Referencia Bibliográfica



UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

Bruna Marinho

Francine Santana

Genaina Bibiano

Letícia de Oliveira

Maraíse Lauro

TRANSTORNOS ALIMENTARES: ANOREXIA E BULIMIA EM ALUNAS DE NUTRIÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

Juiz de Fora

2010

Bruna Marinho

Francine Santana

Genaina Bibiano

Letícia de Oliveira

Maraíse Lauro

TRANSTORNOS ALIMENTARES: ANOREXIA E BULIMIA EM ALUNAS DE NUTRIÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

Trabalho apresentado à disciplina de Introdução à Nutrição, do programa de Graduação em Nutrição da Universidade Federal de Juiz de Fora.

Professor: Renato M. Nunes

.

Juiz de Fora

2010

AGRADECIMENTOS

Antes de tudo a Deus, por nos possibilitar a realização deste trabalho.

Ao professor Renato M. Nunes que brilhantemente nos mostrou o caminho a seguir, e nunca nos deixou perder a força de vontade.

À psicóloga Isabel Cristina Weiss de Souza, que com muito gosto nos recebeu em seu consultório e com destreza nos ajudou em nossas dúvidas.

À nutricionista Ana Lívia de Oliveira, que mesmo não atuando nessa área, prontificou-se a nos ajudar mostrando todo seu conhecimento sobre o assunto.

À professora Arlete Rodrigues Vieira de Paula, por compreender nossas ausências em sala de aula.

Por fim, as alunas do curso de nutrição que prontamente responderam ao questionário.

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo verificar a ocorrência de sintomas de transtornos alimentares em estudantes do sexo feminino do curso de Nutrição da Universidade Federal de Juiz de Fora, a partir do Eating Attitudes Test-26. De uma amostra composta por 89 alunas, foi observado que 10,2% das estudantes apresentavam sintomas de transtornos alimentares. Apesar de não ter sido realizado cálculo de variância estatística, a ocorrência destes sintomas entre estudantes condiz com estudos realizados em outras instituições.

Termos de indexação: Estudantes de Nutrição. Questionário EAT-26. Transtornos alimentares.

SUMÁRIO

Introdução.................................................................................................................................04

Método......................................................................................................................................05

Resultados.................................................................................................................................06

Discussão..................................................................................................................................06Conclusão.................................................................................................................................08

Referencias bibliográficas........................................................................................................09

Anexos .....................................................................................................................................11

INTRODUÇÃO

O medo obsessivo da obesidade faz com que cada vez mais mulheres controlem seu peso corporal, com o uso de dietas milagrosas, exercícios exagerados, laxantes, diuréticos e lavagem intestinal, o que pode configurar-se em transtornos alimentares, tais como: anorexia e bulimia.

Segundo Kirsten et.al. (2009), a anorexia nervosa é um transtorno alimentar caracterizado por uma perda de peso auto-imposta acompanhada de disfunção endócrina e distorção em relação a imagem, à alimentação e ao peso[1].

A bulimia nervosa caracteriza-se por episódios de hiperfagia seguidos de métodos compensatórios inadequados para evitar o ganho de peso, pela auto avaliação influenciada pela forma e peso corporal. Desde modo, o individuo apresenta medo de ficar acima do peso, reconhece que segue padrão alimentar anormal, mas não se sente capaz de controlar seu próprio comportamento alimentar e, dessa maneira, o transtorno pode se estender por muitos anos[2].

Dentre os fatores que desencadeiam os transtornos alimentares, a dieta para emagrecer, é mais freqüente, seguida por: aceitação social, perdas, separações, mudanças, distorções da imagem corporal, depressão, ansiedade, traumas de infância, baixa auto-estimas, perfeccionismo, auto-controle, famílias que valorizam a forma física e a dieta aos filhos, pressão psicológica e a influência da mídia pela idealização do corpo perfeito.

A anorexia nervosa tem complicações serias associadas com a desnutrição, como comprometimento cardiovascular, desidratação, distúrbios eletrolíticos, distúrbios no sistema gastrointestinal, reprodutivo, hipotermia, intolerância ao frio, convulsões, aumento do colesterol sérico, osteoporose, pele com aspecto amarelado por hipercarotemia, pele seca, cabelos finos e quebradiços, no sistema renal, no sistema hematológico, no sistema endócrino e no sistema metabólico.

