UEL - Universidade Estadual de Londrina



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CENTRO DE LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS

ELIANE SEGATTI RIOS REGISTRO

CONHECIMENTOS PRODUZIDOS NO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA DA UEL

LONDRINA – PARANÁ

2001

ELIANE SEGATTI RIOS REGISTRO

CONHECIMENTOS PRODUZIDOS NO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA DA UEL

Londrina

2001

COMISSÃO EXAMINADORA

___________________________

___________________________

Londrina, ________ de ______________ de 20___ .

DEDICATÓRIA

Para

Meu esposo, “Tacau” e minha filha Rafaela

pelo apoio e compreensão.

AGRADECIMENTOS

Meus sinceros agradecimentos a minha orientadora Simone Reis, por seu apoio, sua amizade e por seu exemplo de dedicação ao trabalho, do qual me espelharei para que eu possa dar continuidade a minha caminhada profissional.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Características da pesquisa quantitativa, segundo Nunan (1992)..........................09

Tabela 2: Características da pesquisa quantitativa x pesquisa qualitativa, segundo Nunan (1992)..............................................................................................................................................14

Tabela 3: Roteiro para a pesquisa-ação, segundo Moita-Lopes (1996)....................................16

Tabela 4: Etapas de execução da pesquisa..................................................................................23

Tabela 5: Focos de estudos das monografias do curso de Especialização em Língua Inglesa da UEL nas décadas de 80 e 90....................................................................................................25

Tabela 6: Classificação das monografias do curso de Especialização em Língua Inglesa da UEL, segundo sua tradição de pesquisa.....................................................................................29

Tabela 7: Classificação das monografias do curso de Especialização em Língua Inglesa da UEL, quanto a sua tradição e metodologia de pesquisa............................................................33

SUMÁRIO

CAPÍTULO I : EM BUSCA DE QUÊ ?.....................................................................................01

CAPÍTULO II :VISÕES DE PESQUISA..................................................................................03

2.1. Introdução..................................................................................................................03

2.1.1. Conhecimento e poder............................................................................................04

2.1.2. Qualitativo x quantitativo......................................................................................07

2.1.2.1. A pesquisa quantitativa ......................................................................................09

2.1.2.1.1. Revisões bibliográficas.....................................................................................11

2.1.2.1. 2. Estudos estatísticos..........................................................................................12

2.1.2.2. A pesquisa qualitativa ........................................................................................13

2. 2.1.2.2.1. A pesquisa-ação.................................................................................................15

2.1.2.2.2. A pesquisa interativista ...................................................................................17

2.1.2.2.3. A pesquisa etnográfica ....................................................................................18

2.1.2.2.4. A pesquisa introspectiva .................................................................................20

2.2. Qualitativo ou quantitativo ?....................................................................................20

CAPÍTULO III: PASSO A PASSO............................................................................................23

3.1. Etapas de execução...................................................................................................23

3.2. Natureza do estudo....................................................................................................26

3.3. Perguntas de pesquisa...............................................................................................26

3.4. Condições, vantagens e limitações............................................................................27

CAPÍTULO IV: CONHECIMENTOS ENCONTRADOS......................................................28

4.1. Predominam pesquisas qualitativas.........................................................................28

4.2.Revisão bibliográfica, Etnográfica, Pesquisa-ação, e Pesquisa Interpretativista.32

3. Professores, alunos, futuros pesquisadores..............................................................36

CAPÍTULO V: CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................43

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.............................................................................................45

ANEXO I.......................................................................................................................................47

ANEXO II.....................................................................................................................................50

ANEXO III....................................................................................................................................51

M 01....................................................................................................................................51

M 02....................................................................................................................................53

M 03....................................................................................................................................54

M 04....................................................................................................................................55

M 05....................................................................................................................................56

M 06....................................................................................................................................58

M 07....................................................................................................................................60

M 08....................................................................................................................................62

M 09....................................................................................................................................64

M 10....................................................................................................................................66

M 11....................................................................................................................................68

RESUMO

Este trabalho analisa monografias produzidas desde o final da década de 70 até o final da década de 90 do curso de Especialização em Língua Inglesa da Universidade Estadual de Londrina. São examinadas em detalhe aquelas que tiveram o professor como foco de estudo, classificando-as quanto sua tradição e tipo de pesquisa, bem como quem seriam os beneficiários dos resultados alcançados tomados pelos autores. A metodologia combina procedimentos de quantificação para levantamento do corpus e abordagem qualitativa para análise, feita à luz da discussão teórica em torno de pesquisa quantitativa (Nunan, 1992) e pesquisa qualitativa (Nunan, 1992; Moita Lopes, 1992; 1994; Cavalcanti & Moita-Lopes, 1991; Cumming, 1994; Cameron et. al., 1992). Entre os resultados, destaca-se a predominância de estudos qualitativos sobre os quantitativos.

ABSTRACT

The present study analyses the monographs of the Specialization course of the Universidade Estadual de Londrina, written from the late 70´s until the late 90´s. The teacher-focused investigation samples were analyzed in detail, through a classification according to their research type and tradition, as well as to the population assumed by their authors to be benefited by the research findings. The study design combines both quantitative procedures, used for corpus organization, and a qualitative approach in the analysis. The theoretical framework referred to in the analysis discusses issues on quantitative (Nunan, 1992) and qualitative research (Nunan, 1992; Moita-Lopes, 1992; 1994; Cavalcanti & Moita-Lopes, 1991; Cumming, 1994; Cameron et. al., 1992). Among the research findings, qualitative studies outnumber quantitative ones.

CAPÍTULO I

EM BUSCA DE QUÊ?

_________________________________________________________________________

O presente estudo analisa as monografias do curso de especialização em Língua Inglesa das décadas de 80 e 90. O propósito é identificar o conhecimento produzido nessas décadas, enfocando a tradição de pesquisa em que se inserem. Para tanto, escolhi analisar em detalhe as monografias cujo foco é o professor, destacando tanto a tradição de pesquisa como também a metodologia usadas Por fim, procuro descobrir quem os autores tinham em mente como beneficiários do conhecimento produzido.

Este tema chamou-me a atenção pelo fato de eu ser uma professora de Língua Inglesa há nove anos e pela curiosidade de saber como os outros realizaram esta etapa-exigência para conclusão do curso de especialização, mais especificamente em que resultou os esforços a esse fim.

A presente monografia está organizada em cinco capítulos. No primeiro, trago a justificativa e objetivos da pesquisa. No segundo, apresento a revisão da literatura, abordando os conceitos relevantes para este estudo. No terceiro, ofereço detalhes sobre a metodologia da pesquisa, incluindo as etapas de sua execução. Em seguida, apresento a análise dos dados, e, finalmente, no último capítulo, passo às considerações finais.

CAPÍTULO II

VISÕES DE PESQUISA

____________________________________________________________________________

2.1. Introdução

Esta revisão bibliográfica se organiza em duas partes. Na primeira, para possibilitar uma ampla visão do conhecimento produzido nas décadas de oitenta e noventa no curso de Especialização em Língua Inglesa da Universidade Estadual de Londrina, será discutida a relação entre conhecimento e poder com base em Cameron et. al. (1992), Foucault (citado por Cameron et. al., 1992), Cavalcanti & Moita-Lopes (1991) e Moita Lopes (1994). O propósito é salientar que a maneira como nos inserimos no contexto da pesquisa, independentemente do papel que ali desempenhamos – de pesquisador ou sujeito -, tem relação direta com o modo como assumimos que o conhecimento deva ser produzido.

Na segunda parte desta revisão bibliográfica, será feita a distinção entre os paradigmas de pesquisa quantitativa e qualitativa, enfocando seus princípios e implicações. Meu objetivo com isso é mostrar que o fazer pesquisa reflete as visões de conhecimento e poder de quem participa desse processo. Serão, também, trazidas metodologias de pesquisa de ambos paradigmas, as quais são necessárias conhecer para entendimento da análise que será feita neste trabalho.

2.1.1. Conhecimento e poder

Para que se possa distinguir os conceitos de conhecimento e poder, relevantes à essa pesquisa, tem-se a necessidade de refletir sobre as formas de produzir conhecimento, bem como sua relação com a pesquisa, uma vez que ambas estão inter-relacionadas. Para tanto, serão utilizadas, primeiramente, as teorias de Foucault (apud Cameron et. al.,1992). Em seguida, serão utilizadas as teorias de Cavalcanti & Moita Lopes (1991), bem como de Moita Lopes (1994), enfocando conhecimento e poder no que se refere à pesquisa.

Esses autores apoiam-se em duas tradições: a primeira, positivista, presume produzir a verdade e o conhecimento científico, sendo considerada como a maneira legítima de fazer ciência, e somente a experiência pessoal através da observação direta do fato a ser estudado é possível; a segunda, a interpretativista, é uma tradição inovadora na qual se reflete acerca do mundo a sua volta, interpretando várias realidades.

Na visão de Foucault (apud Cameron et al, 1992) conhecimento é poder. O autor refere-se à interação do poder e do conhecimento, bem como à ligação histórica entre ciência social e controle social, reconhecendo que somos parte de uma tradição de conhecimento na qual criticamos e somos criticados.

Para Foucault, o conhecimento está intimamente ligado ao poder, numa posição em que um é mais beneficiado do que o outro, como a posição do pesquisador e do pesquisado, um status de conhecimento teórico referente à produção de conhecimento, o qual nem sempre é exposto de forma explícita, sendo fundamental a toda pesquisa empírica - não somente lingüística - e às suposições epistemológicas, no qual o modo em que o pesquisador interage com o pesquisado influencia métodos e descobertas de pesquisa.

Quanto aos métodos de pesquisa que geram conhecimento, Moita Lopes (1994:330) considera que há uma forte tradição de pesquisa de base positivista que parece ou ignorar ou rejeitar formas de produzir conhecimento, surgindo assim, visões e tradições inovadoras no que se refere à pesquisa, chamada de pesquisa interpretativista, pertencente a uma tradição epistemológica, que pode ser reveladora de conhecimento, que não está ao alcance da tradição positivista, devido a se basearem em princípios diferentes (Moita Lopes, 1994: 330).

Como mostra da evolução do pensamento positivista, surgem o relativismo e o realismo. No positivismo, não há interação. Trata-se de uma visão fortemente avessa aos postulados baseados em uma realidade que os observadores não podem ver. Desta forma, o positivismo liga-se ao óbvio, ao que se pode observar.

Segundo Cameron et. al. (1992), a primeira mudança do positivismo surge com o relativismo, e depois com o realismo. No relativismo não se reconhece o paradoxo do observador como um problema, levando em consideração que o termo positivo deve estar de acordo com o que o homem faz. Aqui, o pesquisador social é como qualquer outro, um ator experienciando uma situação, sendo uma pesquisa o relato da experiência de alguém, assumindo uma posição antipositivista.

Quanto ao realismo, há a aceitação de uma teoria carregada de observação, mas a natureza da teoria dependente da própria realidade, considerando uma realidade existente fora e independente do observador, enfocando também que esta realidade pode não ser passível de observação ou descrição. Segundo o autor, esta vertente é muito ambígua no que se pode considerar real, como uma realidade mental.

Assim, o conhecimento produzido com base positivista toma por base verdades inquestionáveis e absolutas, caracterizando aqui o que se pode chamar e vir a ser pesquisa quantitativa, na qual encontram-se números exatos e certeiros, enquanto que na pesquisa interpretativista, os dados são questionáveis, levando o pesquisador à reflexão sobre as formas de produzir conhecimento. Para Moita Lopes (1994), sob o efeito de comparação entre os modelos positivistas e interpretativistas de pesquisa, há de se ter como base alguns princípios como o ontológico, o epistemológico e o metodológico.

O conhecimento e o poder então, assumem laços estreitos de relacionamento, onde cada um a seu modo é produzido, motivo pelo qual tornou-se necessária a distinção dos modelos positivistas e interpretativistas, levando em consideração a sua ligação com o poder assumido por parte do pesquisador, caindo sobre o pesquisado, nas verdades presumidamente absolutas ou naquelas questionáveis.

Ao avaliar uma pesquisa, procuram-se evidências que levam o pesquisador a certos conceitos de “verdade”, cabendo ao leitor aceitá-las ou não, de acordo com as noções de senso comum que temos sobre o mundo, ou seja, a relação entre a pesquisa e o conhecimento.

A partir de Cumming (1994), sabe-se que, como modo a dar validade a teorias, utilizam-se orientações que têm o propósito de estabelecer conhecimento científico sobre os sistemas do comportamento humano, bem como o conhecimento local ou específico relevante ao entendimento e aperfeiçoamento de programas particulares da linguagem, política, ou circunstâncias educacionais. Estas orientações dão ênfase a diferentes graus de propósitos descritivos, interpretativos e ideológicos, os quais interagem entre si.

