Eduardo Mondlane: Homem de grande dimensão visionária ...



Eduardo Mondlane: Homem de grande dimensão visionária - consideram personalidades

O GOVERNO proclamou 2009 ano de exaltação e homenagem a Eduardo Chivambo Mondlane, arquitecto da unidade nacional e primeiro presidente da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), por ocasião da passagem do 40º aniversário do seu desaparecimento físico. Segundo o Executivo, a homenagem a Eduardo Mondlane, falecido a 3 de Fevereiro de 1969, em Dar-Es-Salam, na Tanzânia, é sinal de reconhecimento da simpatia, determinação, admiração e exemplo que granjeou a níveis nacional e internacional. Nwadjahane, distrito de Manjacaze, província de Gaza, será o palco da homenagem na próxima terça-feira, numa cerimónia a ser dirigida pelo Presidente da República e na qual estarão presentes altos dignitários do Estado, dirigentes a vários níveis, familiares do malogrado, representantes de partidos políticos, líderes religiosos, líderes tradicionais, representantes do corpo diplomático e outros convidados.

Maputo, Sábado, 31 de Janeiro de 2009:: Notícias

 

Em Maputo, a reportagem do “Notícias” ouviu algumas figuras ligadas a vários sectores da vida do país, entre antigos combatentes, deputados da Assembleia da República, dirigentes políticos e desportivos. Segundo os nossos interlocutores, trata-se, pois, de uma homenagem, justa, merecida e sábia a um:

Ao anunciar a decisão do Governo na primeira semana deste mês, o Ministro da Educação e Cultura, Aires Aly, disse que em cada ano que passa, Eduardo Mondlane é exaltado pelo seu contributo na unificação e mobilização dos moçambicanos, na criação de condições para o desencadeamento da luta armada de libertação nacional, pela sua sábia direcção do processo de luta pela conquista da independência nacional, pela entrega à causa do povo moçambicano, pelos ensinamentos, dignidade, respeito e admiração de todo o nosso povo.

O ano Eduardo Mondlane, como vai ser conhecido 2009, terá dois momentos principais, sendo o primeiro o de lançamento das celebrações a 3 de Fevereiro na sua terra natal, Nwadjahane, distrito de Manjacaze, em cerimónia a ser orientada pelo Chefe do Estado, Armando Guebuza, e o segundo momento a 20 de Junho, aniversário natalício do herói.

Embora as festividades centrais tenham lugar na terra natal de Mondlane, as províncias, distritos e comunidades poderão, igualmente, fazer de 2009 um ano de festa através de manifestações e iniciativas diversas de recordação e homenagem ao arquitecto da unidade nacional.

O Governo exortou as organizações da sociedade civil, instituições académicas, associações desportivas, partidos políticos e sociedade em geral a participarem através de acções de índole cultural, educativa, desportiva e recreativa nas celebrações, de modo a eternizar a imagem de Eduardo Mondlane.

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Raimundo Pachinuapa

CONHECI-O MUITO BEM

Maputo, Sábado, 31 de Janeiro de 2009:: Notícias

 

Abordado pela reportagem do “Notícias” em Maputo sobre a efeméride, Raimundo Pachinuapa, antigo combatente da luta de libertação nacional, afirmou que os ideais de Eduardo Mondlane eram de unidade do povo moçambicano do Rovuma ao Maputo para a libertação da pátria do jugo colonial e construção de um país de prosperidade.

Disse que o fundador da Frente de Libertação de Moçambique e arquitecto da unidade nacional era um homem de grande visão e amava o seu povo, de tal forma que uma vez em pleno desenvolvimento da guerra afirmou que podia morrer mas sabia que morreria feliz porque a revolução estava enraizada no povo.

“A unidade apregoada por Eduardo Mondlane é hoje um facto real e foi graças a esta arma que conseguimos vencer o colonialismo. Os ideais de Eduardo Mondlane estão a ser realizados no dia-a-dia. O país está em franco desenvolvimento. Em pouco tempo conseguimos fazer muita coisa. Penso, portanto, que a homenagem é muito bem merecida e nós estamos satisfeitos. Tudo o que nós fazemos hoje é graças àquele homem que nos uniu e hoje formamos um só povo, uma só nação”, disse Raimundo Pachinuapa.

