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Planejamento para problematização do texto:

Entre Deleuze e a educação: notas para uma política do pensamento do autor Walter Omar Kohan.

25 de setembro de 2014

Francieli, Joze, Juliana Salbego

Problematização inicial: Conversa sobre como foi a leitura do texto e apresentação do curta espanhol “Los colores de las flores” - 4:08 min. (10 min).

Passos metodológicos:

1º momento: Solicitaremos que os colegas retirem os fragmentos coloridos que estão presos embaixo de suas cadeiras. Cada fragmento conterá: ou um fragmento do texto de Kohan; ou um fragmento de texto que dialogue com o texto de Kohan; ou um questionamento relacionando o filme e o texto; ou um questionamento relacionado à vida (docente, discente) - (4 grupos, um com quatro integrantes e três com cinco = 19 pessoas). O grupo se reunirá através das cores dos fragmentos (10 min para organização dos grupos).

2º momento: Discussão no grupo sobre as questões/fragmentos e produção de anotações para discussão no grande grupo (30 min).

3º momento: Discussão no grande grupo. Cada grupo apresentará suas percepções a partir do texto, do curta e dos pontos trazidos nos fragmentos (40 min).

Avaliação:

- Que discussões/problematizações foram possíveis a partir do texto, do curta e dos pontos trazidos nos fragmentos/questionamentos?

Referências

AGAMBEM, Giorgio. O que é o contemporâneo? E outros ensaios. SC: Argos, 2009.

Curta espanhol “Los colores de las flores”. Disponível em: Acesso em: set/2014

GALLO, Sílvio. As múltiplas dimensões do aprender... In: Anais COEB 2012: Congresso de Educação Básica: Aprendizagem e Currículo. Florianópolis, 2012. Pp. 01-10. Disponível em: , acesso em 21 set. 2014.

KOAHN, Walter. Entre Deleuze e a educação: notas para uma política do pensamento. Dossiê Gilles Deleuze. Educação e Realidade, Porto Alegre, v.27 n.2 p.123-130 jul./dez. 2002.

LEVY, Tatiana Salem. A expêriencia do fora: Blanchot, Foucault e Deleuze. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.

Organização das citações/questões por grupos

GRUPO 01 (rosa)

Um rizoma não começa nem conclui, ele se encontra sempre no meio, entre as coisas, inter-ser, intermezzo. A árvore é filiação, mas o rizoma é aliança, unicamente aliança. A árvore impõe o verbo "ser", mas o rizoma tem como tecido a conjunção "e... e... e..." Há nesta conjunção força suficiente para sacudir e desenraizar o verbo ser (DELEUZE;GUATTARI, 1995, capa do livro).

Há educadores que encontram o acontecimento Deleuze de pensar e já não podem pensar como pensavam, educar como educavam, ser como eram. Este é um sentido importante e ambicioso desta escrita: transformar o modo em que pensamos, educamos e somos os que a produzimos e lemos (KOHAN, 2014, p. 03).

Você, diria que já teve um encontro com o acontecimento ‘Deleuze’ na sua prática de pensamento com a educação? O que isso lhe provocou?

Que relação vocês veem entre o curta “Las colores de las flores’ e um possível encontro entre Deleuze e a Educação?

GRUPO 02 (azul)

Pensar é antes de tudo resistir, não deixar que os valores se fixem onde estão, tornar as coisas móveis, desterritorializá-las, operar o movimento próprio do nômade (LEVY, 2011, p. 129).

Já todos “sabemos” a dimensão política da educação: formar cidadãos democráticos, tolerantes, críticos, cidadãos com as competências necessárias para se inserir no mercado de trabalho...ou seja, uma política sem nada de potência, sem nada de acontecimento, sem nada de vida (KOHAN, 2014, p. 08).

Pensamos como as maiorias, seguindo modelos, para conformar e não para afirmar uma singularidade. Educamos para um pensar majoritário, a-singular, negador do múltiplo. Educamos para controlar, de forma cada vez mais democrática, não presencial e inclusiva” (KOHAN, 2014, p. 08-09).

Que tipo de formação o protagonista do Curta está recebendo? Você acredita que a professora instiga o seu aluno potencialmente? Por quê?

Como vocês veem a afirmativa de Kohan (p. 08 -09) sobre a dimensão política da educação? De que maneira ela se aproxima, se afasta das práticas educativas que você conhece?

GRUPO 03 (verde)

Como alguém poderia aprender num mundo onde o controle se impõe sobre a vida, o singular é visto como ameaça e a diferença está presa ao mesmo e ao semelhante, ao análogo e ao oposto? [...] Quem pode aprender quando se determina de antemão que há as boas e as más aprendizagens? [...] a aprendizagem fica presa na unidade dual do sujeito e do objeto, no modelo da democracia não democrática. Mas não há aprendizagem se há reprodução do mesmo, se não há espaço para a repetição complexa e a diferença livre (KOHAN, 2014, p. 09).