Desta forma, percebe-se que pelo fato de que conhecimento e poder estão intimamente ligados, segundo a visão de Foucault (apud Cameron et al, 1992), ambos são motivos de discussão e estão cada vez mais em evidência, desenvolvidos em concepções diferentes de acordo com o tipo de abordagem que se seguir, seja ela quantitativa ou qualitativa, ou seja, dependendo da abordagem de pesquisa que se seguir, essa relação de conhecimento e poder assume posturas diferentes, pois é justamente essa relação que acaba por diferenciar as tradições como observa-se a seguir.

2.1.2. Qualitativo x quantitativo

Uma razão para a persistente distinção entre pesquisa qualitativa e quantitativa é que as duas abordagens apresentam modos diferentes de pensar e entender o mundo que nos cerca, distinguindo os métodos e tradições de pesquisa de acordo com o conhecimento e o status das afirmações sobre o mundo (Nunan, 1992).

Grotjan (apud Nunan:1992:04) afirma que :

the qualitative-quantitative distinction is an oversimplification and that, in analyzing actual research studies, it is necessary to take into consideration the method of data collection (... experimentally or non-experimentally); the type of data yielded by the investigation (qualitative or quantitative); and the type of analysis conducted on the data (whether statistical or interpretive).

A visão de Grotjan sobre a pesquisa qualitativa e quantitativa é importante para esta pesquisa, visto que chama atenção para aspectos que devem ser considerados face à excessiva simplificação da distinção entre as pesquisas quantitativas e qualitativas.

Cumming (1994), da mesma forma que Grotjan, trata de pesquisa tanto com relação ao aprendizado como também ao uso línguas, comentando a distinção entre pesquisa qualitativa e quantitativa, que, embora simplista em muitas maneiras, seja uma diferença real, refletindo na conduta atual de investigação empírica.

Para Tarone (citada por Cumming, 1994), a pesquisa qualitativa caracteriza-se por um estudo etnográfico, no qual um número pequeno de aprendizes são observados em interações comunicativas com aqueles em seu redor, e os padrões para o uso da linguagem são descritos de forma sistemática. Já em uma abordagem quantitativa, há a possibilidade de envolver eliciações sistemáticas de formas específicas da linguagem de um grande número de aprendizes, possivelmente distribuídos em grupos experimentais e controlados, uma tabulação de resultados em termos numéricos e o uso de sofisticada análise estatística para avaliar estes números. Para a autora, researchers typically agree, in theory, that both quantitative methodologies are essential to the accurate description and analysis of learner language. (Tarone, apud Cumming, 1994:679)

Em relação à dicotomia quantitativo-qualitativo, Cavalcanti lembra as colocações de Erickson (Apud Cavalcanti: 1991) , quando o autor faz uma distinção entre pesquisa dita interpretativista e a pesquisa positivista, sendo a primeira pertencente ao método qualitativo e a segunda ao quantitativo. Nessa distinção, há a predominância do tratamento qualitativo sobre o quantitativo dos registros, sem alijar o tratamento quantitativo.

Entretanto, observa-se que tanto a pesquisa quantitativa quanto a qualitativa têm a sua devida importância no que se diz respeito à produção de conhecimento científico, e que cada uma tem critérios particulares de validação dos estudos.

2.1.2.1. A pesquisa quantitativa

Nunan (1992:04), ao tratar da distinção entre as pesquisas de cunho quantitativo e qualitativo, utiliza-se de um quadro que sintetiza as características de cada uma. Abaixo, reproduzo parcialmente sua tabela, com o objetivo de enfocar os componentes da pesquisa quantitativa.

Tabela 1: Características da pesquisa quantitativa, segundo Nunan (1992)

|Defende o uso de métodos quantitativos |

|Procura fatos ou causas de fenômenos sociais sem considerar o estado subjetivo do indivíduo. |

|Totalmente controlada |

|Objetiva |

|Observação externa ao fato |

|Hipotético-dedutiva |

|Generalizada: vários estudos de caso |

|Assume uma realidade estável |

Na pesquisa de cunho quantitativo, os dados são objetivos e controlados, e a perspectiva é tomada de um ângulo externo aos dados, sendo dedutivo e hipotético. Também, esta tradição é passível de generalizações em seus múltiplos estudos de casos, visando à sua reprodução a partir da presunção de uma realidade estável. Encontra-se, neste tipo de pesquisa, a tradição positivista, cuja função básica é encobrir fatos e verdades que são independentes do pesquisador.

Para Cameron et.al. (1992), o modo em que o pesquisador interage com o pesquisado refletindo nos métodos nas descobertas de pesquisas espelha suas concepções epistemológicas. Na tradição quantitativa, o modo como o pesquisador colhe os dados pode ser induzido e aplicado através de regras gerais. Através de um observador externo, que se preocupa em registrar todos os dados para obter uma boa qualidade para a pesquisa, são produzidas representações objetivas da realidade. Os pesquisadores tentam se afastar o máximo possível para que assim evitem a interferência na pesquisa.

A observação dos fatos, portanto, é totalmente externa, onde o pesquisador assume verdades absolutas e inquestionáveis, pleiteando um status de conhecimento acadêmico.

Embora haja várias divisões de métodos de pesquisa das tradições quantitativas e qualitativas, vou me restringir somente àqueles úteis para a análise do presente estudo.

Em estudos de abordagem quantitativa encontram-se relatos de dois tipos: as revisões bibliográficas e os estudos estatísticos. O que são e para que servem será objeto da próxima seção.

1. Revisões bibliográficas

Para Lather (1999:03), um aspecto pelo qual pode ser vista uma revisão é que ela pode ser uma interpretação crítica útil e um “desembrulhar” (aspas minhas) de uma problemática que situa o trabalho histórica e metodologicamente. De uma revisão bibliográfica, pode-se extrair o conhecimento produzido propriamente dito, o qual é jogado e assimilado pelo pesquisador através das várias teorias, podendo contribuir e mesmo servir de fonte para novas pesquisas, perpetuando assim uma visão de transmissão objetiva de conhecimento.

Pode-se dizer que um ponto a ser levado em consideração é que os dados são inteiramente baseados em restritos tipos de conhecimento, visto que engloba um determinado número de referências bibliográficas. Da mesma forma, sob um ângulo diferente, percebe-se a dificuldade em ajustar uma teoria já estabelecida e adaptá-la na pesquisa em desenvolvimento, pois é necessário entendê-la, ajustá-la e adaptá-la à pesquisa, sem mudar suas raízes.

As pesquisas de revisão bibliográfica enquadram-se na tradições positivistas, portanto, quantitativa de pesquisa. Brown (apud Nunan:1992), enfoca a pesquisa quantitativa fazendo a distinção entre pesquisa primária e secundária. Esta consiste na revisão da literatura em uma determinada área, sintetiza a pesquisa desenvolvida por outros, e é pré-requisito para a pesquisa primária a qual consiste em recursos primários de informação, ou seja, são conseguidos direto da “fonte” (aspas minhas).

2.1.2.1. 2. Estudos estatísticos

Outra vertente da pesquisa quantitativa são os estudos estatísticos. Brown (Apud Nunan:1992), referindo-se à pesquisa primária, subdivide-a em estudos de caso e estatísticos, sendo aqui tratados apenas como modo de ampliar a visão no que se diz respeito a revisão bibliográfica, não sendo utilizada a respectiva divisão no capítulo da análise, classificando as monografias apenas como revisão bibliográfica.

O estudo de caso centra-se em um único indivíduo ou um número limitado de indivíduos, documentando alguns aspectos do desenvolvimento de sua linguagem – tanto no aprendizado quanto no ensino. Já o estatístico é usado para estimar uma probabilidade, ou possibilidade, para, por exemplo, conhecer possíveis comportamentos de um grupo de pessoas no que diz respeito a um ou vários aspectos distintos no tempo.

O estudo estatístico subdivide-se em estudo de pesquisa e estudo experimental. O primeiro investiga atitudes, opiniões ou características em grupo geralmente utilizando-se de questionários. O segundo controla as condições sob as quais o comportamento em estudo é observado.

Para Brown, o estudo experimental, uma subdivisão da pesquisa estatística, deveria exibir várias características-chave, sendo sistemático, quando segue claras regras de procedimento para o propósito do estudo; lógico, numa progressão passo a passo, tangível, isto é, baseado na coleta de dados do mundo real; reproduzível, quando o pesquisador independente reproduz o estudo sob condições similares e obtém os dados de uma forma clara e explícita; passível de redução, quando a pesquisa estatística pode reproduzir a confusão de fatos que a linguagem e ensino da linguagem freqüentemente apresentam.

2.1.2.2. A pesquisa qualitativa

O aspecto mais significativo da pesquisa qualitativa é o seu caráter subjetivo, sujeito a várias interpretações e reflexões acerca do conhecimento produzido. Como poderá ser visto na apresentação dos tipos de pesquisa considerados qualitativos, ainda neste capítulo, a subjetividade está presente até mesmo nas diferentes formas como eles são definidos, isto é, há quem os defina em termos de finalidades da investigação, da relação social entre indivíduos, de quem fornece o ponto de vista, e de técnicas que podem vir a ser utilizadas.

Dentro da tradição qualitativa de pesquisa, encontram-se os tipos de pesquisa denominados pesquisa-ação, interativista, etnográfica, e introspectiva, os quais serão tratados neste capítulo. Entenda-se aqui, que há uma vasta gama de interpretações por parte dos teóricos, portanto, diferentes metodologias e tradições dependendo do ponto de vista de cada um. Importa aqui dizer que só serão abordadas, neste estudo, aquelas teorias e metodologias presentes no corpus aqui mencionado, suficientes para classificar as monografias-objeto deste estudo

Para que se tenha uma ampla visão no que diz respeito às tradições de pesquisa aqui discutidas, trago a tabela abaixo, a qual expõe as características-chave das tradições quantitativa e qualitativa de pesquisa. Note-se que uma comparação entre cada par de características permite ver sua mútua oposição.

Tabela 2: Características da pesquisa quantitativa x pesquisa qualitativa, segundo Nunan (1992)

|PESQUISA QUANTITATIVA |PESQUISA QUALITATIVA |

|Defende o uso de métodos quantitativos |Defende o uso de métodos qualitativos |

|Procura fatos ou causas de fenômenos sociais sem |Preocupa-se com o entendimento do comportamento humano|

|considerar o estado subjetivo do indivíduo. |do ponto de vista do próprio pesquisador, sendo |

| |relevante considerar também o ponto de vista dos |

| |participantes. |

|Observação totalmente controlada |Observação sem controle. |

|Objetivo |Subjetivo |

|Observação externa ao fato |Observação interna ao fato |

|Hipotético-dedutivo |Descritivo, indutivo |

|Generalizado: vários estudos de caso |Não busca generalizações. |

|Assume uma realidade estável |Assume uma realidade dinâmica |

Conforme se vê na tabela 2, na pesquisa qualitativa, observa-se a preocupação com o entendimento do comportamento humano a partir de seu próprio ponto de vista, diferente da pesquisa quantitativa, a qual procura fatos ou causas de fenômenos sociais sem levar em consideração o estado subjetivo dos indivíduos. Na tradição de pesquisa qualitativa, a observação é natural e sem controle, de natureza subjetiva, estando muito ligada aos dados, sendo descritiva e indutiva. Aqui, não se pode generalizar, sendo os dados reais, ricos e profundos, assumindo uma realidade dinâmica.

Para Jacob (1989), as tradições qualitativas oferecem não somente novos pontos de vista, como também levantam novas perguntas, fornecem meios de responder essas perguntas, e sugerem novas explicações, sendo extremamente úteis enquanto metodologias de pesquisa como auxílio no desenvolvimento da pesquisa, principalmente aos iniciantes. Estas metodologias de pesquisa, dentre outras, como já mencionado, dividem-se em pesquisa-ação, interativista, e introspectiva, das quais tratarei a seguir.

2.1.2.2. A pesquisa-ação:

Pesquisa-ação é o estudo de uma situação social com vistas a melhorar a qualidade de ação dentro da mesma (Altrichter,04:1993) , é uma atividade em grupo (Kemmis e Mc Taggart, apud Nunan:1992), um pedaço de pesquisa descritiva conduzida pelo professor em sua própria sala de aula, sem o envolvimento de outros pesquisadores externos, e cujo propósito está em aumentar a nossa compreensão do que mudar o fenômeno sob investigação. Altrichter, esboça uma definição na qual guia os principais motivos para uma pesquisa-ação, baseados no desejo por aperfeiçoar a qualidade do ensino e do aprendizado, bem como as condições em que professores e alunos trabalham nas escolas.

Segundo Cohen e Manion (apud Nunan:1992), pesquisa-ação preocupa-se com a identificação e solução de problemas em um contexto específico. Esses autores diferem de Altrichter por considerarem a colaboração um aspecto importante neste tipo de pesquisa, afirmando que seu objetivo é aperfeiçoar o atual estado do assunto dentro do contexto educacional no qual a pesquisa está sendo conduzida; o importante é que nesse tipo de pesquisa deve, necessariamente, haver mudança.

