um índice (IPCA, IGP-M, TR via TBF ou Dólar) ou ainda rendimento pré-fixado com deságio sobre o valor nominal (neste caso o pagamento de cupom é semestral).

b) Política Monetária: através de títulos emitidos pelo Banco Central, o governo tem o objetivo de equilibrar a liquidez do sistema financeiro. Porém, desde 2002 o BCB não emite nenhum título novo. Sendo os principais:

→ BBC (Bônus do Banco Central) – ocorre através de leilões por meio de oferta pública de títulos. O seu rendimento corre por meio de desconto da diferença entre o preço de colocação e a taxa nominal.

→ LBC (Letras do Banco Central) – são títulos que possuem uma taxa média ajustada pela SELIC (definida pelo COPOM - Comitê de Política Monetária).

→ NBC (Notas do Banco Central) – neste tipo de título a rentabilidade é baseada na TR (taxa Referencial de juros do BCB).

→ Mercado Primário: é quando o governo por meio do banco central lança novos títulos para o sistema financeiro em geral.

→ Mercado Secundário: é quando o sistema financeiro repassa estes novos títulos para o público em geral.

3. FUNDAMENTOS DE TESOURARIA

3.1. CAPITAL DE GIRO:

É o conjunto de valores necessários para fazer os negócios acontecerem (girarem) na empresa. Existe a expressão "Capital em Giro", que seriam os bens efetivamente em uso. Em geral, de 50 a 60% do total dos ativos de uma empresa representam a fatia correspondente a este capital. Além de sua participação sobre o total dos ativos da empresa, ele exige um esforço para ser gerido pelo administrador financeiro maior do que aquele requerido pelo capital fixo.

O capital de giro precisa ser acompanhado e monitorado permanentemente, pois está sofrendo o impacto das diversas mudanças no panorama econômico enfrentado pela empresa de forma contínua. As dificuldades relativas a sua administração numa empresa são devidas, principalmente, à ocorrência dos seguintes fatores: Redução de vendas; Crescimento da inadimplência; Aumento das despesas financeiras; Aumento de custos.

Denominando-se de "aplicação permanente" as contas não circulantes do ativo e de "fonte permanente" as contas não circulantes do passivo, define-se Capital de Giro: sendo a diferença entre as fontes permanentes e aplicações permanentes. Ele também é um conceito econômico-financeiro, constituindo uma fonte de fundos permanente utilizada para financiar a Necessidade de Capital de Giro.

O Capital de Giro apresenta-se razoavelmente estável ao longo do tempo. Ele diminui quando a empresa realiza novos investimentos em bens do ativo imobilizado (aumento dos imobilizados). Todavia, esses investimentos são, em geral, realizados através de "Autofinanciamento" (empréstimos a longo prazo, aumento do capital em dinheiro e lucros líquidos) que por sua vez, aumentam o Capital de Giro (fontes permanentes) compensando, a diminuição provocada pelos novos investimentos. Ele pode ser negativo. Neste caso, as aplicações permanentes são maiores do que as fontes permanentes, significando que a empresa financia parte de seu ativo não circulante com fundos de curto prazo. Embora esta condição aumente o risco de insolvência, a empresa poderá se desenvolver, desde que sua Necessidade de Capital de Giro seja, também negativa.

Em Contabilidade, existe o Capital de Giro Circulante, que seria a diferença do Ativo Circulante e do Passivo Circulante, grupos de contas do Balanço Patrimonial. Esse indicador é decomposto em diversos demonstrativos e relatórios contábeis, que se combinados com a Demonstração dos Fluxos de Caixa, acrescentam informações financeiras de uso gerencial. Os conceitos financeiros e contábeis provieram da Economia. O Capital Circulante, sob essa abordagem, é um conceito criado como o oposto do Capital Fixo. Adam Smith e principalmente David Ricardo, foram os primeiros a estudar essa matéria de uma forma científica, própria da Ciência Econômica. Em uma perspectiva gerencial mais objetiva, pode-se dizer que “Capital de Giro significa capital de trabalho, ou seja, o capital necessário para financiar a continuidade das operações da empresa...”, isto é, fornecer recursos para compras, vendas a prazo, manter estoques, pagamentos de fornecedores, salários, pagamentos de impostos e demais custos e despesas operacionais.

Hoji (2004) e Weston e Brigham (2004) definiram capital de giro como capital circulante e corresponde aos recursos aplicados em ativos circulantes, que se transformam constantemente dentro do ciclo operacional. Como o próprio nome dá a entender, o capital de giro fica circulando dentro da empresa e, a cada ciclo operacional sofre transformação em seu estado patrimonial, e finalmente, quando transformado em dinheiro, o valor do capital de giro inicial incorpora variações positivas ou negativas, e a cada transformação, e ao final de cada ciclo operacional deve ser maior que o ciclo inicial, isto é, quando incorpora lucros das operações.

1. INSTRUMENTOS PARA ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO:

A base para a administração do capital de giro consiste em suprir a NCG – Necessidade de Capital de Giro. Conforme segue

DETERMINAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO – Valor aplicado em: Estoques: aumento e redução de volumes. Contas a Receber: expandir prazos de recebimentos; vendas a vista x vendas a prazo. Caixa Disponível: o dia-a-dia das contas.

FONTES DE CAPITAL DE GIRO - Capital Próprio; Empréstimos/Financiamentos (de curto e de longo prazo, descontos de duplicatas e cheques); Fornecedores; Adiantamento de Clientes; Lucros. EXEMPLO:

Aplicação dos Recursos Origem dos Recursos

• Caixa 500 • Fornecedores 4.500

• Bancos 2.500 • Empréstimo Bancário 8.000

• Contas a Receber 4.000 • Folha de Pagamento 2.000

• Estoques 6.000 • Impostos a Recolher 500

• Imobilizado 13.000 • Capital Próprio 8.000

• Lucros Acumulados 3.000

Total 26.000 Total 26.000

APLICAÇÃO DOS RECURSOS: no giro – financeiro: Caixa e Bancos 3.000,00; no giro – operacional: Contas a Receber de Clientes 4.000,00; Estoques 6.000,00; no ativo fixo: Imobilizado 13.000,00. (TOTAL DE 26.000)

ORIGEM DOS RECURSOS: financeiras: empréstimos bancários 8.000,00; operacionais: fornecedores 4.500,00; salários e encargos sociais 2.000,00; impostos a recolher 500,00; De recursos próprios: capital próprio 8.000,00; resultados acumulados 3.000,00. (TOTAL DE 26.000)

Onde estão os Recursos De onde vêm os Recursos

Giro Financeiro Origens Financeiras

Caixa e Bancos R$ 3.000,00 Empréstimos R$ 8.000,00

Giro Operacional Origens Operacionais

Contas a Receber / Estoques R$ 10.000,00 Fornecedores / Salários a Pagar

Parte dos Empréstimos Impostos a Pagar R$ 7.000,00

Ativo Fixo R$ 13.000,00 Origem de Recursos Próprios

Capital Próprio / Resultados Acumula

dos / Lucros – Prejuízos R$ 11.000,00

NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO

NCG = Giro Operacional – Origens Operacionais.

Sendo: Giro Operacional – contas a receber + Estoques; Origens Operacionais – Fornecedores + Salários + Impostos;

SLC = Saldo Líquido de Caixa, sendo: SLC = Giro Financeiro – Origem Financeira ou saldo de tesouraria (T). O saldo de tesouraria é a diferença entre as contas do ativo circulante e do passivo circulante que não guardam relação com a atividade operacional da empresa

Onde: Giro Financeiro – Caixa e Bancos; Origem Financeira – Empréstimos em Geral.

Se o saldo de tesouraria for positivo (folga financeira), haverá disponibilidade de recursos para financiar a NCG. Sendo negativo ou insuficiente o saldo de tesouraria, a empresa necessitará de mais recursos a curto-prazo (empréstimos) para financiar suas operações. Isto poderá levar a empresa a uma situação de insolvência, com consequente falência.

Efeito Tesoura

O efeito tesoura ocorre quando a empresa expande demasiadamente suas vendas, sem que o capital de giro disponível cresça na mesma proporção. O crescimento das vendas faz com que a NCG aumente também. Se não houver o suporte de capital de giro (saldo de tesouraria) necessário à manutenção deste novo patamar operacional, o crescimento exagerado poderá deixar a empresa em dificuldades financeiras, podendo mesmo levá-la à falência.

Uma empresa que tenha um saldo de tesouraria insuficiente ou negativo precisará tomar

Recursos a curto prazo no sistema financeiro, com taxas de juros altas. As despesas financeiras crescerão além do suportável, comprometendo a organização.

O efeito tesoura pode ser caracterizado pelo seguinte indicador:

Efeito Tesoura = T / NCG

Se este índice crescer negativamente, em exercícios seguidos, teremos caracterizado o efeito tesoura.

Exemplo:

[pic]

Veja que o indicador T /NCG está crescendo negativamente, ao longo dos anos. A empresa está sofrendo o efeito tesoura.

EXERCÍCIOS

1) A partir dos dados do Balanço Patrimonial a seguir, responda:

A) Calcule a NCG; B) Calcule o SLC:

BALANÇO PATRIMONIAL

|ATIVO |PASSIVO |

|Circulante |Circulante |

|Caixa 11.300,00 |Títulos a Pagar 24.000,00 |

|Bancos 28.700,00 |Fornecedores 21.500,00 |

|Duplicatas a Receber 22.000,00 |Impostos a Pagar 4.500,00 |

|Estoques 48.000,00 |Empréstimos Bancários 32.200,00 |

| |Salários a Pagar 7.800,00 |

|Total do Circulante 110.000,00 |Total do Circulante 90.000,00 |

|Não Circulante |Patrimônio Líquido |

|Imobilizado 60.000,00 |Capital 55.000,00 |

|Total do Não Circulante 60.000,00 |Reserva de Lucro 25.000,00 |

| |Total do PL 80.000,00 |

|Total do Ativo 170.000,00 |Total do Passivo 170.000,00 |

2) A partir dos dados do Balanço Patrimonial a seguir, responda:

A) Calcule a NCG: B) Calcule o SLC:

BALANÇO PATRIMONIAL

|ATIVO |PASSIVO |

|Circulante |Circulante |

|Caixa 21.500,00 |Títulos a Pagar 29.000,00 |

|Bancos 32.800,00 |Fornecedores 21.500,00 |

|Duplicatas a Receber 35.700,00 |Impostos a Pagar 14.500,00 |

|Estoques 52.000,00 |Empréstimos Bancários 43.400,00 |

| |Salários a Pagar 27.800,00 |

|Total do Circulante 142.000,00 |Total do Circulante 136.200,00 |

|Não Circulante |Patrimônio Líquido |

|Imobilizado 58.000,00 |Capital 35.500,00 |

|Total do Não Circulante 58.000,00 |Reserva de Lucro 28.300,00 |

| |Total do PL 63.800,00 |

|Total do Ativo 200.000,00 |Total do Passivo 200.000,00 |

3) A partir dos dados do Balanço Patrimonial a seguir, responda:

A) Calcule a NCG: B) Calcule o SLC:

BALANÇO PATRIMONIAL

|ATIVO |PASSIVO |

|Circulante |Circulante |

|Caixa 16.400,00 |Títulos a Pagar 26.500,00 |

|Bancos 41.000,00 |Fornecedores 23.500,00 |

|Duplicatas a Receber 39.300,00 |Impostos a Pagar 11.500,00 |

|Estoques 50.300,00 |Empréstimos Bancários 44.800,00 |

| |Salários a Pagar 32 .600,00 |

|Total do Circulante 147.000,00 |Total do Circulante 138.900,00 |

|Não Circulante |Patrimônio Líquido |

|Imobilizado 63.000,00 |Capital 45.000,00 |

|Total do Não Circulante 63.000,00 |Reserva de Lucro 26.100,00 |

| |Total do PL 71.100,00 |

|Total do Ativo 210.000,00 |Total do Passivo 210.000,00 |

4) A partir dos dados do Balanço Patrimonial a seguir, responda:

A) Calcule a NCG; B) Calcule o SLC:

BALANÇO PATRIMONIAL

|ATIVO |PASSIVO |

|Circulante |Circulante |

|Caixa 26.370,00 |Títulos a Pagar 38.500,00 |

|Bancos 37.630,00 |Fornecedores 31.500,00 |

|Duplicatas a Receber 29.600,00 |Impostos a Pagar 14.500,00 |

|Estoques 58.400,00 |Empréstimos Bancários 62.300,00 |

| |Salários a Pagar 36.700,00 |

|Total do Circulante 152.000,00 |Total do Circulante 183.500,00 |

|Não Circulante |Patrimônio Líquido |

|Imobilizado 148.000,00 |Capital 60.000,00 |

|Total do Não Circulante 148.000,00 |Reserva de Lucro 56.500,00 |

| |Total do PL 116.500,00 |

|Total do Ativo 300.000,00 |Total do Passivo 300.000,00 |

5) A partir dos dados do Balanço Patrimonial a seguir, responda:

