Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico; Centro de ...

Furnas dos A?ores

Autor(es):

Morais, J. Cust?dio de

Publicado por:

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Museu e Laborat?rio Mineral?gico e Geol?gico; Centro de Estudos Geol?gicos



Accessed :

20-Jul-2024 12:40:57

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PUBLICA??ES DO MUSEU E LABORAT?RIO MINERAL?GICO E GEOL?GICO E DO CENTRO DE ESTUDOS GEOL?GICOS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

N.? 35

Mem?rias e Not?cias

SUM?RIO

J. M. Cotelo Neiva -- Altera??o do granito no contacto com o fil?o de min?rios uran?feros da Urgeiri?a. Miguel Montenegro de Andrade -- Sobre a ocorr?ncia de doleritos pigeon?ticos em Boila (Mo?ambique). Miguel Montenegro de Andrade -- Um riolito de Marracuene, Mo?ambique. Mar?lia Xavier de Morais -- Contribui??o para o conhecimento geoqu?mico das cassiterites portuguesas. J. Cust?dio de Morais -- Furnas dos A?ores.

1953

Furnas dos A?ores

por

J. Cust?dio de Morais

Professor da Universidade de Coimbra

I

Furnas ou caldeiras dos A?ores

Em v?rios pontos do Arquip?lago dos A?ores h? caldeiras naturais com ?gua em ebuli??o (Relat?rios, 1934, 37, 38). Os seus di?metros podem atingir quase meia d?zia de metros, e as bocas s?o naturalmente irregulares, ?s vezes cercadas de dep?sitos siliciosos mais ou menos compactos.

O povo designou por Furnas o local onde estas caldeiras s?o em maior n?mero.

Ainda se diz Furnas de Enxofre na Ilha Terceira, na Gra ciosa, etc.

As caldeiras dominam na T?lia de S. Miguel, especialmente em tr?s regi?es: a das Furnas, a da Lagoa das Furnas e a da Caldeira Velha, esta n?o longe da Ribeira Grande.

Tem-se ?s vezes designado estes fen?menos como pequenos g?iseres, mas as suas explos?es s?o muito fracas para tal compa ra??o, sempre inferiores a um metro de altura, n?o havendo a intermit?ncia caracter?stica dos g?iseres.

A designa??o de caldeiras parece-nos bastante apropriada, entendendo-se de ?gua em ebuli??o. Note-se por?m que algumas delas n?o deitam sen?o vapores com gases ? mistura. Na litera tura vulcanol?giea este termo serve para designar um tipo espe cial de crateras, como Caldeira das Sete Cidades. O termo fumarola n?o ? a? usado.

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II Temperatura das ?guas das caldeiras dos A?ores Na regi?o das Furnas de S. Miguel nota-se, por toda a parte, ?gua a temperaturas elevadas, sobretudo na regi?o da Caldeira Grande, onde se v?, numa ?rea de cerca de 5.000 m. q. (100X50) (fig. 1), uma d?zia de caldeiras em ebuli??o, com temperaturas que se elevam a perto de 100?.

1 -- Nascentes quentes, caldeiras. 2 -- Limite da regi?o de temperaturas acima de 90?. a ) -- Morangueira, a 42?. b ) -- 3 nascentes na Grutinha, a 45?, 44?, 42?. c ) -- Quenturas, a primeira fria e as seguintes a 60?, com meio metro de

dist?ncia duma ? seguinte. d ) -- Padre Jos?, a 58?. e ) --Caldeira Grande, a 100?. N?o se notam gases.

50

f) -- Caldeira Pequena ou do Dr. Dinis. Vapores a 85?. g ) -- Caldeira Velha. Vapores e cristais de enxofre.

Nesta ?rea h? muitas fendas com vapores cheirando a compos tos sulfurosos. A Este da letra g a estrada corta camadas de dep? sitos siliciosos e argilosos, representados na Est. II -- fig. 1. h ) -- Caldeira do Asmodeu, a 95?. Tem tido explos?es violentas. i ) -- Caldeira de Pero Botelho, com lamas (1). j ) -- Caldeira do Esguicho, 98?; C. dos Vimes, 92?; outra, 98?. k ) -- ?gua Santa, 96?. l ) --Caldeira dos Vimes N?mero dois, 93?. Fica perto da Agua Azeda.

Esta ?rea de temperaturas mais elevadas (fig. 1), que corresponde ao centro duma antiga cratera, est? situada junto duma ribeira, numa eleva??o a cerca de 10 m. acima do seu leito. Ao longo desta ribeira, cerca de 800 m. para montante, e dentro da povoa??o, aparecem v?rias nascentes com temperaturas ? volta de 40?, algumas borbulhando no meio da ?gua corrente.

Ainda ao longo da ribeira, mas a cerca de 200 m. do centro do grupo das caldeiras, aparecem as nascentes das Quenturas, onde brota ?gua a 60?, tendo junto da nascente uma outra de ?gua fria (24?).

A temperatura elevada mant?m-se (Padre Jos? 58?, a 50 m. das caldeiras), at? que na Caldeira Grande (Est. I -- fig 1) acusa 100?, mostrando outras caldeiras temperaturas quase iguais (Asmodeu 95?, Esguicho 98?, Vimes 92? e 98?, ?gua Santa 96?, Caldeir?o 72?, etc.).

V?-se que a regi?o central, sobre o foco vulc?nico, apresenta as temperaturas mais elevadas, pois o caminho que a ?gua tem a seguir (depois de aquecida na profundidade) ? mais curto.

As nascentes que primeiro citamos ficam ao longo da ribeira, pois ? sabido que estas seguem em geral os caminhos preparados pelas ac??es de origem interna, como s?o as ac??es tect?nicas ou vulc?nicas.

(1) Mendon?a Dias (1945) diz que Gaspar Frutuoso (S?c. xvi) lhe cha

mava Caldeira dos Ferreiros ?pela matinada que faz e cor que tem encar nada que parece que aquilo ? a forja de Vulcano?.

E conhecida pelo nome de Caldeira de Pero Botelho ou Caldeira de Polme pelas lamas que expele, as quais se depositam nas paredes.

N?o se v? ?gua mas sente-se borbulhar no interior. A ?gua fria, ou qualquer outro objecto frio que lhe cai no interior, excita a efervesc?ncia e os rugidos acentuam-se, segundo o citado autor (p?g. 102).

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