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A inclus?o digital de idosos na era tecnológica.?rika TakamaClaudenilton HenriqueMaurilio MardeganRafaela MorialeTamires AndriottiResumo: O presente artigo foi realizado com um grupo de idosos, participantes do projeto “Jovens de Ontem”. O grupo tem uma rotina de ensaios semanais no Centro de A??o Cultural de Maringá (CAC), no estado do Paraná. Assim como todo grupo de idosos eles s?o fortemente afetados em sua vida particular e social pela falta de domínio e intera??o das redes sociais e aparatos tecnológicos. Com o coral formado por idosos a partir dos 60 anos de idade, elaboramos oficinas de aprendizagem sobre os funcionamentos básicos das redes sociais mais utilizadas. Foram realizadas diversas etapas, desde apanhar dados para conhecer esse público, até o ensino e manuseio de redes sociais. Esse trabalho realizou o ensinamento de redes sociais e evidenciou que a maior barreira enfrentada por esses idosos s?o as pessoas ao seu redor que imp?e dificuldades. Palavras-chave: Idoso, tecnologia, redes sociais. Introdu??o Atualmente, vivemos rodeados de novas tecnologias, que se aprimoram cada vez mais. Todos os anos surgem novidades nesse mercado. Outro número em constante aumento anual, é a quantidade de idosos em nosso país. Segundo o IBGE, o número de pessoas acima dos 65 anos no Brasil aumentou 26% entre 2012 e 2018. O motivo desse aumento é a expectativa de vida estar cada vez maior, combinado a qualidade de vida e bem-estar, produzem a fórmula ideal para uma vida mais longínqua. Computadores e smartphones s?o cada vez mais utilizados pela popula??o. Junto com os aparelhos de design mais modernos. Suas ferramentas est?o cada vez mais aprimoradas e úteis na atual sociedade. Uma parcela da popula??o tem grandes domínios com a tecnologia, outra parte, n?o. Em geral, os idosos s?o quem mais sofrem com o aumento cada vez mais frequente de tecnologias para uso em tarefas cotidianas. Segundo dados do IBGE, apenas 24,7% dos idosos tem acesso a rede de internet e sabem manipular aplicativos de bancos e redes sociais, por exemplo. ? comprovado cientificamente que a terceira idade tem maior dificuldade para lidar com o avan?o desse meio de comunica??o, por conta de declínios sensoriais, motores e físicos causado pelo avan?o da idade, algo que dificulta a inclus?o digital desses idosos e sua socializa??o com amigos e parentes. Em decorrência de fatores e dados que comprovam dificuldades na intera??o do idoso com a tecnologia, no qual se faz necessária essa pesquisa. O tema foi abordado pelo grupo de estudantes após uma visita ao CAC e perceber a falta de visibilidade do coral. Eles n?o possuem nenhuma rede social própria ou s?o divulgados de alguma forma pelos participantes. Foi delimitado essa temática para trabalhar com os idosos pela necessidade, após pesquisas realizadas pelos estudantes, foram notadas uma carência de trabalhos sociais com essa popula??o. Esse projeto social foi delimitado ao grupo de idosos participantes do coral “Jovens de ontem” que ensaiam na sede do Centro de A??o Cultural de Maringá. A escolha foi delimitada apenas a esse grupo pelo tempo hábil para executar esse projeto, devido a proximidade com o grupo, no qual já havia conhecimento da existência do coral de idosos, por fim, objetivamos cessar as problemáticas desse coral em específico, com o intuito de ajudá-los. O presente artigo se justificou através de apontamentos e discuss?es realizadas em grupos no qual foram identificadas uma falta de aten??o com os idosos quando o assunto é tecnologia. Nas aulas que acompanhamos foi notada uma falta de conhecimento básico com aparelhos tecnológicos, ao questionarmos os idosos sobre o assunto tecnologia as respostas sempre se justificavam em que os familiares n?o tinham o interesse, nem reservavam um tempo para ensiná-los a manusear os aparelhos, alguns diziam n?o haver relev?ncia para vida deles, pois a tecnologia s?o para o público