A) Calcule a NCG; B) Calcule o SLC:

BALANÇO PATRIMONIAL

|ATIVO |PASSIVO |

|Circulante |Circulante |

|Caixa 33.750,00 |Títulos a Pagar 24.650,00 |

|Bancos 44.250,00 |Fornecedores 33.050,00 |

|Duplicatas a Receber 61.875,00 |Impostos a Pagar 46.200,00 |

|Estoques 85.125,00 |Empréstimos Bancários 82.000,00 |

| |Salários a Pagar 24.100,00 |

|Total do Circulante 225.000,00 |Total do Circulante 210.000,00 |

|Permanente |Patrimônio Líquido |

|Imobilizado 125.000,00 |Capital 68.500,00 |

|Total do Permanente 125.000,00 |Reserva de Lucro 71.500,00 |

| |Total do PL 140.000,00 |

|Total do Ativo 350.000,00 |Total do Passivo 350.000,00 |

3.3. Ciclos Operacional e Financeiro:

Estes nada mais são do que os ciclos econômicos da empresa e estão intimamente ligados à Administração de Capital de Giro. As dificuldades relativas ao capital de giro numa empresa são devidas, principalmente, à ocorrência dos seguintes fatores: redução de vendas; crescimento da inadimplência; aumento das despesas financeiras; aumento de custos. Por outro lado, a sua importância depende: do volume de vendas; sazonalidade; fatos cíclicos da economia; tecnologia; políticas de negócios; entre outros. Pode se perceber que uma boa política de administração do capital de giro envolve medidas capazes de manter os indicadores da empresa dentro dos limites previstos para produzir determinados resultados e satisfazer as expectativas de retorno (lucro) para a companhia. O estudo do capital de giro e dos ciclos das empresas dependem também da análise dos indicadores ecômico-financeiros da empresa e entre eles se destaca o CCL (Capital Circulante Líquido) = Ativo Circulante – Passivo Circulante. Se este for positivo, a empresa é capaz de saldar seus compromissos financeiros de curto prazo, porém se ele for negativo, ela necessitará de recursos de terceiros (empréstimos). Deste modo, ela passará a ter dívidas.

O CICLO OPERACIONAL (CO) pode ser definido como o intervalo de tempo necessário desde a compra das matérias primas necessárias para se produzir, até o momento de recebimento das vendas da empresa. Ele é um período MÉDIO de investimento nos recursos (fatores) nas operações, sem que ocorram as entradas de caixa correspondentes. Note que uma parte deste capital é financiada pelos fornecedores que concederam um prazo para o pagamento de suas matérias – primas. Sendo: CO = PME + PMR, onde (PME = prazo médio de estocagem e PMR = prazo médio de recebimento).

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA:

0 15 45 60 90

Compra Início da Fim da Venda Recebimento

de M.P. Fabricação Fabricação da Venda

PME (M.P.) PMP PMV PMR

(prazo médio (prazo médio (prazo médio de recebimento)

de produção) venda)

[pic]

O CICLO FINANCEIRO é aquele que define, em termos médios, o intervalo entre os pagamentos aos fornecedores e o recebimento das vendas realizadas. Pode se afirmar que é o período durante o qual a empresa financia as suas operações, sem a participação dos fornecedores. Ele considera apenas os eventos de natureza econômica, ou seja, mede exclusivamente as movimentações de caixa da empresa. Pode se afirmar que quanto maior for o CF de uma empresa, mais recursos estarão temporariamente aplicados nas operações. Assim, existem mais custos financeiros envolvidos e reduz-se a rentabilidade da empresa. Logo, pode se concluir que o ideal é que o ciclo financeiro seja o menor possível. Sendo: CF = CO – PMP.

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA:

0 65

PAGTO PMP Recebimento

da M.P. da Venda

Exemplo: A Cia Ipiranga é uma empresa que vende todos os seus produtos a prazo. Os prazos médios apresentados são os seguintes: PME = 60 dias, PMR = 30 dias e PMP = 25 dias. Determinar os ciclos operacional e financeiro:

CO = PME + PMR → CO = 60 + 30 = 90 dias.

CF = CO – PMP → CF = 90 – 25 = 65 dias.

VOCÊ SABIA?

1. PERÍODOS E CICLOS

Os índices de atividade podem medir a rapidez com que as contas circulantes (estoques, duplicatas a receber e duplicatas a pagar) são convertidas em caixa.

A análise de atividade de uma empresa pode ser percebida pelos seguintes índices:

✓ GIRO DOS ESTOQUES

O giro dos estoques mede a atividade da empresa, isto é, em quanto tempo é transformado os estoques em vendas.

Definição: Houve uma renovação dos estoques da empresa da ordem de X vezes ao ano.

✓ PERÍODO MÉDIO DE ROTATIVIDADE DOS ESTOQUES

Definição: A cada X dias a matéria entra no estoque é processada e vendida. Pode ser ainda usada como parâmetro para definir qual produto deve ter a venda incentivada ou cortada.

✓ PERÍODO MÉDIO DE RECEBIMENTO DE VENDAS

O período médio de cobrança, ou idade media de contas a receber, é útil na avaliação para estabelecimento de estratégias para crédito e cobrança.

Definição: O resultado indica que a empresa financiou seus clientes, em média, por X dias. Esse pode ser um dado significativo para o administrador analisar se, por exemplo, o preço cobrado do produto é suficiente para cobrir custos financeiros de carregamento da carteira de clientes.

✓ PERÍODO MÉDIO DE PAGAMENTO DE COMPRAS

O período médio de pagamento, ou idade media das duplicatas a pagar, indica o prazo médio necessário para o pagamento das duplicatas.

Onde:

Estoque inicial + Compras - Estoque Final = Custo dos Produtos Vendidos

Compras = Custo dos Produtos Vendidos - Estoque Inicial + Estoque Final

Exercício 1:

Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores: 45 dias

Prazo Médio de Recebimento de Duplicatas: 30 dias

Prazo Médio de Giro dos Estoques: 30 dias

Ciclo Operacional = Prazo de Rotação de Estoque + Prazo de Recebimento

a) O ciclo operacional desta empresa se realiza em quantos dias?

b) E o Ciclo Financeiro?

Exercício 2:

Uma Empresa tem Prazo médio de renovação dos estoques 74 dias; Prazo médio de recebimento de vendas de 63 dias; Prazo médio de pagamento de compras de 85 dias e Ciclo de caixa de 52 dias. Considerando essas informações, o Ciclo Operacional é de:

(A) 128 dias.

(B)) 137 dias.

(C) 140 dias.

(D) 142 dias.

(E) 145 dias.

Exercício 3:

Considere os dados abaixo, referentes ao balanço patrimonial resumido de uma empresa no final de um determinado ano e calcule:

Custo dos produtos vendidos (CPV) R$ 2.400,00

Valor médio dos estoques R$ 400,00

Contas a receber R$ 550,00

Receita anual de vendas R$ 3.500,00

Duplicatas a pagar R$ 350,00

Compras anuais R$ 2.000,00

a. PMRE e Giro de estoques d.) Ciclo financeiro (CF)

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b.) PMRV e Giro de vendas e.) Ciclo Operacional (CO)

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

c.) PMPC e Giro de compras

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Exercício 4:

Uma determinada empresa está planejando os seus períodos médios, tanto de estoque, pagamento e recebimento. De acordo com os dados, responda:

a.) PMRE = 50 dias , PMPC = 35 dias e CF = 55 dias. Qual é o CO?

b.) PMRE = 50 dias , PMRV = 40 dias e CF = 59 dias. Qual é o CO?

a) PMRE = 50 dias , PMRV = 40 dias e PMPC = 35 dias. Qual é o CF?

d) PMRE = 50 dias , PMRV = 40 dias e CF = 55 dias. Qual é o PMPC?

3) Regimes de Caixa e de Competência: Para se conhecer o resultado de um exercício é preciso confrontar o total das despesas com o total das receitas correspondentes ao respectivo exercício. É o regime contábil a ser adotado que definirá que despesas e receitas deverão ser consideradas na apuração do resultado do respectivo exercício. Assim, são dois os regimes contábeis conhecidos que disciplinam a apuração do Resultado do Exercício: Regime de Caixa: Na apuração do resultado do Exercício devem ser consideradas todas as despesas pagas e todas as receitas recebidas no respectivo exercício, independentemente da data da ocorrência de seus fatos geradores. Em outras palavras, por esse regime somente entrarão na apuração do resultado as despesas e as receitas que passaram pelo Caixa. O Regime de Caixa somente é admissível em entidades sem fins lucrativos, em que os conceitos de receita de despesa se identificam, algumas vezes, com os de recebimento e pagamento. E o Regime de Competência: Desse regime decorre o Principio da Competência de Exercícios, e por ele serão consideradas, na apuração do /resultado do Exercício, as despesas incorridas e as receitas realizadas no respectivo exercício, tenham ou não sido pagas ou recebidas. De acordo com esse regime, não importa se as despesas ou receitas passaram pelo Caixa (pagas ou recebidas); o que vale é a data da ocorrência dos respectivos fatos geradores. Nas entidades com fins lucrativos – empresas -, são fundamentais os conceitos de custo e de receita, que envolvem o regime de competência, pois a elas não importa o que foi pago ou recebido, mas o que foi consumido e recuperado, para apuração do resultado do exercício.

Então, vamos fazer mais um exercício para recapitular?

A Cia Agrícola Tudo Fresquinho, encerrou o exercício apresentando as seguintes movimentações:

a) Compra de uma nova máquina no valor de R$ 100.000,00, sendo que durante o exercício foi pago 70% do seu valor, restando 30% para o exercício seguinte.

b) Matérias-primas no valor de R$ 120.000,00 foram compradas a prazo, sendo que no decorrer do período houve a quitação de 90% desse valor, restando 10% para o exercício seguinte.

c) Produtos foram vendidos a prazo, totalizando R$ 200.000,00 tendo sido recebido durante o exercício 80% desse valor, restando 20% para o exercício seguinte. O custo dos produtos vendidos totalizou R$ 60.000,00.

d) Venda de uma máquina antiga por R$ 80.000,00 a prazo, sem ganho ou perda de capital, cujo valor será recebido integralmente no próximo exercício.

A partir dos dados acima, vamos comparar os resultados no regime de competências e no regime de caixa:

Resultado pelo Regime de Competência – DRE: _________________________

Resultado pelo Regime de Caixa - Fluxo de Caixa: _______________________

4 ADMINISTRAÇÃO DO CAIXA DA EMPRESA

1) Fluxo de Caixa:

Para fins de Administração Financeira, o termo caixa abrange todos os recursos disponíveis da empresa que possam ser utilizados como se fosse dinheiro, incluindo-se, assim, as disponibilidades imediatas da empresa, depósitos bancários à vista, numerários em transito e aplicações de liquidez imediata. Informações sobre fluxo de caixa são relevantes, à medida que permitem a investidores e credores projetar a capacidade que a empresa terá de gerar dinheiro ou equivalentes, distribuir dividendos, pagar juros e amortizar dívidas. A informação sobre o fluxo de caixa destaca-se, também, por auxiliar na determinação da liquidez e solvência empresarial. Considerando liquidez como sendo a capacidade de conversão de ativos em caixa, vemos a solvência de uma forma mais ampla, ou seja, como a capacidade de pagamento das obrigações de uma empresa no momento de seus vencimentos.

Assim, a determinação da capacidade de solvência da empresa indica a possibilidade de sua continuidade. A informação sobre a liquidez é condição fundamental para determinação da solvência. O Fluxo de Caixa é o fluxo financeiro da empresa, é através dele que as empresa planejam e tomam decisões importantes de investimentos, financiamentos, distribuição de recursos além de outras fundamentais para a continuidade das operações normais do empreendimento. Essas também têm sua importância destacada: quando utilizada em conjunto com as demais demonstrações contábeis, proporciona informações que habilitam os usuários a avaliar as mudanças nos ativos líquidos de uma empresa, sua estrutura financeira (inclusive sua liquidez e solvência) e sua habilidade para afetar as importâncias e prazos dos fluxos de caixa a fim de adaptá-los as mudanças nas circunstâncias e as oportunidades; são úteis para avaliar a capacidade da empresa produzir recursos de caixa e valores equivalentes e habilitar os usuários a desenvolver modelos para avaliar e comparar o valor presente e futuro de caixa de diferentes empresas; aumenta a comparabilidade dos relatórios de desempenho operacional por diferentes empresas, porque elimina os efeitos decorrentes do uso de diferentes tratamentos contábeis para as mesmas transações e eventos; possibilita o uso das informações históricas sobre o fluxo de caixa como indicador da importância, época e certeza de futuros fluxos de caixa; é útil para conferir a exatidão de avaliações anteriormente feitas de futuros fluxos de caixa e examinar a relação entre a lucratividade e o fluxo de caixa líquido, e o impacto de variações de preço.

