Sugestões em Ziguezague

[Pages:16]Sugest?es em Ziguezague

Abordagens sobre as obras Galeio, Desvend?rio e Muitos Dedos: Enredos, de Francisco Marques (Chico dos Bonecos), lan?adas pela Editora Peir?polis.

As id?ias

Aqui, diversas sugest?es se articulam: ouvir e contar hist?rias, teatralizar, gravar hist?rias, jogos corporais, recria??es de hist?rias, jogos de palavras, poemas, can??es, constru??o de brinquedos...

Por que trabalhar as obras a partir das linguagens expressivas, a partir desta rela??o ?ntima entre Brincadeira e Arte? Sobre as id?ias que est?o por tr?s dessas sugest?es, convido os educadores para a leitura do texto "Conviver, brincar, aprender, ensinar: um desafio para os adultos e suas crian?as" ? no S?iti Gud?iti (veja abaixo).

Essas sugest?es, portanto, n?o s?o um amontoado de atividades e t?cnicas. Por falar nisso, convido os educadores para a leitura do conto "Receitas e moldes" ? da obra Muitos Dedos: Enredos (p?ginas 47 a 49).

Os motivos

Agora, a pergunta fatal: ? Quais os motivos que levaram o escritor a elaborar essas sugest?es? Aqui, a resposta fatal: ? V?rios motivos... Primeiro: formar crian?as dispostas a enfrentar a leitura liter?ria ? um trabalho t?o criativo quanto a escrita liter?ria. Segundo: tamb?m sou professor; formado

em Letras (UFMG), lecionei de quinta a oitava s?ries, e, especialmente, de segunda a quarta s?ries do Ensino Fundamental. Terceiro: desenvolvi muitas destas sugest?es nas minhas salas de aula; atualmente, desenvolvo essas sugest?es nas oficinas com os educadores. Quarto: sinto-me profundamente comprometido com o educador, tanto nas grandes quest?es filos?ficas como nas tarefas pedag?gicas cotidianas.

Os leitores

Essas sugest?es se destinam aos educadores que trabalham com as crian?as de primeira a quarta s?ries. (N?o s?o exclusivas para essas s?ries. Podem ser perfeitamente desenvolvidas nas quintas e sextas s?ries. Como podem, em muitos casos, ser desenvolvidas na Educa??o Infantil, com crian?as em idade entre cinco e seis anos.)

Essas sugest?es pressup?em um di?logo entre duas pessoas que gostam de criar: voc?, o leitor-professor, e eu, o leitor-escritor. Essas sugest?es s? fazem sentido, portanto, depois que o professor leu os respectivos poemas ou contos ? aquela leitura atenta, sens?vel, e que muitas vezes se desdobra em releitura.

Assim, o leitor-professor n?o encontrar?, nessas sugest?es, aquelas perguntas que se relacionam mais diretamente com a compreens?o e a interpreta??o do poema ou do conto. N?o que essas perguntas n?o sejam importantes ? s?o important?ssimas. ? o bom manejo dessas perguntas que garante o bom mergulho na leitura liter?ria... Esse desafio criativo, entretanto, deixo exclusivamente para o leitor-professor. A minha contribui??o vai para o momento seguinte: relacionar com outro texto; ziguezaguear pelos poemas e contos das tr?s obras; transformar em outra linguagem; recriar; reescrever...

Assim, o leitor-professor, sempre cr?tico, consciente de suas potencialidades, bom conhecedor de suas crian?as, bom desafiador de sua turma, saber? ler uma sugest?o e discordar, e modificar: "Eu vou come?ar logo com o teatro. Vou dividir a turma em cinco grupos e cada grupo vai encenar uma f?bula".

Observa??o important?ssima!

