TIPOS TEXTUAIS E GÊNEROS TEXTUAIS - Estante da Denise



TIPOS TEXTUAIS E GÊNEROS TEXTUAIS

Apresentando a aula

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Bem-vindo à aula sobre tipo textual e gênero textual. Você está iniciando o seu curso de análise e produção de texto acadêmico. Neste curso você vai aprender primeiro a reconhecer e depois a produzir os diversos gêneros textuais da escrita acadêmica. Você vai aprender olhando, examinando, entendendo e depois redigindo os diversos textos que circulam no mundo acadêmico. Como já dizia Confúcio (151 a.C.): “O que eu ouço, eu esqueço. O que eu vejo, eu lembro. O que eu faço, eu entendo.”

Definindo os objetivos

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Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:

Compreender a noção de tipo textual e de gênero textual;

Reconhecer os principais tipos textuais usados nos gêneros da escrita acadêmica;

Compreender as características principais dos tipos textuais expositivo e argumentativo;

Identificar os principais gêneros de escrita acadêmica (resumo, fichamento, resenha, projeto, relatório, monografia);

Desenvolvendo a aula

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De acordo com os PCNs Parâmetros Curriculares Nacionais –PCNs-, ensinar língua significa ensinar diferentes gêneros textuais. A pergunta que você deve estar se fazendo é: Mas, afinal, o que são gêneros textuais? Existem diferenças entre gêneros textuais e tipos textuais? Por que os PCNs sugerem o gênero textual como um instrumento adequado para o ensino das práticas de leitura e produção de textos?

Vamos começar falando de tipos textuais e gêneros textuais. Como não existe consenso na literatura acadêmica especializada nessa área, vamos optar por um conceito prático de texto e gênero. Para isso, vamos nos valer da definição apresentada por Marcuschi (2002):

a) “Usamos a expressão tipo textual para designar uma espécie de seqüência teoricamente definida pela natureza lingüística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas). Em geral, os tipos textuais abrangem categorias conhecidas como: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção”.

b) “Usamos a expressão gênero textual como uma noção propositalmente vaga para referir textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sócio-comunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica. Se os tipos textuais são apenas meia dúzia, os gêneros são inúmeros”.

Como se nota na definição acima, narração, argumentação, exposição, descrição, injunção, que você já vem trabalhando na escola, desde o ensino fundamental, são tipos textuais, e não gêneros textuais. Enquanto os tipos textuais são definidos pelas características lingüísticas (escolhas de palavras, construções gramaticais, tempos verbais, relações lógicas) de sua composição, os gêneros textuais, por sua vez, são definidos pelas características de uso, definidas por conteúdos, objetivos, estilo e composição característica. Um gênero, então, é uma forma de expressão situada numa esfera comunicativa (por exemplo, uma monografia, no contexto da escrita acadêmica, um depoimento da testemunha, no contexto dos tribunais, um editorial, no contexto da mídia de notícias etc). Você deve estar se perguntando o que é uma esfera comunicativa. Citamos aqui novamente Marcuschi (2002):

c) ... falamos em discurso jurídico, discurso jornalístico, discurso religioso etc., já que as atividades jurídica, jornalística ou religiosa não abrangem um gênero em particular, mas dão origem a vários deles. Constituem práticas discursivas dentro das quais podemos identificar um conjunto de gêneros textuais que, às vezes lhe são próprios como práticas ou rotinas comunicativas institucionalizadas.

A figura abaixo ilustra o conceito de esfera social, ou domínio discursivo:

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Em:

No nosso caso, os gêneros em questão se agrupam nas esferas sociais escolar e científica, no domínio discursivo da escrita acadêmica.

O gênero é, então, uma unidade de linguagem em uso, na vida real, inserida numa moldura comunicativa de interlocutores (quem produz e quem recebe o texto) e intenções (ou finalidades, isto é, para que serve o texto). Desse modo, não é o aspecto formal e estrutural da língua que vão determinar o gênero, mas a sua natureza funcional e interativa.

O contexto físico e o contexto sócio-subjetivo interferem nas condições de produção e de recepção dos textos que caracterizam os diversos gêneros textuais. As condições de produção compreendem tempo, lugar físico e social, objetivo, canal e grau de formalidade.