Um ponto muito importante relativo ao Fluxo de Caixa está relacionado com a o risco de manipulações de resultados. Pode parecer que o Regime de Competência é mais suscetível a manipulações, enquanto que o Fluxo de Caixa pode parecer ser absoluto e verdadeiro por estar vinculado a uma realidade aparentemente muito mais objetiva. Mas, as chances de manipulação no Fluxo de Caixa são muito mais fáceis de se produzir e de forma aparentemente honesta, enquanto que as do Regime de competência, quando existentes, resultam de efetivas fraudes. Por exemplo um atraso deliberado no pagamento dos fornecedores pode aparentar um desempenho melhor dos recursos gerados pelas operações do Fluxo de Caixa. Ou um acréscimo no prazo de recebimento pode provocar neste exercício, uma significativa redução financeira mesmo que isso não comprometa rentabilidade (dependendo do acréscimo ao preço pelo prazo adicionado). No fundo, no fundo é mais fácil uma empresa provocar alterações em seu Fluxo de Caixa do que no seu Fluxo de Resultado.

2) Ampliando o Conceito de Fluxo de Caixa

A informação do fluxo de caixa da empresa pode referir-se a duas situações: (1) sobre operações realizadas em um período já ocorrido (descreve mudanças históricas no caixa da empresa), que é o conceito de fluxo de caixa histórico. Ou (2) sobre operações de caixa da empresa que ainda irão ocorrer, que é o de fluxo de caixa orçado ou projetado.

O fluxo de caixa histórico é o que mais representa o conjunto de demonstrações contábeis que as empresas divulgam, servindo principalmente para análises comparativas e históricas. A segunda forma de apresentação de fluxo de caixa, o projetado, é utilizada principalmente pela gerência das empresas no planejamento operacional e estratégico na gestão da atividade financeira, voltada para o futuro, sendo de uso interno da empresa.

3) Formas de Apresentação do Fluxo de Caixa

O Fluxo de Caixa Histórico pode ser apresentado de duas formas: as decorrentes do método direto e as do método indireto. A distinção entre os métodos de elaboração e apresentação do fluxo de caixa da empresa consiste apenas na forma de apresentação do fluxo de caixa derivado das atividades operacionais.

Os fluxos de caixa, apresentados na Demonstração do Fluxo de Caixa, podem ser estruturados segregando as atividades da empresa em Operacionais, de Financiamento e de Investimento. Esta forma de apresentação é habitualmente utilizada pelas empresas americanas.

Método Direto: O método direto demonstra os recebimentos e pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro líquido ajustado. Mostra efetivamente as movimentações dos recursos financeiros ocorridos no período.

Exemplo:

|Fluxo de Caixa Direto |

|Saldo inicial do disponível | 100.000,00 |

|  |  |

|Atividades operacionais | 208.000,00 |

|(+) vendas a vista | 200.000,00 |

|(+) recebimento de duplicatas | 66.000,00 |

|(-) pagamento de juros | 8.000,00 |

|(-) compra mercadoria | 50.000,00 |

|  |  |

|Atividades de financiamento | 160.000,00 |

|(+) obtenção de empréstimos | 60.000,00 |

|(+) aporte de capital social | 100.000,00 |

|  |  |

|Atividades de investimentos | 120.000,00 |

|(-) Empréstimos concedidos | 20.000,00 |

|(-) Compras de imóvel | 100.000,00 |

|  |  |

|Saldo final do disponível | 348.000,00 |

|  |  |

|A variação do fluxo de caixa foi de | 248.000,00 |

A demonstração pelo método direto facilita ao usuário avaliar a solvência da empresa, pois evidencia toda a movimentação dos recursos financeiros, as origens dos recursos de caixa e onde eles foram aplicados.

Método Indireto:

O método indireto consiste na demonstração dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do lucro líquido, ajustado pelos itens que afetam o resultado (tais como depreciação, amortização e exaustão), mas que não modificam o caixa da empresa.

Muitas empresas preferem divulgar a Demonstração do Fluxo de Caixa elaborada através do método indireto que parte do Lucro Líquido ajustando-o até chegar ao fluxo de caixa operacional. Ele é de mais fácil montagem, porém, é mais difícil a sua compreensão por parte dos usuários. Para muitos autores esse método mais oculta que revela informações relevantes e deveria ser abandonado. A seguir um modelo genérico de Demonstração do Fluxo de Caixa, pelo método indireto:

 

[pic]

4) Caracterização dos Fluxos de Caixa

Atividades Operacionais: A quantidade de dinheiro originada das atividades operacionais da empresa, das transações que envolvam produção e venda de bens ou prestação de serviços ligados ao objeto social da entidade, é o indicador que informa se as operações da empresa geram suficiente fluxo de dinheiro para pagar os empréstimos, manter a capacidade de operação da empresa, pagar dividendos e fazer novos investimentos, sem ter que recorrer a fontes externas de financiamento. A seguir estão exemplos de fluxos de caixa ocasionados pelas atividades operacionais:

Numerários recebidos de: clientes por venda de bens ou prestação de serviços; subsidiárias avaliadas pelo método de equivalência patrimonial, por recebimento de dividendos; devedores por juros de empréstimos e qualquer outro reembolsos recebidos de fornecedores, companhia de seguro, restituição de imposto, etc.

Numerários pagos a: fornecedores por compra de bens ou serviços; empregados; credores por juros de empréstimos e quaisquer outros pagamentos por processos, reembolso a clientes, impostos e contribuições governamentais, etc.

Atividades de Investimentos: Compreendem as transações, aquisições ou vendas de participações em outras empresas, ativos utilizados na produção de bens ou prestação de serviços ligados a outros objetos sociais da entidade. Neste tipo de atividade não estão compreendidas as aquisições de ativos adquiridos com o objetivo de revenda. Os exemplos a seguir são de fluxos de caixa provenientes de atividades de investimento: Numerários recebidos por: vendas de ativos permanentes, distribuição de lucros/dividendos de outras investidas. instrumentos negociáveis, ou participações, dinheiro recebido pelo cancelamento de antecipações e empréstimos feitos a terceiros; Numerários pagos por: aquisições de ativos permanentes. para adquirir propriedades, instalações e equipamentos, intangíveis, outros ativos não circulantes; ações ou instrumentos negociáveis de outras empresas ou participação em contratos de investimento conjunto (joint ventures), antecipações de dinheiro e empréstimos feitos a terceiros;

Atividades de Financiamentos: A apresentação separada do fluxo de caixa proveniente de atividades de financiamento é importante porque é útil para prever a demanda futura sobre o fluxo de caixa por parte de quem fornece capital à empresa. Os exemplos a seguir são de fluxos de caixa relacionados com atividades de financiamento. Numerários recebidos por: integralização de ações ou de outros instrumentos de capital; colocação de títulos a longo prazo (bônus, debêntures, letras de câmbio e equivalentes), obtenção de empréstimos a longo prazo. Numerários pagos a: acionistas por dividendos ou reembolso de capital; credores de obrigação a longo prazo. dinheiro pago aos proprietários para adquirir ou resgatar as ações da empresa. pagamento em dinheiro de empréstimos obtidos. dinheiro pago pelo arrendatário para reduzir o passivo pendente relacionado com uma operação de arrendamento financeiro.

|5) Modelo do Caixa Mínimo Operacional |

Um forma simples de estabelecer o montante de recursos que uma empresa deverá manter em caixa é através do Caixa Mínimo Operacional. Esta técnica, apesar de pouco sofisticada, pode ser útil no estabelecimento de um padrão do investimento em caixa. Para se obter o Caixa Mínimo Operacional(CMO), basta dividir os desembolsos totais previstos por seu giro de caixa. Por sua vez, para obter o giro de caixa, divide-se 360, se a base for em dias e o período de projeção for de um ano, pelo ciclo financeiro (ciclo de caixa), ou seja:

|Giro de Caixa = 360 ( Ciclo Financeiro |

|CMO = Desembolsos Operacionais ( Giro de Caixa |

Exemplos:

a) Suponha que uma empresa tenha projetado, para certo exercício, desembolsos totais líquidos de $2.700.000,00. Sabe-se que seu ciclo financeiro alcança 45 dias, ou seja, este é o intervalo de tempo em que a empresa somente desembolsa recursos, ocorrendo entradas de fluxos financeiros somente a partir do 46º dia. Determinar o Caixa Mínimo Operacional desta empresa.

|Giro de Caixa = 360 / 45 = 8 vezes |

|CMO = 2.700.000 / 8 = 337.500 ou 2.700.000/360 * 45 = 337.500 |

b) Qual será o Caixa Mínimo Operacional , se a empresa alterar seu ciclo financeiro para 24 dias. Determinar a economia obtida considerando o custo de oportunidade de 12% para o exercício em relação ao item (a).

|Giro de Caixa = 360 / 24 = 15 vezes |

|CMO = 2.700.000 / 15 = 180.000 ou 2.700.000/360 * 24 = 180.000 |

|Economia = (180.000 * 0,12) – (337.500 * 0,12) = (21.600 – 40.500) = (18.900) |

c) Qual será o Caixa Mínimo Operacional , se a empresa alterar seu ciclo financeiro para 60 dias. Determinar o custo adicional considerando o custo de oportunidade de 12% em relação ao item (a).

|Giro de Caixa = 360 / 60 = 6 vezes |

|CMO = 2.700.000 / 6 = 450 .000 ou 2.700.000/360 * 60 = 450.000 |

|Custo Adicional = (450.000 * 0,12) – (337.500 * 0,12) = (54.000 – 40.500) = 13.500 |

6) Fluxo de Caixa Orçado ou Projetado

O atual contexto de concorrência, o novo SPB - Sistema de Pagamentos Brasileiro, a escassez de recursos, as altas taxas de juros, são fatores que requerem maior eficiência na gestão financeira de recursos, visando a redução da necessidade de capital de giro e, consequentemente, as despesas financeiras. Sabendo da sua posição, o Administrador Financeiro parte para o planejamento futuro utilizando-se de várias ferramentas e informações. Entre as principais o Fluxo de Caixa Orçado ocupa posição de destaque, sua adequada utilização garante a minimização dos riscos e permite uma correta avaliação da capacidade de pagamento, planejamento e controle dos recursos financeiros da organização. Pois: relaciona ingressos e saídas de recursos monetários em determinado intervalo de tempo; permite prever eventuais excedentes ou escassez de caixa; visa a manutenção de saldos adequados à operação do negócio.

7) Planejamento de Curto Prazo

O planejamento financeiro é um aspecto importante para o funcionamento e sustentação da empresa, pois fornece roteiros para dirigir, coordenar e controlar suas ações na consecução de seus objetivos.

O processo de planejamento financeiro inicia-se com os planos financeiros de longo prazo ou estratégicos, que por sua vez direcionam a formulação de planos e orçamentos operacionais de curto prazo. Neste momento, serão enfatizados os planos e orçamentos a curto prazo.

O planejamento financeiro de curto prazo é elaborado através da utilização de informações financeiras sobre o desempenho da empresa que, combinadas com as projeções dos fluxos de recursos esperados, vão propiciar aos administradores uma avaliação adequada da situação presente e uma previsão das perspectivas futuras.

8) Orçamento de Caixa

O orçamento de caixa é o demonstrativo da projeção das necessidades de recursos de uma empresa, elaborado através da previsão das entradas e saídas de fundos em um determinado período de tempo. Deve retratar a previsão das necessidades de recursos ou as sobras de caixa que ocorrerão no período em questão.

É uma ferramenta que permite ao administrador financeiro identificar as necessidades e oportunidades financeiras de curto prazo.

O objetivo do orçamento de caixa é dar subsídios ao administrador financeiro para planejar e controlar o fluxo de recursos da empresa e fornecer componentes básicos para que se possa formular as estratégias que serão utilizadas para o financiamento do volume de vendas previsto para o período.

Ao traçar as diretrizes do planejamento das disponibilidades, a empresa busca atingir algumas metas entre as quais destacam-se:

• Defasagem entre as transações correntes: o orçamento de caixa é elaborado através da previsão das entradas e saídas de fundos. Todavia, o fluxo de recursos não ocorre de maneira uniforme, por esta razão a empresa deve manter fundos suficientes para garantir eventuais déficits de caixa mantendo a liquidez sem interromper o ciclo de suas atividades operacionais.

• Redução de custos sobre empréstimos de curto prazo: conhecendo com antecedência os eventuais déficits de caixa, o administrador financeiro terá a sua disposição, um período de tempo suficiente para escolher entre as diversas opções de financiamentos.

