Romances da Impressão Régia: Um estudo dos romances ...



ROMANCES DA IMPRESSÃO RÉGIA: UM ESTUDO DOS ROMANCES PUBLICADOS NO BRASIL NAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO XIX

Simone Cristina Mendonça de Souza

Em uma sociedade como a que se formava no Brasil no início do século XIX, que timidamente iniciava suas manifestações literárias, cerceadas pela censura e limitadas pela falta de uma imprensa própria, somando-se ao fato de que os que aqui viviam estavam proibidos de imprimir quaisquer obras ou documentos, a Impressão Régia, nossa primeira casa editora, pode ser considerada como de fundamental importância para o desenvolvimento político e cultural.

Somente em 1808, com certo atraso, obtivemos permissão para a publicação em terras brasileiras, entretanto a censura à imprensa não era exclusividade desta colônia, pois, por séculos, a perseguição à tipografia alcançou aos europeus. Após um deslumbramento inicial pelo invento inovador do tipógrafo moguntino Gutenberg, em 1445, e pelo trabalho de seus sucessores Fust e Schoeffer ao longo do século XV, reinóis e clérigos, temendo os perigos do uso indevido da tipografia, trataram de limitar sua atividade [1], instituindo leis, controlando materiais impressos e perseguindo os responsáveis.

Ainda no século XVIII, a Inquisição portuguesa impunha seus argumentos fortíssimos para ameaçar possíveis hereges ou manifestantes políticos que imprimissem sem o consentimento da Igreja e do Governo em Portugal e no Brasil. Além disso, considerando a tipografia nas colônias uma possível fonte de poder para os jesuítas, o Marquês de Pombal aumentou o controle dos impressos em todas as colônias portuguesas, até mesmo nas asiáticas, fechando e impedindo a reabertura de todas as casas impressoras em seus territórios, as quais só conseguiram retomar suas atividades após 1821[2].

Isso fez com que quem se aventurasse a montar uma casa de impressão no Brasil fosse obrigado a interromper suas atividades tão logo o governo português tomasse conhecimento do caso. Houve ainda quem conseguisse trabalhar por algum tempo sem ser notificado, como Antonio Isidoro da Fonseca, que, com a permissão do governador Gomes Freire de Andrade, imprimiu, no Rio de Janeiro, quatro trabalhos, entre os quais podemos destacar a: Relação da entrada que fez o excellentissimo, e reverendissimo senhor D. F. Antonio do Desterro Malheyro bispo do Rio de Janeiro, em o primeiro dia deste prezente anno de 1747, o primeiro impresso no Brasil, de 17 páginas, por Luiz Antonio Rosado da Cunha[3].

O tipógrafo foi solicitado pelo governador Gomes Freire para impressão de atos e decretos oficiais e, mesmo fraudando algumas datas de impressões para escapar à perseguição, teve seu trabalho impedido no mesmo ano da publicação da Relação, por ordem do governo de Lisboa.

Mesmo que houvesse permissão para imprimir no Brasil, os custos com a importação de equipamentos e materiais para impressão encareciam os volumes de tal modo que não poderiam mesmo competir com os livros que chegavam prontos de Portugal[4]. Assim, toda a literatura produzida no Brasil no período colonial, como sabemos, tinha de ser impressa em Portugal ou divulgada por meio de manuscritos, ou até mesmo oralmente. Os leitores que aqui viviam utilizavam-se do processo de importação caso desejassem obter livros, desde religiosos até os de Belas Letras[5], solicitando e aguardando por meses uma permissão para tal. Poderiam ainda recorrer aos livreiros já existentes, embora os dados oficiais nos apontem apenas duas livrarias na cidade do Rio de Janeiro no ano de 1807[6], as quais, da mesma forma tinham de importar e comercializar somente os livros com permissão concedida pela Metrópole[7].

