HISTÓRIA - UOL



LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA LUSO–BRASILEIRA

NAS QUESTÕES NUMERADAS DE 01 A 11, ASSINALE A ÚNICA ALTERNATIVA CORRETA.

Texto para as questões 01, 02 e 03

Carta

01. Considere as seguintes afirmativas referentes à leitura interpretativa do texto acima.

I) A carta de Drummond, na forma de um soneto, expressa o desencanto existencial de um homem já maduro.

II) O 2º verso (“Ficaram velhas todas as notícias”) é a justificativa que o remetente apresenta para há muito não ter escrito, para uma pessoa tão querida.

III) A expressão “Deus te abençoe” comprova a íntima relação afetiva entre o remetente e o destinatário.

IV) O texto é uma carta, marcada lingüísticamente, pelo emprego da 2ª pessoa gramatical e do discurso.

São corretas as afirmativas:

a) I, II, III e IV. b) I, II, III, somente. c) II, III, IV, somente. d) I, III, IV, somente.

02. Segundo o eu–lírico, remetente dessa carta, os sinais que ele traz no rosto são lembranças da (s):

a) carícias que a mãe lhe fazia no rosto.

b) brincadeiras do seu tempo de menino.

c) da vida do seu tempo de menino.

d) da vida ao menino que fora.

03.

No fragmento acima a flexão do verbo olhar no __________marca a presença da função _________ da linguagem.

Preenche corretamente as lacunas, a seguinte alternativa:

a) indicativo, referencial.

b) imperativo, conativa.

c) infinitivo, metalingüística.

d) subjuntivo, fática.

Texto para as questões 04 e 05

Acordou com a sensação aguda de um sonho degolado e viu diante de si a chapa cinzenta e gelada da vidraça, o olho esquadrado da madrugada que entrava, lívido, cortado em cruz e escorrente de transpiração condensada. Pensou que a mulher se esquecera de correr o cortinado ao deitar-se, e aborreceu-se: se não conseguisse voltar a adormecer já, acabaria por ter o dia estragado. Faltou-lhe porém o ânimo para levantar-se, para tapar a janela: preferiu cobrir a cara com o lençol e virar-se para a mulher que dormia, refugiar-se no calor dela e no cheiro de seus cabelos libertos. [...]

(Embargo, José Saramago.)

04. Neste fragmento do primeiro parágrafo do conto Embargo, de José Saramago, o terror que o protagonista irá viver, no decorrer dele, já se anuncia na seguinte adjetivação metafórica:

a) sonho degolado.

b) chapa cinzenta.

c) transpiração condensada.

d) cabelos libertos.

05. Considere o emprego dos recursos coesivos destacados nas seguintes passagens do texto:

Esses coesivos seqüenciais introduzem idéias de natureza, respectivamente:

a) substantiva e adjetiva. b) adverbial e adjetiva.

c) adjetiva e adverbial. d) substantiva e adverbial.

06.

ALINE – Adão Iturrusgarai

Considere as seguintes afirmações sobre o texto da tira acima:

I) Há uma perfeita adequação entre a natureza do texto e o nível de linguagem empregado.

II) Marca, sintaticamente, o nível não–padrão no emprego do pronome ela como objeto direto.

III) No campo lexical, o não–padrão se revela com “uma profissa” e “um trato”.

IV) O humor se concretiza com os sentidos diferentes que pai e filho atribuem à forma verbal “ensina”.

São corretas as afirmativas:

a) I, II, III e IV. b) II, III e IV, somente. c) II e III, somente. d) I e IV, somente.

07.

NÍQUEL NÁUSEA – Fernando Gonsales

Assinale a alternativa que mostra o recurso lingüístico de que se valeu o autor para construir o humor na tira acima.

a) A interpretação dada à onomatopéia no último quadro.

b) O emprego repetido de reticências.

c) O uso de expressão típica da narrativa: “Era uma vez ...”

d) O emprego do presente “vou contar” pelo futuro.

08.

A leitura dessa estrofe evidencia a seguintes característica da poesia épica renascentista:

a) A perspectiva humanista: homem como um empreendedor.

b) Racionalismo: razão como parâmetro de observação e interpretação da realidade.

c) A presença do maravilhoso pagão.

d) A afirmação da nacionalidade: o valor lusitano.

