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Integra??o total com a natureza: conhe?a a premiada casa sustent?vel legada por f?sico da UFRGS | GZH CAPA GZH

AMBIENTE

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NA LOMBA DO PINHEIRO

Integra??o total com a natureza: conhe?a a premiada casa sustent?vel legada por f?sico da

UFRGS

CasaE resume o projeto de vida de Flavio Horowitz, professor que morreu em novembro de 2020. Trata-se de um exemplo de harmonia

com o entorno, com li??es aplic?veis a todas as resid?ncias

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18/06/2021 - 10h46min Atualizada em 18/06/2021 - 14h40min

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ALINE CUST?DIO Texto

MATEUS BRUXEL Fotos

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Edifica??o foi erguida seguindo princ?pios da f?sica, da biologia, da matem?tica e da engenharia Mateus Bruxel / Agencia RBS

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Encravada num trecho de mata fechada do bairro Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre, uma casa de paredes duplas de concreto erguida sobre um leito de rochas guarda o legado de uma vida. Ao longo de quase tr?s d?cadas, a edifica??o foi um dos sonhos vision?rios de Flavio Horowitz, falecido em novembro de 2020, aos 67 anos. Nas pr?prias palavras, Horowitz dizia ser "mais do que apenas um professor universit?rio em F?sica, um cidad?o cientista com paredes porosas".

Foi ideia do docente vinculado ao Instituto de F?sica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) construir a CasaE, identificada como um ambiente experimental e demonstrativo em evolu??o, totalmente baseado nos conceitos da f?sica para projetar e testar inova??es e desenvolver e demonstrar tecnologias vi?veis e n?o agressivas ao meio ambiente usando energia e recursos renov?veis (veja detalhes do ambiente abaixo). No in?cio dos anos de 1980, Horowitz adquiriu um hectare e meio na Lomba do Pinheiro para, um dia, erguer a edifica??o.

? Ele queria criar uma casa autossustent?vel para que principalmente as pessoas de baixa renda pudessem construir sem ter gasto excessivo em energia el?trica, principalmente com aquecimento e ar-condicionado. Prezava pelo conforto t?rmico ? explica a m?dica cardiologista Estela Suzana Horowitz, vi?va do cientista, com quem foi casada durante 42 anos.

LEIA MAIS

Nascido no Rio de Janeiro, primeiro filho de tr?s irm?os, ele se mudou para a capital ga?cha ao lado da m?e, j? vi?va, e dos irm?os quando estava prestes a fazer o

vestibular, no in?cio da d?cada de 1970. Conhecido desde a inf?ncia pela facilidade

CHAMADA GERAL 2? EDI??O 16:c30o-m17o:3s0 n?meros, era observador, curioso, questionador e muito inteligente. Na

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Porto Alegre vai mapear as suas ?reas remanescentes de mata atl?ntica

Dia Internacional do Meio Ambiente: hora de lembrar o passado e conscientizar para o futuro

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mesma ?poca em que optou por cursar F?sica na UFRGS, conheceu Estela por meio de amigos em comum. A amizade virou casamento em 1978 e, antes de partirem para quatro anos nos EUA, onde ele faria o doutorado no Arizona, o casal comprou o terreno ? pensando em mudar-se para o local no retorno ao Brasil ? quando o f?sico passaria a dar aulas em definitivo no campus da UFRGS no bairro Agronomia.

Professor da UFRGS detalha como "solucionou o mist?rio da constru??o de Machu Picchu"

N?o foi o que ocorreu. Na volta, por considerarem a ?rea distante do centro urbano, mantiveram-na como s?tio. Flavio, ent?o, ergueu uma casa pr?-moldada, passou a plantar ?rvores, criar patos e galinhas e abriu dois a?udes no terreno. A ideia da casa

sustent?vel, por?m, seguia sendo desenvolvida.

