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Episódio 2 – Podcast Busca Especial – Convidado: Maykson Assun??oJúlia: “Considero que a vida nos traz felizes encontros ao longo dela. Algumas pessoas, mesmo que n?o tenhamos convivido constantemente, podem nos impactar e nos inspirar de alguma forma. Eu trouxe um convidado que tem uma história admirável. Ele fez e faz parte da ONG Movimento Pró-Crian?a em Recife, e foi nessa organiza??o que o conheci e conheci também o seu trabalho. Ele iniciou como aluno da institui??o aos sete anos de idade e passou por diversas oficinas, aulas e projetos. Mais tarde sentiu imensa alegria ao se tornar professor e viu como isso abriu para ele novas oportunidades. Agora, aos 27 anos, Maykson Assun??o é educador social sênior do projeto Coletivo Jovem e mobilizador do projeto Recode da Microsoft. Ele é técnico em logística e produ??o e graduado em gest?o logística. E mais do que isso: hoje ele realiza o sonho de trabalhar com pessoas. E, com sua história, inspira a vida de outros jovens. Bem vindo, Maykson!”Maykson: “Muito Obrigado, Júlia. Muito obrigado pela oportunidade. Adorei o convite e espero que eu possa gerar conhecimento e inspira??o através da minha história profissional.”Júlia: “Fico muito contente e honrada de você ter topado esse convite. E assim… A gente inicia já falando que você come?ou t?o cedo. Sete anos, Maykson?! Ent?o o que é que te levou a se inserir nesse contexto das organiza??es sociais mesmo sendo t?o novo?”Maykson: “A minha imers?o ou a minha chegada, a minha entrada na área social foi como atendido da Institui??o Movimento Pró-Crian?a. Ent?o eu cheguei aos sete anos porque havia um desejo a partir de mim quanto crian?a de fazer muitas atividades, ent?o eu só tinha oportunidade de ir à escola e faltava alguma coisa porque eu brincava muito em grupo, eu tinha muito contato com crian?as. Eu usava muito da competência da lideran?a enquanto crian?a sem entender o que era lideran?a de fato, ent?o eu precisava ter mais alguma atividade complementar para que eu pudesse me sentir satisfeito e poder também experimentar o novo porque desde crian?a eu sempre tinha o desejo e a vontade de ter algo novo para desbravar ou conhecer.”Júlia: “Nesse tempo de crian?a, você lembra se já tinha uma paix?o pela educa??o? Tem alguma lembran?a marcante ou alguma experiência, por exemplo?”Maykson: “Ent?o, durante a minha constru??o vindo como crian?a, tive vários professores no Movimento Pró-Crian?a, mas foi uma professora no fundamental/ensino médio que conseguiu me inspirar nessa área profissional de sala de aula, de me enxergar enquanto professor de Língua Portuguesa. Ent?o aí partiu dessa inspira??o uma professora chamada Maria Lúcia Azevedo, na Escola Pedro Augusto, que minha vida inteira eu estudei, fui aluno de escola pública. Ent?o ela foi a primeira profissional e foi a profissional enquanto comportamento e método de sala de aula que conseguiu me inspirar e eu consegui me apaixonar pela sala de aula. Ela tinha um método e uma técnica muito boa. Ela explorava músicas da MPB para trabalhar a língua portuguesa, ela trazia essa magia de ensinar com carinho e com paix?o. Ent?o para mim ela é o maior exemplo até hoje, eu tenho outros exemplos também, mas esses exemplos chegaram depois dessa professora maravilhosa que até hoje ainda tenho um contato com ela.”Júlia: “Ai que maravilha! Eu tive um professor também que me inspirou bastante. Um professor de português, eu nunca esqueci. Eu tinha uns 10 anos de idade. S?o coisas muito marcantes. Essa tua professora te inspirou tanto que você depois acabou se tornando professor. E, antes da gente iniciar essa entrevista, eu me lembro que você falou uma frase que foi muito impactante, muito bonita: eu me descobri professor. Ent?o como foi essa descoberta?Maykson: “A descoberta enquanto professor foi a partir da experiência de aluno em sala de aula e em perceber que eu já tinha também esse contato com as crian?as e jovens e eu tinha esse punho de lideran?a, essa competência de lideran?a. Eu percebi que eles me ouviam com facilidade. Eu sabia também que eu tinha uma comunica??o limpa e objetiva. Ent?o quando eu conheci a professora, quando ela come?ou a dar aula e quando eu comecei a me identificar com aquela atividade, ela foi um ponto de inspira??o e ela foi uma mola propulsora para que eu pudesse dar início ao meu sonho, sabendo que eu precisava de alguma forma durante a minha caminhada me sacrificar de algumas coisas para que eu pudesse alcan?ar, que n?o seria fácil porque além do sacrifício teriam algumas barreiras.”Júlia: “Em 2020, a Deloitte, uma empresa referência em consultoria, assessoria e auditoria apresentou resultados sobre tendências globais de capital humano, tanto em rela??o às empresas como em rela??o à participa??o dos jovens no mercado de trabalho. Algumas das coisas que me chamaram a aten??o foi que o propósito é um dos atributos que caracterizam o que significa realmente se tornar uma empresa social no trabalho. Os jovens nascidos após 1982 e que comp?em a gera??o millennial ou gera??o Y, acreditam que é preciso dar um propósito maior ao trabalho. 