(...) ensinar consiste em emitir signos, sem que tenhamos controle em relação ao que será feito com eles, por aqueles que os encontrarem. Isso não significa que não devamos emitir signos, mas sim que precisamos nos desapegar deles, precisamos abdicar de nossa vontade de controlar o aprendizado de cada um de nossos alunos, apesar de todas as boas intenções que possamos ter com isso. Precisamos ter a coragem de ensinar como quem lança sementes ao vento, com a esperança dos encontros que possam produzir, das diferenças que possam fazer vingar, nos encantando com as múltiplas criações que podem ser produzidas a partir delas, não desejando que todos façam da mesma maneira, sejam da mesma maneira (GALLO, 2012, p. 9).

O medo

Certa manhã, ganhamos de presente um coelhinho das Índias.

Chegou em casa numa gaiola. Ao meio-dia, abri a porta da gaiola.

Voltei para casa ao anoitecer e o encontrei tal e qual o havia deixado: gaiola adentro, grudado nas barras, tremendo por causa do susto da liberdade.

(Eduardo Galeano)

Reconhecemos e representamos, mas temos medo de pensar o novo. Medo de não reconhecer o que deve ser reconhecido. Medo de deixar de reconhecer. De não representar o que deve ser representado. De deixar de representar. De não nos encontramos com a verdade que deve ser encontrada. De deixar de falar da verdade do mundo. De não estar contribuindo para construir um mundo melhor. De deixar de submeter a diferença entre outras lógicas que a dela própria. De surpreendermo-nos num não-lugar. De perguntar o que não pode ser respondido. De responder o que não foi perguntado (KOHAN, 2014, p. 08).

Como vocês percebem o controle nas práticas em educação? Como lidamos com ele? Como seria se ele não existisse? Que espaço a criação (invenção) tem neste cenário?

O que podemos pensar com relação a aprendizagem, a partir do Curta “Los colores de las flores”?

GRUPO 04 (amarelo)

Pertence verdadeiramente ao seu tempo, é verdadeiramente contemporâneo, aquele que não coincide perfeitamente com este, nem está adequado às suas pretensões, e é, por isso, inatural; mas, exatamente por isso, exatamente através deste deslocamento e desse anacronismo, ele é capaz, mais do que os outros, de perceber e aprender o seu tempo. (...) Aqueles que coincidem muito plenamente com a época, que em todos os aspectos a esta aderem perfeitamente, não são contemporâneos porque, exatamente por isso, não conseguem vê-la, não conseguem manter fixo o olhar sobre ela (AGAMBEM, 2009, p. 58-59)

Entretanto ocorre que o pensar não está dado e há que produzi-lo. É porque estamos desgarrados, violentados, que pensamos e não por uma presumida boa vontade ou boa natureza. [...] Pensar é exercício ocasional, genital, advindo de um desgarramento vital inaceitável (...). Há que se pensar sem essa imagem, contra essa imagem dogmática: sem representação, contra o modelo, para além da proposição. Pensar é experimentar, problematizar, encontrar” (KOHAN, 2014, p. 07).

Renova-te.

Renasce em ti mesmo.

Multiplica os teus olhos, para verem mais.

Multiplica-se os teus braços para semeares tudo.

Destrói os olhos que tiverem visto.

Cria outros, para as visões novas.

Destrói os braços que tiverem semeado,

Para se esquecerem de colher.

Sê sempre o mesmo.

Sempre outro. Mas sempre alto.

Sempre longe.

E dentro de tudo.

(Cecília Meireles)

Com relação às suas inquietações e práticas docentes, vocês diriam que coincidem com seu tempo?

O que o Curta “Los colores de las flores” nos instiga a pensar sobre o tempo na educação?

Renova-te.

Renasce em ti mesmo.

Multiplica os teus olhos, para verem mais.

Multiplica-se os teus braços para semeares tudo.

Destrói os olhos que tiverem visto.

Cria outros, para as visões novas.

Destrói os braços que tiverem semeado,

Para se esquecerem de colher.

Sê sempre o mesmo.

Sempre outro. Mas sempre alto.

Sempre longe.

E dentro de tudo.

(Cecília Meireles)

Sou entre flor e nuvem,

estrela e mar. Por que

havemos de ser unicamentehumanos, limitados em chorar?

Não encontro caminhos fáceis

de andar. Meu rosto vário

desorienta as firmes pedras

que não sabem de água e de ar.

(Cecília Meireles)

A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,

Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.

Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali...

Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!

(Mario Quintana)

O medo

Certa manhã, ganhamos de presente um coelhinho das Índias.

Chegou em casa numa gaiola. Ao meio-dia, abri a porta da gaiola.

Voltei para casa ao anoitecer e o encontrei tal e qual o havia deixado: gaiola adentro, grudado nas barras, tremendo por causa do susto da liberdade.

(Eduardo Galeano)

O tempo

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.

Quando se vê, já são seis horas!

Quando de vê, já é sexta-feira!

Quando se vê, já é natal...

Quando se vê, já terminou o ano...

Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.

Quando se vê passaram 50 anos!

Agora é tarde demais para ser reprovado...

Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.

Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...

Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...

E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.

Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.

A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

(Mario Quintana)

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