O Jornalista do Progresso: - UFRGS



O Jornalista do Progresso:

Cásper Líbero e a Modernização da Prática Jornalística Brasileira

Profª. Dra. Gisely Valentim Vaz Coelho Hime - jhime@.br

Professora das Faculdades Integradas Alcântara Machado (FIAM), lecionando as disciplinas “História do Jornalismo”, “Teoria e História do Jornalismo” e “Ética Jornalística’’. Mestre e Doutora pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, instituição onde também se bacharelou.

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ssim nasceu a primeira faculdade de Jornalismo do Brasil: no testamento do jornalista, orgulhosamente paulistano, Cásper Líbero, diretor-proprietário de um dos mais modernos jornais da América Latina, no início dos anos 40. Ao definir os objetivos da fundação que deveria ser instituída após sua morte, ele determinou a criação de “uma escola de jornalismo e ensinamento de humanidades, particularmente português, prosa, estilo, literatura, eloqüência, história e filosofia, em cursos de grandes proporções, a começar pelo secundário e finalizar pelo superior[i]”. Essa escola estaria agregada ao complexo jornalístico formado pelo vespertino A Gazeta, pela rádio de mesmo nome e pelo semanário A Gazeta Esportiva.

Estamos em março de 1943 e Cásper Líbero morreria alguns meses depois, a 27 de agosto, vitimado em acidente aéreo. Devido aos entraves burocráticos e legislativos – pois o ensino de jornalismo, apesar de instituído por decreto em 1937, não fôra regulamentado ainda pelo Ministério da Educação – a Faculdade só entraria em funcionamento quatro anos depois, em 1947, vinculada à Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

A atitude pioneira não surpreendeu, porém, os contemporâneos do jornalista. Como demonstram diversos textos publicados n'A Gazeta, Cásper, ao longo dos anos, aprofundou suas reflexões nesse sentido, valorizando o investimento na formação profissional. Para ele, o exercício responsável e competente da profissão exigia capacitação e aperfeiçoamento, tendo em vista a função social do jornalismo. Foi o que pude comprovar nas pesquisas que fundamentaram minha dissertação de mestrado[ii], em que me baseio para traçar aqui os principais aspectos do seu projeto jornalístico.

Se julgava fundamental para o futuro da Nação investir na formação cultural do povo e das elites, não tinha dúvidas quanto à influência do jornalismo nesses rumos. Por isso, transformou seus veículos em instrumentos difusores de cultura. Para ele, os meios de comunicação exercem um papel fundamental na formação intelectual, moral e política da sociedade. Também costumava salientar o poder de influência da imprensa “sobre as multidões, orientando-as, guiando-as[iii]”. Em saudação a Benedito Valadares, governador de Minas Gerais, em 1940, Cásper afirma considerar-se “um general, no comando de uma legião de jornalistas, responsáveis pela formação da opinião pública do país[iv]”. E porque acredita na força dessa influência, contrapõe ao mau exercício, a necessidade de se investir na formação profissional, endossando os debates liderados pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e Associação Paulista de Imprensa (API), que apontam para a instalação de cursos de jornalismo no País.

Enquanto “homem de jornal” – como se dizia ele próprio –, manteve-se ligado a todos os movimentos da classe, onde a discussão sobre a necessidade de se investir na formação profissional ocupa praticamente toda a década de 30. A Gazeta dá ampla cobertura ao assunto, promovendo eventos como a Semana do Jornalista, em janeiro de 1940. Dois anos depois, apoiará a realização do Primeiro Congresso dos Jornalistas Profissionais, onde propostas como cursos livres e de nível universitário são registradas, faltando apenas quem efetivamente lhes dê encaminhamento prático. O Sindicato dos Jornalistas, encarregado pela classe, não chegou a tirá-las do papel.

As teses em debate, contudo, trazem profundos avanços na redefinição de contornos por que passa a profissão, impulsionada pela modernização do próprio processo de produção. Organizada de acordo com os mais modernos padrões mundiais de empresa jornalística, A Gazeta se coloca na linha de frente dessas mudanças, pois necessita de profissionais preparados para lidar com as novas técnicas. Por isso, ao valorizar o investimento na formação jornalística, Cásper também tem em vista a administração de seu empreendimento. A prática do dia-a-dia, aliás, teria colaborado e muito para tal posicionamento. Contam antigos funcionários que tinha o costume de contratar jovens interessados em ingressar na profissão, dedicando-se, ele próprio, à sua formação.

As viagens ao Exterior deram o empurrão que faltava. Tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, Cásper teve a oportunidade de constatar os resultados positivos que as escolas de jornalismo imprimiam no exercício da profissão, reforçando assim a convicção de que era preciso investir na formação. Também teve oportunidade de conferir como se dava na prática o tão sonhado curso e as diversas formas de executá-lo. Qual lhe agradou mais? Não se sabe ao certo. O tempo foi suficiente apenas para registrar a certeza de sua necessidade e traçar algumas breves indicações.