imberbe. Em suma, após pesquisas e visitas ao local notamos uma problemática que poderíamos ajudar e assim modificar a vida daqueles idosos, inclusive em sua comunica??o, pois com sua própria rede social, fica mais prático compartilhar informa??es com seus amigos e familiares O objeto de estudo é o coral “Jovens de Ontem”, no qual trabalhamos em etapas. Inicialmente aplicamos um questionário para conhecer e delimitar os idosos, ou seja, questionamos sua idade, classe social, interesse por redes sociais, entre outras perguntas. Após realizada a etapa de identifica??o do público, em posse desses dados foram elaboradas aulas sobre as principais redes sociais e oficinas para ensiná-los a manipular essas ferramentas. Com o objetivo final de prepará-los para criar o hábito do uso mais frequente e sadio das redes sociais. Por fim, foi objetivado, em conjunto com o coral, a cria??o de uma rede social própria para o coral, após entender suas necessidades e suas dificuldades, conjuntamente, iremos criar uma página na rede social da escolha deles, com o intuito de divulgar o coral, o próprio grupo irá produzir conteúdo para essa rede social. Vislumbramos dar visibilidade ao coral e ensinar esses idosos, o presente artigo se justifica socialmente como, uma necessidade e um debate fundamental que deve ser feito por estudantes, jovens, adultos e idosos. A tecnologia está cada vez mais presente na vida das pessoas, é de extrema import?ncia o avan?o em conjunto da sociedade, para assim, melhorar a vida pessoal de cada um dos participantes desse projeto. Nesse artigo, encontra-se inicialmente uma exposi??o das falas dos autores que embasam esse trabalho, posteriormente iremos detalhar nossas etapas realizadas para chegar aos resultados, no qual iremos debater logo em seguida.Referencial Teórico Estima- se que até 2030, o Brasil terá a quinta popula??o mais velha do mundo, quando o número de pessoas acima de 65 anos ultrapassará a de jovens até 14 anos. Ainda hoje, nos deparamos com diversos casos de violência contra idosos e até mesmo preconceito com essa parcela da popula??o em nosso país. A terceira idade tem seus direitos por lei. Segundo o Art. 3°, promulga que é obriga??o n?o apenas do Poder Público, como também da família e da sociedade, assegurar ao idoso e a efetiva??o do direito à vida, à saúde, à alimenta??o, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. N?o se restringindo apenas a esses aspectos, mas também aos aspectos relacionados à discrimina??o, violência e opress?o. S?o garantidos direitos de uma melhor qualidade de vida e liberdade de express?o perante a lei. A partir da regulamenta??o dessa constitui??o específica para idosos, esclarece que ele também é um indivíduo como todos os outros, sendo assim, merece direitos igualitários perante a todos da sociedade. Cerca de 31% da popula??o acima dos 60 anos, relata já ter sido discriminado por causa de sua idade. A maioria destaca a discrimina??es como falta de respeito, apelidos, deboche e xingamentos. ? sobre essa temática que a autora do livro: A velhice, escrito por Simone Beauvoir, debate. Ela retrata em seu livro sobre a fase da velhice no qual a sociedade se recusa a admitir, porém, que um dia irá chegar a essa fase, ou seja, atingirá à terceira idade. Nesse último caso, entretanto, sua indiferen?a parece, a priori, mais surpreendentemente; cada membro da coletividade deveria saber que seu futuro está em quest?o; e quase todos têm rela??es individuais e estreitas com certos velhos (BEAUVOIR, 1990, p. 265). A autora tem como miss?o desmistificar essa percep??o de que velhice está intimamente ligado com solid?o, segredo no qual n?o temos o direito de admitir nossa velhice ao longo dos anos, a tristeza por n?o estarmos em plena condi??o física e psicológica comparado ao que éramos jovens, e até mesmo estarmos fadados a esperarmos a morte. Mas sim, mostrar através de seus estudos que isso n?o passa de algo extremamente natural, algo no qual devemos