Telenovela completo - 17-03-08 FINAL[1]

SUM?RIO

PREF?CIO Br?ulio Mantovani 9 PRIMEIRAS PALAVRAS 11

1 ? A TELENOVELA E A TRADI??O DE CONTAR HIST?RIAS 17 A tradi??o 17 Hist?rias e a??es 25 Hist?rias seriadas 30 A telenovela 33

2 ? ORGANIZA??O DA NARRATIVA 42 Estrutura 44 Corre??o dos andamentos 54 Cap?tulos 57 In?cios 64 Encadeamentos 71 A??es sem drama 77 Finais 82

3 ? PERSONAGENS 89 Protagonistas 90 Outros personagens 100 Objetivos 103

4 ? TEMPO E ESPA?O 112 Espa?o tridimensional 113 Diferentes espa?os 122 Tempo dos fatos 126 Tempo entre fatos 130 Sincroniza??o das tramas 134

UM NOVO TEMPO PARA AS HIST?RIAS 141

LISTA DE PERSONAGENS E ATORES 143 BIBLIOGRAFIA 146

PREF?CIO

A forma narrativa da telenovela ? certamente a refer?ncia dramat?rgica mais forte e mais presente na vida dos brasileiros, incluindo os que, como eu, escrevem para o cinema ou para a TV. N?s ? os roteiristas ? muitas vezes n?o percebemos como essa influ?ncia da telenovela n?o costuma ser boa para os roteiros. O que funciona bem na TV pode funcionar muito mal no cinema (suponho que a rec?proca seja verdadeira). Os populares manuais de roteiro de cinema dispon?veis nas livrarias ? principalmente os norte-americanos ? passam ao largo dessa quest?o. Por isso ? muito oportuna a publica??o deste livro de Jos? Roberto Sadek. Ao tratar do cinema e da telenovela com profundidade te?rica e abund?ncia de exemplos pr?ticos, ele vai muito al?m do ?bvio. E nos ensina a entender as diferen?as e semelhan?as de formas narrativas que, a despeito da origem comum, s?o particularizadas pelos distintos suportes tecnol?gicos e as respectivas formas de recep??o que esses suportes determinam. O olhar cinematogr?fico que Sadek lan?a sobre a telenovela serve, tamb?m, para nos ajudar a entender o pr?prio cinema.

Br?ulio Mantovani Roteirista de cinema, respons?vel pelo roteiro de Cidade de Deus e Tropa de elite, entre outros

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PRIMEIRAS PALAVRAS

N?O POR ACASO AS TELENOVELAS est?o entre os programas mais cuidados e mais caros da TV brasileira. S?o campe?es de audi?ncia e atraem milh?es de pessoas, que assistem ao mesmo tempo ? mesma hist?ria. Com enorme p?blico, ? compreens?vel que mere?am muita aten??o das emissoras, que dependem diretamente da quantidade de espectadores sintonizados em sua freq??ncia, o que, em ?ltima an?lise, significa sobreviv?ncia econ?mica. H? v?rios programas que trazem influ?ncia, prest?gio e audi?ncia para as emissoras. Com esse conjunto pouco extenso ? composto principalmente por fic??es, jornalismo e esportes ?, as telenovelas t?m cativado diferentes tipos de espectadores e fidelizado enormes contingentes populacionais. A serializa??o das hist?rias gera o h?bito di?rio de seguir as tramas e os personagens.

Os anunciantes que destinam recursos para as emissoras obviamente preferem que seus produtos sejam mostrados quando h? mais gente assistindo ao canal. Com mais an?ncios e, portanto, mais dinheiro, mais a emissora poder? investir naquele hor?rio e naquele tipo de programa. No Brasil, freq?entemente mais da metade dos aparelhos de TV ligados sintonizam a mesma telenovela, que, em contato di?rio com os espectadores, lan?a modas, induz comportamentos, opina acerca de pol?micas, presta servi?os e participa do cotidiano do pa?s. ? ineg?vel a influ?ncia das telenovelas e da TV na vida cultural, pol?tica e comportamental da sociedade brasileira.

O come?o da TV no Brasil foi improvisado. Ela foi trazida praticamente num rompante, na d?cada de 1950, e, como n?o havia gente especializada nesse trabalho, os t?cnicos do r?dio fo-

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