Kolonie-Zeitung, uma história - Universidade Federal do ...



Kolonie-Zeitung, uma história

A viagem pelas oito décadas do primeiro jornal alemão de Santa Catarina

Categoria: Grande Reportagem

Suporte: Texto e fotos

Semestre: 2004/1

Lilian Mann dos Santos

Trabalho apresentado no Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito parcial para a conclusão do Curso, sob a orientação do Prof. Francisco José Castilhos Karam.

Florianópolis, julho de 2004.

Apresentação

A história dos 80 anos do Kolonie-Zeitung (Jornal da Colônia) não termina em si mesma, necessitando de uma série de outros fatos jornalísticos e históricos para ser contada. O jornal esteve presente em diferentes épocas: fez parte da Monarquia e da República; enfrentou repressões governamentais e ideológicas; registrou e presenciou acontecimentos políticos, sociais e econômicos; teve cinco editores diferentes e, principalmente, sobreviveu às dificuldades de sua fundação. Os imigrantes alemães, recém-chegados às terras brasileiras e alojados na pequena Colônia Dona Francisca, atual cidade de Joinville, naquele momento, não poderiam imaginar que a publicação criada por um deles contribuiria para o desenvolvimento local e seria essencial à imprensa estrangeira em Santa Catarina. Mesmo com tantos desafios, os editores mantiveram ao longo dos anos a seriedade jornalística da publicação, relatando os fatos e criando um veículo de comunicação preocupado em informar aos leitores os acontecimentos locais e mundiais.

Nesta trajetória de oito décadas há muitas curiosidades e “mistérios” que marcaram a vida útil do periódico, bem como alguns dados relevantes que aqui mereceram destaque. A razão das cinco trocas de nome pelas quais o jornal passou é uma delas e as causas que levaram ao seu fechamento é outra. A visão que o povo tinha do jornal; os anúncios; a disposição das matérias; a relevância atribuída a determinados assuntos; as brigas via jornal; os anúncios enigmáticos, jamais entendidos por um leitor que não estivesse a par da situação; a preocupação com a isenção política dentre tantas outras coisas, ajudaram a construir a publicação.

O Colonie-Zeitung (Jornal da Colônia), o Kolonie-Zeitung, o Actualidade (Atualidade) e o Correio Dona Francisca são partes de uma mesma obra, um único jornal que aceitou as mudanças para se adaptar ao contexto político de cada época e continuar servindo aos leitores, os quais sabiam tratar-se da mesma publicação. Sobre estas alterações de nome é que se estruturou o trabalho, dividindo-o em cinco fases e descrevendo os acontecimentos mais importantes de cada uma delas, respeitando a limitação de material encontrado e o difícil acesso a um periódico tão antigo e pouco estudado pelos pesquisadores. Aliado a esta estrutura, também se deu ênfase à história da colonização alemã em Santa Catarina, ao surgimento da imprensa brasileira e aos principais jornais de língua estrangeira que foram fundados no Estado catarinense.

Ottokar Döerfell, o fundador

Ottokar Döerffel nasceu a 24 de março de 1818, na cidade de Glauchau, Saxônia, onde seu pai trabalhava como registrador da Câmara do Principado. Em novembro de 1846 casou-se com Ida Günter, emigrando para o Brasil em razão do envolvimento nos Movimentos Revolucionários de 1848, que lutavam pela unificação da Alemanha.

(...) a despedida da velha pátria alemã não foi das mais penosas – com recordações que me vinham acompanhando e (...) encontro-me graças a Deus, até agora, sempre bem e sob todos os aspectos, melhor do que estivesse em Glauchau. O trabalho corporal me agrada, evidentemente melhor do que remexer nos autos do processo, mesmo que as mãos tenham ficado um pouco mais calosas (Cartas de Ottokar Dörffel – Livro Dona Francisca, Hansa e Blumenau).

Ottokar Döerffel chegou na Colônia Dona Francisca - atual cidade de Joinville - aos 36 anos, em 20 de novembro de 1854. Ali se estabeleceu e por 50 anos ajudou a construir a história local, atuando como jornalista, cronista e matemático.

O livro Joinville os pioneiros: documentos e história – 1851 a 1866, traz a tradução da carta de Ottokar Döerffel explicando porque preferiu vir para o Brasil, ao invés de emigrar aos Estados Unidos. Em Dona Francisca tomou posse como contador e tesoureiro na Direção da Colônia a 31 de maio de 1858. Foi também vereador, terceiro prefeito de Joinville, presidente da Câmara Municipal, primeiro cônsul honorário e teve importante atuação na fundação da Colônia Agrícola de São Bento do Sul. Para a historiadora Elly Herkenhoff, Ottokar foi grande estimulador da vida social e cultural de Joinville. Atualmente, uma importante rua de Joinville, na entrada da cidade, leva o nome de Ottokar Döerffel.