aceitá-la, a fim de perturbar e quebrar este silêncio de preconceito velado imposto pela nossa sociedade a esta faixa etária.?Podemos ver um retrato dessa nega??o ao nosso redor, ou consigo mesmo, muitos n?o gostam de ser chamados de velhos, pois n?o aceitam ou mesmo revelam sua idade, afinal n?o desejam ser vistos como velhos. Beauvoir(1990) ressalta como o avan?o da idade é tido como uma “passagem”, no qual nós seres humanos n?o fomos e estamos preparados para darmos início a ela. Afinal, poucos admitem de fato estar envelhecendo e renegam a sua própria condi??o humana. Nossa realidade nos mostra que a partir de determinada idade - normalmente em torno dos 60 anos - somos vistos como um fardo, pois n?o somos t?o produtivos como antes. Logo, os consideram como um outro ser, ao ponto de gerar medo antes mesmo de nos tornarmos idosos, pois o futuro é incerto, assim, desejando a própria morte ao invés de enfrentá-la.?Até certo tempo, essa condi??o do velho é simétrica à de crian?a, com a qual o adulto também n?o estabelece reciprocidade. (...) Vimos que, em várias comunidades primitivas, velhos e crian?as permanecem à mesma classe de idade, e que, ao longo da História, a atitude dos adultos é, em geral, análoga com rela??o a uns e a outros. Só que, sendo a crian?a um futuro ativo, a sociedade, ao investir nela, assegura seu próprio futuro, ao passo que, a seus olhos, o velho n?o passa de um morto em sursis (BEAUVOIR, 1990, p. 267). Logo, é válido ressaltar que os idosos n?o s?o considerados diferentes quando se trata dos deveres impostos pela lei, sendo inclusive, tidos como iguais aos jovens. Em contrapartida, pode-se constatar as pouquíssimas coisas produzidas para esta classe como forma de entretenimento, nesse ?mbito s?o excluídos. A escritora explica como a sociedade pré-definiu padr?es do que é ser velho, com características tanto físicas como comportamentais engendrando ainda mais um conceito no qual se baseia em uma verdade absoluta. Pois, criou-se uma espécie de “modelo”, que deve ser seguido rigidamente pelos idosos para ser considerado um, pois encobre a verdade no qual eles s?o iguais aos adultos e também possuem os mesmos sentimentos e necessidades. ? notável atitudes na convivência social que confirmam essa fala da autora. Presenciamos, diariamente, falas que remetem a atitudes de pessoas mais velhas, ou declara??es predominantes, de velhos no qual fogem desses padr?es e s?o comparados com feitos de pessoas mais novas. Os interesses em jogo nessa luta n?o s?o apenas de ordem prática, mas também de ordem moral: queremos que os velhos se conformem à imagem que a sociedade faz deles. Impomos-lhes regras com rela??o ao vestuário, uma decência de maneiras, e um respeito às aparências. ? sobretudo no plano sexual que se exerce a repress?o (BEAVOUIR, 1990, p. 268). Beavouir(1990), ao citar Proust, discorre sobre as qualidades e os defeitos do homem que continuam a ser. Ela reafirma a quest?o: n?o é só porque s?o velhos que precisam se enclausurarem em seus aposentos renegando as suas emo??es, sexualidade e divers?o, por medo de serem taxados como errados por n?o seguirem à risca o padr?o do que é ser velho. E esta se resume em ser uma pessoa serena de cabelos brancos com sabedoria ou ser um velho caduco na qual n?o sabe mais distinguir o certo do errado. A autora, tem como objetivo de mostrar a existência de uma terceira op??o além destas.? Em nossa experiência com o grupo do coral, conversamos com os participantes que ressaltaram o prazer de realizar essa atividade, pois assim eles se sentem pertencentes a algo, n?o apenas ficam em casa. Os idosos realizam as apresenta??es, ensaiam e conhecem outras pessoas, se desprendendo de suas respectivas rotinas domésticas e familiares, pois cada um se sente mais ativo socialmente. A tecnologia se amplia a cada dia mais, evolui e caminha para a automa??o total dos sistemas. Cada meio ou mídia social, carrega sua mensagem de uma forma. Para McLuhan(1964), o