A quinta coluna do Diário de Notícias da Bahia 1935-1941



II Encontro Nacional da Rede Alfredo de Carvalho

Florianópolis, de 15 a 17 de abril de 2004

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GT História das Mídia Impressa

Coordenação: Prof. Luís Guilherme Tavares (NEHIB)

A quinta coluna do Diário de Notícias da Bahia 1935-1941

José Carlos Peixoto Júnior*

*Jornalista e Mestre em História Social pela Universidade Federal da Bahia

Resumo

Este artigo deriva da dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em História Social da Universidade Federal da Bahia, defendida e aprovada em 14 de julho de 2003. Trata-se do trabalho A ascensão do nazismo pela ótica do Diário de Notícias da Bahia: 1935-1941; Um estudo de caso. Ao longo desse período, o vespertino da cidade do Salvador desenvolveu ampla campanha política favorável à Alemanha Nazista. Este artigo busca analisar o discurso do jornal sob a perspectiva histórica, contemplando algumas variáveis de cunho político que nortearam o episódio. O Diário de Notícias, jornal pertencente a figuras de destaque das elites políticas baianas, é avaliado como um órgão de imprensa enquadrado no modo de produção capitalista, suscetível às investidas dos diversos agentes que se interpuseram à sua trajetória no período em questão. Este trabalho também busca resgatar fatos que, até então, passaram despercebidos da atenção acadêmica ao longo dos últimos setenta anos e que dizem respeito à história da imprensa na Bahia e no Brasil.

Palavras chaves: fascismo, nazismo, imprensa, jornal

A quinta coluna do Diário de Notícias da Bahia 1935-1941

Ao Diário de Notícias! A palavra de ordem ecoou nas ruas do centro de Salvador no mês de agosto de 1942. Setores da população soteroplitana mostravam-se indignados com a postura editorial assumida pelo vespertino baiano ao longo dos últimos sete anos e rumaram para a redação do veículo no sentido de empastelá-lo. Entre 1935 e 1941 o Diário de Notícias da Bahia havia encetado ampla campanha favorável à política nazista. O jornal refletia o esforço das autoridades do IIIº Reich em divulgar o ideário nazi em todas as partes do mundo. O veículo fora instrumentalizado pelas autoridades germânicas que atuavam no Brasil. Tal ação, vale frisar, fora desencadeada com a anuência do governo de Getúlio Vargas e a colaboração de expressivos setores das elites políticas baianas. O jornal se transformara, ao longo desse período, num panfleto propagandístico nazista.

Era justificável o ato de rebeldia dos populares de Salvador. O povo estava revoltado com a agressão nazi na costa brasileira. A Alemanha “punira” o Brasil pelo rompimento diplomático ocorrido em janeiro desse ano. A ação alemã resultou no afundamento de sete embarcações brasileiras deixando o saldo de 300 mortos. Agora a população exigia a entrada do país na luta internacional antifascista e já podia externar sua opinião quanto à barbárie que a Alemanha desencadeava no palco Europeu. Nesse momento, o Estado Novo iniciava seu declínio e o Diário de Notícias era tido como um aparelho da quinta coluna.

Neste artigo buscaremos elucidar alguns aspectos dessa passagem da história da imprensa no Brasil. Trabalharemos em três eixos de entendimento. Num primeiro momento nos debruçaremos na análise, ainda que sucinta, do papel da imprensa na esfera pública. Na seqüência procuraremos entender a atuação do Diário de Notícias nas searas política regional e nacional e as interfaces dessa atuação com os objetivos germânicos. Por fim, veremos alguns aspectos do intenso diálogo que se registrou entre os interesses alemães em terras brasileiras e a ação de mídia desencadeada pelo Ministério da Propaganda germânico no país, tomando como parâmetro a posição editorial do jornal.

Foram pesquisadas 2.200 edições do jornal. Desse total, 345 matérias foram fotografadas e catalogadas por data e número da publicação. Oitenta dessas matérias passaram pelo processo de digitalização. Esse número refere-se ao universo trabalhado na análise que resultou na dissertação supracitada. Vale lembrar que outras fontes foram de extrema importância para a elaboração deste trabalho, a exemplo dos documentos que dizem respeito à atuação do Partido Nazista (NSDP) no Brasil e militantes nazis em Salvador. É com base nesse acervo técnico-documental que construímos este artigo.

O papel da imprensa na esfera pública

Os métodos de elaboração e divulgação do jornal moderno nas décadas de 30 e 40 serão sustentados por sistemas industriais. Diferente do que ocorreu nos séculos XVIII e XIX, quando o jornalismo limitava-se à prática panfletária, o chamado “jornalismo romântico”, a imprensa do século XX adicionará um novo componente: a mercantilização do espaço gráfico. Não só informação jornalística. A publicidade integrará esta nova dinâmica, enquadrando a imprensa no modo de produção capitalista.