75% dos jovens entrevistados globalmente e 83% da amostra brasileira, afirmaram a necessidade das empresas em se empenharem mais pelo todo, com a??es e esfor?os com resultados mais amplos a toda sociedade e n?o apenas concentrados em seus próprios negócios. Ent?o eu gostaria de ouvir o que significa propósito para você, Maykson?”Maykson: “Ent?o… pra mim o propósito é você seguir uma filosofia de vida e ter uma miss?o na sua vida, n?o é só ter apenas um objetivo. ? ter uma miss?o em que você dá início e no final você vê um resultado. E n?o necessariamente é uma atividade pragmática ou uma atividade qualquer, é uma atividade que tem uma alta relev?ncia e uma alta responsabilidade. Ent?o encaro o meu trabalho, por exemplo, no projeto coletivo jovem, como uma miss?o, como um propósito. N?o é só uma atividade remunerada, n?o é só um trabalho produtivo. ? um trabalho que resulta, que transforma vidas, que muda o modelo de vida ou a perspectiva de pensar de um jovem. Ent?o a gente traz, a gente n?o só vem com o conteúdo, a gente vem com a perspectiva de vida diferente. Ent?o é interessante frisar que o propósito da gente só vai dar certo também durante esse processo se o outro, se os jovens, se aquela outra pessoa ela tiver o interesse de mudar. Ela tiver aquela vontade de mudan?a na sua vida, ela precisa dar aquele start: “Opa! Parei! E agora vou dar um start, eu preciso mudar, eu preciso crescer, eu preciso experimentar.” Eu costumo até falar em sala de aula que a gente só pode dizer que um bolo de chocolate é ruim se a gente provar. Ent?o quando o outro, a outra chegar para você para informar, para falar alguma coisa ou dar a opini?o sobre, eu só posso comprovar através da minha experiência. Eu n?o posso levar aquilo como uma filosofia de vida minha, porque eu n?o experienciei, eu n?o experimentei aquilo.”Júlia: “Você sentiu que teve algum momento que você percebeu mesmo que era isso que você devia seguir?”Maykson: “Sim! A partir do momento que eu tive a oportunidade de trabalhar no meu primeiro emprego, que foi no Ministério Público Federal, em que eu fui estagiário de nível médio. Eu fiquei num setor de coordenadoria jurídica e ent?o trabalhava com processos, preparava dossiês, uma coisa bem fora do contexto do que eu queria trabalhar de fato, do que era meu sonho, do meu propósito. Mas foi uma experiência profissional maravilhosa, porque ali eu tive um início, eu tive o gostinho de como era ser um profissional na prática, porque independente se eu fosse ou n?o trabalhar com sala de aula, eu precisaria ser um profissional com disciplina, com dedica??o… Enfim. Ent?o lá eu tive algumas experiências que serviram de combustível. Teve várias experiências. De 100%, 95% foram experiências boas que eu levo para minha vida, pessoas maravilhosas, mas teve aqueles 5% que ainda n?o estava preparado em receber ou passar por aquela situa??o. E foi dali que eu usei aquele combustível, aqueles 5% que eu achava mega negativo, eu usei como combustível para me tornar o profissional que eu sou hoje. A partir daquelas experiências, eu disse: “N?o, é isso o que eu quero. ? isso que eu vou buscar. Pode ser n?o nas condi??es que eu penso hoje, mas eu vou buscar e eu vou conseguir.” E aí surgiu a proposta do Coletivo, que na época era Coletivo Coca-Cola. Surgiu a oportunidade de ingressar nesse projeto maravilhoso.”Júlia: “Nessa época você tinha quantos anos?”Maykson: “18”Júlia: “18 anos… Muito novo.”Maykson: “Isso! Eu tinha retornado à institui??o como voluntário. ? importante frisar também, a gente validar a import?ncia do trabalho voluntário também, que é um trabalho que n?o é remunerado, mas que ele tem, ele é de grande valia para as institui??es e para a gente também que n?o tem nenhum trabalho fixo, n?o tem um trabalho remunerado. ? muito importante porque a gente aprende e é uma oportunidade gratuita de aprender muito. Tem muita gente que fica em casa sem fazer nada e n?o pensa nessas oportunidades. Quem mora aqui no centro do Recife, na RPA 1 ou regi?o metropolitana, a gente tem várias ONGs que abrem espa?o para a gente ser voluntário. Ent?o se o jovem ou um adulto tiver esse carinho, até o idoso mesmo, que a gente tem muitas ONGs que recebem, se tiver esse carinho e esse olhar de ser um voluntário, isso n?o quer dizer que você vai parar ou deixar de buscar um emprego. N?o. Você pode continuar buscando um emprego, mas sendo um voluntário ao mesmo tempo. Você está aprendendo. Você está vivenciando outras práticas que no seu dia a dia você n?o vivencia.”Júlia: “Sim! Quando a gente fala em gest?o com pessoas, eu fiz uma especializa??o e foi muito importante perceber que o conhecimento e a habilidade a gente só aprende na prática. A gente pode com certeza adquirir muito conhecimento com livros, e é muito importante, mas na prática é que a gente vê quais s?o as nossas potencialidades, o que é que a gente pode melhorar, o que é que a gente quer também adquirir. Ent?o esse processo de descoberta no trabalho fica muito mais claro. Como você mesmo viu, a gente vê se é esse caminho que a gente quer seguir, de repente no servi?o público, que foi uma experiência que você teve, ou se você quer ir por outro caminho. E mesmo que n?o seja 100% bom, nada vai ser, a gente vai aprender com aqueles 5%. Ent?o é muito especial a sua fala, principalmente em rela??o ao voluntariado, porque fez parte também da minha vida e eu aprendi bastante com isso. Eu acho que a gente tem que falar mais sobre o voluntariado. N?o precisa preencher 100% do seu tempo com isso, claro que n?o. Pode continuar procurando emprego e pode ajudar também. Inclusive tem algumas pessoas que come?am no mercado de trabalho e pensam: “Ai, como é que eu vou preencher o meu currículo, o que é que eu posso acrescentar?”