Tempo: Refere-se a diferenças cronológicas, do ponto de vista cultural, social, político e econômico, bem como os graus de conhecimento compartilhado entre o produtor e o receptor dos textos, no momento da produção e recepção. Diferentemente dos gêneros da interação oral face a face, nos textos de escrita acadêmica o produtor e o leitor geralmente estão situados em diferentes momentos e é, portanto, necessário explicitar as informações básicas para contextualizar a informação.

Lugar: Designa o lugar físico da produção e recepção dos textos (escola, escritório, casa, empresa, mídia) bem como a posição social do produtor e receptor na interação (aluno, empregado, redator, jornalista, professor, cliente, amigo). Você, quando escrever um texto acadêmico, vai estar num lugar físico e ocupar um papel social diferentes dos lugares físicos e sociais dos seus possíveis leitores e/ou destinatários.

Objetivo da interação: Qual o efeito que o seu texto deve e espera produzir no receptor, isto é, para que serve o texto? Quando você escreve um texto, quais são as suas intenções? Será que a sua intenção comunicativa vai ser igual à interpretação do seu possível leitor?

Canal: Que canal é utilizado para a interação entre o produtor e o receptor do texto: papel, vídeo, e-mail, livro, revista, chat, videoconferência, telefone, telegrama, carta? Em outras palavras, qual o meio que você vai utilizar para a transmissão da mensagem?

Grau de formalidade da situação: A conjugação dos quatro fatores acima vai determinar o grau de formalidade da situação. Numa interação face a face entre amigos, num bate-papo, o nível de formalidade é bem baixo. Uma interação face a face num julgamento no tribunal vai ser muito mais formal. Igualmente, um gênero de escrita acadêmica, como o ensaio, é muito mais formal do que um bilhete ou um e-mail informal, trocado entre colegas de trabalho.

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ATIVIDADE 1

A atividade a seguir deve ser feita antes de prosseguir na aula. Caso você não consiga resolvê-la, retome a leitura do conteúdo a que ela se refere.

Leia atentamente o texto abaixo e responda às seguintes perguntas:

1) Em que momento e lugar o texto foi produzido? Quem é o (a) autor(a) e de que lugar social ele/ela fala? O que você sabe sobre sua atuação profissional?

2) Que informações sobre a realidade brasileira esse texto recupera?

3) Qual o objetivo comunicativo do texto?

4) A quem se destina o texto? Quais são as características que evidenciam o destinatário?

5) Que conhecimentos são necessários para que o leitor compreenda as informações subentendidas no texto?

6) Em sua opinião, o texto atinge seus objetivos comunicativos? Por quê?

7) A que gênero esse texto pertence? Quais são as características lingüísticas principais da composição desse gênero?



'É a pior calamidade ambiental que já enfrentamos', diz Lula, em SC

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu uma entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (26) no aeroporto de Navegantes, em Santa Catarina, após sobrevoar a região afetada pela chuva nos últimos dias. “É a pior calamidade ambiental que já enfrentamos”, afirmou. Ele retornou a Brasília por volta das 17h15.

O presidente sobrevoou as cidades de Itajaí, Luiz Alves e Navegantes. “Sou de uma região em que as pessoas passam mais da metade do ano pedindo para que chova. Em Santa Catarina, temos que pedir a Deus para parar de chover.”

Lula assinou, nesta quarta, uma medida provisória liberando R$ 1,6 bilhão para ajudar na recuperação de estradas, casas e para ações da Defesa Civil e das Forças Armadas. O dinheiro será usado para ajudar não só Santa Catarina, mas também outros estados que venham a sofrer com as fortes chuvas previstas para o verão.