O volume 1 do meu S?iti Gud?iti de Gurrunf?iti de Maracut?iti Xiringabut?iti, citado freq?entemente nessas sugest?es, est? hospedado no endere?o eletr?nico da Editora Peir?polis: .br. Todo o seu conte?do ? textos, v?deo e ?udios ? pode ser arquivado, copiado e reproduzido. Voc? pode gravar as hist?rias em um ced? e levar para escutar com as crian?as. Voc? pode, por exemplo, imprimir o texto "Adivinhas que brincam com as palavras" e reproduzir para as crian?as. O S?iti Gud?iti, portanto, ? um parceiro fundamental nestas leituras em ziguezague.

2 ? Sugest?es em Ziguezague

Galeio ? antologia po?tica para crian?as e adultos

Para come?o de conversa, e para a conversa come?ar, convido para a leitura dos textos "Galeio, o que ??" e "Os quatro barbantes" ? no S?iti Gud?iti.

Di?logos

O di?logo imagin?rio entre coisas, id?ias, sentimentos, bichos, pessoas. Imagina??es que povoam o nosso cotidiano... Por exemplo: como seria o di?logo entre o controle remoto da TV e o garfo?

Certa vez, li a placa de metal no poste: "Avenida Cantareira". Logo em seguida, li a placa de papel?o na ?rvore: "Conserta-se geladeira". Imaginei que a ?rvore e o poste planejaram aqueles dois versos de sete s?labas m?tricas e com uma bela rima em "eira"... Da? nasceu o poema "O poste e a ?rvore" (p?gina 22).

"A Especula-de-Rodinha e o Ajudante-Marca-Barbante" (p?gina 23) ? um poema que foi "pescado" da hist?ria "O balaio" ? que est? na obra Muitos Dedos: Enredos. Voc?s podem escutar essa hist?ria no S?iti Gud?iti, em "Hist?rias Gud?rias de Gurrunf?rias de Maracut?rias Xiringabut?rias".

"O Ratinho da cidade e o Ratinho do campo" (p?gina 22) brinca com uma f?bula milenar e planet?ria ? e inverte o seu final tradicional. Na f?bula original, o Rato do campo foi visitar o Rato da cidade. Assustado com a agita??o e os perigos da cidade, o Rato do campo retorna ? vida calma e saud?vel do interior.

E por falar em f?bulas... Na obra Desvend?rio, na se??o "Pescarias", voc? encontrar? a recria??o recreativa de cinco f?bulas. Na obra Muitos Dedos: Enredos, na se??o "Primeira curva", voc? encontrar? a f?bula "A saparia do Munda?" ? e as suas vers?es no estilo de Esopo, Fedro e La Fontaine.

No poema "A vogal e a consoante" (p?gina 22), se casarmos aquelas consoantes com aquelas vogais formaremos a palavra "sapituca!". Voc? sabe o que ? sapituca?

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? Essa menina n?o p?ra quieta. Parece que est? com sapituca.

? Me deu uma sapituca de cantar... ? Acordei com sapituca. ? Est? com sapituca no corpo? ? Deu sapituca na turma.

? assim que esta palavra ganha vida e sentido na fala cotidiana. Ouvi essa palavra, pela primeira vez, na casa da V? Maria.

Pra palavra "sapituca" n?o precisa explica??o. ? s? falar "sapituca" pra descobrir a raz?o.

Cochichos e conchinhas

Poemas de diferentes estilos: prosa po?tica ("A lata e as sete notas", "Leil?o" e "Esfarrapado"), poema narrativo ("Sombra"), di?logo ("Escondido"), palavras soltas ("Tudobol?"), jogo de palavras ("Catiripapo", "Poema para barbante e madeira").

Voc? conhece o brinquedo chamado "jabol?" ? ou "diabol?", ou "di?bolo"? No v?deo Tudobol?, que est? no S?iti Gud?iti, voc? vai conhecer v?rios tipos de jabol?s ? al?m de muitos outros brinquedos milenares e planet?rios.

Os poemas "Catiripapo", "Tudobol?" e "Poema para barbante e madeira" aparecem na obra Muitos Dedos: Enredos, no cap?tulo "Catitripapo (Pe?a radiof?nica)".