meio é a mensagem. Para o educador, o meio pelo qual a mensagem é transportada é t?o importante quanto a mensagem em si. Ele nos traz o significado de que, cada meio é independente por si, tem suas características e caso modificadas alteram, consequentemente, a mensagem. Numa cultura como a nossa, há muito acostumada a dividir e estilha?ar todas as coisas como meio de controlá-las, n?o deixa de ser um tanto chocante lembrar que, para efeitos práticos e operacionais, o meio é a mensagem. Isto apenas significa que as consequências sociais e pessoais de qualquer meio – ou seja, de qualquer uma das extens?es de nós mesmos – constituem o resultado do novo estal?o introduzido em nossas vidas por uma nova tecnologia ou extens?o de nós mesmos (MCLUHAN, 1964, p. 16). Para o autor, todos os sistemas s?o feitos pelo homem e para o homem. Com a tecnologia, equipamentos e recursos de transmiss?o tornam-se cada vez mais acessíveis aos indivíduos em todas as classes sociais, a própria sociedade passa a se comunicar mais. McLuhan(1964) destaca que a tecnologia encurtou dist?ncias na comunica??o antes inalcan?áveis. “Contemplar, utilizar ou perceber uma extens?o de nós mesmos sob forma tecnológica implica necessariamente em adotá-la” (MCLUHAN, 1964. p.64). Dado a essa observa??o do filósofo, que o grupo de estudantes realizou essas oficinais após notar a falta de comunica??o dos idosos com seus familiares, muitas vezes distantes. Vislumbrando também a maior socializa??o com diversos grupos de idades distintas a sua. O escritor defende a ideia de que todo meio é extens?o do nosso corpo, seja ele qual for. Tudo no qual o homem cria é uma extens?o da nossa mente, corpo ou sentido. Como, por exemplo, o rádio seria uma extens?o da nossa voz, para quem fala, e dos ouvidos para quem escuta, a fotografia seria uma extens?o da vis?o e a roupa uma extens?o da pele. McLuhan(1964) debate sobre a aldeia global, esse termo usado pelo autor seria para associar à ideia do autor de que estamos caminhando na era tecnológica para um mundo interligado, formando uma aldeia. Esse espa?o cibernético iria aproximar pessoas virtualmente, nos conheceremos como numa aldeia. Para agregar na forma??o de nosso conteúdo iremos embasar nosso artigo nas falas de Cicilia Peruzzo. Ela relata sobre o status de ser cidad?o, papel na qual seria uma constru??o social e sofre constantes modifica??es ao longo da história, pois, pode haver muitas variáveis, tendo em vista o país e sua cultura envolta. “Na sociedade moderna, os cidad?os s?o membros de uma sociedade política baseada no sufrágio universal e na qual todos s?o considerados iguais perante a lei. Isto nem sempre ocorre na prática” (PERUZZO, 2001, p.3). Podemos alencar isso no que vimos anteriormente, por lei temos direitos iguais. Como destacado nas falas de Beavouir(1990) ainda existe um preconceito formado perante ao que é ser idoso, padr?es estipulados pela sociedade, se você n?o o faz n?o é considerado pela sociedade, idoso. Em suma, na lei é obriga??o de todos a igualdade de direitos e respeito independente da pessoa, seja por ra?a, cor, religi?o e mesmo idade. Porém, isso na prática, n?o ocorre. Todo mundo sabe: a condi??o das pessoas idosas é hoje escandalosa. Antes de examiná-la em detalhe, é preciso tentar entender por que a sociedade se acomoda t?o facilmente a essa situa??o. De maneira geral, ela fecha os olhos para os abusos, os esc?ndalos e os dramas que n?o abalam seu equilíbrio; n?o se preocupa mais com a sorte das crian?as abandonadas, dos jovens delinqüentes, dos deficientes, do que com os velhos (BEAUVOIR, 1990, p. 265).Peruzzo(2001) trata de forma relevante sobre a educa??o informal, no qual molda o ser para se tornar um cidad?o. Barros(1997) apud Peruzzo (2001), diz: “Torna-se cada vez mais aceita a no??o de que a forma??o cultural dos seres humanos nas sociedades contempor?neas passa muito pelas intermedia??es que ocorrem através da comunica??o interpessoal, grupal e