O QUE É MICROCREDITO - Curso de Teologia à Distância e ...



Criado como uma alternativa ao crédito tradicional, o microcrédito foi popularizado a partir de 1976 pelo professor Muhamad Yunus, em Bangladesh. Atualmente, a modalidade de crédito vem crescendo no país e se tornando um aliado dos micro e pequenos empreendedores.

O QUE É MICROCREDITO?

O microcrédito nasceu da necessidade de se criar uma alternativa de crédito para as pessoas físicas e jurídicas do setor formal e informal que não tem acesso ao sistema formal de crédito (sistema bancário tradicional) e desejam montar, ampliar ou obter capital de giro para um pequeno negócio. O conceito de microcrédito nega algumas das principais características do sistema tradicional de crédito.

Tradicionalmente, o crédito é fornecido baseado nas garantias, solidez, patrimônio e tradição financeira do pleiteante.

Já o microcrédito é fornecido baseado principalmente na análise sócio-econômica do cidadão, onde pesa, principalmente, a avaliação subjetiva relativa às intenções e potencialidades do cliente, feita pelo Agente de Crédito. Poderíamos dizer que, enquanto o sistema de crédito tradicional está calcado na agência, suas normas e procedimentos de crédito, o microcrédito está baseado no Agente de Crédito e na sua capacidade de avaliação do cliente. No sistema tradicional, o cliente vai ao banco. No microcrédito, o banco vai ao cliente (o Agente de Crédito visita a casa e/ou negócio do cliente).

Vale salientar que instituições que operam com microcrédito, como ONG's, OSCIP's e Banco do Povo, emprestam dinheiro para negócios com mais de um ano de existência, concentrando no fornecimento de capital de giro. Algumas poucas emprestam para ampliação do negócio (giro + investimento fixo). A atuação desses pequenos fundos na área de apoio à criação de novos negócios é contestada de forma quase consensual internacionalmente, tendo em vista o alto custo, riscos envolvidos na operação. Portanto, é preciso diferenciar estas duas modalidade de apoio aos pequenos negócios à luz do microcrédito:

Microcrédito tradicional - Empréstimos para empreendimentos existentes que pelos seus próprios meios atingiram a sustentabilidade

Microcrédito para criação novos negócios - Empréstimo para pessoas empreendedoras que possuem boas idéias, viáveis e que precisam de recursos para montar o negócio.

CARACTERÍSTICAS QUE DIFERENCIAM AS OPERAÇÕES

NEGÓCIO EXISTENTE X CRIAÇÃO NOVO NEGÓCIO

|Característica |Negócio existente |Novo negócio |

|Qualidade do empreendedor |Avaliação do empreendimento real através de visita ao|Avaliação mais subjetiva, prognóstico do futuro, capacidade |

| |negócio funcionando, clientes, fornecedores e |empreendedora, idéia, viabilidade destas idéias. Aposta no |

| |vizinhos. |potencial do negócio e da pessoa |

|Qualificação do Agente de |Qualificação do Agente de Crédito |Exigem Agente de Crédito melhor qualificado, capaz de |

|Crédito | |assessorar a montagem do plano de negócio, com conhecimentos |

| | |técnicos e gerenciais específicos |

|Custo |Elevado custo na relação empréstimo/custo operacional|Custo ainda maior pela necessidade de, além do |

| |em decorrência do baixo valor do empréstimo e da |acompanhamento, através de visita, prestar assistência |

| |necessidade de acompanhamento da operação, através de|técnica gerencial até que o negócio encontre sua |

| |visitas ao negócio pelo Agente de Crédito |sustentabilidade. Exige um tipo de incubação aberta. |

|Prazo de financiamento |Financia principalmente capital de giro - 30 a 90 |Financia investimento fixo -12 a 24 meses. A dilatação do |

| |dias. Baixo risco pelo retorno rápido do empréstimo |prazo de retorno do empréstimo aumenta o risco da operação |

