Lições sobre o SignWriting

[Pages:210]Li??es sobre o SignWriting

Um Sistema de Escrita para L?ngua de Sinais Valerie Sutton

Tradu??o: Marianne Rossi Stumpf

Colabora??o: Ant?nio Carlos da Rocha Costa Ronice Muller de Quadros

Tradu??o Parcial e Adapta??o do Ingl?s/ASL para Portugu?s LIBRAS do livro " Lessons in SignWriting ", de Valerie Sutton, publicado originalmente pelo DAC ?

Deaf Action Committe for SignWriting. Apoio:

Projeto SignNet CNPq/ProTeM ? UCPel/PUCRS/ULBRA

Sum?rio

Apresenta??o............................................................................................................3 1. Introdu??o.............................................................................................................6 2. Minhas Palavras.................................................................................................14 3. Ponto de Vista Expressivo..................................................................................21 4. Tr?s Configura??es B?sicas de M?o..................................................................23 5. Adicionar Linhas para os Dedos.........................................................................24 6. Adicionar Dedos ao Punho Fechado..................................................................25 7. Adicionar Dedos ao Punho Aberto.....................................................................26 8. Orienta??o da Palma..........................................................................................27 9. Dez Grupos de M?os..........................................................................................40

9.1 Grupo 1..................................................................................................41

9.1 Grupo 2..................................................................................................47 9.1 Grupo 3..................................................................................................51 9.1 Grupo 4..................................................................................................55 9.1 Grupo 5..................................................................................................59 9.1 Grupo 6..................................................................................................71 9.1 Grupo 7..................................................................................................75 9.1 Grupo 8..................................................................................................77 9.1 Grupo 9..................................................................................................81 9.1 Grupo 10................................................................................................89 10. Alfabeto Manual da LIBRAS.............................................................................93 11. Seis s?mbolos de contato..................................................................................99 12. Seis s?mbolos de dedos..................................................................................108 13. O Espa?o de sinaliza??o................................................................................114 14. Movimento de para cima e para baixo............................................................118 15. Movimento para frente-para tr?s....................................................................119 16. Movimento para o lado...................................................................................120 17. Movmento da m?o esquerda..........................................................................121 18. Movimento reto para cima e para baixo..........................................................124 19. Movimento reto para frente e para tr?s .........................................................128 20. Movimento curvo para cima e para baixo.......................................................137 21. Movimento curvo para frente ou para tr?s-para cima-por cima......................141 22. Movimento curvo para frente-para tr?s-para baixo-por baixo.........................145 23. Movimento curvo para frente-para o lado-ou para tr?s-para o lado...............149 24. Movimento curvo para o lado-para frente-para o lado e para o lado-para tr?spara o lado............................................................................................................153 25. Li??es de escrita de l?ngua de sinais..............................................................157 25.1 Movimento de Eixo.............................................................................157 25.2 Movimento Circular............................................................................163 25.3 Express?o Facial................................................................................165 25.4 Corpo.................................................................................................181 25.5 Din?mica............................................................................................196

25.6 Classificadores e outras aplica??es...................................................198 25.7 Pontua??o..........................................................................................199 26. Gram?tica.......................................................................................................202

Apresenta??o.

