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PLANO PILOTO DE COLETA SELETIVA DE RES?DUOS S?LIDOS RECIVL?VEIS REALIZADO EM UM BAIRRO DA CIDADE DE VIT?RIA DE SANTO ANT?O (PE): ESTUDO DE CASOLiliane Faustino MacielRicardo Andrade da Costa SilvaRESUMO Esta pesquisa objetivou descrever quais fatores fizeram com que o Plano Piloto de coleta seletiva de resíduos sólidos recicláveis realizado no bairro de Reden??o, na cidade de Vitória de Santo Ant?o (PE), n?o tenha sido implementado após fase de experimento, assim como analisar os fatores e informar as raz?es pelas quais o projeto n?o foi efetivado. Refere-se a uma análise descritiva e estudo de caso, empregando-se de métodos qualitativos com fontes primárias e secundárias. Este estudo foi estruturado com o aporte de alguns teóricos, ressaltando-se: Jardim, Yoshida e Machado Filho (2012); Mazzarotto e Silva (2017); Baptista (2015); Azevedo (2016); Barros e Lehfeld (2007); Figueiredo (2008); Lima (2018); Mascarenhas (2012); Vergara (2010). Os resultados evidenciaram que o plano piloto de coleta seletiva realizado naquele bairro n?o obteve êxito, concernente a sua implanta??o, por motivos políticos oriundos de conflitos entre poderes públicos de gest?es passadas com a atual, além da indiferen?a promovida pela prefeitura municipal no que tange as quest?es de meio ambiente e a Política Nacional de Resíduos Sólidos instituída no ano de 2010, através da Lei n? 12.305/2010.Palavras-chave: Coleta Seletiva. Resíduos Sólidos. Recicláveis. Gest?o Ambiental. INTRODU??OOs temas relacionados com coleta seletiva, resíduos sólidos, reciclagem, meio ambiente já fazem parte da nossa sociedade por algumas décadas, com isso se torna crescente o interesse da popula??o em analisar o que as autoridades municipais, estaduais e federais est?o realizando sobre estas matérias, para a melhoria do meio ambiente. Com as regras de meio ambiente sendo observadas por décadas e cada vez mais rigorosas por parte das autoridades mundiais para que o planeta consiga um desenvolvimento sustentável sem danos para quaisquer espécies de seres vivos, este estudo de caso remete a import?ncia de uma gest?o ambiental voltada à coleta seletiva de resíduos sólidos recicláveis que pode e deve ser de responsabilidade de todos os seres humanos, compreendendo que somos nós mesmos que os fabricamos e descartamos. Sendo assim, esse descarte quando realizado de maneira consciente promoverá grandes benefícios a médio e longo prazo à toda popula??o mundial.Esta pesquisa apresenta as informa??es adquiridas no estudo de caso referente ao Projeto Piloto de Coleta Seletiva em um bairro da cidade de Vitória de Santo Ant?o (PE) e está norteada, através do objetivo geral, de descrever os fatores que fizeram com que o projeto piloto de coleta seletiva no bairro de Reden??o, n?o veio a ser efetivado. Diante do exposto, aponta-se a seguinte indaga??o: Quais fatores fizeram com que o Plano Piloto de coleta seletiva no bairro de Reden??o n?o tenha sido implementado após a fase de experimento? Este estudo justifica-se pela relev?ncia do tema de gest?o ambiental como preocupa??o iminente junto aos poderes públicos de cada município do país, pautados pela Lei 12.305/2010 que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Para adquirir fundamentos em rela??o a explica??o à quest?o tratada, obteve-se contato com o autor do projeto piloto citado, e através de questionário com perguntas específicas atingir o objetivo de analisar os fatores e informar as raz?es pelas quais o projeto piloto n?o tenha sido efetivado. Portanto, este estudo pode relacionar-se quanto aos fins como descritivo e, quanto aos meios como estudo de caso, empregando-se de métodos qualitativos com fontes primárias e secundárias.Os aportes utilizados como bases teóricas foram: Jardim, Yoshida e Machado Filho (2012); Mazzarotto e Silva (2017); Baptista (2015); Azevedo (2016); Barros e Lehfeld (2007); Figueiredo (2008); Lima (2018); Mascarenhas (2012); Vergara (2010), sendo essenciais para o entendimento e norteamento da pesquisa. Consoante aos resultados alcan?ados na pesquisa, por intermédio de questionário, compreende-se que o projeto piloto n?o obteve êxito por motivos políticos gerados pelos órg?os e poderes públicos municipais, mesmo havendo uma responsabilidade desses órg?os em manter o compromisso firmado com o Ministério Público em cumprir a lei que rege a gest?o ambiental no que tange a política de resíduos sólidos no Brasil. 