AS MARCAS DE PLURALIDADE E SUAS MANIFESTACOES NA MUSICA ...

AS MARCAS DE PLURALIDADE E SUAS MANIFESTA??ES NA M?SICA

SERTANEJA

Driele Chiquini de Freitas?; Prof. Dr. Antonio Walter Ribeiro de Barros Junior?

?Graduando do 3? ano de Letras e membro do Grupo de Pesquisa: L¨ªngua e Literatura e Professor do Centro de

Humanas da Universidade do Sagrado Cora??o (USC); ?Vice L¨ªder do Grupo de Pesquisa: L¨ªngua e Literatura e

Professor do Centro de Humanas da Universidade do Sagrado Cora??o (USC)

RESUMO

Atrav¨¦s desta pesquisa ser¨¢ desenvolvido um estudo aprofundado sobre a liga??o entre

a pluralidade nas m¨²sicas sertanejas e o preconceito lingu¨ªstico, dois elementos que est?o

cada vez mais interligados. Para pensar em pluralidade, deve-se relacion¨¢-la abertamente a

plural, quando h¨¢ mais de um objeto e na diversidade em geral. O preconceito lingu¨ªstico

tende-se como julgamento depreciativo contra determinadas variedades lingu¨ªsticas. Dessa

forma, quando ocorre a jun??o dos dois, ¨¦ poss¨ªvel fazer um estudo da concord?ncia verbal

nas m¨²sicas. Atrav¨¦s do estudo do n¨ªvel sint¨¢tico das letras das can??es ¨¦ poss¨ªvel notar como

a pluralidade ¨¦ aceita no meio musical e ao pronunciar essas falas no cotidiano ¨¦ ditado como

algo incorreto. Com esta pesquisa, busca-se delimitar as influ¨ºncias diretas que as m¨²sicas

causam na pluralidade e no preconceito lingu¨ªstico h¨¢ anos.

Palavras-chave: Sociolingu¨ªstica. Pluralidade. Preconceito-Lingu¨ªstico. Concord?ncia

Verbal. M¨²sica Sertaneja. Cultura Brasileira

INTRODU??O

Com o aumento das m¨²sicas sertanejas nos ¨²ltimos anos, devido o surgimento de

novos cantores de sertanejos raiz e universit¨¢rio, notamos cada vez mais uma linguagem

coloquial e com elementos de pluralidade, desde m¨²sicas como Telefone Mudo (Trio Parada

Dura), Ref¨¦m (Gusttavo Lima), Cuida Bem Dela (Henrique Juliano), entre outros.

As m¨²sicas sertanejo raiz serviram e ainda servem como inspira??o para a cria??o das

novas can??es que est?o surgindo, nomeadas como sertanejo universit¨¢rio. Nota-se essa

grande influ¨ºncia, devido os temas retratados nas m¨²sicas serem parecidos e a linguagem

abordada nas letras - tanto o n¨ªvel fonol¨®gico quando o n¨ªvel sint¨¢tico.

Contudo, observa-se que o preconceito existe na pluralidade falada e n?o cantada. O

preconceito lingu¨ªstico ¨¦ muito not¨¢vel no dia a dia, principalmente na internet. Quando uma

m¨²sica faz sucesso, as pessoas cantam a letra estando errada ou n?o, indiferente para elas,

mas se algu¨¦m pronunciar algumas dessas falas no cotidiano ¨¦ visto como algu¨¦m inferior ou

que n?o tem capacidade de formular frases corretas. Tarallo (1985, p. 5) em seu livro ¡°A

pesquisa sociolingu¨ªstica¡±, adverte sobre a import?ncia das palavras iniciais, em como a

batalha come?a, simplesmente pelo fato de haver v¨¢rias maneiras em como pronunciar certa

palavra ou express?o. Ou seja, n?o h¨¢ maneira errada de falar, apenas diferente. Diante da

gram¨¢tica normativa, o erro mais comum nas m¨²sicas sertanejas ¨¦ sobre a quest?o da

concord?ncia verbal (n¨ªvel sint¨¢tico).