Nessa fase, a produção jornalística incorporará um novo modelo: a reportagem com publicação diária. Um novo produto para uma sociedade ávida de consumo, que se transforma e urbaniza. Sua difusão se deve à aceleração da distribuição e da informação (estrada de ferro, automóvel, avião e o telégrafo sucedendo aos pombos correios).

É no século XX que constituem-se as grandes agências de notícias (Domenach, 1963, p.16). Até a primeira década do século XX o domínio francês foi quase hegemônico nesse mercado mediante a atuação da agência Havas. Finalizada a Iª Guerra Mundial os norte-americanos passam a controlar o setor por intermédio da agência Reuter. Após o Tratado de Versalhes, as duas empresas decidem quase que dividir o mercado mundial (Rangel, 1991, p.171-172).

O oligopólio da informação por parte de norte-americanos, ingleses e franceses refletia o esforço dessas potências em consolidar suas áreas de influência (Ibidem., p.172). Esse controle será conduzido mediante a divulgação de pontos de vistas e conceitos ideológicos introduzidos nas notícias enviadas por essas agências (Lage, 1981, p.21). Pelo fato de pertencer a um país derrotado, a agência alemã Wolff fora exclusa na distribuição desse bolo. Um duro golpe a ser revidado a partir dos anos 30 com a atuação da Transocean[1].

Diante de tal cenário, que reflete a nova dinâmica de atuação da imprensa internacional no século XX, é inequívoco que a prática jornalística deva ser compreendida como um campo de tensão e disputa dos mais diversos interesses, do ponto de vista interno e externo à essa prática. Trata-se de uma reflexão do papel da imprensa na esfera pública. Retratadores ou projetadores de fatos? Mouilland (2002) compreende que a produção das notícias não é apenas uma propriedade laborativa da mídia, mas o fim de um trabalho de construção social. Neste aspecto, refutamos as considerações reducionistas e simplificadoras acerca do fazer jornalístico, que vêem o trabalho da imprensa apenas como um instrumento de manipulação do público receptor.

Consideramos que essa praxis está sujeita a uma série de intervenções oriundas do mercado e também daqueles que estão no interior da sua operação (repórteres, editores etc). A imprensa pauta e é pautada. Conforme Bourdie (1997), o campo do jornalismo “é constantemente vulnerável à prova de veredictos”. Por outro lado, o capital político que a imprensa acumulou no início do século XX foi consolidado na presumível sustentação da “verdade”. E é com este “selo” que o jornalismo “carimba” sua mercadoria.

Esse campo de tensões e disputas é entendido por Jürgen Habermas (1984) como resultado da ação dos “interesses estranhos” que procuram influenciar o jornalismo. Segundo o autor alemão, a imprensa, tida por ele como “instituição por excelência da esfera pública”, é um empreendimento originado da ação privada mas torna-se objeto de interesse público a partir da sua inserção na sociedade moderna, quando consolida-se o Estado Burguês de Direito.

Nessa compreensão, a imprensa será alvo dos diversos agentes que compõem a esfera pública no sentido de utilizá-la como um instrumento que projete suas opiniões, buscando torná-las hegemônicas e consensuais na sociedade e, até mesmo, transvestindo-as de “opinião pública”. Segundo Habermas: “é uma aparelho (a imprensa) que certamente representa um máximo de público e um mínimo de opinião” (ibidem, p.230).

Governos, partidos políticos, entidades da sociedade civil, empresas e diversos outros agentes estarão operando com e na imprensa. Investimentos de imensas verbas serão canalizados para os chamados veículos de comunicação de massa. Esta uma realidade da imprensa moderna. Claro. O jornalismo moderno se consolida na sociedade do século XX como um dos maiores instrumentos de difusão e visibilidade na esfera pública internacional, a arena onde as agências de notícias atuarão disputando espaços.

O capital político almejado pelo Estado e pelos demais agentes é uma forma de capital simbólico, posto que a notoriedade oferecida pelos mídias garante a visibilidade da imagem dessas instituições na esfera pública. Neste sentido, Max Weber (2001), de forma genérica e até mesmo radical, classifica os jornalistas “como os mais notáveis representantes da demagogia”.