|Rotação do Fundo |Alta rotação - quantidade grande de operações muito |Baixa rotação - operações de longa duração 12 a 24 meses |

| |pequenas | |

|Valor do financiamento |Inicia com uma operação de pequeno valor seguido de |Não é possível adotar a metodologia do valor crescente dado |

| |novas operações de valor crescente, de acordo com a |que tem que financiar a montagem do negócio: equipamentos, |

| |pontualidade do cliente |matéria prima etc. |

|Destinação dos recursos |Cheque na mão do cliente, que define o seu destino |Pagamento diretamente a fornecedores de matéria prima e |

| |dentro do negócio |equipamento, reduzindo risco de desvio dos recursos para |

| | |outras finalidades |

|Qualificação |A participação em cursos voltado ao empreendedorismo |A participação na qualificação em empreendedorismo é |

| |é aconselhável, mas não obrigatória |pré-requisito para obtenção do crédito |

|Grau de inadimplência |Além de alavancar os pequenos negócios está focado na|Focado na redução do elevado índice de mortalidade de novas |

|aceitável da carteira |sustentabilidade da instituição de microcrédito. Por |empresas, por isso mais flexível no grau de inadimplência da |

| |isso, muito rigorosa no grau de inadimplência da |carteira Inadimplência aceitável da carteira- paralisa a |

| |carteira. Inadimplência aceitável da carteira - |operação quando excede 10% de inadimplência |

| |paralisa a operação quando excede 5% de inadimplência| |

|Carência |Não tem carência |Carência inicial em função da necessidade de um prazo para |

| | |montagem do negócio e início do faturamento |

Fonte da Tabela: Manual de Microcrédito do Governo Estadual do Rio Grande do Norte, elaborado por Carlos Aquiles Siqueira e José Carlos Iglezias Pereira

ORIGEM DO MICROCREDITO

A primeira manifestação de microcrédito da qual se tem notícia ocorreu no sul da Alemanha em 1846. Denominada Associação do Pão, ela foi criada pelo pastor Raiffeinsen que, após um rigoroso inverno, deixou os fazendeiros locais endividados e na dependência de agiotas. O pastor cedeu-lhes farinha de trigo para que, com a fabricação e comercialização do pão, pudessem obter capital de giro. Com o passar do tempo, a associação cresceu e transformou-se numa cooperativa de crédito para a população pobre.

Em 1900, um jornalista da Assembléia Legislativa de Quebec criou as Caisses Populaires que, com a ajuda de 12 amigos, reuniu o montante inicial de 26 dólares canadenses para emprestar aos mais pobres. Atualmente, estão associados às Caisses Populaires cinco milhões de pessoas, em 1,329 mil agências.

Nos Estados Unidos, em 1953, Walter Krump, presidente de uma metalúrgica de Chicago, criou os "fundos de ajuda" nos departamentos das fábricas, onde cada operário participante depositava mensalmente U$ 1,00 destinado a atender aos associados necessitados. Posteriormente, os fundos de ajuda foram consolidados e transformados no que foi denominado Liga de Crédito. Após esta iniciativa, outras se sucederam, existindo atualmente, a Federação das Ligas de Crédito, operadas nacionalmente e em outros países.

Provavelmente, entre 1846 e 1976, muitas outras manifestações pontuais e isoladas devem ter ocorrido ao redor do planeta com características de microcrédito, porém o grande marco que desenvolveu, difundiu e serviu de modelo para popularizar o microcrédito foi a experiência iniciada em 1976 em Bangladesh, pelo Professor Muhamad Yunus. Observando que os pequenos empreendedores das aldeias próximas à universidade onde lecionava eram reféns dos agiotas, pagando juros extorsivos e, mesmo assim, pagando corretamente, o professor Yunus começou a emprestar a essas pessoas pequenas quantias com recursos pessoais, que depois ampliou, contraindo empréstimos. Com o passar do tempo, obteve ajuda de bancos e instituições privadas, criando, em 1978, o Grameen Bank e o modelo atual de microcrédito, que atualmente pode ser definido como sistema de crédito diretamente relacionado ao combate à pobreza, através do financiamento aos micro produtores, via grupos solidários, que prestam garantia mútua dispensando a garantia tradicional dos bancos. O crédito é evolutivo, podendo iniciar com U$ 10,00, porém a média de empréstimo é de U$ 100,00. As mulheres representam 96% dos clientes do Banco. Doze milhões de cidadãos de Bangladesh já foram atendidos pelos programas do Grameen.