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A pluralidade exerce, como uma caracter¨ªstica forte sobre as m¨²sicas sertanejas, por

serem escritas por pessoas consideradas de baixo n¨ªvel de escolaridade, principalmente o

sertanejo raiz. E tamb¨¦m, pelo ?mbito social - interior, s¨ªtio, fazenda e afins - faz com que as

pessoas aceitam o modo de foi e ainda ¨¦ escrito. Pessoas de todas as idades ouvem esse estilo

musical que ¨¦ considerada como marca registrada do Brasil.

Por¨¦m, a partir do momento que as pessoas utilizam os termos das m¨²sicas para

dialogar, surge o preconceito, pois as descriminam como pessoas sem estudo. Bagno (2015, p.

78) em seu livro Preconceito Lingu¨ªstico descreve oito mitos do pr¨®prio preconceito

lingu¨ªstico, para justificar a asser??o acima ¨¦ poss¨ªvel descrever o mito n¨²mero 8: ¡°? preciso

saber a gram¨¢tica para falar e escrever bem¡±, o qual, relata:

O que aconteceu, ao longo do tempo, foi uma invers?o da realidade hist¨®rica. As

gram¨¢ticas foram escritas precisamente para descrever e fixas como ¡°regras e

padr?es¡± as manifesta??es lingu¨ªsticas usadas espontaneamente pelos escritores

considerados dignos de admira??o, modelo a ser imitados. Ou seja, a gram¨¢tica

normativa ¨¦ decorr¨ºncia da l¨ªngua [...] Como a gram¨¢tica, por¨¦m, passou a ser

instrumento de poder de controle social, de exclus?o cultural, surgiu essa concep??o

de que os falantes e escritores da l¨ªngua e que precisam da gram¨¢tica, como se fosse

uma esp¨¦cie de fonte m¨ªstica invis¨ªvel da qual emana a l¨ªngua ¡°bonita, correta e

pura.¡± (BAGNO 2015, p. 78)

As pessoas sabem o que a outra est¨¢ manifestando, mas, a discrimina mesmo

entendendo o contexto da conversa por terem um di¨¢logo diferente do convencional. No livro

Por que (n?o) ensinar gram¨¢tica na escola, de Possenti (1996, p. 17), revela-se que a tese de

n?o ensinar o dom¨ªnio do dialeto padr?o dos alunos que conhecem/usam os dialetos n?o

padr?o ¨¦ uma forma de preconceito, pois dificulta a aprendizagem da forma padr?o.

Hoje o professor de l¨ªngua deve estar ciente como as m¨²sicas influenciam no

desenvolvimento educacional dos alunos, deve analisar as letras como um meio de

comunica??o entre os jovens. Desta forma, o educador tem que repensar o modo de como

explora o mundo adolescente e como aborda o tema em rela??o ¨¤s m¨²sicas, complementando

essa linha de pensamento, Silva & Moura (2010, p. 75) escreve em seu cap¨ªtulo ¡°A l¨ªngua

popular tem raz?es que os gram¨¢ticos desconhecem¡±, no livro Direito ¨¤ Fala, sobre os

gram¨¢ticos tradicionais, os quais entendem que seu papel ¨¦ valorizar a variedade lingu¨ªstica,

pois estaria mais pr¨®xima de seu pensamento, mas a variedade ¨¦ um instrumento male¨¢vel e

como a cultura de um povo ¨¦ moldada fundamentalmente pela l¨ªngua, a posi??o desses

gram¨¢ticos ¨¦ que ¨¦ preciso escolher corretamente a forma de express?o dessa cultura.

Os PCNs destacam o uso da pluralidade na L¨ªngua Portuguesa. Seguindo estas

dire??es, conclui que a linguagem coloquial est¨¢ inclusa cada dia mais no mundo jovem, mas

ao mesmo tempo ao ser utilizada gera o preconceito lingu¨ªstico.

OBJETIVOS

Realizar uma an¨¢lise sobre a pluralidade nas m¨²sicas sertanejas e contextualizar com a

sociolingu¨ªstica.

