JORNALISMO DIGITAL



DETERMINAÇÃO CIBERCULTURAL E MODELOS DE JORNALISMO ONLINE

- Lógica da oferta (mídias tradicionais) x lógica da demanda (mídias reticuladas)

- a mediação nega a mobilidade.

- “a internet não tem força de atrito”

- collecting x downloading

- a Internet – como mídia eletrônica – faz parte da cultura acústica (Marshall Macluhan)

- a não-hierarquização dos nós (o modelo do rizoma) ou o modelo policentrado.

- a noção de comutação: produzir conexões e interações de sentido com o outro. Conexões que produzem comunidades. Produzem uma comunicação multilateral.

“A Rede é o termo informal que designa as redes de computadores interligadas, empregando a tecnologia de CMC (Comunicação Mediada por Computador) para associar as pessoas de todo o mundo na forma de debates públicos”. (RHEINGOLD: 1997).

- Navegação na Internet:

Caçada: Quando temos o objetivo de encontrar algo específico na Rede, uma pessoa, um artigo, um livro, um CD etc.

Pilhagem: um poema nos leva ao site do poeta que nos leva a uma entrevista com o autor em um jornal que nos leva a uma livraria online que nos conduz a um chat com o autor que nos conduz a uma comunidade virtual que debate o obra do escritor etc...

(PIERRE LEVY)

GENEALOGIA DO JORNALISMO ONLINE

Termos:

Jornalismo Digital, webjornalismo, ciberjornalismo, jornalismo online, jornalismo eletrônico

Conceitos do Jornalismo Online:

É o jornalismo feito no âmbito dos meios digitais interativos (Jornalismo online).

É a coleta e a distribuição de informações por redes de computadores (como a Internet) ou por meios digitais (network journalism).

Alguns números interessantes

O rádio demorou 38 anos para alcançar a marca de 50 milhões de usuários

A televisão, 13 anos.

A Web, 4 anos.

1994: primeiro diário online

2000: mais de 5.000 diários, mais da metade nos EUA

190 milhões de pessoas no país. O jornal de maior veiculação cerca de 1 milhão de exemplares.

Em que o jornalismo rompe o jornalismo tradicional?

[inspirado em debate sobre o tema no Slashdot)

- Por enquanto, o jornalismo online imita a estrutura e a narrativa das outras formas de produção jornalística. Contudo, já aparece alguns elementos de ruptura:

- o jornalismo digital dispõe de espaço virtual ilimitado

- mudança na relação espaço/tempo da produção noticiosa.

- jornalista e usuário podem alimentar bancos de dados.

- a possibilidade da informação se transformar em memória disponível ao leitor.

- produção de arquivos de notícias e notícias de arquivo.

- a Co-produção do leitor (feedback dos leitores)

- o leitor pode contextualizar suas informações a partir de canais de comunicação como chat, fóruns, comments, enquetes etc.

- O online é mais veloz. O jornal impresso é arremessado na porta de casa às sete horas da manhã, mas com notícia de meia noite. E às sete já há breaking news na NEt que torna o impresso obsoleto. O correto seria a entrega do jornal à meia-noite.

- Em vez de um ponto de vista, como há no impresso, o online permite múltiplos relatos e visões. No online, os jornais podem oferecer pontos de vistas que o impresso nem sequer pode apresentar. Além disso, estimula-se que os leitores busquem seu próprio ponto de vista.

- Acesso imediato a fonte. Na net, o usuário pode acessar imediatamente as mesmas fontes que os jornais acessam para produzir suas notícias.

- Falta ao online "leg work", ou seja, o trabalho de rua que é o mito do impresso.

- O impresso produz poucas histórias. Na internet, há inúmeras.

- As pessoas estão deixando de assistir TV e ler jornais. Ao mesmo tempo optam cada vez mais por serviços customizados de informação (como a tecnologia de feeds).

CARACTERÍSTICAS DO JORNALISMO ONLINE

Multimidialidade

Refere-se à convergência dos formatos das mídias tradicionais (texto, imagem e som) na narração do fato jornalístico.

Interatividade

A notícia online possui a capacidade de fazer com o leitor/usuário se sinta mais diretamente parte do processo jornalístico, pois participa:

a) email

b) chats

c) enquetes: votações sobre temas polêmicos.

d) a navegabilidade hipertextual: vários caminhos para ler as notícias.

e) produção editorial: matérias, posts, comentários etc.