A Gazeta foi a grande expressão do seu projeto jornalístico

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Gazeta chega às mãos de Cásper Líbero em maio de 1918. Após passar por sucessivos proprietários, o que havia sido um dos principais jornais de São Paulo estava à beira da falência: como se dizia à época, era um verdadeiro abacaxi.

Em meados da década de 20, Cásper inaugura a primeira etapa do processo de modernização do vespertino, que inclui da aquisição de maquinário, capaz de acelerar e aprimorar a produção do jornal, à reforma das instalações para torná-las mais adequadas à acomodação desse maquinário e da redação. Compra o último tipo de rotativa disponível no mercado e faz a primeira edição impressa em tricomia e em rotogravura em cores no País.

Ao mesmo tempo, a modernização editorial buscava sintonizar as principais preocupações do momento, privilegiando a vida da cidade, com suas questões políticas e econômicas, o processo de urbanização e suas conseqüências sociais, os eventos culturais e esportivos. Nessa perspectiva, surgem, pioneiramente A Gazeta Esportiva e A Gazetinha, em 1928, e a Página Feminina, em 1929. Além disso, a atuação do jornal é ampliada com iniciativas como a Escola Acadêmica de Pilotagem (de Aviões), Travessia de São Paulo a Nado, Corrida de São Silvestre, I Torneio Atlético Feminino e Concurso Literário Escolar.

Os resultados positivos estimulam-no a continuar investindo. Em 1937, por exemplo, graças a um contrato com a Associated Press, A Gazeta torna-se o primeiro jornal de São Paulo a ter radiofoto. Dois anos depois, em 3 de novembro de 1939, após sucessivas reformas e compras de equipamento, Cásper inaugura o primeiro edifício brasileiro construído especialmente para abrigar um jornal. Com projeto do escritório técnico Ramos de Azevedo, o edifício de oito andares tem, além dos espaços usuais das instalações de um jornal como as oficinas de impressão, gabinetes individuais para os redatores, com telefone, máquina de escrever e comunicação direta com qualquer seção do jornal; arquivo e biblioteca, que ocupam totalmente o 4º andar do prédio; auditório para concertos e conferências, com capacidade para 300 pessoas e equipado com microfones, projetores e aparelhos cinematográficos; apartamentos para hóspedes de honra; e, no último andar, o restaurante Roof, uma das primeiras e mais requintadas boates da cidade.

Cásper aproveita essa estrutura para ampliar ainda mais sua ação, promovendo cursos, palestras, concursos e exibição de filmes. Dessa forma, o jornal torna-se um importante pólo cultural na cidade: com espaço de pesquisa, espaço para o debate intelectual e espaço de encontro das mais diversas personalidades públicas: políticos, artistas, jornalistas, intelectuais etc.

É assim que o vespertino ganha destaque nas tardes paulistanas, sendo ansiosamente esperado nas bancas. Torna-se um dos veículos de maior tiragem, penetração e prestígio. Chega facilmente a 120 mil exemplares, comprovando a tese do antigo funcionário Silveira Peixoto, que aquilo que diziam ser um abacaxi, Cásper foi descascando e soube saborear. E A Gazeta tornou-se um dos jornais mais importantes de São Paulo.

Um projeto que renova o jornalismo

N

ascido a 2 de março de 1889, em Bragança Paulista (interior de São Paulo), filho de um dos primeiros intendentes da cidade e ativistas do Partido Republicano Paulista (PRP), o médico dr. Honório Líbero, Cásper formou-se em Direito pela Faculdade do Largo São Francisco, mas foi no jornalismo que se realizou.

De personalidade apaixonada e explosiva, lançou uma nova perspectiva para os profissionais de jornalismo: ser empresário-jornalista. Até então, a profissão, intrinsecamente ligada à política, servia de trampolim para cargos. Cásper não deixa de empunhar bandeiras políticas: o que faz é subordinar o político ao jornalista, enquanto outros subordinavam o jornalista ao político. Por outro lado, ao se dedicar de corpo e alma ao jornalismo, buscando concretizar suas reflexões sobre a profissão, colheu os frutos do lucro que coroam a carreira do empresário bem sucedido. E isso ele o foi.

N'A Gazeta encontramos o embrião das modernas políticas administrativas. Dispondo dos melhores equipamentos, instalados em acomodações adequadas, recebendo em dia e razoavelmente bem, os funcionários tornam-se mais eficientes. O aprimoramento material, ao lado da sintonia com os interesses do mercado, contribui para um aperfeiçoamento da qualidade do produto. Dessa forma, a empresa obtém melhores resultados junto ao público-consumidor. Cativa os leitores antigos e conquista novos, ou seja, vende mais.