Fica evidente que o jornalismo não só reporta fatos ao público receptor, mas também se encarrega de construí-los, lê-los, organizá-los, direcioná-los e publicá-los conforme os níveis de interesses que se interponham à sua dinâmica. Traquina (1999) classifica os jornalistas como “construtores de realidades” e não apenas observadores passivos do processo. Para ele,

as notícias não podem ser vistas como emergindo naturalmente dos acontecimentos do mundo real; as notícias acontecem na conjunção de acontecimentos e de textos. Enquanto o acontecimento cria a notícia, a notícia também cria o acontecimento (ibidem., p.168).

Nesse contexto, o autor critica o que chama de “ideologia da objetividade”, um entendimento positivista do campo jornalístico. E esta compreensão, certamente, não consegue responder às questões que se impõem ao fazer jornalístico, que muito se distancia de uma ação estática, passiva, que se ordenaria apenas a partir de um empirismo “despretensioso” do seu modos operandi. A prática da imprensa tem provado exatamente o contrário.

O DNB e o Brasil pós 30

No período em foco, o jornalismo no Brasil se ajustará à realidade dos acontecimentos políticos. A Revolução de 1930 procurava colocar o país no trilho do desenvolvimento, jogando na modernização das instituições e dos meios de produção o desafio de encarar esse novo momento. Os meios de comunicação do Brasil se adaptam à essa nova realidade (Bahia: 1990) e o DNB assume essa condição moderna, enquadrando-se na perspectiva do jornalismo “objetivo”. Sua estrutura gráfica contempla a apresentação das notícias no formato de índice, um mosaico de assuntos postos à disposição dos consumidores de informação. O leque de temas era amplo. Acontecimentos espetaculares, histórias sombrias e misteriosas e o enquadramento de fatos envolvendo pessoas, crimes, dramas passionais, destaques e projeções sociais recheavam as páginas do DNB na década de 30. Ainda assim, o vespertino da Rua Santos Dumont guardava diversas características da chamada imprensa literária ou publicista. A postura de jornal de “dono-editorialista-escritor” mescla-se, mas não tenciona, com o jornalismo-indústria, que é marcante no veículo. A convivência dessas duas realidades é uma característica do Diário de Notícias entre 1935 e 1941.

Ao longo de quase um século (1875-1981) o DNB exerceu considerável influência na vida política e cultural do Estado, mantendo intenso diálogo com as classes empresariais baianas, vide a Associação Comercial da Bahia. Por sua direção editorial passaram políticos de destaque da seara local, a exemplo do deputado federal pelo PSD Altamirando Requião, aguerrido getulista de primeira hora que apoiou a trajetória do presidente-ditador desde a Revolução de 1930, e Antônio Balbino de Carvalho, também ligado ao PSD que adere à política de Vargas no final da década de 30. Balbino veio a ser governador da Bahia em 1954. Um e outro serão peças chaves para compreender a adesão do jornal à causa nazista.

Na política regional o jornal postou-se, a partir de 30, em campo antagônico aos projetos dos setores políticos hegemônicos da Bahia. Apoiou a interventoria do capitão Juraci Montenegro Magalhães e, posteriormente, sob o tacão do Estado Novo, a interventoria de Landulfo Alves. Na primeira situação contrariou a posição das elites políticas locais, que não digeriram o fato do comando do Estado ser entregue pela revolução a um militar cearense.

Ao tempo que se alinhava à política de Vargas, o jornal foi construindo seu discurso nazistoide. Alimentava o imaginário do “Estado forte”, do monolito político “inquebrantável”. Para Altamirando Requião, o liberalismo era um regime em fase terminal e que tinha conduzido o Brasil à desorganização política. Escreve o autor após a Intentona Comunista de 1935:

O regime de governo existente no Brasil encontra-se no grave estado a que muitos morbos assaltaram (...) propõe-se a junta médica que, hoje o socorre e orienta, fazê-lo recuperar a sua saúde para a obra urgente do futuro. O tratamento vai começar, ao que se afirma, com a Lei de Segurança Nacional, prestes a entrar na Câmara Federal. Depois será completado com os mais oportunos recursos da Ciência do Direito, da Moral e da Economia. Não nos desiludamos, por enquanto. Vamos esperar (...) Mas, se , depois de todos os esforços, notificarmos afinal que a doença é incurável, não haverá outro caminho...Paz à alma do extinto... (Diário de Notícias, 12/11/35, edição nº 9534, capa).

O jornalista reporta-se à sociedade imputando-lhe a ameaça do “tratamento” para a “debilitação” do Estado, “a que muitos morbos assaltaram”. O autor justificará a brutal repressão que será desencadeada contra os opositores do regime, equiparando-a a um remédio necessário. E esses “medicamentos” serão representados pela Estado de exceção (os recursos da Ciência do Direito e da Moral) e pelo processo de intervenção gradual na vida econômica. É a própria negação da individualidade e da pluralidade social, transformando, a fórceps, a sociedade num monolito de interesses.