09. Sua leitura atenta das “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, permitiu-lhe ver como o narrador desmascara a sua própria hipocrisia e a da sociedade que o rodeia. Isso foi possível dada a seguinte situação deste narrador, evidenciada na obra:

a) é de 3ª pessoa: onisciente e onipresente.

b) goza da impunidade de ser um “defunto–autor”.

c) é um filósofo criador da teoria do humanitismo.

d) é de 1ª pessoa, testemunha ocular do romance adúltero entre Brás Cubas e Virgília.

10.

Nessas estrofes do poema “Ainda uma vez, adeus”, de Gonçalves Dias, o eu–lírico:

a) insatisfeito, evade-se da realidade por meio da morte.

b) transfere à poesia, o que ele próprio não conseguira, a missão de comover a amada.

c) rompe com o platonismo contemplativo e seduz a amada.

d) racionaliza a impossibilidade de viver com a amada.

11. A poesia do heterônimo Álvaro de Campos, do poeta Fernando Pessoa, pode ser distribuída em três fases, conforme a seguir se descreve:

A – Decadentista: “os poemas expressam um irremediável tédio diante da vida e do mundo.”

B – Futurista: “a poesia da energia explosiva, de urbanidade, da eletricidade das cores, dos sons ...”

C – Pessoal: “a poesia expõe uma profunda crise de identidade, sua aridez interior, seu abatimento.”

Relacione as fases com os fragmentos que seguem, colocando a letra A, B ou C nos parênteses.

Fragmento 1

( ) À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fábrica

Tenho febre e escrevo.

Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,

Para a beleza disto, totalmente desconhecida dos antigos.

Fragmento 2

( ) Ao toque adormecido da morfina

Perco-me em transparências latejantes

E numa noite cheia de Brilhantes

Ergue-se a lua como a minha Sina.

Fragmento 3

( ) Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo ...

E enquanto tarda o Abismo e o silêncio quero estar sozinho!

Fragmento 4

( ) Não sou nada.

Nunca serei nada.

Não posso querer ser nada.

À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

A alternativa que apresenta a identificação, na seqüência correta, conforme a descrição apresentada, para cada fase da poesia de Álvaro de Campos é:

a) A , B , C , C b) A , C , B , A c) C , C , A , B d) B , A , C , C

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Olha, em relevo, / estes sinais em mim, não das carícias / (tão leves) que fazias no meu rosto / são golpes, são espinhos, são lembranças / da vida a teu menino, que ao sol–posto / perde a sabedoria das crianças.

“... olho esquadrado da madrugada que entrava, lívido, cortado em cruz e escorrente de transpiração condensada”.

“... e aborreceu-se: se não conseguisse voltar a adormecer já, acabaria por ter o dia estragado.”

69

Dá Veloso espantado um grande grito:

– Senhores, caça estranha, disse, é esta!

Se inda dura o Gentio antigo rito,

A deusa é sagrada esta floresta.

Mais descobrimos do que humano espírito

Desejou nunca; e bem se manifesta

Que são grandes as cousas e excelentes,

Que o mundo encobre aos homens imprudentes.

(Camões, Aguilar, Ilha dos Amores)

XV

[...]

És doutro agora, e pr’a sempre!

Eu a mísero desterro

Volto, chorando o meu erro,

Quase descrendo dos céus

Dói-te de mim, pois me encontras

Em tanta miséria posto,

Que a expressão deste desgosto

Será um crime ante Deus!

[...]

XVIII

Lerás porém algum dia

Meus versos, d’alma arrancados,

D’amargo pranto banhados,

Com sangue escritos; – e então

Confio que te comovas,

Que a minha dor te apiede,

Que chores, não de saudade,

Nem de amor, – de compaixão.

(Gonçalves Dias)

Há muito tempo, sim, que não te escrevo.

Ficaram velhas todas as notícias.

Eu mesmo envelheci: Olha, em relevo, estes sinais em mim, não das carícias

(tão leves) que fazias no meu rosto:

são golpes, são espinhos, são lembranças

da vida a teu menino, que ao sol-posto

perde a sabedoria das crianças.

A falta que me fazes não é tanto

à hora de dormir, quando dizias

“Deus te abençoe”, e a noite abria em sonho.

É quando, ao despertar, revejo a um canto

a noite acumulada de meus dias,

e sinto que estou vivo, e que não sonho.

(Carlos Drummond de Andrade)

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