. E s?o várias experiências que você pode acrescentar no currículo, tanto experiências acadêmicas, como voluntariado, às vezes até algum projeto que você fez na sua igreja. Tem muita coisa que você pode acrescentar.”Maykson: “Isso! Porque até nessas experiências de voluntariado vocês est?o desenvolvendo competências e habilidades que vocês possuem ou que vocês n?o sabiam que tinham. E vocês est?o se tornando pessoas melhores. Ent?o se a gente tiver essa percep??o, essa ideia, a gente vai longe. E as empresas veem com bons olhos. Ent?o n?o é um ponto negativo, é um ponto positivo você ser um voluntário de alguma institui??o. Ent?o é um bom come?o para quem quer come?ar sua carreira profissional. N?o é só correr direto para uma faculdade ou correr para buscar um emprego. N?o. Vai lá ser voluntário. Deixa teu currículo prontinho. Vai lá ser voluntário de alguma institui??o. Busque alguma institui??o que você também se identifica, que é importante frisar. N?o adianta a gente ir para uma institui??o que a gente n?o se identifica com nada. Ent?o de início busque uma institui??o que trabalhe com crian?a, com jovem, com adulto, com idoso, enfim… E você come?a a trabalhar em qualquer setor e vai lá passando de setor em setor, e aprendendo, agregando conhecimento e, acima de tudo, criando networking, que é o segredo.”Júlia: “Você conectar pessoas é tudo.”Maykson: Estar conectado a pessoas te leva às oportunidades na verdade. Ent?o é interessante que você esteja realmente de fato disponível, aberto e com for?a de vontade. Nesse meio tempo aí, vimos que o mercado de trabalho n?o está contratando, a gente percebe que as empresas est?o querendo jovens com vontade de trabalhar. ?s vezes n?o é nem só um currículo adequado, uma vestimenta coerente. ? aquele jovem que tem a for?a de vontade, que está 100% disponível acima de tudo, porque quando o jovem chega no processo seletivo ele diz assim: “?… ? tarde eu n?o tenho condi??es porque eu fa?o uma outra atividade.” Poxa, se eu realmente de fato quero o emprego: “?… Eu fa?o uma atividade à tarde, mas eu estou disponível a cancelar essa atividade ou deixar essa atividade para outro momento, porque a minha prioridade agora é trabalhar nesta empresa.” Ent?o quando um empregador ele escuta isso, claro que ele vai te ouvir com os bons ouvidos. Claro que ele vai ouvir com carinho, ele vai dizer: “Poxa… A pessoa se disponibilizou totalmente para trabalhar na minha empresa, na minha organiza??o, eu quero essa pessoa com vontade de crescer, com esse brilho nos olhos, com essa gana, eu quero eles aqui porque é a renova??o do quadro de funcionários que vai também trazer o crescimento adequado para minha empresa, porque a gente sempre continuar com o mesmo quadro n?o é favorável. A gente sempre tem que dar uma renovada, fazer aquele filtro.”Júlia: “? verdade. Você falou sobre o desemprego, a taxa de desemprego entre os jovens brasileiros de 18 a 24 anos de idade ficou entre 27,1% no primeiro trimestre de 2020, bem acima da média geral de 12,2% no país no período. Este comportamento ele foi verificado nas cinco grandes regi?es, com destaque pro Nordeste, onde a estimativa foi de 34,1% de desempregados nessa faixa etária. Ent?o daí a import?ncia de investir em experiências de trabalho, mas também investir em cursos. E o Coletivo Jovem faz justamente esse trabalho. S?o cursos de curta dura??o. E eu gostaria que você falasse um pouquinho mais sobre essa qualifica??o. Qual é o trabalho do Coletivo Jovem diretamente com o que você faz?”Maykson: “?timo! A miss?o, o objetivo principal do Coletivo Jovem é capacitar o jovem para o mercado de trabalho. Ent?o a gente tem três linguagens disponíveis que s?o: comunica??o e tecnologia, marketing e vendas e produ??o de eventos. A gente vai capacitar esse jovem durante dois meses. Ele frequenta dois dias na semana, duas horas em cada aula. Ele recebe fardamento e, no término, ele recebe certificado. E o que é que tem dentro do curso enquanto módulos? A gente trabalha n?o só esses temas centrais que eu acabei de falar dos cursos, mas a gente faz uma imers?o no mercado de trabalho como um todo. Ent?o constru??o de currículo virtual e físico, tá certo? Ent?o ele vai aprender a mexer numa plataforma onde disponibiliza vagas de emprego. Ele vai ser cadastrado e ele vai acompanhar através de um aplicativo ou através do seu e-mail ou através do próprio site da . Ele vai ter simula??o de entrevista de emprego. Ele vai ter uma palhinha de como se vestir, de como se portar, qual vocabulário adequado utilizar no processo seletivo. Ele vai receber dicas de relacionamento. A gente vai falar um pouco também sobre igualdade de gênero, empoderamento feminino, direitos humanos, que é importante que o jovem tenha esse conhecimento quando ele chega dentro de uma empresa para trabalhar em equipe, porque ele n?o vai trabalhar só dentro de um setor. Aí a gente mostra essa realidade. Além disso, a gente trabalha muito a quest?o da cadeia hierárquica para que ele possa entrar dentro de uma empresa, ele precisa entender que ele precisa come?ar de baixo no sentido de experimentar o que acontece na opera??o da empresa e, conforme a sua performance, o seu desenvolvimento e o seu crescimento interno, ele vai galgando e vai chegando ao tático, ao estratégico de uma empresa, de uma organiza??o. Ent?o a gente dá esse conteúdo durante esses dois meses e o jovem já sai com essa perspectiva de buscar um novo emprego. Lembrando: a gente tem esse processo de encaminhar um jovem dependendo da sua performance no curso para alguma empresa parceira, mas também a gente