massiva e que se ampliam com incrementa??o de novas tecnologias (BARROS, 1997, p.30 apud PERUZZO, 2001, p.8) ”. Ao citar Kaplún(1999), a autora destaca que educar implica também e educar a si mesmo e envolver muita comunica??o no processo. O sistema será tanto mais educativo quanto mais rica for a trama de intera??es comunicacionais que saiba abrir e por à disposi??o dos educandos. Uma comunica??o educativa concebida a partir dessa matriz pedagógica teria como uma de suas fun??es capitais a provis?o de estratégias, meios e métodos destinados a promover o desenvolvimento da competência comunicativa dos sujeitos educandos. Esse desenvolvimento sup?e a gera??o de vias horizontais de interlocu??o(KAPL?N,1999,p.74 apud PERUZZO,2001, p. 8) Para a escritora de debates sociais, ela disserta sobre a import?ncia da educa??o horizontal, ou seja, ensinar e aprender, falar e ouvir os demais. Essa prática possibilita que o ensino flua melhor, o ensino será repassado e absorvido de uma forma mais leve. Desta forma os consumidores também se tornam produtores de conteúdo. Peruzzo(2001) conclui que, o ensino nesse formato têm o potencial de fazer parte de um processo organizacional popular, possibilitando a participa??o da comunidade, consequentemente há melhorias no resultado do ensino. Mais adiante em seu artigo, a autora ressalta sobre o ensino informal, sua import?ncia na forma??o de cidad?os mais críticos: compreendendo melhor as rela??es sociais vivenciadas; entendendo as estruturas do poder, ou seja, a política; assuntos públicos, como por exemplo, economia; compreendimento de seus direitos como ser humano e cidad?o; apto para discuss?es de problemáticas locais. A participa??o na comunica??o é um mecanismo facilitador da amplia??o da cidadania, uma vez que possibilita a pessoa tornar-se sujeito de atividades de a??o comunitária e dos meios de comunica??o ali forjados, o que resulta num processo educativo, sem se estar nos bancos escolares. A pessoa inserida nesse processo tende a mudar o seu modo de ver o mundo e de relacionar-se com ele. Tende a agregar novos elementos à sua cultura (PERUZZO, 2001, p.9). Utilizamos dos dizeres de Puruzzo(2001) acerca da educa??o informal e do ensino horizontal para elaborar as aulas, de forma com que os participantes pudessem expressar suas dúvidas, afim de cessá-las, mas também ter voz. Por esses motivos as oficinas foram passadas com aulas práticas, ao percebemos que essa seria a forma de ensino no qual mais interessava aos idosos, transmitindo aos participantes a nossa presen?a e inten??o de ajudar em seu desenvolvimento quanto a tecnologia. Todo esse conteúdo serviu como base fundamental para guiarmos nosso trabalho exercido com o coral Jovens de Ontem. Todas essas falas debatidas e que se conversam muito bem – mesmo com anos de diferen?a entre os discursos – evidenciam as problemáticas ainda vivida em nossa sociedade, no qual merece ser debatido e questionado.Centro de A??o Cultural de Maringá e o projeto do Coral Jovens de Ontem O coral “Jovens de Ontem” nasceu junto com o Centro de A??o Cultural de Maringá(CAC), existente há mais de 43 anos. Por ser uma institui??o dependente de verbas da prefeitura do Município, a diretora do espa?o relata a dependência de cada gest?o. O projeto do coral de idosos, já teve momentos de desenvolvimento e paradas nos ensaios sem tempo previsto para volta. Nesse grupo, fazem parte diversos idosos novatos no projeto e outros que o acompanham desde seu início. O Centro de A??o Cultural surgiu por uma iniciativa da prefeitura, de levar a arte e educa??o para causar modifica??es positivas na comunidade. Ele tem a miss?o de socializar e incluir o seu público atendido. Público no qual varia de crian?as a partir dos seis anos de idade, adolescentes e adultos. O surgimento do coral foi a partir de demandas e pedidos da própria comunidade. Pois, na época n?o havia nenhum curso voltado para o público acima dos 60 anos. Foi através dessa procura que