De forma paralela, emerge o discurso nazista:

O ano de 1933 foi o da Revolução alemã (...) A Alemanha de Hitler vive, tornando-se uma realidade fortíssima que ninguém mais pode eliminar (...) o Nacional-socialismo alemão está predestinado a fazer escola e servir de exemplo para o mundo (Diário de Notícias, 29/01/1935, edição nº 9302, p. 3).

O jornalista refere-se ao aniversário de dois anos do regime nazista à frente do poder. O fato é marcado por editorial publicado no dia 29 de janeiro de 1935. De título O primeiro ano de evolução Nacional-socialista na Alemanha, o texto afirma que aquele regime poderia servir de “exemplo para o mundo”.

Os textos citados refletem uma construção política em curso no país. O regime do Estado Novo, decretado dois anos após essas publicações, se não assimilou todas as concepções ideológicas das matrizes européias (Alemanha e Itália), reproduziu, no entanto, diversas características do fascismo italiano e do nazismo alemão. De acordo com Eliana Dutra (1997), a finalidade totalitária que permeava o caldo político-literário-intelectual do Brasil nesse período sustentava-se, basicamente, em quatro palavras chaves: anticomunismo, trabalho, pátria e moral. Diz a autora:

A partir desses quatro pilares, espraiou-se pelo todo social um conjunto de práticas, normas e valores que confluíam para a preservação da ordem e da estabilidade social; para o controle das diferenças sociais, para o enquadramento do mundo do trabalho; para a racionalização do poder; unificando numa perspectiva totalitária empresários, integralistas, igreja, parlamentares, chefes de governo, burocracia estatal, intelectuais e imprensa... (Dutra, 1997, p.17).

Requião assimilava o discurso de diversos intelectuais que se encarregaram de “pensar” o país naquele momento, a exemplo de Gustavo Barroso, Oliveira Viana, Tenório de Albuquerque e Azevedo Amaral. Barroso chegou a ser respeitado na Alemanha nazista pela sua produção literária, tendo suas obras elogiadas pelo jornal Der Sürmer, pertencente a Julius Streicher, o “papa” do racismo alemão (Carneiro: 1988). Já Azevedo Amaral teve diversas participações no DNB, sempre acompanhadas pelo enunciado: Comissão de Doutrina e Divulgação; Exclusividade para o Diário de Notícias da Bahia. Esses mesmos intelectuais estiveram presentes, a partir de 1941, na propagação dos ideais do Estado Novo por intermédio da publicação de artigos na revista Cultura Política: Revista Mensal de Estudos Brasileiros, editada pelo poderoso Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). Essa publicação é tida por alguns autores como o principal órgão teórico do regime.

Altamirando Requião estava entre os intelectuais de menor grau hierárquico em relação ao “primeiro time” de pensadores do Estado Novo. O jornalista, ainda que tivesse assumido o cargo de deputado federal pelo Partido Social Democrático (PSD) da Bahia até dezembro de 1937, orbitava em torno da sociedade política nacional sem no entanto exercer maiores influências sobre o pensamento da mesma[2].

O Diário de Notícias não altera sua linha editorial quando Antônio Balbino de Carvalho assume o controle administrativo-editorial da empresa. Para adquirir o jornal, em 1939, Balbino teve como avalista o coronel Franklin Lins de Albuquerque, chefe político de inclinação integralista da cidade de Pilão Arcado, situada no nordeste da Bahia.

Um dos primeiros editoriais do DNB quando Balbino assume o jornal é publicado em 04/01/1940 com o título O conceito de opinião. O liberalismo é novamente condenado mediante a afirmação dos ideais propostos pela Revolução de 1930 e consolidados no Estado Novo. Pois...

Estavamos no paraíso da mystifação. Franquias liberaes só para a rethorica dos seus falsos apostolos, a serem notadas de longe, para inglês ver (...) A revolução de 30 veio com o seu programa de restauração moral dos nossos costumes políticos. Para corrigir erros do passado.

Nesse mesmo texto, o Diário de Notícias de Balbino reiterará as virtudes do regime do Terceiro Reich, que há sete anos assumira o poder:

Na Alemanha, no governo militarizado de Hindemburgo, num pleito presidencial – Hitler, o seu grande adversário, conseguiu uma votação que, entre nós, jamais alcançaria um opposiocionista, embora este se chamasse Ruy Barbosa. E só com um regime de justiça, de aproveitamento de aptidões, de largo desenvolvimento de educação popular, chegaremos a essa situação. Não é bastante que neste grande país os governos sejam operosos e honestos (Diário de Notícias, 04/01/1940, edição nº 10.776, capa).

