Resumo global da matéria de Geologia do 10.º ano



1. TERRA E SUBSISTEMAS EM INTERA??OA energia externa que mais influencia a Terra é a energia irradiada pelo Sol. A Terra possui também energia interna resultante da desintegra??o de elementos radioativos e do calor remanescente da sua própria forma??o. As inter-rela??es entre sistemas e o meio circundante permitem considerar três tipos de sistemas:Considera-se a Terra um sistema quase fechado, pois apesar de haver trocas de matéria com o Universo, essas quantidades s?o desprezíveis.SUBSISTEMAS DA TERRAHidrosfera: constituída pelos reservatórios de água: rios, lagos, glaciares, calotes de gelo e águas subterr?neas.Oceanos – 97% Glaciares e calotes de gelo – 2% Subterr?nea – 1%406336514605Atmosfera: formada pela camada gasosa que envolve os outros subsistemas. Composta por Azoto, oxigénio e outros gases (CO2, He, H). ? composta por 4 “regi?es”: troposfera, estratosfera (camada de ozono), mesosfera e termosfera.Geosfera: representada pela parte sólida da Terra, sendo o subsistema de maiores dimens?es. A zona mais externa é a litosfera.Biosfera: inclui o conjunto de seres vivos que povoam a Terra, e interagem continuamente com os outros subsistemas, influenciando-se mutuamente.Os diferentes subsistemas encontram-se num equilíbrio din?mico. Qualquer altera??o num destes subsistemas pode afetar todos os outros.2. As Rochas, arquivos que relatam a história da TerraAs modifica??es geológicas, geográficas e biológicas est?o registadas e preservadas nas rochas que se geraram ao longo do tempo. Atendendo às características e às condi??es que presidiram à sua génese consideram-se três categorias de rochas: sedimentares, magmáticas e metamórficas. ROCHAS SEDIMENTARESNa génese das rochas sedimentares ocorrem fundamentalmente duas fases: sedimentogénese e diagénese.Sedimentogénese: compreende os processos que intervêm desde a elabora??o dos materiais que v?o constituir as rochas sedimentares até à deposi??o desses materiais. As rochas que afloram à superfície ficam expostas a condi??es muito diferentes daquelas em que foram geradas. Consequentemente, essas rochas alteram-se quimicamente e fisicamente por processos de meteoriza??o. Os materiais resultantes da meteoriza??o s?o removidos por a??o da gravidade, pela água, pelo gelo e pelo vento, designando-se esse processo por eros?o.Os materiais sofrem transporte, pelo vento, pela água ou pelos seres vivos. Podem ser partículas ou fragmentos de dimens?es variadas, designados detritos ou clastos. Em condi??es propícias, os materiais transportados depositam-se, constituindo sedimentos – sedimenta??o. A ordem de sedimenta??o dos detritos é condicionada pelas dimens?es e pela densidade desses materiais. Primeiro depositam-se os detritos maiores e mais densos e, posteriormente, os mais pequenos e leves.Se n?o houver nenhuma perturba??o, a sedimenta??o realiza-se regularmente formando-se camadas paralelas e horizontais que se distinguem pela diferente espessura, dimens?es e colora??o dos materiais – estratos.Diagénese: após a deposi??o, os sedimentos experimentam uma evolu??o mais ou menos complexa, em que intervêm processos físico-químicos diversos que os transformam em rochas sedimentares.Os sedimentos perdem água, s?o compactados e cimentados. A compacta??o é devida à press?o das camadas superiores. Os espa?os vazios ainda existentes podem ser preenchidos por materiais resultantes da precipita??o de subst?ncias químicas dissolvidas na água. Forma-se assim, um cimento que liga os sedimentos originando uma rocha sedimentar consolidada.As rochas sedimentares, normalmente, apresentam estratifica??o, e s?o frequentemente fossilíferas, conservando vestígios de seres vivos contempor?neos à sua génese.ROCHAS MAGM?TICASOs magmas formam-se no interior da Terra, nos locais onde as condi??es de press?o e temperatura permitem a fus?o das rochas. Se o magma consolida no interior da crusta, origina rochas magmáticas intrusivas ou rochas plutónicas, como por exemplo o granito. Se os magmas consolidam à superfície ou próximo dela, originam rochas magmáticas extrusivas ou rochas vulc?nicas, como o basalto. As texturas destes dois tipos de rochas fornecem informa??es sobre as condi??es