O poema "Vira-vira" (p?gina 30) aparece na obra Desvend?rio, na se??o "Palavramiga".

Familiaridades

Poesias que a gente pesca no relacionamento do dia-a-dia ? neste caso, no relacionamento com os meus filhos e a minha v?.

Os nossos pais e av?s costumam contar aquela hist?ria da nossa inf?ncia ? uma hist?ria, geralmente, repleta de poesia...

A poesia est? em todos os cantos ? basta ter olhos de ver, ouvidos de ouvir, m?os de pegar...

4 ? Sugest?es em Ziguezague

A biblioteca dos bichos

Um poema narrativo em cinco cap?tulos. Como o nome indica, o poema est? preocupado em "narrar uma hist?ria". Ele tamb?m procura trabalhar poeticamente as palavras, mas ? o fio da narrativa que conduz o poema.

Assim como no poema "Sombra" (p?ginas 31 e 32), este poema ? composto por estrofes de quatro versos ? rimando sempre o segundo e o quarto versos. E todos os versos possuem o mesmo "tamanho": sete s?labas m?tricas ? que ? o tipo de verso mais popular da L?ngua Portuguesa. Diversas can??es usam a quadra de sete s?labas. Experimentem cantar esse poema utilizando estas melodias: "Ciranda cirandinha"; "Terezinha de Jesus"; "Como pode o peixe vivo"; "O cravo brigou com a rosa"; "N?o sei se ? fato ou se ? fita"...

Neste poema aparecem vinte e sete bichos ? al?m do bicho-homem e do curumim. Voc? conhece todos esses bichos?

Voc? conhece a express?o "abra?o de tamandu?"?

"Tamanduabracadabra deixou daquela ingresia. Abra?ando a enciclop?dia biq?etava a Geografia."

Voc? conhece as palavras "ingresia" e "biq?etava"? Mesmo sem saber os seus significados, o contexto do poema traz algumas pistas...

"O Jacar? Cajar?, veja bem ? mas quem diria? ?, descobriu que era poeta lendo Alguma Poesia."

Este Alguma Poesia pode ser entendido, simplesmente, como "alguma poesia". E pode ser entendido como um livro: Alguma Poesia ? o titulo do primeiro livro de Carlos Drummond de Andrade, publicado em 1930.

O poema termina sem acabar e acaba sem terminar... Como os bichos da Floresta de Olorum e da Floresta da Cidade v?o se entender? Vamos continuar escrevendo essa hist?ria em versos?

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Tendep?

Voc? conhece a palavra "tendep?"? Ela significa alvoro?o, agita??o, movimento. Este cap?tulo ? um alvoro?o de poemas...

O primeiro e o ?ltimo poemas t?m estruturas semelhantes: "Casas" (p?gina 60) e "Palavras" (p?gina 91).

O brinquedo jabol? (ou diabol?) surge outra vez no poema "Brinquedo" (p?gina 87). O poema "Briguelos" (p?gina 88) fala da caba?a. Voc? conhece este fruto? Na obra Muitos Dedos: Enredos, no cap?tulo "Instrumentos de imaginar (?lbum de fotografias)", voc? vai encontrar, nas p?ginas 89 e 90, este fruto oco, de casca dura ? e que serve para fazer briguelos (ou bonecos). O poema "Repert?rio" (p?gina 75) enumera diversos objetos. Vamos reescrever este poema com outros objetos? O poema "Vozerio" (p?gina 85) aparece na obra Desvend?rio, na se??o "Palavramiga". Voc? conhece a brincadeira da "Charada" (p?gina 90)? No conto "Como decifrar?", na p?gina 46 do Desvend?rio, voc? vai entender como funciona esta brincadeira. O poema "Viver" (p?gina 67) aparece na obra Desvend?rio, na abertura do conto "A minha inf?ncia (foi mais ou menos assim)".

