Manual do Facilitador em CRM

[Pages:107]Manual do Facilitador em CRM

Introdu??o ao Treinamento do CRM-

Este manual tem como prop?sito oferecer um guia pr?tico que possa orientar, atrav?s de t?cnicas, m?todos e conte?dos, o instrutor, assim como, o inspetor de CRM, para que possa desenvolver ou avaliar um programa de CRM, dentro dos moldes preconizados pelas principais organiza??es governamentais de avia??o.

A parte 1 do Manual explica a base de treinamento CRM e descreve os principais elementos para o desenvolvimento de um programa de treinamento CRM. Essa se??o deveria ser, especialmente, ?til ?queles que necessitem de justifica??o para a implementa??o do CRM.

Ele foi escrito ?queles que estejam familiarizados com o treinamento CRM e seus elementos. Aqueles com conhecimento ou com experi?ncia em CRM podem saltar para a Parte 2, Guiando a Organiza??o, ou Parte 3, Desenvolvendo os Procedimentos CRM.

Tradu??o e compila??o elaborada por Tereza Freire Breves

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?ndice

Parte 1 Parte 1.................................................................................................................................... 2 Fatores Humanos..................................................................... Erro! Indicador n?o definido.

1.2 Hist?rico e Defini??o de CRM................................................................................. 10 1.3 Curriculum de Treinamento de Desempenho Humano da ICAO recomendado para os Pilotos - exig?ncias de habilidades.................................................................. 15 1.4 Dom?nios para o treinamento de CRM .................................................................. 21 1.5 Fases do Treinamento em CRM.............................................................................. 23 Pr?tica e Feedback ......................................................................................................... 23

Parte 2 Da Teoria ? Pr?tica:.............................................................................................. 27 A Integra??o dos Fatores Humanos na Organiza??o...................................................... 27 2.6 A Defini??o Coletiva de Gerenciamento de Recursos: Os conhecimentos, habilidades e pap?is utilizados para dirigir, controlar e coordenar todos os recursos dispon?veis para as opera??es efetivas e seguras. ............................................................ 35

As seis categorias do Gerenciamento de Recursos da Delta ....................................... 35 2.8 Defini??o de Fatores Humanos................................................................................ 36 O n?cleo do Modelo de Fatores Humanos da Delta .................................................... 36 2.9 Defini??o do Gerenciamento de Recursos da Delta................................................... 44 2.10 As seis categorias do gerenciamento de recursos da Delta ..................................... 45

Parte 3.................................................................................................................................. 39

3.1 O Treinamento em CRM ............................................................................................. 46

3.2 Elementos Essenciais do Curriculum de CRM

............................................. 44

3.2 O treinamento em Fatores Humanos.......................................................................... 48

3.3 Um Exemplo de Roteiro de CRM pelo Operador ..................................................... 56

3.4 M?todos de treinamento em CRM .............................................................................. 57

3.5 T?cnicas B?sicas para todas as fases do Treinamento

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3.6 LOFT..............................................................................................................................61

Tradu??o e compila??o elaborada por Tereza Freire Breves

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Parte 1

Fatores Humanos

Fatores humanos diz respeito sobre as pessoas: em seu ambiente de vida e de trabalho, e sobre o seu relacionamento com as m?quinas, equipamentos e procedimentos. Mais importante ainda, ? sobre o seu relacionamento com outras pessoas. Ele envolve o desempenho geral dos seres humanos, dentro do sistema de avia??o. Os Fatores Humanos busca otimizar o desempenho das pessoas, atrav?s da aplica??o sistem?tica das ci?ncias humanas, geralmente, integradas, dentro da estrutura do sistema de engenharia. Seus objetivos simult?neos s?o a seguran?a e a efici?ncia.

A Ergonomia ? uma ci?ncia aplicada. Seu prop?sito geral ? adaptar as atividades das pessoas, equipamentos e ambiente para adequar ?s suas necessidades e capacidades. Ao realizar isso, os ergonomistas e expertos em "Fatores Humanos", t?m como alvo otimizarem a efici?ncia e a seguran?a da intera??o das pessoas com suas atividades e ambientes relacionados.

A ci?ncia de Fatores Humanos ?, essencialmente, uma ?rea multidisciplinar. As disciplinas incluem, mas n?o est?o limitadas a: engenharia, psicologia, fisiologia, medicina, sociologia e antropometria. Na verdade, ? uma ?rea de natureza multidisciplinar, e o envolvimento de suas disciplinas constituintes, torna a compreens?o da sua defini??o dif?cil.

Os Fatores Humanos diz respeito aos diversos elementos do sistema da avia??o. Estes incluem o comportamento humano; a tomada de decis?o e outros processos cognitivos; o projeto dos controles e telas; a cabine de v?o e o layout da cabine; a comunica??o e os aspectos de software dos computadores; mapas, cartas e documenta??o; bem como, o refinamento da sele??o de pessoal e treinamento. Cada um desses aspectos exigem um desempenho humano efetivo e h?bil.