As características da pesquisa-ação definidas por Cohen e Manion são convergentes àquelas trazidas por Kemmis e Mc Taggart, para quem as três características que definem esse tipo de pesquisa são: ser conduzida por professores, ser colaborativa e ter o objetivo de mudar as coisas, visando ao aperfeiçoamento, por meio da avaliação dos resultados de estratégias experimentadas na prática. Kemmis e Mc Taggart acrescentam que o professor pesquisador coleta dados objetivos na forma de interação em sala de aula e a linguagem do aprendiz. Esses autores vêem a pesquisa-ação como um ciclo contínuo, no qual também se insere a fase de disseminação dos resultados obtidos. A idéia de ciclo, de reaplicação das teorias advindas da pesquisa, assim como a própria divulgação da pesquisa, também é mencionada por Moita-Lopes (1996), conforme se vê em seu roteiro para condução dessa modalidade de pesquisa.

Tabela 3: Roteiro para a pesquisa-ação, segundo Moita-Lopes (1996)

|Familiarização com os princípios e instrumentos da pesquisa-ação; |

|Monitoração do processo de ensino-aprendizagem através de notas de campo e/ou gravação em áudio; |

|Negociação da questão a ser investigada; |

|Negociação dos instrumentos de pesquisa a ser investigada; |

|Pesquisa-ação na prática; coleta de dados; |

|Análise e interpretação dos dados: acumulação de evidência para teorização; |

|Relatórios da pesquisa: apresentação em seminários/congressos; |

|Negociação de novas questões de pesquisa ( o processo recomeça na etapa 3 acima) |

Outra pesquisa de equivalente valor é a interativista, sobre a qual comento a seguir.

2. A pesquisa interativista

A pesquisa de análise interativista, segundo Cavalcanti & Moita Lopes (1991), insere-se no campo de pesquisa em sala de aula, tendo como foco de observação o que ocorre durante o processo ensino/aprendizagem de línguas. Essa pesquisa caracteriza-se pelo uso, por parte do pesquisador-observador, de uma grade elaborada para ser usada em sala de aula, com categorias previamente estabelecidas para detectar os processos que subjazem ao ato de ensinar/aprender línguas, de como o professor ensina e de como o aluno aprende, em processo interativo entre ambos.

Conforme Cavalcanti & Moita Lopes (1991:137),

o pesquisador-observador, então, se utiliza destas grades para reduzir a aula que investiga a um determinado número de categorias detectadas dentro de um espaço de tempo determinado que define a unidade básica de análise (por exemplo de três em três segundos)

Para os mesmos autores, a pesquisa de análise interativista tem uma interface da visão positivista, caracterizada pela busca de objetividade através do procedimento de indexação e análise estatística dos padrões de interação, que faz parte do processo de análise.

Há, porém, algumas críticas ao processo devido às dificuldades com a administração do tempo, a restrição de análise seguindo determinadas categorias, entre outras. Mas é claro que sua relevância também é levada em consideração, considerando sua importância e necessidade para as pesquisas que envolvem a interação professor/aluno, os quais acabavam resultando em dados analisados estatisticamente.

2.1.2.2.3. A pesquisa etnográfica

Segundo Cumming (1994), a abordagem de pesquisa da Antropologia é a etnográfica, podendo ser definida como a tarefa de descrever uma cultura particular (1994:689). Esse método procura descrever um conjunto de crenças e conhecimento específico o qual é dividido entre os participantes que guiam seu comportamento em um determinado contexto como uma comunidade, a sala de aula, entre outros. Para Toohey (1995:576), estudos etnográficos críticos parecem estar mais preocupados com a educação de adultos e a maioria dos dados são coletados através de entrevista. Assim, a pesquisa etnográfica pertencente à pesquisa qualitativa, enfatiza a preocupação com o todo social e com a visão dos participantes no seu contexto, portanto, este tipo de pesquisa considera primordialmente os aspectos sociais.

Para Leo Van Lier (apud Brumfit, 1990:41)

Gradually, ethnography has expanded its sphere of application from field work among unknown ethnic groups to the investigation of groups of people (however identified) in industrialized countries and urban settings, and from there has moved beyond urban anthropology into the social sciences, and finally into education, where at times the classroom is treated as an identifiable group with its own cultural characteristics.

Algumas características do método etnográfico o diferem de outros, como ser passível de observação direta. Assim, o acesso deve ser feito através da técnica do protocolo verbal, desenvolvida na Teoria de Resolução de Problemas, em se solicita que o sujeito sob investigação relate os passos envolvidos na resolução de um problema (Moita Lopes, 1994)

De acordo com Moita Lopes (1992), a pesquisa etnográfica origina-se na sociologia e na antropologia, focalizando o contexto social sob a perspectiva dos participantes, incluindo o observador-participante. Ao realizar este tipo de investigação, o pesquisador quer interpretar os significados construídos pelos participantes através de instrumentos como diários – tanto do pesquisador participante, alunos, professores – , gravação de aulas em vídeo e áudio, entrevistas, documentos - todos eles apresentando tanto descrições quanto interpretações.

Desta forma, a etnografia na sala de aula é uma descrição narrativa dos padrões característicos da vida diária de seus atores sociais (professores e alunos), na tentativa de compreender os processos de ensinar/aprender línguas (Moita Lopes:1992)

2.1.2.2.4. A pesquisa introspectiva

A pesquisa introspectiva, enraizada na tradição interpretativista é essencialmente de natureza psicológica, tendo suas bases na psicologia cognitiva. Ela investiga os processos que subjazem à compreensão e à produção lingüística, bem como os processos de ensino/aprendizagem da língua. Trata-se de um método que não se submete à observação direta, portanto, o acesso até os dados deve ser através do uso da técnica de protocolo verbal, desenvolvida na Teoria de Resolução de problemas, mencionada na subseção anterior.

Com relação aos relatos verbais, Moita Lopes (1994) apresenta três tipos que são mais usados, a saber: auto-relato, em que o informante fornece informação sobre o que ele pensa que faz; a auto-observação, centrada em um evento específico de aprendizagem, e a auto-revelação, em que o informante tem que deixar a mente fluir quando alguma informação lingüística está sendo processada. São técnicas para triangulação de dados – típica da tradição interpretativista –, visando à intersubjetividade da análise.

Vale ressaltar que a forma de produzir conhecimento tanto na interativista quanto na introspectiva se dá através da interpretação dos vários significados que a pesquisa pode constituir, por meio de uma observação indireta.

2.2. Qualitativo ou quantitativo ?

.

Não obstante ainda se façam presentes tópicos investigados quantitativamente, e também havendo a inclusão de tópicos de pesquisa quantitativa. Atualmente, Lazaraton (1995) afirma que há um grande número de pesquisadores que tem dado um maior peso a resultados obtidos a partir da adoção de abordagens qualitativas para a análise da linguagem do aprendiz, como também o desenvolvimento do professor, elevando o seu status no que se refere aos estudos da Lingüística Aplicada.

Henning (1986 apud Lazaraton:1995) afirma que é necessária a relação das palavras e números, portanto, dos métodos quantitativos para conhecimento possa ser validado como científico, indo além dos dados propriamente ditos. Segundo Lazaraton (1995), o que pode levar a pesquisa qualitativa a algumas críticas contra o método quantitativo é que os resultados obtidos não podem ser generalizados a outros contextos. De acordo com o autor, as razões devem ao fato de que essa generalização na pesquisa é muito mais do que uma questão numérica. A quantificação de dados não assegura a generabilização em outros contextos, mesmo com um vasto número de exemplos.

Da mesma forma, Lazaraton (1995) refere-se ao número de pesquisas que empregam a quantificação de dados pois, em Lingüística Aplicada, poucos conseguem resultados seguros, sem nenhuma garantia de uma interpretação significativa dos resultados. Essa discussão, portanto, implica na importância da capacidade crítica na digestão de teorias, tendo em vista a possibilidade de questionar concepções tidas como certas.

Nesta revisão da literatura, observei a distinção entre os métodos de pesquisa, e percebi uma sobreposição de princípios entre alguns, a exemplo da pesquisa etnográfica e introspectiva. Percebi na pesquisa-ação uma discreta diferença, pelo seu caráter de reaplicação de uma teoria para fins de sua comprovação, em um movimento cíclico.

É claro que as teorias aqui trazidas seguem os pontos de vista de seus teóricos, mas é importante considerar que, no que diz respeito à interpretação dos diversos métodos de pesquisa, encontra-se um vasto número de opções. Assim, deixo um questionamento referente à real necessidade de tantas vertentes metodológicas arrumadas sob a designação qualitativo, que acabam por ter seus elementos fundidos, sobrepostos, repetidos – ora em princípios, técnicas, finalidades.

Pessoalmente, vejo a relevância da distinção entre os aspectos quantitativos e qualitativos de uma forma ampla, na medida em que possibilitam a identificação de princípios positivistas ou interpretativistas subjacentes à produção do conhecimento.

Por fim, cabe ressaltar que, para a análise desta pesquisa, serão utilizados os conceitos aqui explorados, bem como a nomenclatura dos métodos de pesquisa explicitados.

CAPÍTULO III

PASSO A PASSO

___________________________________________________________________________

Este capítulo trata da metodologia utilizada na elaboração desta pesquisa. Serão comentados aspectos quanto a minha incursão no empreendimento de investigação, com especial ênfase às etapas de execução, à natureza do estudo, às condições de realização, bem como as vantagens e limitações advindas do desenho deste estudo. Também aqui serão explicitadas as perguntas de pesquisa.

3.1. Etapas de execução

A realização desta pesquisa constou das seguintes etapas:

Tabela 4: Etapas de execução da pesquisa

|Atividades desenvolvidas |Período de realização |

|1. Levantamento do corpus |Março, abril |

|2. Classificação do corpus por foco de estudo |Maio, junho |

|3. Classificação por década do corpus obtido na etapa 2 |Julho, agosto |

|4. Escolha do foco de estudo desta monografia a partir da |Setembro |

|classificação feita na etapa 3. | |

|5. Obtenção das monografias junto a bibliotecas |Junho, julho |

|6. Leitura e análise do corpus final |Setembro, outubro, novembro |

O primeiro passo na realização desta pesquisa foi buscar as monografias do curso de Especialização em Língua Inglesa da Universidade Estadual de Londrina, produzidas desde a década de 70 até o final da década de 90 (vide relação completa no Anexo I). Isso foi feito através de consulta à Coordenadoria de Pós-Graduação (doravante CPG), levantamento junto ao Centro de Recursos do Projeto NAP-Núcleo de Assessoria Pedagógica para Ensino de Línguas[1], e biblioteca central da UEL. Verificou-se a existência de lacunas de informação junto à CPG, que não apresentava registro de todas as monografias. A biblioteca central não dispunha de exemplar de todos os trabalhos informados pela CPG, o mesmo acontecendo com o acervo do NAP. Assim sendo, foi necessário fazer contato com os egressos do curso para obtenção de dados desta pesquisa, que foram transpostos à ficha-padrão da CPG (modelo no Anexo II), que, agora, possui os dados então faltantes relativos àquele período.

A abordagem aos registros iniciou-se por meio de compilação de fichas individuais de cada monografia, contendo dados sobre título, autor, orientador, ano de conclusão, nota, banca examinadora. Foi procedida à divisão das fichas por décadas. Em seguida, foi feita uma categorização das fichas por temas recorrentes em cada década. A tabela a seguir organiza as informações quanto ao ano de conclusão e os focos de estudo nas décadas de 80 e 90. Verificou-se que, como o curso de especialização teve início em 1979, as primeiras monografias somente foram defendidas no ano seguinte. Sendo assim, não consta na tabela a década de 70.

Tabela 5: Focos de estudos das monografias do curso de Especialização em Língua Inglesa da UEL nas décadas de 80 e 90.

|Década de 80 |

|Número |Foco de estudo |

|09 |Descrição e/ou análise da língua inglesa (estudos contrastivos) |

|08 |Ensino/aprendizagem |

|03 |Estudos Literários |

|01 |Professor |

| | |

|Década de 90 |

|Número |Foco de estudo |

|19 |Ensino/aprendizagem |

|10 |Professor |

|08 |Estudos literários |

|07 |Descrição e/ou análise da língua inglesa (estudos contrastivos) |

|02 |Status da língua inglesa |

|01 |Tradução |

Dentre as monografias selecionadas, as da década de 80 dão início a produção de pesquisa no curso de especialização, e as de 90 denotam um período de grande produção. Nota-se que o número de estudos cujo foco era o da descrição e/ou análise da língua inglesa diminuiu de 9 para 7. Quanto ao ensino-aprendizagem, houve um brusco aumento de 8 para 19, um aumento considerável, o que leva a reflexão sobre o ensino, como também o desempenho do aprendizado. Quanto aos estudos literários percebe-se um aumento de 03 para 8, e finalmente, o início da pesquisa voltada a tradução, com somente um representante na década de 90. Quanto ao foco professor, o aumento foi muito significativo, de 1 para 10, daí meu interesse de pesquisa.