A transferência da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro, em 1808, viria mudar este quadro. Ao sentirem-se ameaçados por uma possível invasão francesa em Portugal, D. João VI, a família real, os funcionários reais, enfim, toda a Corte, embarcaram rumo ao Brasil, levando consigo todos os seus pertences, inclusive os 60.000 livros da biblioteca real e os papéis e equipamentos da máquina administrativa portuguesa[8]. Após uma passagem pela Bahia, onde se decretou a abertura de seus portos[9], a Corte seguiu para o Rio de Janeiro e lá se instalou em 7 de março de 1808.

D. Antônio Araújo de Azevedo, futuro Conde da Barca, então responsável pela pasta da Secretaria dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, trouxe, encaixotados na nau Medusa, os prelos e demais acessórios de uma tipografia completa, encomendados na Inglaterra, pertencentes à mesma Secretaria, porém ainda não utilizados[10]. Antônio Araújo de Azevedo, instalou os tais prelos no pavimento inferior de uma casa à Rua do Passeio, n( 44, no Rio de Janeiro, casa esta que compraria mais adiante, em 1810[11]. D. João VI, entretanto, destituiu D. Antônio de seu cargo, nomeando D. Rodrigo de Souza Coutinho o novo responsável pela Secretaria dos Negócios Estrangeiros e de Guerra[12].

A presença de D. João VI e de sua Corte no Brasil exigia uma série atos do reinado, legalizando as mudanças nas repartições do real serviço que aqui prosseguiriam suas atividades, já que a administração estava agora sediada na colônia do Brasil. Tais atos incluíam todas as nomeações, divisões de cargos e criação de secretarias e demais órgãos da hierarquia administrativa. De acordo com Lilia Schwarcz, “muitos desses cargos foram criados apenas para atender àqueles que vieram com o regente e reclamavam sua subsistência”[13].

Era preciso, então, publicar esses atos que se acumulavam desde a chegada da Corte. Assim, logo que tomaram conhecimento de que haviam trazido equipamentos de impressão para o Brasil, foram estes colocados em funcionamento[14]. Subordinada à Secretaria que os trouxe, foi então criada a Impressão Régia, em 13 de maio de 1808, a qual, aproveitando a data de aniversário do Príncipe Regente para homenageá-lo, publicou a

“RELAÇÃO DOS DESPACHOS PUBLICADOS NA CORTE PELO EXPEDIENTE DA SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGOCIOS ESTRANGEIROS E DE GUERRA NO FAUSTÍSSIMO DIA DOS ANOS DE SUA ALTEZA REAL O PRÍNCEPE REGENTE NOSSO SENHOR. E DE TODOS OS MAIS QUE SE TEM EXPEDIDO PELA MESMA SECRETARIA DESDE A FELIZ CHEGADA DE SUA ALTEZA REAL AOS ESTADOS DO BRASIL ATÉ O DITO DIA. NO FIM: RIO DE JANEIRO EM 13 DE MAIO DE 1808. NA IMPRESSÃO RÉGIA”.[15]

Na mesma data, D. João assinou um Decreto legalizando o uso dos prelos da recém criada Impressão Régia. O Decreto[16] permitia, além dos serviços burocráticos do reino, a impressão de outras obras quaisquer, desde que, é claro, os interessados em publicá-las pudessem pagar por isso e obtivessem a autorização da censura. A casa dispunha de uma junta administrativa e de censores régios para a análise das publicações.

Em poucos anos de funcionamento, menos de duas décadas, a Impressão Régia publicou títulos dos mais heterogêneos, começando por imprimir a divulgação dos atos oficiais e disposições legais, tais como decretos, portarias e contratos. Ao todo, “até 1822 foram publicados 1427 documentos oficiais”[17].

A possibilidade expressa no decreto de imprimir “todas e quaesquer outras obras” escritos em terras brasileiras também gerou grande quantidade de versos laudatórios e homenagens à família real, provavelmente com interesses na “obtenção de postos e favores ou para ganhar a simpatia dos poderosos”[18]. A Impressão Régia publicou ainda obras beletrísticas, tais como peças de teatro, folhetos de cordel, novelas traduzidas, sonetos, edições e reedições de poemas e livros didáticos.[19]