Dentro dos Fatores Humanos, apesar da ?nfase na contemporaneidade sobre as ci?ncias sociais, deveria ser lembrado que a medicina e a fisiologia est?o entre as muitas outras importantes fontes. Assim, por exemplo, a antropometria e a biomec?nica ? envolvendo medidas e movimentos do corpo ? s?o relevantes para o projeto do local de trabalho e do equipamento, daqui em diante; similarmente, a biologia e suas subdisciplinas, cronobiologia, s?o necess?rias para a compreens?o daqueles ritmos biol?gicos, os quais, influenciam o desempenho humano.

A Administra??o da Avia??o Federal americana define os Fatores Humanos como, um campo multidisciplinar devotado ? otimiza??o do desempenho humano com a finalidade de reduzir o erro humano. Ele incorpora m?todos e princ?pios das ci?ncias comportamentais e sociais, engenharia, e fisiologia. Os Fatores Humanos ? a ci?ncia aplicada que estuda as pessoas trabalhando juntas, em harmonia com as m?quinas. Os Fatores Humanos envolve vari?veis que influenciam o desempenho individual e vari?veis que influenciam o time e o desempenho da tripula??o. ? reconhecido que o projeto inadequado do sistema ou o treinamento do operador inadequado pode contribuir para o erro humano individual que conduz ? degrada??o do desempenho do sistema. Posteriormente, foi reconhecido que o projeto inadequado e o gerenciamento das tarefas da tripula??o podem contribuir para os erros do grupo, que conduzem a degrada??o do desempenho do sistema.

Tradu??o e compila??o elaborada por Tereza Freire Breves

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Apesar das fontes acad?micas de informa??es sobre as v?rias disciplinas de Fatores Humanos, na avia??o, est?o, primariamente, orientadas na dire??o de resolver problemas pr?ticos, no mundo real. Como um conceito, seu relacionamento com as ci?ncias humanas podem se assemelhar ?quelas entre as ci?ncias f?sicas e a engenharia. E como tecnologia apenas vincula as ci?ncias f?sicas ?s v?rias aplica??es da engenharia, h?, ainda uma quantidade de t?cnicas ou m?todos de fatores Humanos integrados. Este desenvolvimento de t?cnicas variadas podem ser aplicadas aos problemas como a investiga??o e na otimiza??o do treinamento do piloto.

H? dois modelos b?sicos que servem como orienta??o para a compreens?o de Fatores Humanos, e a sua utiliza??o ? bastante ?til , s?o eles; o Modelo SHEL e o Modelo de James Reason. A seguir demonstraremos cada um deles:

O Modelo SHEL primeiramente foi desenvolvido por Edwards em 1972, e, em seguida, foi modificado por Hawkins, em 1975, onde ? apresentado um diagrama para ilustrar o modelo por ele desenvolvido. Ele consiste de uma demonstra??o, atrav?s de um diagrama que ilustra um modelo conceitual utilizando blocos que representam diferentes componentes dos Fatores Humanos. Apresenta o ser humano como o elemento central do sistema e seu interrelacionamento com os diversos sistemas. Eles incluem:

Liveware-Hardware (L-H). A interface entre o humano e a m?quina ? uma das mais, comumente, consideradas quando se fala de Fatores Humanos; ela determina como o humano faz interface com o ambiente f?sico do trabalho, projeto das cadeiras para se adequar as caracter?sticas do corpo humano, telas para corresponder ao processo sensorial e de informa??o para o usu?rio, controles com movimentos pr?prios, codifica??o e localiza??o. Entretanto, h? uma tend?ncia natural para adaptar ao L-H as n?o correspond?ncias. Esta tend?ncia pode mascarar s?rias defici?ncias as quais somente se tornam evidentes ap?s um desastre, tais como aquelas experi?ncias que s?o seguidas pelas cabines automatizadas.

Liveware-Software (L-S). A interface L-S ? o relacionamento entre o individual e todos os sistemas de apoio encontrados no ambiente de trabalho, ex. regulamentos, manuais, checklists, publica??es, procedimentos operacionais padr?es, e projeto de software de computador. Ela inclui assunto tal como a de"f?cil utiliza??o" como circula??o, precis?o, formato e apresenta??o, vocabul?rio, clareza, simbologia, etc. Cada vez mais, a automa??o da cabine tem alterado a natureza das obriga??es da tripula??o; a carga de trabalho pode ter aumentado para uma extens?o tal que, durante algumas fases do v?o, as atitudes dos membros da tripula??o em rela??o a cada uma delas pode ser afetada. (ex. a interface L-L).