O ideário de Cásper Líbero, revelado nas páginas d'A Gazeta, é composto de seis princípios básicos, profundamente relacionados entre si:

progresso - a palavra-chave d'A Gazeta, tanto no que se refere às instalações e maquinário, quanto às idéias transmitidas, sintonizando-a com a vanguarda cultural. O progresso é a tecnologia, os transportes, as comunicações, as metrópoles, a velocidade que gradativamente se imprime no cotidiano. É o codinome do século XX;

nacionalismo - traduzido no lema “Para um Brasil cada vez maior e melhor”. Enxerga na cultura nacional os elementos necessários para impulsionar o progresso do País, tornando-o uma Nação grande e respeitada perante o mundo. Sintoniza uma forte corrente de pensamento a partir dos anos 20, no Brasil e no Exterior, que tomará a forma de ideologias totalitárias, como o nazismo e o fascismo, movimentos culturais, como vários grupos constituintes do Modernismo, e grupos políticos como a Ação Integralista Brasileira. Tais sentimentos tiveram provavelmente origem na infância, durante os encontros políticos comandados pelo pai e a partir dos ensinamentos da mãe, aos quais ele mesmo várias vezes se refere: “desde criança, minha mãe alimentou-me o amor pela Pátria[v]”. Sentimentos fortalecidos pelo convívio com grandes nomes dessa Pátria – como Rui Barbosa – que, em suas ações, demonstraram tudo o que se pode fazer por uma nação, quando se tem verdadeiro amor por ela. Sentimentos que se traduzem na promoção do que possa significar progresso, desenvolvimento, equiparação da Pátria à vanguarda internacional.

Atraído por esse espírito nacionalista, paulatinamente Cásper cederá aos encantos do Governo Vargas, passando a colaborar com o seu programa, em tudo o que diz respeito à luta pela União Nacional e pelo engrandecimento da Nação. Por esse motivo, “A Gazeta sente-se orgulhosa de colaborar na execução do grande programa político que [Vargas] elaborou[vi]” e o discurso de construção do espírito cívico, que sempre desenvolveu em suas páginas[vii], é orientado a legitimar as ações do Governo;

regionalismo - manifesto no imenso amor por São Paulo, visto como a locomotiva do País na construção de uma Nação maior e melhor.

Nessa época, forja-se o lema “São Paulo não pára”. É a cidade do progresso, da modernidade. E essa imagem, pouco a pouco, vai sendo incorporada pel'A Gazeta. Numa primeira instância, na postura administrativa, pelos investimentos na modernização da empresa, manifestos na reforma e na construção de novas instalações mais adeqüadas às necessidades da produção jornalística, na compra de maquinário de última geração e no estabelecimento de uma política de recursos humanos. Numa segunda instância, pela postura editorial, que se revela na linguagem – pela exaltação de tudo o que representa desenvolvimento, avanço, modernidade –, na pauta – pelo tratamento privilegiado concedido aos temas vinculados ao progresso ou ao futuro, tais como urbanização, transportes, educação, industrialização, entre outros – e nas ações – pela vinculação do nome da empresa a eventos, campanhas e demais promoções que sejam signo de modernidade (aviação, cultura americana) ou que representem o futuro da Nação (estudantes).

Cásper vive intensamente esse amor por São Paulo, que encontra a expressão máxima no seu testamento. O jornalista deixa tudo o que construiu ao longo de sua vida para o Estado, visto que tudo quanto possui deve “à Gazeta, jornal que é o reflexo e o orgulho de toda a minha [de Cásper] existência de labores, sempre a serviço de São Paulo, do Brasil (...)[viii]”.

No entender d'A Gazeta, São Paulo é a locomotiva do País na construção de uma Nação maior e melhor. Nesse sentido, regionalismo e nacionalismo encontram-se e deixam de ser uma contradição. Os interesses regionais tornam-se interesses nacionais, à medida que compreendidos como o melhor para a Nação. Para Cásper, a União Nacional com progresso só é possível tendo São Paulo à frente. Por isso afirma que o vespertino está “a serviço de São Paulo, do Brasil”. Para ele, estar a serviço de São Paulo é estar a serviço do Brasil;

jornalismo, enquanto função social - colaborador no fortalecimento do espírito cívico, que fundamenta os sentimentos de nacionalismo, patriotismo e regionalismo, tornando possível o engajamento do indivíduo no projeto de construção da Nação.