da sua génese. As rochas plutónicas apresentam minerais de dimens?es observáveis à vista desarmada. Um arrefecimento lento em profundidade é propício ao crescimento de cristais. Nas rochas vulc?nicas os minerais s?o de pequenas dimens?es, podendo existir uma pequena quantidade de matéria vítrea (n?o cristalizada). Esta textura indica arrefecimento rápido do magma.ROCHAS METAM?RFICASOs principais fatores do metamorfismo s?o o calor, as tens?es, os fluidos de circula??o e o tempo. Em consequência do dinamismo terrestre, rochas formadas num determinado domínio podem ser deslocadas para zonas onde predominam outras condi??es. Nessas novas condi??es as rochas tornam-se instáveis e experimentam transforma??es, transformando-se assim numa rocha metamórfica dois tipos de metamorfismo:Metamorfismo regional: ocorre em regi?es onde as rochas ficam progressivamente submetidas a press?es e temperaturas elevadas – zonas de colis?o de massas continentais. Nestas condi??es as rochas ficam intensamente deformadas, e ocorrem altera??es texturais e mineralógicas (gnaisse e micaxisto). Devido às tens?es os minerais ficam orientados em determinados planos definindo folia??o.Metamorfismo de contacto: quando uma intrus?o magmática se instala entre rochas preexistentes, o calor proveniente do magma pode metamorfizar as rochas encaixantes. (um calcário em contacto com uma intrus?o magmática pode formar o mármore) O principal fator de metamorfismo neste caso é o calor e, por vezes, alguns fluidos.CICLO DAS ROCHAS46291552705[atmosfera] [biosfera] [ciclo das rochas] [compacta??o] [cimenta??o] [diagénese] [eros?o] [estrato] [estratifica??o] [folia??o] [geosfera] [hidrosfera] [meteoriza??o] [rocha magmática] [rocha metamórfica] [rocha sedimentar] [sedimentogénese] [sistema Terra] [sistema aberto] [sistema fechado]3. A MEDIDA DO TEMPO GEOL?GICO E IDADE DA TERRAIDADE RELATIVA E IDADE RADIOM?TRICAData??o relativa: processo de data??o que permite avaliar a idade de umas forma??es geológicas em rela??o às outras. Neste tipo de data??o s?o importantes os fósseis de idades, que correspondem aos restos ou vestígios deixados pelos seres vivos contempor?neos da forma??o da rocha em que aparecem. Viveram num curto intervalo de tempo e apresentam uma ampla distribui??o geográfica.Para o estabelecimento de uma cronologia relativa de acontecimentos geológicos aplica-se, além dos fósseis, o princípio da sobreposi??o dos estratos, usado principalmente para datar rochas sedimentares. Segundo este princípio, numa sucess?o de estratos que n?o sofreu deforma??o, cada estrato é mais velho do que aqueles que o sobrep?em, e mais recente do que aqueles que lhe s?o subjacentes.Data??o absoluta: consiste na determina??o da idade das forma??es geológicas, referida em milh?es de anos. A técnica mais rigorosa para determinar a idade absoluta é a data??o radiométrica – desintegra??o regular de isótopos radioativos naturais. Desintegra??o que se verifica a uma taxa regular de tempo. Os átomos iniciais de um isótopo radioativo s?o designados isótopos-pai. Os átomos resultantes da desintegra??o desses isótopos s?o os isótopos-filho. O tempo necessário para que se dê a desintegra??o de metade dos isótopos iniciais de uma amostra, originando átomos-filhos estáveis, designa-se por período de semivida. MEM?RIA DOS TEMPOS GEOL?GICOS- A vida deve ter aparecido na Terra há 3800 M.a.ERAS: Paleozoico Mesozoico Cenozóico4. TERRA, UM PLANETA EM MUDAN?AExplica??es para a extin??o dos dinossauros:Erup??o vulc?nica massivaImpacto de origem extraterrestre (cometa) PRINC?PIOS B?SICOS DO RACIOC?NIO GEOL?GICOCatastrofismo: as grandes altera??es ocorridas à superfície da Terra foram provocadas por catástrofes. Tais mudan?as eram pontuais, dirigidas e sem ciclicidade. As espécies extintas eram posteriormente substituídas por outras provenientes de outras regi?es do globo. Admitiu-se a existência de “pontes” (extens?es continentais) que permitiram a passagem de seres vivos de uns locais para os outros.Uniformitarismo: as leis naturais s?o constantes no espa?o e no tempo. Deve explicar-se o passado a partir do que se observa hoje, isto é, as causas que provocaram determinados fenómenos no passado s?o idênticas às que provocam