Projeto Estratégico para a Rádio e Televisão de Portugal (RTP)

Projeto Estrat?gico para a R?dio e Televis?o de Portugal (RTP)

Apresenta??o ao CGI Janeiro 2015

?ndice

0. Considera??es iniciais

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1. Uma vis?o para a RTP

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2. Pol?tica de conte?dos

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a. Posicionamento da RTP e organiza??o de conte?dos

b. Servi?os de programas de televis?o

c. Produ??o

d. Tend?ncias e objetivos a desenvolver

e. Servi?os de programas de r?dio

3. Novos m?dia e novas plataformas

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4. Governan?a, obriga??es de servi?o p?blico e compromissos no setor audiovisual 10

5. Gest?o empresarial e boas pr?ticas

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6. Equil?brio financeiro e sustentabilidade econ?mica

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7. Linhas de a??o e objetivos

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a. Pol?tica de conte?dos

b. Efici?ncia empresarial

8. Calendariza??o / Programa??o indicativa do processo de transforma??o

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9. Conclus?o: posicionamento futuro e eixos da mudan?a

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Projeto Estrat?gico RTP - Janeiro 2015

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0. Considera??es iniciais

O presente Projeto Estrat?gico a colocar ? considera??o do CGI apresenta na ess?ncia uma vis?o futura sobre o papel da RTP como operador de servi?o p?blico de r?dio e televis?o e aponta os principais vetores de atua??o a seguir nos pr?ximos anos que permitir?o orientar a institui??o para os prop?sitos definidos. De salientar a import?ncia das linhas de orienta??o estrat?gicas do CGI para o desenvolvimento desta proposta.

Este Projeto Estrat?gico ? obviamente elaborado antes de assumir fun??es, ou seja, traduz as posi??es e a ambi??o dos autores, mas poder? mais tarde ser enriquecido com os contributos dos pr?prios quadros diretivos da RTP, aproveitando o enorme conhecimento sectorial e espec?fico da organiza??o e das suas pessoas. Pela mesma raz?o, o n?vel de detalhe tanto do ponto de partida da RTP como das a??es a desenvolver ? gen?rico e n?o t?o concreto como se conhec?ssemos exaustivamente a realidade da empresa hoje. N?o dispondo de informa??o precisa sobre muitas das pol?ticas de gest?o em curso e da respetiva bondade, nem acerca das op??es factuais ou futuras para uma s?rie de dossiers essenciais, aquilo que nos ? poss?vel neste momento ? elencar quest?es que nos parecem relevantes e temas a tratar, apontando sempre que poss?vel a dire??o a seguir, mas sem entrar por agora em solu??es espec?ficas e mantendo alguns graus de liberdade at? que se conhe?a com precis?o as situa??es e ap?s a recolha das perspetivas dos intervenientes relevantes mais pr?ximos de cada realidade.

H? que ter tamb?m presente, que poder?o ocorrer altera??es externas capazes de gerar impactos relevantes neste projeto Estrat?gico, tais como altera??es das obriga??es de servi?o p?blico cometidas ao operador; mudan?as significativas no modelo de financiamento e meios disponibilizados ? RTP; transforma??es tecnol?gicas disruptivas que abram novas possibilidades; etc. Por outro lado, o projeto Estrat?gico foi elaborado tendo presente as balizas e constrangimentos sobre a RTP que s?o factualmente do conhecimento p?blico.

Neste sentido, prop?e-se que uma vez realizado um levantamento da situa??o concreta da RTP em termos organizativos, de compet?ncias e da oferta atual; que ap?s a recolha dos contributos imprescind?veis dos quadros da empresa; que ap?s uma an?lise das melhores pr?ticas do sector, a n?vel nacional e internacional, e da pondera??o das op??es reais em cada ?rea; se apresente oportunamente, em complemento a este Projeto Estrat?gico, um programa de transforma??o da RTP:

o Este programa dever? incluir de forma mais detalhada um conjunto de medidas concretas a desenvolver em cada ?rea chave, um conjunto de indicadores de desempenho que permitam o seguimento da evolu??o da RTP face aos objetivos propostos e uma calendariza??o, das linhas de a??o a desenvolver, mais fina do que a constante no presente documento. Ser? ainda inclu?do neste plano, a melhor solu??o encontrada, desenvolvida em colabora??o com o CGI, para os centros regionais.

Projeto Estrat?gico RTP - Janeiro 2015

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o O programa de transforma??o, a apresentar em momento pr?prio a acordar com o CGI, estar? obviamente em linha com as orienta??es j? definidas no Projeto Estrat?gico, sendo um documento de n?vel mais operacional, um plano de a??o concreto e detalhado, que obviamente s? far? sentido elaborar a partir da realidade espec?fica da empresa e das suas pessoas.

