Manual de Princesas - UFRJ

Estere¨®tipo de Princesas

A representa??o feminina nos desenhos animados

cl¨¢ssicos da Disney

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE FILOSOFIA E CI?NCIAS HUMANAS

ESCOLA DE COMUNICA??O

JORNALISMO

A representa??o feminina nos desenhos animados

cl¨¢ssicos da Disney

Kareen Arnhold Pimenta ¨C DRE: 105028339

Orientador: Prof. Dr. Eduardo Refkalefsky

Rio de Janeiro

2009

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PIMENTA, Kareen Arnhold. Estere¨®tipo de Princesas: A representa??o feminina

nos desenhos cl¨¢ssicos animados da Disney. Orientador: Eduardo Refkalefsky. Rio de

Janeiro: UFRJ/ECO. Monografia em Jornalismo.

RESUMO

O trabalho pretende evidenciar a exist¨ºncia de um padr?o de beleza fixado atrav¨¦s de

gera??es e propagado de forma eficiente pela companhia de entretenimento Walt

Disney. Atrav¨¦s das princesas Disney, as crian?as, mo?as e adultas absorvem, desde a

inf?ncia, a id¨¦ia do que ¨¦ uma mulher ideal, tanto sob o aspecto f¨ªsico quanto

comportamental. O que se verifica ¨¦ a imposi??o de padr?es est¨¦ticos determinados,

que fazem oposi??o a outros e demarcam lugares espec¨ªficos de aceita??o e exclus?o,

como ¨¦ o caso das princesas e das bruxas, respectivamente. Tais valores padronizados

funcionam como um elemento de reconhecimento entre um grupo social, que

compartilha gostos e tend¨ºncias e propaga, sempre adiante, as mesmas regras de

aceita??o e normas de conduta. O estudo do estere¨®tipo das princesas Disney ¨C que

remete ao ?mbito geral da beleza feminina ¨C adquire import?ncia em um contexto

social e cultural em que o corpo perfeito ¨¦ aclamado como principal fator para a

felicidade da mulher. Diante do grande n¨²mero de interven??es m¨¦dicas, terap¨ºuticas e

est¨¦ticas a que as mulheres se submetem hoje, avaliar a propaga??o de um ideal a ser

perseguido torna-se mais que pertinente.

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SUM?RIO

1. Introdu??o

2. O poder de representar

2.1 - Poder, representa??o e m¨ªdia

2.2 - O mundo m¨¢gico de Disney

2.2.1 - Influ¨ºncia dos contos de fadas para crian?as

2.2.2 - Hist¨®rias Disney e adapta??o dos contos

2.3 - O lugar dos estere¨®tipos

3. Princesas no mundo Disney e na vida real

3.1 - As princesas cl¨¢ssicas

3.1.1 - Evolu??o no comportamento

3.1.2 - O contraponto: as bruxas

3.2 - As princesas renegadas

3.2.1 - Cada realeza em seu reino

3.2.2 - O caso de Pocahontas

4. Conclus?o

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1. INTRODU??O

A busca pela beleza ¨¦ uma meta de quase todas as mulheres. A maioria das

meninas, mo?as, adultas sonham em se parecer com a top model Gisele Bunchem, com

a apresentadora de televis?o Xuxa, com a atriz hollywoodiana Angelina Jolie e com a

princesa inglesa Lady Diana, por exemplo. Estas personalidades s?o consideradas

beldades porque carregam consigo um padr?o est¨¦tico culturalmente compartilhado e

socialmente aceito do que vem a ser a mulher ideal. Este padr?o ¨¦ intensamente

disseminado nos dias atuais principalmente por campanhas publicit¨¢rias, cada uma,

atrav¨¦s de seu suporte, propagando a mensagem: ¨Destas mulheres s?o detentoras

inquestion¨¢veis e ¨²nicas da beleza¡¬. Tais formas de comunica??o ¨C as campanhas

publicit¨¢rias ¨C s?o as mais discutidas e analisadas por estudiosos e leigos, entretanto, h¨¢

outras tantas que por muitas vezes passam despercebidas.

Este trabalho vem chamar a aten??o para a atua??o da companhia de

entretenimento mundialmente consagrada Walt Disney em uma esfera de igual ou

maior potencialidade que a propaganda na transmiss?o de valores ¨C a esfera

cinematogr¨¢fica. A import?ncia de se avaliar as produ??es da Disney est¨¢ centrada,

principalmente, na enorme influ¨ºncia que os filmes da companhia exercem sobre as

crian?as, devido, em grande parte, ¨¤ origem das narrativas baseada em contos de fadas.

E, por que dar tanta aten??o ao ?mbito infantil? Ora, simplesmente porque ele ¨¦ uma

miniatura do universo, um campo em que pessoas em tamanho reduzido s?o preparadas

para viver a vida adulta.

Os produtos destinados a crian?as s?o instrumentos que as condicionam, desde

cedo, a enxergarem, vivenciarem e aceitarem o mundo em que viver?o, conforme atesta

o estudioso franc¨ºs Roland Barthes. Pela leitura do c¨¦lebre cap¨ªtulo ¨DBrinquedos¡¬ de

seu livro ¨DMitologias¡¬, pode-se evidenciar a fun??o social dos queridos objetos. A

boneca prepara a menina para a maternidade, assim como as graciosas panelinhas e

vassourinhas que chegam a meio metro ensinam ¨¤s pequenas a serem dedicadas ao lar.

Por outro lado, as arminhas de brinquedo, os soldadinhos de guerra e os carrinhos cada

vez mais inusitados alocam os garotinhos no mundo masculino e viril dos homens.

Por meio das produ??es de Walt Disney, os valores da sociedade e os padr?es

impostos ¨¤s pessoas s?o transmitidos ao universo infantil t?o eficazmente quanto o s?o

pelos brinquedos. De forma aparentemente inocente, os desenhos n?o s¨® apresentam

para os pequenos o mundo adulto, como tamb¨¦m os ensinam a seguir par?metros pr¨¦4

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