fomenta que ele busque esse emprego. Além disso, além de tudo isso, a gente também trabalha um pouco sobre empreendedorismo, porque é importante frisar: tem alguns jovens que chegam com um sonho de abrir seu próprio negócio e a gente n?o pode abandonar esse sonho que é deles. Ent?o a gente traz algumas ferramentas para que eles possam desenvolver os seus negócios e, quem sabe, p?r à frente esse negócio aí. A gente tem algumas histórias de alunos que abriram seu próprio negócio, seja uma lojinha virtual através de um e-commerce no Instagram ou até um PDV físico, um ponto de venda físico, uma venda de a?aí, uma abertura de loja de roupa, uma abertura de loja de sapatos. E o interessante: a gente trabalha também com o desenvolvimento econ?mico da comunidade. Ent?o os jovens que vem da comunidade, ele abre na sua própria comunidade, ent?o aí ele faz gerar economia local. Isso também é muito importante para a gente.”Júlia: “? essencial.”Júlia: “Temas como racismo, empoderamento feminino e igualdade de gênero também fazem parte do escopo do curso. Como esses debates em sala de aula podem contribuir para o pensamento crítico desses jovens na nossa sociedade?”Maykson: “Ent?o, Júlia, falando um pouco sobre esse assunto… A gente já vem com uma dificuldade muito grande na escola e em casa. A gente já vem com essa realidade de bullying, de apelidos. “Ah, é só um apelido”, mas n?o é. ? uma agress?o disfar?ada e velada que eles trazem nessa cultura negativa, nessa cultura enraizada e que é difícil realmente de fato a gente, em dois meses, sanar. Eu até assumo: a gente n?o é mágico. Nós somos profissionais, mas a gente n?o é mágico, a gente n?o consegue sanar esse problema, mas a gente consegue amenizar e conscientizar, que é o mais importante durante esse processo, durante esse caminho, porque eles precisam entender o que eles est?o fazendo e o que acontece a partir desse comportamento. A partir desse comportamento deles, o que é que eles afetam? Eles afetam pessoas que est?o ao seu redor. Eles n?o v?o conseguir de fato ter relacionamentos saudáveis. Eles n?o v?o conseguir trabalhar em equipe, por exemplo, em uma empresa. Eles n?o v?o conseguir ter uma comunica??o ética e responsável dentro da empresa. Ent?o a gente ressalta esses temas com muita relev?ncia, com muita veracidade também. Ent?o a gente busca muito cases reais. ? importante frisar para que eles sintam realmente na pele o que é que acontece e, além da gente trazer esses assuntos de extrema relev?ncia, a gente fala de uma palavrinha que tem sete letras, mas que é muito importante: a empatia. Ent?o se o jovem chega no ambiente e ele n?o é empático com o outro ou com a outra, ele precisa ter esse olhar, ele precisa sentir o que é que acontece na prática. Claro que a gente n?o vai agir de forma contrária, sem empatia com o jovem. N?o. Mas a gente traz esses cases porque eles já v?o sentir na pele através do assistir, do ouvir e do nosso debate, da nossa mesa redonda em sala de aula o que é, o qu?o é pesado esse comportamento enraizado negativo, enquanto afeta também as rela??es e as pessoas.”Júlia: “Tem que se preocupar com a forma??o do jovem como um todo para que ele seja um cidad?o e que ele possa também saber os momentos de intervir quando ele percebe o preconceito, quando ele percebe o desrespeito, a intoler?ncia, ent?o isso é muito importante. Maykson, mas assim… Se a gente for falar sobre autoconhecimento, às vezes a gente pensa em algumas dificuldades como timidez, dificuldade de falar em público, autoestima baixa. Como é que essa participa??o em um projeto como o Coletivo Jovem ele pode ajudar os alunos a superarem isso para participarem de uma sele??o de emprego, por exemplo?”Maykson: “Através das nossas atividades de sala de aula, a gente tenta identificar através das din?micas, a gente tenta identificar e a gente consegue identificar quais s?o os jovens que têm uma alta timidez. Lembrando: a timidez é normal. O que n?o é normal é você deixar ela dominar você. ? você deixar de falar, dar sua opini?o, se posicionar, deixar de contar sua história ou suas histórias. Ent?o a gente faz muita atividade, muita din?mica e tem uma atividade que é muito interessante, que é a atividade da folhinha que a gente coloca nas costas e a gente pede pro jovem escrever nas costas do outro jovem o que é que ele acha dele. Qual é a opini?o sobre ele. Lembrando: uma forma bem carinhosa, bem interessante, que vá trazer uma reflex?o. Depois disso, o jovem tira das costas e come?a a leitura. Ent?o aí a gente já percebe o jovem que tem a autoestima baixa, que tem um autoconhecimento defasado, que n?o tem, vamos dizer assim, uma confian?a em si e n?o tem um plano de vida adequado, n?o tem essa perspectiva de futuro e, acima de tudo, n?o tem um carinho, n?o tem aquela ouvida. Ent?o através de uma pequena atividade que parece muito trivial, muito simples, a gente consegue identificar várias coisas, várias necessidades e, a partir daí, que a gente come?a a trabalhar de forma grupal, a gente trabalha em grupo e esses grupos focais a gente consegue sanar. A gente faz atividade de apresenta??o em cartolina, ent?o todo o processo de constru??o, desenho, colorir… O jovem ele fica à vontade em fazer todo esse processo e no final apresentar. A gente faz apresenta??es em slides. Eles aprendem a manusear o PowerPoint, o PPT. Ent?o, eles também apresentam em PowerPoint. A gente faz também a constru??o de spot (grava??o de voz). Ent?o eles aprendem a fazer essa apresenta??o do