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Para ver o vídeo, clique no link abaixo:



Tipos textuais

Os diferentes tipos textuais não são mutuamente exclusivos, isto é, não aparecem em um contexto de produção isoladamente. De forma geral, um gênero textual é composto de vários tipos textuais, dependendo das diferentes funções que o autor quer atingir. No exemplo usado na atividade 1, pode-se notar que o gênero notícia utiliza-se de estruturas narrativas, para contar o que foi feito pelo Presidente Lula, e estruturas descritivas, para descrever a situação das cidades nas enchentes e algumas medidas implementadas para tentar resolver o problema. Como vários tipos de organização textual podem ocorrer em um mesmo gênero, busca-se caracterizar o seu modo de organização predominante. Assim, no exemplo acima, o modo de organização textual predominante é o narrativo, com verbos usados geralmente no pretérito perfeito, como se vê nos trechos da notícia:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu uma entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (26) no aeroporto de Navegantes, em Santa Catarina, após sobrevoar a região afetada pela chuva nos últimos dias. “É a pior calamidade ambiental que já enfrentamos”, afirmou. Ele retornou a Brasília por volta das 17h15.

No restante do texto, vários verbos na terceira pessoa do pretérito perfeito também ocorrem, como: sobrevoou e assinou. Pode-se afirmar então que o gênero notícia utiliza-se predominantemente do modo de organização narrativo para relatar os fatos ocorridos.

Os tipos textuais são caracterizados pelas seqüências lingüísticas predominantes (escolhas de palavras, estruturas gramaticais, tempos verbais, relações lógicas).

Portanto, os gêneros textuais podem se constituir em diversos tipos textuais, que possuem finalidades específicas, conforme vemos abaixo:

|TIPOS TEXTUAIS |FINALIDADE |

|Descritivo |Caracterizar a paisagem, o ambiente, as pessoas e os objetos. |

|Narrativo |Contar fatos reais ou imaginários ou relatar acontecimentos que ocorreram em |

| |determinado lugar e tempo, envolvendo os participantes em ação e movimento no |

| |transcorrer do tempo. |

|Dissertativo |Apresentar informações sobre assuntos, idealmente de forma isenta e impessoal. |

| |Expor idéias, pensamentos, doutrinas, teses, argumentos e contra-argumentos. |

| |Envolve refletir, explicar, avaliar, conceituar, analisar, informar. |

|Argumentativo |Convencer, influenciar, persuadir as pessoas para realizar ações e alcançar |

| |objetivos. Consiste no emprego de provas, justificativas, com o objetivo de |

| |apoiar ou refutar teses. Envolve raciocínio para provar ou negar proposições. |

|Injuntivo |Dizer como fazer ou realizar ações; descrever e prescrever regras, normas para |

| |uso e regulação de comportamentos. |

|Dialogal |Interagir, através da troca entre pessoas, de idéias, sentimentos e informações |

| |sobre diferentes temas. |

Na esfera da escrita acadêmica, predominam os gêneros que se utilizam de seqüências dissertativas e argumentativas. Por essa razão, concentraremos o foco das nossas lições no estudo desses dois tipos textuais.

A nossa proposta consiste em trabalhar os gêneros dos tipos textuais expor e argumentar, com leve apoio do modo relatar (combinação de descrever e narrar), pois é nesses modos que se concentram os textos utilizados pelos produtores de escrita acadêmica.

O domínio discursivo acadêmico engloba uma grande quantidade de gêneros, tanto na modalidade escrita quanto na modalidade oral da sua comunicação. Na modalidade escrita, temos, entre outros: artigos científicos, relatórios científicos, notas de aula, diários de campo, teses, dissertações, monografias, artigos de divulgação científica, resumos de artigos, de livros, de conferências, resenhas, comentários, projetos, manuais de ensino, bibliografias, fichas catalográficas, currículos vitae, memoriais, pareceres técnicos, sumários, bibliografias comentadas, índices remissivos, glossários etc.

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Na modalidade oral, podemos citar conferências, discussões, exposições, aulas, entrevistas de campo, comunicações, aulas participativas, aulas expositivas, seminários, colóquios, argüição de tese, exame de qualificação, entrevistas de seleção etc.