2 O QUE ? A ISO 14000De acordo com a FIESP (2015, p. 4), “a Organiza??o Internacional de Normaliza??o (ISO, International Organization for Standardization) reúne organiza??es de normaliza??o de mais de 100 países do mundo, entre os quais o Brasil, representado pela Associa??o Brasileira de Normas Técnicas(ABNT)”. No Brasil existe uma área específica responsável pela normaliza??o e conforme a FIESP (2015, p. 4) “a área da ISO responsável pela série ISO 14000 é o Comitê Técnico 207, chamado ISO/TC207. Seu correspondente na Associa??o Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Comitê Brasileiro de Gest?o Ambiental, o CB-38.”A ISO 14001- sistema de gest?o ambiental - Requisitos com orienta??es para uso - é uma norma internacional, pertencente à série de normas ISO 14000, que especifica requisitos para implementa??o e opera??o de um Sistema de Gest?o Ambiental (SGA), nas organiza??es. (FIESP, 2015 p. 4)De acordo com a ABNT (2018, p. 3) em rela??o ao sistema de gest?o ambiental ele:Ajuda as empresas a identificar, gerenciar, monitorar e controlar quest?es ambientais de maneira holística. A ABNT NBR ISO 14001 adequa-se a todos os tipos e tamanhos da empresa, sejam elas, sem fins lucrativos ou governamentais. Ela exige que as empresas considerem todas as quest?es ambientais relativas às suas opera??es, como a polui??o do ar, quest?es referentes à água e ao esgoto, a gest?o de resíduos, a contamina??o do solo, a mitiga??o e adapta??o às altera??es climáticas e a utiliza??o e eficiência dos recursos.A NBR ISO 14001, foi recentemente revista e com isso está se adequando e promovendo avan?os, incluindo a necessidade de melhoria contínua dos sistemas de empresas e suas abordagens ambientais. (ABNT, 2018, p. 3). 2.1 benefícios e melhorias da nbr iso 14001Para as empresas que adotam as normas da NBR ISO 14001, constatam benefícios no desempenho ambiental como: requisitos legais e regulamentares, comprometimento dos funcionários, confian?a das partes interessadas, objetivos estratégicos de negócios, vantagem competitiva e melhoria do desempenho ambiental por parte de fornecedores. (ABNT, 2018, p. 4). Mas para que as empresas se adequem a ISO 14001, a ABNT exige um comprometimento das mesmas com a observa??o das principais exigências para melhoria: A ABNT NBR ISO 14001:2015 passa a exigir: Que a gest?o ambiental seja mais importante no posicionamento estratégico da empresa; maior comprometimento da lideran?a; a implementa??o de iniciativas proativas que visem proteger o meio ambiente contra danos e degrada??o, como por exemplo, o uso sustentável dos recursos e a mitiga??o das altera??es climáticas; enfoque no conceito de ciclo de vida a fim de garantir que aspectos ambientais sejam levados em considera??o desde o desenvolvimento até o fim da vida útil do produto; a ado??o de uma estratégia de comunica??o com foco nas partes interessadas. Além disso, ela possibilita uma integra??o mais fácil a outros sistemas de gest?o, visto que têm a mesma estrutura e os mesmos termos e defini??es (ABNT, 2018).A certifica??o da ABNT n?o é obrigatória, porém, as empresas que pretendem se beneficiar das NBR ISO 14001, poder?o fazê-lo, mas para as empresas que planejam entrar em um processo de certifica??o credenciada, demostrar?o aos seus compradores, fornecedores, clientes e outras partes interessadas que almejam implementar a norma de forma adequada. (ABNT, 2018). 