3.2. Natureza do estudo

Meu estudo combina procedimentos quantitativos para coleta de dados e abordagem qualitativa para a análise. O tratamento quantitativo se fez necessário para oferecer o corpus de dados finais, servindo para categorizá-los quanto à década em que as monografias foram produzidas e quanto a sua representatividade pela recorrência de temas. O estudo é qualitativo pela abordagem interpretativista aos dados, em busca de respostas às seguintes perguntas de pesquisa:

3.3. Perguntas de pesquisa

1. Como se caracteriza o conhecimento produzido através das monografias do curso de especialização em Língua Inglesa da UEL nas décadas de 80 e 90, que tiveram como foco de estudo o professor ?

1. Em que tradição de pesquisa as monografias se enquadram ?

2. Que metodologias foram utilizadas?

3. Quem os autores tinham em mente como beneficiários do conhecimento produzido ?

O tipo de conhecimento resultante desta pesquisa é predominantemente subjetivo porque sou eu quem interpreta o conjunto de dados, à luz dos conceitos teóricos que foram apresentados no capítulo anterior. Portanto, tenho consciência de que os mesmos registros podem oferecer resultados diferentes, mediante formulação de outras perguntas ou mesmo que ainda somente sob análise de outro pesquisador.

Por ser uma pesquisa interpretativista, a intersubjetividade da pesquisa foi buscada através de repetidas leituras do corpus por mim realizadas, com o suporte da orientadora do estudo na análise que será trazida no capítulo seguinte.

3.4. Condições, vantagens e limitações

Para finalizar, remeto-me à questão das vantagens e limitações do desenho desta pesquisa. Embora lidando com um corpus de número restrito, fechado, o que facilita, de certo modo, o trabalho de análise, a decisão de não recorrer à confirmação da minha interpretação de análise através de entrevistas coloca todo seu peso na pesquisadora. Entretanto, o desenho da pesquisa assim foi feito com consciência deste aspecto e levando em consideração as possíveis dificuldades para localizar os autores das monografias. Além disso, o projeto deste estudo observou a relação tempo x tarefas a serem executadas.

CAPÍTULO IV

CONHECIMENTOS ENCONTRADOS

_________________________________________________________________________

A análise está organizada em torno das perguntas desta pesquisa, que tem por objetivo conhecer como se caracteriza o conhecimento produzido através das monografias do curso de especialização em Língua Inglesa da UEL nas décadas de 80 e 90, que tiveram como foco de estudo o professor.

Sendo assim, este capítulo é constituído de quatro subseções, que terão seu título designado pela asserção que melhor responde cada pergunta de pesquisa.

4.1. Predominam pesquisas qualitativas

A pergunta “Em que tradição de pesquisa as monografias se enquadram?” é respondida com o auxílio da tabela abaixo, que classifica os trabalho quanto ao ano de conclusão, título, e tradição de pesquisa. Utilizo códigos alfanuméricos para referências às monografias, como pode ser verificado na tabela.

Tabela 6: Classificação das monografias do curso de Especialização em Língua Inglesa da UEL, segundo sua tradição de pesquisa

|Código[2] |Ano |Título |Tradição de pesquisa |

| | | |Quantitativo |Qualitativo |

|M 01 | 1989 |Parâmetros para a formação do professor de Língua Inglesa na UEL.|X | |

|M 02 | 1998 |O papel do professor dentro da abordagem comunicativa |X | |

|M 03 | 1998 |O desenvolvimento através do ensino reflexivo |X | |

|M 04 | 1992 |Algumas teorias e crenças implícitas na prática de dois | |X |

| | |professores em-serviço: uma abordagem etnográfica. | | |

|M 05 | 1995 |Um estudo da relação das abordagens de três professoras de inglês| |X |

| | |com a abordagem subjacente ao livro didático. | | |

|M 06 | 1997 |Minha conduta como professora x As propostas estabelecidas pelo | |X |

| | |Currículo Básico. | | |

|M 07 | 1998 |Cooperative professional development: an experience with EFL | |X |

| | |teachers | | |

|M 08 | 1999 |O professor de inglês e as diferentes realidades do ensino de | |X |

| | |Língua Inglesa nas escolas públicas, escolas particulares e | | |

| | |institutos de línguas. | | |

|M 09 | 1998 |Formulação e avaliação dos objetivos do professor em aula de | |X |

| | |Língua Inglesa: fato ou ficção ? | | |

|M 10 | 1998 |There is much more to a training course than trainer and | |X |

| | |trainee. | | |

|M 11 | 1989 |Parâmetros para a formação do professor de Língua Inglesa. | |X |

|M 12 | | | | |

|M 13 | | | | |

|M 14 | | | | |

|M 15 | | | | |

|M 16 | | | | |

Percebe-se imediatamente a predominância da abordagem qualitativa sobre a quantitativa, obtendo os números 03 para quantitativos e 08 para qualitativos. Com referência àquelas aos estudos quantitativos, ressalta-se a revisão bibliográfica, fato este que coloca o conhecimento frente às tradições do positivismo. Em M 01, observa-se a preocupação com o levantamento de dados. A autora levanta dados estatísticos para sua pesquisa através dos questionários, colocando-se em um ângulo externo ao processo, sem interferências no decorrer do processo. O mesmo ocorre com M 02, na qual utilizou revisão bibliográfica a respeito da abordagem comunicativa. Quanto à M 03, o tipo foi o mesmo - revisão bibliográfica - apresentando argumentos teóricos de diferentes autores. Nas três monografias, a observação ou seja, a falta dela, foi um fato relevante para a classificação a qual se insere na abordagem quantitativa, uma vez que o pesquisador não participa da pesquisa, estando em um ângulo externo a ela. O ponto de vista aqui aplicado é referente à posição do pesquisador x pesquisado, onde o pesquisador, retomando conceitos de poder e conhecimento, detém o conhecimento, portanto, o poder. O pesquisado, no caso das revisões bibliográficas bem como aqueles que estão sendo observados sem poder interferir no processo de investigação, assume um papel passivo. Segundo Cameron et. al. (1992),

“researchers want to gather data on language use from which its general rules can be induced (...) they are preoccupied with the ‘observer’s paradox’, the idea that good quality data entail careful recording by an outside investigator, who none the less should be absent from the scene in case she influences or interferes with speakers being recorded” (Cameron et. al.: 1992:05)

Desta forma, os pesquisadores construiriam representações objetivas da realidade, sob a perspectiva do pesquisador, daquele que está somente observando.

Observo, portanto, que na pesquisa de cunho quantitativo, predomina a revisão bibliográfica, típica da tradição positivista, onde as verdades são absolutas, e as informações retiradas de fontes seguras, não havendo um envolvimento direto com o objeto da pesquisa, neste caso, com o pesquisado.

Nas demais monografias, encontro o modelo interpretativista de pesquisa, dividido por Moita Lopes entre os paradigmas etnográfico e introspectivo. Sob uma visão ontológica, na posição interpretativista, não é possível ignorar a visão dos participantes do mundo social ao investigá-lo, pois este é tomado como existindo na dependência do homem.

Quanto às formas de produzir conhecimento no modelo interpretativista, o acesso ao fato deve ser feito de forma indireta, através da interpretação dos vários significados implícitos no processo, os quais produzem realidades que só são passíveis de interpretação, interessando portanto, o valor qualitativo da pesquisa. Desta forma, há uma multiplicidade de interpretações no modelo interpretativista, indo contra ao ideal positivista no qual somente a observação direta e objetiva do fato é possível, e não indireta e subjetiva como na qualitativa.

Enquadram-se nessa tradição de pesquisa as monografias M 04, 05, 06, 09, 10, 11, em que utilizaram como instrumento para a coleta de dados diários, gravações de aulas, entrevista - instrumentos estes típicos da tradição interpretativista, mais precisamente a etnográfica, a qual considera de modo acentuado os aspectos sociais, levando em consideração a visão que os participantes têm do mundo onde atuam, incluindo o observador-participante, pois o pesquisador deseja entender os significados construídos pelos participantes do contexto social de modo a poder compreendê-lo.

Tanto a pesquisa etnográfica quanto a pesquisa-ação têm suas bases na Antropologia, fazendo referência a modelos de investigação que incorporam à pesquisa na sala de aula, princípios, instrumentos e táticas de investigação típicos da Antropologia. A pesquisa-ação, encontrada nas monografias M 07 e M 08, centra-se na questão de que os resultados de uma investigação devam ser continuamente incorporados ao processo de pesquisa, constituindo um novo tópico de pesquisa onde os professores estão envolvidos de forma contínua com a investigação de suas própria prática, portanto, com a produção de conhecimento.

Concluo, desta forma, que o número de monografias de cunho qualitativo sobrepõe largamente as quantitativas, levando em consideração que os atuais estudos estão voltados para a reflexão e interpretação da prática de ensino. Contrário do ideal positivista, a observação dá-se de forma interativa, levando o homem a questionamentos no que se refere à relação social do indivíduo com a pesquisa, produzindo um conhecimento subjetivo.

4.2. Revisão bibliográfica, Etnográfica, Pesquisa-ação, e Pesquisa Interpretativista

Respondendo a segunda pergunta de pesquisa – “Que metodologias foram utilizadas?”, verifiquei que 3 monografias filiam-se à tradição de pesquisa quantitativa, por meio de revisão bibliográfica. As oito restantes são qualitativas, dividindo-se entre pesquisa-ação (2), interpretativista (2), e etnográfica (4). A tabela 6, a seguir, sintetiza esse levantamento.

Tabela 7: Classificação das monografias do curso de Especialização em Língua Inglesa da UEL, quanto a sua tradição e metodologia de pesquisa.

|Código[3] |Tradição de pesquisa |Metodologia de pesquisa |

|M 01 | | |

| |Quantitativa |Revisão bibliográfica |

|M 02 | | |

|M 03 | | |

|M 04 | |Etnográfica |

| | | |

| | | |

| | | |

| |Qualitativa | |

|M 05 | |Etnográfica |

|M 06 | |Etnográfica |

|M 07 | |Pesquisa-ação |

|M 08 | |Pesquisa-ação |

|M 09 | |Interpretativista |

|M 10 | |Interpretativista |

|M 11 | |Etnográfica |

Em M 01, M 02 e M 03, a metodologia utilizada foi revisão bibliográfica. A constatação deu-se através da análise da metodologia e dos objetivos, os quais estão no Anexo III, no final deste trabalho. Os trechos abaixo são ilustrativos desta afirmação:

“A pesquisa de cunho quantitativo fez uso de questionários” (M 01)

“Revisão bibliográfica sobre a literatura recente a respeito da abordagem comunicativa como também o direcionamento de alguns autores acerca do assunto.” (M 02)

“Apresentar argumentação de alguns teóricos americanos e ingleses proponentes do ensino reflexivo (...) revisão bibliográfica.” (M 03)

Em M04, 05, 06 e 11 constatei o emprego da metodologia de pesquisa etnográfica, como observa-se a seguir:

“Pesquisa de cunho qualitativo, utilizando como instrumentos para coleta de dados a gravação de aulas em áudio, bem como a transcrição das mesmas, e entrevistas etnográficas” ( M 04)

“Pesquisa etnográfica, descritiva e qualitativa, utilizando as observações anotadas, aulas gravadas e transcritas, entrevistas gravadas e transcritas.” (M 05)

“Questionário, planejamento de aula do professor, gravação em áudio da administração dos conteúdos aí estabelecidos, diário reflexivo do professor” (M 06)

“Pesquisa de cunho quantitativo fez uso de questionários, baseado nos parâmetros levantados através de revisão bibliográfica” ( M 11)

As monografias M 07 e 08 fizeram uso da metodologia de pesquisa-ação:

“A pesquisa, de cunho qualitativo, tem a pesquisadora como monitora, a qual desenvolveu uma pesquisa-ação (...).” (M 07)

“Depoimentos da professora-pesquisadora, questionários respondido pelos alunos, transcrição de aulas (...) abordagem aos dados de forma qualitativa. (M 08)

Em M 09 e M 10, observei a utilização da metodologia interpretativista.

“Filmagem de quatro aulas para a coleta de dados, retrospectiva com a professora, (...) visualizar o desenvolvimento do professor de forma consciente.” ( M 08)

“Através de diários, os estagiários refletiam sobre a prática, responderam a um questionário inicial, participavam de entrevistas, fizeram trabalhos escritos, e responderam a um questionário final” (M 09)

Segundo Cavalcanti e Moita Lopes (1991), a diferença básica entre a pesquisa etnográfica e a pesquisa-ação é justamente o modo como é levada a observação do contexto de sala de aula, pois na etnográfica, a observação é feita através de notas de campo que são posteriormente colocadas em diários, onde o pesquisador-observador procura colocar a descrição de sua interpretação do que esteja ocorrendo no contexto ensino-aprendizagem.