Hipertextualidade (seguir links)

Possibilita a interconexão de textos através de links. Profundidade e Contextualização.

- hipermídia: link em conteúdo multimídia

- hipertexto: link em conteúdo .txt

Customização do Conteúdo

Individualização ou Personalização da Notícia.

- o newsletters.

- layout personalizado nos portais.

- sites que fornecem personalização ()

Memória

A acumulação de informações é mais viável técnica e economicamente na web do que em outras mídias.

A memória é coletiva, pois há interconexão com intralinks ou extralinks.

Instantaneidade ou Atualização Contínua

Possibilita o acompanhamento contínuo em torno do desenvolvimento dos assuntos jornalísticos de maior interesse.

Comunitarismo

Possibilidade de o Jornal se tornar uma rede social, sendo produzido coletivamente. Trata-se de o jornal adotar o conjunto de publicações de usuários como parte da sua interface gráfica e do conteúdo editorial.

AS GERAÇÕES DO JORNALISMO ONLINE

a primeira geração: transposição

- transposição de uma ou mais matérias de algumas editorias do impresso.

- Cópias para a web do conteúdo de jornais existentes no papel.

A segunda geração: metáfora

- infra-estrutura técnica da Internet já avança.

- o jornal impresso é utilizado como metáfora para a elaboração das interfaces dos produtos.

- as publicações na web começam aproveitar as inovações da Web:

- links: chamadas para notícias de fatos que acontecem no período entre as edições.

- o email: comunicação de jornalista com o leitor ou entre os leitores.

- utilização dos recursos do hipertexto.

- surge a seção últimas notícias (breaking news, plantão etc)

a terceira geração: jornalismo multimídia e instantaneísta

- periódicos surgem a partir de iniciativas empresariais ou individuais focadas na produção de notícia somente para web ou tecnologias móveis.

- recursos multimídias: de notícia para conteúdo (texto, imagem, som, vídeo).

- recursos de interatividade: chats com participação de personalidades públicas, enquetes, fóruns.

- customização das notícias: sites criam ambientes de conteúdo a partir do interesse do usuário.

- utilização do hipertexto para construção de narração jornalística.

- a hegemonia da atualização contínua promovida pelos grandes jornais.

- jornalismo on demand: especiais ou hot sites

a quarta geração: flash jornalism & jornalismo participativo

Jornalismo Participativo:

- jornalismo de fonte aberta / wikijournalism:

- o usuário torna-se o jornalista: “Repórter Desk” (cada cidadão é um repórter).

- e jornalista cada vez mais um editor.

- O caso Ohmynews:

- 2 milhões de usuários.

- Funcionamento:

- Repórter cidadão apura. Jornalistas editam.

- Notícias são classificadas em:

- “Saengnamu”: quando a notícia não tem: lead, escrita pobre, difamatória, publicitária ou for plágio.

- Ingul: o avesso disto tudo.

- Um dia em média para ser publicado.

- Não há copyright do texto. Só das imagens.

- Recomendações:

• que não disseminem informações faltas, tampouco escrevam artigos baseados em suposições;

• que o cidadão-repórter não use termos abusivos, vulgares ou linguajar ofensivo;

• que não denigra a reputação de outras pessoas tampouco invada sua privacidade;

• que use métodos legítimos de obter informações e que informe suas fontes que a intenção de seu trabalho é a publicação de um artigo;

• que não se sustente no título de cidadão-repórter para obter qualquer tipo de lucro financeiro;

• que não distorça fatos em seus artigos;

• por fim, que se comprometa a se desculpar publicamente caso infrinja algum dos tópicos do código de ética.

Flash Journalism

- notícias são apresentadas a partir da linguagem Flash.

- um peso menor para o texto e maior para o multimídia

- indicado para a produção de especiais

- a emergência da tecnologia RSS: fim da (ou uma outra) navegabilidade

Bibliografia Consultada:

PALACIOS, Marcos. MACHADO, Elias. Modelos de Jornalismo Digital. Salvador: Salamadra, 2005

LEVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editoria 34, 1997

REINGHOLD, Howard. Comunidade Virtual. Lisboa: Presença, 1997

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