HISTÓRIA DA CIÊNCIA NO BRASIL - 4 HORAS SEMANAIS



História da Ciência no Brasil - 4 HORAS SEMANAIS

15 SEMANAS - 4 CRÉDITOS

O programa desta disciplina de pós-graduação abrange as manifestações da ciência, tanto de forma empírica como acadêmica, desde o início da formação do país até a atualidade. As técnicas, a engenharia e a medicina também estarão aqui incluídas, assim como as várias instituições que cultivaram ou cultivam as ciências. Para além de ser uma disciplina, buscar-se-á tornar as aulas um forum de discussão da evolução do país do ponto de vista da ciência e de suas aplicações, bem como de suas implicações políticas, sociais, culturais e econômicas. Procurar-se-á tratar historicamente a interface científica e humanística da cultura do país. Espera-se que estudantes e professores de várias unidades possam participar, ou como alunos matriculados ou como contribuidores para o enriquecimento das discussões a terem lugar, em virtude do caráter eminentemente multidisciplinar dos temas.

PROGRAMA RESUMIDO

Período Colonial

As grandes navegações e seu impacto no surgimento da ciência moderna. Os holandeses e sua ciência no nordeste do Brasil. Jorge Marcgraf e Guilherme Piso. O sistema de ensino jesuítico, as atividades científicas e técnicas no período colonial. As observações físicas e astronômicas. O astrônomo jesuíta do século XVII Valentim Estancel. As farmácias jesuítas. A fabricação de açúcar, a medicina e o estudo dos minerais e dos metais no período colonial. A engenharia colonial, as expedições científicas e de levantamento geográfico no Brasil. A tecnologia de fabrico de pólvora no Brasil setecentista. André João Antonil, José Fernandes Pinto Alpoim e Alexandre Rodrigues Ferreira. O uso de técnicas químicas na região mineira.

A reforma da universidade portuguesa e a introdução da ciência moderna em Portugal; a importante participação de cientistas brasileiros nesse desenvolvimento. José Álvares Maciel, Vicente Coelho de Seabra Silva Telles, José Bonifácio de Andrada e Silva e outros. Vice-Reis ilustrados e academias científicas no Brasil do século XVIII. A Academia Científica e a Sociedade Literária do Rio de Janeiro. A trajetória de Manoel Joaquim Henriques de Paiva. A ciência empírica desenvolvida no Brasil colonial. José Pinto de Azeredo e João Manso Pereira.

Século XIX

A vinda de D. João e as primeiras instituições de pesquisa e de ensino superior ligadas à ciência. Fundação das escolas de medicina do Rio e de Salvador, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, da Impressão Régia, da Biblioteca Nacional, do Museu Nacional, do Laboratório Químico-Prático, da Fábrica de Pólvora, das escolas de direito de São Paulo e de Olinda, e do Observatório Imperial. As principais expedições científicas dos naturalistas. A vida e a obra de Frei José Mariano da Conceição Veloso. A astronomia, a física, as ciências naturais, a química, a ciência aplicada e as técnicas no século XIX.

A ciência no século XIX: as exposições industriais e a difusão da ciência. A medicina brasileira no século XIX. Os politécnicos, a tradição matemática e o positivismo.

As sociedades científicas e de fomento, como a Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional e a Sociedade Velosiana.

Cientistas estrangeiros no Brasil: August Müller, Theodor Peckolt, Henri Gorceix , Wilhelm Michler e outros.

A ciência e o ensino no Brasil do século XIX. O papel de D. Pedro II e dos institutos, academias e sociedades. A origem das universidades no Brasil. A matemática e a astronomia no século XIX. O Observatório Nacional do Rio de Janeiro.

A medicina no século XIX. A Escola Tropicalista da Bahia.

Século XX

A ciência e o século XX: Oswaldo Cruz, Adolfo Lutz, Carlos Chagas e os institutos de pesquisa ligados à área biomédica. A engenharia brasileira do início do século.

A ciência aplicada nos albores do século XX: Santos Dumont e Landell de Moura. A organização dos cientistas, as sociedades científicas, as faculdades de filosofia.