• Aplicação de excedentes de caixa: durante certos períodos, a empresa mantém saldos inativos de caixa. Isso ocorre devido à defasagem de tempo entre as datas de pagamento das obrigações e de recebimento dos direitos. Como o dinheiro mantido em caixa não traz nenhum retorno a empresa, o administrador financeiro deve aplicar esses recursos momentâneos em algum ativo de curto prazo que renda juros.

Exemplo de Orçamento de Caixa

As vendas da Cia. Pioneira nos meses de março a abril foram, respectivamente, de $ 400.000 e $480.000. Para os próximos três meses a diretoria de marketing estimou um volume de vendas nas seguintes bases: maio, $ 510.000; junho, $ 650.000; e julho, $ 820.000.

Do total das vendas efetuadas, 70% são recebidas no próprio mês; 20% são recebidas no mês seguinte e o restante no segundo mês após a realização.

Estima-se que todos os custos de produção (MP + MOD + CIF) alcancem 70% das vendas totais, sendo pagos 80% no próprio mês e 20% no mês seguinte. Os produtos são vendidos no próprio mês em que são fabricados.

A Companhia tem um empréstimo bancário a pagar no mês de junho no valor de $ 150.000, enquanto suas despesas de vendas e administrativas, pagas no próprio mês, eqüivalem a 15% do total das vendas de cada mês. Dividendos de $ 44.289 deverão ser pagos em julho.

No final de abril o saldo de caixa da Pioneira era de $ 69.000, sendo que para o próximo trimestre a empresa deseja manter um saldo de caixa de $ 90.000 em cada mês.

PEDE-SE elaborar o orçamento de caixa da Cia. Pioneira para o próximo trimestre, indicando as necessidades de financiamento e os valores das aplicações financeiras. Esperam-se juros bancários de 12% ao mês e rentabilidade das aplicações financeiras de 4% ao mês.

Programação de Recebimentos

| |Março |Abril |Maio |Junho |Julho |

| | | | | | |

|Vendas à vista | 280.000 | 336.000 | 357.000 | 455.000 | 574.000 |

|Cobranças: | | | | | |

|Após um mês | | 80.000 | 96.000 | 102.000 | 130.000 |

|Após dois meses | | | 40.000 | 48.000 | 51.000 |

|Rendimento Aplicação | | | | 1.708 | |

|Total de Recebimentos | | | 493.000 | 606.708 | 755.000 |

Programação de Pagamentos

| |Março |Abril |Maio |Junho |Julho |

| | | | | | |

|Compras à vista | 224.000 | 268.800 | 285.600 | 364.000 | 459.200 |

|Pagamentos: | | | | | |

|Após um mês | | 56.000 | 67.200 | 71.400 | 91.000 |

|Empréstimos | | | | 150.000 | |

|Dividendos | | | | | 44.289 |

|Despesas(Vendas/Adm.) | 60.000 | 72.000 | 76.500 | 97.500 | 123.000 |

|Juros s/ Financiamento | | | | | 4.019 |

|Total de Pagamentos | | | 429.300 | 682.900 | 721.508 |

Orçamento de Caixa

| |Maio |Junho |Julho |

|Recebimentos | 493.000 | 606.708 | 755.000 |

|( - ) Pagamentos | 429.300 | 682.900 | 721.508 |

|Fluxo Líquido de Caixa |63.700 | (76.192) | 33.492 |

|( + ) Saldo Inicial de Caixa | 69.000 | 132.700 | 56.508 |

|Saldo final de caixa | 132.700 | 56.508 | 90.000 |

|( - ) Saldo Mínimo de Caixa | 90.000 | 90.000 | 90.000 |

|Financiamento Necessário | | 33.492 | |

|Saldo de Caixa Excedente | 42.700 | | |

5) ADMINISTRAÇÃO DE CONTAS A RECEBER

O administrador financeiro tem como objetivo maximizar o lucro esperado. Nos casos em que a margem de lucro é grande, a possibilidade de a empresa optar por uma política de crédito liberal é plenamente justificável. Contudo, quando a margem de lucro é relativamente pequena, a flexibilização do crédito pode, como consequência, aumentar o nível de incobráveis, comprometendo assim a rentabilidade.

Outro fator importante na política de duplicatas a receber, é o montante de recursos que a empresa pode investir. Os volumes de recursos investidos em capital de giro podem determinar maiores ou menores volumes de vendas. Se a empresa possuir recursos limitados, terá dificuldade em conceder crédito a prazos mais longos comprometendo a ampliação das vendas. Por outro lado, se a empresa estiver em condições de investir em duplicatas a receber, ao flexibilizar o crédito, corre o risco de ter um aumento em seu nível de incobráveis. Cabe ao administrador financeiro buscar o equilíbrio que minimize o dilema risco-retorno.

Quando a empresa vende seus produtos a prazo, o que ocorre na maioria delas, a principal decisão a ser tomada, e, sem dúvida, a mais difícil, é a que se refere a concessão do crédito. Nesse momento o administrador financeiro se vê a frente de três questões básicas:

✓ A quem vender?

✓ Quanto vender?

✓ Em que condições vender?

A análise da concessão do crédito tem que ser baseada em dois aspectos fundamentais. Primeiramente, nas fontes de informações disponíveis combinadas com a evolução da conjuntura econômica e em segundo lugar, em uma forte dose de bom senso, pois muitas vezes vale aceitar um determinado risco considerando que o cliente tem potencial para tornar-se regular e confiável futuramente.

5.1. SELEÇÃO DE CRÉDITO

O objetivo da seleção de crédito é determinar a quais clientes pode ser concedido o crédito, e em que proporções. Para essa seleção é imprescindível possuir as informações necessárias e utilizar os métodos apropriados para fazer uma avaliação adequada.

A Seleção de Crédito consiste em determinar se o crédito deve ser concedido a um cliente e o limite quantitativo a ser concedido. Os analistas financeiros com a finalidade de minimizar o risco das vendas a prazo, freqüentemente utilizam-se para orientar suas análises, os 5 “Cs” do crédito, enfoque abortado por Brighan e Weston, que procura minimizar os riscos.

5.2. Os C’s do Crédito

- Caráter (Idoneidade do cliente)

- Capacidade de pagamento (liquidez e endividamento)

- Capital (solidez financeira indicada pelo patrimônio líquido)

- Colateral (ativos disponíveis para garantir o crédito)

- Condições (influência da conjuntura que pode afetar as partes)

5.3. Obtenção de Informações:

É o processo de avaliação para determinar as condições da concessão do crédito a um cliente. As principais fontes de informações são:

- Demonstrações contábeis e financeiras

- Empresas prestadoras de serviços (Serasa, SPC, etc)

- Publicações especializadas em indicadores padrões

- Trocas diretas de informações de crédito

- Vendedores

- Visita as instalações da empresa e entrevistas com seus executivos

- Consultas bancárias

5.4. Política de crédito

A política de crédito de uma empresa visa, além do incremento no volume de vendas e de um equilíbrio entre o risco e o retorno, uma adequação entre os custos envolvidos no padrão de crédito adotado. Se a empresa adotar uma política de crédito liberal, aumentando o prazo de pagamento dos clientes, provavelmente aumentará seu volume de vendas, todavia aumentará também os riscos com incobráveis e os investimentos em duplicatas a receber e retardará as entradas de recursos em caixa.

As alterações que vierem a ocorrer na política de crédito das empresas afetam sensivelmente os seguintes itens:

✓ Volume de vendas

✓ Despesas com incobráveis

✓ Despesas gerais de crédito

✓ Despesas com cobranças

✓ Custo do investimento marginal em duplicatas a receber

|Exemplo de alteração nos padrões de crédito |

|Situação atual | |

|Prazo médio concedido aos clientes |30 dias |

|Ordem de protesto por atraso no pagamento |5º dia após o vencimento |

|Suspensão do crédito por atraso |15º dia após o vencimento |

|Situação proposta | |

|Prazo médio concedido aos clientes |45 dias |

|Ordem de protesto por atraso no pagamento |8º dia após o vencimento |

|Suspensão do crédito por atraso |20º dia após o vencimento |

No exemplo acima, a empresa optou por uma política mais flexível afrouxando o crédito. Poderia ter feito o inverso quando estaria restringindo o crédito, tornando-o mais rígido.

|Implicações das alterações dos padrões de crédito na lucratividade das empresas |

|Política de crédito liberal |

|Variável |Impacto |Lucro |

|Volume de vendas |Aumenta |Aumenta |

|Investimento em duplicatas a receber |Aumenta |Diminui |

|Gastos com incobráveis |Aumenta |Diminui |

|Política de crédito rígida |

|Variável |Impacto |Lucro |

|Volume de vendas |Diminui |Diminui |

|Investimento em duplicatas a receber |Diminui |Aumenta |

|Gastos com incobráveis |Diminui |Aumenta |

Exemplo:

Uma determinada empresa, no intuito de conseguir um incremento nas vendas, está analisando uma proposta para alterar seus padrões de duplicatas a receber. Os dados são os seguintes:

- Vendas anuais (todas a prazo): R$ 1.200.000,00

- Custo fixo: R$ 350.000,00

- Custo variável (50% das vendas): R$ 600.000,00

- Prazo médio de recebimento de vendas: 30 dias

- Perda com devedores incobráveis (2% das vendas): R$ 24.000,00

Segundo estudos dos técnicos, a mudança irá aumentar as vendas da empresa em 15%. Entretanto, o prazo médio de recebimento de vendas irá aumentar para 60 dias e os devedores incobráveis passarão dos atuais 2% das vendas para 4% das vendas. O retorno exigido pela empresa que corresponde ao seu custo de oportunidade é de 15% ao ano. Analisar a viabilidade da mudança dos padrões de crédito dessa empresa.

|1) Organização dos dados para análise |

|Situação atual | |

|Vendas anuais |R$ 1.200.000,00 |

|Custo fixo |R$ 350.000,00 |

|Custo variável (50% das vendas) |R$ 600.000,00 |

|Perda com incobráveis (2% das vendas) |R$ 24.000,00 |

|Prazo médio de recebimento de vendas |30 dias |

| | |

|Situação proposta | |

|Vendas anuais |R$ 1.380.000,00 |

|Custo fixo |R$ 350.000,00 |

|Custo variável (50% das vendas) |R$ 690.000,00 |

|Perda com incobráveis (2% das vendas) |R$ 55.200,00 |

|Prazo médio de recebimento de vendas |60 dias |

|2) Contribuição marginal aos lucros |

|Situação atual | |Situação proposta | |

|Vendas |1.200.000,00 |Vendas |1.380.000,00 |

|(-) custo variável |600.000,00 |(-) custo variável |690.000,00 |

|(-)custo fixo |350.000,00 |(-)custo fixo |350.000,00 |

|Lucro operacional |250.000,00 |Lucro operacional |340.000,00 |

|Contribuição marginal ao lucro |(340.000,00-250.000,00) = |90.000,00 |

EXERCÍCIO:

1) Uma determinada empresa, no intuito de conseguir um incremento nas vendas, está analisando uma proposta para alterar seus padrões de duplicatas a receber. Os dados são os seguintes:

- Vendas anuais (todas a prazo): R$ 3.500.000,00

- Custo fixo: R$ 550.000,00

- Custo variável (40% das vendas)

- Prazo médio de recebimento de vendas: 42 dias

- Perda com devedores incobráveis (2,5% das vendas)

Segundo estudos dos técnicos, a mudança irá aumentar as vendas da empresa em 20%. Entretanto, o prazo médio de recebimento de vendas irá aumentar para 58 dias e os devedores incobráveis passarão dos atuais 2,5% das vendas para 4,2% das vendas. Qual a contribuição marginal ao lucro ?

ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE

A gestão de estoques é diferente da administração de outros ativos e obrigações. Estes ativos têm um teor físico, o que não se igualam aos ativos puramente financeiros. Porém como outros ativos, os estoques representam custos significativos para as empresas, e sua gestão eficiente torna-se fator essencial de competitividade.

Classicamente as estratégias de gestão financeira de estoques relatadas nos manuais de finanças e de custos estão concentradas em quanto e quando adquirir estoques (ASSAF NETO, 2003; BRAGA, 1995; GITMAN, 2002; HANSEN & MOWEN, 2001; GARRISON & NORREN, 2001; SANVICENTE, 1997; WESTON & BRIGHAM, 2000).

6.1 TIPOS DE ESTOQUE

De acordo com Assaf Neto (2003, p.522-523), se pode dividir os estoques em quatro tipos:

Mercadorias e produtos acabados;

Produtos em elaboração;

Matérias-primas e embalagens; e

Materiais de consumo e almoxarifados.

Cada um desses tipos de estoque possuem motivos próprios para que as empresas

invistam na sua manutenção.

A manutenção de estoques de mercadorias e produtos acabados significa fornecer um serviço imediato aos consumidores da empresa, procurando atender um maior nível de satisfação do cliente, por disponibilizar os produtos pronta-entrega. Outro motivo, vai ao sentido que, a manutenção deste tipo de estoque propicia uma estabilização da produção, obtida pelos ganhos de escala.