A bulimia nervosa apresenta complicações no sistema gastrointestinal, metabólico, reprodutivo, na pele e anexos e hipertrofia das glândulas parótidas.

O objetivo deste estudo foi avaliar a incidência dos transtornos alimentares em estudantes de Nutrição do sexo feminino da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

MÉTODO

O método utilizado foi à aplicação do questionário Eating Attitudes Test-26 (EAT-26) desenvolvido por Garner e Garfinkel que contém 26 perguntas com 6 opções de resposta (sempre, normalmente, frequentemente, algumas vezes, raramente e nunca). [3]

O teste é muito utilizado em estudos epidemiológicos para identificar indivíduos com supostamente susceptíveis ao desenvolvimento de distúrbios da conduta alimentar e pessoas cujas respostas atingem escore igual ou superior a 20. O cálculo do escore foi realizado por meio de uma escala para cada questão, cuja pontuação é a seguinte: sempre (3 pontos), normalmente (2 pontos), frequentemente (1ponto) e algumas vezes/ raramente/ nunca (0 ponto). Exceto na questão 25 onde a pontuação é a seguinte: sempre/ normalmente/ frequentemente (0 ponto), algumas vezes (1 ponto), raramente (2 pontos) e nunca (3 pontos).[4]

O questionário foi aplicado durante o mês de novembro de 2010, sendo respondido individualmente por 89 alunas do curso de Nutrição, após uma breve explicação sobre o trabalho.

Alunos do gênero masculino foram excluídos da pesquisa, pois os estudos revisados apontam alto índice de transtornos no gênero feminino.

Caso o total de escores encontrados seja maior ou igual a 20, EAT-26 é considerado positivo e confirma a presença de atitudes alimentares patológicas e risco para o desenvolvimento de anorexia nervosa e escore entre 0 e 19, considerou-se fora do risco.

RESULTADOS

Foram analisados alunos do 1º, 2º e 4º períodos do curso de Nutrição da Universidade Federal de Juiz de Fora, com faixa etária de 18 a 25 anos.

Tabela 1. Resultados do EAT aplicado ao 1º, 2º e 4º períodos do curso de Nutrição da Universidade Federal de Juiz de Fora.

|EAT |Nº TOTAL DE ALUNAS |TOTAL % |

|20 |9 |10,2% |

|TOTAL |89 |100% |

[pic]

Gráfico 1. % dos resultados obtidos entre as alunas do 1º, 2º e 4º períodos do curso de Nutrição da

Universidade Federal de Juiz de Fora, em relação ao EAT.

Quando analisado, os dados obtidos a partir do EAT-26, constatou-se que 10,2% das estudantes de nutrição apresentaram sintomas de transtornos alimentares (EAT +) e 89,9% não apresentam sintomas de transtornos alimentares (EAT-), como pode ser observado na tabela e no gráfico acima.

DISCUSSÃO

De acordo com Kirsten et al. (2009), os transtornos alimentares são doenças raras que se desenvolvem principalmente em adolescentes e mulheres jovens. Acreditava-se que transtornos alimentares se limitavam a um grupo de mulheres brancas de classe alta, o que vem sendo contestado pelo número crescente de transtornos alimentares em países de desenvolvimento e em diferentes etnias. [5]

Ao analisar um estudo realizado em uma Universidade Particular do Rio Grande do Sul, foi observado que 24,7% das estudantes de nutrição apresentavam sintomas de transtornos alimentares. Contudo, houve uma divergência em relação ao presente estudo, onde a porcentagem do EAT+ foi de 10,2%.

São raros os estudos sobre a prevalência de transtornos alimentares na população, principalmente grupos específicos, como estudantes de cursos que estejam relacionados à alimentação, à nutrição e aos cuidados com a composição corporal.

