Trilhando o ritmo sertanejo - FEUSP/CNPq
Trilhando o ritmo sertanejo
Dayane Maria de Oliveira Portapila E.E. Samuel Klabin
O contexto A Escola Estadual Samuel Klabin se localiza na regi?o centro-oeste de S?o Paulo.
Situada na fronteira entre um bairro popular e um condom?nio de alto padr?o. Pela manh? oferece o Ciclo II do Ensino Fundamental (6? ao 9? ano) e ? tarde s?o os alunos do Ciclo I (1? ao 5? ano).
A escola possui nove salas de aula, sendo que apenas oito est?o em uso, laborat?rio de inform?tica, sala de leitura, uma quadra poliesportiva, tr?s salas para a diretoria e uma sala para os professores. Tanto o laborat?rio de inform?tica, quanto a sala de leitura n?o estavam acess?veis ao uso dos professores ou alunos durante a realiza??o do projeto. Os espa?os poss?veis de serem utilizados eram a quadra, uma sala vazia, p?tio e a sala de v?deo. A escola possu?a cordas, petecas e algumas bolas.
Nas proximidades, os espa?os para brincar s?o um terreno para jogar futebol; uma pra?a com quadra e aparelhos de gin?stica, um parque com brinquedos no condom?nio nobre perto do bairro e uma quadra aberta a popula??o local. Al?m disso, algumas crian?as relataram que frequentam institui??es no contraturno: Associa??o Brasil It?lia, Centro de Crian?as e Adolescentes, Centro Educacional Unificado Butant?, Centro Educacional Unificado Vila Atl?ntica, Centro da Juventude (CJ) e a Escolinha de Futebol do Corinthians.
E agora, qual pr?tica corporal? O projeto ocorreu com tr?s turmas dos 4?anos. Com o intuito de selecionar a pr?tica
corporal a ser tematizada, os alunos, organizados em pequenos grupos, fizeram recortes, colaram em cartazes e apresentaram ? turma, o que eles acreditavam que seria poss?vel realizar nas aulas de Educa??o F?sica.
Na medida em que as crian?as mencionavam as pr?ticas corporais, n?s as classific?vamos em lutas, brincadeiras, gin?sticas, dan?as e esportes variados, registrandoas na lousa.
Na sequ?ncia, fizemos um cartaz com todos esses temas e as crian?as sinalizaram aquele que gostariam de estudar. Nos grupos em que predominavam as meninas, a dan?a ganhou destaque. Como nos semestres anteriores hav?amos tematizado brincadeiras e esportes culturalmente significados como masculinos, seguindo o princ?pio da justi?a curricular definimos que tematizar?amos a dan?a.
Agora, vamos dan?ar o qu?? Para escolhermos o estilo, convidamos os alunos a gravarem e trazerem ? escola as
m?sicas que conheciam. Promovemos algumas viv?ncias de pop, pop rock, sertanejo, pagode, samba, funk e rock. O sertanejo foi mencionado em todas as turmas, provavelmente devido ? sua dissemina??o nas m?dias. Durante as viv?ncias alguns dan?avam, mas a maioria n?o se sentia confort?vel neste primeiro momento com a dan?a.
No decorrer do projeto, apesar da resist?ncia de alguns que chutavam e empurravam, a participa??o nas viv?ncias cresceu.
Em fun??o das curiosidades que surgiram a respeito do sertanejo, propusemos a elabora??o de um roteiro em fun??o dos seus interesses.
De tudo o que apareceu, conversamos e chegamos ?s quest?es principais: onde surgiu o sertanejo? Por que ? t?o presente na m?dia? Por que n?o se questiona como a mulher ? vista? Por que o sertanejo ? aceito e o funk n?o, j? que h? letras id?nticas e o que muda ? o ritmo? Para promover as discuss?es, organizamos a assist?ncia a v?deos que mostram como a dan?a sertaneja se constituiu hist?rica e socialmente, al?m de suas transforma??es.
Uma das hist?rias narra sua origem em Tiet? (SP), com Corn?lio Pires, e vai se tornando um produto comercial, as contribui??es dos cantores e duplas. Fala dos enredos/sentimentos das m?sicas e de suas influ?ncias (mexicana, dos rodeios e do markenting), da mudan?a do eixo agr?rio para o urbano, dos efeitos da globaliza??o sobre as culturas locais.
O outro v?deo apresentava a m?sica sertaneja como um arm?rio e a m?sica caipira como uma gaveta, que surgiu a partir da viola que os padres jesu?tas utilizavam para atrair os ?ndios. A m?sica sertaneja surge no sudeste do pa?s, partindo de S?o Paulo, passando por Minas e Goi?s e se misturando ?s m?sicas nordestinas. Questiona a vis?o rom?ntica da forma??o de duplas na ro?a, que aprendiam com seus familiares. Expandiu-se com o Chit?ozinho & Xoror?, influenciados pela m?sica paraguaia, e a comercializa??o dos seus produtos at? as suas atuais vers?es.
Os v?deos estimularam discuss?es interessantes e permitiram responder algumas das perguntas do roteiro e enveredaram por outros conte?dos como a vida dos cantores, das duplas sertanejas, as m?sicas conhecidas, a quest?o de g?nero, que homens e mulheres podem cantar e gays e l?sbicas tamb?m.
Mas a resist?ncia em rela??o ?s viv?ncias prosseguia; "tem sanfonas e berrantes no s?tio do meu av?, meu pai gosta de sertanejo, mas eu n?o". Enquanto isso, outros alunos traziam
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