Dentre todas estas publicações, interessa-me a impressão de narrativas ficcionais, ou, como hoje chamamos, romances[20]. Este gênero, considerado como de leitura popular, já difundido no Brasil, por meio das importações, conseguiu também espaço nos prelos da Impressão Régia. São pouco mais de 30 romances publicados entre 1810 e 1822. (Ver lista em Anexo)

O primeiro romance que apareceu foi O DIABO COXO..., de Lesage. Foi publicado em 1810, em dois pequenos volumes sem o nome do autor. Continuam a série duas novelas francesas, as duas obras imortais de Bernardin de Saint Pierre: A CHOUPANA INDIA... e PAULO E VIRGINIA... , ambas publicadas sem o nome do autor. (Além das( CARTAS DE HUMA PERUVIANA, famosa novela epistolar de Madame de Graffigny. [21]

Embora o gênero já fosse bem desenvolvido na Europa desde meados do século XVIII, os brasileiros tinham de utilizar-se, como já dito, das importações de obras beletrísticas vindas de países europeus. Estudos dos documentos de importação e pedidos de licença demonstram que o romance era uma das leituras preferidas desde o século XVIII:

Bastava ver que o livro Fénelon [As Aventuras de Telêmaco] era best seller indiscutível na cidade, desde 1769, ao menos. Outros entravam e saíam da preferência dos leitores, sem abalar, entretanto, a supremacia do gênero: no primeiro período [1769 a 1807], 55% das obras que compõem a lista das preferidas são romances; no segundo período [1808 a 1826], considerados os envios controlados pela censura portuguesa, os romances passam a ser responsáveis por 58% dos mais solicitados. (...) Não há como negar, portanto, a ampla difusão da leitura de romances no final do século XVIII e início do XIX, tendência reconhecida nos países europeus e, como se vê, também forte no Brasil.[22]

Com a chegada da Impressão Régia e o incremento do número de livreiros no Brasil os anúncios de oferta de romances e novelas aumentaram, contando, agora com a seção “Loja da Gazeta” no jornal Gazeta do Rio de Janeiro[23], nosso primeiro periódico. São títulos engraçados, que aguçam nossa curiosidade em desvendar, por exemplo, qual seria o enredo de uma Infidelidade Vingada ou a descrição de uma Má Mãe. A maioria dessas obras era vendida na loja de Paulo Martin Filho, herdeiro do livreiro português Paulo Martin, comerciante em Lisboa. Estabelecido à Rua da Quitanda, na cidade do Rio de Janeiro, o hábil comerciante já anunciava seus produtos no jornal local.

O Castigo da Prostituição. Novella: Traduzida do francez. [vinheta] Rio de Janeiro. Na Impressão regia. 1815. Com Licença. Vende-se na Loja de Paulo Martin, filho, na rua da Quitanda, n. 34, por 320 reis, aonde se achão Cartas d’Heloisa, 1 vol., por 320 réis ---Filosofa por Amor, 2 vol., por 1$920 réis. ---História de dois amantes, por 660 reis. ---Cartas de Huma Peruviana, 2 vol.: por 1$600 réis., ---Paulo, e Virginia, 2 vol., por 1$600 réis.[24]

Rubens Borba de Moraes responsabiliza Paulo Martin Filho pela edição dos romances publicados pela Impressão Régia, qualificando-o como “nosso primeiro editor”[25], mas não há dados seguros de que ele próprio solicitasse a impressão dos romances. O fato é que a reedição no Brasil de títulos de sucesso poderia aqui representar uma venda certa.

Boa parte dos romances publicados pela Impressão Régia já havia sido muito divulgada em Portugal, como por exemplo duas novelas tradicionais reeditadas várias vezes na metrópole: a História da Donzella Theodora e a Historia Verdadeira da Princeza Magalona. A História da Donzella Theodora, teve sua primeira edição em 1540, de acordo com o Dicionário Bibliográfico Portuguez de Innocencio Francisco da Silva[26]. Em Portugal, traduzida por Carlos Ferreira Lisboense, foi impressa nos anos de 1712, 1735, 1741, 1745, 1755, 1758 e 1783[27] antes de chegar ao Brasil, em 1815. Já a Historia Verdadeira da Princeza Magalona é ainda mais antiga, tendo sua edição original no ano de 1429 em Paris[28]. Indicada no mesmo dicionário tem-se notícia de suas reedições em Portugal nos anos de 1737, 1753, 1759, 1767, 1789, 1794[29] e, no Brasil, em 1815.