seu modo, mas é importante frisar: a gente n?o imp?e. Eu sinto que o jovem está se sentindo pertencente àquele ambiente. A gente entende que há um lado negativo sim porque a escola deveria ser um lugar prazeroso pros alunos, mas, por outro lado, para mim é muito recompensador que, apesar de ele n?o ter aquele ambiente na escola, ele encontra aqui. Entendeu? Ent?o aqui ele aprende, aqui ele se engaja, aqui ele se envolve. Ent?o aqui vamos dizer que é o respirar do jovem. O projeto Coletivo Jovem chega como uma ferramenta de sucesso e transforma??o do jovem hoje. N?o só de Recife, mas área metropolitana no sentido de trazer essa perspectiva. N?o é só um projeto que o aluno chega, tem uma aula e vai embora. N?o. ? um projeto que de fato a gente se envolve com a vida e com o resultado daquele jovem.”Júlia: “S?o muitos desafios que os jovens enfrentam para se firmar no mercado de trabalho e, até para construir n?o só o portfólio dele, desenvolver as habilidades e competências, mas também a gente n?o pode deixar de pensar que você está ajudando esses jovens e você também está tentando equilibrar a sua própria busca pessoal pela profissionaliza??o e educa??o. Ent?o ao mesmo tempo que você inspira e incentiva esses jovens, você também tem a sua própria busca. Ent?o, como é que você consegue equilibrar tudo isso?”Maykson: “Eu acredito que vai chegar uma fase da minha vida em que eu possa, se eu desistir durante esse caminho, eu n?o vou ser mais uma inspira??o. Eu vou ser mais um jovem que teve um início de história e deixou essa história pela metade. E, para que eu continue como um jovem que inspira outros jovens, eu preciso continuar minha história. Eu preciso buscar capacita??o, eu preciso estar conhecendo mundos que n?o s?o meus ainda, eu preciso conhecer pessoas que n?o fazem parte do meu vínculo, eu preciso aprender. Aprender é uma atividade continuada, n?o é uma atividade que você deve se estagnar ou ficar ocioso, parado sem buscá-la. Você tem que continuar. Ent?o por isso que eu acredito que ainda eu continuo sendo uma inspira??o para os jovens. E eu acredito muito que a capacita??o, a busca pelo conhecimento é uma fonte inesgotável. Você sempre vai ter informa??o diferente e eu sou um taurino curioso, ent?o eu n?o me aquieto. Eu sempre estou lendo seja qualquer tipo de página, seja qualquer tipo de página mesmo, porque se eu entrar em qualquer roda de conversa eu vou saber qual é o tema. Ent?o n?o quer dizer que aquilo eu vou levar pra minha vida, mas aquilo ali eu vou ter o conhecimento e aquele conhecimento agregado vai me fazer chegar numa pessoa que ainda n?o tem abertura comigo. Ent?o isso também pode ser uma estratégia, um método de relacionamento que eu adotei durante o meu processo de aprendizado. Um dos e que eu acho que é um dos mais assertivos. Você conhecer o mundo do outro, conhecer o mundo do jovem, do que ele gosta, do que ele ouve, do que ele come para depois você chegar e dizer: “Oxe! Acho muito legal isso” e ele tomar um choque, porque ele acha que você curte, por exemplo, uma ?dith Piaf enquanto ele está lá no Brega funk. Ent?o a gente aprende tudo e chega conversando sobre tudo e ele fica impactado, porque eu estou adentrando um mundo que é só dele, aparentemente.”Júlia: “Completamente, Maykson. Como é que esses dois mundos que aparentemente s?o t?o diferentes podem conversar, né? Eu queria saber assim se você se sente confortável para compartilhar sua história com eles? Se você tem alguma prepara??o para falar, como é que você chega?”Maykson: “Na verdade, com o jovem você n?o precisa preparar demais, você precisa ser sincero e objetivo. Se você mastigar demais com o jovem, você vai perder o jovem. Ent?o eu aprendi durante essa caminhada, nesse processo de ganha-ganha do jovem trabalhar com jovem e a gente tentar resultar, trazer números plausíveis, consideráveis, tangíveis que a gente pudesse enxergar um resultado que desse um conforto pra gente para dizer assim: “Poxa… As comunidades est?o rodando através do nosso atendimento”. Ent?o… Ou o inverso também: “o nosso projeto está rodando nas comunidades”. Ent?o eu sempre mantive esse relacionamento aberto com os jovens. Eu sempre conversei diretamente. Ent?o eu sempre, cordialmente, chego, dou bom dia, eles sentam, eles respiram, eu pergunto como foi o final de semana. A gente faz essa ouvida, essa mesa redonda. Eu ou?o primeiro qual é a necessidade e depois eu abordo a minha história. Falo da minha história, que eu venho de comunidade e venho de uma favela. Sou um jovem pobre que estudei a vida toda em escola pública e nem por isso me vitimizei. Hoje tenho um curso técnico, tenho uma gradua??o, estou partindo para uma pós gradua??o, mas baseado no pilar principal: do meu trabalho, do meu suor, da minha dedica??o, do meu esfor?o. Claro que durante a caminhada muitas pessoas me ajudaram e eu sou grato até hoje, mas se eu n?o tivesse na cabe?a, com essa ideia na verdade na cabe?a, eu ter encabe?ado essa busca pelo crescimento profissional e pessoal, eu nunca iria sair da minha realidade. N?o quer dizer que sair da sua realidade você precisa sair do seu bairro, da sua favela. ? interessante a gente frisar esse detalhe. Você pode continuar morando na sua comunidade, na sua favela e ajudar a desenvolver e melhorar aquele ambiente ali. Ent?o é basicamente isso. Por isso que eu falo que meu trabalho é uma miss?o de fato porque eu n?o saí, eu n?o precisei sair da minha favela para ter sucesso. Estou tendo sucesso dentro da minha