o mesmo tipo de fenómenos presentes – Princípio do Atualismo ou Princípio das Causas Atuais – “o presente é a chave do passado”. As mudan?as geológicas s?o cíclicas. Neocatastrofismo: esta nova teoria reconhece o uniformitarismo como o guia principal que permite entender os processos geológicos, mas n?o exclui que fenómenos catastróficos ocasionais tenham contribuído para eventuais altera??es localizadas na superfície terreste. MOBILISMO GEOL?GICOAlguns cientistas admitem a hipótese de que os continentes estiveram todos unidos, num supercontinente – Pangeia, rodeado por um só oceano – Pantalassa: Tra?ado complementar de zonas costeiras de continentes separados Semelhan?a entre camadas rochosas da mesma idade em regi?es de vários continentes atualmente distantesPLACAS TECT?NICAS E OS SEUS MOVIMENTOSOs limites das placas litosféricas podem ser de diversos tipos:Limites convergentes: correspondem a zonas de fossas em que uma placa oce?nica mergulha sobre outra e se verifica a destrui??o da placa litosférica que mergulha – zona de subduc??o. Limites divergentes: situam-se nas dorsais oce?nicas e s?o zonas onde é gerada crusta oce?nica, originando a expans?o do fundo dos oceanos. Limites conservativos: situam-se em falhas onde as placas litosféricas deslizam lateralmente, uma em rela??o à outra, sem acréscimo ou destrui??o de crusta. Estas falhas designam-se por falhas transformantes.8820155080Os fundos oce?nicos s?o gerados ao longo das dorsais, expandem-se e s?o destruídos ao longo das zonas de subduc??o. [catastrofismo] [dorsal oce?nica] [falha transformante] [fóssil] [fóssil de idade] [idade radiométrica] [idade relativa] [limites conservativos] [limites convergentes] [limites divergentes] [neocatastrofismo] [princípio da sobreposi??o] [rifte] [uniformitarismo] [zona de subduc??o]5. FORMA??O DOS SISTEMA SOLARCOMPOSI??O DO SISTEMA SOLARO sistema solar é constituído pelo sol e pelos corpos que se movem em torno dele, incluindo os planetas e os seus satélites naturais, os planetas an?es, os cometas, os asteroides… Planetas telúricos (Mercúrio, Vénus, Terra, marte): essencialmente constituídos por material sólido, núcleo metálico, possuem poucos satélites ou nenhum, atmosferas pouco densas (quando existem)Planetas gigantes (Júpiter, Saturno, Urano, Neptuno): grandes di?metros, baixa densidade, constituídos essencialmente por gases, movem-se com mais velocidade, inúmeros satélitesAsteroides: corpos de pequenas dimens?es com órbitas, geralmente, entre Marte e JúpiterCometas: corpos muito primitivos com órbitas muito excêntricas e só visíveis quando se aproximam do Sol, sendo formados por núcleo, cabeleira e caudaMeteoroides: corpos de diferentes dimens?es, geralmente provenientes da cintura de asteroides ou de cometas, que entram na atmosfera terreste. Os meteoroides que caem sobre a superfície do nosso planeta constituem os meteoritos.PROV?VEL ORIGEM DO SOL E DOS PLANETASTeoria Nebular: a forma??o do sistema solar seria devida à contra??o de uma nebulosa gasosa em rota??o. Esta nebulosa teria adquirido rapidamente uma forma de disco com uma saliência na parte central: esta iria aumentando assim como a velocidade de rota??o, originando no centro um protossol. Dele, de tempos a tempos, soltar-se-iam anéis de matéria que iriam dando origem a cada um dos planetas.Teoria nebular reformulada: no enorme espa?o que separa as diferentes estrelas da nossa galáxia, havia uma nébula formada por gases e poeiras muito difusas que teria sido o ponto de partida para a génese do Sistema Solar. A nebulosa solar, ao contrair-se por a??o da atra??o gravítica entre os seus constituintes, teria originado o Sol, e um disco protoplanetário a sua volta. (idade idêntica para todos os corpos do sistema solar)A TERRA – ACRE??O E DIFERENCIA??ODurante a acre??o, a Terra poderia ter come?ado a aquecer devido ao efeito de três fatores:Impactos de planetesimais: a energia cinética era convertida em calorCompress?o: conduziria ao aumento da temperaturaDesintegra??o radioativa: energia emitida na desintegra??o de elementos radioativos6. A TERRA E OS OUTROS PLANETAS TEL?RICOSMercúrio, Vénus, Terra e MarteMANIFESTA??ES DA ATIVIDADE GEOL?GICAA atividade geológica nos planetas telúricos manifesta-se através de sismos, vulc?es e movimentos tectónicos. Agentes modificadores internos: acre??o do planeta, radioatividade, contra??o gravitacional. Agentes modificadores externos: calor irradiado pelo Sol, energia resultante dos impactos de meteoritos.Na Terra, a mobilidade da litosfera determina uma grande atividade sísmica e vulc?nica.Mercúrio e Marte s?o, atualmente, planetas geologicamente inativos: n?o têm tectónicas de placas e a atividade vulc?nica que eventualmente possam manifestar relaciona-se com impactos meteoríticos. Vénus parece ainda ativo. 