Para Cásper, exercer o jornalismo não é apenas uma maneira de ganhar dinheiro ou de se projetar política e socialmente. É, antes de tudo, exercer uma função social. E esta função seria a de colaborar no fortalecimento do espírito cívico, que fundamenta os sentimentos de nacionalismo, patriotismo e regionalismo, tornando possível o engajamento do indivíduo no projeto de construção da Nação. Em vários momentos de sua vida, afirmará “não encarar a profissão de jornalista como indústria e permanecer de corpo e alma ligado aos interesses superiores[ix]”. Nessa concepção de jornalismo, forjam-se os dois aspectos fundamentais da personalidade de Cásper Líbero: o Cásper jornalista e o Cásper empresário. Além disso, defende que

Posta em função da cultura, como instrumento divulgador, a imprensa realiza o milagre da máxima distenção pelo mínimo preço. O jornal é o professor, (...) o orador, (...) o técnico, graças à variedade da matéria que pode fornecer ao público e à mobilização imediata de todas as aptidões práticas chamadas a colaborar na sua feitura, no menor espaço de tempo. É a literatura, a agricultura, a economia política, a informação de toda espécie, tudo colocado ao alcance do leitor mediante um níquel de cem ou duzentos réis. O jornal informa, (...) educa, (...) edifica, se encarado por este aspecto[x].

E porque acredita na força dessa influência, valoriza a formação do jornalista, o que estimulará o desenvolvimento de diversas ações, culminando na instalação da Escola de Jornalismo;

coletividade - como fator decisivo na formação da opinião pública, o jornalismo é responsável pelos interesses da coletividade. Deve canalizar os interesses da sociedade, orientando-os para o engrandecimento da Nação em benefício da coletividade. Por esse motivo, Cásper Líbero proclama-se patrono dos interesses da coletividade e sentinela dos princípios da ordem e da justiça[xi], orientando A Gazeta para “afinar as aspirações e lutas, esforços e realizações pelo sentimento nobre e pelo pensamento elevado de coletividade[xii]”.

Cásper Líbero mantém um relacionamento intenso com várias entidades e associações de classe, como atestam os inúmeros convites para os mais diversos eventos, as visitas freqüentes dos líderes desses grupos, a presença dessas pessoas em eventos promovidos pel'A Gazeta ou ainda em homenagens e recepções oferecidas a Cásper. O jornalista envolve-se principalmente com os grupos que congregam elementos da classe jornalística ou intelectuais, como o Instituto Histórico do Paraná, a ABI e a API. Por outro lado, como proprietário que era, toma a iniciativa de fundar o Sindicato dos Proprietários de Jornais e Revistas do Estado de São Paulo, em junho de 1939, seguindo o exemplo dos jornalistas profissionais, que haviam fundado o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo, em abril de 1937;

juventude - ao voltar o olhar para a coletividade, Cásper depara-se com a força que representa a juventude, enquanto poder de realização. Para ele, a juventude simboliza a concretização desse Brasil maior e melhor, desde que bem orientada[xiii]. Por isso, busca aproximar-se dos jovens. Acredita que o segredo do progresso de um país está na formação cultural de suas elites e a juventude encerra as elites do futuro. Como destacam Carlos Guilherme Mota e Maria Helena Capelato, “é através da educação que as 'elites' se formam para desempenhar, não apenas o papel de dirigentes na política como também o de modeladores das consciências[xiv]”. Partindo desse princípio, Cásper busca estreitar os laços com os universitários, pois representam a futura intelectualidade brasileira. Acredita fundamental o investimento na formação da elite do País, pois “quando a gente se vê, assim, num mesmo nível mental, pressupõe desde logo as mesmas conclusões sobre qualquer assunto em que as premissas são iguais[xv]”.

Principalmente no início dos anos 40, com o fortalecimento empresarial d'A Gazeta, Cásper investe neste relacionamento, como demonstram as visitas ao jornal. Pouco a pouco, começa a promover eventos. Realiza concursos, apoia olimpíadas, oferece bolsas de estudos. Em 1942, chega a fundar uma escola para formação de pilotos, mecânicos e observadores, numa ação conjunta com a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Talvez por lá ter se formado, é a sua faculdade do coração. Muitos estudantes da São Francisco terminaram seus estudos graças a ele. Sempre que pode, apoia as atividades promovidas nas Arcadas.

O exercício do jornalismo, segundo esse ideário

É

neste ideário que se alimenta o projeto Gazeta, da organização material à linha editorial. Modernizar A Gazeta é condição fundamental para acompanhar o progresso que se impõe à sociedade no século XX. O processo de modernização visa equiparar o jornal aos melhores do mundo – a seção de estereotipia e a seção de clichês, por exemplo, são equipadas “com os processos mais aperfeiçoados hoje em uso nos grandes periódicos da América do Norte e da Europa[xvi]” –, conseqüentemente situando a imprensa brasileira no mesmo patamar da imprensa internacional. Dessa forma, o projeto reproduz em pequena instância o programa que propõe para a Nação: equiparar o Brasil às potências mundiais.