A experiência do Grameen gerou a revolução do microcrédito no mundo, onde hoje existem programas nele espelhados em sessenta países, inclusive alguns considerados ricos, como o Canadá, França e Estados Unidos

MITOS E REALIDADES

O trabalho do Banco Grameen, em Bangladesh, do Banco Sol, na Bolívia, do Banco Rakyat, na Indonésia, e outros, reflete algumas dos exemplos na entrega de créditos de pequena escala que vêm emergindo nos últimos anos. Entretanto, muitos programas de crédito não crescem no mesmo patamar de sucesso dessas instituições devido aos comuns mal entendidos sobre as limitações dos pobres e as atividades econômicas deles.

A seguir estão os mitos mais comuns encontrados nos programas de microcrédito de baixa performance:

 

|MITO |REALIDADES |

|Microempreendedores têm que ser cuidados porque eles são pobres. |Microempreendedores tem conhecimento sobre como fazer negócios em sua |

| |economia local. Eles normalmente têm anos de experiência em seu ramo, |

| |trabalhando com dedicação e determinação. Acreditar na inteligência e no |

| |conhecimento de negócios dos clientes é necessário. |

|Microempresas são atividades redundantes, que deveriam ser |Microempresas tornam viáveis atividades locais importantes que deveriam ser |

|substituídas por negócios maiores, dando emprego a várias |valorizadas. Estas atividades econômicas de pequena escala são negócios |

|pessoas. |válidos que devem ser encarados com seriedade. |

|A taxa de juros para os pobres deve ser subsidiada |A taxa de juros da microfinança tem que refletir custos operacionais para |

| |alcançar sustentação. Organizações que fazem grandes números de pequenos |

| |empréstimos terão custos de transação altos e precisarão cobrar taxas mais |

| |altas do que as taxas comerciais. Entretanto, as taxas de microfinança |

| |continuam menos significantes do que as exorbitantes taxas cobradas por |

| |agiotas que emprestam dinheiro e outras fontes onde os pobres pegam |

| |emprestado. |

|O crédito sozinho não tem uso. Ele tem que vir junto com |Apesar de que programas que trazem crédito junto com outros serviços possam |

|treinamento, marketing, tecnologia e outros serviços. |parecer ideais, eles requerem grandes subsídios e provaram ser |

| |insustentáveis. A abordagem minimalista usada pelo Banco Grameen e outros |

| |mostrou que clientes podem usar o crédito em pequenas quantidades para |

| |começar ou melhorar a utilidade de suas microempresas. Prover marketing e |

| |muitas outras áreas de serviço é válido, mas eles tem melhor proveito se |

| |usados separadamente. |

|Não se pode confiar créditos aos pobres. As necessidades de |O reembolso dos empréstimos de milhões de clientes de microfinança é uma |

|consumo dos pobres são tão urgentes que qualquer empréstimo irá |prova empírica de que os pobres são merecedores de crédito. |

|ser usado rapidamente para o consumo. | |

|Os pobres não sabem economizar. |As grandes taxas de economias noticiadas por várias organizações de |

| |microfinanças demonstra que os pobres dão valor às economias assim como dão |

| |valor ao crédito. |

|Pobreza tem um efeito incapacitador deixando os pobres sem ter |O extraordinário sucesso de instituições que deram empréstimos a mais de dez |

|como melhorar suas condições. |milhões de clientes pelo mundo, a grande maioria estando abaixo da linha da |

| |pobreza, prova sem nenhuma dúvida a habilidade dos pobres de melhorar suas |

| |vidas com sua própria ingenuidade e esforço. |

FONTE - UNDP, MicroStart - a Guide for Planning, Starting and Managing a Microfinance Programme - Tradução Karen Siqueira