surgiu o coral Jovens de Ontem, também com a miss?o de incluir e socializar os idosos. Segundo depoimento da própria diretora da institui??o cultural, em sua maioria s?o os idosos, por atitude própria, procuram participar do coral. Eles anseiam melhorar sua autoestima, desejam fazer parte de alguma atividade e conhecer novas pessoas. Segundo a diretora do CAC, Yaskara Cristina dos Anjos, o projeto é totalmente dependente de cada gest?o política, algumas incentivam o centro e seus cursos ofertados a comunidade, outros n?o. Devido a aposentadoria de servidores, a diretora explica que o Coral já permaneceu parado por diversas vezes, até uma nova contrata??o de um novo servidor qualificado para dar aulas para os idosos. Além disso, a diretora ressalta a import?ncia do empenho do profissional educador na sala de aula, ensinando os idosos e deixando-os preparados para apresenta??es para toda a cidade. Yaskara diz ainda sobre a felicidade nítida no olhar dos idosos nos ensaios, ela destaca como é notável a melhora na autoestima dos participantes. Vale ressaltar que o CAC é de extrema import?ncia para o projeto Jovens de Ontem, afinal ele cede o local para ensaios, mas n?o só isso, o projeto acompanha o CAC desde o início de seus trabalhos, porém nem sempre é um projeto no qual consegue se manter ativo, conforme citado anteriormente. Tendo em vista que o coral se tornou uma família. Atualmente, ele conta com dois estagiários da Universidade Estadual de Maringá, estudantes de música na qual acrescentam seus saberes no dia a dia das aulas. O professor mostra seu carinho e compartilha seus ensinamentos com os idosos. Todos os participantes do projeto têm um grande nível de comparecimento aos ensaios, o que mostra a satisfa??o dos mesmos com o andamento do projeto. Em nosso trabalho comunitário, se fez necessário antes da a??o, para envolvimento dos idosos com a tecnologia, conhece-los. Delimitando o nosso público-alvo, para assim formular aulas especialmente para eles, instigando-os a participar e, consequentemente, aprender. O grupo do Coral Jovens de Ontem, é formado principalmente por idosos acima dos 70 anos. Em sua maioria, o coral é composto por pessoas com o ensino fundamental completo, apenas 20% possuíam o ensino superior completo. Quando a pergunta foi sobre o possuir algum smartphone a resposta foi quase un?nime, mais de 85% dos participantes do coral possui algum aparelho celular mais atual, ou seja, que possibilita a instala??o de redes sociais e demais aplicativos. Veja a seguir, alguns gráficos com respostas referente a questionamentos sobre o uso da internet e do aparelho de celular, pelos participantes do coral:Figura 1: resultado da pesquisa executada com os idosos do CAC acerca do fácil acesso à internet.Figura 2: resultado da pesquisa executada com os idosos do CAC referente as finalidades do uso do celular.Figura 3: resultado da pesquisa executada com os idosos do CAC sobre a utiliza??o frequente de redes sociais. Os idosos do coral expressaram em nosso questionário, sentir dificuldades para uso da de redes sociais. Cerca de 64,3% relata ter dificuldade em para utilizar redes sociais, coincidentemente, o mesmo número tem interesse em aprender a usar as redes sociais. Análise Tendo em vista o tema discutido nas se??es anteriores, podemos relacionar o resultado das aulas dadas ao Coral Jovens de Ontem. Como já dito neste artigo os idosos v?o ser uma grande parcela da popula??o no mundo daqui uns anos, mas a quest?o é como a tecnologia dessa era está dentro da terceira idade. No questionário aplicado para os idosos do Coral pretendíamos saber o quanto eles já estavam inseridos ou sabendo utilizar as redes sociais. A partir daí vimos que o número de idosos que tinham smartphone, internet móvel ou wi-fi era pequena, muitos usavam o celular apenas para receber e fazer liga??es, pois ainda acham o meio mais fácil e rápido. Com rela??o ao interesse deles em aprender a utilizar era bem dividido, pois