A manutenção de produtos em elaboração é motivada por propiciar uma reserva flexível para as empresas. Aumentar este tipo de estoque resulta em reduzir a interdependência das fases do fluxo de produção.

A manutenção de estoques de matérias-primas e embalagens torna mais fácil a programação da produção, evita a aquisição de itens em períodos de preços altos e representa uma proteção contra as deficiências da oferta.

Em relação à manutenção de estoques de material de consumo e almoxarifados, Assaf Neto (2003, p.523) cita que o volume de investimento nesse tipo de estoque varia em função das características básicas e peculiaridades operacionais e administrativas de cada empresa.

Essas alternativas de manutenção de estoques representam soluções para problemas como flutuações nos preços das matérias-primas, demanda inesperada pelo produto, paralisação não planejada das máquinas e dos trabalhadores envolvidos no processo etc.

Porém, o administrador financeiro não deve considerar essas abordagens de manutenção de estoques as únicas possíveis para solucionar os problemas enumerados. Neste ponto, estratégias alternativas, tais como para se evitar o risco da flutuação dos preços de matérias -primas, a empresa poderá realizar contratos a longo prazo com os fornecedores, os quais deverão especificar os preços a serem pagos e as quantidades a serem entregues, ou ainda para estabilizar a demanda, a empresa poderá conceder descontos.

6.2 ESTRATÉGIAS DE ESTOQUE

Em um sentido mais amplo, as empresas poderão adotar estratégias mais abrangentes de gestão de estoques, que envolvem o processo de produção por completo, como por exemplo:

Just-in-Time (JIT): esta filosofia criada no Japão está baseada em dois fundamentos: eliminação total de estoques e produção puxada pela demanda.

Manufacturing Resources Planning II (MPR II): consiste em um sistema computacional que objetiva cumprir os prazos de entrega de uma empresa com a formação de estoques mínimos, valendo para isso, dos conceitos de demanda dependente do mercado e independente do mercado (dependentes de outros produtos).

Optimized Production Technology (OPT): é uma abordagem de gestão baseada no conceito de gargalo. Segundo este modelo, a empresa deve dar atenção aos recursos gargalos. Se, por acaso, “existir determinado produto que a empresa tem dificuldade de conseguir, atenção maior deve ser dada a este estoque, pois ele será gargalo para a empresa” (ASSAF NETO & TIBÚRCIO, 1997, p.171).

6.3 CUSTOS DO ESTOQUE

Feita a classificação dos estoques, e relatados os principais motivos para a manutenção de cada tipo de estoque, torna-se importante conhecer os principais custos relacionados aos estoques.

Os custos relacionados aos estoques podem ser enquadrados em duas categorias:

1) os que são diretamente proporcionais ao volume mantido em estoque (custo de

manutenção), como por exemplo: perdas associadas a risco de obsolescência dos itens

estocados; custo de oportunidade; despesas de manejo, transporte e transferência física

dos itens estocados; espaço necessário para armazenamento; seguros; imposto predial;

custos do departamento de controle de estoques etc.

2) os que são inversamente proporcionais a esse volume, representando os prejuízos da

empresa em conseqüência da falta de estoques ou aos pedidos de compra (custo de

“stockout”+ custo de pedir), como por exemplo: descontos por quantidade perdidos em

compras feitas em lotes insuficientes; despesas decorrentes de perturbações do processo

produtivo; margem de contribuição das vendas perdida par falta de produtos acabados;

gastos adicionais de pedido, emissão de ordens de compra e transporte etc.

6.4 GESTÃO DE ESTOQUES

Os custos e as características especificas dos estoques devem ser os primeiros itens a ser considerados para a formulação das estratégias de estoques.

Classicamente, podem ser citadas três abordagens de estratégias de gestão de estoques: o sistema ABC, o Ponto de Recompra (PR) e o sistema de LEC.

O sistema ABC classifica os estoques em três grupos, existindo diversas regras

possíveis de separação. Assaf Neto & Tubúrcio (1997, p.190) sugere que os produtos do

grupo A sejam compostos pelos primeiros 10% em tamanho da receita, o que, em geral, deve representar cerca de 70% da receita. Este grupo deve receber maior atenção dos gestores devido a sua importância. O grupo B seria compreendido pelos 20% produtos seguintes e devem representar 20% da receita. O grupo C seria compreendido por 70% dos produtos em estoque, mas contribuem com uma pequena parcela da receita, cerca de 10%. apresenta de forma esquemática a essência da curva ABC.

O PR ou Ponto de Pedido considera os níveis de estoques e a demanda constante, e representa o tempo necessário para que se ocorra uma reposição de estoques, dado um consumo por período. Ou seja, o ponto de pedido define o momento em que a empresa deverá realizar uma compra, enquanto que os sistemas ABC e LEC definem quanto a empresa deverá comprar. Considerando o tempo de reposição diário, matematicamente o ponto de recompra representa:

PR = p x d

Onde: PR = ponto de recompra; p = prazo de entrega; d = demanda diária.

Lote Econômico de Compra

O administrador financeiro deve buscar minimizar as necessidades de investimentos em estoques, pois apesar de estes investimentos contribuir para geração de lucro, o investimento em estoque além de reduzir a rotação geral dos recursos comprometendo a rentabilidade geral da empresa, também produz custos decorrentes de sua manutenção.

O modelo do LEC determina o volume ideal de recursos aplicados em itens estocados, em outras palavras, o LEC determina o volume de itens estocados que minimiza o custo total.

O LEC procura a melhor estratégia para determinar a quantidade que deve ser mantida em estoque e de quanto em quanto tempo deverá ser feito o novo pedido. O LEC busca encontrar a quantidade ótima de cada pedido, de modo que os custos totais (custo do pedido + custo de estocagem) sejam minimizados.

6. FONTES DE FINANCIAMENTO DE CURTO PRAZO

Uma empresa pode financiar suas atividades através de capitais próprios e de terceiros. O capital próprio implica aumento do patrimônio líquido. Segundo Lemes Júnior (2002), o aumento do capital próprio ocorre através da autogeração de recursos e reinvestimento na empresa, pela subscrição e integralização de capital social ou pela emissão de ações, no caso de grandes empresas de capital aberto, ofertadas na Bolsa de Valores.

Os passivos circulantes representam as fontes de financiamento em curto prazo da empresa. Algumas fontes são geradas pelas próprias operações. Enquanto outras, provenientes de atividades como os financiamentos bancários. São Fontes Espontâneas de Financiamento em Curto Prazo aquelas que resultam das Operações normais da empresa tais como as duplicatas a pagar.

À medida que as vendas da empresa crescem, as duplicatas a pagar aumentam em condições do maior volume das compras requerido pelo acréscimo na venda. Com vendas crescentes, as contas a pagar relativos também aumentam, o mesmo ocorrendo com os impostos.

São fontes de Financiamentos em Curto Prazo não Garantidos aquelas decorrentes de empréstimos em curto prazo através de instituições financeiras ou de commercial Papers.

Os empréstimos bancários são mais comuns porque podem ser solicitados por empresas de qualquer tamanho; os commercial papers tendem a estar disponíveis apenas para grandes empresas. O tipo mais importante de empréstimo feito por bancos a empresas é o empréstimo em curto prazo autoliquidável. Os commercial papers são formas de financiamento consistindo de notas promissórias em curto prazo não-garantidas, emitidas por empresas com elevado conceito de crédito. Geralmente, apenas as grandes empresas, de alta reputação e situação financeira inquestionável, estão em condições de emiti-los.

São Fontes de Financiamento em Curto Prazo com Garantia aquelas em que o credor Exige alguns ativos como colaterais geralmente duplicatas a receber ou estoques.

A quantidade dos recursos alocados nos itens circulantes da empresa devem destinar-se somente a sustentação de sua atividade operacional visto que, o ativo circulante é pouco rentável.

Dessa forma, voltamos ao dilema do administrador financeiro no que se refere à busca de maior rentabilidade envolvendo o menor risco. A determinação do volume adequado de ativos circulantes a serem mantidos deverá, portanto, atender ao objetivo básico da administração, ou seja, maximizar o retorno dos proprietários minimizando os riscos.

A dificuldade encontrada para a definição do montante adequado de investimentos em ativos circulantes, é o grau de incerteza que se apresenta pelo fato da análise ser feita através de projeções futuras, o que nem sempre vai coincidir com o desejado.

Diante de tantas incertezas, o administrador financeiro quando determina o investimento em capital circulante, deve ter em mente os seguintes aspectos:

• Os recursos aplicados em caixa devem ser suficientes para fazer frente aos desembolsos previstos e alguns não previstos.

• Adotar uma política de duplicatas a receber que permita o crescimento ou, a manutenção das vendas sem aumento dos níveis de inadimplência.

• Manter estoques mínimos porém, sem correr riscos de perder vendas ou provocar atrasos no processo produtivo.

1. ESTRATÉGIAS DE FINANCIAMENTO DOS RECURSOS NECESSÁRIOS

Se a produção e as vendas ocorressem uniformemente ao longo de todo ano, a gestão do capital de giro nas empresas industriais seria bastante facilitada porque haveria fluxos regulares de entradas e de saídas de caixa.

Ocorre que muitas empresas estão sujeitas a fatores sazonais que afetam suas atividades, provocando expansão e contratação nos ativos circulantes. Em certos meses, os estoques de matérias-primas poderão estar muito elevados (Ex. estoques de produtos agrícolas adquiridos nas safras) e em outras épocas poderemos encontrar um nível alto de produtos acabados destinados ao atendimento de uma demanda concentrada (Ex. estoques de sorvetes durante o inverno). Determinadas indústrias de bens de consumo têm de financiar parte dos estoques sazonais dos comerciantes varejistas concedendo maiores prazos de faturamento (Ex. brinquedos para vendas de natal).

Por outro lado, sempre existirá um nível mínimo de estoques, duplicatas a receber e disponibilidades a ser mantido independentemente das flutuações sazonais das atividades.

Resumindo, para os investimentos necessários à manutenção de sua atividade, uma empresa tem necessidade de financiamentos que podem ser divididos em:

b) Necessidades permanentes: são aquelas que se mantêm fixas ao longo do ano, e são representadas pelos ativos permanentes somados à parte do ativo circulante que não apresenta alterações durante o período.

c) Necessidades sazonais: são as necessidades de financiamento referentes à parcela dos ativos circulantes que apresentam alterações no decorrer do período.

Cabe ao administrador financeiro, determinar o montante dos financiamentos adequados a cada situação e para isso, dispõe de algumas estratégias.

Estratégia Agressiva: A empresa mantém recursos permanentes na medida exata para financiar suas necessidades permanentes sendo que as necessidades sazonais são financiadas com recursos de curto prazo, (temporários).

Estratégia Conservadora: é a que consiste em financiar todas as suas necessidades de recursos através de financiamento de longo prazo.

Estratégia Intermediária ou Moderada: os recursos permanentes financiarão as necessidades permanentes e mais uma parte das necessidades sazonais.

Resultado Comparativo das Alternativas

|Estratégia |CGL |Risco |Custo |Lucratividade |

|Agressiva |Menor |Maior |Menor |Maior |

|Intermediária |Médio |Médio |Médio |Médio |

|Conservadora |Maior |Menor |Maior |Menor |

MERCADO DE RENDA FIXA E TÍTULOS PRIVADOS.

1. CERTIFICADOS DE DEPÓSITO BANCÁRIO (CDB)

Os certificados de depósito bancário (CDBs) foram criados pela Lei nº 4.728, de 14/7/1965. São títulos que representam uma promessa de pagamento futuro firmada pela instituição financeira emissora. São os mais antigos e utilizados títulos de captação dos bancos múltiplos com carteira comercial, de investimento e/ou desenvolvimento, os bancos comerciais, os bancos de investimento e os bancos de desenvolvimento, sendo oficialmente conhecidos por “depósitos a prazo”.

Com a edição da Circular nº 2.905, de 30/6/1999, que produziu efeito a partir de 2/8/1999, os títulos com remuneração contratada com base em taxas pré-fixadas deixaram de estar sujeitos a prazos mínimos. As operações referenciadas em TR e TJLP passaram a ter prazo mínimo de 1 mês, e as referenciadas em TBF, 2 meses. A Circular estabeleceu, ainda, que estariam livres de prazos mínimos os títulos com remuneração contratada com base em taxas flutuantes desde que estas fossem regularmente calculadas, de conhecimento público e baseadas em operações contratadas a taxas de Mercado pré-fixadas, com prazo não-inferior ao período de reajuste estipulado em contrato. São exemplos destas taxas a Taxa SELIC e a Taxa Média de Depósitos Interfinanceiros de Um Dia, ou Taxa DI. Admite-se, também, a emissão de Certificados de Depósito Bancário com reajuste de valor por índice de preço, desde que tenham prazo e periodicidade de reajuste mínimos de um ano e que o índice de preços em questão seja regularmente calculado e de conhecimento público, como o IGP-M divulgado pela FGV, por exemplo.