Estando a serviço da consolidação do regime de Vargas e tendo como referência a ascensão da Alemanha nazista, já em guerra nesta data, assim como Requião, Balbino também comporá o grupo de intelectuais que difundirá a visão de mundo dos segmentos dominantes. No texto citado, a “educação popular”, na verdade doutrinação, projeta a possibilidade de uma trilha comum entre o Brasil e a Alemanha, onde, segundo o editorial, havia se instalado “um regime de justiça, de aproveitamento de aptidões, de largo desenvolvimento de educação popular”.

Tais manifestações de apreço à causa nazista e o paralelo ideológico traçado entre as realidades do Brasil e da Alemanha por parte dos dois jornalistas (Requião e Balbino) não devem ser avaliadas de forma isolada da dinâmica econômica que envolvia os dois países. Era forte atuação do capital alemão no Estado desde o início do século XX, que exercia significativa influência na Associação Comercial da Bahia (Sampaio, 2001, p. 1847 in ), entidade que representava a elite econômica regional. Os setores de exportação de fumo e cacau tinham decisiva participação do capital germânico, assim como o setor de equipamentos de ferragens da praça de Salvador. O fumo baiano era um dos principais itens de exportação para a Alemanha.

No que se refere às relações econômicas entre os dois países, em 1938 25% do total das importações do Brasil eram de origem germânica. Nas exportações, nesse mesmo ano, a Alemanha situava-se em segundo lugar, contribuindo com 19% das compras dos produtos nacionais (Corsi: 2000). Econômica e ideologicamente o Brasil aproximava-se a passos largos da Alemanha.

Não sem razão que entre os principais anunciantes de peso do DNB estavam poderosas empresas germânicas sediadas no Estado. Registramos farta participação de material publicitário de firmas como a Westphanlen Bach, Krohn e Cia (setor de ferragens), a Suerdick e a Danemann (fumo) e a Viação Aérea Condor, pertencente à companhia de aviação germânica Deutsche Lufthansa. René Gertz (1996) chama-nos atenção para o fato de que muitos integrantes do NSDAP no país mantivessem relacionamento de trabalho com empresas alemãs que aqui operavam, sendo (por parte deles) “a adesão ao partido quase uma obrigatoriedade” (Gertz, op., cit., in tau.ac.il/eial/VII_1/index.html#articulos).

E toda essa movimentação se refletia nas operações políticas efetuadas pela Embaixada alemã no Brasil. A imprensa será o principal palco dessa atuação. É o que veremos a seguir.

A mídia alemã no Brasil

A partir do final da década de 80 alguns trabalhos sobre a atuação do Partido Nazista (NSDAP) no Brasil começaram a ser publicados. Ester Coehn (1988), Luiz Edmundo Moraes (1996) e Ana Maria Dietrich (2001) revelaram importantes aspectos dessa operação em diversos estados do país, inclusive na Bahia onde em Salvador funcionou o sexto círculo político do NSDAP. Já o professor Francisco Carlos Teixeira (in O Globo: 2001), da UFRJ, elucidou detalhes da máquina de mídia montada pela Embaixada alemã a partir da capital federal. Essa estrutura já fora apontada pelos jornalistas Joel Silveira (1990) e Geneton Moraes (1990) no livro-reportagem O Pacto Maldito. Nesse trabalho, os repórteres já apontavam o diálogo intenso estabelecido entre os jornais cariocas O Meio Dia e a Gazeta de Notícias.

O Diário de Notícias da Bahia se envolveu nesse enredo. É plausível que o jornal tenha obtido subvenções dos agentes alemães. Há claras pistas de que isso tenha ocorrido. No final da década de 40 o Departamento de Estado dos EUA, analisando a situação política no Brasil, citava em documento interno: “jornais de considerável importância em São Paulo, Rio de Janeiro e na Bahia têm recebidos subsídios da Transocean” (Silveira, Moraes: 1990).

O jornalista João Falcão, ex-militante do PCB da Bahia nos anos 40 e 50, afirma que essa operação só teria ocorrido na gestão de Balbino a partir de 1940[3], com a intermediação de um tio seu, o jornalista Geraldo Rocha, empresário de comunicação radicado no Rio de Janeiro. Mas cremos que os investimentos germânicos no jornal já transcorriam desde o início do século XX, principalmente após a Iª Guerra Mundial.

De acordo com a professora Consuelo Novais Sampaio (2001, in), o jornal já era germanófilo desde a 1ª Guerra Mundial e se postava como representante dos interesses da Associação Comercial da Bahia. A propaganda nazista no veículo decorreu desse discurso germanófilo trabalhado no jornal a partir desse período. Requião e Balbino, possivelmente, atuaram como agentes dessa intermediação.