3 COLETA SELETIVA DE RES?DUOS S?LIDOS RECICL?VEISAo abordar os temas de coleta seletiva, resíduos sólidos e recicláveis nos ressalta à vista o quanto o ser humano produz lixo, e o quanto a natureza vem sofrendo com a falta de cuidado há dezenas de anos. Considerando a import?ncia dos servi?os de limpeza urbana, relatam Jardim, Yoshida e Machado Filho (2012, p. 368) que “a tutela do meio ambiente passou a ser objeto de estudos e desenvolvimento pelos diversos campos da ciência a partir da ocorrência de casos de polui??o ambiental, que colocaram em risco a saúde humana e a qualidade de vida”.Os centros urbanos, de acordo com Mazzarotto e Silva (2017, p 240), s?o os maiores produtores de resíduos sólidos gerados pela popula??o, provocando preocupa??o a nível mundial. Estudos sobre o tema remete a observa??es mais cuidadosas, pois os recursos naturais n?o s?o contínuos como se acreditava. Sendo assim, de acordo com Jardim, Yoshida e Machado Filho (2012, p. 366):A gest?o de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) sempre foi objeto de preocupa??o e cuidados por parte da sociedade, porém o foco mudou com o passar dos tempos. O alerta global que a disponibilidade de áreas e recursos naturais n?o é infinita se faz presente em todo o mundo e o desenvolvimento sustentável diante do desafio da globaliza??o torna-se uma necessidade vital. A coleta de resíduos sólidos necessita de cuidados apropriados afim de que haja responsabilidades por parte de toda a sociedade. Segundo Mazzarotto e Silva (2017, p.240), resíduos coletados e tratados de forma inadequada causam danos à saúde da popula??o tanto quanto ao meio ambiente. 3.1 política nacional de resíduos sólidos (pnrs)No Brasil a lei que rege os resíduos sólidos teve o intuito de regulamentar de forma gradativa a quest?o de descarte consciente. Conforme Baptista (2015, p. 3), essa Lei tramitou no Senado desde o ano de 1989, como Projeto de Lei do Senado n?354/1989, que inicialmente tinha o intuito de regulamentar resíduos de saúde, mas foi muito além do projeto inicial, resultando no Projeto de Lei, PL n?203/1991 o qual tramitou por mais de duas décadas na C?mara dos Deputados, sendo sancionado no ano 2010 gerando a Lei n? 12.305/2010, que entre outros artigos, afirma que a responsabilidade deve ser compartilhada pelo poder público, setor empresarial privado e sociedade civil. A Lei n? 12.305 de 02 de agosto de 2010, que trata a PNRS, considera resíduos sólidos:Material, subst?ncia, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destina??o final se procede, se prop?e proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos, cuja as particularidades tornem inviável seu lan?amento na rede pública de esgoto ou em corpo d’água, ou exijam para isso solu??es técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível; [...]. (BRASIL, 2010). A PNRS surge com o objetivo de promover uma gest?o que integre os três poderes públicos: federal, estadual e municipal. “A PNRS tem como uma de suas bases o Decreto Federal n?5.940/2006, que institui a separa??o dos resíduos recicláveis descartados pelos órg?os e entidades da administra??o pública federal direta e indireta, na fonte geradora, [...] (BAPTISTA, 2015 p. 4).Ainda de acordo com Baptista (2015, p. 3), A Lei n? 12.305/2010, que institui a PNRS, prenuncia ser um marco no que tange à gest?o eficiente dos resíduos sólidos. Ela já come?a a surtir efeitos práticos, uma vez que obriga municípios a formularem planos de gest?o de resíduos, assim como induz os mesmos a erradicarem os “lix?es”.Com a lei de n? 12.305/2010, a quest?o dos lix?es por todo o Brasil teve um prazo para ser erradicado previsto para o ano de 2014, mas isso n?o aconteceu em sua totalidade. (BRASIL, 2010). Assim entende-se que a PNRS brasileira vem, n?o somente incentivar, mas instituir regras para que cada município do país se adeque as políticas mundiais de preserva??o do meio ambiente. Os órg?os públicos competentes, institui??es privadas de diversas naturezas e a popula??o em geral precisar?o se conscientizar para essa nova realidade global, e colocar em prática de maneira contínua e eficaz.Sabe-se que a popula??o mundial utiliza o solo para diversas