Acrescentou que em Nwadjahane, as pessoas vão conhecer a fundo os factos ou histórias da sua infância até ao seu engajamento na luta de libertação.

Raimundo Pachinuapa disse ter conhecido muito bem Eduardo Chivambo Mondlane. Na senda dos movimentos de libertação nacional, nos anos 50, Pachinuapa tomou conhecimento, através do falecido e ex-estadista tanzaniano, Julius Nyerere, de que existia um moçambicano nos Estados Unidos de nome Eduardo Mondlane que podia ser útil à causa da libertação da pátria ocupada.

Quando Eduardo Mondlane regressou, definitivamente, dos Estados Unidos, em 1963, Raimundo Pachinuapa e outros nacionalistas o foram receber no aeroporto de Dar-Es-Salaam, cantando a canção “Frelimo vencerá, Frelimo ganhará”, segundo nos contou o antigo combatente. Na capital tanzaniana, o conhecimento de Raimundo Pachinuapa sobre Eduardo Mondlane elevou-se até às vésperas da sua morte, a 3 de Fevereiro de 1969. Contou-nos Pachinuapa que em Janeiro de 1969, ele, Samora Machel e outros combatentes despediram-se dele, entrando para o interior, para nunca mais voltar a vê-lo.

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Amós Zita

CUMPRIMENTEI-O NA IGREJA

Maputo, Sábado, 31 de Janeiro de 2009:: Notícias

 

O advogado e pastor Amós Zita disse que teve a ocasião de cumprimentar Eduardo Chivambo Mondlane na Igreja do Khovo do Chamanculo.

“Na nossa Igreja falava-se muito dele. Ele tinha sido da juventude da Igreja. Quando regressou da África do Sul, ao invés de continuar a ser da juventude da Igreja, foi pertencer à juventude que se entregou à libertação da pátria”, afirmou.

O pastor Zita disse que enquanto jovem, Eduardo Mondlane sempre demonstrou lucidez e grande espírito de ajuda ao próximo, de tal sorte que depois de visitar Moçambique regressou aos Estados Unidos e pouco tempo depois “choveram” bolsas de estudo na Missão Suíça de que muitos jovens se beneficiaram para a continuidade dos seus estudos a nível secundário no país.

“Penso que ele merece essa homenagem. Trata-se de uma homenagem digna e merecida. É uma figura inesquecível. Os seus ideais estão sendo continuados, mas noto que o que falta na juventude hoje é a moral. A componente moral ainda regista um défice no seio da nossa juventude”, afiançou.

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Casimiro Huate

HOMEM DE DIMENSÃO INCOMENSURÁVEL

Maputo, Sábado, 31 de Janeiro de 2009:: Notícias

 

O deputado Casimiro Huate considera Eduardo Chivambo Mondlane homem de dimensão incomensurável. Para aquele parlamentar, falar do arquitecto da unidade nacional é falar da história de libertação de Moçambique, da estratégia de desenvolvimento da luta à independência e, em suma, da gesta da própria Frelimo.

“Tive a sorte de ter participado na frente nas vésperas da independência. A Frelimo é resultado de Eduardo Chivambo Mondlane. Ele conseguiu unir os três movimentos nacionalistas numa só frente para formar um só povo, uma só nação. Considero a decisão de homenagear Eduardo Mondlane acertada. Com efeito, recordamos com muita mágoa os 40 anos do seu desaparecimento físico. Todavia, julgo que todos os dias cada moçambicano deve se inspirar nos ideais de Mondlane para avançar”, disse.

Observou que o arquitecto da unidade nacional tomou a decisão de servir a sociedade e não de ser a si mesmo. Aquele parlamentar disse que no seu livro “Lutar por Moçambique”, Eduardo Mondlane traça as linhas gerais sobre as quais deveria assentar o desenvolvimento de Moçambique.

“Considero que os seus ideais estão presentes em cada momento. A doutrina de Eduardo Mondlane ainda se encontra nas nossas mentes. O sonho de ver o país livre da escravidão, da pobreza, um povo com uma pátria, uma nação com um povo trabalhador. Preocupava-se muito com Educação e Saúde”, rematou.

