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COLÉGIO ESTADUAL SIMONE SIMÕES NERI

LÍNGUA PORTUGUESA

NOME COMPLETO E SOBRENOME

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A VOZ DA PERIFERIA OUVIDA DE DENTRO:

“QUARTO DE DESPEJO: DIÁRIO DE UMA FAVELADA”,

DE CAROLINA MARIA DE JESUS

Inhambupe/BA

2016

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A VOZ DA PERIFERIA OUVIDA DE DENTRO:

“QUARTO DE DESPEJO: DIÁRIO DE UMA FAVELADA”

DE CAROLINA MARIA DE JESUS

Trabalho construído por estudantes do 1AM, 1BM, 1CM ou 1DM, apresentado como pré-requisito de conclusão da primeira unidade na disciplina Língua Portuguesa, no Colégio Estadual Simone Simões Neri, orientado pela professora Isabel Lima.

Inhambupe/BA

2016

SUMÁRIO

1. UM POUCO DA AUTORA ....................................................................................03

2. BREVE RESUMO DE “QUARTO DE DESPEJO: DIÁRIO DE UMA FAVELADA”..............................................................................................................05

3. ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DO LIVRO .......................................................06

4. PRODUÇÃO TEXTUAL DIALOGANDO COM A OBRA.......................................09

REFERÊNCIAS..........................................................................................................10

1. UM POUCO DA AUTORA

A literatura enquanto potência de vida, um modo de narração do mundo, de pensar histórias e (re) contar realidades é uma das razões que motivaram a escolha por trabalhar com a obra “Quarto de despejo: diário de uma favelada”, de Carolina Maria de Jesus. Segundo diversos estudiosos da área, a arte literária releva sentimentos, ideias, experiências, também pode se apresentar como um instrumento de resistência ante a uma sociedade excludente.

Carolina de Jesus é mineira, nasce na cidade de Sacramento, em março de 1914. Ela é de uma família bastante pobre e desde garotinha nutria o gosto pelos livros, vontade esta que a acompanha no decorrer da vida. Tal interesse é possível observar no próprio livro “Quarto de despejo”: “[...] Li um pouco. Não sei dormir sem ler. Gosto de manusear um livro. O livro é a melhor invenção do homem. [...]” (QD, 1999, p. 22).

As adversidades da vida fizeram-na ir para escola somente a partir dos sete anos, levada por sua mãe, sob a recomendação de Dona Maria Leite, administradora do colégio. Estudou apenas durante dois anos, pois ela precisou sair da sua terra natal com a mãe para trabalhar nas fazendas e roças. Com 16 anos, muda-se para o interior de São Paulo, na cidade de Franca. Para se sustentar, elas passam a trabalhar como empregadas domésticas.

A mãe de Carolina morre em 1947. Aos 33 anos, a referida autora, sem familiares e parentes, vai residir na capital paulista Ela passar a trabalhar em diversas funções, como: faxineira em hotéis, auxiliar de enfermagem, circo e volta a trabalhar como doméstica.

Engravida de seu primeiro filho, João, em 1948. Abandonada pelo companheiro. Em 1948, grávida de João, seu primeiro filho, e abandonada pelo pai do menino, um marinheiro português, passa a residir no acanhado “barraco número 9 da Rua A, na favela do Canindé” (Id. Ibid. p.24), em uma barraca construída por ela.

Comumente dúvidas surgem de como uma pessoa semi-analfabeta consegue publicar um livro ainda mais há alguns anos. No prefácio de QD, o jornalista Audálio Dantas pontua que foi chamado a escrever um texto sobre a favela de Canindé. Comparecendo ao local em um momento que acontecia a inauguração de um parque na comunidade. Os moradores estavam muito afoitos, causando tumulto e desordem no local. Carolina de Jesus chamou a atenção do jornalista quando começou a gritar: “se vocês continuarem a fazer isto vou colocar todos os nomes de vocês em meu livro!” (QD, 1999, p.24).

A partir desta situação, Audálio conheceu a escritora da favela e percebeu que em uns 20 cadernos encardidos guardados por Carolina em seu barraco traziam a história que ele queria publicar sobre a comunidade, a de dentro da favela. Em 1975, dia 29 de julho no jornal Folha de São Paulo, ele registra: “Eu não trago uma reportagem, mas sim uma revolução”.

E assim a escrita de Carolina solta para diversos cantos e tempos e suas marcas continuam presentes até hoje, como observaremos nos demais tópicos.

