Director: mário Carvalho António Vallacorba - A Voz de ...

Director: M?rio Carvalho

Ant?nio Vallacorba

SEautedrandae

ano 9 N?80 setembro DE 2015

Editorial

O A?oriano

EDI??ES MAR

4231-B, St-Laurent Montr?al, Qu?bec

H2W 1Z4

Tel.: (514) 284-1813 Fax: (514) 284-6150

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PRESIDENTE: Sandy Martins

VICE-PRESIDENTE: Nancy Martins

DIRECTOR: Mario Carvalho

REDAC??O: Antero Branco

COLABORADORES: Maria Calisto Francisca Reis

Nat?rcia Rodrigues Edite Miguel Jorge Rocha

Roberto Medeiros

INFOGRAFIA: Sylvio Martins

Corretora ortogr?fico Elisa Rodrigues

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Assinante O A?oriano 4231-B, St-Laurent Montr?al, Qu?bec

H2W 1Z4

10 Anos a servir

a comunidade A?oriana

M?RIO CARVALHO

Fundado em Setembro de 2005, o A?oriano tem sido uma viagem atrav?s do tempo, desde a descoberta das nove ilhas dos A?ores, contando a hist?ria destas nove maravilhas, plantadas no meio do atl?ntico. S?o dez anos de navega??o por este mar imenso que ? muito maior do que aquele que nos embalou ao nascer. Hoje, a terra a?oriana, ? uma "ilha" que se estende pelos EUA, Canad?, Brasil, Uruguai, Col?mbia, Fran?a, Su?cia, Austr?lia, entre muitos outros pa?ses que acolhem a alma a?oriana. A revista "O A ? o r i a n o '' tem sobrevivido mesmo se as receitas s?o insuficientes para cobrir as despesas. Apesar das suas despesas serem pouco significativas, hoje, celebramos o d?cimo anivers?rio, mas, devemos dar gra?as e dizer obrigado ao seu Editor, Edu?no Martins, que tudo tem feito para manter o jornal activo. A nossa equipa ? pequena, mas, como devagar se vai longe, longe tem ido o nosso "O A?oriano". ? tudo uma quest?o de boa vontade. Tudo ? t?o r?pido, e t?o r?pido foram estes dez anos que se passaram desde a primeira vez que edit?mos "O A?oriano". Estes dez anos do seu percurso, constitu?ram uma experi?ncia not?vel para quem teve a oportunidade de a viver por dentro. Durante estes anos muitos foram os acontecimentos que marcaram a nossa hist?ria, muitos alegres e outros tristes, muitas coisas come?aram e outras acabaram, outros nasceram e outros morreram! N?o foram poucos os momentos de emo??o que os escritos trouxeram e levaram. N?o foram poucas as saudades que as sucessivas edi??es

trouxeram ? alma do nosso povo. Falamos dos a?orianos emigrados, do homem da terra, dos nossos antepassados, poetas e fil?sofos, atletas de c? e de l?, retratamos a nossa comunidade, festas e tradi??es, somos gente que chora quando canta, recordando a mocidade. A miss?o do A?oriano tem sido um esp?rito de unir, de promover, dar a conhecer ao mundo quem somos de onde viemos e por que raz?o emigr?mos. O a?oriano tem feito um grande esfor?o para ser a montra da nossa identidade, gente das novas ilhas dos a?ores unidos pelo mesmo fado da saudade. S?o muitas as pessoas que ajudaram o A?oriano a

existir nestes ?ltimos dez anos. E s? n?o citamos nomes para n?o cairmos na infelicidade de deixar alguns esquecidos. Mas n?o poderei de deixar de agradecer do fundo do cora??o, aqueles que estiveram presentes desde a primeira hora, o editor Edu?no Martins, o infografista Sylvio Martins, o jornal a Voz de Portugal, os comerciantes e aqueles que t?m sido a raz?o principal (porque continuam), os nossos queridos leitores de "O A?oriano". Para marcar esta data t?o querida, o d?cimo anivers?rio que coincide com a octog?sima edi??o da revista "O A?oriano" vamos recordar um dos maiores a?orianos que aqui viveu e morreu em 2011, o nosso querido e saudoso amigo Ant?nio Vallacorba que muito escreveu em prol da comunidade, e que sempre defendeu, (n?o ? gente como a gente) nascer e morrer com O Peito A?oriano. Obrigado a todos os leitores, parab?ns A?ORIANO.

2 O A?oriano

Haja Sa?de...