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Arão Nhancale

MOSTROU-NOS CAMINHO CERTO

Maputo, Sábado, 31 de Janeiro de 2009:: Notícias

 

Arão Nhancale, presidente-eleito no município da cidade da Matola nas autárquicas de 19 de Novembro último, disse que Eduardo Mondlane mostrou aos moçambicanos o caminho certo para a eliminação da dominação colonial.

“A independência nacional foi o ponto mais alto da materialização dos ideais de Eduardo Mondlane. Na verdade, o presidente Eduardo Mondlane preconizava um Moçambique próspero e desenvolvido, onde cada um devia desfrutar dos resultados dessa prosperidade. Tive a ocasião de ler a obra “Lutar por Moçambique” logo na sua primeira edição. Para mim, Eduardo Mondlane representa a força de unidade do povo moçambicano. A Frelimo e o povo moçambicano continuam com a sua obra, uma obra que atinge a dimensão continental e mundial”, disse.

Para ilustrar a dimensão humana e o amor que Eduardo Mondlane tinha para com o seu povo e pátria, o presidente-eleito do Conselho Municipal da Cidade da Matola observou que o fundador da Frelimo preferiu deixar uma vida de luxo nos Estados Unidos (era um funcionário sénior das Nações Unidas) para se entregar à causa da libertação da pátria.

Disse que os ideais de Mondlane estão a ser preservados pela juventude actual com a mesma dinâmica empreendida pelas gerações do 25 de Setembro, do 8 de Março e dos defensores da agressão da pátria.

“Com a direcção do Presidente Armando Guebuza estamos a marchar combatendo a pobreza. Isso está plasmado nos ideais de Eduardo Mondlane”, disse.

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Alberto Simango

FIGURA INCONTORNÁVEL

Maputo, Sábado, 31 de Janeiro de 2009:: Notícias

 

O presidente da Liga Moçambicana de Futebol, Alberto Simango, considerou Eduardo Chivambo Mondlane uma figura incontornável na história da libertação do país. Segundo afirmou, o que somos hoje deve-se ao arrojo do arquitecto da unidade nacional.

“Eduardo Mondlane é o pioneiro da luta de libertação nacional. Trata-se de uma figura que transcende todas as fronteiras. Como jovens, devemos nos inspirar nos seus ideais para os desafios do país, um dos quais a nossa independência económica”, disse.

Observou que graças ao sonho de Eduardo Mondlane gozamos hoje da liberdade e temos a nossa própria identidade como um povo. Como dirigente desportivo, Alberto Simango considera que a unidade nacional é um facto inquestionável e é fundamental para o alcance de vitórias nas competições internacionais.

“Na minha área, estamos, de facto, a cultivar a unidade nacional. Ela é fundamental para a vitória”, disse.

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António Palange

DEVIA SER HOMENAGEADO TODOS OS DIAS

Maputo, Sábado, 31 de Janeiro de 2009:: Notícias

 

O médico e líder do partido Congresso dos Democratas Unidos (CDU), António Palange, também disse ter partilhado alguns momentos inesquecíveis com Eduardo Mondlane. Disse que conheceu o fundador da Frente de Libertação de Moçambique na altura em que era professor no Instituto Moçambicano em Dar-Es-Salaam.

“Era um homem muito calmo, decidido a lutar até às últimas consequências. Preocupava-se muito com a formação dos moçambicanos. Era um intelectual de grande vontade, respeitava os que estavam em sua volta”, disse.

António Palange revelou que em Dar-Es-Salaam frequentava a casa de Eduardo Mondlane e até comia lá. A sua esposa, Janeth Mondlane era seu colega no Instituto Moçambicano.

“Ele estava engajado na libertação deste país e por isso quem o matou tinha os seus motivos. Mondlane é uma figura nacional e internacional. Portanto, penso que vai ser uma homenagem merecida”, afiançou.

Sobre os ideais, António Palange afirmou que eles estão a ser traídos. “O que está a acontecer é um capitalismo selvagem, onde poucos são ricos e a maioria a ver o comboio a passar. Há muita corrupção que é uma autêntica vergonha. Há regionalismo doentio. Não há unidade nacional”, rematou.

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