A importância dos anos 1948-1951: a fundação de um grande número de instituições que mudariam o panorama científico do país: SBPC, INPA, IMPA, CBPF, CNEN, CNPq, CAPES. Álvaro Alberto da Motta e Silva.

A reforma universitária de 1968 e a institucionalização da pesquisa e da pós-graduação no Brasil: o quadro do desenvolvimento das diversas ciências no século XX e a extraordinária expansão das universidades. A ciência brasileira na atualidade.

O desafio do futuro e a revolução científica e educacional necessária para o país: o salto de qualidade que o país terá que dar o mais brevemente possível.

Bibliografia:

01. Francisco Iglesias, Historiadores do Brasil, Editora UFMG/Nova Fronteira, Belo Horizonte/Rio de Janeiro, 2000. Não trata de História da Ciência, mas é um excelente livro sobre a Historiografia do Brasil, de leitura fascinante, escrito por um dos maiores historiadores brasileiros do século XX;

02. Fernando de Azevedo, org., As Ciências no Brasil, 2 vols., Melhoramentos, São Paulo, 1955; reimpressâo UFRJ, 1994. Trata-se de um clássico ainda hoje importante, com cada capítulo versando sobre um ramo científico escrito por um especialista renomado na área;

03. Shozo Motoyama, História das Ciências no Brasil, 3 vols., Edusp/CNPq, São Paulo, 1979. Livro de muitos autores, a exemplo do anterior. A obra organizada por Fernando de Azevedo é, contudo, superior;

04. Milton Vargas, org., História da Técnica e da Tecnologia no Brasil, Unesp, São Paulo, 1994. Obra de um grande engenheiro e filósofo brasileiro, com muitas contribuições à História das Técnicas;

05. Ruy Gama, Engenho e Tecnologia, Livraria Duas Cidades, São Paulo, 1983. O Prof. Ruy Gama foi um cultor importante da História das Técnicas;

06. Simon Schwartzman, Um Espaço para a Ciência – A Formação da Comunidade Científica no Brasil, CNPq, Brasília, 2001. Este é um livro que trata sobretudo da ciência recente;

07. Lycurgo C. Santos Filho, História Geral da Medicina Brasileira, 2 vols., Hucitec/USP, São Paulo, 1977. É um clássico da História da Medicina no Brasil;

08. Pedro C. da Silva Telles, História da Engenharia no Brasil (Séculos XV a XIX), Livros Técnicos e Científicos, Rio de Janeiro, 1984. O Prof. Silva Telles, juntamente com seu colega da UFRJ, Prof. Paulo Pardal, publicaram obras de grande importância sobre a História da Engenharia no Brasil, como é o caso dos dois livros aqui citados;

09. Paulo Pardal, Memórias da Escola Politécnica, Xerox/UFRJ, Rio de Janeiro, 1984;

10. Ernesto Carrara Jr. e Hélio Meirelles, A Indústria Química e o Desenvolvimento do Brasil, 1500-1889, 2 vols., Metalivros, São Paulo, 1996. Este é um livro inestimável em termos de dados e informações factuais;

11. Maria Beatriz Nizza da Silva, Cultura no Brasil Colonial, Vozes, São Paulo, 1981. É um livro de uma das melhores historiadoras do período colonial;

11. Luis Soares, As navegações e a sua projeção na ciência e na cultura,

Gradiva, Lisboa, 1987. As navegações são tratadas como o fulcro dos

estudos científicos e técnicos no Portugal do Renascimento

12. Jaime Larry Benchimol e Luiz Antonio Teixeira, Cobras, Lagartos e Outros Bichos – uma História Comparada dos Institutos Oswaldo Cruz e Butantan, UFRJ, Rio de Janeiro, 1993. As origens e desenvolvimento das duas grandes instituições de estudos biomédicos do Rio e de São Paulo

13. Grande número de artigos de periódicos a serem indicados e

fornecidos no início e ao longo do curso (os artigos serão deixados à

disposição dos interessados na sala de reprografia ou poderão ser

copiados a partir de pendrive).

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