7. SISTEMA TERRA-LUAA génese da Lua terá ocorrido à custa da Terra, é geologicamente inativa e possui “continentes” e “mares”.Os continentes s?o escarpados e constituídos por rochas mais claras, essencialmente feldspatos. Apresentam maior número de crateras de impactos.Os mares lunares apresentam uma superfície mais plana. S?o escuros e constituídos por basalto.8. A TERRA – UM PLANETA A PROTEGERFACE DA TERRA – CONTINENTES E FUNDOS OCE?NICOS27793958890?reas continentais: 36% da superfície terrestre Escudos Plataformas estáveis Cinturas orogénicas ?reas oce?nicas: Domínio continental:240284093345 Plataforma continental Talude continentalDomínio oce?nico: Planícies abissais Dorsais oce?nicasINTERVEN??ES DO HOMEM NOS SUBSISTEMAS TERRESTRESA interferência humana tem vindo a produzir efeitos cada vez mais vasos e com impactos ambientais cada vez mais profundos no planeta, tanto a nível local como global.A geosfera é um dos subsistemas em que esses efeitos s?o particularmente visíveis, visto ser aí que o ser humano vai procurar muitos dos recursos naturais de que necessita. Entende-se por recurso natural qualquer bem com utilidade para o desenvolvimento, sobrevivência e bem-estar da sociedade.Os recursos podem ser utilizados a um ritmo mais ou menos acelerado. Um consumo muito acelerado leva ao rápido esgotamento desses recursos que faltar?o para as gera??es futuras. Uma forma de atenuar tal situa??o consiste em preceder à reciclagem dos resíduos produzidos. Os recursos naturais podem ser renováveis ou n?o renováveis. Entende-se por recurso renovável o que é ciclicamente reposto no meio num intervalo de tempo compatível com a vida humana. Caso contrário, o recurso considera-se como n?o renovável. A forma??o geológica de onde é possível extrair água de uma forma rentável designa-se por aquífero. Contudo, uma elevada extra??o de água em aquíferos costeiros pode provocar o avan?o de água salgada, transformando a água doce do aquífero em água salgada, tornando-a imprópria para o consumo humano.Considera-se como risco geológico a probabilidade de num sistema complexo de processos geológicos ocorrerem prejuízos diretos ou indiretos numa dada popula??o, num dado momento.O ordenamento do território é a gest?o da interven??o homem/espa?o natural. Consiste no planeamento das ocupa??es, no potenciar do aproveitamento das infraestruturas existentes e no assegurar da preserva??o de recursos limitados.PROTE??O AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENT?VELEntende-se por desenvolvimento sustentável um modo de desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de gera??es futuras satisfazerem as suas necessidades:Dependência do fornecimento externo de energia solarUso racional da energia e matéria, privilegiando a conserva??o em oposi??o ao desperdícioControlo da polui??oPromo??o da reciclagem e reutiliza??o dos materiaisOrdenamento do territórioControlo do crescimento populacionalGest?o dos resíduos sólidos urbanos – reciclagemConserva??o do património geológico – implementa??o de estratégias que permitam a conserva??o de elementos geológicos que possuem valor: geo-monumentos, património geológicoRecupera??o das áreas degradadas[acre??o] [asteroide] [cadeias montanhosas] [cometa] [crescimento populacional] [desenvolvimento sustentável] [diferencia??o da Terra] [dorsais oce?nicas] [escudos] [fossas oce?nicas] [impacte ambiental] [mares lunares] [meteorito] [nébula] [planeta] [planetas an?es] [planetas gasosos] [planetas telúricos] [planetesimais] [planícies abissais] [plataforma continental] [polui??o] [reciclagem] [recursos naturais renováveis] [recursos naturais n?o renováveis] [risco