Apesar de alguns tipos de Certificados de Depósitos Bancários não terem prazos mínimos, a Portaria MF nº 264, de 30/6/1999, determinou a incidência de IOF sobre os rendimentos das operações realizadas nos Mercados de renda fixa desincentivando os resgates nos prazos inferiores a 30 dias.

Os Certificados de Depósito Bancário são transferíveis por endosso nominativo e podem ser resgatados a critério da instituição emissora antes do prazo de vencimento, desde que respeitados os prazos mínimos. Além disso, não podem ser prorrogados, mas renovados a partir de uma nova contratação.

Normalmente, as aplicações têm prazos que variam entre 30 dias e 1800 dias. Em geral, os bancos concedem taxas melhores de acordo com o volume investido, isto é, quanto maior o investimento, melhor deve ser a taxa que você receberá do banco. Os CDBs não podem ser prorrogados, somente renovados, de forma que na data de vencimento do seu CDB, os juros que você recebeu, no período, serão depositados na sua conta corrente, descontados dos impostos. A grande desvantagem dos CDBs em confronto com os Fundos de Investimento de renda fixa reside, exatamente, nesta necessidade de renovar a aplicação. Ao contrário do que acontece com os Fundos de Investimento, nos quais a CPMF só é cobrada uma vez, nos CDB, ela é cobrada a cada renovação da aplicação, o que acaba corroendo parte da rentabilidade da aplicação. Por este motivo, os certificados com remuneração atrelada às taxas SELIC ou DI são, geralmente, emitidos sem prazo de vencimento, sendo acordado, entre a instituição financeira e o investidor, um prazo a partir do qual será permitido o seu resgate.

Dessa forma, evita-se o custo de novas contratações. Os ganhos obtidos na aplicação em CDB estão sujeitos ao IRRF pelo banco que o emitiu.

Ao aplicar seus recursos em um CDB, o investidor deve estar ciente do risco de que o banco que emitiu o CDB fique inadimplente. Nesse caso, a aplicação é garantida pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), vinculado ao Governo Federal, somente até o valor máximo de R$ 20.000,00 por cada CPF.

2. RECIBO DE DEPÓSITO BANCÁRIO (RDB)

Os Recibos de Depósito Bancário têm as mesmas características de um CDB, com a diferença de que os recibos não podem ser negociados no Mercado secundário nem permitem a retirada antecipada dos recursos depositados. Contudo, os Recibos de Depósito Bancário podem ser rescindidos em caráter excepcional, desde que com acordo da instituição depositária. Neste caso, só poderá ser devolvido ao investidor, o valor do principal depositado, sem os juros.

Definição: É uma promessa de pagamento em determinada data futura da importância do depósito, acrescida do valor da correção e dos juros convencionados. O RDB é inegociável, não podendo ser resgatado antes do vencimento, salvo mediante acordo com a instituição financeira depositária, geralmente sem o recebimento dos rendimentos estabelecidos.

8.3 CERTIFICADO DE DEPÓSITO INTERBANCÁRIO (CDI)

As instituições financeiras disputam no mercado os recursos disponíveis para captação. Devido à volatilidade das taxas dos diferentes papéis em mercado, os recursos financeiros disponíveis estarão procurando as melhores aplicações, quer seja em CDB, LC ou LI.

 De forma a garantir uma distribuição de recursos que atenda ao fluxo de recursos demandados pelas instituições, foi criado, em meados da década de 1980, o CDI. Os Certificados de Depósito Interbancário são os títulos de emissão das instituições financeiras, que lastreiam as operações do mercado interbancário. Suas características são idênticas às de um CDB, mas sua negociação é restrita ao mercado interbancário. Sua função é, portanto, transferir recursos de uma instituição financeira para outra. Em outras palavras, para que o sistema seja mais fluido, quem tem dinheiro sobrando empresta para quem não tem.

As operações se realizam fora do âmbito do Banco Central, tanto que, neste mercado, não há incidência de qualquer tipo de imposto, as transações são fechadas por meio eletrônico e registradas nos computadores das instituições envolvidas e nos terminais da Câmara de Custódia e Liquidação (CETIP). A maioria das operações é negociada por um só dia, como no antigo overnight.

 Portanto, pode-se definir como sua função manter a fluidez do sistema, ou seja, quem tem dinheiro em excesso empresta para quem estiver precisando. Grande parte das operações é negociada com período de apenas um dia. Apesar disso, tem as vantagens de ser rápido, seguro e não sofrer nenhum tipo de taxação. Agora, os CDI's também podem ser negociados em prazos mais dilatados e com taxas pré-fixadas e pós-fixadas. Os Certificados de Depósitos Interbancários negociados por um dia, também são denominados Depósitos Interfinanceiros e detém a característica de funcionarem como um padrão de taxa média diária, a CDI over.

  As taxas do CDI over vão estabelecer os parâmetros das taxas referentes às operações de empréstimos de curtíssimo prazo, conhecidas como hot money que embute, na maioria dos casos, o custo do CDI over acrescido de um spread mínimo, além do custo do PIS.

 A taxa média diária do CDI é utilizada como parâmetro para avaliar a rentabilidade de fundos, como os DI, por exemplo. O CDI é utilizado para avaliar o custo do dinheiro negociado entre os bancos, no setor privado e, como o CDB (Certificado de Depósito Bancário), essa modalidade de aplicação pode render taxa de prefixada ou pós-fixada.

Como o CDI quantifica o custo do dinheiro para os bancos em um determinado dia, ele é utilizado pelo mercado como parâmetro para fundos de renda fixa e DI. O CDI é usado também como parâmetro para operações de Swap (contrato de troca de qualquer tipo, seja ele de moedas, commodities ou ativos financeiros), na Bolsa de Mercadoria & Futuros (BM&F) para o ajuste diário do DI futuro. 

3. COMMERCIAL PAPER

É um título privado emitido por companhia nacional ou internacional para o financiamento de curto prazo, possuindo a mesma finalidade de uma debênture, pois ambos são opções ao empréstimo bancário, para a captação de recursos através da emissão de valores mobiliários, pelas sociedades anônimas.

O prazo de vencimento se emitido por companhias fechadas é de 30 a 180 dias, e quando emitido por companhias abertas, o prazo de vencimento é de 30 a 360 dias. Dentre as vantagens, para a empres, da emissão de valor mobiliário, está a possibilidade de captação de recursos direto de investidores, podendo obter taxas inferiores às taxas praticadas em empéstimos bancários. Outro benefício, é a isenção de pagamento de IOF.

Só é possível uma empresa emitir uma Commercial Paper, se seu índice de endividamento (PASSIVO CIRCULANTE + EXIGÍVEL A LONGO PRAZO / PATRIMÔNIO LÍQUIDO), incluindo as novas notas promissórias a serem emitidas, não ultrapassar 1,2. No caso da Nota Promissória, não há garantia real, portanto, é um instrumento para empresas com bom conceito de crédito.

MERCADO DE RENDA FIXA DE TÍTULOS PÙBLICOS FEDERAIS

9.1 LETRAS DO TESOURO NACIONAL (LTN)

A LTN é um título prefixado, o que significa que sua rentabilidade é definida no momento da compra. A rentabilidade é dada pela diferença entre o preço de compra do título e seu valor nominal (valor de face) no vencimento, sempre R$ 1.000,00. Essa diferença é conhecida como deságio do título.

A LTN possui fluxo de pagamento simples, ou seja, o investidor faz a aplicação e recebe o valor de face1 (valor investido somado à rentabilidade) na data de vencimento do título.

9.2 LETRAS FINANCEIRAS DO TESOURO NACIONAL (LFT)

A LFT é um título pós-fixado, cuja rentabilidade segue a variação da taxa SELIC, a taxa de juros básica da economia. Sua remuneração é dada pela variação da taxa SELIC diária registrada entre a data de liquidação da compra e a data de vencimento do título, acrescida, se houver, de ágio ou deságio no momento da compra.

A LFT possui fluxo de pagamento simples, ou seja, o investidor faz a compra e recebe o rendimento apenas uma vez, na data de vencimento do título, junto com o valor do principal.

9.3 NOTAS DO TESOURO NACIONAL (NTN)

Estes títulos são emitidos com o intuito de alongar o prazo de financiamento da dívida do Tesouro. As NTN poderão ser emitidas em dez séries: A,B,C,D,F,H,I,M,P, e R, subsérie 2.

As NTN são geralmente pós-fixadas corrigidas a um indexador, como IGP-M, TR, TBF e TJLP. Possuem um valor nominal de emissão, que são geralmente múltiplos de R$1.000,00. Seus juros são pagos periodicamente, sendo o prazo mínimo de emissão de três meses.

O valor de mercado de uma NTN é a somatória: dos valores presentes dos fluxos financeiros + valor do pagamento de cupons + o principal.

9.4 CÁLCULO DA TAXA DE SELIC

SELIC = Sistema Especial de Liquidação e Custódia: é um dos instrumentos de remuneração dos títulos públicos. A sua taxa é definida em reuniões a cada 45 dias do COPOM. A sua remuneração é diária o que gera maior liquidez a estes títulos.

TÍTULOS DE RENDA FIXA DE LONGO PRAZO

10.1 DEBÊNTURES EMITIDAS PELAS SOCIEDADES ANÔNIMAS

Debêntures é uma expressão inglesa, geralmente mais empregada no Brasil do que a sua correspondente francesa “obligation”, também adotada na legislação brasileira. Debêntures são valores mobiliários emitidos pelas sociedades anônimas, representativas de empréstimos contraídos pelas mesmas, cada título dando, ao debenturista, idênticos direitos de crédito contra as sociedades, estabelecidos na escritura de emissão. Trata-se de um título de massa, porquanto as debêntures são sempre emitidas em bloco.

A finalidade desse tipo de financiamento é a de satisfazer, de maneira mais econômica, às necessidades financeiras das sociedades por ações, evitando, com isso, os contra-tempos das constantes e caras operações de curto prazo, junto ao mercado financeiro. Dessa forma, as sociedades por ações têm, à sua disposição, as facilidades necessárias para captação de recursos junto ao público, a prazos longos e juros mais baixos, com atualização monetária e resgates a prazo fixo ou mediante sorteio, conforme suas necessidades para melhor adequar o seu fluxo de caixa.

Assim, uma vez identificada a necessidade de captação de recursos financeiros de terceiros, para concretização de investimentos e para o cumprimento de obrigações assumidas anteriormente, a administração da empresa, levará à Assembléia Geral, proposta para que seja contraído empréstimo público, normalmente a longo prazo, mediante a emissão de debêntures. A Assembléia, obedecendo ao que dispuser os estatutos, estabelecerá as características do empréstimo, fixando as condições de emissão, tais como: montante, número de debêntures, prazo, data de emissão, juros, deságio, amortizações ou resgates programados, conversibilidade ou não em ações, atualização monetária, e tudo o mais que se fizer necessário, deliberando a respeito.

Uma vez aprovada a emissão de debêntures, cabe à administração da sociedade praticar todos os atos necessários para a efetivação do empréstimo, mediante a colocação dos títulos junto ao público, de forma a satisfazer as suas necessidades de recursos. Os debenturistas têm proteção legal por meio da escritura de emissão e do agente fiduciário.

A escritura de emissão é um documento legal que especifica as condições sob as quais a debênture foi emitida, os direitos dos possuidores e os deveres da emitente. Trata-se de documento extenso contendo cláusulas padronizadas, restritivas e referentes à garantia. Da escritura constam, entre outras, as seguintes condições: montante da emissão; quantidade de títulos e o valor nominal unitário; forma; condições de conversibilidade; espécie; data de emissão; data de vencimento; remuneração; juros; prêmio; cláusula de aquisição facultativa e/ou resgate antecipado facultativo; condições de amortização. O agente fiduciário é uma terceira parte envolvida na escritura de emissão, tendo como responsabilidade assegurar que a emitente cumpra as cláusulas contratuais.

SECURITIZAÇÃO

11.1 CONCEITO

O termo securitização advém do inglês, da palavra securitization, que por sua vez é originada da palavra securities que significa títulos mobiliários.

Securitização é mais um anglicismo incorporado ao dicionário de nosso mercado financeiro. Do inglês Securitization é a transformação de algum direito, geralmente direitos creditórios, em um Título ou valor mobiliário (Security).

A Securitização é a monetização à vista de Recebíveis Futuros (direitos creditórios) através da emissão de um Título representativo destes mesmos direitos creditórios e respectiva venda do mesmo no Mercado de Capitais.

Até aí nada de muito especial. O resultado da Securitização de operações de financiamento é o aspecto importante desta combinação de operações bancárias tradicionais com operações de mercado de capitais.