LIÇÕES E EXPERIENCIAS BEM SUCEDIDAS

- Trabalhar diretamente na comunidade

Assistentes deveriam visitar os bairros e vizinhanças pobres quase que diariamente, vendo se existem clientes e explicando requisitos para potenciais clientes. Eles devem fazer encontros nas comunidades. Se o projeto está sendo feito em uma área rural, assistentes devem visitar cidades e vilas, talvez semanalmente

- Simplificar procedimentos de aplicação (questionários)

A experiência tem mostrado pouca diferença no retorno dos empréstimo entre projetos que "escrevem um livro" em cada requerente e outros que reduzem a aplicação a uma ou duas páginas. No pequeno empréstimo, confiar na observação atenta para escolher um cliente é a ferramenta mais efetiva para a segurança do empréstimo.

- Fornecer o crédito rapidamente

Requerentes de empréstimo ficam desencorajados se eles têm que esperar meses antes de receber serviços. Eles estão acostumados com pessoas que emprestam dinheiro (agiotas) e que fazem isso imediatamente. Projetos bem administrados fornecem crédito em menos de um mês e freqüentemente dentro de uma semana. Eles distribuem subseqüentes empréstimos mais rápido ainda.

- Não há necessidade de registros e planos de negócios complexos

Apenas uma pequena quantidade de fazendeiros, comerciantes e pequenos fabricantes faz registro e planos de qualquer tipo. Logo, serão bem sucedidos os programas que não fazem esse tipo de exigência.

- Não há necessidade de garantia eliminando a maioria dos candidatos potenciais

Mecanismos alternativos, entre estes o aval solidário, onde donos de negócios são mutuamente responsáveis por reembolsar empréstimos, substituem efetivamente as garantias convencionais. A reputação individual na comunidade é mais importante do que a colateral.

- Trabalhar com atividades econômicas existentes, não importa o quanto são pequenas ou trabalhar com as que estão começando, de acordo com a comunidade que se está trabalhando

Iniciar por grandes empreendimentos raramente leva ao sucesso e requer grandes investimentos por meses e às vezes anos.

- Focar inicialmente no mercado local

Empresários locais e pequenos fazendeiros podem achar "nichos" geralmente invisíveis para especialistas de fora. Esforços para achar novos mercados quase sempre são caros e difíceis.

- Iniciar com um pequeno empréstimo e ir ampliando aos poucos

Iniciar por pequenos empréstimos não só testa a capacidade do cliente de reembolsar, mas também deixa o cliente ver se o empréstimo irá ou não, de fato, ajudar o crescimento do seu negócio. Estes empréstimos devem ser pagos em prestações iguais e freqüentes (semanalmente, de duas em duas semanas ou mensalmente).

- Fornecer empréstimos maiores baseados em reembolsos bem sucedidos

Todos os programas bem sucedidos tem um sistema bem definido que fornece empréstimos crescentes baseados em reembolsos bem sucedidos.

- Cobrar uma maior taxa de atração do que o mercado

Pela perspectiva das pessoas que pegam empréstimos, o crédito rápido é mais importante do que uma taxa baixa de atração. Pela perspectiva de quem empresta, atração tem que cobrir os custos da transação e os custos da operação do projeto.

- Aceitar os clientes, com seus trabalhos de amizade e com suas relações dentro da comunidade, terá um papel principal na promoção do projeto

Os clientes formam seus próprios grupos e dão um ao outro conselhos e assistência, reduzindo os custos do programa sensivelmente. Ao mesmo tempo, esta interação intensa serve para desenvolver um comprometimento entre os clientes, para o projeto e para eles mesmos.