A partir do momento em que começa a ser sinônimo de um jornal moderno, em constante evolução, A Gazeta funde o seu ideal de progresso ao ideal de progresso de São Paulo. Passa a ser identificada como o jornal dos paulistanos, o que atende plenamente aos seus objetivos. A soma da paixão por São Paulo à concepção de jornalismo enquanto instrumento a serviço dos interesses coletivos só poderia levar Cásper a ter como objetivo transformar A Gazeta no jornal por excelência dos paulistanos. E ele chega lá. O radialista Nicolau Tuma, contemporâneo de Cásper, destaca que, o vespertino tornou-se leitura obrigatória para os paulistanos que, não retornavam para casa, no final do dia, sem levá-lo debaixo do braço. Por sua vez, um jornalista do Correio Popular, em Campinas, ao visitar as novas instalações do jornal, em 1940, afirma: “o visitante que chegasse à capital bandeirante e tivesse tempo só para visitar as instalações esplêndidas daquele rico vespertino e nada mais, levaria da cidade e do estado a impressão mais lisonjeira e alevantada de nossa cultura, da importância das nossas preocupações culturais, da importância das nossas fontes de publicidade e da onipotência dos nossos jornais[xvii]”. E continua: “Mais duas ou três instalações iguais e São Paulo terá montado o melhor parque da indústria jornalística do continente[xviii]”.

A identificação entre A Gazeta e São Paulo não se restringe à organização da empresa, instalações e processo de produção. Como o próprio jornal afirma em editorial uma das razões fundamentais para impor um jornal à aceitação de uma cidade é a “linguagem empregada na apreciação dos homens e dos fatos, pois cada estado ou região tem o seu modo particular de fixar os acontecimentos da vida pública[xix]”. A identificação, portanto, também se dá na pauta do jornal, na sua orientação editorial, no tratamento dado à notícia. Em linhas gerais, temos um jornal que: 1. abraça bandeiras políticas, como nas Revoluções de 1930 e 1932; 2. reserva grande espaço para as notícias do Estado e da cidade; 3. desenvolve pioneiramente um suplemento de esportes, promovendo e apoiando eventos esportivos, nas mais diversas modalidades; 4. também pioneiramente desenvolve um suplemento infantil, de caráter educativo e recreativo; 5. cria uma página feminina, voltada não só para moda e culinária, mas com matérias de comportamento, que refletem os novos interesses da mulher; 6. promove conferências, debates e filmes sobre temas em discussão na sociedade; 7. apoia eventos culturais e educativos, sejam palestras, cursos, concursos e até mesmo viagens de estudo.

Seguindo os princípios do ideário de Cásper Líbero que, por sinal, aí se espelham vivamente, podemos organizar o conteúdo do jornal em três grandes blocos. O primeiro deles é composto de matérias de caráter político. Como os demais veículos da época, a grande questão d'A Gazeta é o poder. Compreendido como principal instrumento na formação da opinião pública, o jornalismo é uma forte arma na defesa de idéias políticas e os partidos não abrem mão dela. O que garante a coerência do vespertino é a fidelidade aos ideais nacionalistas. Seja opondo-se à Revolução de 1930, seja apoiando a Revolução de 1932, seja defendendo o Estado Novo, Cásper empunha cada nova bandeira, antes de tudo, em nome do nacionalismo. Um nacionalismo, se isso é possível, temperado por fortes doses de regionalismo. Cásper luta pela união nacional desde que liderada pelo Estado de São Paulo; defende os interesses brasileiros, partindo do princípio de que o melhor para São Paulo é o melhor para a Nação.

O segundo bloco é composto de matérias de caráter cultural. Um dos assuntos que mais merecem destaque nos anos 40 é o intercâmbio cultural Brasil-Estados Unidos, fruto da Política de Boa Vizinhança implementada pelo presidente Roosevelt. A Gazeta valoriza a distribuição de bolsas de estudo para estudantes brasileiros que, assim, têm oportunidade de aperfeiçoar seus conhecimentos e voltar mais capacitados para construir um Brasil maior e melhor. Por outro lado, abre suas portas a vários jornalistas norte-americanos e seu auditório para filmes e conferências sobre a cultura americana.

Deve-se destacar ainda a criação d'A Gazeta Esportiva, da Gazetinha e da Página Feminina. O sucesso do suplemento esportivo é tão grande que, já no ano seguinte, ganha vida própria. Atendendo a vários pedidos, notadamente de leitores do interior do Estado, a empresa resolve aceitar assinaturas para a edição esportiva, que sai às segundas-feiras. Em 1931, com apenas três anos de vida, o suplemento em tamanho tablóide já preenche dezesseis páginas.

Por sua vez, a Página Feminina traz todos os ingredientes que compõem a imprensa feminina nos anos 30. Tem moda, beleza e uma seção de cartas bem movimentada, contos, novelas e romances, resenhas literárias, reportagens diversas, culinária e trabalhos manuais, comportamento e cinema, poesia e pensamentos. Surge na esteira do sucesso do Concurso Mundial de Beleza, promovido no início de 1929 e que, em São Paulo, contou com o apoio do vespertino.