necessidades, como plantio, moradia, mas também faz o uso do solo para depositar resíduos sólidos que n?o s?o mais úteis, que por sua vez provoca sérios problemas ao planeta. (MAZZAROTTO e SILVA, 2017, p. 241). Corroborando com essa quest?o no que diz respeito ao Brasil, Jardim, Yoshida e Machado Filho (2012, p. 181), afirmam que “o ciclo de crescimento do país é consequente e inevitavelmente seguido pelo aumento da gera??o dos problemas ambientais ocasionados pela gest?o inadequada de resíduos”. Segundo Mazzarotto e Silva (2017, p. 242), a normativa brasileira NBR 10004:2004, elaborada pela ABNT, informa a classifica??o dos resíduos sólidos de maneira bem simples, onde os resíduos s?o divididos em classes, conforme figura 1 abaixo:Figura 1: NBR 10004:2004Fonte: Mazzarotto e Silva (2017), com adapta??es. 3.2 o brasil e a coleta seletivaEm cada país a coleta seletiva é gerida de diversas maneiras, quer por motivos logísticos, culturais ou desenvolvimento econ?mico, o que se pode observar é que no Brasil a quest?o social tem grande relev?ncia. A coleta seletiva de materiais recicláveis no Brasil, diferencia-se pelo forte componente social de inclus?o dos catadores e apoio de políticas públicas à organiza??o em associa??es e cooperativas de catadores de materiais recicláveis. Isso n?o ocorre nos Estados Unidos e na Uni?o Europeia, mas crescem em países da América Latina e do Caribe, destacando-se o Brasil, Col?mbia, Peru, e Argentina e ainda na ?frica e ?sia (GUNTHER E GRIMBERG, 2006; CEMPRE, 2008; GTZ, 2010, apud JARDIM, YOSHIDA E MACHADO FILHO, 2012, p. 389). Ao ouvir falar em coleta seletiva no Brasil, logo pode-se visualizar a figura de catadores de materiais recicláveis. Os resíduos sólidos que s?o descartados de forma incorreta nos logradouros das cidades por todo o país, acabam sendo recolhidos por esses catadores. Para Jardim, Yoshida e Machado Filho (2012, p. 390), “em alguns casos, os municípios instalam pontos de entrega voluntária de recicláveis para a popula??o em locais estratégicos e consideram que a cobertura seja total, no entanto, a efetividade da disponibiliza??o dos recicláveis é, em geral, muito baixa”. ? possível observar que algumas prefeituras apoiam organiza??es dos catadores com equipamentos, galp?es entre outros necessidades básicas, inclusive com educa??o ambiental para a popula??o. Mas apesar da evolu??o nas últimas duas décadas com o apoio da esfera federal e parlamentares, a contribui??o dos estados e municípios ainda é muito tímida, ficando a mercê da vontade dos órg?os púbicos competentes. (JARDIM, YOSHIDA E MACHADO FILHO, 2012, p. 390).De acordo com Jardim, Yoshida e Machado Filho (2012, p. 393), “a coleta seletiva formal desviava, em 2008, apenas 2% dos resíduos sólidos urbanos do país, o que mostra que a maior parte dos resíduos recicláveis que chegam a indústria ainda é coletada pelos milhares de catadores que trabalham nas ruas das cidades em condi??es precárias [...]”.A coleta seletiva formal depende do trabalho conjunto da popula??o com os poderes municipais, mas: Existe um mito há muito alimentado nas prefeituras de que a coleta seletiva é um servi?o dispendioso. No entanto n?o existem estudos conclusivos sobre os custos da coleta seletiva ao longo dos últimos anos e planilhas de cálculo de custo padronizadas que possibilitem a compara??o de custos, tal qual como ocorre com a coleta regular que, em geral, é remunerada por toneladas coletada. (JARDIM, YOSHIDA E MACHADO FILHO, 2012, p. 397).3.3 Vitória de Santo ant?o (PE) e a Coleta SeletivaA cidade da Vitória de Santo Ant?o, localizada na Mata Centro do estado de Pernambuco, no ano de 2012, através do prefeito em exercício, sancionou a Lei de n? 3.759, de 20 de dezembro de 2012, que corresponde a cria??o da Agência de Meio Ambiente da Vitória de Santo Ant?o (AMAVISA), a qual tem por responsabilidade as competências que diz respeito a preserva??o do meio ambiente municipal. (PERNAMBCO, 2012). Com essa Lei a AMAVISA é responsável por várias competências