Observando outros títulos da Impressão Régia, notamos também possíveis romances sentimentais e de caráter moralizante, que tratam dos relacionamentos e dos costumes, aspectos retomados mais adiante pelos autores românticos. A impressão desses romances, às vezes classificados como novelas ou como contos morais, além de satisfazer os preceitos da censura, acompanhava a discussão européia sobre o uso da prosa de ficção com uma função moralizadora, como por exemplo os contos morais de Marmontel: O Bom Marido, A Boa Mãe e As Duas Desafortunadas, traduzidos e publicados em Portugal no ano de 1785[30] e editados pela Impressão Régia poucos anos depois, em 1815.

Muitas dessas obras são completamente desconhecidas. Tendo sido citadas por A. Valle Cabral e por Rubens Borba de Moraes e Ana Maria de Almeida Camargo a partir de pesquisas em jornais e catálogos bibliográficos, não foram todas localizadas por esses pesquisadores. Provavelmente nem todos os livros serão encontrados ou poderão ser consultados, uma vez que são raros e seu estado físico pode já estar comprometido.

A historiadora Maria Beatriz Nizza da Silva, em seu livro Cultura e Sociedade no Rio de Janeiro (1808-1821)[31], levanta, inclusive, a hipótese de que nem todos os romances apontados nos Annaes da Imprensa Nacional, de Alfredo do Valle Cabral, tenham sido publicados pela Impressão Régia, uma vez que alguns são citados somente a partir de anúncios no jornal Gazeta do Rio de Janeiro, nos quais os livreiros poderiam oferecer várias obras do mesmo gênero num único anúncio, sem especificar a casa editora de cada um deles.

Realmente, mesmo a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro dispõe apenas dos poucos romances analisados pela autora: um exemplar da História da Donzela Theodora, As Duas Desafortunadas; Triste Efeito de huma Infidelidade; O Castigo da Prostituição, além das Cartas Americanas. Entretanto, prefiro acreditar que existam, esquecidas em alguma estante ou guardadas como relíquias, outras tantas narrativas ainda não encontradas.

E, de fato, cinco delas estão alocadas no Acervo pessoal do bibliófilo José Mindlin: O Diabo Coxo, nosso primeiro romance, publicado em 1810, cujo exemplar apresenta uma anotação manuscrita de Rubens Borba de Moraes exaltando: “Raríssimo. Vale Cabral não conseguiu ver um só exemplar”; A História dos dois Amantes ou no Templo de Jatab; o famoso Paulo e Virgínia; as Aventuras Pasmosas do Celebre Barão Munkausen e as Cartas Americanas.

Alguns autores teceram ainda comentários, que merecem ser consultados e compilados, indicando o tradutor e sua biografia, a receptividade desses livros, criticando em alguns casos ou mesmo descrevendo o enredo, como no caso das Cartas Americanas, romance descrito no dicionário do português Innocencio Francisco da Silva:

É um pequeno romance moral em cinqüenta e quatro cartas que o auctor declara haver intitulado assim seguindo o exemplo de Montesquieu nas Lettres Persanes. Parte d’estas cartas, que figuram escriptas de Lisboa e datadas de Dezembro de 1807 a Novembro de 1808, têem por assumpto os sucessos do tempo, e contêem a brevíssima narrativa de factos passados no período da invasão franceza e restauração subseqüente, com algumas reflaxões adequadas[32].

O mesmo autor, no ano de 1859, critica o romance História dos dois amantes ou no Templo de Jatab, num texto severo, que atualmente mais funcionaria como uma propaganda:

É uma novella em que a modestia e honestidade dos costumes são mui pouco respeitadas. Não sei como em tempo de censura previa se permitiu a sua impressão! E por mais de uma vez, pois vi d’ella segunda edição feita, se não me engano, em Rio de Janeiro[33].