Considerando que o jornalismo exerce grande influência sobre a opinião pública, o vespertino abre assim as portas para a discussões dos grandes temas da atualidade, estimulando o debate intelectual e levando ao povo informações às quais não tem oportunidade de acesso. Tenta, ao mesmo tempo, alimentar o espírito das elites e instruir a população de baixa renda, numa tentativa de promover a formação cultural da sociedade brasileira. Cásper também amplia sua ação para além das páginas do jornal promovendo cursos, patrocinando viagens de estudo, apoiando concursos cujo intuito é revelar novos talentos. Dessa forma, estreita os laços tanto com aqueles que são responsáveis pela produção cultural do momento, como com os que serão responsáveis pela produção cultural do futuro. Adepto da fórmula “saber é poder”, Cásper acredita que a construção do progresso do País está atrelada à formação cultural das elites. Por isso, promover a cultura significa, numa segunda instância, a promoção do espírito cívico.

O terceiro bloco reúne as reportagens sobre a vida da cidade, ou seja, trata do processo de urbanização e suas conseqüências. Ao retratar o desenvolvimento dos bairros paulistanos, analisando suas condições de infra-estrutura – transportes, saúde, habitação, educação, água, luz, esgoto etc. –, A Gazeta procura destacar as melhorias que o progresso imprimiu à vida do paulistano. Os problemas, encarados como sinônimo de atraso, devem provocar a indignação do leitor que, por sua vez, deve cobrar do Estado soluções imediatas no sentido de levar o progresso à toda a cidade. Agindo assim, A Gazeta acredita estar cumprindo a missão de “pugnar por melhores diretrizes econômicas, financeiras e político-sociais, defender os interesses da coletividade permanentemente ameaçados pelas conveniências pessoais, surpreender o erro onde quer que ele se manifeste, combater o ridículo que pretende consolidar foros respeitáveis, refletir as mutações da atualidade[xx]”, em outras palavras, acompanhar o progresso e trabalhar para que ele se instaure na sociedade brasileira.

A figura de Cásper jornalista

Q

uando ouvimos alguém falar em “pugnar por melhores diretrizes econômicas, financeiras e político-sociais, defender os interesses da coletividade permanentemente ameaçados pelas conveniências pessoais, surpreender o erro onde quer que ele se manifeste, combater o ridículo que pretende consolidar foros respeitáveis, refletir as mutações da atualidade”, logo imaginamos que se trata de balela. Palavras sem nenhum sentido, cujo objetivo é esconder os interesses particulares de alguém por alguma coisa. Se não conseguiu se tornar o paladino que pretendia, isento das paixões que, tantas vezes, impulsionam o indivíduo na direção de conveniências particulares que contradizem os interesses da coletividade, Cásper, todavia, lançou uma nova perspetiva para os profissionais de jornalismo. Ser jornalista.

Até então, a profissão de jornalista, intrinsecamente ligada à política, servia de trampolim para a obtenção de cargos. O que menos contava era a informação. Estamos na era dos Chateaubriands, que transformam a imprensa “noutra forma de fazer política e uma política marcadamente pessoal[xxi]”. Uma política que é feita em nome da vaidade e do status. Chatô “(...) costumava dizer que era mais importante estar correto do que ser consistente. Justificava assim o verdadeiro ziguezague doutrinário de sua vida[xxii]”.

Cásper não deixa de empunhar bandeiras políticas. Não deixa de lutar pelas suas idéias, como durante a Revolução de 1930, quando se coloca a serviço do PRP ou, durante o Movimento Constitucionalista, quando usa o jornal para difundir os ideais revolucionários. O que ele faz é subordinar o político ao jornalista, enquanto os outros subordinavam o jornalista ao político.

É ele mesmo quem esclarece quanto às suas pretensões políticas: “nunca almejei outra coisa, senão, apenas, ser diretor d'A Gazeta[xxiii]”. Aos que colocam isso em dúvida, retruca: “respondi com fatos e não com palavras, pois que recusara a indicação do meu nome para cargos eletivos, com vitórias garantidas[xxiv]”.

Aos céticos que não se contentarem com as declarações, lembramos que, de fato, Cásper jamais aceitou a indicação de seu nome para cargo algum. Desde que assumiu a direção d'A Gazeta, fez dela a sua vida, no sentido de equipará-la ao melhor jornalismo do mundo, de dotá-la das melhores instalações, do melhor maquinário, do mais capacitado corpo técnico. Fez do jornalismo o seu instrumento de ação na sociedade, procurando torná-lo o reflexo do meio em que se inserira. Procurou submeter tais interferências ao caráter jornalístico, nem sempre com sucesso. Muitas vezes, as críticas aos excessos cometidos pelos opositores poderiam igualmente ser aplicadas a ele próprio. Muitas vezes, as denúncias abandonam o perímetro crítico para vagarem ao sabor do emocional, com resultados deploráveis como a tese do azar que recairia sobre o Brasil se Vargas fosse eleito em 1930. Não se verifica, porém, que tenha utilizado A Gazeta para destruir pessoas que, por um motivo ou outro, tenham-no desagradado.