Segundo Fiates e Salles (2001), estudantes de nutrição estão em contato constante com o alimento e acham que a boa aparência pode ser uma importante medida de valor pessoal para sua profissão. Além disso, possuem conhecimentos quantitativos a respeito dos alimentos que podem usar para se manter de acordo com os rígidos padrões estéticos impostos. Esses fatores contribuem para que futuras nutricionistas venham a desenvolver transtornos alimentares.[6]

Kirsten et al. (2009), coloca que, os resultados do EAT-26 devem ser vistos com cautela nos seguintes aspectos: “a)é inapropriado pensar que um escore alto se traduz em diagnóstico de transtorno alimentar; b) o teste indica a presença de padrões alimentares anormais, mas não revela, em si, a possibilidade psicopatológica subjacente ao comportamento manifesto” [7]. Portanto, cabe ressaltar que a verificação do EAT-26 positivo no presente estudo, não implica o diagnóstico de anorexia e bulimia.

CONCLUSÃO

Vários estudos indicam que a incidência de transtornos alimentares em alunas do curso de Nutrição é significativo. No presente trabalho foi verificado a ocorrência destes sintomas, embora não se tenha uma analise estatística que demonstre a significância da porcentagem encontrada entre as estudantes deste estudo. Contudo, o fato de haver alunos que apresentem sintomas de anorexia e bulimia, é algo que merece atenção e condiz com os estudos feitos entre estudantes de Nutrição de outras instituições.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVARENGA M. S. et al. Insatisfação com a imagem corporal em universitárias Brasileiras. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, v. 59, n. 1, 2010, p. 44-51.

BIGHETTI F. Tradução e validação do Eating Attitudes Test (EAT-26) em adolescentes do sexo feminino na cidade de Ribeirão Preto, 2003, 101 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem em Saúde Pública), Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.

BOSI M. L. M. et al. Autopercepção da imagem corporal entre estudantes de nutrição: um estudo no município do Rio de Janeiro. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, v. 55, n. 2, 2006, p. 108 -113.

CARVALHO R. S. Transtornos alimentares em mulheres: um estudo das representações sociais do corpo, 2009, 145 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – ICH, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2009.

CENCI M. et al. Prevalência de comportamento bulímico e fatores associados em universitárias. Revista de Psiquiatria Clínica, v. 36, n. 3, 2009, p. 84-88.

FIATES G. M. R.; SALLES. R. K. Fatores de risco para o desenvolvimento de distúrbios alimentares: um estudo em universitárias. Revista de Nutrição, Campinas, v. 14, 2001, p. 3-6.

GONÇALVES T. D. et. al. Comportamento anoréxico e percepção corporal em universitários. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, v. 57, n. 3, 3008, p. 166-170.

KIRSTEN V. R. et al. Transtornos alimentares em alunas de nutrição do Rio Grande do Sul. Revista de Nutrição, Campinas, vol. 22, n. 2, 2009, p. 219-227.

PENZ L. R. et al. Risco para desenvolvimento de transtornos alimentares em estudantes de Nutrição. Scientia Medica, Porto Alegre, v. 18, n. 3, 2008, p. 124-128.

PINTO A. C. M. et al. Transtornos alimentares em alunas da faculdade de medicina do centro de ciências médicas e biológicas da PUC-SP. Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba, v. 11, n. 2, 2009, p. 16 – 20.

ROSA C. S. et al. Transtornos alimentares: uma análise abrangente em acadêmicos de nutrição. Saúde & Ambiente em revista, Duque de Caxias, v. 3, n. 2, 2008, p. 41-47.

SANTOS M. et al. Padrão Alimentar Anormal em Estudantes Universitárias das Áreas de Nutrição, Enfermagem e Ciências Biológicas. Ciência et Práxis, v. 1, n. 1, 2008, p. 1- 4.

SCAGLIUSI F. B. et al. Tradução, adaptação e avaliação psicométrica da Escala de

Conhecimento Nutricional do National Health Interview Survey Cancer Epidemiology. Revista de Nutrição, Campinas, v. 19, n.4, 2006, p. 425-346.

SILVA A. B.B. Mentes insaciáveis: anorexia, bulimia e compulsão alimentar. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005.

SILVA K. C. C.; PONTIERI F. M. Prevalência de Transtornos Alimentares em acadêmicos de um curso de nutrição. Anuário da produção de Iniciação Cientifica Discente, v.11, n. 12, 2008, p. 115-127.

VITOLO M. R. et al. Prevalência de compulsão alimentar entre universitárias de diferentes áreas de estudo. Revista de psiquiatria do Rio Grande do Sul, v. 28, n. 1, 2006, p. 20-26.