como:Licenciamento, controle, monitoramento e fiscaliza??o de todas as atividades, empreendimentos e processos considerados efetiva ou potencialmente poluidores, bem como daqueles capazes de causar degrada??o ou altera??o significativa do meio ambiente, nos termos das normas ambientais vigentes; implanta??o, administra??o, manuten??o, preserva??o, recupera??o, supervis?o e fiscaliza??o da arboriza??o urbana, unidades de conserva??o, áreas verdes e demais recursos naturais. (PERNAMBCO, 2012). Compreende-se que a coleta seletiva tem sido difundida em vários municípios espalhados pelo Brasil, e de acordo com Lima (2018, p. 346), Em 2015 a AMAVISA implantou no bairro de Reden??o em Vitória de Santo Ant?o – PE o projeto piloto de coleta seletiva e Campanha “Limpa Vitória: coleta seletiva e solidária”. As a??es da campanha foram conduzidas por meio da Escola Estadual Madre Lucila Magalh?es, localizada no próprio bairro.O Projeto piloto no bairro de Reden??o, da referida cidade, conforme relata Azevedo (2016, p. 439), tem, como estimativa, um potencial de gerar 540kg de material reciclável/dia, podendo ser coletados por sistema de coleta seletiva.A percep??o na educa??o ambiental desperta também o interesse em analisar determinados enfoques do tema voltado ao meio ambiente nas diversas áreas do campus acadêmicos, e conforme Lima (2018, p.347) após um ano de implementa??o de a??es sobre educa??o ambiental no bairro de Reden??o, surgiu a indaga??o do porquê o projeto piloto de coleta seletiva sofreu descontinuidade, tendo como justificativa da própria AMAVISA a falta de comprometimento da prefeitura da cidade, quanto as rela??es de parcerias que fortaleciam as a??es. A conscientiza??o de algo novo em comunidades em geral, tende a ser em período prolongado, e com a falta da continuidade e estímulos nas a??es educacionais a tendência é de n?o surtir os efeitos desejados que s?o o aprendizado e saberes adquiridos tornando-se um hábito. (LIMA, 2018, p. 359). 4 PROCEDIMENTOS METODOL?GICOS? notório que a metodologia científica está presente em todos os trabalhos produzidos nas academias. Para Barros e Lehfeld (2007, p. 17) “a metodologia científica é a disciplina que confere os caminhos necessários para o auto aprendizado, em que o aluno é sujeito do processo, aprendendo a pesquisar e difundir o conhecimento obtido”. E ainda de acordo com Barros e Lehfeld (2007, p. 17) a metodologia “corresponde a um conjunto de procedimentos utilizados por uma técnica, ou disciplina, e sua teoria geral. O método pode ser considerado uma vis?o abstrata da a??o, e a metodologia, a vis?o concreta da operacionaliza??o”. Os fins utilizados nesta pesquisa foram os descritivo e explicativo os quais correspondem, de acordo com Vergara (2010, p. 42) respectivamente: “a pesquisa descritiva exp?e características de determinada popula??o ou determinado fen?meno. [...]. N?o tem compromisso de explicar os fen?menos que descreve, embora sirva de base para tal explica??o”. Já o explicativo, tem o intuito de investigar o principal objetivo e esclarecer fatores que contribuíram, de alguma maneira, para o acontecimento. O método utilizado foi o qualitativo, onde, para Figueiredo (2008), essas pesquisas n?o necessitam de muita estrutura, mas em compensa??o demandará mais empenho do pesquisador, portanto pode dispensar grandes amostras.As fontes utilizadas para a pesquisa foram primárias e secundárias, que de acordo com Mascarenhas (2018, p. 68), na fonte primária colhe-se dados pela primeira vez, e as fontes secundárias s?o adquiridas através de banco de dados, arquivos, relatórios, n?o se tendo contato direto com o objeto de pesquisa.4.1 Instrumento de aplica??oO instrumento aplicado na obten??o de dados foi um questionário elaborado pela pesquisadora com perguntas abertas e fechadas o qual, foi enviado ao autor do projeto, Professor Mestre David dos Santos Azevedo, sendo, este indicado como pesquisado/questionado ao longo das cita??es descritivas por ele referida. Para Barros e Lehfeld (2007, p. 106): O questionário é o instrumento mais usado para o levantamento de informa??es. N?o está restrito a uma quantidade de quest?es, porém aconselha-se que n?o seja muito exaustivo, para que n?o desanime o pesquisado. [...]