Gente da Terra

M?RIO CARVALHO

Omais medonho ru?do ? aquele que se ouve, no profundo sil?ncio da solid?o, e a raz?o da exist?ncia desta revista "O A?oriano", ? de fazer companhia a quem vive em solid?o. A dist?ncia me faz sofrer A saudade me faz chorar Nada neste mundo at? morrer Vai-me fazer deixar de te amar A pior solid?o, ? aquela que sentimos, mesmo quando estamos rodeados de pessoas, e, isto acontece, quando o cora??o est? de luto, causado pela morte e os desgostos da vida. ? muito dolorosa a Saudade, de amor, de sa?de f?sica e mental, e a compreens?o! A saudade nos faz chorar E at? ficar doente Todos a querem matar Mas ? ela que mata a gente Pela octog?sima vez, em 10 anos de exist?ncia da revista "O A?oriano", sa?de-vos da mesma maneira como saudei pela primeira vez, quando dei vida a esta cr?nica `'Haja Sa?de'' . Como ? do conhecimento da maioria dos nossos leitores, e nunca me canso de dizer, esta ? uma homenagem ao meu av?, que foi, lavrador, campon?s, vendilh?o de peixe, percorreu toda a ilha de S?o Miguel de p? descal?o, e, nas suas duras viagens de freguesia em freguesia, quando encontrava algu?m pelo caminho fosse conhecido, seu ou n?o, rico ou pobre, homem ou mulher, tirando o chap?u da cabe?a, dizia simplesmente `'Haja Sa?de'' . Da mesma forma como ele me ensinou, humildemente vou caminhando, ora bem ora mal, mas sempre de cabe?a erguida, porque quem n?o deve n?o teme, com a consci?ncia tranquila, de ter dado o melhor de mim mesmo para esta revista, sem distin??es, de estatuto social ou sexo, a todos sa?do da mesma maneira e do fundo do meu cora??o `'Haja Sa?de''!

Haja Sa?de nossa gente E h? rima desta quadra Sa?de no corpo e na mente Sem sa?de n?o somos nada Ap?s termos vivido e usufru?do de um excelente ver?o, o mais quente, jamais registado em toda a hist?ria, n?o somente no Canad? mas em todo o planeta. Tenho tanta dor e desconforto Sinto-me t?o diferente N?o sei se ? dores do corpo Ou se s?o males da mente

imigrantes que morreram entre 2000 e 2014. Afinal somos todos como o ap?stolo S?o Tom?! Foi necess?rio, ver para crer ? eis a frase que, de certo modo, imortalizou o incr?dulo ap?stolo S?o Tom?. Foi preciso ver aquela foto do menino Siriano que tinha apenas tr?s anos e que foi encontrado morto em uma praia na Turquia. Foi aquela foto que comoveu o mundo foi ela que se transformou no s?mbolo do drama dos refugiados. Sobreviveu ?s bombas e ? guerra, mas

Lan?amento do O A?oriano no sal?o nobre da casa dos A?ores Do Quebeque

Nem s? de bom tempo vive o mundo, nem s? do p?o vive o homem, enquanto felizmente n?s aqui no Canad? vivemos em paz e sossego, o mesmo n?o podemos dizer de outros povos, como ? do conhecimento de todos n?s, n?o h? ?rg?o de comunica??o social, nem redes sociais que dia ap?s dia n?o divulguem, a triste noticia e a dolorosa imagem, da situa??o daqueles povos que tentam desesperadamente chegar ? Europa procedentes de ?frica, Oriente M?dio e ?sia do Sul. Segundo a Organiza??o Internacional de Migra??o, at? 3.072 pessoas morreram ou desapareceram em 2014 no Mediterr?neo durante a tentativa de emigrar para a Europa. As estimativas globais s?o mais do que 22 mil

n?o conseguiu vencer o mar e as barreiras geogr?ficas e legais que separam o Oriente M?dio em chamas da Europa. Quando vivemos sem paz, nem liberdade, sem p?o nem rem?dios! `Que diferen?a faz morrer, novo ou velho, na terra ou no mar? Aquela fotografia retrata um pouco da hist?ria de cada um de n?s, que tamb?m deix?mos a nossa terra, e, muitas vezes os nossos sonhos de crian?a, morreram na praia da saudade. Todos n?s corremos atr?s da saudade com o desejo de a matar. Uma imagem, vale mais que mil palavras, mas, para descrever a saudade, n?o h? palavras nem imagem que a descrevam. Haja Sa?de A?oriano parab?ns e muitos mais anos de vida!