favela, dentro da minha comunidade, dentro do meu espa?o em que me reconhe?o como morador. Ent?o isso para mim é muito importante, é isso que me traz uma relev?ncia assim enquanto pessoa que digo assim: “Nossa… Eu estou lá, moro ainda lá e a gente consegue transformar muita gente que mora também lá.” Ent?o pra mim é só motivo de felicidade e alegria. E quando eu compartilho minha história com esses jovens, eles percebem que há essa possibilidade de eles mudarem a vida deles, n?o só nessa busca da independência financeira, mas numa melhor capacita??o, porque a gente já sabe que a defasagem no ensino é muito grande. Ent?o quando a gente tem uma defasagem muito grande no ensino, a gente corre para o ?mbito de carreira profissional, porque a gente quer logo entrar no mercado de trabalho para ter o seu dinheirinho para suprir a sua pir?mide das necessidades. Ent?o é aí que a gente dá uma capacita??o de qualidade. A gente n?o é o ensino médio, a gente n?o é uma escola pública, n?o é escola particular, do governo, enfim… Mas a gente está aqui como institui??o. A gente está no sistema 5S, mas a gente disponibiliza o melhor produto na área social para jovens.”Júlia: “E, falando nisso, em crescer e fazer todo mundo crescer junto também, eu acho importante compartilhar os resultados. O Coletivo hoje cresceu tanto e tem tanta busca que eu queria que você pudesse compartilhar realmente os números do Coletivo.”Maykson: “Vamos lá! Ano de 2019, a gente conseguiu atender 592 jovens, só o meu projeto. A gente formou essa quantidade de jovem e a gente conseguiu empregar mais de 50 jovens no ano, já partindo daquela problemática em rela??o ao mercado n?o estar aquecido e estar cheio de problemas com a disponibilidade de vagas, a gente conseguiu empregar. Ent?o no ano de 2019 a gente conseguiu ser o primeiro Coletivo a mais formar no Brasil, ent?o a gente superou Pernambuco, Nordeste e Brasil e a gente conseguiu empregar mais também no ano de 2019. Ent?o a gente está como pioneiro. Ano passado a gente teve um processo de se autoconhecer enquanto educador e enquanto projeto também, porque a gente migrou. A gente saiu do presencial e foi pro online, ent?o nesse processo a gente ficou híbrido. Ent?o a gente teve um alto atendimento, a gente teve uma alta procura, a gente teve mais de 10 mil inscritos no Coletivo Jovem, a gente teve que fazer peneira, filtro para atender de forma online. Ano passado a gente conseguiu formar bastante jovens, a gente ficou em segundo lugar no Brasil de formar no formato online. Só para vocês terem uma ideia, a gente n?o estava preparado para esse formato como muitas outras institui??es n?o estavam, mas a gente se adequou. A gente trabalhando home office, dia a dia, suor a suor, e a gente conseguiu formar muitos jovens. E, atualmente, desde o ano passado de 2020 para o início desse ano, a gente conseguiu empregar 45 jovens no mercado de trabalho, que já est?o trabalhando nas empresas, tá certo? Ent?o a gente sabe que a gente tem essas problemáticas no mercado de trabalho e a gente sabe que a gente tem o problema da oferta, mas a gente também tem algumas vagas sim aparecendo. Basta a gente ter perfil e for?a de vontade para buscar. Ent?o o Coletivo é um ótimo canal para encaminhamento para processos seletivos, mas isso só depende do jovem, da sua performance em sala de aula. Ent?o se o jovem ele vem com aquela for?a de vontade, às vezes o jovem ele n?o tem conhecimento com nada, com muito problema com a escrita, com postura ao sentar, e a gente ajuda, a gente ajuda bastante e ele segue redondo pro mercado de trabalho.”Júlia: “Eu sei que nos Coelhos, você está falando desse número de jovens empregados é do Coletivo Jovem dos Coelhos, e também tem outros Coletivos espalhados na cidade e em outras comunidades também. ? importante falar sobre isso, né?. E bom… Eu queria que você pudesse compartilhar se teve alguma história, alguma coisa que você sente (dos seus alunos) que possa ser compartilhado, que você viu que teve uma transforma??o positiva que te marcou.”Maykson: “Maravilha! A gente tem 6 unidades em Pernambuco do Coletivo. A gente tem nos Coelhos, no Cabo, Coqueiral, Piedade, Vila Rica e Bongi, tá certo? Ent?o só para o pessoal ter essa informa??o, qualquer coisinha só é buscar um dos contatos do Coletivo que você vai ter acesso aos outros também porque a gente trabalha em parceria e na parceria. Sobre a história, uma história que me tocou muito foi a história de Clívia, que é uma aluna minha que ela adorava Kpop. E ela chegava na sala muito, muito, muito tímida, muito recolhida. Ela andava de uma forma bem peculiar, bem particular. E ela passou um ciclo e ela entrou na minha sala caladinha e ela come?ou a falar. Sabe aquela flor desabrochando, come?ando a se comunicar? Ent?o ela come?ou a falar, conversar com a gente e ela come?ou a interagir. Um certo dia a gente estava falando sobre música porque eu gosto muito de trazer assuntos que eles vivenciam no mundo deles, e eu trago para a sala de aula para depois emergir no conteúdo, porque eu acho isso maravilhoso. Ent?o ela falou que adorava Kpop e eu disse que eu n?o, n?o, n?o, n?o era muito interessado, n?o conhecia bem. E eu fiz uma proposta pra ela: que ela come?asse a ouvir outras coisas também além do Kpop. Ent?o ela terminou aquele ciclo, se formou e disse que queria fazer o próximo e ela fez o próximo comigo. E ela já chegou falando sobre outras músicas, de outros países, outros ritmos e eu achei aquilo mágico por quê? Porque ela