Observa-se, porém, que embora o intuito dos pesquisadores que propunham a pesquisa-ação fosse realmente de aplicá-la, a falha referente ao último processo que envolve esta tradição é evidente, pois embora tenha-se analisado e desempenhado de forma reflexiva, o último ciclo não se completou, aquele em que surge uma nova teoria a partir da investigação que é aplicada novamente, formando um novo ciclo de investigação.

É importante, aqui mencionar que, devido às várias tradições e metodologias de pesquisa, o status de conhecimento produzido bem como a forma como o conhecimento é aplicado também é diferenciado. Numa pesquisa de tradição quantitativa, seja ela revisão bibliográfica ou estudo estatístico, os dados são de certa forma “revisados” (aspas minhas), ou seja, a teoria ali colocada retrata pensamentos de outros teóricos, acerca de determinadas teorias. Portanto, são passíveis de generalizações, visto que estão alicerçadas em uma teoria já comprovada, podendo ser reaplicada.

Na pesquisa de cunho qualitativo, o status de conhecimento produzido visa a várias interpretações dependendo daquele que estiver analisando ou mesmo aplicando certas teorias. Aqui não se pode generalizar amplamente os dados, a receita não é a mesma para todos.

4.3 Professores, alunos, futuros pesquisadores

Para responder a pergunta “Quem os autores [das monografias] tinham em mente como beneficiários do conhecimento produzido?”, li e procedi à análise de cada uma das onze monografias enfocando o professor, cujos dados organizei em fichas que constam do Anexo III. Isso me possibilitou conhecer que os autores tinham em mente como beneficiários da pesquisa professores, alunos, futuros pesquisadores, incluindo a si próprios como pesquisadores. A seguir, exponho dados que dão suporte à esta asserção.

Os pesquisadores abaixo realizam investigações com o intuito destas servirem como fonte para novas produções científicas ou para os profissionais de sua área em geral, conforme sugerem trechos a seguir:

“I would encourage anyone who is interested in promoting cooperative development concepts to use the ideas proposed by Edge (...). ” (M 07)

“ O que é mais urgente é tentarmos avaliar como as disciplinas mais importantes na formação de Inglês tem sido ministradas na UEL”. ( M 01)

“Ao longo deste estudo reforça-se a necessidade do professor tornar-se um prático reflexivo e investigador de sua própria sala. “ (M 03)

“Agindo assim, o professor estará percorrendo o caminho correto na busca de um ensino eficaz, seja qual for sua realidade de trabalho. ” (M 08)

Já as monografias M 10 e 11,apresentam um caráter menos preocupado com soluções práticas e mais voltados a melhor compreensão dos fenômenos sob investigação. Vide exemplos a seguir:

“The present study intended to contribute to the field of teacher development by analyzing data of four months period of a teacher Course in a language institute” (M 10)

“Percebo a importância e necessidade de fazer investigações acerca do exercício pedagógico, com o propósito de crescimento e de desenvolvimento de uma consciência crítica. (M 11)

Embora, evidentemente, tenha havido a produção de conhecimento em todas as monografias, sendo muito relevante a todos os pesquisadores, um fato esquecido por muitos, senão por todos, é a forma como esse conhecimento foi gerado bem como o seu status. Pois, se houve esse conhecimento, ele chegou até o pesquisador de alguma forma, e seguindo alguns princípios, que muitas vezes estão tão implícitos e acabam por se tornar imperceptíveis, até mesmo para o pesquisador, não tendo muitas vezes a consciência de como o conhecimento deveria ser produzido.

A relação estabelecida pelos pesquisadores e sua pesquisa reflete em muitas delas a relação do poder e do conhecimento, em que os pesquisadores julgavam e até subjulgavam ações e implicações em suas pesquisas, produzindo um conhecimento que às vezes nem os próprios pesquisadores sabiam para quê, perdendo o propósito de suas investigações.

CAPÍTULO V

CONSIDERAÇÕES FINAIS

_______________________________________________________________________

O presente estudo pretende contribuir para aqueles que procuram saber a respeito da produção científica elaborada na década de 80 até fins de 90 do curso de Especialização em Língua Inglesa da Universidade Estadual de Londrina.

Para tanto, procedi à revisão bibliográfica para que pudesse me apoiar em teorias envolvidas com as tradições de pesquisa qualitativa e quantitativa. Esse procedimento não foi adotado para reproduzir um conhecimento da mesma natureza, isto é, outra revisão bibliográfica, o que seria revestido de um caráter objetivo. Ao contrário, esta pesquisa gera um conhecimento subjetivo, visto que a análise é resultado das minhas interpretações e poderia ser tomada a partir de outras.

Os dados foram obtidos junto à Coordenadoria de Pós-graduação, biblioteca central da UEL, bem como empréstimos pessoais, devido à inexistência de exemplares nos órgãos aqui mencionados. Em seguida, com auxílio da minha orientadora, foram estabelecidos os critérios de análise.

Dentre os diversos focos apresentados pelas monografias, aqueles em que davam destaque ao professor foram escolhidos, uma vez que era muito sugestivo e estimulador de minha curiosidade.

O objetivo de toda essa seleção era identificar e caracterizar o tipo de conhecimento produzido nas monografias referidas, bem como a tradição em que cada uma estava inserida e os seus presumidos beneficiários.

Pude observar a predominância da pesquisa qualitativa sobre a quantitativa, portanto, da produção de um conhecimento subjetivo, passível de várias interpretações. Ressalto ainda que, além dos fatores aqui explanados como indicadores de tradição de pesquisa, vale levar em consideração o processo da orientação das monografia durante os anos, pois acredito que esse fator possa influenciar e muito nas tradições e tipos de pesquisas realizadas, pois o modo como é conduzido também é muito importante, embora faltam-me respaldos para uma asserção tão certeira.

O fator cronológico também implica em toda essa mudança, pois na década de 80, produzia-se mais pesquisas de cunho quantitativo, enquanto que na década de 90 há a predominância da qualitativa. Talvez um dos motivos seja a evolução do pensamento bem como da produção científica rumo ao melhor discernimento dos acontecimentos que nos cercam, o que vale a pena um melhor aprofundamento para aqueles que desejarem comprovar. As metodologias de pesquisa qualitativa utilizadas foram basicamente a etnografia, pesquisa-ação, e interpretativista; a revisão bibliográfica foi o único tipo de metodologia empregada nas pesquisas quantitativas.

Desta forma, ressalta-se a predominância da produção de conhecimento baseado na interação entre pesquisa e pesquisado, não subjugando a pesquisa quantitativa, que tem seu devido valor, propósitos e princípios. Pode-se dizer que a relação entre pesquisador e pesquisado era, de início, bem distante, sendo o pesquisador produtor de um conhecimento inquestionável. Com o passar do tempo, inserem-se pesquisas cuja base analítica valoriza a interpretação, abrindo espaço para as discussões e desta forma, deixando os laços entre pesquisador e pesquisado mais estreitos, mais próximos.

Em cada tradição de pesquisa desenvolvida na presente análise, classifiquei as metodologias afins, mediante o que chego até mesmo a questionar a necessidade de tantas terminologias baseadas em princípios comuns ou mesmo seu agrupamento como por exemplo pesquisa interativista, referindo-se àquelas baseadas nos princípios positivistas, como também a fenomenologia e dialética entre várias outras. Muitas vezes esses princípios são sobrepostos e assim acabam por tornar meu entendimento um tanto obscuro. Minha maior dificuldade em classificar os dados de acordo com as metodologias adotadas foi justamente devido ao fato de primeiramente tentar escolher um arcabouço teórico suficiente para dar conta de todas as formas de metodologia que acabei encontrando e conseqüentemente percebendo sua pouca utilidade. É justamente frente a tantas dificuldades teóricas que muitas vezes eu me encontrava perdida em meio a tantas classificações bem como nomenclaturas, as quais me levaram a caminhos distintos quando estava falando a respeito do mesmo princípio.

Ressalto, ainda, que mesmos aqueles teóricos aqui tratados acabam por mesclar e aproximar certas diferenças entre tradições e metodologias, dificultando assim meu discernimento. Diante de tais dificuldades, meu procedimento para classificação foi o de comparação de características e exclusão. Por vezes, apenas uma característica fez com que uma monografia pudesse ser classificada como sendo filiada a uma metodologia e não a outra ou outras.

Espero que este trabalho ofereça um panorama do conhecimento produzido no curso de Especialização em Língua Inglesa da UEL, e forneça subsídios para um melhor entendimento de sua evolução no tempo, mais especificamente no que diz respeito ao interesse de investigação sobre o professor.

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VILAÇA, J. F. O Professor de Inglês e as Diferentes Realidades do Ensino de Língua Inglesa nas Escolas Públicas, Escolas Particulares e Institutos de Línguas. Monografia de Especialização. UEL, 1999.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

FREEMAN, D. Asking “good” questions: perspectives from qualitative research on practice, knowledge, and understanding in teacher education. TESOL Quarterly, vol. 29 no. 3, p.581-585.

PEIRCE, B. N. The Theory of methodology in qualitative research. TESOL Quarterly, Autumn, vol. 29, no. 3, p.569-576, 1995.

UNDERHILL, Adrian. Awareness: The Instrument and the aim of Experimental Research. In: EDGE, J. & RICHARDS, K. Teachers develop teachers research. Oxford: Heinemann, 1993:183-187.

EDGE, Julian; Richards keith. Teachers Develop Teachers Research. In: EDGE, J. & RICHARDS, K. Teachers develop teachers research. Oxford: Heinemann, 1993:39-50.

APPLE, Michael W. What counts as legitimate knowledge? The social production and use of reviews. Review of Educational Research.Winter, vol 69, no. 4, pp343-346, 1999.

LARSEN-FREEMAN, D. Second language acquisition research: staking out the territory. TESOL Quarterly, Summer, vol 25, no. 2, p.315-350,1991.

ANEXOS

ANEXO I

RELAÇÃO DE MONOGRAFIAS DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA, DESDE 1979 A 1999.

|Ano |Título |Autor |

|1980 |English premodification and its correspondence in Portuguese |CYRINO, Divanir Moreira |

|1980 |Postmodification in English and in Portuguese – a comparative study |CYRINO, Sonia Maria Lazzarini |

|1980 |Tennessee Williams “The class menagerie” two approaches |KABE, Emico Onda & MEHTA, Shobana |

|1980 |The gerund and the participial phrases of a simple sentence in English and their |DOMICIANO, Regina M. G. & SERRA, Eva |

| |equivalences as the “orações reduzidas de infinitivo particípio e gerúndio” as |Bueno |

| |part of a complex sentence in Portuguese | |

|1980 |Seize the day and the spirit of capitalism |WESTHUIZEN, Gladys Coimbra |

|1980 |Coordination: a problem to English students |MACARINI, Luiza Helena Moura |

|1980 |Substitution and omission of nouns |SUZUKI, Geny Keiko |

|1980 |The myth of Adam and Eve in Conrad´s heart of darkness |TACHIBANA, Jorgina de Azevedo |

|1982 |Differences Between British and American Pronumciations. |BRAGA, Leny de Souza. |

| | | |

|1983 |O aspecto progressivo e sua expressão nas perífrases de ser e estar no Português |SABIONI, Sérgio Estevão |

| |e no Inglês | |

|1983 |The Inflectional Suffixes (V-ING / V-NDO) in English and Portuguese. |SALINET, Vera Aparecida Pezarini. |

|1983 |Derivational Suffixes in English and Portuguese. |ALMEIDA, Mariza de Souza. |

|1985 |Uma Redefinição de Objetivos para o Ensino de Inglês de 1º grau – |REIS, Maria Regina Filgueiras dos. |

| |Proposta Centrada no Aluno. | |

|1986 |Integration Between Listening Comprehension and Oral Production. |KIDA, Amélia Tomiko Seki. |

|1986 |Diferenças Existentes entre as Vogais do Inglês e do Português: Sugestão de |COSTA, Gisele Cilli da. |

| |Exercícios para Prática das Vogais da Língua Inglesa. | |

|1988 |The Influence of Reading on the Composing Process of Advanced EFL Students. |BORDIN, Angela Mazão. |

|1988 |Literature as a Means for Acquisition and Development through an |OLIVEIRA, Willy Torresim de |

| |Integrated approach in Advanced EFL Courses. | |

|1989 |Parâmetros para a Formação do Professor de Língua Inglesa na UEL. |PAZELO, Adriana. |

|1989 |Uma Analise Comparativa dos procedimentos no ensino Individual e no Ensino em |GRASSANO, Denise Ismênia Bossa. |

| |Grupo | |

|1989 |The Effect of the Theatre Arts on the Oral Performance of EFL Students. |OLIVEIRA, Maria Zilda Gomes. |