O A?oriano 3

Homem da Terra

Ant?nio Vallacorba (1940-2011)

M?RIO CARVALHO

Jornalista muito respeitado e conceituado no Canad?. Ant?nio Vallacorba nasceu em S?o Miguel, na freguesia de S?o Jos? de Ponta Delgada, em 1940. Residiu em Montreal desde 1966. Foi colaborador regular de v?rios jornais, nomeadamente "A Voz de Portugal", o "Portuguese Times", o "Portugal Ilustrado", "O A?oriano Oriental", o "Di?rio Insular", e o "Correio da Horta". Na r?dio Centre-Ville (Montreal), animava o programa cultural "Cr?nica Insular". Foi o principal cronista da comunidade a?oriana de Montreal. Em Setembro de 2000, publicou um livro de poesia, "Peito A?oriano". Escolhemos uma das suas ultimam cr?nicas que escreveu aquando dos festejos

dos 50 anos do Jornal A Voz de Portugal de quem era o director, a 25 de Abril de 2011, consciente que a doen?a que o atormentava a alguns anos estava cada vez mais a destruir a sua sa?de e que a vida caminhava a longos passos para o fim, e que o dia da sua morte se aproximava veio acontecer no dia 26 de Julho de 2011. Vejam um extracto desta cr?nica como o Ant?nio era de uma enorme simplicidade e

humildade humana. Atendendo ao meu estado de sa?de, desconhe?o nesta altura at? que ponto vou poder continuar a ser director (e se querem que eu continue a s?-lo) e, tal como comecei, apenas colaborador. Sei, no entanto, que estarei sempre dispon?vel para, adentro do esp?rito de entreajuda, colaborar no que aprovar ? sua Administra??o... Gostaria, no entanto, de deixar um desafio aos/e as que ir?o continuar a manter sempre vivo este Projeto de que muito nos orgulhamos''. O meio-s?culo de`A Voz de Portugal' Assinala-se hoje, segunda feira, a passagem dos 50 anos da funda??o deste jornal, num auspicioso dia com a data de 25 de abril de 1961, sendo com muita honra e orgulho que me associo com algumas e humildes palavras a esta importante efem?ride - um marco hist?rico desde j? edificado nesta l?pide quinquagen?ria. Era realmente ent?o `A Voz de Portugal' (AVP), pois o jornal estava sendo publicado no Continente e, portanto, a refletir mais profundamente no que acontecia por l?. Posteriormente ? que foi tamb?m publicado nos Estados Unidos e aqui, numa empresa italiana. Se se lhe deu inicialmente o nome de AVP, certamente que cada vez mais tem vindo a refletir quase tudo o que se passa na comunidade. ?, pois, em todo o sentido `a voz da comunidade portuguesa da prov?ncia do Quebeque'. ? mais lusocanadiano do que apenas `luso'. Nesta altura, conv?m acrescentar que, e tal como Valdalino Ferreira, antigo dono do jornal, me disse, estava-se em 1979 quando ele e o saudoso Armando Barqueiro, hist?rico diretor de AVP, receberam da parte dos fundadores do jornal no Continente, uma carta de intimida??o para deixarem de usar em Montreal o t?tulo de "A Voz de Portugal", motivo por que passou a ser

durante algum tempo apenas `Voz de Portugal'. N?o me ocorrem agora ? mem?ria os nomes de quase todos os fundadores, gestores, impulsionadores e administradores de AVP ao longo dos anos em que tenho colaborado, mas pessoas como Manuel da Mota, Armando Barqueiro, Carlos de Jesus, Lu?s Tavares Bello, Ant?nio da Silva, Jos? das Neves Rodrigues, Valdalino Ferreira e Eduino Martins, s?o impens?veis de n?o recordar ou de omitir. Tal como se salienta na Hist?ria deste jornal, "Registou-se em janeiro de 1979 uma transforma??o radical nos seus processos de trabalho, com a mudan?a de local, equipamento e de pessoal. Carlos de Jesus decidiu dedicar-se profissionalmente ? empresa editora do jornal, a 'Typogal', que funda com outros associados (os j? referidos Lu?s Tavares Bello, Ant?nio da Silva e Armando Barqueiro), `Typogal' que, ali?s, n?o s? edita, `AVP', como instala uma moderna tipografia comercial. Continuando a nos referir a Carlos de Jesus, ele teve, como diretor adjunto, uma influ?ncia vital no relan?amento do jornal, que passou a ser totalmente original, isto ?, sem o recurso ao corte de artigos de outras publicidades. Entretanto, em setembro desse mesmo ano de 1979, a equipa receberia um novo refor?o, na pessoa de Valdalino Ferreira, uma figura de trabalhador humilde da retaguarda que tem sido, nestas duas ?ltimas d?cadas meia, o esteio da organiza??o e a fonte financeira que manteve a chama viva de `A Voz de Portugal'. Sem a sua dedica??o e o seu dinheiro, h? muito que este jornal teria desaparecido e parecido e passado ? lista das recorda??es da Comunidade Portuguesa de Montreal. Sempre fui da opini?o que um ?rg?o da comunica??o social, qualquer que seja ele, dever? refletir a comunidade em que se insere e sempre na vanguarda da vida co-