Bibliografia :

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CABRAL, Alfredo do Valle. Annaes da Imprensa Nacional do Rio de Janeiro 1808 a 1822, Typographia Nacional, 1881. (reeditado no periódico) Cadernos do Centro de Pesquisas Literárias da PUCRS, Porto Alegre, Vol. 4 (3), 1998.

CAMARGO, Ana Maria de Almeida, MORAES, Rubens Borba. Bibliografia da Impressão Régia, São Paulo: EDUSP, Livraria Kosmos Editora, 1993, 2. Vol.

CANDIDO, Antonio, CASTELLO, José Aderaldo. Presença da Literatura Brasileira: Das origens ao Romantismo, São Paulo. Rio de Janeiro: DIFEL, 1976.

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DINES, Alberto. Vínculos do Fogo: Antônio José da Silva, o Judeu, e outras histórias da Inquisição em Portugal e no Brasil. São Paulo, SP: Companhia das Letras, 1992.

HALLEWELL, Laurence. O Livro no Brasil, Trad. do inglês Maria da Penha Villalobos e Lolio Lourenço de Oliveira, São Paulo, SP: T. A. Queiroz, EDUSP, 1985.

“Impressão Régia in Rio de Janeiro” (translated from Valle Cabral, Rizzini and Sodré): .

MORAES, Rubens Borba de. Bibliografia Brasileira do Período Colonial, São Paulo, SP: Instituto de Estudos Brasileiros/USP, 1969.

____________________. O Bibliófilo Aprendiz.São Paulo, SP: Ed. Nacional, 1975.

____________________. Livros e Bibliotecas no Brasil Colonial. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 1979

RIZZINI, Carlos. O Livro, o Jornal e a Tipografia no Brasil (1500 a 1822). São Paulo, SP: Imprensa Oficial do Estado, 1988.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. A Longa Viagem da Biblioteca dos Reis: do terremoto de Lisboa à Independência do Brasil. São Paulo, SP: Cia das Letras, 2002

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SILVA, Maria Beatriz Nizza da. Cultura e Sociedade no Rio de Janeiro (1808-1821). São Paulo, SP: Com. Ed. Nacional, 1977.

________________________. Cultura no Brasil Colônia. Petrópolis, RJ: Ed. Vozes. 1981.

SODRÉ, Nelson Werneck. História da Imprensa no Brasil, Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira, 1996.

Site oficial da Biblioteca Nacional: .br

VASCONCELOS, Sandra Guardini T. A formação do Romance Inglês: ensaios teóricos. Vol. 1. Tese de Livre Docência. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas/USP. São Paulo, SP: FFLCH/USP, 2000.

_______________. Formação do Romance Brasileiro: 1808-1860 (Vertentes Inglesas). Disponível em ((.

Anexo:

Segue a lista completa dos Romances publicados pela Impressão Régia entre os anos de 1808-1822[34]:

1.O Diabo Coxo, verdades sonhadas e novellas da outra vida traduzidas a esta. Por &c. Nova Edição. Tomo Primeiro. Rio de Janeiro. Na Impressão Regia. 1810. Com licença de S.A.R.

2.O Diabo Coxo, verdades sonhadas e novellas da outra vida traduzidas a esta. Por &c. Nova Edição. Tomo segundo. Rio de Janeiro. Na Impressão Regia. 1810. Com licença de S. A. R.

3.A filosofa por amor, ou cartas de dois amantes apaixonados e virtuosos. Traduzida do Hespanhol. Nova edição. Rio de Janeiro, na Impressão Regia, 1810.

4.A Choupana India, escripta em francez pelo autor de Paulo e Virginia (o abbade Saint-Pierre), e vertida em portuguez. Rio de Janeiro, na Impressão Regia, 1811.

5.Historia de dois amantes ou o templo de Jatab. Traduzida e accomodada por J. P.S.A. Nova edição. [vinheta] Rio de Janeiro. Na Impressão Regia. 1811. Com licença de S.A.R.