2. BREVE RESUMO DE “QUARTO DE DESPEJO: DIÁRIO DE UMA FAVELADA”

Construída em forma de diário, a narrativa “Quarto de despejo: diário de uma favelada” relata a história de vida de Carolina de Jesus contada por ela mesma. Ela escrevia sobre o que chamou de “quarto de despejo”, dentre os aspectos pontuados por ela, a fome é um dos mais presentes. Também percebemos que há reflexões sobre o ato de ler e escrever; ao fato de ser “poeta do lixo”, residente na periferia e que retrata sobre tal realidade; fuga da realidade pela literatura; identidade de favelada; intertextualidade; variedade linguísticas, dentre outros aspectos.

Vê-se que se trata de uma obra literária com relatos verídicos e imaginados, a qual estabelece comparação de “dentro” e “fora” da favela, originando uma narrativa que apresenta personagens até então invisibilizados socialmente.

3. ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DO LIVRO

A obra literária tem dentre as características o fato de ser polissêmica, ou seja, ter diversos sentidos. Desta forma, é válido destacar que existem diversos aspectos trabalhados em “Quarto de despejo: diário de uma favelada”, dentre os quais neste trabalho destacaremos: a presença constante da fome; o ser poeta; exploração e desigualdade social; fuga da realidade através da escrita e a importância da leitura e escrita.

Alguns estudiosos pontuam que um dos personagens principais da obra é a fome, diversas são as passagens que comprovam a presença desta na vida da autora e dos demais sujeitos inseridos na comunidade de Canindé, conforme observa-se em: "[...] Já faz tanto tempo que estou no mundo que eu estou enjoando de viver. Também, com a fome que passo quem é que pode viver contente? (QD, 1999, p.110); e ainda, "...É preciso conhecer a fome para saber descrevê-la." (Id. Ibid., p.26). Também muitas outras passagens como quando relata um sonho que teve com alimento:

Escrevi até tarde, porque estou sem sono. Quando deitei adormeci logo e sonhei que estava noutra casa. E eu tinha tudo. Sacos de feijão. Eu olhava os sacos e sorria. Eu dizia para o João: Agora podemos dar um pontapé na miséria. (QD,1999,p.162-163).

Observa-se na obra que a escritora se vê como poeta, mas, de forma semelhante ao poeta negro Éle Semog em “Outras notícias”:

Não vou às rimas como esses poetas [...]

Rimar Ipanema com morena

É moleza,

Quero ver combinar prosaicamente

Flor do campo com Vigário Geral,

Ternura com Carandiru,[...]

Não sou desses poetas

Que se arribam, se arrumam em coquetéis

E se esquecem do seu povo lá fora.

Tal como Éle Semog, Carolina afirma tratar-se de uma poeta com preocupação social, quando em dado momento em seu livro ela denomina-se “poeta do lixo”:

Vi os pobres sair chorando. E as lágrimas dos pobres comove os poetas. Não comove os poetas de salão. Mas os poetas do lixo, os idealistas das favelas, um expectador que assiste e observa as trajedias... do povo.” (QD, 1999, p.47)

Em sua obra observamos também discussão sobre as mazelas sofridas pela população da periferia, como quando ela diz que:

Chegou um caminhão aqui na favela. O motorista e o seu ajudante jogam umas latas. É linguiça enlatada. Penso: É assim que fazem esses comerciantes insaciáveis. Ficam esperando os preços subir na ganancia de ganhar mais. E quando apodrece jogam fora para os corvos e os infelizes favelados. (Id. Ibid., p.29).

Em determinada passagem também relata a dor de um ser humano em situação degradante, cuja fome era tamanha que o impediam de ter qualquer sentimento de escolha ao se alimentar do que estava a sua frente:

Quando eu fui catar papel encontrei um preto. Estava rasgado e sujo que dava pena. Nos seus trajes rotos ele podia representar-se como diretor do sindicato dos miseráveis. O seu olhar era um olhar angustiado como se olhasse o mundo com desprezo. Indigno para um ser humano. Estava comendo uns doces que a fabrica havia jogado na lama. Ele limpava o barro e comia os doces. Não estava embriagado, mas vacilava no andar. Cambaleava. Estava tonto de fome! (Id. Ibid., p. 48).

Tal análise aproxima-se do poema de Manuel Bandeira, “O bicho”:

Vi ontem um bicho

Na imundície do pátio

Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,

Não examinava nem cheirava:

Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,

Não era um gato,

Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

Em meio a tantas adversidades, Carolina encontra na literatura uma maneira de construir uma vida diferente como quando ela escreve que perdeu o sono e começa a fantasiar vivenciando uma outra realidade:

Eu deixei o leito as 3 da manhã porque quando a gente perde o sono começa pensar nas misérias que nos rodeia. [...] Deixei o leito para escrever. Enquanto escrevo vou pensando que resido num castelo cor de ouro que reluz na luz do sol. Que as janelas são de prata e as luzes de brilhantes. Que a minha vista circula no jardim e eu contemplo as flores de todas as qualidades. [...] É preciso criar este ambiente de fantasia, para esquecer que estou na favela. (QD, 1999, p.52).