A Securitização cria uma dinâmica operacional nova para as instituições financeiras. O Banco passa a captar recursos para novas operações de crédito através da venda de sua carteira de financiamentos, reduzindo seus ativos de crédito sem elevar seus passivos.A Securitização cria novas alternativas de captação para os Bancos no Mercado de Capitais (local e internacional).

Outro aspecto relevante é a melhora dos indicadores de desempenho e risco das Instituições, quando comparado com a estrutura operacional tradicional onde, o Banco capta depósitos para novas transações, elevando seus ativos e passivos.

A Securitização permite a otimização operacional dos limites de Basiléia, além de melhorar os indicadores de liquidez, endividamento e retorno sobre ativos. A Securitização traz para o dia a dia das Instituições Financeiras um novo ator que é o Investidor, futuro comprador das debêntures (ou "Euro-Notes") de Securitização. As Instituições têm que se preparar operacionalmente para fornecer as informações estatísticas de comportamento da liquidez de suas carteiras de financiamento, além de manter seus procedimentos de documentação, contratação e originação de financiamentos com máxima transparência e consistência de processo.

Os Bancos que mais rapidamente se ajustarem a esta nova realidade terão vantagens competitivas sobre seus concorrentes, aliás os Bancos Internacionais, principalmente os Bancos Norte-americanos, vêm se beneficiando das vantagens da Securitização há alguns anos.

Estrutura da Securitização Financeira

A Securitização Financeira é estruturada através da SPE - Sociedade de Propósito Específico, que compra os direitos creditórios (operações de financiamento) com o único objetivo de vender no mercado de capitais debêntures (ou "Euro-Notes") com pagamento de juros e amortizações vinculadas aos direitos creditórios adquiridos de Instituições controladas pelo Banco Central do Brasil.

Um aspecto importante é que a Sociedade Securitizadora não é uma instituição financeira e nem tem a supervisão do Banco Central.

Segregação do Risco de Crédito

No que se refere a risco de crédito, a estrutura consegue a segregação total do risco de crédito da Instituição originadora do financiamento em relação ao Título resultante da Securitização.

Devido a cessão dos créditos, a SPE - Sociedade Securitizadora torna-se a única proprietária dos referidos créditos, independentemente dos eventuais acidentes de percurso do Banco originador dos créditos.

Isto é, mesmo que o Banco venha a ser liquidado, seus credores não terão direito algum sobre os créditos anteriormente cedidos para a SPE - Securitizadora.

Assim sendo, a segregação de risco, que é também um dos objetivos da Securitização, fica plenamente atendida, mesmo no caso de eventual reforço de garantias do originador dos créditos através da coobrigação nos créditos cedidos para a SPE-Securitizadora. Neste último caso, o reforço de garantia torna-se letra morta nas situações de liquidação da Instituição originadora coobrigada. Porém, os créditos continuam a ser de titularidade da SPE - Securitizadora, assegurando a segregação de risco de crédito em relação ao originador.

Somente as Securitizações Financeiras Imobiliárias podem receber o reforço de garantia do originador pela coobrigação. Esta autorização concedida pelo Banco Central é muito recente (dezembro de 1998) e representou uma importante conquista para viabilizar as primeiras operações de Securitização Financeira Imobiliária.

Espera-se para breve a extensão dessa autorização de coobrigação do originador para todas as formas de Securitização Financeira, de modo a superar um dos grandes entraves para um início vigoroso da Securitização Financeira em nosso País.

Blindagem da SPE - Sociedade de Propósito Específico

Não adiantaria nada a segregação de risco em relação à instituição originadora, caso a estrutura da SPE - Securitizadora adicionasse riscos para a estrutura.

Assim sendo, desde o início do processo de negociação/discussão técnica dos representantes do mercado financeiro com as autoridades monetárias, um dos objetivos perseguidos foi a chamada "blindagem" da estrutura de Securitização Financeira.

A blindagem da SPE - Securitizadora é atingida através do objeto único de suas atividades operacionais e pela proibição de assumir obrigações incondicionais de pagamento, inclusive financiamentos.

As debêntures (ou "Euro-Notes") emitidas por Sociedades Securitizadoras Financeiras deverão obrigatoriamente ter suas escrituras definindo que os respectivos encargos e amortizações serão pagos com o fruto da cobrança dos créditos vinculados e condicionados à disponibilidade de caixa nas datas dos respectivos vencimentos.

Risco de Crédito na Securitização Financeira

O resultado desta disposição normativa é que a única fonte de pagamento da Debênture (ou "Euro-Note") são os créditos financeiros cedidos pela Instituição Financeira originadora que estejam vinculados formalmente aos títulos de Securitização, na emissão dos Títulos.

Diferentes séries de Títulos terão diferentes Carteiras de recebíveis vinculadas e totalmente segregadas. Isto significa dizer que numa mesma Securitizadora, com múltiplas séries de debêntures emitidas, poderemos encontrar alguns papéis com seu fluxo de pagamentos em atraso, simultaneamente a outros com seus pagamentos em dia, dependendo da liquidez das respectivas carteiras de recebíveis vinculadas.

Assim sendo, o risco de crédito está associado exclusivamente à carteira de recebíveis vinculada ao Título de Securitização. O balanço da Securitizadora é um elemento secundário no processo, além do mais, normalmente, as Securitizadoras têm base de capital simbólica.

O que define o risco é a liquidez estatística da carteira de recebíveis e a margem adicional de recebíveis dada em garantia, vinculadas ao Título de Securitização.

Na avaliação de risco de um Título de Securitização, o enfoque é totalmente diferente em relação a análise de risco de crédito de médio e longo prazo de um Banco ou de uma empresa não financeira.

Na Securitização, temos o que podemos chamar de um "Título de Fluxo de Caixa" enquanto que num CDB, temos um "Título de Assinatura", neste último caso, o que vale é o balanço do emissor que está assinando o CDB.

Perspectivas

A estabilização monetária do País abriu às empresas novas perspectivas e novas necessidades para serem atendidas pelas Instituições Financeiras. O aumento da demanda por financiamentos e o alongamento dos prazos das operações é uma realidade irreversível.

Estas novas demandas deverão ser atendidas pelas Instituições Financeiras, num ambiente de grande volatilidade dos mercados.

Na média, o sistema bancário ainda está com grande folga de alavancagem, porém, quando se analisa a questão na perspectiva do "estoque" de operações de longo prazo em relação ao capital de giro próprio das Instituições, esta folga não é tão óbvia.

Mesmo as Instituições de grande porte estarão atingindo rapidamente seus limites operacionais (prudenciais) para operações de longo prazo, tendo em vista o ambiente de volatilidade de taxas e de liquidez.

A Securitização Financeira é uma alternativa que deverá ser explorada de forma crescente pelos Bancos, para habilitá-los a atender o crescimento de demanda por operações de longo prazo.

As Instituições Financeiras estão se preparando para a Securitização, ajustando seus processos operacionais. Uma nova rede de prestadores de serviços especializados, complementares à Securitização, também começa a se estruturar, tais como: Empresas de Rating, Empresas de Gestão de Carteiras de Financiamento ("servicers"), departamentos especializados em Bancos de Investimentos, etc.

O grande desafio ainda é o de educar/promover/divulgar a Securitização junto aos Investidores Institucionais, para o seu adequado entendimento. A mudança conceitual de "papel de assinatura" para "papel de cash-flow" demanda tempo e esforço.

O que é desejável neste momento, para facilitar o processo de implantação da Securitização Financeira em nosso País, é a autorização, pelo Banco Central, da coobrigação pela Instituição originadora dos créditos Securitizados. Neste caso, inicialmente, estaríamos oferecendo no mercado um "papel de cash-flow" com características semelhantes às que os investidores já estão acostumados, pois teriam o reforço de garantia da "assinatura" da Instituição Financeira originadora pela coobrigação.

A volatilidade e, principalmente, o nível das taxas de juros, ainda inibem o adequado funcionamento do Mercado de Capitais. A atual situação tende a se normalizar, abrindo grandes oportunidades para a Securitização Financeira.

Portanto, securitização é uma forma de transformar ativos relativamente ilíquidos em títulos mobiliários líquidos e de transferir os riscos associados a eles para os investidores que os compram. Os títulos de securitização são, portanto, caracterizados por um compromisso de pagamento futuro, de principal e rendimentos, a partir de um fluxo de caixa proveniente destes ativos.

11.2 ETAPAS DA SECURITIZAÇÃO

As etapas que compõem uma securitização de recebíveis são as seguintes:

1. A empresa originadora agrupa diversos ativos que representam créditos contra

terceiros com a intenção de recebê-los antecipadamente.

2. A empresa originadora realiza a cessão dos créditos à empresa securitizadora,

constituída exclusivamente para receber os créditos e lançar títulos lastreados por estes créditos (securities).

3. A empresa securitizadora emite títulos que são adquiridos por investidores no

mercado.

4. Os recursos recebidos com o lançamento dos títulos são repassados para originadora como forma de pagamento da cessão dos recebíveis.

5. A securitizadora faz o pagamento dos investidores mediante o recebimento dos créditos cedidos pela originadora.

CAPTAÇÃO DE RECURSOS NO EXTERIOR

12.1 EUROBONDS

Bônus (bonds)

São obrigações de renda fixa emitidas por empresas, bancos ou governos. É um certificado de dívida, em que o emissor tem a obrigação de pagar um montante determinado de juros em intervalos pré-determinados, durante um período, e, deverá pagar também o montante da emissão, ou seja, o principal da dívida, na data de vencimento.

O comprador do bônus é um credor da empresa, e não um acionista da empresa

Empresas nacionais, com reconhecimento internacional, emitem títulos para serem lançados no exterior, com o objetivo de captação de volumes elevados. Os lançamentos são feitos através de bancos, podendo ter taxas de juros fixas ou flutuantes.

Os eurobonds são os títulos de dívida denominados em uma moeda diferente daquela do país ou mercado em que são emitidos. São subscritos por uma união internacional de bancos, e distribuídos em diversos países.

A negociação secundária de eurobonds ocorre, na grande maioria, em mercados de balcão entre investidores qualificados, não havendo pregão ou bolsa organizada para essas operações.

Eurobonds aplicam-se às obrigações referidas fora do país tomador ou emissor, e fora do país em cuja moeda os títulos são valorizados. Por exemplo, obrigações estrangeiras, emitidas em dólares americanos, são conhecidas com Yankee Bonds. Títulos estrangeiros, emitidos em ienes no Japão, são chamados de Samurai Bonds.

Os emitidos na Grã-Bretanha são chamados de Bulldog Bonds, os emitidos na Holanda são chamados de Rembrandt Bonds, entre outros diversos.

12.2 EURONOTES

Portanto, quando o custo é favorável, a captação de recursos no mercado externo é interessante. Nesse mercado, as captações são normalmente feitas em forma de Euronotes, Eurobonds ou commercial papers

A denominação notes ou bonds é em função do prazo de emissão, sendo os notes emitidos com prazo de até dez anos e os bonds são títulos mais longos.

Eurobonds ou Euronotes são títulos de renda fixa denominados em dólares americanos ou em outra moedas e vendidos a investidores fora do país cuja moeda é usada.

Os bonds são normalmente emitidos por grandes grupos de underwriting  composto por bancos de vários países. Um exemplo de operação de Eurobonds pode ser uma debênture denominada em dólar, emitida por uma empresa brasileira através de um grupo de underwriting composto por um banco de investimentos com filial em Nova York, um banco no Brasil e um consórcio de bancos alemães. Uma parte da emissão é emitida para investidores italianos através de contas de investimentos suíças.

13. PLANEJAMENTO FINANCEIRO DE LONGO PRAZO

13.1. FONTES DE FINANCIAMENTO – CAPACIDADE DE PAGAMENTO

Visto que o Ativo Circulante (AC) representa o conjunto de bens e direitos de curto prazo de uma empresa (aquilo que ela possui ou possuirá em curto período de tempo) e que o Passivo Circulante (PC) representa o conjunto de obrigações de uma empresa para com terceiros no curto prazo (aquilo que ela deve pagar em curto período de tempo), é lógico admitir que se o AC for maior do que o PC, melhor será a situação financeira de curto prazo.

13.1.1 CAPITAL DE GIRO

Segundo Lemes Júnior (2002), o capital de giro pode ser entendido como o valor dos recursos aplicados pela empresa para movimentar o ciclo operacional, este por sua vez, é o espaço de tempo decorrente entre a entrada da matéria prima na empresa até o recebimento das vendas dos produtos acabados resultantes.

Para Braga (1994), o capital de giro refere-se aos recursos aplicados no ativo circulante, composto principalmente por estoques, contas a receber e disponibilidades. A correta administração do capital de giro é uma questão fundamental à boa saúde financeira de uma empresa, visto que o capital de giro tem importante participação no desempenho operacional. Uma das possíveis conseqüências é que os planos de longo prazo podem não se concretizar, caso a gerência da empresa não cuide das questões financeiras cotidianas as quais envolvem administração do fluxo de caixa, acompanhamento do prazo para pagamento de compras e recebimento das vendas, entre outras.