geológico] [talude continental]9. M?TODOS PARA O ESTUDO DO INTERIOR DA GEOSFERAM?TODOS DIRETOSEstudo da superfície visível: permite o conhecimento das rochas e materiais que afloramSondagens: perfura??es que permitem retirar colunas de rochas com milh?es de anosMagmas e xenólitos: estudo das condi??es em que se formaram os magmas (press?o, temperatura, e composi??o do manto). O magma ao movimentar-se arranca fragmentos de rochas – xenólitosM?TODOS INDIRETOSPlanetologia e astrogeologiaMétodos geofísicos: Gravimetria: qualquer corpo situado à superfície da terra experimenta uma for?a de atra??o para o centro da Terra. A for?a da gravidade pode ser determinada a partir de aparelhos – gravímetros. Quando surgem anomalias gravimétricas, procura-se a sua causa, o que conduz à descoberta de materiais mais ou menos densos no interior da crusta.Densidade e massa volúmica:Geomagnetismo: a Terra tem um campo magnético natural. Um corpo magnetizado fica alinhado paralelamente às linhas de for?a do campo magnético e orienta-se de acordo com a dire??o dos polos magnéticos. Certas rochas retêm uma “memória” do campo magnético terrestre da altura da forma??o dos minerais ferromagnéticos que contêm. O estudo das propriedades magnéticas das lavas solidificadas mostra que o campo magnético tem mudado periodicamente a sua polaridade, ou seja, o polo magnético que está atualmente situado perto do Pólo Norte geográfico – polaridade normal – já esteve, no passado, próximo do Polo Sul geográfico – polaridade inversa. Sismologia: a propaga??o das ondas sísmicas está para os geocientistas como os raios-X para os médicos, permitindo-lhes fazer o estudo do interior do corpo. Se a Terra fosse homogénea, a velocidade das ondas sísmicas devia manter-se constante em qualquer dire??o e a trajetória dos raios sísmicos seria retilínea. Na Terra real, a velocidade das ondas experimenta altera??es, as ondas s?o desviadas e algumas n?o se propagam em certos meios.Geotermismo: denomina-se gradiente geotérmico, o aumento da temperatura por quilómetro de profundidade. Denomina-se grau geotérmico, o número de metros que e necessário aprofundar para que a temperatura aumente 1°C. A dissipa??o de calor é permanente e denomina-se fluxo térmico, que é avaliado pela quantidade de energia térmica libertada por unidade de superfície e por unidade de tempo.10. VULCANOLOGIAAs manifesta??es vulc?nicas s?o apenas a exterioriza??o de fenómenos complexos que ocorrem no interior do nosso planeta. De acordo com alguns aspetos da conduta emissora, podem considerar-se dois tipos de vulcanismo:Vulcanismo central: forma-se uma conduta tubular – chaminé vulc?nica, por onde ascendem os materiais até à superfície.Devido às elevadas temperaturas, o magma é menos denso do que as rochas e sobe acumulando-se em espa?os no interior da crusta – c?maras magmáticas, que s?o delimitadas pelas rochas encaixantes.Quando há um aumento da press?o na c?mara magmática, o magma é for?ado a subir através das fendas das rochas para c?maras mais superficiais e, posteriormente, destas até à superfície através da chaminé. O aumento da press?o numa c?mara pode se provocado pela ascens?o de magmas de c?maras mais profundas. A subida da press?o ode provocar a fratura do teto ou aumentar as fraturas já existentes.A acumula??o de materiais expelidos na superfície origina uma estrutura cónica – cone principal. A parte superior da chaminé termina numa depress?o afunilada – cratera – por onde os materiais s?o ejetados. Em determinadas situa??es podem formar-se caldeiras no topo dos vulc?es: estas formam-se devido ao afundimento da parte central do vulc?o, após fortes erup??es, em que grande quantidade de materiais é rapidamente expelida, ficando um vazio na c?mara magmática. O peso das camadas superiores provoca o colapso do teto da c?mara. Por vezes, essas caldeias enchem-se de água das chuvas ou do degelo, formando lagoas. Vulcanismo fissural: existem situa??es em que alava é expulsa através de fendas alongadas. Este tipo de erup??o está associado a magmas basálticos. Os mais extensos sistemas de erup??es fissurais verificam-se nos fundos oce?nicos, ao nível das dorsais. TIPOS DE LAVAS-3810415290O magma é formado por uma mistura de