Conforme é possível perceber, o ato de ler e escrever é fundamental para a autora, questão esta presente em toda a narrativa: “Li um pouco. Não sei dormir sem ler. Gosto de manusear um livro. O livro é a melhor invenção da humanidade. (Id. Ibid., p. 22). Ela relata a dificuldade para se concentrar em meio ao contexto que vive:

[...] Esquentei a comida para os meninos e comecei escrever. Procurei um lugar para escrever socegada. Mas aqui na favela não tem estes lugares. No sol eu sentia calor. Na sombra eu sentia frio. Eu estava girando com os cadernos na mão quando ouvi vozes alteradas. Fui ver o que era, percebi que era briga [...] (Id. Ibid., p.91).

Assistimos a escrita de uma mulher que, a despeito da situação adversa e contrária em que vivia tendo que criar sozinha três filhos pequenos no mundo caótico da favela de São Paulo, não se distanciava dos livros e da escrita. Conforme vemos: "... Hoje eu não lavo as roupas porque não tenho dinheiro para comprar sabão. Vou ler e escrever." (Id. Ibid., p.85)

4. PRODUÇÃO TEXTUAL DIALOGANDO COM A OBRA

Carolina conta uma história

história triste e emocionante

de uma “vida Severina”.

“Severina” de dores e desmanche.

Para criar sozinha seus filhos,

lavadeira, doméstica, catadora se fez

em troca de papelões e entulhos,

mas morrer de fome, jamais, isso eu sei!

Das contradições de um sistema,

Carolina expôs em seus diários.

E os seus escritos no papelão encardido,

ganharam o mundo, países e estados.

Com fé, esperança e coragem,

“Quarto de despejo” foi lançado,

Uma literatura popular,

repleta de coragem e sem maquiagem.

E assim vê-se que partir da leitura e escrita,

o seu mundo se ampliou.

Acreditando em seus sonhos,

foi poeta, sofreu, viveu, sonhou, amou.

REFERÊNCIAS

JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. 8. ed. São Paulo: Ática. 1999.

MUNIZ, Vik. Lixo extraordinário. Rio de Janeiro: G. Ermarkoff, 2010. (Documentário)

PRADO, Marcos. Estamira. Brasil: Rio filme/Zazem Produções Audiovisuais, 2006. Duração: 115 min. (Documentário)

QUILOMBHOJE. Cadernos Negros: os melhores poemas, 1998, p. 58.

SOUZA, Edilene Silva Bahia de. Uma obra fora do lugar? Quarto de despejo: diário de uma favelada, de Carolina Maria de Jesus. Feira de Santana: UEFS, 2012. Dissertação [Mestrado em Literatura e Diversidade Cultural].

DICAS PARA A CONSTRUÇÃO DO TRABALHO:

Corpo do texto: Formatação: Times New Roman ou Arial

Padrão: 12 - Sem negrito

O negrito está presente apenas nos tópicos e na capa - Capa: Título: 14 - negrito

1. Na parte inicial: “Um pouco da autora” será um breve recorte da biografia dos autores selecionados. Possível ter acesso em sites como: Wikipedia, InfoEscola, Brasil Escola , Jornal de Poesia, Antônio Miranda e outros do gênero. Contudo, faz-se necessário usar da paráfrase, ou seja, não copiar o texto na íntegra, mas sim reescrever, usando suas palavras e, se preciso for copiar, dar a referência, de que lugar foi tirado.

2. Na parte do resumo, contar, com suas palavras, o resumo da história, evitando contar o final.

3. No tópico seguinte, das características, destacar no mínimo três questões interessantes de que trata o livro.

4. A penúltima parte trata de dialogar a obra com um poema, música ou paródia autoral ou encenar uma peça de teatro (autoral ou não). A produção artística escolhida precisa ser relacionada com a obra escolhida.

5. A última parte refere-se ao material de apoio usado para construir o texto, sites, livros, artigos, filmes, dentre outros.

LIVRO:

SOBRENOME, Nome do(a) escritor(a). Título do livro. Edição. Estado: Editora, ano.

FILME OU DOCUMENTÁRIO:

SOBRENOME, Nome do(a) diretor(a). Título do filme / documentário. Estado: Distribuidora, ano. (Filme/ Documentário)

SITE:

TÍTULO. Disponível em: Site. Acesso em: dia mês (abreviado) ano.

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