Liveware-Liveware (L-L). A interface L-L ? o relacionamento entre o indiv?duo e as outras pessoas no local de trabalho. Os tripulantes de v?o, os controladores de tr?fego a?reo, os t?cnicos de manuten??o e as outras pessoas com fun??es operacionais, como grupos ou influ?ncias de grupos desempenham um papel determinante no comportamento e no desempenho humano. Esta interface est? relacionada com a lideran?a, a coopera??o da tripula??o, intera??es de personalidade e de time de trabalho. Na avia??o, o advento do Gerenciamento de Recursos da Tripula??o (CRM) resultou em um consider?vel foco nesta interface. O treinamento em CRM promove o trabalho como time e focaliza no gerenciamento de erros humanos normais. A interface L-L vai muito al?m do relacionamento na cabine. O relacionamento do Pessoal/gerenciamento est?o, tamb?m, no

Tradu??o e compila??o elaborada por Tereza Freire Breves

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escopo desta interface, como est? a cultura da organiza??o, o clima da corpora??o e as press?es de opera??es da companhia que podem afetar significativamente o desempenho humano.

Liveware-Environment (L-E). Esta interface envolve o relacionamento entre o indiv?duo e os ambientes; tanto internos como externos. O ambiente do local de trabalho interno inclui considera??es f?sicas tais como, temperatura, luz ambiental, ru?do, vibra??o, qualidade do ar, etc. O ambiente externo ( para os pilotos) incluem coisas tais como; visibilidade, turbul?ncia, terrain, ilus?es, etc. Cada vez mais, o ambiente de trabalho, para os tripulantes de v?o, incluem problemas nos ritmos biol?gicos normais, ex. padr?es de sono. Posteriormente, o sistema de avia??o opera, dentro de uma ampla restri??o pol?tica e econ?mica, as quais por sua vez afetam o ambiente total da corpora??o. Est?o , aqui, inclu?dos fatores tais como a adequa??o das facilidades f?sicas e a infraestrutura de apoio, a situa??o financeira local, a efetividade regulamentar, etc. assim como o ambiente de trabalho pode criar press?es para fazer paradas curtas, infraestrutura de apoio inadequadas que podem, tamb?m, comprometer a qualidade da tomada de decis?o.

Para a maior parte, as arestas dessas interfaces podem ser gerenciadas. Por exemplo:

? O projetista pode assegurar a confiabilidade do desempenho do equipamento sob todas as condi??es de opera??es espec?ficas;

? Durante o processo de certifica??o, a autoridade reguladora pode definir as condi??es sob quais equipamentos podem ser utilizados;

? O gerenciamento da organiza??o pode ser especificar os procedimentos operacionais padr?es e fornecer treinamento recorrente inicial para a utiliza??o segura do equipamento, e

? Operadores de equipamento individual podem assegurar sua familiaridade e confian?a, na utiliza??o segura do equipamento, sob todas as condi??es de opera??es necess?rias, etc

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MODELO SHEL

Fonte: Edwards, 1972 e Hawkins 1975, in OACI, 1998

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Outro modelo, muito utilizado, ? tamb?m o modelo de James Reason , ele se baseia no Modelo do queijo Su??o e est? centrado nas sete camadas padronizadas de defesa:

1. Compreens?o do perigo

2. Guia em Evitar o perigo

3. Alarmes e Advert?ncias

4. Restaurar o sistema para estabelecer a seguran?a

5. Interpor a barreira de seguran?a

6. Cont?m e elimina os perigos

7. Escapar e resgatar

Este conceito est? baseado nas camadas de defesa, anteriores, que representam as defesas que mitigariam os resultados das condi??es de inseguran?a. As caixas ( peda?os do queijo) representam outras camadas de condi??es inseguras e precondi??es , tais, como , fadiga, stress, pr?ticas operacionais, treinamento, manuten??o, ou tomada de decis?o.

Caso as fun??es tenham como objetivo as defesas do sistema, o perigo est? controlado e um acidente prevenido. As defici?ncias da seguran?a est?o representadas, como buracos nas defesas, para mostrar a import?ncia em se reduzir ou eliminar as defici?ncias do sistema.

Idealmente, cada camada de defesa seria impenetr?vel. Mas, em realidade, as camadas s?o como camadas de queijo com buracos que abrem, fecham e transferem a sua localiza??o, continuamente. Quando os acidentes ocorrem, os buracos das muitas "camadas", momentaneamente, se alinham permitindo que o perigo entre em contacto com um dom?nio protegido.

Essas camadas de defesas s?o como chaves de abordagem do sistema. Os sistemas de avia??o t?m muitas camadas defensivas, algumas s?o de engenharia ( alarmes, projetos de falha de seguran?a, sistemas redundantes, fun??es automatizadas, etc.) e outros que s?o relativos as pessoas e procedimentos ( pilotos, mec?nicos, controladores administrativos, etc.) . O sistema de avia??o ? extremamente seguro, mas existem sempre fraquezas.

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MODELO DE JAMES REASON

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