estava saindo da zona de conforto dela. Ela estava experimentando coisas novas. Ent?o a gente conseguiu empregar ela durante o segundo ciclo na McDonald's, que é uma empresa que eu tiro o chapéu no sentido de oferecer a primeira oportunidade de emprego pros jovens. Ent?o quem pensa em come?ar a trabalhar, a McDonald's é uma empresa que abra?a você de fato. Enfim, ent?o ela come?ou a trabalhar lá e ela n?o largou o curso. Ela fez de tudo pra continuar as atividades. Ela continuou as atividades e na aula no módulo de empregabilidade, a partir da aula 7, ela já come?ou a se envolver mais e ela já come?ava a se reconhecer no conteúdo, porque ela já estava empregada, já estava desenvolvendo as atividades profissionais. E eu pedi pra ela dar um depoimento, e esse depoimento foi o que mais me tocou na aula porque é um depoimento que, pra mim, às vezes a gente fala tanto da nossa vida, do que a gente tem nos armários, na geladeira, no nosso guarda roupa, mas a gente esquece de agradecer. De agradecer pelo que a gente tem que é o pouco, mas é o pouco que supre já a nossa necessidade. Ent?o a Clívia chegou lá na sala como eu solicitei o depoimento, ela falou: “Eu cheguei no Coletivo toda tímida. Hoje eu trabalho na Mc, hoje eu consigo comprar um biscoito recheado porque antes eu n?o conseguia comer biscoito recheado, eu comia bolacha seca. Hoje eu consigo comprar o cuscuz em fardo. Hoje eu consegui comprar roupinha pra painho e pra mainha.” Ent?o ela, naquele momento, ela me emocionou completamente. Só de falar eu fico emocionado. Essa história para mim é assim é espetacular. Ent?o ela disse e o carinho que ela teve: “Eu consegui comprar um presente, uma roupinha pra mainha e pra painho”. Sabe essa sensibilidade de enxergar que ela pode também contribuir na vida do outro? Ent?o pra mim é muito importante a transforma??o da gente é uma transforma??o em rede, n?o uma transforma??o individual. Você tá entendendo? E semanas depois que ela concluiu o segundo ciclo, ela mandou mensagem para mim no messenger no Facebook dizendo que já está come?ando sua faculdade de nutri??o e que o próximo passo é comprar um notebook e sua impressora. Ent?o pra mim aí foi na hora que eu fechei minha porta e come?ava a jorrar lágrimas nos meus olhos. Eu chorava parecia uma crian?a que alguém tinha roubado o doce, chorava e chorava desesperadamente. E, depois quando os funcionários, meus colegas de trabalho me viram me perguntaram: “Por que tu tá assim?”, ai eu falei: “N?o… Foi por causa dessa mensagem”. Quando eu mostrava, a outra pessoa também se emocionava. Ent?o pra você ver que até emo??o é compartilhada, a emo??o dos resultados é compartilhada e é importante a gente dividir isso. Como eu te falei no início, a gente transforma em rede às vezes sem a gente perceber, é algo imperceptível. A gente só tem ideia da dimens?o disso quando a gente ouve esse depoimento. E o melhor de tudo s?o os alunos que estavam naquele dia do depoimento dela, que todos ficaram impactados e a maioria desses jovens hoje est?o trabalhando. Ent?o assim pra mim é muito importante. Cada depoimento que chega aqui é uma fala individual. N?o é o trabalho de Maykson à frente do Coletivo Jovem, mas é um trabalho em equipe, é um trabalho colaborativo.”Júlia: “Mas eu espero, Maykson, que você também tenha escutado Kpop, né? Pra ter essa troca…”Maykson: “Eu escutei, eu escutei, eu escutei Kpop…”Júlia: “S?o coisas que parecem t?o fora de tudo o que a gente convive e aí quando a gente para pra escutar… Eu também adorei quando escutei Kpop. ? bem diferente, mas é um pop bem legal. Mas é importante quando a gente fala em compartilhar também os gostos. Ela teve essa coragem até de compartilhar com as outras pessoas. Mas ela também ouviu você. Ela foi atrás. Ent?o é muito importante quando a gente consegue compartilhar os gostos e também estar preparado para outras coisas.”Maykson: “Isso! E, acima de tudo, além de você estar aberto, você entender que você é protagonista da sua história. Independente de qualquer coisa que aconte?a na sua vida, você n?o buscar se vitimizar é muito importante para que você possa alcan?ar seus objetivos futuros. Você pode dar seu depoimento sim, dizer que aquilo existiu e, de certa forma, pode até existir de forma velada algumas coisas, mas que você n?o vai se abalar por isso e que você vai buscar o seu melhor. Ent?o quando ela entendeu que ela era a protagonista da história dela, a garota voou e é isso, a ideia é essa mesmo: é n?o deixar o jovem se perder nesse processo de reconhecimento, de descoberta. ? fazer ele enxergar como coruja e n?o um cavalo nas estribeiras, sabe? ? a gente trazer esse protagonismo ou fazer desabrochar, e ele manter. ? muito importante também quando a gente fala de mercado de trabalho que a gente diz assim: “Você tem dois desafios: primeiro é conseguir um emprego; o segundo é manter ele” Ent?o se você n?o consegue manter um emprego, é porque alguma coisa está errada. Ent?o pare pra se reavaliar, se avaliar, identificando o que está errando para você poder você recome?ar.”Júlia: “Queria mandar um beijo pra Clívia também que permitiu que fosse disponibilizada essa história também. Beijo, Clívia, obrigada! Bom… Já que a gente está chegando ao final, eu te pergunto se tem alguma indica??o de série, livro, filme… Alguma coisa que te impactou?”Maykson: “Tem um filme que pra mim é um filme muito gostoso de se assistir pela história, pelo contexto, que é “O Estagiário”. Que é o filme que eu me identifico enquanto