Como ele próprio tantas vezes afirmou, era um “homem de jornal” que, no jornal, encontrava o estímulo necessário para as lutas a que se determinava. No jornal, passava o dia. Chegava cedo, acompanhava de perto a produção, discutia as edições, recebia as pessoas. E mesmo quando expandia a sua atuação para além das páginas do vespertino, por meio de promoções e eventos, era ainda no jornal que se ancorava.

Não surpreende, portanto, quando a criação da primeira faculdade de jornalismo do Brasil parte do seu testamento, já que o tempo foi curto para que partisse de sua própria ação. Ao envolver-se diretamente na formação dos futuros jornalistas, Cásper também tinha em vista a administração do seu próprio empreendimento.

A figura de Cásper empresário

E

vidente que, ao transformar A Gazeta num dos principais jornais de São Paulo e depois a ela acrescentar uma rádio, Cásper conquistou não apenas o sucesso profissional, a realização enquanto jornalista, mas colheu os frutos do lucro que coroam a carreira do empresário bem sucedido.

A alta indenização que, depois de muita luta, consegue do Estado pelo empastelamento d'A Gazeta, em 1930, é revertida toda para o jornal e investida em novas instalações e maquinários. As modernas instalações supreendem a tantos quantos as visitam. Edgard Proença, correspondente d’O Estado do Pará, constata empolgado que “cada redator tem seu gabinete com telefone, máquina de escrever e comunicação direta com qualquer seção do jornal[xxv]”, condições que não eram oferecidas por nenhum outro veículo brasileiro.

A valorização do corpo funcional, contudo, não se limita n'A Gazeta às condições de trabalho. Antecipando qualquer política de Recursos Humanos, Cásper busca criar um clima de envolvimento no jornal, em que todos se sintam peças fundamentais do processo, um não seja mais importante que o outro. Tal política é esboçada por ele próprio em diversas ocasiões. Destaca que A Gazeta é produto de uma colméia. No exercício da profissão, compreendeu que nada pode ser feito individualmente, sem partir de um trabalho conjunto[xxvi]. Esse espírito é assimilado por todos os que com ele trabalham como demonstram os depoimentos de antigos funcionários. Uns apontam-no como amigo sincero e dedicado de todos, coração generoso que nada sabe negar, aberto a todos os sentimentos nobres e puros, merecidamente estimado na sociedade paulista. Outros ressaltam o espírito empreendedor e forte, que não conhece obstáculos nem esmorecimentos na luta pelo trabalho, batalhador incansável e tenaz, modelo de organização e método. Todos sublinham a proveitosa chefia e criteriosa orientação. O reconhecimento em relação aos funcionários é confirmado pelo testamento. Não contempla com nenhum legado os irmãos, Nelson e José – apesar da estima e amizade que devotava a eles –, por considerá-los amparados materialmente. Mas determina que “seja retirada a porcentagem de vinte por cento a ser distribuída aos Chefes das diversas Seções de A Gazeta e anexos, que ocuparem essas posições no dia de minha [sua] morte, fazendo-se a distribuição proporcionalmente aos vencimentos, enquanto viverem e se mantiverem no exercício efetivo dos cargos[xxvii]”.

Sua conduta poderia muito bem ser resumida neste discurso pronunciado quando da inauguração do novo prédio, discurso, aliás, de dar inveja aos gerentes de Marketing dos dias de hoje: “A Gazeta é um lar. A Gazeta não é somente minha e dos meus companheiros do mais alto ao mais humilde. A Gazeta é de São Paulo. Dou independência moral, material e profissional aos meus redatores. A Gazeta é de todos...[xxviii]”.

Esse pequeno trecho também revela outro elemento fundamental na compreensão da figura de Cásper como empresário: o investimento na imagem da empresa. O jornalista não apenas afirmou que A Gazeta era de São Paulo, mas transformou suas palavras em atitudes, ao fazer do jornal um importante pólo cultural da cidade.

E é este legado que Cásper faz questão de deixar para São Paulo no seu falecimento. Tal atitude é, de fato, coerente com a vida de Cásper. Tendo se dedicado totalmente ao jornalismo, não deixando descendentes, ele opta por perpetuar seu projeto por intermédio de uma fundação.

Observa-se ainda que o testamento de Cásper remonta à mais antiga acepção da palavra: a de legar para os descendentes – a exemplo dos patriarcas do Antigo Testamento – não apenas os bens materiais mas o arcabouço de valores que constituíram o verdadeiro significado de sua vida. Isso acontece quando define a tríplice finalidade da Fundação Cásper Líbero:

a) objetivo patriótico, de iniciativas e campanhas por São Paulo, pelo Brasil, pela justiça, pelos nobres ideais, pela cultura e grandeza de nossa Pátria, servindo-se para isso de A Gazeta, do seu auditório, de seu Rádio e dos recursos do patrimônio que a doto; b) objetivo cultural, de criar e manter uma escola de jornalismo e ensinamento de humanidades, particularmente português, prosa, estilo, literatura, eloqüência, história e filosofia, em cursos de grandes proporções, a começar pelo secundário e finalizar pelo superior; c) objetivo jornalístico, consistente em assegurar e desenvolver o nome, futuro, prosperidade econômica e prestígio de A Gazeta, mantendo-a órgão da genuína opinião pública e interesses da Pátria, aparelhada dos inventos e aprefeiçoamentos que o progresso for engendrando, fidelíssima da fundação[xxix].