|1989 |O perfil do Executivo Quanto a seu Estilo Cognitivo. |REIS, Simone. |

|1990 |Students Interests and Expectations in EFL Syllabus Design. |OGAWA, Ana Cristina Sayuri. |

|1990 |Sugestões para a Prática de Leitura com Alunos de Nível Intermediário em Língua |OLIVEIRA, Adriana Santos de |

| |Inglesa. | |

|1991 |Background Knowledge X Anaphors: Implications to the Reading Process. |FIGUEIRA, Sayonara Terezinha Camargo de |

| | |Lima. |

|1991 |An Oral Proficiency |NASCIMENTO, Alessandra Longobardi. |

|1992 |Algumas Teorias Implícitas na prática de dois professores em serviço: uma |MATEUS, Elaine Fernandes. |

| |abordagem etnográfica. | |

|1992 |Anglicismos na Língua Portuguesa: Fenômenos Lingüísticos e Extralingüísticos. |VASCONCELOS, Mércia Aparecida Nunes. |

|1995 |Organização de material Didático-pedagógico para Qualificação de Professores de |MAIA, Maria José. |

| |Ensino Religioso de Crianças em Idade Pré-escolar. | |

|1996 |Elaboração de Atividades de Leitura para Segundo Grau, Utilizando Estratégias de |MELLO, Ednéia Maria de Oliveira. |

| |Leitura. | |

|1996 |Um Estudo das Abordagens de Três Professores de Inglês com a Abordagem Subjacente|SUEIRO, Wanderley |

| |ao Livro Didático Adotado. | |

|1996 |Procedimentos Técnicos de Tradução Utilizados em “Alice no País das Maravilhas”. |FILHO, Narciso Coppo. |

|1997 |Textos Interdisciplinares em Inglês Aplicados em turmas de Segundo Grau |FIDELIS, Rosângela de Fátima. |

|1997 |A Participação do Aluno na Aula de Língua Inglesa. |CAMPANHA, Susi Helena Monteiro Vieira. |

|1997 |Proposta de Atividades de Leitura para o Ensino de Língua Inglesa no 2º grau. |CANAZART, Claudinei Aparecido |

|1997 |Algumas Considerações Norteadora para a Elaboração de um Curso de Inglês para |SANTANA, Dorival Aparecido. |

| |Usuários da Internet Baseadas nas Necessidades de um Grupo de Instrutores de | |

| |Informática. | |

|1997 |The Critical Thinking Development Through Textbooks. |CRUZ, Jaqueline Maria Oliveira |

|1997 |Os Contos de Donald Barthelme à Luz do Pós-Modernismo |PEREIRA, Cintya de Souza |

|1997 |Fragmentos da Alma Feminina na Ótica de Katherine Mansfield |SÁTIRO, Iracy Blaese |

|1997 |Vozes D’África – Revelações do Mundo Colonial Africano. |VAZQUEZ, Mônica |

|1998 |Formulação e Avaliação dos Objetivos do professor em uma Aula de Língua Inglesa: |EGAWA, Arlete |

| |Fato ou Ficção. | |

|1998 |O Desenvolvimento do Professor Através do Ensino Reflexivo |PURGER, Carmen Sylvia Giovannetti Alves. |

|1998 |Minha Conduta como Professora X As Propostas Estabelecidas pelo Currículo Básico.|CORRÊA, Francini Percinoto Poliseli. |

|1998 |The Subtle Boundary Between Adjectives and Adverbs. |RAMOS, Willian Cesar |

|1998 |Post-Communicative Emerging Approaches: Recent Innovative Trends in ELT and |GALVÃO, Mirian Rufini |

| |Their Influence on Coursebook Development. | |

|1998 |“Aprendizagem de Vocabulário de Língua Inglesa Através de Vídeo.” |SPLENDOR, Márcia. |

|1998 |Learning Strategies in Foreign Language Acquisition and Learning |HUBER, Ricardo Correa Lima. |

|1998 |Do you really have to “watch what you say”? |LEITE, Ana Paula Garrido Marques Leite. |

|1998 |Um Contraponto entre as Técnicas de Correção de Erro Oral Utilizados pelo Método |MORAES, Edilza Carla Cristianni de. |

| |Audiolingual e pela Abordagem Comunicativa. | |

|1998 |“O Pacto Fáustico em Marlowe e Goethe”. |BOCATO, Milton |

|1999 |English as a Global Language: Some Implications and Trends |POSSEBOM, Miriam Bacarim. |

|1999 |What Makes a Global Language and its Role in the World Today. |SEHN, Eliana de Alencar Jabur. |

|1999 |Shakespeare ao Alcance de Todos |MATVEICHUK, Priscila |

|1999 |As Bruxa de Sálem: Um Recorde Histórico |LUPPI, Ricardo |

|1999 |Symbolic Aspects of James Joyce’s “A Portrait of the Artist As a Young Man”. |SOARES, Suzanne, Rios |

|1999 |There’s Much More to a training Course than Trainer and Trainee |HESHIKI, Silvia Regina Akiko |

|1999 |Cooperative Professional Development: an Experience with EFL Teachers. |RAMOS, Samantha Gonçalves Mancini. |

|1999 |Refletindo Através de Meus Diários |CRUZ, Adriana Aoki Amazonas |

|1999 |O Papel do Professor dentro da Abordagem Comunicativa |FRANCISQUINI, Carmen |

|1999 |O Professor de Inglês e as Diferentes Realidades do Ensino de Língua Inglesa nas |VILAÇA, Josiane Fernades |

| |Escolas Públicas, Escolas Particulares e Institutos de Línguas | |

|1999 |An Analysis on Variable Speech Rates Used in Songs Taken as Authentic Material |OLIVEIRA, Sidney de |

| |for Listening Comprehension | |

|1999 |O Papel dos Jogos no Ensino/Aprendizagem de Inglês como Língua Estrangeira. |TORTATO, Ademi Nishikata |

|1999 |Producing a Teacher’s Guide |COSTA, Nalini Indira da. |

|1999 |Letras-Anglo Students Attitudes towards Reading and Teaching Literature in the |CECCHINI, Patrícia Lourenço |

| |English Language | |

|1999 |A Review of Recent Literature in EFL Writing and its Influence on Textbooks |COLUNA, Andrea Cristina Martins. |

| |Development. | |

|1999 |Fostering Independent Learning and its Implications for EFL Teachers |KOVALSKI, Cristiane Helen. |

|1999 |Considerações Gerais sobre a Avaliação e Escolha, a Adaptação e a Produção de |SILVA, Denize Cristina Chessa |

| |Materiais da Língua Inglesa. | |

|1999 |Sinopse de Inglês Instrumental no Brasil |PAIVA, Marluce Fagotti. |

|1999 |Important Elements in Listening Comprehension for Aviation English Teaching |CORDEIRO, Saulo |

ANEXO II

FICHA DA CPG (COORDENADORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO)

[pic]

ANEXO III – ANÁLISE DAS MONOGRAFIAS DE ESPECIALIZAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA DA UEL, DE ACORDO COM OBJETIVOS, SUJEITO(S) DE PESQUISA, METODOLOGIA, RESULTADOS.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

CENTRO DE LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS

DEPARTAMENTO DE LETRAS ESTRANGEIRAS MODERNAS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA

MONOGRAFIAS 1979 A 2000

M 01

|AUTOR: |Adriana Pazelo |

|2) TÍTULO: |Parâmetros para a formação do professor de Língua Inglesa na UEL. |

|3) DEFESA: | 1989 |

|FOCO: |Parâmetros para formação do professor de língua inglesa. |

|5) SUJEITO DA PESQUISA: | Alunos do curso de Letras Anglo-Portuguesas da UEL, ex-alunos (professores de Língua Inglesa |

| |formados na UEL que na época atuavam tanto em escolas públicas como Particulares), professores|

| |da UEL que estavam atuando na área de Língua Inglesa. |

| | |

|6) OBJETIVOS: |Levantar quais são os parâmetros necessários para a formação do professor, para que este |

| |consiga desempenhar o seu papel. |

| | |

|7) METODOLOGIA: | A pesquisa de cunho quantitativo fez uso de questionários, baseado nos parâmetros levantados |

| |através de revisão bibliográfica. Informantes: alunos do curso de letras da UEL, professores |

| |de inglês (que estão no mercado de trabalho), bem como os docentes da Língua Inglesa que |

| |contribuem para a formação de professores. |

| | |

|8) RESULTADOS: |Alto nível de certezas (“Já era esperado”), sob o qual a pesquisadora reafirma a sua “não |

| |surpresa” quanto aos resultados. |

|9) COMENTÁRIOS: |O professor é observado sob um ângulo externo à pesquisadora dividido entre as categorias: |

| |graduados, com experiência de vida no exterior, e aqueles que têm como formação em cursos |

| |livres. A pesquisa proposta confirmou o que já era esperado pela pesquisadora: as disciplinas |

| |que não estão relacionadas com a formação de professores de Língua Inglesa não demonstram |

| |influência sobre a mesma. Quanto ao professor, verificou-se a sua valorização de suas |

| |qualidades pessoais, o que não era uma surpresa para a pesquisadora, restando a dúvida: o que|

| |está em primeiro plano ? O conhecimento teórico ou as qualidades pessoais ? |

M 02

|AUTOR: |Carmen, Francisquini |

|TÍTULO: | O Papel do Professor dentro da Abordagem Comunicativa |

|3) DEFESA: |1998 |

|4) FOCO: |A função que o professor exerce dentro da abordagem comunicativa |

|5) SUJEITOS DA PESQUISA: |Professores de Língua Inglesa. |

|6) OBJETIVOS: |Informar professores de língua estrangeira quanto à significação da abordagem comunicativa, |

| |esclarecendo conceitos, apontando princípios, bem como o papel do professor dentro dessa |

| |abordagem |

|7) METODOLOGIA: |Revisão bibliográfica sobre a literatura recente a respeito da abordagem comunicativa como |

| |também o direcionamento de alguns autores acerca do assunto. |

|8) RESULTADOS: |Apesar da abordagem comunicativa estar vinculada ao aluno, descobre-se a importância do |

| |professor e sua influência no processo educacional e sócio-cultural de seus alunos. |

|9) COMENTÄRIOS: |A pesquisadora aprende muito com a pesquisa, tornando-se mais crítica e assertiva devido ao |

| |conhecimento adquirido, acreditando ter atingido seus objetivos e acredita que sua pesquisa |

| |possa servir para aqueles que queiram ingressar na carreira de professor com uma visão ampla. |

| |Apesar da pesquisa ser de caráter bibliográfico, a pesquisadora observa, analisa e faz uma |

| |reflexão sobre o processo da educação, bem como o desenvolvimento profissional. |

M 03

|AUTOR |Carmen Sylvia Giovanneti Alves Purger |

| | |

| TÍTULO: |O Desenvolvimento Através do Ensino Reflexivo |

| | |

| DEFESA: |1998 |

|FOCO: |O movimento da prática reflexiva bem como os diferentes conceitos de reflexão segundo os |

| |teóricos: Dewey (1933), Schön (1987) e Zeichner ( 1995). |

|SUJEITOS DA PESQUISA |Professores praticantes da prática reflexiva. |

|OBJETIVOS: |Apresentar argumentação de alguns teóricos americanos e ingleses proponentes do ensino |

| |reflexivo, para que desta forma, propicie o desenvolvimento do senso crítico e a auto |

| |consciência do professor. |

| | |

|METODOLOGIA |Revisão bibliográfica. |

|RESULTADOS | Constata-se que é através da reflexão que o educador consegue um maior controle sobre si, |

| |analisando e ajustando sua rotina diária de acordo com as suas necessidades. A pesquisadora |

| |conseguiu reforçar a idéia da importância da prática reflexiva para o professor consciente, uma |

| |vez que essa concepção não está, ainda, aceita por muitos professores. |

|COMENTÁRIOS |A pesquisadora assume a importância do desenvolvimento do professor na prática reflexiva, mesmo |

| |admitindo que esta é uma tarefa que requer tempo e muito trabalho e conclui de uma forma muito |

| |positiva e certa da necessidade de tal prática para que o professor exerça um maior |

| |autocontrole. Desta forma, a pesquisa serviu não só para constatar a relevância do tópico como |

| |também despertar o interesse daqueles que ainda não adotaram tal prática. |

M 04

|AUTOR: |Elaine Fernandes Mateus |

|TÍTULO |Algumas Teorias e Crenças Implícitas na Prática de Dois Professores-em-serviço: uma abordagem |

| |etnográfica. |

|DEFESA |1992 |

|FOCO |Teorias e crenças sobre o processo de ensino/aprendizagem que norteiam dois |

| |professores-em-serviço, a partir de suas próprias perspectivas. |

| | |

|SUJEITOS DA PESQUISA |Dois professores-em-serviço que possuem no mínimo seis anos de experiência no 1º grau de escola |