. As ‘perguntas fechadas’ s?o aquelas quest?es que apresentam categorias ou alternativas de respostas fixas. As ‘perguntas abertas’ s?o aquelas que levam o informante a responder livremente com frases ou ora??es.Concernente a pesquisa realizada é um estudo de caso, o qual se caracteriza como uma das modalidades nas ciências sociais com coleta e registro de informa??es sobre um ou vários casos específicos com a elabora??o de relatórios críticos, conduzindo a decis?es e interven??es sobre o objeto investigado, como comunidade, organiza??o, empresas, entre outros. (CHIZOTTI, 1991, apud BARROS e LEHFELD, 2007, p. 112). 5 RESULTADOS E AN?LISESObjetivou-se com este estudo de caso descrever, analisar e informar os fatores que fizeram com que o plano piloto de coleta seletiva de resíduos sólidos recicláveis realizado no bairro de Reden??o, na cidade da Vitória de Santo Ant?o (PE), n?o tenha sido efetivado após fase de experimento. O instrumento utilizado foi um questionário com perguntas específicas, tanto abertas como fechadas, encaminhado através de mídia social ao autor do projeto. As respostas obtidas através de questionário foram divididas em duas etapas, sendo seis perguntas abertas, e duas fechadas, ainda com op??o, nesta última, para inclus?o de opini?o descritiva. Os questionamentos foram relacionados da seguinte maneira: Defini??o da a??o, era um Programa ou Projeto; estrutura utilizada; houve período predeterminado para execu??o; dias de coleta; destina??o do material coletado; quantas pessoas foram envolvidas para execu??o; motivo da paraliza??o; como foi, no seu entendimento o Programa/Projeto; carências do Programa/Projeto.Através da análise das respostas p?de-se fazer um recorte, com o intuito de informar quais fatores fizeram com que o Projeto, após sua fase experimental, n?o tenha sido implementado no bairro. 5.1Defini??o da a??o: programa ou projetoQuestionou-se ao pesquisado a seguinte indaga??o: Como foi definida essa a??o, era um Programa ou um Projeto?Era um projeto piloto que fazia parte de uma campanha denominada “Limpa Vitória: Coleta Seletiva Solidária”. Esta campanha foi desenvolvida pela Agência Municipal de Meio Ambiente local (AMAVISA) com vistas a atender algumas orienta??es destacadas pelo Ministério Público no Termo de Compromisso assinado pela Prefeitura outrora. Este termo trazia diversas a??es passíveis de serem colocadas em prática, com datas limites e prazos para apresenta??o de respostas. Versava principalmente sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, abordando desde a coleta seletiva de resíduos (incluindo resíduos perigosos, óleos, l?mpadas, pilhas e baterias, resíduos eletroeletr?nicos, etc.), até a??es de educa??o ambiental (com guias orientadores para o desenvolvimento de campanhas). Dentro desta campanha, também foram desenvolvidos outros projetos pilotos como o “Papa-pilhas e Baterias” em parceria com 33 escolas municipais da base na resposta acima assinala-se que foi um projeto e n?o um programa, tendo o intuito de trabalhar junto a popula??o local no tocante a um bairro mais limpo agregando um componente social gerando renda a comunidade, corroborando com Gunther e Grimberg, 2006; Cempre, 2008; Gtz, 2010, apud Jardim, Yoshida e Machado Filho (2012), além de cumprir as regras ditadas sobre coleta seletiva e educa??o ambiental contidas na PNRS (Brasil, 2010). Conforme o relato acima, compreende-se, ainda, o objetivo junto a Agência do Meio Ambiente municipal, através de termo de compromisso assinado pela prefeitura em se adequar à Lei 12.305/2010, referente a resíduos sólidos, conforme relata Baptista (2015).5.2 destina??o do material coletadoOutro questionamento foi sobre a destina??o do material que era coletado. Obteve-se a seguinte resposta do pesquisado:Infelizmente a destina??o