É óbvio que em uma constelação tão ampla de gêneros textuais, temos que ser seletivos e optar por alguns gêneros que julgamos mais representativos das necessidades de escrita dos alunos. Privilegiamos a habilidade de escrita acadêmica, para fins de elaboração do programa. Com base nesses critérios, selecionamos os seguintes gêneros da escrita acadêmica para trabalhar em nossas lições:

1. Modo argumentativo: discutir problemas, negociar, sustentar ou refutar teses e argumentos – as estratégias de argumentação:

• Textos de opinião

• Ensaio

2. Modo expositivo – expor e relatar: documentar e relatar leituras, tarefas e pesquisas; transmitir e construir saberes; comunicar e divulgar diferentes formas de saberes.

• fichamento

• resumos de textos expositivos e explicativos

• relatório (de pesquisa de campo, de experimento científico, de fim de estágio)

3. Gêneros híbridos

• projeto.

• artigo

• pôster

• resenha

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Atividades propostas

Na análise e produção dos gêneros da escrita acadêmica, os alunos se engajarão em atividades de:

• Levantamento das características específicas de cada gênero acadêmico;

• Diagnóstico das estruturas e unidades lingüísticas textuais predominantes em cada gênero no processo de recepção e produção;

• Identificação de acertos e falhas em textos autênticos;

• Produção de textos em cada gênero acadêmico com base em:

o características de cada gênero

o textos-modelo

o exercícios de análise e interpretação

o tarefas de escrita e re-escrita, formatação e padronização.

• Exercícios sobre tópicos gramaticais com problemas mais comuns e críticos, de regência, concordância, construção, ortografia, pontuação e uso de conectores e palavras de ligação.

Como o material que produzimos é de natureza interativa, incluímos alguns links, para otimizar a aprendizagem dos alunos. Transcrevemos, a seguir, um trecho de um artigo sobre o hipertexto. O link abaixo lhe permite conhecer mais sobre as características do hipertexto:

Hipertexto



O hipertexto tem como princípio básico a construção de estruturas não lineares, que permitem ao usuário buscar informações utilizando seu próprio caminho, navegando em uma rede de nós, conectados por ligações que o levam a outros textos, imagens, sons ou vídeos. Os links desdobram-se, em um ambiente aberto à exploração e ao movimento.

Essa natureza não linear, ao contrário do texto impresso, não impõe ao leitor uma ordem hierárquica de frases, parágrafos, páginas e capítulos a serem seguidos. O hipertexto possibilita a disponibilização, na tela, de sugestões de caminhos, cabe ao usuário escolher qual trilha no ciberespaço vai seguir, não há, portanto, somente recepção, ele interfere, interage com o texto de forma imediata.

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Outra característica que diferencia o hipertexto do texto impresso é a sua facilidade de atualização, já que admite a inclusão de novos elementos a qualquer momento, num processo dinâmico de composição do conteúdo, enquanto na publicação impressa o conteúdo só se altera em outras edições.

Atividade:

Leia o texto abaixo e procure ver em que categoria ele se inclui. Produza um texto semelhante, com base em sua experiência textual.



Pela Internet

Gilberto Gil

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Criar meu web site

Fazer minha home-page

Com quantos gigabytes

Se faz uma jangada

Um barco que veleje

Que veleje nesse infomar

Que aproveite a vazante da infomaré

Que leve um oriki do meu velho orixá

Ao porto de um disquete de um micro em Taipé

Um barco que veleje nesse infomar

Que aproveite a vazante da infomaré

Que leve meu e-mail até Calcutá

Depois de um hot-link

Num site de Helsinque

Para abastecer

Eu quero entrar na rede

Promover um debate

Juntar via Internet

Um grupo de tietes de Connecticut

De Connecticut acessar

O chefe da milícia de Milão

Um hacker mafioso acaba de soltar

Um vírus pra atacar programas no Japão

Eu quero entrar na rede pra contactar

Os lares do Nepal, os bares do Gabão

Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular

Que lá na praça Onze tem um videopôquer para se jogar

Referências

MARCUSCHI,







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JURÍDICA

LITERÁRIA

ESCOLAR

JORNALIS-TICA

FAMILIAR

RELIGIOSA

CIENTÍFI-CA

COMERCIAL

ESFERAS SOCIAIS

Fichamentos

Monografia

Artigo

Textos opinião

opiniãoopiopinião

Projeto

Resumos e pôster

Ensaio e resenha

Relatório

ESFERA DA ESCRITA ACADÊMICA

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