uma parte tinha interesse e mostrava bastante isso e outra parcela do Coral n?o via necessidade desse conhecimento na sua vida. Perguntamos aos interessados se eles já pediram ajuda a família ou algum parente para aprender a mexer no smartphone e nas redes sociais, a resposta dada por muitos é que a família n?o tem paciência para ensiná-los. Sabemos que para aprender algo novo demora um tempo e precisa de dedica??o de ambas as partes, como o “educador” e quem está sendo “educado”. Nas aulas o maestro e professor do Coral foi um grande obstáculo, no sentido de permitir um horário antes do ensaio e era pretendido que seriam quatro aulas sobre as redes sociais, mas foram ministradas três. A barreira que este público enfrenta para o aprendizado muitas vezes n?o está dentro deles, mas sim a sua volta, pois quem deveria incentivá-los n?o faz isso ou n?o vê que pode ser uma diferen?a em suas vidas, quase um espelho da própria sociedade, que veem eles como pessoas que já viveram o que precisavam e n?o precisam aprender mais nessa idade. No primeiro dia de aula foi apenas uma conversa sobre o que seria feito nas próximas aulas e a apresenta??o de outro projeto feito com eles. No segundo dia os instrutores das aulas já encontraram dificuldades para realiza??o das oficinas, pois para seguir as ordens foi deixado a oficina para o final da aula e muitos idosos do Coral foram embora, a inten??o era fazer as oficinas antes do ensaio. O terceiro e último dia de contato com o Coral foi no final do ensaio e com menos idosos ainda. O que se pode perceber é que n?o tivemos espa?o para ensinar aos idosos, pois ficamos à mercê do maestro, mas esses poucos idosos que permaneceram no final da aula ficaram satisfeitos e est?o usando redes sociais com o novo perfil pessoal deles. Vale salientar que n?o foi possível a cria??o da rede social do coral, pois, devido ao tempo curto destinado a aulas práticas e obstáculos n?o esperados, foi conjuntamente decido com os idosos a cria??o da rede social dos próprios participantes. Ensinando-os a criar uma conta em um app de mídia social eles poder?o fazer, com ensinamentos básicos aprendidos conosco, a rede social própria do coral para assim realizar a divulga??o do grupo. Considera??es Finais Diversas s?o as barreiras que dificultam a inclus?o digital dos idosos e algumas delas est?o diretamente ligadas ao avan?o da idade. O uso de novas tecnologias exige dos idosos um aprendizado contínuo, para que estes possam utilizá-las de forma aut?noma. Porém, o que este projeto das Oficinas de Inclus?o Digital para Idosos nos mostra é, que a maior barreira que esse público enfrenta n?o está dentro deles, mas sim em volta deles, nas pessoas que os cercam e muitas vezes dificultam o acesso às redes sociais ou imp?em barreiras protecionistas por achar que aquilo n?o lhe trará benefícios. Através da intera??o social digital, as redes sociais podem proporcionar benefícios a vida de pessoas idosas, afastando-as do isolamento e estimulando a buscar novos conhecimentos. O primeiro contato pode até ser complicado e dificultoso, porém, se o mesmo for orientado de forma correta, os medos podem desaparecer e surgir a vontade de querer mais. Em resumo, as redes socias est?o aí a favor da inclus?o e de uma melhor qualidade de vida. Dessa forma, a tecnologia surge como praticidade, e como foi possível perceber nas oficinas, nunca é tarde para aprender e querer conhecer novas tecnologias, no entanto, cada um deve procurar esse aprendizado no seu tempo, sem se for?ar a nada, apenas por vontade própria.ReferênciasMCLUHAN, Marshall. Os Meios de Comunica??o como Extens?es do Homem. S?o Paulo, Editora Cultrix, dez/1964. 408 p.BEAUVOIR, Simone. A velhice. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990. PERUZZO, Cecilia. Comunica??o comunitária e educa??o para a cidadania. Revista Fronteiras, v.III, no. 1. junho de 2001. S?o Leopoldo, RS. ................
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