No Brasil, Ottokar ficou por 50 anos à frente da Loja Maçônica Amizade do Cruzeiro do Sul, da qual foi Grão-Mestre e membro de destaque. Atualmente o seu retrato encontra-se emoldurado nesta Loja e na Loja Luz e Verdade III. Todos os anos, no dia de finados, as duas Instituições Maçônicas levam ao seu túmulo uma coroa de flores.

Numa área nobre do centro de Joinville, na Rua 15 de Novembro, Ottokar, há mais de um século, construiu sua residência. A casa abriga hoje o Museu de Arte de Joinville e devido a sua aparência luxuosa recebe o título de Castelinho (Schloesschen).

Em Dona Francisca Ottokar defendia uma política voltada ao progresso da cidade, sendo liderança num povoado minúsculo, desabitado e quase entregue ao abandono. O burgomestre alemão era um dos mais esclarecidos habitantes da Colônia, com notável influência e disposto a lutar por melhores condições de vida dos imigrantes que ali chegavam.

Como jornalista, sua grande obra foi fundar o Colonie-Zeitung (Jornal da Colônia), que desde 20 de dezembro de 1862 circulou por quase 80 anos, levando à Joinville e a outras regiões do Estado os acontecimentos do Brasil e do mundo. Consagrado como uma das figuras exponenciais da imprensa joinvillense, Döerffel também escreveu três livros importantes para a história da Colônia Dona Francisca.

Primeira Fase – 20 de dezembro de 1862 a 26 de dezembro de 1868

Colonie-Zeitung: os primeiros seis anos

A história do Colonie-Zeitung (Jornal da Colônia) poderia ter sido escrita a partir de 1858, quando o Navio Francisca deixou o Porto de Hamburgo. O prelo manual completo, trazido para a fundação do jornal, jamais chegaria a seu destino. A encomenda para a tipografia do Colonie repousa até hoje nas águas de São Francisco do Sul. O naufrágio levou ao fundo do mar todas as mercadorias e a esperança de Ottokar Döerffel, fundador do Colonie-Zeitung, de lançar a sua publicação na data prevista. A nova prensa do jornal só foi conseguida através da influência do embaixador suíço J. J. Tschudi junto aos órgãos do governo brasileiro, que liberaram recursos para a instalação de uma outra oficina tipográfica.

Primórdios - A imprensa de Joinville foi criada em 1852, vinte meses depois de chegar a primeira leva de imigrantes ao local e pouco mais de um ano após a fundação da Colônia Dona Francisca, ocorrida em março de 1851. A chamada “imprensa da imigração” foi formada em alguns locais de Santa Catarina colonizados por imigrantes alemães, italianos, húngaros, etc., que deixaram suas terras em busca de melhores condições de vida no sul do país. Na dissertação Perfil da pequena imprensa em Santa Catarina, percebe-se que estes jornais da imigração divulgavam técnicas agrícolas, informações e orientações sobre a melhor forma do imigrante adaptar-se à nova terra, além dos acontecimentos ocorridos na Europa.

Um imigrante prussiano, com perfil universitário e político, trouxe para Joinville a idéia de fazer um jornal que atendesse aos interesses do povo. O manuscrito alemão, Der Beobachter am Mathias-strom (O Observador à Margem do Rio Mathias), de Karl Konstantin Knüppel, foi lançado a 02 de novembro de 1852, atingindo cerca de 700 leitores. Relatam os escritos da época que a intenção do jovem teólogo não era referir-se ao Córrego Mathias que corta a cidade de Joinville e sim, homenagear um amigo de Hamburgo, senador Christian Mathias Schroeder.

A ousadia e perspicácia deste imigrante fizeram com que fosse considerado, na obra Era uma vez um simples caminho: fragmentos da história de Joinville, o jornalista pioneiro da Colônia Dona Francisca. Embora não se questione a importância do seu trabalho, não há até hoje na cidade de Joinville qualquer edificação, homenagem ou monumento com o seu nome.

A história da imprensa estrangeira em Santa Catarina só seria formalizada com a fundação do Colonie-Zeitung. Os redatores do jornal não se intimidavam ao terem que criticar atitudes do Presidente e da Direção da Colônia que prejudicassem o povo, ao combaterem ideologias de partidos políticos, ou se posicionarem contra as atitudes violentas da Guerra Franco-Alemã, que garantiu a tomada de Paris pela Alemanha.