As l?nguas de sinais utilizadas pelos surdos n?o tem uma forma de escrita aceita universalmente. Na verdade, at? recentemente n?o havia sequer a preocupa??o com a quest?o da escrita das l?nguas de sinais. Os ling?istas, ? certo, come?ando j? com Stokoe ? o pioneiro do reconhecimento do verdadeiro estatuto ling??stico das l?nguas dos surdos ? tem se preocupado a definir nota??es e formalismos para descrever sinais e sua organiza??o em frases e discursos. Mas descrever n?o ? escrever. Descrever ? escrever "sobre" alguma coisa. Escrever, ? escrever "em" uma l?ngua. Os Ling?istas escrevem sobre as l?nguas de sinais, mas quase nunca o fazem usando uma l?ngua de sinais para isso. Os formalismos e nota??es que eles utilizam nessas ocasi?es, n?o s?o express?es "de" alguma l?ngua de sinais, s?o express?es que retratam aspectos dessas l?nguas, s?o express?es "sobre" essas l?nguas. Os surdos precisam escrever nas suas l?nguas de sinais. Precisam inter cambiar atrav?s de grafismos suas express?es ling??sticas, como os ouvintes o fazem utilizando os diferentes alfabetos inventados para as diversas l?nguas orais. Todos sabem a import?ncia da inven??o da escrita para o desenvolvimento da cultura da humanidade. Os surdos e as comunidades surdas tamb?m precisam dar esse salto. Valerie Sutton, do Center for Sutton Movement Writing, ? uma especialista em sistema de escrita de movimentos. Os dois principais sistemas de representa??o de movimentos que ela desenvolveu s?o o DanceWriting (um sistema para representa??o de coreografias, aplicado ao ballet e ? dan?a em geral ) e o SignWriting ( um sistema para representa??o de gestos, aplicado ?s l?nguas de sinais). Em principio, enquanto sistema para representa??o de gestos, o SignWriting ? mais uma nota??o inventada para se escrever "sobre" l?nguas de sinais, como outras mais tradicionais h? tempos utilizadas pelos ling??sticas, e h? diversos ling?istas que come?am a publicar seus estudos utilizando esse sistema para descrever as constru??es que encontram nas l?nguas de sinais que est?o estudando. Contudo, o SignWriting tem caracter?sticas gr?ficas e esquem?ticas anal?gicas que o configuram como um sistema transparente e f?cil de aprender e manipular, coisa que n?o acontece em geral com as nota??es formal?sticas inventadas pelos ling?istas.

Por isso ele se mostra como um forte candidato a cumprir o papel que os outros sistemas de representa??o n?o conseguem cumprir com facilidade: Servir de base para um sistema de escrita de l?nguas de sinais. Isto ?, um sistema que as pessoas possam utilizar para escrever "nas" l?nguas de sinais, e n?o apenas "sobre" elas. Sabe-se claramente a dist?ncia que vai entre definir um sistema de representa??o de modo formal e arbitr?rio, para utiliza??o por um corpo restrito de especialistas interessados em um tema particular, e ter-se uma forma escrita para uma l?ngua, que seja assimilada plena mente pela comunidade que utiliza essa l?ngua. Vai entre os dois, a dist?ncia que separa uma conven??o arbitr?ria aceita por conveni?ncia pr?tica em vista de uma finalidade espec?fica, de um costume social aceito e mantido como uma tradi??o. N?o se trata, portanto, de achar que i sistema SignWriting est? inventada a forma escrita das l?nguas de sinais e que resta apenas aguardar que os pesquisadores, governantes e ling?istas que conhecem o sistema fa?am sua divulga??o, para que a quest?o da escrita da l?ngua de sinais esteja resolvida. Trata-se, antes, de reconhecer que ele pode servir de base para essa forma escrita, mas que s?o as comunidades surdas de cada pa?s (caso decidam realmente utilizar esse sistema para dar corpo ? id?ia de uma forma escrita para suas l?nguas de sinais maternas) que v?o conduzir o processo de assimila??o do sistema, processo que vai inevitavelmente introduzir modifica??es no mesmo. O projeto SignNet ? m projeto financiado pelo CNPq/ProTeM, que est? sendo utilizado em coopera??o por quatro institui??es: Escola de Inform?tica da Universidade Cat?lica de Pelotas, Museu de Ci?ncia e Tecnologia da Pontif?cia Universidade Cat?lica do Rio Grande do Sul, Faculdade de Inform?tica da Pontif?cia Universidade Cat?lica do Rio Grande do Sul e Unidade Especial Conc?rdia da Universidade Luterana do Brasil. ? um projeto de pesquisa e desenvolvimento que visa um tema espec?fico: a adapta??o das tecnologias da inform?tica (especialmente a Internet) para o processo da l?nguas de sinais, na forma escrita que elas adquirem quando se utiliza o sistema SignWriting. N?o ? um projeto de pequisa da ?rea da ling??stica, portanto. Nem um projeto da ?rea educacional. ? um projeto de cunho tecnol?gico. Mas compreende plena mente o cunho social das l?nguas de sinais, sobre que em geral os ouvintes n?o s?o bons sinalizadores e, assim, privilegia a participa??o dos surdos em sua equipe.