- Desenvolver projetos em grande escala, auto suficientes, proveitosos, trabalhando em coordenação próxima com bancos locais

O envolvimento do setor financeiro formal é vital se os esforços pretendem alcançar uma parte significante dos pobres rurais e urbanos de uma determinada área geográfica.

- Trabalhar em horário compatível com as necessidades dos clientes pobres

O horário em que o setor bancário formal funciona é incompatível com o horário dos trabalhadores pobres.

FONTE - UNDP, MicroStart - a Guide for Planning, Starting and Managing a Microfinance Programme - Tradução Karen Siqueira

DICA (LEGISLAÇÃO )

Lei n° 9790, de 23 de março de 1999

Define os requisitos que devem ser cumpridos pelas pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos a fim de serem qualificadas como Sociedade Civil de Interesse Público e institui a regras que regem seu funcionamento e controle, incluindo acordo de cooperação que deve reger as relações entre as referidas sociedades e o setor público.

Decreto n° 3100, de 30 junho de 1999

Regulamenta a lei n° 9790 definido os aspectos vinculados aos requisitos para autorização, funcionamento e supervisão das Sociedades Civis de Interesse Público.

Portaria n° 361, do Ministério da Justiça

Regulamenta os procedimentos para a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.

Medida provisória n° 1965-11, de 3 de fevereiro de 2000

Exclui do alcance da lei da usura as Sociedades Civis de Interesse Público e as Sociedades de Crédito para o Microempreendedor

Medida provisória n° 2143-33, de 31 de maio de 2001

Altera a redação do art. 18 da Lei n° 9790 de 23 de março de 1999.

Medida provisória n° 2113-32, de 21 de junho de 2001

Inclui as OSCIP como beneficiárias de doações nos termos e condições estabelecidos pelo inciso II do parágrafo 2° da Lei n° 9249, de 1995.

Resolução do Banco Central n° 2874, de 26 de julho de 2001

Dispõe sobre a constituição e o funcionamento de sociedades de crédito ao microempreendedor (SCM) definindo as normas sobre a natureza, constituição, capital mínimo e sua integralização, seu marco operacional, limites individuais de crédito, proibições, postos de atendimento e supervisão das Sociedades de Crédito ao Microempreendedor , assim como os a forma de atuação do BC em relação as mesmas.

Circular Banco Central n° 2915, de 5 de agosto de 1999

Estabelece os procedimentos relativos à autorização e ao funcionamento das Sociedades de Crédito para o Microempreendedor.

Circular Banco Central n° 2898, de 29 de fevereiro de 2000

Estabelece os padrões contábeis para as Sociedades de Crédito para os Microempreendedores com base naquelas vigentes para as companhias financeiras.

PASSO-A-PASSO PARA OBTENÇÃO DO MICROCRÉDITO

1- Quando devo procurar uma instituição de Microcrédito

Se você tem um negócio formal ou informal funcionando a mais de seis meses e necessita de recursos de capital de giro, você é um cliente potencial de uma instituição de microcrédito. Se você não sabe o que é microcrédito leia a parte conceitual deste conteúdo para se entender. Porém, o mais importante é saber que as instituições de microcrédito, segundo o modelo conceitual de atuação, emprestam pequenas quantias de forma rápida sem a burocracia e exigência dos bancos tradicionais.

2 - Quais os pré-requisitos para obter o microcrédito

De um modo geral as instituições de microcrédito fazem poucas exigências para fornecer o crédito. A principal exigência é possuir o cadastro limpo no SERASA (consulte o cadastro do SERASA aqui), SPC e no caso de bancos oficiais CADIM. Outras exigências muito comuns feitas pela instituições de microcrédito são:

- Ser maior de idade ou menor emancipado.

- O negócio funcione no mínimo entre 8 a 12 meses (varia de instituição para outra).