Anexo 1 – Teste de Atitudes Alimentares (EAT-26)

|Por favor, responda as seguintes questões|Sempre |Normalmente |Frequentemente |Algumas vezes |Raramente |Nunca |

| |

|1. Fico apavorada com a idéia de estar | | | | | | |

|engordando. | | | | | | |

|2. Evito comer quando estou com fome. | | | | | | |

|3. Sinto-me preocupada com os alimentos. | | | | | | |

|4. Continuar a comer em exagero faz com | | | | | | |

|que eu sinta que não sou capaz de parar. | | | | | | |

|5. Corto os meus alimentos em pequenos | | | | | | |

|pedaços. | | | | | | |

|6. Presto atenção à quantidade de | | | | | | |

|calorias dos alimentos que eu como. | | | | | | |

|7. Evito, particularmente, os alimentos | | | | | | |

|ricos em carboidratos (Ex. pão, arroz, | | | | | | |

|batatas, etc.). | | | | | | |

|8. Sinto que outros gostariam que eu | | | | | | |

|comesse mais. | | | | | | |

|9. Vomito depois de comer. | | | | | | |

|10. Sinto-me extremamente culpada depois | | | | | | |

|de comer. | | | | | | |

|11. Preocupo-me com o desejo de ser mais | | | | | | |

|magra. | | | | | | |

|12. Penso em queimar calorias a mais | | | | | | |

|quando me exercito. | | | | | | |

|13. As pessoas me acham muito magra. | | | | | | |

|14. Preocupo-me com a idéia de haver | | | | | | |

|gordura em meu corpo. | | | | | | |

|15. Demoro mais tempo para fazer minhas | | | | | | |

|refeições do que as outras pessoas. | | | | | | |

|16. Evito comer alimentos que contenham | | | | | | |

|açúcar. | | | | | | |

|17. Costumo comer alimentos dietéticos. | | | | | | |

|18. Sinto que os alimentos controlam | | | | | | |

|minha vida. | | | | | | |

|19. Demonstro auto-controle diante dos | | | | | | |

|alimentos. | | | | | | |

|20. Sinto que os outros me pressionam | | | | | | |

|para comer. | | | | | | |

|21. Passo muito tempo pensando em comer. | | | | | | |

|22. Sinto desconforto após comer doce. | | | | | | |

|23. Faço regime para emagrecer. | | | | | | |

|24. Gosto de sentir meu estômago vazio. | | | | | | |

|25. Gosto de experimentar novos alimentos| | | | | | |

|ricos em calorias. | | | | | | |

|26. Sinto vontade de vomitar após as | | | | | | |

|refeições. | | | | | | |

ANEXO 2 - Autorização de Uso de Imagem, Som de Voz, Nome e Dados Biográficos em apresentação de trabalho acadêmico.

ANEXO 3 - Autorização de Uso de Imagem, Som de Voz, Nome e Dados Biográficos em apresentação de trabalho acadêmico.

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[1]KIRSTEN V. R. et al. Transtornos alimentares em alunas de nutrição do Rio Grande do Sul. Revista de Nutrição, Campinas, vol. 22, n. 2, 2009, p. 220.

[2] CENCI M. et al. Prevalência de comportamento bulímico e fatores associados em universitárias. Revista de Psiquiatria Clínica, v. 36, n. 3, 2009, p. 84.

[3] KIRSTEN V. R. et al. Transtornos alimentares em alunas de nutrição do Rio Grande do Sul. Revista de Nutrição, Campinas, vol. 22, n. 2, 2009, p. 221.

[4] GONÇALVES T. D. et. al. Comportamento anoréxico e percepção corporal em universitários. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, v. 57, n. 3, 3008, p. 1667.

[5] KIRSTEN V. R. et al. Transtornos alimentares em alunas de nutrição do Rio Grande do Sul. Revista de Nutrição, Campinas, vol. 22, n. 2, 2009, p. 223.

[6] FIATES G. M. R.; SALLES. R. K. Fatores de risco para o desenvolvimento de distúrbios alimentares: um estudo em universitárias. Revista de Nutrição, Campinas, v. 14, 2001, p. 5.

[7] KIRSTEN V. R. et al. Transtornos alimentares em alunas de nutrição do Rio Grande do Sul. Revista de Nutrição, Campinas, vol. 22, n. 2, 2009, p. 225.

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