| |pública. |

|OBJETIVOS |Conhecer e analisar as teorias e crenças (teorias subjetivas) que envolvem a prática de dois |

| |professores-em-serviço. |

|METODOLOGIA |Pesquisa de cunho qualitativo, utilizando como instrumentos para coleta de dados a gravação de |

| |aulas em áudio, bem como a transcrição das mesmas, e entrevistas etnográficas. |

|RESULTADOS |A pesquisadora constatou, através da coletas de dados, que ambos os professores possuem teorias e |

| |crenças que influenciam sua ações em sala de aula, embora não se possa generalizar devido ao |

| |caráter individual de cada um. Essas concepções são advindas mais de sua teorias educacionais do |

| |que subjetivas, ressaltando a importância do desenvolvimento das mesmas, uma vez que irão |

| |propiciar a reflexão, indo em direção ao aprimoramento dos processos de ensino/aprendizagem. |

| | |

|COMENTÁRIOS |A pesquisadora espera contribuir para que professores-em-serviço consigam respostas às eventuais |

| |perguntas: “Por que eu faço isso?” ou “Como eu sei as razões para o que faço?”, posicionando-se |

| |totalmente a favor da pesquisa, tendo adquirido uma ampla visão do tema estudado, servindo como |

| |instrumento de reflexão frente ao sistema de ensino, firmando a sua proposta inicial de pesquisa e|

| |propondo caminhos de investigação para a melhoria do ensino. |

M 05

|AUTOR |Wanderley Sueiro |

|TÍTULO |Um Estudo da Relação das Abordagens de Três Professores de Inglês com a Abordagem Subjacente ao |

| |Livro Didático. |

| | |

|: DEFESA |1995 |

|FOCO: |Com relação ao livro didático, observa-se se os professores informantes faziam modificações ou |

| |adaptações, se as alterações preservaram os objetivos, se as justificativas que os professores |

| |davam sobre seus procedimentos eram plausíveis ou se o uso do livro acabava por revelar uma mera |

| |rotina. |

|SUJEITOS DA PESQUISA |: Três professores atuando no 1º grau, que estivessem utilizando o livro didático “Take your |

| |Time”. |

| | |

|OBJETIVOS: |Possibilitar ao professor a reflexão sobre sua prática, a conscientização dos princípios envolta |

| |de seu meio de ensinar, bem como contribuir com os organizadores de cursos de capacitação de |

| |professores como também oferecer uma contribuição às pesquisas sobre o pensamento do professor. |

| | |

|METODOLOGIA |Pesquisa etnográfica, descritiva e qualitativa, utilizando as observações anotadas, aulas gravadas|

| |e transcritas, entrevistas gravadas e transcritas . |

| | |

|RESULTADOS |Ao observar o professor número um, verificou-se seu desentendimento junto às atividades propostas |

| |pelo livro didático, como o fato de não desenvolver atividades comunicativas e ainda trocá-las |

| |pelas de gramática e tradução. As razões atribuídas por esse professor são aquelas relacionadas a |

| |falta de disciplina, turmas grandes, falta de interesse, entre outros. O professor número dois, |

| |manipulou o uso do livro didático de uma forma diferente, considerando-o como subsídio e não |

| |propriamente uma receita a seguir todos os seus ingredientes, procurando desenvolver sua |

| |atividades de forma criativa e interessante aos alunos. Para o pesquisador, o sucesso na |

| |aprendizagem está além dos métodos, está no professor, acreditando no que faz e de forma eficaz, |

| |de forma reflexiva e com constantes aperfeiçoamentos pois nenhum método substitui o professor. O |

| |professor número três, alterou as atividades em pequena escala. Novamente houve falha naquelas que|

| |necessitavam de procedimentos comunicativos, sendo trocados pela gramática e tradução. O |

| |pesquisador conclui que a teoria conhecida pelos professores é quase obsoleta, havendo uma grande |

| |necessidade de seu desenvolvimento, e que, a possível falha existente deve-se não só ao livro |

| |didático como também ao professor, bem como a sua falha na competência aplicada. |

| | |

|COMENTÁRIOS |O pesquisador acredita que um ensino eficaz deva-se ter em harmonia o professor, o material |

| |didático e o aprendiz. A pesquisa revelou muitas diferenças no método de ensino, revelando ao |

| |pesquisador, o qual estava totalmente envolvido em suas observações, motivos de muitos fracassos |

| |frente ao uso de livro didático. Desta forma, o pesquisador conclui sua pesquisa com a certeza de |

| |que o professor necessita desenvolver o seu entendimento teórico para que assim seja plausível em |

| |suas ações de ensino. Percebe-se um crescimento muito grande por parte do pesquisador, bem como |

| |suas certezas com relação aprendizagem através do livro didático, sendo de vital importância |

| |àqueles que como este três professores, não tenham parado para pensar em sua própria prática de |

| |ensino. |

| | |

M 06

|AUTOR |Francini Percinoto Poliseli Corrêa. |

|TÍTULO: |Minha Conduta como Professora x As Propostas Estabelecidas pelo Currículo Básico. |

| | |

|DEFESA |1997 |

|FOCO: |O confronto da prática em sala de aula da professora-pesquisadora com as propostas estabelecidas |

| |pelo currículo básico para o ensino de língua estrangeira. |

| | |

|SUJEITOS DA PESQUISA |Professora-pesquisadora e 36 alunos da 5ª série de 1º grau de uma escola de rede estadual. |

|OBJETIVOS |Verificar se a professora-pesquisadora está ou não utilizando as propostas estabelecidas no |

| |Currículo Básico, e os motivos pelos quais a mesma opta por certos procedimentos e não a outros ao|

| |ministrar sua aula. |

| | |

|METODOLOGIA |Questionário, planejamento de aula do professor , gravação em áudio da administração dos conteúdos|

| |aí estabelecidos, diário reflexivo do professor. |

| | |

|RESULTADOS: |A professora-pesquisadora não seguiu totalmente as propostas do Currículo Básico devido às várias|

| |incoerências do mesmo referente ao ensino bem como a falta de recursos e amparo por parte da SEED |

| |( Secretaria Estadual de Educação). Assim, a projeção que se visualiza é que o caminho para um |

| |ensino satisfatório nas escolas públicas do Paraná ainda é muito longo, e que a proposta referente|

| |ao método comunicativo fez com que a pesquisadora entendesse os motivos pelos quais certos |

| |procedimentos são viáveis e outros não. O que fica a desejar, segundo a pesquisadora, são os |

| |pressupostos teóricos, visto que os conteúdos de sua prática têm sido observados e seguidos. |

|COMENTÁRIOS: |observa-se a estreita relação da pesquisadora com a pesquisa, visto que a mesma atua e analisa os |

| |dados. Sua posição frente ao Currículo Básico é totalmente crítica, questionando sua eficácia |

| |devido às várias falhas existentes , servindo como demonstração de um sistema falho, acrescentando|

| |à pesquisadora que, embora tenha-se elaborado o Currículo Básico visando a melhoria do ensino |

| |público, o mesmo está longe de nossa realidade. |

M 07

|AUTOR: |Samantha Golçalves Mancini Ramos |

|TÍTULO: |Cooperative Professional Development: An experience with EFL teachers |

| | |

|DEFESA: |1998 |

|FOCO: |Processo cooperativo no desenvolvimento dos professores |

|SUJEITO DA PESQUISA: |9 professores de Língua Inglesa de um instituto de Línguas de Londrina |

|6) OBJETIVOS: |Conhecer as reação dos professores de Língua Inglesa de um Instituto de Línguas frente ao |

| |processo de Desenvolvimento Cooperativo proposto por Edge (apud Ramos, 1998) e suas implicações, |

| |fazendo com que os professores reflitam sobre sua própria prática, compartilhando suas |

| |experiências com os demais, de modo que haja uma reflexão pessoal, avaliação mútua, debates e |

| |práticas que conduzam os professores a um crescimento não só do conhecimento profissional, mas o |

| |mais importante para o processo cooperativo, o conhecimento voltado a parte humana, de como os |

| |professores se sentem a respeito deles próprios, enfatizando a importância da abordagem humanista |

| |proposta pela pesquisadora, sendo a autoconfiança um fator de grande relevância. |

| | |

|7) METODOLOGIA: |A pesquisa, de cunho qualitativo, tem a pesquisadora como onitora, a qual desenvolveu uma |

| |pesquisa-ação analisando a reação dos praticantes frente as teorias colocadas em prática. Assim, a|

| |pesquisadora optou pelo modelo cooperativo, adotando o conceito centrado em compartilhar idéias e |

| |experiências com os colegas de trabalho, explorando as percepções dos professores acerca de seu |

| |próprio desenvolvimento na prática de ensino e a promoção do desenvolvimento do professor com seus|

| |colegas. A pesquisadora optou pelas atividades propostas por Edge, por serem suas prática mais |

| |acessíveis. Durante as atividades os participantes prepararam relatórios dependendo do assunto |

| |discutido. Os dados foram obtidos através dos mesmos, escritos pelos participantes bem como pela |

| |pesquisadora, a qual refletia sobre a prática realizada com os professores. |

| |Perguntas da pesquisa: |

| |Como os professores participantes do processo reagiram ? |

| |Como o pesquisador reagiu enquanto conduzia as atividades e recebia uma reação dos participantes ?|

| |Quais foram as implicações notadas quando o processo de desenvolvimento cooperativo foi adotado |

| |com os professores de inglês como língua estrangeira ? |

| | |

|8) RESULTADOS: |A pesquisadora procurou por conhecimento científico e o aplicou em experiência em-serviço |

| |(professores que atuam com ou sem certificação). A mesma, recebeu um retorno positivo das |

| |atividades, contudo, os objetivos estabelecidos não foram o esperado, pois mostraram aspectos de |

| |desenvolvimento muito importantes os quais não tinham sido levado em conta anteriormente. Quanto |

| |aos participantes, a pesquisadora observou pouco esforço por parte deles, talvez, porque |

| |tratava-se de encontros informais, onde os participantes não tinham uma maior responsabilidade. A |

| |pesquisadora sugere, desta forma, a adoção por parte das instituições de programas para o |

| |desenvolvimento colaborativo do professor. |

|9) COMENTÁRIOS: | A proposta da pesquisadora era a de procurar por conhecimento científico, conseguindo alguns, nos|

| |quais ela mesma não tinha se dado conta, e adquirindo outros como monitora. Para tanto, a |

| |pesquisadora põe-se em uma posição reflexiva, na qual explorou e refletiu sobre as diversas |

| |situações em que os participantes se encontravam. Desta forma, a pesquisa é voltada para uma |

| |posição reflexiva, adotada também pela autora, a qual esteve presente de forma muito significativa|

| |e participativa, contribuindo para futuros pesquisadores no sentido de estabelecer um processo de |

| |contínua pesquisa voltada ao desenvolvimento cooperativo de professores visando seu crescimento |

| |profissional. |

| | |

M 08

|AUTOR |Josiane Fernandes Vilaça |

| |As Diferentes Realidades do Ensino de Língua Inglesa nas Escolas Públicas, Escolas Particulares e |

|2) TÍTULO: |Institutos de Línguas. Uma Reflexão sobre a Atuação de uma Professora nas Três Realidades. |

| | |

| | |

|3) DEFESA: |1998 |

|FOCO: |São avaliadas as diferentes realidade no Ensino da Língua Inglesa no Brasil, abordando as escolas |

| |públicas, particulares e institutos de línguas, onde a pesquisadora é o objeto de análise nas três|

| |realidades. |

| | |

|5) SUJEITO DA PESQUISA: |A professora-pesquisadora e alunos de 7ª e 8ª séries da Escola particular Regular e alunos de um |

| |curse de idiomas. |

| | |

|6) OBJETIVOS: |Descrever três contextos de ensino e analisar as dificuldades encontradas em cada um na busca de |

| |um ensino eficaz, como forma de contribuir para futuros professores e iniciantes carentes de |

| |vivências práticas. |

| | |

|7) METODOLOGIA: |Depoimentos da professora-pesquisadora; questionários respondidos por alunos das três escolas; |

| |transcrição de aulas gravadas nas três escolas. Abordagem aos dados de forma qualitativa. |

|8) RESULTADOS: |Embora a pesquisadora tivesse, em minha opinião, uma visão inicial utópica de que ela poderia |

| |trabalhar de forma nivelada com os três diferentes sistemas de ensino, após examinar o |

| |questionário, atividade proposta e realizada pela própria pesquisadora, chega a algumas conclusões|

| |acerca das diferenças nos sistemas de ensino como: salas numerosas, carga horária pequena, falta |

| |de material entre outros, pois há uma grande incompatibilidade entre as escolas para “sonhar” em |

| |trabalhar de uma forma nivelada. Assim, a pesquisadora traça um perfil de cada escola e do |

| |professor no que diz respeito ao ensino de Línguas , cabendo ao professor a reflexão sobre a sua |