final continuava sendo o lix?o, na época em funcionamento. Para entender melhor, cabia a AMAVISA o desenrolar da campanha educativa e cabia à secretaria municipal de servi?os públicos a execu??o do compromisso firmado com os moradores. Encontramos diversos problemas nesta parceria, pois fazíamos nossa parte, mas a secretaria n?o. Tanto na coleta semanal, quanto na disposi??o final. Parecia que todo nosso trabalho fora em v?o.A resposta obtida ao questionamento ora realizado sinaliza a provável falta de interesse dos órg?os públicos municipais no que diz respeito a destina??o correta dos matérias recicláveis gerados pela popula??o, invalidando a coleta seletiva realizada através do projeto naquele bairro, entendendo-se que esses resíduos recicláveis descartados de forma inadequada prejudicam a popula??o e o meio ambiente, conforme aponta Mazzarotto e Silva (2017).5.3 paraliza??o do projetoO questionado informou qual o motivo da paraliza??o do projeto de coleta seletiva que fora realizado naquele bairro:De uma maneira clara e objetiva, três motivos: A falta de sensibiliza??o (e de interesse) do prefeito quanto às quest?es ambientais e tratativa do termo de compromisso com o Ministério Público; O n?o cumprimento da execu??o do projeto por parte da Secretaria de Servi?os Públicos, que n?o cumpriu sua parte do acordo; A n?o autonomia total da AMAVISA, que apesar de ser uma autarquia, sempre foi controlada politicamente pelos secretários e representantes políticos do prefeito e n?o dispunha de recursos suficientes para tocar o projeto sozinha, embora almejasse fazê-lo.No que tange a paraliza??o do projeto, o questionado informa claramente que a prefeitura e os órg?os públicos competentes da cidade n?o tiveram interesse em continuar com o projeto, validando como descreve Jardim, Yoshida e Machado Filho (2012) na máxima de que há um mito sustentado pelas prefeituras de que a coleta seletiva é um servi?o dispendioso. Analisa-se ainda o descumprimento, do compromisso ora acordado com o Ministério Público e a prefeitura da cidade na ocasi?o. Dessarte compreende-se com esta resposta que certamente a AMAVISA n?o exerce seus poderes de autarquia, sendo contida por representantes políticos do prefeito doravante em exercício. 5.4 carências na continuidade do projeto O autor do projeto, de forma objetiva, relata quais motivos fizeram com que o projeto n?o tenha alcan?ado êxito e provável continuidade, assim o pesquisado relata:Faltou mais estrutura do Poder público; Faltou mais a??es de educa??o ambiental. Faltou sensibilidade daqueles que detinham o poder nas m?os, faltou compromisso daqueles que firmaram compromisso, faltou recursos desde financeiros até pessoal, faltou envolvimento por parte da própria prefeitura. Muitas coisas faltaram, mas nos sobejou: Vontade de mudar a realidade n?o só de um bairro mas de toda cidade;Parceiros querendo dividir seu potencial conosco, de m?os dadas para construir um novo futuro (a exemplo ECOPERE e AMA); Esperan?a dos moradores em ver a situa??o de seu bairro transformada.A partir das coloca??es acima pode-se perceber que a falta de engajamento da prefeitura da cidade e demais órg?os competentes fizeram com que o projeto de coleta seletiva no bairro de Reden??o fosse descartado por motivos, provavelmente, políticos como também a ausência de comprometimento dos que firmaram acordos e parcerias. O envolvimento de órg?os que detém o poder s?o cruciais para esse tipo de a??o e corroborando com Lima (2018), s?o projetos que demandam tempo e conscientiza??o de todos os envolvidos com a promo??o de aprendizado que podem vir a se tornar hábitos.CONSIDERA??ES FINAISA coleta seletiva de resíduos sólidos vem ganhando cada vez mais aten??o junto à popula??o mundial, e trazendo para a realidade da cidade da Vitória de Santo Ant?o, n?o é diferente, pois observa-se que a popula??o tem interesse em cooperar com o meio ambiente e fazer parte de a??es sociais que possam gerar benefícios aos mais carente. Mas após este breve estudo de caso, no