Pelo exposto, sublinha-se o car?cter orientativo, program?tico, motivacional do presente Projeto Estrat?gico: marca-se o destino que se pretende alcan?ar e as coordenadas gerais do caminho a seguir pela RTP nos pr?ximos anos para se afirmar como um operador p?blico de refer?ncia e com elevado impacto no panorama audiovisual.

O projeto estrat?gico aqui apresentado foi desenvolvido por:

Gon?alo Reis Nuno Artur Silva Cristina Vaz Tom?

Projeto Estrat?gico RTP - Janeiro 2015

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1. Uma vis?o para a RTP

Um verdadeiro operador de servi?o p?blico

Um promotor da qualidade e da inova??o

Assumir um posicionamento e pol?tica de conte?dos diferenciador e n?o concorrencial face aos operadores privados, com uma programa??o claramente orientada para os c?nones de servi?o p?blico, alcan?ando um car?cter pr?prio, distintivo no panorama do audiovisual, seguindo as linhas de orienta??o estrat?gica do CGI.

Desempenhar um papel ativo na divulga??o da produ??o e dos agentes nacionais numa s?rie de ?reas relevantes, como artes e cultura, ci?ncia e conhecimento, empreendedorismo e tecnologia, promovendo a l?ngua e as ind?strias criativas no geral. RTP como janela para todo o pa?s e para o mundo dos melhores talentos portugueses e da inova??o.

Uma organiza??o mobilizadora

Uma empresa eficiente e sustent?vel

Uma institui??o cred?vel

Desenvolver um ambiente interno de grande envolvimento dos quadros, valorizando as compet?ncias, incentivando o desempenho, oferecendo carreiras e processos de evolu??o estimulantes, e assegurando a capacidade da RTP para atrair e reter talentos.

Promover uma gest?o empresarial de excel?ncia, sistematicamente orientada para o controlo de custos e desenvolvimento de receitas, baseada em processos organizacionais adequados e na sistematiza??o de boas pr?ticas e caminhando para um modelo econ?mico equilibrado e bem reconhecido pela comunidade financeira.

Assegurar o cumprimento das obriga??es estatut?rias e de servi?o p?blico, assim como as previstas no Contrato de Concess?o, nos v?rios dom?nios e face a m?ltiplos "stakeholders" (CGI, outras entidades de regula??o e fiscaliza??o e institui??es externas junto das quais a RTP assume compromissos), desenvolvendo uma postura de responsabilidade e transpar?ncia.

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2.Pol?tica de conte?dos a. Posicionamento da RTP e organiza??o de conte?dos

A RTP tem que se posicionar numa perspetiva de grande produtor, agregador, programador e difusor de conte?dos em m?ltiplas plataformas e para todos os p?blicos, interpretando a miss?o de servi?o p?blico no sentido da valoriza??o da qualidade e da diversidade dos conte?dos.

A orienta??o geral ser? no sentido de a RTP se posicionar como clara alternativa aos servi?os de programas privados de sinal aberto, alinhada com as linhas de orienta??o estrat?gica do CGI. A RTP deve apostar na diversidade e no entendimento dos espectadores como cidad?os e n?o como consumidores.

A RTP dever? ser apresentada como um conjunto de servi?os de programas igualmente importantes com diferentes identidades (e n?o como um servi?o de programas ? RTP1 ? que procura disputar audi?ncia com os servi?os de programas privados SIC e TVI, apenas complementado com outros servi?os de programas de menor import?ncia).

Neste novo enquadramento, a RTP dever? alcan?ar um posicionamento significativamente diferente daquele que desde sempre teve, e tal deve ser assumido, sem equ?vocos. Daqui derivar? uma identidade forte, um car?cter espec?fico atribu?do ao operador de servi?o p?blico e aqui residir? o seu DNA, a sua raz?o de ser.

Em s?ntese, os servi?os de programas da RTP devem ser uma refer?ncia e conter o que melhor se faz e se fez na produ??o audiovisual em Portugal e no mundo: qualidade e diversidade.

Essencial ? que a oferta da RTP n?o seja unicamente um empacotamento de conte?dos, dever? ser uma programa??o criativa e estimulante de servi?os de programas.

Refira-se ainda que a capacidade de a RTP chegar a um vasto p?blico e cobrir segmentos alargados da popula??o junto dos quais desempenha um papel com impacto ? um fator indicativo da sua relev?ncia, pelo que a orienta??o para uma programa??o diferenciada e qualificada n?o deve fazer esquecer este ponto.

? tamb?m absolutamente essencial, no que respeita ? informa??o, que a RTP garanta de forma clara, a independ?ncia, isen??o e pluralismo.

b. Servi?os de programas de televis?o

? RTP 1: De voca??o e ambi??o generalista, transversal, "mainstream". Dever? incluir um grande espa?o dedicado ? programa??o infantil, para al?m dos grandes espa?os de informa??o, institucionais, debates, entretenimento, desporto, etc.