| |própria prática, associando teoria à prática, desenvolvendo o ato da análise e reflexão sobre |

| |suas aulas e acerca do método a ser utilizado, atentando ao fato de que, para a pesquisadora que |

| |através de sua análise chega a conclusão de que o método não é tudo, cabe ao professor analisar e |

| |diagnosticar o que poderá ser feito ou não para o melhor desenvolvimento das atividades e, |

| |conseqüentemente do aluno. A pesquisadora, portanto, deixa sua contribuição de maneira que |

| |possibilite uma reflexão dos profissionais que atuam na área, de modo a evitar a mecanização das |

| |aulas, e direcionando seus objetivos de modo claro, esclarecendo o uso e função de tais atividades|

| |ao aluno resultando em um melhor aprendizado |

| | |

|9) COMENTÁRIOS: |A pesquisadora propõe-se a analisar sua vivência em três realidades que são descritas na pesquisa.|

| |Porém, ao mesmo tempo que a pesquisadora diz ser necessário mostrar essa realidade, ela menciona |

| |que é desnecessário mostrar os dados referente aos fatores que diferem as três realidades de |

| |ensino, e também não deixa clara sua visão referente aos diferentes processos de ensino, proposta |

| |da pesquisa, voltando-se mais aos métodos e, principalmente, ao professor, pois cabe a ele a |

| |decisão do que utilizar ou não de uma forma coerente. Percebe-se que a pesquisadora objetivou uma |

| |pesquisa referente às diferenças escolares, focalizando mais o professor, e no final, fica a idéia|

| |obscura quanto ao seu crescimento profissional, uma vez que um fato de grande contribuição foi a |

| |falta de teoria necessária para apoiar suas premissas. |

M 09

|AUTOR: |Arlete Egawa |

|2) TÍTULO: |Formulação e Avaliação dos Objetivos do Professor em uma Aula de Língua Inglesa: Fato ou Ficção ? |

|DEFESA: |1998 |

|FOCO: |O objetivo e planejamento do professor na aula de inglês como língua estrangeira |

|SUJEITOS DA PESQUISA |Professores e todos as pessoas que fazem parte do processo do ensino do ensino de inglês como |

| |língua estrangeira nas escolas públicas. |

|OBJETIVOS |Averiguar se o professor formula objetivos para as suas aulas , conseguindo visualizar seu |

| |desenvolvimento e seus resultados de forma consciente. |

|7)METODOLOGIA: |Filmagem de Quatro aulas ( 5ª e 8ª séries) para que fosse feita a coleta de dados. Pré-entrevista|

| |com a professora, com o objetivo de verificar seu hábito quanto ao planejamento de suas aulas. |

| |Retrospectiva ( gravada em áudio) com a professora sobre as aulas gravadas para que seja |

| |apresentado os objetivos de cada uma pelo professor, como também a extensão de sua clareza , |

| |avaliando os resultados obtidos. |

| |Perguntas da pesquisa: |

| |O professor ao entrar na sala de aula tem seus objetivos claros e definidos ? Ele avalia se os |

| |atingiu ou não ? Como o faz ? |

|8) RESULTADOS: |Observou-se que a professora em questão tinha, de certa maneira, seus objetivos “traçados”, ou |

| |seja, ela sabia o que iria fazer naquele momento, contudo, devido a vários fatores advindos da |

| |própria sala de aula como falta de disciplina e outros, os objetivos acabaram por se perder, e a |

| |professora dava-se por satisfeita se os alunos tinham aprendido “alguma coisa”. Verificou-se, |

| |portanto, que fatores como a falta de clareza dos objetivos, bem como a falta de rigor e |

| |direcionamento são alguns dos fatores que contribuem para essa falha no sistema escolar. |

|9) COMENTÁRIOS: |Embora seja essa sua área de atuação, a pesquisadora observou o problema sob um ângulo externo, |

| |mas que serviu para constatar o fato de que os objetivos em sala de aula vão além do professor, |

| |envolvendo o ensino de forma geral. A pesquisa contribuiu para a pesquisadora refletir sobre a |

| |consciência e responsabilidade que o professor tem, e para ela, cada um precisa assumir sua |

| |responsabilidade para que chegue à transformação do ensino, pois a pesquisa serviu não só para |

| |expor suas descobertas como também para sugerir uma reflexão em cada indivíduo acerca da missão |

| |que cada um tem que cumprir. |

M 10

|1) AUTOR: |Sílvia Regina Akiko Heshiki |

|TÍTULO: |There is much more to a training course than trainer and trainee. |

|3) DEFESA: |1998 |

|4) FOCO: |Professor. A própria pesquisadora, como professora de um curso de treinamento para formação de|

| |professores pela primeira vez, é quem conduz, participa e supervisiona a pesquisa de um modo |

| |direto, analisando um grupo de nove estagiários brasileiros participantes do curso, em uma |

| |escola particular de inglês. |

|5) SUJEITO DA PESQUISA: |O professor-pesquisador |

| | |

|6) OBJETIVOS: |A pesquisadora-professora propõe uma pesquisa para propiciar um melhor entendimento e |

| |desenvolvimento do curso de formação de professores de inglês como língua estrangeira. Para |

| |tanto, a pesquisadora analisa o processo de aprendizado dos estagiários durante um período de |

| |quatro meses, enfocando as crenças, conhecimento prévio, e expectativas não só do estagiário |

| |como também do professor treinador. |

| | |

|7) METODOLOGIA: |Através de diários, os estagiários refletiam sobre a prática (pois os estagiários tinham aulas|

| |teóricas, práticas e de observação de outros professores), responderam a um questionário |

| |inicial, participaram de entrevistas, fizeram trabalhos escritos, e responderam a um |

| |questionário final, para averiguação de suas idéias e opiniões. Depois da coleta de dados, a |

| |pergunta inicial de pesquisa elaborada pela pesquisadora foi modificada, pois a pesquisadora |

| |chegou a conclusão de que ela iria permanecer sem resposta. Assim, as novas perguntas |

| |elaboradas foram: |

| |Quais são as expectativas dos estagiários com relação ao curso de treinamento ? |

| |Quais características os estagiários apresentam durante a fase inicial de um curso de |

| |treinamento ? |

| |A pesquisa, portanto, é de natureza qualitativa e interpretativa, já que está voltada para o |

| |entendimento do comportamento humano, e a reflexão do ponto de vista do pesquisador, sendo |

| |assim subjetiva, e questionando a base da realidade social. |

| | |

|8) RESULTADOS: |O comportamento dos estagiários foi o mesmo de alunos, e sua visão com relação ao curso não |

| |foi acerca de metodologia, mas a de um simples aperfeiçoamento da língua e aprendizado, onde |

| |muitos apresentaram dificuldades nas atividades que exigiam proficiência da língua. Os |

| |estagiários demonstraram a falta de compromisso com as atividades propostas, e estavam sempre |

| |centrados neles mesmos, os alunos bem como o processo de aprendizagem não eram relevantes, |

| |visto que a maioria dos estagiários estavam fazendo o curso por ser uma opção de conseguir um |

| |emprego rápido. Assim, em acordo com as sugestões da própria pesquisadora, um curso como este,|

| |deveria ser mais longo, para que os estagiários possam evoluir até entender realmente o |

| |processo ensino-aprendizagem sendo o professor-treinador um mero facilitador do processo. |

| |Conclui-se assim, que para um melhor resultado, o curso tenha que ter uma maior duração e que |

| |leve em consideração os conhecimentos que os estagiários levam para a sala, trabalhando também|

| |com o seu aperfeiçoamento da língua, propiciando maior aprendizado bem como a abertura de seus|

| |conceitos para a adição de novos. |

|9) COMENTÁRIOS: | O papel da pesquisadora foi relexivo e muito participativo, pois seu objetivo era o de ser |

| |uma professora-treinadora-pesquisadora, observando os problemas de uma forma direta. Sua |

| |pesquisa volta-se não só para os objetivos e desenvolvimento dos estagiários em questão como |

| |também do professor-treinador que esteja atuando no curso. A pesquisadora conclui de forma |

| |crítica envolvendo os problemas em questão, sugerindo práticas para seu aperfeiçoamento bem |

| |como a consciência das instituições para o aperfeiçoamento de novos cursos . A pesquisa |

| |contribuiu para a área de desenvolvimento do professor, com o objetivo de descobrir as |

| |expectativas e características dos estagiários, acrescentando dados relevantes para a |

| |pesquisadora. |

M 11

|AUTOR: |Adriana Aoki Amazonas Cruz |

|TÍTULO: |Refletindo através dos meus diários |

|DEFESA: |1999 |

|FOCO: |A prática da professora-pesquisadora no primeiro ano de trabalho. |

|5) SUJEITO DA PESQUISA: |A professora-pesquisadora |

|6) OBJETIVOS: |Analisar sua própria prática pedagógica como professora iniciante de língua estrangeira de uma |

| |escola de 1º grau de uma forma reflexiva, buscando um desenvolvimento profissional contínuo e |

| |crítico. |

|7)METODOLOGIA: | Diários pós-aula mantidos durante 2 meses. Os registros dos diários foram classificados quanto ao |

| |seu conteúdo, e a pesquisadora enfocou somente aqueles com comentários reflexivos, tomando por base |

| |os conceitos de reflexão de Dewey e Schön. |

| |Perguntas da pesquisa: |

| |Que tipos de registros caracterizam meus diários ? |

| |Quais os conteúdos dos registros ? |

| |Que tipos de reflexão foram identificados nos diários ? |

| |Qual o sentido das reflexões feitas nos diários para meu desenvolvimento profissional? |

|8) RESULTADOS: |Além de comentários reflexivos, a pesquisadora identificou comentários que denominou apreciativos e |

| |dirigidos ao outro imaginário. Durante seu período de sobrevivência, houve uma grande preocupação |

| |com a técnica, do que fazer em sala de aula. O outro imaginário esteve sempre presente em suas |

| |experiências, pois havia uma grande necessidade de contar as suas experiências, sejam elas vitórias |

| |ou decepções. Identificou-se uma grande preocupação por parte da pesquisadora quanto ao |

| |desenvolvimento dos alunos bem como as escolhas das atividades pedagógicas e questionamentos |

| |relacionados à metodologia e ao currículo escolar. Devido aos conteúdos técnicos e práticos |

| |predominantes na sala de aula, a pesquisadora vê a necessidade de um envolvimento político do |

| |professor, para que este consiga refletir sobre a sua prática em um nível mais elevado.. |

|9)COMENTÁRIOS: |Desde os tempos de estagiária, a profesora-pesquisadora notou sua tendência para a introspecção, |

| |devido à prática da escrita de diários durante este período , e razão pela qual a mesma optou pelos |

| |diários em seu primeiro ano como professora , frente às dificuldades que vinha encontrando. Como |

| |base de reflexão na pesquisa proposta o processo foi fundamental no qual a pesquisadora pôde se |

| |apoiar nos momentos de dificuldades, e salienta ainda que a pesquisa e sua avaliação no modo de |

| |ensinar foi muito importante, pois direcionaram a um entendimento da sua própria prática, |

| |ressaltando ainda a importância de investigações acerca do processo pedagógico para que assim possa |

| |proporcionar o crescimento e desenvolvimento de uma consciência crítica. Confirma-se, portanto, que |

| |essa prática foi crucial à auto-crítica da pesquisadora, a qual sugere um espaço no horário dos |

| |professores para que essa conscientização possa acontecer. Assim, fica claro que a pesquisadora |

| |conseguiu, durante sua auto-análise, um maior direcionamento, influenciando a prática da |

| |pesquisadora revelando seu interesse pelo desempenho escolar dos alunos, questionando suas próprias |

| |escolhas, e estabelecendo uma diferença entre o tempo de estagiária e o de professora. Assim, a |

| |pesquisadora consegue, através de sua análise a revelação de suas reais preocupações e atitudes em |

| |sala de aula, no qual a diferença entre a estagiária e agora a professora foi reveladora para a |

| |pesquisadora., caracterizando um período de sobrevivência. |

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1. Projeto de extensão do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas da Universidade Estadual de Londrina.

[1] Omito na tabela os dados relativos a sua autoria e orientador, por considerar serem dados irrelevantes ao propósito da pesquisa.

[2] Omito na tabela os dados relativos a sua autoria e orientador, por considerar serem dados irrelevantes ao propósito da pesquisa.

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Universidade

Estadual de Londrina

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Língua Inglesa da Universidade Estadual de Londrina, como requisito para obtenção do título de Especialista em Língua Inglesa, sob orientação da Professora Mestre Simone Reis.

CADASTRO DE TESE/MONOGRAFIA

Universidade

Estadual de Londrina

BANCA EXAMINADORA

NOTA

DATA

ARQUIVO: PROCESSO NO.

ORIENTADOR (A)

AUTOR (A)

NÍVEL

CURSO

TÍTULO TESE MONOGRAFIA [pic]

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