profissional falando sobre quest?es profissionais e que é um filme leve, que n?o traz uma frustra??o grande ou uma tens?o grande. N?o. Tem todo um enredo coerente e que é possível você ser um profissional. Ent?o se você se espelhar nessa história, se você se empenhar, você consegue alcan?ar seu objetivo, seja na sua faculdade, seja no seu emprego, seja manter esse emprego, seja mudar a sua carreira, porque é importante também. ?s vezes a gente n?o se identifica com aquilo e a gente quer mudar. E é importante mudar e é normal mudar. N?o é uma coisa fora do comum, você n?o vai se tornar um monstro ou uma monstra por conta disso. Mudar é vida, mudar é importante, mas se prepare para a mudan?a, que é importante também falar que esse lado emocional a gente precisa trabalhar também. A gente n?o pode esquecer do nosso lado emocional e a gente n?o se culpar por tomar decis?es que vai ser melhor para a gente. Se a gente tiver isso, a gente vai longe, além do… Bote isso na cabe?a de vocês pra tudo: “? a prática que traz a excelência. Se você n?o pratica, você nunca vai chegar na excelência.” Quer escrever um bom texto? Treine escrever um bom texto. Toda vez que você for escrever, pense que você está escrevendo o melhor texto, apesar que está errado a vírgula, o ponto, mas pense que você está escrevendo o melhor texto, porque quando você chegar na décima ou na quinquagésima, você vai chegar no melhor texto que você queria ter escrito lá naquela primeira tentativa. Ent?o pratique. O segredo é praticar para a gente chegar nessa excelência.”Júlia: “Quando você falou de mudan?a me veio aquela frase que: “A mudan?a é a única coisa constante na vida.” Ent?o a gente n?o pode se acomodar. O filme “O Estagiário”, sem dar spoiler nem nada, mas ele é com Robert De Niro e com a Anne Hathaway. Ele está disponível na Netflix no momento que estou falando agora, tá? Ent?o n?o sei se quando a gente lan?ar o podcast ele ainda vai estar disponível, mas é um filme excelente realmente. A gente vê dois personagens dando essa mudan?a na vida e aprendendo muito um com o outro.”Maykson: “E de forma diferente, n?o é? A gente vê um senhor que já tinha uma experiência profissional e que passou vários anos de sua vida numa empresa, e a gente tem uma mo?a que está atualmente trabalhando e liderando uma equipe, mas que ela está perdida na lideran?a dela. E ele chega e consegue arrumar da forma dele a casa, mas isso lembrando: trabalhando juntos.Júlia: “Exatamente! Ent?o, Maykson, deixa aqui a tua indica??o das redes sociais, dos lugares que você trabalha e também compartilha o que você quiser, tá? Esse é o momento que fica livre.”Maykson: “Maravilha! Ent?o vamos chegando no momento @, né? Ent?o vamos lá: vocês podem seguir o @procrianca, que é a nossa institui??o, o @institutococacolabrasil, a @solarcocacola e o meu Instagram que é @mayksonassuncao. E também vocês podem me seguir no LinkedIn que é Maykson Assun??o, é só digitar lá. Vocês v?o me encontrar e a gente pode bater um papo, conversar e até se tornar amigos de rede e fortalecer o nosso networking. Fiquem à vontade. Adorei compartilhar a minha história e a história do meu projeto com vocês, e vamos para as próximas oportunidades.”Júlia: “Maravilha! E se a pessoa tiver interesse, Maykson, em fazer parte do coletivo, em fazer o curso, como ele deve fazer?”Maykson: “Ent?o quem tiver interesse em participar do Coletivo Jovem é só entrar em contato no número (81) 98431-1529 e falar diretamente comigo Maykson Assun??o. Estarei atendendo de segunda à sexta feira de 8 até às 5h da tarde (17h). Fiquem à vontade. Estamos literalmente disponíveis para atender vocês.”Júlia: “Maravilha! O DDD é 81 e esse é o número que vai diretamente para unidade dos Coelhos.”Maykson: “Qualquer outra unidade a gente pode direcionar através do meu contato, ent?o n?o tem problema. Entre com o meu, ele serve como uma central.”Júlia: “Maravilha! Muito obrigada, Maykson. Foi um prazer ter você aqui. Foi uma escolha muito acertada. Sempre admirei o seu trabalho. A gente trabalhou junto ali por dois anos na mesma institui??o que eu estive, no Movimento Pró-Crian?a. E sempre admirei você, o seu trabalho e eu fico muito feliz que você tenha aceitado o convite. Obrigada!”Maykson: “Eu que agrade?o, Júlia, o contato e a oportunidade. E a admira??o, ela é igualitária, ent?o nem… A gente tem, que falar, a gente se admira enquanto dois jovens em potenciais que buscam melhorar a vida de outras pessoas através do social, ent?o para mim é uma baita de uma oportunidade e eu estou muito feliz. Apesar de estar de férias, mas parar minhas férias para poder atender essa solicita??o, pra mim foi muito bom. Obrigado a você e a toda equipe, né? Maria Júlia, a Deborah também… ? uma equipe maravilhosa.”Júlia: “Sim! A gente n?o pode deixar de falar das nossas voluntárias também aqui que participaram. Muito obrigada.”Júlia: Este Podcast é um projeto da Clínica de Psicologia Busca Especial, ele é feito com a colabora??o de voluntárias e voluntários com o objetivo de levar informa??o segura e atualizada sobre o universo da educa??o e da psicologia. Fazemos especialmente para você que busca sempre aprender um pouco mais. A transcri??o é disponibilizada no nosso site . Se você gostou deste episódio, segue o nosso perfil aqui no streaming, nas nossas redes sociais, é @buscaespecial, tá? E compartilha com quem você sabe que vai adorar comentar sobre os episódios com você! ................
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