“A posição dele como jornal é muito crítica e ele ‘malha’ o Presidente da Província e a Direção da Colônia, se for o caso. É avesso a partidarismos e combatido ferozmente pelo Joinvillenser-Zeitung, que era o seu concorrente. O Joinvillenser era comprometido com o governo e o Kolonie caçoa deles, é irônico e diz: ‘imagina o que eles falaram’” (Maria Thereza Böbel, em entrevista a autora).

Linha Editorial - O perfil da primeira oficina do Colonie-Zeitung, onde atualmente se localiza a Praça Lauro Müller e a Biblioteca Municipal Rolf Colin, era simples. Entre as paredes da pequena casa de madeira o jornal começou a ser pensado e editado inicialmente todo em alemão, em duas colunas, no formato tamanho “chanceler” (dimensões aproximadas a uma folha de papel A4), com periodicidade semanal, saindo somente aos sábados. Suas edições circulavam também em Blumenau e São Bento do Sul, sendo 50 exemplares enviados por Döerffel para a livraria Robert Kitler, em Hamburgo, a fim de serem distribuídos na Alemanha.

Abaixo do cabeçalho do primeiro exemplar do Colonie, datado de 20 de dezembro de 1862, aparece um editorial da redação cumprimentando os leitores e comentando que o jornal se comprometia a divulgar a realidade social e política dos países da Europa.

“(...) o jornal publicará sempre um resumo, claro e compreensível, das mais importantes ocorrências mundiais, sobretudo dos fatos mais em evidência na Europa, dando atenção especial às coisas e à evolução dos acontecimentos nos países de língua alemã, (...)”.A Redação do Colonie-Zeitung. (Trechos do editorial do Kolonie-Zeitung de 20/12/1862)

Entre os anúncios estavam os Tanzmusik (Música e dança), os “achados e perdidos”, as listas de casamento, óbito e nascimento, as ofertas de casas comerciais e os convites para festas. Na coluna Örtliche Nachrichten (Notícias Locais), surgem relatos sobre o aniversário do Imperador D. Pedro II.

J. Georg Storrer transporta mercadorias e demais objetos para o centro da cidade. O carregamento custa 500 réis; ele também está preparado para todo tipo de passeio, a qualquer hora (Anúncios - Kolonie-Zeitung de 20/12/1862).

Na parte de notícias locais, lê-se ainda as reclamações dos tripulantes do Navio Gellert sobre a qualidade da água que foi servida durante a viagem. A obra História da imprensa de Joinville afirma que uma reportagem divulgada naquele Probenummer (exemplar de prova) do Colonie poderia ser considerada a mais crua e dolorosa de todas. Era o julgamento de uma moça de 18 anos, da cidade de São Francisco do Sul, acusada de matar o pai a machadadas por ele tê-la violentado desde menina. O caso veio à tona através de um jornal do Rio de Janeiro, pois mesmo os vizinhos, sabendo do ocorrido, não tiveram coragem de denunciar o fato à polícia.

Reconhecimento - Confirmado o sucesso do exemplar de prova do Colonie, a primeira edição oficial do periódico veio a público em 03 de janeiro de 1863, acompanhada do magnífico suplemento Die Lesehalle (O Salão de Leitura). Em entrevista, a tradutora Maria Thereza Böbel diz que estes suplementos acompanharam os 80 anos de vida do jornal e fizeram história pela forma agradável que eram redigidos. A literatura que retrata os primórdios da imprensa joinvillense também destaca que o jornal apresenta na página de rosto e na página interna a Tagesgeschichte (História do Dia).

Os anúncios publicados no primeiro exemplar de 1863 estão dispostos na última página do jornal e assim permanecem por muitos anos. Exemplos clássicos são os comunicados da Turnverein (Sociedade de Ginástica), da Sangerbund (Liga de Cantores) e da Sociedade de Amparo Mútuo Zur Brüderlichkeit (À Fraternidade), que com freqüência lembravam seus associados das datas de eventos e dias de reuniões.

Minha biblioteca pessoal, composta por rica coletânea de romances, novelas e outros livros dos melhores escritores, que servem tanto para distração como para instrução, a poucos dias, foi colocada a disposição do público, e eu recomendo aos que gostam de ler, que a utilizem com assiduidade. A mensalidade, que deve ser paga adiantada, é de 1$000 réis para o trimestre e de 80 réis por semana – J. H. Auler (Anúncios - Kolonie-Zeitung de 03/01/1863).

Crise Financeira - As dificuldades financeiras marcaram a existência do Colonie-Zeitung, principalmente no período em torno de 1865. Elly HerKenhoff lembra que embora o número de leitores do jornal fosse elevado - tanto em Dona Francisca como em Blumenau e outras regiões de colonização alemã de Santa Catarina – a quantidade de assinantes e leitores pagantes era relativamente pequena.