Somente nos anos 1990 a CasaE come?ou a ser erguida ? com recursos pr?prios. No final da d?cada, o arquiteto Giovani de Azambuja, que havia estudado Arquitetura na UFRGS, conheceu Horowitz e se interessou pelo projeto. Curioso, Azambuja recorda ter descoberto a proposta a partir das defini??es que o cientista indicou amparado por pesquisas nas ?reas de f?sica, matem?tica, engenharia e biologia:

? Quando cheguei ao local, havia a base de uma casa e a parede original de pedra, com uma viga de concreto degradada pelo tempo. Dava para ver que era um projeto come?ado h? muito tempo, um sonho que vinha sendo constru?do e focado nos princ?pios que a f?sica oferecia, como a climatiza??o natural.

Azambuja define o projeto como "uma casa constru?da dentro de outra casa, onde o ar circula em todo o seu

contorno, passando por baixo do ch?o, entre as paredes, e podendo sair na cobertura ou s? recirculando, como

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uma circula??o infinita pela casa. No momento em que o propriet?rio quiser ter o controle, dependendo da esta??o do ano, pode abrir ou fechar os dispositivos existentes, que liberam a sa?da de ar quente ou frio".

Roberto Spinato, Estela Horowitz e Rualdo Menegat diante da CasaE Mateus Bruxel / Agencia RBS

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Quem tamb?m acompanhou a constru??o do im?vel foi o engenheiro mec?nico Roberto Spinato Ribeiro, amigo de Horowitz h? mais de duas d?cadas. Ele o conheceu no laborat?rio do Grupo Laser & ?ptica do Instituto de F?sica da UFRGS, onde ambos se tornaram parceiros de pesquisa. Certo dia, o cientista comentou sobre a CasaE e o engenheiro mec?nico, tamb?m curioso, se interessou. Juntos, os dois buscaram solu??es sustent?veis e de baixo custo para o empreendimento.

Al?m de tirar dinheiro do pr?prio bolso, Horowitz obteve financiamentos com empresas parceiras ? que doavam pe?as projetadas especificamente para a casa ? e editais de pesquisa (todos os parceiros s?o citados no site do projeto: ufrgs.br/casae).

Depois de inaugurada, em dezembro de 2009, a CasaE recebeu dois importantes reconhecimentos. Em 2015, o pr?mio Renewable Energy da Energy, Science & Technology (Est) ? International Conference and Exhibition, em Karlsruhe (Alemanha), em 2015, e, em 2016, o pr?mio Boas Ideias de Sustentabilidade, da Funda??o Gaia, na Virada Sustent?vel de Porto Alegre.

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Horowitz atraiu a aten??o de bi?logos, engenheiros e arquitetos, e a CasaE, ao longo dos anos, recebeu visitas de estudantes do Ensino Fundamental ? p?s-gradua??o. V?rias pesquisas de mestrado e doutorado foram baseados no tema, destaca Ribeiro. Determinado a passar adiante os conhecimentos obtidos at? ent?o, Horowitz escreveu Antes que a Casa caia: o Desenvolvimento Sustent?vel (Brazil Publishing) seu primeiro livro.

? A casa n?o passou tr?s meses sem inventarmos algo novo para ela. As ideias surgiam dia a dia. Depois de pronta, foi entregue para a UFRGS (em comodato). Nunca parou no tempo. S? parou, infelizmente, porque o Flavio faleceu ? diz o engenheiro.

Em 2008, Horowitz sentiu as primeiras manifesta??es de um mieloma m?ltiplo (c?ncer de um tipo de c?lula da medula ?ssea respons?vel pela produ??o dos anticorpos que combatem v?rus e bact?rias). O diagn?stico, no entanto, s? foi confirmado quatro anos depois. Em meio ?s pesquisas e ao trabalho na universidade, entre 2014 e 2018, ele enfrentou tr?s transplantes aut?logos de medula ?ssea e importou medicamentos inexistentes no Brasil para combater a enfermidade.

No ano passado, o mieloma voltou a se manifestar com mais for?a e Flavio enfrentou seis meses de

quimioterapia. Neste per?odo, escreveu o segundo livro, A Sustentabilidade nos Tempos de Pandemia (Brazil

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