- O negócio seja a principal atividade do cliente

- O negócio esteja localizado na área geográfica de atuação da Agência

- Exercer atividade que não tenha caráter delituoso e que não agrida o meio ambiente.

- Ter endereço fixo e residir na cidade, pelo menos, de um a dois anos.

- Não ser parente de pessoas ligadas à instituição de microcrédito

3- Quais são as condições do crédito

Cada instituição tem seu procedimento, mas de um modo geral o crédito pode ser enquadrado nas seguintes condições:

Valor - financiamento de pequena monta até R$ 5 mil. Algumas instituições chegam operar até o limite de R$ 10 mil

Forma de empréstimo - crescente. Inicia com um empréstimo muito pequeno (R$ 200 a R$ 500) e à medida que o cliente vai honrando as operações o valor do empréstimo vai aumentando

Prazo do financiamento - curto prazo de 15 a 90 dias, renovável com valor crescente.

Forma de pagamento - diária, semanal, quinzenal ou mensal

Garantia - aval solidário, fundo de aval, aval tradicional. Algumas instituições como o Banco do Povo do Rio de Janeiro estão testando emprestar sem qualquer garantia.

Tipo de crédito - O microcrédito é fornecido principalmente para capital de giro. Algumas instituições oferecem empréstimo para capital misto (giro+ investimento fixo) para ampliação do negócio. Com raríssimas exceções as instituições de microcrédito atuam em empréstimos para criação de novos negócios

4 - Como encontrar a instituição de microcrédito

Agora que você já conhece um pouco de microcrédito e chegou a conclusão que atende as condições para obter esta modalidade de crédito, resta encontrar na sua cidade ou cercanias uma instituição que preste o serviço. Normalmente o microcrédito é prestado por ONG's, OSCIP's e bancos estatais. Uma boa pista é que um grande número destas instituições levam o nome de Banco do Povo. No nordeste, você encontrará o CrediAmigo do Banco do Nordeste. Outra instituição que atua em todo o país é o CEAPE (Centro de Apoio aos Pequenos Empreendimentos).

Você não precisa sair batendo de porta em porta para descobrir uma instituição de microcrédito, o GERANEGOCIO já fez este trabalho para você. Desenvolvemos uma ferramenta de busca especializada em microcrédito que denominamos Ger@credito. Basta você acessar e definir os parâmetros da sua busca e o Ger@credito achará as instituições para você. Encontrando alguma dificuldade em usar o Ger@credito, visite as instruções passo-a-passo de uso da ferramenta.

5 - O primeiro contato e a verificação cadastral

Você acessou o Ger@credito e encontrou algumas instituições de microcrédito na sua cidade? Então chegou a hora de visitá-las e comparar as diferentes condições de crédito ofertadas. No Assistente Financeiro, do GERANEGOCIO, você encontrará 20 ferramentas de auxílio à tarefa de cálculo dos juros, prestações etc. Tendo dificuldade na utilização dessas ferramentas veja o passo-a-passo de cada uma delas. Continuando com dificuldade recorra ao serviço de atendimento on-line do GERANEGOCIO: o Ger@tendimento.

Escolhida a instituição de microcrédito vem o primeiro contato para obtenção do crédito. Neste contato, o agente de crédito fará uma série de perguntas visando montar um cadastro preliminar para verificar se você atende aos requisitos mínimos de contratação. Após o preenchimento, ele marcará data para o seu retorno. Neste meio tempo, ele consultará o SERASA e o SPC para checar o seu nada consta

6 - A visita do agente de crédito

Verificado que você tem um cadastro limpo e atende as exigências da instituição, o agente de credito marcará uma visita ao seu negócio. O que ele vai fazer? Lembre-se de que falamos que o microcrédito está mais baseado na avaliação do agente do que nas suas condições de garantia. O agente de microcrédito é treinado para fazer uma avaliação precisa do seu negócio, das suas relações (o que os vizinhos pensam de você), dos seus clientes, das suas condições socioeconômicas, das suas atitudes e da seriedade dos seus propósitos. Esta avaliação subjetiva, com base nos dados objetivos coletados, valerá muito mais na hora de liberar o crédito. O agente de crédito fará também um levantamento do fluxo de caixa do seu negócio para avaliar a sua capacidade de pagamento, verificar qual o valor da prestação que você suporta pagar e conseqüentemente o limite de crédito que será liberado.