6.Paulo e Virginia: Historia fundada em factos traduzida em vulgar. Nova edição. [citação de Virgílio] [vinheta] Rio de Janeiro. Na Impressão Regia. 1811. Com licença de S.A.R.

7.Cartas de huma peruviana, traduzidas do francez na lingua portugueza por huma senhora. Rio de janeiro, na Impressão Regia, 1811. Tomo I.

8.Cartas de huma peruvianna, traduzidas do francez na lingua portugueza por huma senhora. Rio de Janeiro, na impressão Regia, 1812. Tomo II.

9.Aventuras pasmosas do celebre Barão Munkausen Que contém hum resumo de viagens, campanhas, jornadas e aventuras extraordinárias igualmente A descripção de huma viagem á Lua e Canicula. Traduzido do inglez por A...J...Rio de Janeiro 1814. Na Impressão Regia. Com licença de S.A.R.

10.O amor offendido, e vingado. Traduzida do francez. Rio de Janeiro, na Impressão Regia, 1815.

11.A boa mãi. Traduzida do francez. Rio de Janeiro, na Impressão Regia, 1815.

12.O Bom marido.1815

13.O Castigo da Prostituição. Novella: Traduzida do francez. [vinheta] Rio de Janeiro. Na Impressão regia. 1815. Com Licença.

14.As duas desafortunadas. Novella: traduzida do francez. [vinheta] Rio de Janeiro. Na Impressão Regia. 1815. Com licença.

15.Historia da Donzella Theodora, em que se trata da sua grande formosura, e sabedoria. Traduzida do Castelhano em Portuguez. Por Carlos Ferreira Lisbonense. [vinheta] Rio de Janeiro. Na Impressão Regia. 1815. Com licença.

16.História verdadeira da princeza Magalona, filha delrei de Napoles, e do nobre, e valeroso cavalleiro Pierres Pedro de Proença, e dos muitos trabalhos, e adversidades que passárão, sendo sempre constantes na fé, e virtudes; e como depois reinarão, e acabárão a sua vida virtuosamente no serviço de Deus. Rio de Janeiro, na Impressão Regia, 1815.

17.A infidelidade vingada. Novella: traduzida do francez. Rio de Janeiro, na Impressão Regia, 1815.

18.Triste efeito de huma infidelidade. Novella: traduzida do francez. [vinheta] Rio de Janeiro. Na Impressão Regia. 1815. Com licença.

19. Amante militar. 1816.

20.O amigo traidor. 1816.

21.A cadelinha pelo author do Piolho Viajante. 1816.

bate das paixões. 1816.

23.Lausus e Lydia. 1816.

24.Metusko, ou os Polacos. 1816.

25.Recreio domestico, ou Ramalhete de Novellas, historias, contos, &c. 1816.

26.Aventuras galantes de dois fidalgos estudantes, ou a historia admiravel da famosa Cornelia. 1818.

27.Leitura para os meninos, contendo huma collecção de Historias Moraes relativas aos defeitos ordinarios ás idades tenras, e hum dialogo sobre a Geografia, Chronologia, Historia de Portugal, e Historia Natural. 1818.

28.Receita para melancolicos, ou descripção do Reino do Amor. 1818.

29.Carta escrita pela Senhora de *** rezidente em Constantinopla a huma sua Amiga, em que trata das mulheres Turcas, do seu modo de viver, divertimentos, vestidos, maneira de tratar os maridos, &c. 1819.

30.Leitura para os Meninos contendo hum silabario completo, huma colecção de agradaveis historietas proprias á primeira idade, e hum Dialogo sobre a Geografia, Chronologia, Historia de Portugal, e Historia natural ao alcance dos meninos. 1821.

31.Renato, Epizodio do Genio do Christianismo, e as Aventuras de Aristonoo. 1821.

32.Cartas americanas. 1822.

33.Cartas familiares amorozas, e ternas de huma amante a seu apaixonado. 1822.

34.O Diabo coxo. 1822.

35.A Farofia, ou loucura dos Casamentos por hum Ratazana. 1822.

36.Leituras para meninos. Rio de Janeiro, na Imprensa Nacional, 1822.