Mas que isso, sobre a necessidade que existe de se destinar recursos humanos e materiais para esclarecer muitos surdos e esmagadora maioria dos ouvintes sobre o verdadeiro significado e import?ncia dessas l?nguas, em particular a LIBRAS, sem falar da necessidade de recursos para apoio ao trabalho cient?fico em ling??stica de sinais. Por essa raz?o, parte dos recursos do projeto est?o destinados ? produ??o de material de divulga??o sobre as l?nguas de sinais, especialmente no que concerne ? sua escrita atrav?s do sistema SignWriting. As presentes fotoc?pias t?m por finalidade distribuir em car?ter emergencial a parte do trabalho que j? est? pronta, tendo em vista a grande quantidade de solicita??es que temos recebido, nesse sentido. Uma publica??o mais cuidadosa e acurada, contudo, ser? feita no momento oportuno.

Prof. Ant?nio Carlos da Rocha Costa Escola de Inform?tica ? UCPEL Coordenador do Projeto SignNet

Introdu??o

A escrita da l?ngua de sinais utiliza s?mbolos visuais para representar as configura??es de m?o, os movimentos, as express?es faciais e os movimentos do corpo das l?nguas de sinais. Este "alfabeto" - uma lista de s?mbolos visualmente delineados ? ? utilizado para escrever movimentos de qualquer l?ngua de sinais no mundo.

O alfabeto da escrita da l?ngua de sinais pode ser comparado a outros alfabetos que s?o usados para escrever outras l?nguas, por exemplo, o alfabeto romano. Esse alfabeto ? utilizado para escrever v?rias l?nguas faladas. No entanto, cada l?ngua pode adicionar ou subtrair alguma de seus s?mbolos. O mesmo conjunto de s?mbolos ? usado para escrever diferentes l?nguas, tais como o ingl?s, o portugu?s, o franc?s, o italiano. O alfabeto romano ? internacional, mas a escrita de cada l?nguas varia.

Isso ? exatamente o que acontece com os s?mbolos do alfabeto da escrita da l?ngua de sinais. Esse pode ser usado para escrever diferentes l?nguas de sinais, tais como a l?nguas de sinais brasileira, a l?ngua de sinais americana, a l?ngua de sinais francesa e assim por diante.

A escrita da l?ngua de sinais torna poss?vel publica??es na l?ngua de sinais: Livros, revistas, dicion?rios e literatura. Pode ser usada para ensinar sinais e a gram?tica da l?ngua de sinais para in?ciantes na l?ngua de sinais, tamb?m pode ser aplicada ao ensino de modo geral.

Desde 1974, quando a escrita da l?ngua de sinais foi inventada por uma americana, Valerie Sutton, o sistema tem sido modificado e aperfei?oado significativamente. Isso aconteceu porque mais e mais pessoas surdas, a maioria deles falantes nativos de l?nguas de sinais, sugeriram importantes mudan?as. O comit? de a??o pela escrita de l?nguas de sinais (DAC), foi fundado e mantido pelo Centro Sutton pelo Movimento de Escrita no Sul da Calif?rnia em 1988 para publicar o manual de escrita de l?ngua de sinais em ingl?s, desenvolver o programa de computador SignWriter? e determinar as regras que se aplicam a escrita.

Aqui no Brasil, a escrita da l?ngua de sinais come?ou a receber aten??o desde 1996. Os textos escritos na l?ngua de sinais brasileira come?aram a despertar o interesse de surdos e profissionais, pois representam o texto em l?nguas de sinais. Nesse sentido, a escrita apresenta possibilidades de expressar os recursos gramaticais desta l?ngua, bem como suas modula??es visuais-especiais incorporadas nos sinais e no discurso. H? tr?s formas de se escrever os sinais:

1) Escrita com o corpo inteiro: utiliza a figura completa do corpo, uma forma mais f?cil de ser entendida pelos iniciantes. Esta forma ? utilizada na Dinamarca pelas crian?as surdas, int?rpretes e familiares. Tamb?m foi utilizada para criar dicion?rios na Dinamarca. O diagrama a seguir ilustra sinais dinamarqueses escritos atrav?s de um programa chamado TegnBank desenvolvido pela ling?ista Karen Albertsen do centro Surdo de Comunica??o Total:

2) Escrita de sinais padr?o: utiliza a figura com s?mbolos tornando o sinal uma unidade visual. ? a forma considerada padr?o no uso da escrita da l?ngua de sinais que vem sendo usada nos Estados Unidos e em outros pa?ses como o Brasil. O pr?ximo exemplo comp?e do Hino Nacional Brasileiro escrito pela Marianne R. Stumpf:

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