Analisar a pluralidade nas m¨²sicas sertanejas;

Identificar erros de concord?ncia verbal das letras selecionadas;

Analisar os fatos sociolingu¨ªsticos do objeto selecionado;

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Produzir uma asser??o sobre o tema abordado, atrav¨¦s dos materiais estudados.

METODOLOGIA

Para este trabalho, estamos realizando uma pesquisa bibliogr¨¢fica para a comprova??o

te¨®rica. A partir das leituras ser?o escolhidas algumas letras de m¨²sicas (sertanejo

universit¨¢rio e raiz) para serem analisadas. Posteriormente ser¨¢ observado o efeito

sociolingu¨ªstico enfoque no preconceito lingu¨ªstico, e ser¨¢ desenvolvido um m¨¦todo de

trabalhar esse assunto no mundo dos adolescentes.

RESULTADOS PARCIAIS

Como produ??o de trabalhos na disciplina em regime especial Cultura Brasileira,

desenvolvemos o tema deste projeto apresentando como seguimentos as pluralidades e

manifesta??es das m¨²sicas sertanejas, sendo elas importantes para a nossa cultura, fruto da

caracteriza??o da miscigena??o da cultura brasileira. Primeiramente realizamos a pesquisa

bibliogr¨¢fica para a fundamenta??o te¨®rica do pr¨¦-projeto, bem como a sele??o e an¨¢lises das

letras de m¨²sicas sertanejas, tanto ra¨ªz quanto universit¨¢rio, a fim de, determinar os efeitos

sociolingu¨ªsticos das m¨²sicas para a popula??o, bem como, o preconceito lingu¨ªstico gerado

pelas mesmas.

CONCLUS?ES

Os resultados alcan?ados at¨¦ o momento foi ¨¤ pr¨®pria fundamenta??o te¨®rica referente

¨¤ sociolingu¨ªstica, precisamente, no preconceito lingu¨ªstico.

Foram encontrados artigos sobre o preconceito lingu¨ªstico e sua import?ncia para a

cultura brasileira, relacionando com o cotidiano da cultura caipira, bem como, sua relev?ncia

para as m¨²sicas sertanejas.

Analisou-se, at¨¦ este momento na pesquisa do pr¨¦-projeto, as leituras de gram¨¢ticas da

forma padr?o, bem como, do portugu¨ºs brasileiro, com a finalidade de buscar as compara??es

entre a sociolingu¨ªstica, a fim de, defender a norma informal do portugu¨ºs, atrav¨¦s de m¨²sicas

sertanejas, com a norma padr?o da l¨ªngua portuguesa, evidenciando a presen?a do preconceito

lingu¨ªstico.

REFER?NCIAS

BAGNO, Marcos. Preconceito Lingu¨ªstico: O que ¨¦, como se faz. 56. ed. S?o Paulo:

Par¨¢bola, 2015. 352 p.

POSSENTI, S¨ªrio. Por que (n?o) ensinar gram¨¢tica na escola. S?o Paulo: Mercado de

Letras, 1996. 96 p.

BORTONI-RICARDO; MARIS, Stella. Manual de Sociolingu¨ªstica. S?o Paulo: Contexto,

2014. 192 p.

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TARALLO, Fernando. A Pesquisa Sociolingu¨ªstica. 8. ed. S?o Paulo: ?tica, 2007. 96 p.

SILVA, F¨¢bio Lopes da; MOURA, Haronides Maur¨ªlio de Melo. Direito ¨¤ Fala: A quest?o

do preconceito lingu¨ªstico. S?o Paulo: Insular, 2000. 127 p.

MEC, Equipe do. PCN: Par?metros Curriculares Nacionais. Bras¨ªlia: De&a Editora, 2000.

150 p.

BECHARA, Evanildo. Moderna Gram¨¢tica Portuguesa. 38. ed. S?o Paulo: Nova Fronteira,

2015. 696 p.

CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gram¨¢tica do Portugu¨ºs Contempor?neo. 6. ed.

S?o Paulo: Lexicon, 2013. 800 p.

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