37.Perigo descoberto.1822.[35]

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[1] Cf. RIZZINI, Carlos. O Livro, o Jornal e a Tipografia no Brasil (1500 a 1822). São Paulo, SP: Imprensa Oficial do Estado, 1988. p. 114-117.

[2] Cf. HALLEWELL, Laurence. O Livro no Brasil, Trad. do inglês Maria da Penha Villalobos e Lolio Lourenço de Oliveira, São Paulo, SP: T. A. Queiroz, EDUSP, 1985. p.12.

[3]Imagem disponível em ((, consultado em março de 2002.

[4] “Situação semelhante ocorria nos Estados Unidos, onde foram necessárias muitas décadas para que os livros produzidos na América começassem a tomar o lugar dos livros trazidos da Inglaterra. A impressão americana era muito ruim devido à qualidade do material empregado: tipos muito gastos, papel inferior, insuficiente quantidade de papel do mesmo tipo para composição de um livro, tinta de segunda linha importada da Europa. Por isso, em 1779, quando Franklin recebeu na França cópias de um jornal de Boston, disse: ‘If you should ever have any Secrets that you wish to be well kept, get them printed in those Papers””. ( BOORSTIN, Daniel J. The Americans: the colonial experience. New York: Random House, s/d., p. 295. 1a edição 1958 apud ABREU, Márcia. O Caminho dos livros. Tese de Livre Docência. Instituto de Estudos da Linguagem/Unicamp. Campinas, SP: IEL/Unicamp, 2002).

[5] O termo é aqui colocado com base nas considerações levantadas por Abreu em sua livre docência e levando em conta que a palavra “literatura” ainda não era utilizada no período em questão com a acepção que a ela damos hoje. Cf. ABREU, Márcia. O Caminho dos livros. Tese de Livre Docência. Instituto de Estudos da Linguagem/Unicamp. Campinas, SP: IEL/Unicamp, 2002.

[6] HALLEWELL, L., 1985. op. cit. p.47.

[7] Cf. ABREU, Márcia. O Caminho dos livros. Tese de Livre Docência. Instituto de Estudos da Linguagem/Unicamp. Campinas, SP: IEL/Unicamp, 2002.

[8] “Impressão Régia in Rio de Janeiro” (translated from Valle Cabral, Rizzini and Sodré): .

[9] Cf. CABRAL, Alfredo do Valle. Annaes da Imprensa Nacional do Rio de Janeiro 1808 a 1822, Typographia Nacional, 1881. (reeditado no periódico) Cadernos do Centro de pesquisas Literárias da PUCRS, Porto Alegre, Vol. 4 (3), 1998.p. 12.

[10] SCHWARCZ, Lilia Moritz. A Longa Viagem da Biblioteca dos Reis: do terremoto de Lisboa à Independência do Brasil. São Paulo, SP: Cia das Letras, 2002. p.249.

[11] CABRAL, A., 1998, op. cit. p. 13.

[12] SCHWARCZ, L., 2002.op. cit. p. 245.

[13] SCHWARCZ, L., 2002.op. cit. p. 246.

[14] Cf. MORAES, R., Livros e Bibliotecas no Brasil Colonial. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 1979, p. 99-100.

[15] Idem.

[16]Disponível em ((, consultado em janeiro de 2003. Segue o texto do decreto: “Tendo-Me constado, que os Prélos, que se achão nesta Capital, erão os destinados para a Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros, e da Guerra; e Attendendo á necessidade, que há da Officina de Impressão nestes Meus Estados: Sou servido, que a Caza, onde elles se estabelecêrão, sirva interinamente de Impressão Regia, onde se imprimão exclusivamente toda a Legislação, e Papeis Diplomaticos, que emanarem de qualquer Repartição do Meu Serviço; e se possão imprimir todas, e quaesquer outras Obras; ficando interinamente pertencendo o seu governo, e administração á mesma Secretaria. Dom Rodrigo de Souza Coutinho, Do Meu Conselho de Estado, Ministro, e Secretario do Estado dos Negócios Estrangeiros, e da Guerra o tenha assim estendido, e procurara dar ao emprego da Officina a maior extensão, e lhe dará todas as Instruções, e Ordens necessárias, e participará a este respeito a todas as Estações o que mais convier ao Meu Real Serviço. Palácio do Rio de Janeiro em treze de Maio de mil oitocentos e oito. Com Rubrica do Príncipe Regente N.S.”