A necessidade de capital de giro é fruto do descompasso entre entradas e saídas de caixa. Nesse sentido, Assaf Neto e Silva (1997) enfatizam que a necessidade de capital de giro surge da falta de sincronismo entre as atividades de produção, vendas e cobrança.

Gitman (2002) destaca que as saídas de caixa são relativamente previsíveis, enquanto que as entradas são mais difíceis de serem previstas. Deste modo, quanto mais previsíveis forem às entradas de caixa, menor será a necessidade de capital de giro para a empresa.

Uma administração inadequada do capital de giro pode resultar em graves problemas financeiros, podendo levar a empresa a uma situação de insolvência.

Nesse sentido, pode-se dizer que a administração do capital de giro envolve dois aspectos fundamentais:

a.) O primeiro aspecto a ser considerado é o sincronismo entre entradas e saídas monetárias. Quanto mais previsíveis forem as entradas e saídas de caixa, menor será a necessidade de capital de giro.

b) o segundo aspecto se refere ao nível de atividade da empresa.

Quanto maior o nível de atividade, ou seja, o volume de vendas, maior a necessidade de capital de giro.

À medida que o volume de vendas aumenta é necessário um correspondente aumento em estoques, duplicatas a receber e caixa. No entanto, a sazonalidade dos negócios pode determinar variações nas necessidades de recursos ao longo do tempo. Sendo assim, diante do contexto do mercado em que atuam, as empresas formalizam estratégias de administração do capital de giro, avaliando os investimentos correntes e buscando os passivos mais adequados. Para suprir necessidades eventuais ou constantes de capital de giro, as empresas podem optar por uma das várias opções oferecidas pelo mercado financeiro. No entanto, é necessário conhecer detalhadamente todas as possibilidades de financiamento oferecidas pelo mercado para que se possa proceder à escolha correta. Fatores como taxa de juros e risco influenciam diretamente na escolha de fontes de financiamento que podem levar tanto a lucros como a prejuízos. Desta maneira, faz-se necessário uma cuidadosa análise acerca desses fatores.

13.1.2. CRÉDITO ROTATIVO

Segundo Fortuna (2002), o crédito rotativo é uma linha de crédito aberta com um limite, podendo este ser utilizado pela empresa à medida de suas necessidades ou mediante a apresentação de garantias em duplicatas. Os juros e o IOF são cobrados de acordo com a utilização dos recursos. Para Lemes Júnior et al. (2002), o crédito rotativo tem um funcionamento semelhante a uma conta-corrente com limite de crédito e prazo preestabelecido. A empresa pode efetuar saques a descoberto dentro desse limite sem maiores burocracias. Os encargos financeiros são, normalmente, altos, mas são pagos somente pelo período que a conta permanece devedora.

13.1.3. DESCONTO DE TÍTULOS

De acordo com Fortuna (2002), desconto de títulos é um adiantamento de recursos feito pelo banco aos clientes, sobre valores referenciados em duplicatas de cobrança ou notas promissórias, antecipando, assim, o fluxo de caixa do cliente. Para Lemes Júnior (2002), o desconto significa a negociação de um título representativo de crédito, junto a um banco comercial, antes do seu vencimento. Di Agustini (1999) enfatiza que se o sacado não efetuar o pagamento na data de vencimento, o banco tem direito de regresso contra o cedente. Assim, o risco do não recebimento do título não é do banco e sim da empresa que efetuou o desconto. Lemes Júnior (2002) destaca as seguintes modalidades de desconto de títulos:

- Desconto de duplicatas;

- Desconto de notas promissórias;

- Empréstimo por contrato.

13.1.4. HOT-MONEY

Os chamados empréstimos hot-money são outra forma de empréstimos por contrato. Para Di Agustini (1999), o s empréstimos hot-money são alternativas de financiamento de capital de giro de curtíssimo prazo destinadas a suprir necessidades momentâneas de caixa. Os contratos de hot-money são garantidos, normalmente, por nota promissória. Lemes Júnior et al. (2002) destacam que os encargos financeiros desse tipo de operação são cobrados pelo período do empréstimo, porém, segundo Meurer (2003), tal operação apresenta elevado custo financeiro.

13.1.5. CONTAS GARANTIDAS

As contas garantidas são contas vinculadas à conta corrente da empresa, usadas quando o saldo se torna devedor. Quando isso acontece são feitos saques automaticamente para que os débitos sejam supridos. É necessário fazer um aviso prévio para o banco realizar a transferência da conta garantida para a conta corrente, incidindo sobre o saque o IOF. Foregon ap. Meurer (2003) acrescenta que os juros devidos pelos excessos das contas correntes são cobrados mensalmente e diferem do cheque especial, pois é uma conta separada, desvinculada da conta corrente, sendo que a garantia, geralmente, é uma nota promissória em branco.

13.1.6. EMPRÉSTIMOS DE CAPITAL DE GIRO

Na definição de Fortuna (2002), empréstimos de capital de giro são operações tradicionais de empréstimos que atendem às necessidades de capital de giro das empresas. São feitos através de um contrato que estabelece prazos, taxas, valores e garantias. O plano de amortização, geralmente, envolve prazo de até 24 meses, podendo variar. Duplicatas com até 150% do principal emprestado podem ser usadas como garantias, proporcionando, assim, taxas de juros mais baixas. No caso de outras garantias serem entregues, como aval e notas promissórias, os juros são mais altos.

13.1.7. LEASING

Arrendamento mercantil ou leasing é uma forma da empresa ter um bem sem realizar a compra. A operação pressupõe um arrendador, proprietário do bem, e um arrendatário, que terá direito de utilização do bem mediante um contrato e por um prazo previamente determinado.

As principais vantagens do leasing são: financiamento total do bem; liberação de capital de giro; dupla economia de imposto de renda (dedução de aluguéis e não imobilização de equipamentos); aceleração da depreciação; e, simplificação contábil (Fortuna, 2002). O leasing não sofre incidência de IOF mas está sujeito ao pagamento de ISS sobre o valor total.

13.1.8. FACTORING

A definição de factoring implica aquisição, pro soluto, de créditos de empresas, originados de suas vendas ou de prestação de serviços a prazo, pela casa de factoring combinado com a contínua prestação de serviços de alavancagem mercadológica, de seleção de riscos ou de outros serviços (Leite,1999). Segundo Di Augustini (1999), por não ser caracterizada como uma operação financeira não ocorre incidência de IOF sobre a operação de factoring. Porém, a operação é tributada pelo ISS sobre o serviço prestado.

Lemes Júnior (2002), enfatizam que os custos da operação de factoring tendem a ser 65 maiores do que os custos de empréstimos devido ao fato de a casa de factoring assumir o risco de inadimplência do devedor e de ela prestar outros serviços não-financeiros.

13.1.9. BNDES

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES é uma empresa pública federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior que tem como objetivo financiar a longo prazo os empreendimentos que contribuam para o desenvolvimento do país. Os tipos de investimentos apoiados são:

- Implantação, expansão e modernização de atividades produtivas e da infra-estrutura;

- Comercialização de produtos e serviços no Brasil e no exterior;

- Capacitação tecnológica;

- Treinamento de pessoal, formação e qualificação profissional.

Os itens não financiáveis são:

- Terrenos e benfeitorias existentes;

- Máquinas e equipamentos usados (exceto para microempresas);

- Animais para revenda, formação de pastos em áreas de preservação ambiental;

- Veículos;

- Capital de giro para exportação, agropecuária e serviços, exceto, microempresas prestadoras de serviço.

14. MERCADO DE RENDA FIXA DE TÍTULOS PRIVADOS

14.1 LETRAS DE CÂMBIO (LC)

As Letras de Câmbio representam o instrumento de captação específico das Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento – as chamadas "Financeiras" – e são emitidos sempre com base em uma transação comercial. Elas são emitidas pelos financiados dos contratos de crédito e aceitas pelas instituições financeiras participantes da operação.

Com o aceite e a coobrigação das Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento, a Letra de Câmbio é vendida a investidores do Mercado financeiro, cumprindo seu objetivo de obter recursos para o financiamento do crédito direto ao consumidor.

Esses títulos estão regulados pelo art. 27 da Lei nº 4.728, de 14/7/1965, e podem ser emitidos com taxas pré-fixadas, flutuantes ou pós-fixadas em TR, TJLP ou TBF. O prazo mínimo para o vencimento é de 60 dias e o máximo é de 180 dias.

14.2 FUNDOS DE RENDA FIXA

Os fundos de investimentos funcionam como um consórcio, eles não se beneficiam do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). O FGC protege depósitos de caderneta de poupança, CDB, letras hipotecárias, letras de câmbio e depósitos em conta corrente. O teto de valor garantido é de R$ 20.000 por CPF e por instituição financeira, isto, é se você tem uma caderneta de poupança com R$ 10.000, um CDB de R$20.000 e uma conta corrente com R$ 5.000, então você deverá receber R$ 20.000,00 em caso de falência da instituição financeira.

Entretanto, se você tivesse R$ 20.000 aplicados em um fundo de renda fixa, ao invés de CDB, então você receberá apenas R$ 15.000 em caso de falência do banco. Vale lembrar que como os fundos de investimentos são pessoas jurídicas distintas da instituição administradora, então eles não devem ser afetados pela falência do banco.

Os fundos de renda fixa são regulados pelo Bacen e constituindo-se na maior classe de fundos de investimento, sendo composta por 4 subclasses: renda fixa tradicionais, renda fixa crédito, renda fixa multi-índices e renda fixa alavancados, detalhadas abaixo:

a) Renda fixa tradicional: Estes fundos aplicam seus recursos, sobretudo, em títulos de renda fixa pré-fixados, e por isto são recomendados em cenários em que se espera uma redução nas taxas de juros. Dentre as subclasses de fundos de renda fixa esta é a de menor risco, pois investe apenas em títulos públicos e não utiliza alavancagem ou derivativos. Devem manter, no mínimo, 80% de sua carteira em títulos públicos federais ou ativos com baixo risco de crédito.

b) Renda fixa crédito: Na tentativa de obter rendimentos mais atrativos que os renda fixa tradicionais diversificam suas aplicações em renda fixa, investindo também em títulos privados, como debêntures de empresas brasileiras.

Desta forma, além de estar exposto aos riscos do mercado de juros, o investidor também corre risco de crédito caso as empresas que emitiram os títulos enfrentarem dificuldades financeiras atrasando ou suspendendo o pagamento dos juros destes títulos, o que acabaria refletindo no valor das cotas.

c) Renda fixa multiíndices: Engloba os fundos de renda fixa que buscam alcançar rentabilidade mais atrativa através do investimento em ativos de renda fixa de qualquer espectro de risco de crédito, ou seja, títulos públicos ou privados, assim como adotam estratégias que impliquem em risco de índices de preço. Desta forma, fazem parte desta categoria os fundos de renda fixa com risco de indexadores (fundos IGPM, etc.), sem alavancagem. Estes fundos não podem investir em ativos que impliquem em risco de oscilações de moeda estrangeira e de renda variável (ações, etc).

d) Renda fixa alavancados: A única diferença com relação aos multi-índices é que estes fundos podem inclusive realizar operações que impliquem em alavancagem do patrimônio, enquanto nos multi-índices isto não é permitido.

14.3 FUNDOS DE RENDA VARIÁVEL

Os fundos de renda variável devem ter no mínimo 51% de seu patrimônio em ações, podendo atuar no mercado futuro e são regulados pela CVM. Podem sofrer fortes oscilações, tanto positivas quanto negativas. Costumam investir no mercado de derivativos para travar as perdas de patrimônio, quando as ações despencam mais que o limite suportável pelos cotistas.

É uma excelente oportunidade quando os preços das ações estão baixos e há perspectivas reais de crescimento das empresas e do país. Podem não compensar o risco, quando os juros pagos pelo governo são maiores que a rentabilidade das empresas. São referenciados em um índice, como o brasileiro Ibovespa. Os fundos passivos vão tentar se espelhar o Ibovespa e prometem o mesmo rendimento do fundo. Outros fundos, os ativos, podem prometer superar o rendimento do Ibovespa.

Também há os fundos setoriais, que dirigem os investimentos em papéis de determinados setores como telecomunicações, energia e bancos.

[pic]

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Giro dos estoques = _Custo dos Produtos Vendidos_

Valor Médio dos Estoques

PMRE = ______360______

Giro dos Estoques

PMRV = _Contas a Receber X 360_

Receita Anual de Vendas

Giro de Vendas = __360___

PMRV

PMPC = _Duplicatas a Pagar X 360_

Compras Anuais

Giro de Compras = _ 360__

PMPC

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