O Discurso do BNB

A participação de articulistas alemães no jornal foi intensa a partir de 1935. Corroborando com o imaginário construído pelo Estado Novo, esses “colaboradores” apresentarão a Alemanha sob vários ângulos: social, econômico, político, religioso etc. Hermann Dudennhoeffer, Ernest Müller, Walter Gros, Otto Ernest, Conde Sohwerin von Krosigk, o Barão von Rheinbaben e Karl Schwendemann estarão entre os primeiros a ocupar as páginas do jornal para propagandear os feitos do governo do Terceiro Reich. As mensagens terão como alvo, indubitavelmente, os formadores de opinião, brasileiros e estrangeiros residentes na capital baiana. O objetivo era estabelecer o elo entre a Alemanha que se edificava sob a égide da suástica e a comunidade alemã (o Volk) residente na Bahia. Um comentário muito comum nas páginas do Diário de Notícias durante o ano de 1935:

A mensagem salvadora de Hitler, que num apelo à idéia nacional, exige das classes abastadas sacrifícios enormes e auxilia, visivelmente, as classes populares mais expostas a toda sorte de sofrimentos, dando-lhes trabalho e auxiliando grandes transformações econômicas jamais testadas anteriormente, faz nascer naquele povo de grande cultura novas esperanças contra as forças destruidoras que emanam do tratado de Versalhes (Hermann Dudenhoeffer, Diário de Notícias, 1935, edição nº 9321, p. 2)

A primeira pergunta que surge: qual a intenção dessa narrativa, feita por um alemão e publicada num jornal do Nordeste do Brasil? Não sendo notícia e sim comentário, e com alto teor propagandístico, a que público se queria atingir? Segundo Hanna Arendt (1988):

“...o domínio totalitário (nazista) procura restringir os métodos propagandísticos unicamente à sua política externa ou às ramificações do movimento no exterior, a fim de lhes fornecer material adequado (...) Na medida do possível, estabelece-se, logo na fase anterior à tomada do poder, a diferença entre a doutrina ideológica (...) e a propaganda para o mundo exterior” (Arendt, ibidem, p.392).

E é esta propaganda para o “mundo exterior” o que vai ser observado, seguramente, no Diário de Notícias. Um jornal que atuava numa sociedade que, à época, registrava alto índice de analfabetismo: cerca de 92% da população (Sampaio, 1995, p.86 in). Este percentual deduz um diminuto número de leitores de jornais[4]. A Salvador dos anos 30, ainda que empreendesse um processo de transformação urbana, contava com reduzidíssimo público consumidor de bens culturais. Mantinha-se estagnada neste aspecto e colocava-se à margem do processo de modernização que se processava em outros centros do país (Miguez, 2002, p. 87).

À medida que os fatos políticos do Brasil evoluíam para a consolidação de um regime parafascista, que culminou com a decretação do Estado Novo, o jornal mostrava-se cada vez mais um aguerrido propagandeador do regime nazista. Advogava em suas páginas teses racistas, anti-semitas e anti-comunistas ao tempo que publicava diversos artigos dando conta da situação interna da Alemanha, comparando-a, sempre, à brasileira, principalmente no que se refere ao ordenamento da vida social (mundo do trabalho, questões de gênero, economia etc.). Ia de encontro ao imaginário construído pela direita internacional no período, que sustentava uma articulação judaico-bolchevique para esmagar a civilização cristã-ocidental. A presença do próprio ministro Goebbles na condução desses discursos foi marcante no DNB, como se vê nesse trecho de matéria publicada logo após a Intentona Comunista de 1935:

(...) o bolchevismo procura conscientemente revolucionar todos os povos (...) o brutal e impiedoso dominio desta desvairada organização partidaria e do Estado, por uma pequena minoria terrorista constituida na sua maior parte por elementos judeus (...) Depurado e unificada pelo Nacional Socialismo, a Allemanha sabe bem, ao conduzir, á frente de todos os grupos com a mesma tendencia esta luta contra a bolchevização internacional do mundo, que a missão que tem a cumprir é uma missão mundial, a qual ultrapassa seus objetivos nacionaes e de cujo exito depende o destino de todos os povos civilizados (...) (Diário de Notícias, 16/12/35, edição nº 9562, capa).

O jornal tornara-se uma espécie de porta voz dos interesses germânicos e atuava como peça de propagação dos ideais nazis em terras baianas. Não com a intenção, cremos, de cooptar gente da terra para sua seara ideológica, mas de marcar presença no seio da significativa e influente comunidade teuto que se fixara e se enraizara economicamente no Estado desde o início do século XX.