silicatos fundidos, cristais em suspens?es, gases e subst?ncias voláteis. Classificam-se os magmas quanto à riqueza em sílica:A viscosidade é uma propriedade comum a todos os fluidos, representando a resistência da subst?ncia a fluir: quanto mais viscoso mais dificuldade em fluir.Quanto maior for a riqueza em sílica, mais baixa é a temperatura necessária para manter o estado líquido e maior é a sua viscosidade.Lavas básicas: têm composi??o semelhante à do basalto, possuem baixa viscosidade, movem-se rapidamente e percorrem grandes dist?ncias. A fra??o volátil, além de ser reduzida, liberta-se facilmente. As erup??es correspondentes a este tipo de lava s?o predominantemente efusivas, podendo a rocha resultante assumir diferentes aspetos: Lavas encordoadas ou pahoehoe: superfície lisa, mas contorcida (cordas) Túneis de lava Lavas escoriáceas ou aa: a superfície externa da lava rompe-se durante o arrefecimento, tornando-a muito irregular e rugosa lavas em almofada ou pillow-lava: formam-se em erup??es subaquáticasLavas ácidas: muito viscosas, fluem lentamente e solidificam dentro da própria cratera ou próximo dela. Os gases têm dificuldade em libertarem-se, adquirindo grandes press?es de voláteis que provocam erup??es violentas. TIPOS DE ATIVIDADE VULC?NICAAtividade explosiva: ocorrem violentas explos?es, emitindo essencialmente produtos sólidos e gases.As lavas s?o muito viscosas, fluem com dificuldade e impedem a liberta??o de gases. Por vezes, a lava solidifica dentro da própria chaminé formando agulhas vulc?nicas.Durante este tipo de erup??o os fragmentos s?o projetados, solidificando os que ainda est?o pastosos, no trajeto pelo ar. Devido ao seu peso acabam por cair, constituindo os piroclastos de queda: cinzas < lapili < bombasHá piroclastos que podem movimentar-se ao longo das vertentes envolvidos em água ou gases, constituindo os piroclastos de fluxo. Entre os piroclastos de fluxo destacam-se as nuvens ardentes, formadas pro fragmentos de várias dimens?es, mas com predomínio de cinzas, envolvidos em gases a elevadas temperaturas, que se deslocam pelas encostas, queimando tudo à sua passagem.Atividade efusiva: dá-se a extrus?o de escoadas lávicas abundantes que podem cobrir grandes superfícies.O magma é fluído, a liberta??o de gases é fácil e a erup??o é calma, com derramamento de lava abundante e a altíssima temperatura. A lava desliza rapidamente espalhando-se por várias dist?ncias. Se os terrenos forem planos formam-se os mantos de lava; caso o terreno tenha um declive acentuado, formam-se correntes de lava.Atividade mista: muitas erup??es assumem aspetos intermédios. VULC?ES E TECT?NICA DE PLACASA atividade vulc?nica coincide essencialmente com zonas de fronteira de placas. O tipo de atividade vulc?nica depende do contexto tectónico.Fronteiras divergentes das placas litosféricas: existe uma grande atividade vulc?nica nas zonas correspondentes aos eixos das dorsais oce?nicas.Fronteiras convergentes das placas litosféricas:Vulc?es intraplacas: existe, por vezes, atividade vulc?nica no interior de placas litosféricas: tal atividade origina por vezes ilhas que emergem das águas. Estes centros de atividade vulc?nica s?o chamados hot spots. Admite-se que os pontos quentes de relacionam com as plumas térmicas:A instabilidade da fronteira entre o núcleo e o manto pode originar uma coluna de matéria quente que sobe através do manto, constituindo uma pluma térmica.Ao atingir a litosfera, o material funde e o magma resultante penetra através da litosfera e derrama à superfície, formando grandes mantos basálticos. Se a placa se mover sobre o ponto quente pode originar-se um vulc?o sobre o ponto quente devido à saída do magma.O movimento continuado da placa faz com que o vulc?o formado se afaste desse ponto tornando-se extinto.MINIMIZA??O DE RISCOS VULC?NICOS - PREVEN??ODiferentes tecnologias permitem fazer a vigil?ncia dos vulc?es:Detetar varia??es da for?a gravíticaDetetar a deforma??o do cone vulc?nicoDetetar a varia??o entre dois pontos específicos do vulc?oRegistar sismosRegistar a varia??o da temperatura das fumarolas, fontes termais, lagoas próximasAnalisar a composi??o química dos gases libertadosUm bom processo para minimizar os riscos do vulcanismo