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Desvend?rio ? Quem conta um conto omite um ponto e aumenta tr?s

T?tulo

Desvend?rio, o que ?? Na verdade verdadeira, a palavra foi inventada. Ela nasceu do embaralhamento das palavras "desvendar" e "mist?rio".

Este jogo verbal est? presente no nosso cotidiano. J? ouviu a express?o "transmimento de pensass?o"? Uma verdadeira "transmiss?o de pensamento"...

Subt?tulo

"Quem conta um conto omite um ponto e aumenta tr?s" ? uma par?dia do prov?rbio "Quem conta um conto aumenta um ponto".

O que ? par?dia? Observe estes prov?rbios:

"O que os olhos n?o v?em, o cora??o n?o sente." "A ordem dos fatores n?o altera o produto." "H? males que v?m pra bem." "Quem ri por ?ltimo ri melhor." "Em terra de cego, quem tem um olho ? rei." "De gr?o em gr?o a galinha enche o papo."

Observe as par?dias daqueles prov?rbios:

"O que os olhos n?o v?em, o cora??o pressente." "A ordem dos tratores n?o altera o viaduto." "H? malas que v?m de trem." "Quem ri por ?ltimo ? porque n?o entendeu a piada." "Em terra de olho, quem tem um cego... Errei!" "De n?o em n?o a gente muda o papo."

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A par?dia, portanto, brinca com as palavras, com as id?ias e as imagens ? e cria um novo sentido, ou cria, simplesmente, a falta de sentido, como no caso "h? malas que v?m de trem"...

As Ilustra??es

Vamos apreciar, sentir, folhear, observar, comentar... Todos os desenhos incorporam peda?os dos contos. Palavras e tra?os se misturam.

O nome da fruta

A pr?pria hist?ria sugere diversas abordagens: os tr?s "mas"; o "sair" e o "entrar" na hist?ria; o escritor que se transforma em contador de hist?ria; o leitor que se transforma em ouvinte, participando de uma plat?ia de ouvintes; a aprendizagem do nome da fruta; descobrir que as hist?rias n?o t?m in?cio, nem meio, nem fim; a chuva de traval?nguas e l?nguas secret?ssimas...

Sobre os traval?nguas e as l?nguas secretas, que povoam as p?ginas 17 e 18, procure o texto "Malabarismos verbais" ? no S?iti Gud?iti. Nesse texto, voc? encontrar? muitas id?ias e sugest?es para explorar criativamente o universo das palavras.

Ou?a, com a turma, o autor narrando esta hist?ria ? basta entrar no S?iti Gud?iti, l? em "Hist?rias Gud?rias de Gurrunf?rias de Maracut?rias Xiringabut?rias".

A hist?ria "O nome da fruta" ? irm? da hist?ria "A bicharada novidadeira" ? que est? na obra Muitos Dedos: Enredos. Logo ap?s, voc? encontrar? a "Espalhadeira de recortes" ? que traz algumas orienta??es sobre a arte de contar hist?rias.

Ou?a, com a turma, o autor narrando "A bicharada novidadeira" ? no ced? que acompanha a obra Muitos Dedos: Enredos.

No primeiro par?grafo da hist?ria, na p?gina 11, o autor se refere ao livro Contos Populares do Brasil, de S?lvio Romero. Procure este livro na biblioteca e leia para a turma a primeira parte do conto "O c?gado e a fruta" ? que serviu de inspira??o para a hist?ria "O nome da fruta". Como "quem conta um conto omite um ponto e aumenta tr?s", neste processo de cria??o, o que o autor "omitiu" e "aumentou"?

Sobre essa hist?ria de "omitir" e "aumentar", ou?a, com a turma, a hist?ria "Bicho Porongo" ? o ?udio e o texto est?o no S?iti Gud?iti, em "Hist?rias Gud?rias de Gurrunf?rias de Maracut?rias Xiringabut?rias".

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