qual p?de-se questionar o autor do projeto piloto de coleta seletiva, instrumento da pesquisa, realizado em um bairro da cidade, por período determinado para obten??o de resultados, analisa-se que os poderes públicos est?o muito aquém do esperado pelas comunidades da cidade, ao que se refere a lei nacional de política de resíduos sólidos, a qual prevê que todos os municípios brasileiros devem se adequar as exigências da Lei n? 12.305/2010.Vale salientar, que as informa??es obtidas apontaram para a ineficiência da secretaria e dos órg?os competentes da cidade que deveriam adotar medidas cabíveis referente a situa??o do descarte dos resíduos sólidos recicláveis de maneira adequada e consciente podendo, inclusive, gerar renda as comunidades mais carentes.Ao deparar-se com as informa??es relatadas pelo pesquisado compreende-se o porquê do plano piloto n?o ter sido implementado. O fato determinante verificado diz respeito a quest?es políticas que ainda falam mais alto em determinadas esferas do poder público municipal, prejudicando toda uma popula??o, além do meio ambiente. Ademais, parcerias n?o s?o incentivadas pelo poder público local a assegurar o compromisso de manter o meio ambiente saudável para as futuras gera??es. Conforme o pesquisado, a esperan?a de viver dias melhores pelas comunidades como um todo, provoca um sentimento de prosseguir em busca de mudan?as e melhorias para a cidade, almejando-se uma consciência ambiental por toda popula??o.PILOT PLAN OF SOLID WASTE SELECTIVE COLLECTION OF RECIVL?VEIS HELD IN A NEIGHBORHOOD OF THE CITY OF GREENACRES (PE): CASE STUDYABSTRACTThis research aimed to describe what factors caused the pilot plan of selective collection of recyclable solid waste held in the Redemption, in the city of Vitoria de Santo Ant?o (PE), has not been implemented after the stage of experiment as well How to analyze the factors and report the reasons why the project was not effective. Refers to a descriptive analysis and case study, using qualitative methods with primary and secondary sources. 'S research was structured with the supply of some theorists, noting: Garden, Yoshida and Machado Filho (2012); Mazzarotto e Silva (2017); Baptista (2015); Azevedo (2016); Barros and Lehfeld (2007); Forbes (2008); Lima (2018); Mascarenhas (2012); Vergara (2010). The results showed that the pilot plan of separate collection not succeeded, as it pertains to your deployment, for political reasons from conflicts of power between public authorities of past and current administrations, beyond indifference promoted by the city Hall regarding the issues of environment and the national solid waste policy instituted in the year 2010, through law No. 12,305/2010.KEY WORDS: Selective Collection. Solid Waste. Recyclable. Environmental Management.REFER?NCIASABNT, Associa??o Brasileira de Normas Técnicas. Introdu??o à ABNT NBR ISSO 14001:2015. 2018. Disponível em: <;. Acesso em 02 out. 2018.AZEVEDO, David dos Santos. Resíduos Sólidos: diagnóstico e proposi??es para o bairro de Reden??o, no município de Vitória de Santo Ant?o/PE. Revista de geografia e interdisciplinaridade. Grajaú(MA), InterEspa?o, v. 2, n. 5 p. 424-445 jan./abr. 2016. Disponível em: < ;. Acesso em: 15 ago. 2018.BAPTISTA, Vinícius Ferreira. As políticas públicas de coleta seletiva no município do Rio de Janeiro: onde e como est?o as cooperativas de catadores de materiais recicláveis? 2015. Disponível em: <;. Acesso em 22 mai. 2018.BARROS, Aidil Jesus da Silveira; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos de metodologia científica. 3. ed. S?o Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. Disponível em: <;. Acesso em: 20 out. 2018.BRASIL. Lei n? 12.305 de 02 de ago. de 2010. Plano nacional de resíduos sólidos. Brasília, DF, ago 2010. Disponível em:<;. Acesso em: 01 out. 2018.FIESP, Federa??o das Indústrias do Estado de S?o Paulo. ISO 14000:2015: Saiba o que muda na nova vers?o da norma. 2015. Disponível em: <;. 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