é fazer mapas de zonas de risco para todos os vulc?es potencialmente ativos.VULCANISMO – FONTE DE RECURSOS NATURAISO vulcanismo também tem aspetos positivos:Fornecem dados importantes sobre a constitui??o e característica da TerraAproveitamento de energia geotérmicaInteresse turísticoUtiliza??o agrícola dos solos, que s?o muito férteisNas regi?es de vulcanismo ativo podem existir acumula??es de vapor de água e aquíferos a temperaturas muito elevadas, devido ao contacto com rochas aquecidas pelo calor emanado de uma c?mara magmática próxima. Essa água pode ter utilizada para aquecer piscinas, estufas e habita??es, e para a produ??o de energia elétrica.11. SISMOLOGIAOs sismos s?o movimentos vibratórios que ocorrem na superfície terrestre originados por uma liberta??o brusca de energia. Um sismo cuja agita??o do solo e sentida pela popula??o designa-se macrossismo e tem origem numa rutura tectónica ou erup??o vulc?nica. Contudo, a maioria dos sismos n?o causam danos e s?o impercetíveis, designando-se microssismos, que podem resultar de atividade industrial, agita??o do mar, tr?nsito, etc..CAUSAS E EFEITOS DOS SISMOSNormalmente um sismo n?o é u processo geológico isolado: frequentemente é precedido por uma sucess?o de pequenos abalos – abalos premonitórios – que poder?o querer anunciar a ocorrência de um sismo mais violento. Depois do sismo principal (o mais forte), ocorrem sismos de menor amplitude – réplicas.CAUSAS: podem ser artificiais, ou seja, resultam da atividade humana (ensaios nucleares, explos?es em minas). Podem também ser naturais: sismos vulc?nicos, sismos de colapso ou sismos tectónicos.Tens?es que geram falhas: os sismos s?o o resultado de tens?es acumuladas ao longo do tempo. O efeito das tens?es tectónicas provoca a deforma??o dos materiais rochosos à medida que a energia é acumulada. Quando a tens?o aplicada ultrapassa o limite de resistência da rocha ocorre uma superfície de rutura ao longo da qual ocorreu um movimento brusco, gerando um sismo tectónico.Teoria do ressalto elástico: as for?as tectónicas criam estados de tens?o que v?o deformando lentamente as rochas. ? medida que os movimentos de placa decorrem as tens?es continuam a ser acumuladas e a deforma??o acentua-se durante um longo período de tempo. No decurso deste processo, as rochas atingem o limite máximo de acumula??o de energia, ocorrendo uma falha, ou seja, rutura acompanhada por um movimento relativo entre dois blocos. O deslocamento repentino de dois blocos origina vibra??es no solo eu se propagam segundo ondas sísmicas. O deslocamento dos blocos rochosos permite que a rocha deformada recupere parte da sua forma original. A zona localizada no interior da Terra onde ocorre a liberta??o de energia denomina-se foco ou hipocentro e o ponto da superfície que fica na vertical do foco chama-se epicentro. ONDASNo interior da Terra, s?o transmitidas ondas de volume, que quando atingem a superfície geram ondas superficiais. Ondas de volume:Ondas longitudinais (ondas P): ondas primárias, vibram na mesma dire??o da propaga??o da onda. Possuem velocidade elevada, sendo as primeiras a chegar a superfícieOndas transversais (ondas S): ondas secundárias, vibram perpendicularmente à propaga??o da onda. Velocidade inferior às ondas P. Ondas superficiais:Ondas LoveOndas RayleighOs movimentos do solo provocados pelas ondas sísmicas podem ser registados pelos sismógrafos, e o registo obtido chama-se sismograma.Determina??o do epicentro de um sismo:As ondas sísmicas propagam-se concentricamente a partir do foco e atingem diferentes esta??es sismográficas em diferentes momentosO gráfico do tempo/dist?ncia é chamado curva de dist?ncia-tempo. pelo facto de as ondas P se propagarem mais rapidamente que as ondas S, o intervalo entre as suas curvas aumenta com a dist?nciaRelacionando o intervalo observado com o espa?amento das curvas, um geólogo pode determinar a dist?ncia epicentral.Tra?ar uma circunferência no local da esta??o considerada, com centro nesse ponto e raio igual à dist?ncia epicentral reduzida à escala da carta. O epicentro ficará situado algures nessa circunferênciaProceder de modo idêntico para uma segunda e terceira esta??es sismográficas. O ponto onde se intersetam é