[17] SCHWARCZ, L., 2002.op. cit. p. 251.

[18] ABREU, M., 2002. op. cit. p. 123.

[19] Cf. CAMARGO, A., MORAES, R., 1993.

[20] O termo romance é aqui utilizado conforme considerações de VASCONCELOS, Sandra Guardini T. A formação do Romance Inglês: ensaios teóricos. Vol. 1. Tese de Livre Docência. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas/USP. São Paulo, SP: FFLCH/USP, 2000. p. 31.: “Oriunda do latim romanicus, nome dado às línguas populares faladas localmente em oposição ao Latim erudito, a palavra romance (derivada da forma adverbial romanice) era utilizada para se referir àquelas línguas, com o sentido de vulgar. (...) o próximo passo foi chamar esses escritos nessas línguas de romanz, roman, romance, romanzo,que passaram mais tarde (a partir do século XV) a denominar um gênero literário que narrava histórias de amor cortês em verso. Esse foi o termo que acabou ficando consagrado em diversas línguas européias para se referir a um certo tipo de prosa de ficção.”

[21] MORAES, R., 1979, op. cit. p. 120.

[22] ABREU, M., 2002. op. cit. p. 153.

[23] VASCONCELOS, S., 2000. op. cit. p 82.

[24] Cf. CAMARGO, Ana Maria de Almeida e MORAES, Rubens Borba de. Bibliografia da Impressão Régia do Rio de Janeiro. São Paulo: EDUSP, Livraria Kosmos Editora, 1993, 2. Vol. 1993.

[25] CAMARGO, A., 1993, op. cit., p. (Introdução) XXIX.

[26] SILVA, Innocencio Francisco da. Diccionário Bibliográfico Portuguez: estudos de Innocencio Francisco da Silva aplicáveis a Portugal e Brasil. 1859. vol 9, p.35.

[27] RODRIGUES, A. Gonçalves. A tradução em Portugal. Lisboa: Imprensa Nacional. Casa da moeda. 1992.

[28] SILVA, I., 1859. op. cit. vol. 3, p.196

[29] RODRIGUES, A., 1992. op. cit.

[30] em Contos moraes para entretenimento e instrução das pessoas curiosas. Exthraídos dos melhores auctores...trad. em português. Porto: Officina Antonio Alvarez Ribeiro, 1785. apud RODRIGUES, A Gonçalves - A Tradução em Portugal. Lisboa: Imprensa Nacional, Casa da Moeda, 1992, 1o vol 1495 – 1834.

[31] SILVA, Maria Beatriz Nizza da. Cultura e Sociedade no Rio de Janeiro (1808-1821). São Paulo, SP: Com. Ed. Nacional, 1977. p. 197-214.

[32] SILVA, Innocencio Francisco da. Diccionário Bibliográfico Portuguez: estudos de Innocencio Francisco da Silva aplicáveis a Portugal e Brasil. 1859. vol 7, p.309.

[33] idem. vol. 7, p.298.

[34] Fonte: CAMARGO, Ana Maria de Almeida e MORAES, Rubens Borba de. Bibliografia da Impressão Régia do Rio de Janeiro. São Paulo: EDUSP, Livraria Kosmos Editora, 1993, 2. Vol.

[35] Há dúvidas sobre a classificação dos seguintes textos como romances:Receita para melancolicos, ou descripção do Reino do Amor; Carta escrita pela Senhora de *** rezidente em Constantinopla a huma sua Amiga, em que trata das mulheres Turcas, do seu modo de viver, divertimentos, vestidos, maneira de tratar os maridos, &c; Cartas familiares amorozas, e ternas de huma amante a seu apaixonado; A Farofia, ou loucura dos Casamentos por hum Ratazana; Perigo descoberto; Lausus e Lydya e Metusko, ou os Polacos.

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