O panfleto de guerra

A posição editorial do DNB ganha postura de panfleto quando eclode a IIª Grande Guerra. Sob o comando de Antônio Balbino, o vespertino soteropolitano passará a publicar um volume maior de despachos da agência Transocean. O órgão noticioso alemão progressivamente vai ampliando sua participação nas páginas do DNB à medida que o conflito avança. Agora os discursos de Adolf Hitler e seus auxiliares diretos, transmitidos pela Rádio Berlim, são transcritos e publicados, na íntegra, no jornal. Os textos, por vezes, ocupavam até meia página. As imagens também serão trabalhadas no intento de apresentar o Führer em poses de destaque, com olhar infinito, mirando o futuro ou mesmo conversando sorridente com populares e crianças. Foram inúmeras as inserções de fotografias do líder alemão nas páginas do jornal baiano no período em questão.

A intenção era buscar neutralizar a atuação das agências e órgãos noticiosos ligados aos países aliados, a exemplo da Inglaterra, que por intermédio da agência Reuters e da Rádio BBC de Londres inicia uma ofensiva midiática no espaço brasileiro. A BBC, à época, já se constituía no maior parque radiofônico da Europa. A primeira transmissão para o Brasil, em língua portuguesa, aconteceu no dia 14 de março de 1938. A manchete do primeiro programa, apresentado pelo jornalista Manuel Braune, o "Aimberê", era: "O senhor Hitler entrou hoje à noite em Viena" (.br). A BBC começara o que ficou registrado na sua história como a “era de ouro” da emissora. O impacto da rádio inglesa, que repercutia por todo o mundo os pronunciamentos dos líderes britânicos, a exemplo do próprio Wilson Churchill, político dotado de oratória invejável, era constante motivo de atenção por parte dos colaboradores alemães do Diário de Notícias.

Não sem razão que a participação da Transocean no DNB será “explicada” pelo editor apoiando-se na tese da sua “imparcialidade” e “honestidade” de informação, contrapondo-se, segundo ele, às distorcidas informações transmitidas pelos órgãos ligados aos países aliados. Neste sentido, vale registrar que desde meados das década de 30 o DNB já contava com colunas voltadas à essa tarefa, são elas: Como elles torcem a verdade, Dos sectores alemães e A propaganda anti-germância.

E o jornal “prepara” o leitor para o incremento da atuação da Transocean em suas páginas no momento em que a Alemanha invadia a Polônia, dando início ao conflito:

A “Agencia Transocean” que, pela sobrieidade de seus comentários e pela abundancia do seu serviço informativo, se tem feito acreditar como uma das mais conceituadas e prestigiosas do mundo, nos fez chegar, agora, um serviço interessantíssimo sobre a “verdadeira história da guerra contra a Polônia”, cuja publicação começamos hoje. É o novo serviço constituído pelos comunicados do exército alemão, dia a dia, nas três semanas em que lutou contra a Polonia, dominado-a por completa, e pelas “informações” de outras fontes, também relatadas dia a dia. Do cotejo de uma e outras, o leitor intelligente, que já sabe do desenrolar dos acontecimentos, poderá ajuizar quaes as que são merecedoras de fé. E tudo isso servirá como documentos para a história exacta e fiel da grande guerra que está ensaguentando a Europa (Diário de Notícias, 08/04/1940, edição nº 10.858, capa).

Dava-se início a uma fase das grandes manchetes e capas no jornal no sentido de heroificar os feitos do Terceiro Reich. A partir de agora as vitórias alemãs no conflito serão enaltecidas entusiasticamente, não havendo nenhum espaço para manifestações contrárias. Do ponto de vista jornalístico, também não se encontrará nem uma publicação ou mesmo uma simples matéria que supostamente buscasse um discurso mais analítico sobre o quadro europeu. No que se refere aos acontecimentos locais, é registrada uma significativa diminuição desses assuntos. O DNB convertera-se num diário nazista, e não escondia essa condição.

A guinada

Essa postura editorial acaba em janeiro de 1942. Não havia mais espaço político no Brasil para ações de mídia do NSDAP. Internamente, o governo Vargas assistia a disputa política entre Osvaldo Aranha e Filinto Muller, acirrada a partir de março de 1942. Muller é destituído do cargo de Chefe de Polícia do Distrito Federal, o que provoca reações enérgicas por parte da embaixada alemã, que trata o Brasil como um “protetorado dos Estados Unidos” (Hilton: 1977). Muller estava protegendo espiões alemães presos pela Delegacia de Ordem Política e Social (DOPS).