Nestes três objetivos, como se pode verificar, estão concentrados os princípios que constituem o ideário do jornalista. Além disso, apesar da nomenclatura “jornalístico” restrigir-se ao último objetivo, esse parágrafo chega mesmo a sintetizar a essência da concepção jornalística de Cásper Líbero, que via a profissão como

uma força, não obstante as bufoneiras que o falsificam e os vícios que o derrancam. É um símbolo; o melhor e mais genuíno instrumento de opinião. (...) Seja na hora amarga, seja nos momentos de alegria de uma nacionalidade ou de um povo, o jornal mantém sempre a sua posição de guerreiro e defensor das coletividades. Muitos o caluniam, muitos o invejam e muitos o insultam. (...) O jornalismo tem os seus espinhos, mas é, na verdade, uma profissão encantadora, se considerada como uma força humana irresistível[xxx].

E Cásper Líbero não quis saber de resistir a ela e cedeu aos seus encantos...

Bibliografia

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[i] Ver parágrafo II do testamento do jornalista, nos anexos de Gisely Valentim Vaz Coelho Hime. A Hora e a Vez do Progresso - Cásper Líbero e o Exercício do Jornalismo nas Páginas d'A Gazeta. São Paulo, dissertação de mestrado, Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), 1997.

[ii] G. Hime. A Hora e a Vez do Progresso - Cásper Líbero e o Exercício do Jornalismo nas Páginas d'A Gazeta, opus cit..

[iii] A defesa da tenda In A Gazeta, 9 de março de 1927, p. 1.

[iv] A Gazeta, 29 de abril de 1940, p. 1.

[v]A Gazeta, 4 de setembro de 1940, p. 1.

[vi]A Gazeta, 26 de novembro de 1941, p. 1.

[vii]A Gazeta, 27 de maio de 1940, p. 1. A edição traz um discurso do acadêmico Luiz Swartzman que destaca Cásper Líbero como a forja do pensamento cívico.

[viii] Ver testamento do jornalista, nos anexos de G. Hime. A Hora e a Vez do Progresso - Cásper Líbero e o Exercício do Jornalismo nas Páginas d'A Gazeta, opus cit..

[ix]A Gazeta, 26 de novembro de 1941, p. 1.

[x] A defesa da tenda In A Gazeta, 9 de março de 1927, p. 1.

[xi]A Gazeta, 2 de março de 1942, p. 1.

[xii]A Gazeta, 16 de maio de 1940, p. 1.

[xiii]A Gazeta, 21 de dezembro de 1942, p. 1.

[xiv]Carlos Guilherme Mota e Maria Helena Capelato, História da Folha de S.Paulo: 1921-1981, São Paulo, Impres, 1980, p. 85.

[xv]A Gazeta, 29 de maio de 1940, p. 1.

[xvi] A Gazeta, 29 de janeiro de 1929, p. 1.

[xvii]A Gazeta, 14 de março de 1940, p. 1.

[xviii]Idem.

[xix]Se o leitor nos estima, nós fazemos por contentá-lo In A Gazeta, 15 de janeiro de 1929, p. 1.

[xx]A Gazeta, 14 de julho de 1933, p. 1. Os grifos são nossos.

[xxi]Jacques Alkalai Wainberg, Império de Palavras - Estudo Comparado dos Diários e Emissoras Associadas, de Assis Chateaubriand, e Hearst Corporation, de William Randolph Hearst, São Paulo, Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), 1996, p. 11.

[xxii]Id., ibid., p. 99.

[xxiii] A Gazeta, 27 de maio de 1940, p. 1.

[xxiv] Idem.

[xxv]A Gazeta, 15 de novembro de 1941, p. 3.

[xxvi]A Gazeta, 25 de novembro de 1942, p. 1.

[xxvii]Ver parágrafo X do testamento nos anexos de G. Hime, A Hora e a Vez do Progresso - Cásper Líbero e o Exercício do Jornalismo nas Páginas d'A Gazeta, op. cit..

[xxviii]A Gazeta, 15 de novembro de 1941, p. 3.

[xxix] Ver parágrafo II do testamento nos anexos de G. Hime, A Hora e a Vez do Progresso - Cásper Líbero e o Exercício do Jornalismo nas Páginas d'A Gazeta, op. cit..

[xxx]A Gazeta, 16 de maio de 1935, p. 1.

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