o epicentro.Intensidade sísmica e magnitudeA intensidade sísmica é um par?metro qualitativo que corresponde aos efeitos produzidos e sentidos à superfície num dado local devido à propaga??o de ondas sísmicas. Escala de Mercalli Modificada: de I a XIIApós a determina??o da intensidade de um sismo em vários locais da regi?o onde ele foi sentido e localizado o epicentro, pode obter-se uma carta de isossistas. As isossistas s?o linhas que delimitam, em redor do epicentro, as zonas onde a intensidade registada apresenta igual valor.Se as rochas por onde se propagam as vibra??es fossem do mesmo tipo e se as constru??es fossem semelhantes, estas linhas seriam representadas sobre a forma de circunferências em torno do epicentro, mas dado que os materiais onde as ondas sísmicas se propagam n?o s?o homogéneos, a isossistas apresentam formas irregulares. O valor da magnitude de um sismo representa a ordem de grandeza de energia libertada no foco através da propaga??o de ondas elásticas.SISMOS E TECT?NICA DE PLACASQuando o epicentro de um sismo com foco pouco profundo se localiza no oceano, pode originar um tsunami/maremoto.Podemos definir sismos intraplaca e interplaca: os primeiros ocorrem no interior de uma placa litosférica e os segundos ocorrem na zona de fronteira de placas.MINIMIZA??O DE RISCOSEstudo geológico do substrato rochoso: estudo prévio sobre os materiais geológicos de uma certa regi?o, antes de se construírem edifíciosDesenho sismo-resistente das constru??es: existência de normas e dispositivos legais de forma a aumentar a resistência sísmica de constru??es Sensibiliza??o da popula??o: ANTES: libertar saídas, possuir um extintor, n?o localizar camas perto de janelas. DURANTE: manter-se afastado de janelas, ajoelhar e proteger a cabe?a e os olhos com as m?os, manter-se afastado de edifícios altos. DEPOIS: soltar os animais, pegar num rádio, desligar água, eletricidade e gás, afastar-se das praias, extinguir pequenos incêndios.ONDAS S?SMICAS E DESCONTINUIDADES INTERNASNo interior da Terra (35/40km) existe uma superfície de descontinuidade que sepra a crusta do manto, formada por materiais de composi??o e propriedades físicas diferentes – descontinuidade de Mohoviric (ou M).A zona de sombra sísmica é devida à existência de um “obstáculo” que modificava o modo de propaga??o das ondas sísmicas. Este meio foi designado por núcleo terrestre. Descontinuidade de Guttenberg. As ondas S n?o se propagam a partir dessa descontinuidade, e por isso todas as dist?ncias que se encontram a ?ngulos superiores a 103° n?o recebem as ondas S diretas. As ondas P refratam-se através do núcleo e a sua velocidade reduz-se, sendo assim desviadas da sua trajetória e v?o emergir em zonas de ?ngulos superiores a 143°. Entre os 103° e 143° há um “silêncio sísmico” (nem ondas S nem P).O núcleo externo encontra-se no estado líquido. O núcleo interno é sólido. Descontinuidade de Lehmann.3175032321512. ESTRUTURA INTERNA DA GEOSFERAModelo geoquímico: baseado na composi??o química:Crusta: continental e oce?nica(descontinuidade de Mohoroviric)Manto: Superior e Inferior(descontinuidade de Gutenberg)Núcleo: interno e externoNa transi??o do manto para o núcleo admite-se a existência de uma zona muito ativa – Camada D’’.Modelo físico: baseado nas propriedades físicas e químicasLitosfera: continental e oce?nicaAstenosferaMesosferaEndosfera: núcleo externo (líquido) e núcleo interno (sólido)[aticidade vulc?nica explosiva, efusiva e mista] [astenosfera] [crusta continental] [crusta oce?nica] [descontinuidade de Gutenberg] [descontinuidade de Lehmann] [descontinuidade de Mohoroviric] [dist?ncia epicentral] [epicentro] [escala de Miercalli] [escala de Ritcher] [fluxo térmico] [geomagnetismo] [geotermismo] [gradiente geotérmico] [gravimetria] [grau geotérmico] [hipocentro] [intensidade sísmica] [isossistas] [Lavas ácidas, básicas e intermédias] [litosfera] [magnitude] [manto] [mesosfera] [núcleo interno e externo] [ondas sísmicas] [paleomagnetismo] [piroclastos] [ponto quente] [sismo] [teoria do ressalto elástico] [vulcanismo residual] [vulcanismo do tipo central] [vulcanismo do tipo fissural] [zona de sombra sísmica] ................
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