As ações nazistas em solo brasileiro estavam sendo desbaratadas e o trabalho de imprensa também foi afetado. Ainda assim, com a impossibilidade de atuação dos funcionários da embaixada, que chegara a ter 300 pessoas envolvidas nessa operação (Teixeira, op., cit.,, in...), o NSDAP investirá em jornalistas brasileiros para continuar realizando o serviço. Um deles era o cearense Geraldo Melo Mourão, que trabalhava no jornal pró-nazista do Rio de Janeiro Gazeta de Notícias. Mourão, militante integralista desde 1935, “mantinha íntimas ligações com representantes da agência de notícias alemã Transocean” (Hilton, op., cit.).

A iniciativa das autoridades alemãs não surtiu efeito. Os jornais diários pró-nazistas mudaram suas orientações editoriais. A partir de agosto de 1942, o Diário de Notícias passa a trabalhar apenas com despachos da agência inglesa Argos, desconfigurando totalmente o discurso produzido ao longo dos últimos sete anos. Nesse mesmo ano o jornal fora vendido ao condomínio dos Diários Associados. O país também iniciava seu processo de mudanças rumo à democracia. Passara-se mais uma fase das trevas nas imprensas da Bahia e do Brasil.

Conclusão

O caso Diário de Notícias da Bahia reflete o jogo de interesses na esfera pública internacional num determinado momento histórico. A disputa pela hegemonia e controle do capital político/simbólico entre as correntes ideológicas que se digladiaram no período em questão (liberais, comunistas e nazifascistas) resultou, no Brasil, na maior visibilidade daqueles que advogavam a causa do Estado forte. As condições políticas foram favoráveis para que isso ocorresse.

Alguns autores rechaçam a possibilidade de maiores identificações entre o projeto político do Estado Novo e as experiências que se processavam na Itália, Alemanha, Hungria, Espanha e Portugal, para destacar os regimes de direita em maior evidência no período. Ainda que entre essas experiências ocorressem notórias diferenças, e até mesmo divergências, coadunamos com a tese da universalidade possível do fascismo proposta por Reich (1988). Entendemos o regime estadonovista como uma espécie de fascismo a tupiniquim que compôs um determinado bloco político nesse momento histórico. E o DNB da Bahia foi uma das caixas de ressonância desse bloco, trabalhando no sentido de cristalizá-lo ideologicamente.

No campo da imprensa, o comportamento editorial de um veículo passa, necessariamente, pela compreensão da sociedade na qual o mesmo está inserido. Trata-se da relação do jornal com seu público, o que enseja opinião, aprovação, desaprovação, composição, oposição, distanciamento ou aproximação. Esta dinâmica, de alguma forma, elucida aspectos referentes às opções editoriais abraçadas pelos órgãos de imprensa e seu nível de repercussão na opinião pública.

O DNB dedicou-se à tarefa de cristalizar um imaginário ao tempo que se distanciou da maior parte do público leitor da região onde operava. Vinculou-se a uma estratégia de mídia internacional movido por notórios interesses econômicos que, de alguma forma, coadunavam com as inclinações políticas daqueles que o gestavam editorialmente. O jornal não se importou com nenhum tipo de repercussão na opinião pública. Ao contrário, vendeu seu espaço, publicou opiniões e buscou fazer delas consensos públicos. É o que entendemos.

Bibliografia

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23- WEBER, Max – Ciência e Política; Duas vocações. Martin Claret, São Paulo: 2002.

Edições do Diário de Notícias da Bahia

1. Diário de Notícias, S/D, 1935, edição nº 9321

2. Diário de Notícias, 29/01/1935, edição nº 9302

3. Diário de Notícias, 12/11/35, edição nº 9534

4. Diário de Notícias, 16/12/35, edição nº 9562

5. Diário de Notícias, 04/01/1940, edição nº 10.776

6. Diário de Notícias, 08/04/1940, edição nº 10.858

Entrevistas

1 - João da Silva Falcão. Militante comunista nas décadas de 40 e 50, advogado e jornalista. Fundador da Revista Seiva e dos jornais O Momento (órgão do PCB) e Jornal da Bahia. Concedeu entrevista em 26/09/2001.

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[1] Agência alemã que teve forte atuação a partir de 1933.

[2] Como deputado federal, no período de 1935 a 1937, Altamirando Requião se apresentou como um parlamentar em defesa da classe dos bancários. Na Câmara Federal, propôs Projeto de Lei no sentido de regulamentar a profissão, estabelecendo um piso mínimo de salário para a categoria.

[3] Informação fornecida durante entrevista concedida em 26/09/2001.

[4] Não encontramos nenhum documento que exibisse os números de circulação do Diário de Notícias neste período. Os exemplares do jornal não traziam esta informação.

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