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? RTP 2: Alternativa e de perfil cultural, com programa??o tem?tica e particularmente aberta ? inova??o, que fa?a tamb?m a cobertura do desporto amador, e que contemple de forma criativa o cumprimento das obriga??es com minorias, etnias e religi?es.

? RTP Informa??o: Com forte incid?ncia regional e local, com informa??o especializada em tem?ticas espec?ficas, como por exemplo, economia, cultura, Europa, entre outras.

? RTP Madeira e RTP A?ores: Servi?os de programas com enfoque regional. Ser? dado est?mulo ? produ??o local atrav?s dos respetivos centros de produ??o.

? RTP Internacional: Servi?o de programas com o melhor da produ??o audiovisual portuguesa, quer na informa??o, nos programas, document?rios, s?ries, filmes e, particularmente, na promo??o e difus?o da m?sica Portuguesa. Dever? ter servi?os de legendagem e ser um servi?o de programas Portugal para o mundo, aberto a uma pol?tica de coprodu??es com os outros pa?ses de L?ngua Portuguesa.

? RTP ?frica: Como servi?o de programas internacional tamb?m, vocacionado obviamente para o continente Africano, com uma componente informativa relevante e articula??o com as delega??es da RTP em pa?ses de l?ngua portuguesa.

? RTP Mem?ria: Servi?o de programas com a miss?o de divulga??o do acervo arquiv?stico da RTP. Contudo, a revisita??o do passado deve ser feita com liga??o ao nosso tempo, ? contemporaneidade, estimulando a confronta??o com o presente de forma criativa.

c. Produ??o

A RTP dever? produzir internamente (nos seus est?dios de Lisboa, Porto e outros) a informa??o, o fluxo do "daytime" e a cobertura de eventos. Para a restante produ??o dever? ser equacionado o recurso a produ??o externa de produtores independentes diversificados.

A RTP dever? privilegiar de forma evidente a contrata??o de produ??o independente de stock, original e em portugu?s, e posicionar-se como coprodutora ou programadora dessa produ??o, devendo ser uma refer?ncia no respeito pelos direitos de autor em todos os contratos que celebrar.

A RTP enquanto emissora e gestora de servi?os de programas dever? procurar o melhor que se faz em Portugal e no mundo, no cinema, nas s?ries, nos document?rios, nos especiais e nos formatos.

Em consequ?ncia, a RTP dever?, de forma ativa e continuada, estimular o desenvolvimento de uma ind?stria audiovisual nacional, com ambi??o de internacionaliza??o, baseada na produ??o independente.

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d. Tend?ncias e objetivos a desenvolver

? Aumento da oferta de fic??o no ?mbito dos filmes e das s?ries. ? Aumento da oferta de fic??o balanceado com a oferta de entretenimento ligeiro. ? Aumento dos produtos de stock em detrimento dos produtos de fluxo. ? Aumento da oferta de reportagem e de programas de informa??o aprofundada. ? Servi?os de programas:

o O prime time da RTP 1 deve caminhar no sentido da grelha vertical em detrimento de uma grelha de programa??o horizontal.

o Na ?rea de informa??o, equilibrar as ?reas tem?ticas refor?ando o peso das componentes internacional, cultural e econ?mica, entre outros de indiscut?vel relev?ncia.

o Refor?o da programa??o infantil incentivando a cria??o de formatos originais, estimulando o estabelecimento de coprodu??o com vista ? comercializa??o internacional.

? Entendimento dos novos m?dia n?o apenas como uma ?rea subsidi?ria dos servi?os de programas, mas como uma plataforma, com uma estrat?gia pr?pria para novos conte?dos.

? Incentivar e promover a escrita de argumentos com vista ? produ??o regular de s?ries de fic??o de diferentes g?neros.

? Incentivar a produ??o e promover a divulga??o de document?rios de diferentes g?neros.

e. Servi?os de programas de r?dio

Entender a oferta de r?dio como um conjunto de servi?os de programas (nacionais e regionais, internacionais e online) na sua complementaridade, n?o menorizando a sua relev?ncia, mas antes refor?ando as suas virtualidades pr?prias e os seus p?blicos:

? Refor?ar a universalidade da Antena 1, procurando rejuvenescer o seu p?blico de forma a chegar mais a todas as camadas da popula??o procurando refor?ar o peso informativo e de debates.

? Refor?ar a componente cultural e, especificamente na Antena 2, aumentar a oferta de programas de autor. Consolidar o surgimento de express?es contempor?neas de cultura erudita em complemento das express?es cl?ssicas.

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