7 - O desenvolvimento do grupo solidário

Na área do conteúdo de crédito em "Garantias e suas modalidades" você poderá tomar conhecimento de todas as modalidades de garantias viáveis para uma operação de crédito. Porém, no microcrédito usa-se normalmente como garantia a fiança, fundo de aval e aval solidário. No entanto, devido a dificuldade de se obter um fiador e a demora na obtenção da garantia por fundo de aval, a garantia que tem se mostrado mais rápida e eficiente, conseqüentemente predominante é do Grupo Solidário de Aval.

E o que é o Grupo Solidário de Aval?

Na falta do fiador, você deve mobilizar um grupo de outros micro empresários interessados em obter crédito e que estão dispostos de forma voluntária a dar garantia solidária aos outros participantes do grupo: cada participante do grupo é avalista da operação dos demais participantes. Se alguém no grupo não paga a prestação os demais membros do grupo serão responsáveis e solidariamente pagarão pelo inadimplente. Portanto, é importante que as pessoas do grupo se conheçam há algum tempo, morem e tenham o negócio perto, sejam amigos, debatam exaustivamente a operação de aval solidário antes de ter certeza de assumir o compromisso. Nunca aceite estranho no grupo por camaradagem ou indicação. Só seja avalista de pessoas que você conhece, convive há algum tempo, sabe do seu comportamento na comunidade e que não venha trazer problemas futuros para o grupo.

8 - A proposta de crédito

Atendidas todas as exigências, preenchidos os formulários de cadastro, lavratura da ata de constituição do grupo de aval solidário entra-se na fase de fechamento da proposta de crédito. É aqui que se define o valor do financiamento, juro, valor e número de prestações etc. Fechada a proposta o Agente de Crédito dá o seu parecer e encaminha ao comitê de crédito

9 - A avaliação da Proposta de Crédito

O agente de crédito encaminha a proposta para o comitê de crédito do agente financeiro, que é a instância máxima de decisão sobre a concessão ou não do crédito e é constituído, normalmente, de três ou mais especialistas de crédito. Perante o comitê, o Agente de Crédito apresenta o projeto ou proposta, o seu parecer e toda documentação. Ele presta verbalmente esclarecimentos e responde aos questionamentos dos membros do comitê. De posse das informações, os membros do comitê buscam, normalmente, uma decisão consensual. A aprovação ou rejeição da solicitação é registrada em ata assinada pelos participantes da reunião.

10 - Assinatura do contrato, a liberação e o acompanhamento do crédito

Aprovado o crédito, o agente de crédito providencia a documentação e as assinaturas necessárias no contrato de crédito, denominado "Nota de Crédito" e providenciará a liberação do cheque ou depósito em conta.

No caso de não aprovação ou solicitação de diligências para complementar o pedido de financiamento, o Agente de Crédito chamará o cliente para prestar as devidas explicações.

TIPOS DE LINHA DE CREDITO

Linha de crédito para investimento ou investimento fixo: é o capital destinado à aquisição de máquinas ou equipamentos e à feitura de obras civis indispensáveis à implantação, à modernização, ao funcionamento ou à ampliação da empresa.

Linha de crédito para capital de giro: são os recursos destinados à compra de mercadorias, à reposição de estoques, às despesas administrativas.

Capital de giro associado ao investimento ou ao investimento misto: são recursos destinados a cobrir as despesas que a empresa vai ter com investimentos realizados.

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