4 O A?oriano

Homem da Terra

N?o h? gente como a gente

munit?ria, de Portugal, Canad? e por todo esse mundo al?m, ou ent?o n?o tem raz?o de ser! 25 de abril uma celebra??o privilegiado a todos os n?veis e pela companhia de outras efem?rides de igual relevo, tais como o recente 100? anivers?rio da Rep?blica e, brevemente, dos 50 anos da esta??o televisiva CTV Montreal (antiga CFCF 12); os 50 anos da tomada de posse do presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, o 50? anivers?rio da chegada do Eus?bio a Portugal e o 100? anivers?rio do Dia Internacional da Mulher. ? uma lista de peso e metendo um pouco de tudo! Atendendo ao meu estado de sa?de, desconhe?o nesta altura at? que ponto vou poder continuar a ser diretor (e se querem que eu continue a s?-lo) e, tal como comecei, apenas colaborador.

a servirem a comunidade e os indiv?duos culturalmente tamb?m, e n?o a impedirem, como por vezes sucede, o seu crescimento harmonioso, o seu incessante desenvolvimento e educa??o, fornecendo-lhes, paralelamente, sugest?es de viol?ncia, narc?ticos que mais isolam as pessoas, alimentos constantes para a ang?stia e ansiedade, para a neurose quotidiana. Tudo ? cultura e sobreviv?ncia coletiva, de alimenta??o de identidade global, n?o apenas participantes das nossas ra?zes portuguesas mas como fator integrante, vivo e din?mico dum povo ? o portugu?s, humilhado e ofendido que soltou velas em 25 de abril de 1974 e prossegue, ainda hoje, a `luta'pela conquista da dignidade. Neste auspicioso dia, gostaria de acrescentar a voz do meu amigo e distinto poeta popular, Jos? Pl?cido, que escreveu, a meu

Quem folheia e n?o te l? Sei bem que tu n?o o julgas Mas com certeza que n?o v? As verdades que divulgas.

Muito obrigado, jornal Num abra?o de amizade, ?s A Voz de Portugal E a voz da saudade.

Sei, no entanto, que estarei sempre dispon?vel para, adentro do esp?rito de entreajuda, colaborar no que aprouvar ? sua Administra??o... Gostaria, no entanto, de deixar um desafio aos/e as que ir?o continuar a manter sempre vivo este projeto de que muito nos orgulhamos. E isto num desafio extensivo aos demais `media': a utiliza??o comunit?ria dos meios da comunica??o social, de forma equilibrada, de maneira a criarem cultura e a servirem-na e n?o contribu?rem para a sua desqualifica??o, desvaloriza??o, de modo

pedido, as seguintes quadras:

Ao jornal A Voz de Portugal ? a Voz de Portugal O orgulho de todos n?s, O mais antigo jornal Que d? voz ? nossa voz.

Tem bons colaboradores E jornalistas com certeza Que sabem honrar as cores Da bandeira portuguesa.

Tenho a certeza que o mesmo sentido de admira??o se encontra espalhado por toda a comunidade e onde quer que seja lido, esperando que, com o habitual interesse dos nossos respeit?veis leitores, o apoio dos com?rcio, dos nossos industriais e demais empres?rios; das coletividades s?cioculturais e desportivas, entre outros - todo a comunidade em geral e num verdadeiro esp?rito de coopera??o, a fim de que o jornal possa alcan?ar, j? sem mim, evidentemente, pelo menos mais cinquenta... A festa ? de todos e para todos! Parab?ns, pois, ao Eduino Martins, com uma sauda??o muito especial para toda a sua din?mica equipa de fazedores e colaboradores do jornal, especialmente Nancy Martins, Sandy Martins, Kevin Martins, Sylvio Martins, Antero Branco, Elisa Rodrigues, Diamantino de Sousa, Dinora de Sousa, Helder Dias, J.J. Marques da Silva, Jo?o Arruda e Jos? de Sousa; Manuel Carvalho, M?rio Carvalho, Miguel F?lix e Nat?rcia Rodrigues, Augusto Machado, Joel Neto, Manuel Rodrigues, Maria Helena Martins e Ricardo Ara?jo Pereira; H?lio Bernardo Lopes; os fot?grafos Jos? Rodrigues, Anthony Nunes; os distribuidores do nosso jornal Nelson Couto e Victor Medina.

O A?oriano 5

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