A crise financeira instalada sobre o Jornal da Colônia tornou-se evidente no fim do ano de 1865. Ao lançar o Santa Katharinaer Kalender (Anuário Catarinense) para 1863 e manter-se como editor da obra pelos próximos dois anos, Ottokar Döerffel percebeu que suas publicações começavam a dar prejuízo. O desânimo tomou conta do editor, fazendo-lhe passar o Kalender às mãos do amigo inseparável Johann Heinrich Auler. Na carta enviada em 1866 à irmã Tekla, residente na Alemanha, Döerffel deixa o seu desabafo e relata a verdadeira situação do Colonie. O jornal caminha para uma nova fase de sua história, que promete ser ainda mais desafiadora para os futuros donos do periódico.

Segunda Fase - 02 de janeiro de 1869 a 25 de outubro de 1917

Kolonie-Zeitung - da mudança de nome às trocas de dono

Ao observar os exemplares do Colonie-Zeitung e também os estudos feitos sobre ele, percebe-se que o Jornal da Colônia nasceu com o nome de Colonie-Zeitung – com “C” inicial. A mudança para Kolonie com “K” veio seis anos mais tarde, como um dos resultados da Guerra Franco-Prussiana, que buscava a unificação dos países de idioma alemão e a supremacia de suas culturas e línguas sobre as demais nações da Europa.

Todas estas lutas por mudanças fizeram com que a 02 de janeiro de 1869 o jornal modificasse o seu cabeçalho, apresentando a nova grafia. Logo depois, uma infecção na medula atingiu a coluna vertebral de Ottokar deixando-lhe paraplégico e sem os movimentos dos braços por três meses. Naquele momento, abandonou as atividades intelectuais e jornalísticas e transferiu a direção do Kolonie-Zeitung ao amigo Carl Julius Parucker. Pelos relatos da escritora Böbel, percebe-se que Parucker era um crítico nato, envolvido no Movimento Revolucionário Alemão de 1848. Ele lutava pela unificação da Alemanha, até então e por mais 22 anos seguintes, dividida em pequenos reinos.

O comunicado, no alto da página de rosto da edição de 28 de janeiro de 1871, confirma a troca da direção do jornal.

Acabo de transmitir a edição do Kolonie-Zeitung ao Sr. (sic) Karl Julius Parucker, antigo colaborador do jornal, aqui residente. Joinville, 25 de janeiro de 1871. Ottokar Döerffel (Livro História da imprensa de Joinville).

Entre os anos de 1871 e 1872, enquanto Parucker esteve como diretor do jornal, a linha editorial do Kolonie seguiu os mesmos moldes de seu fundador. Nas páginas de rosto encontravam-se as notícias internacionais, locais e do interior e na seção de anúncios eram publicados em português os editais divulgados pelas autoridades da região. Os comunicados de casas comerciais e de profissionais, oferecendo ou solicitando serviços, também podiam ser vistos nos exemplares. Neste período o jornal altera pela primeira vez o seu formato, abandonando o tipo “chanceler” e passando a ser editado num tamanho aproximado a uma folha A3 (297 mm X 420 mm), o qual permanece até o início do século XX. Segundo a pesquisadora Thereza Böbel, a diagramação também muda e passa a ser feita em três colunas.

Mesmo depois de ter restabelecido a saúde, após longo tratamento médico, Dörffel decidiu vender o jornal e se afastar da função de editor. A primeiro de janeiro de 1873, Carl Wilhelm Boehm passaria a ser o novo dono do Kolonie-Zeitung.

Tipógrafa e companheira - Mulher “incansável” e “devota”, capaz de qualquer sacrifício para não deixar morrer o sonho de fazer do Kolonie-Zeitung um dos jornais mais importantes da imprensa catarinense. Estas são as características que as escritoras Böbel e Thiago atribuem a Thereze Alvine Boehm, esposa de Carl. Foram 50 anos trabalhando na empresa, primeiro diante da caixa tipográfica junto com o marido e mais tarde ao lado do filho, Otto Boehm, coordenando a expedição. Nenhum número do jornal foi lançado neste período sem ter passado por suas mãos ou do qual ela não tivesse participado. Na edição comemorativa do cinqüentenário de fundação do Kolonie, a 20 de dezembro de 1912 é feito um retrospecto da trajetória do periódico.

O filho do casal Boehm, Carlos Bernardo Otto, foi também diretor, redator e dono do Kolonie-Zeitung por mais de trinta anos. Assumiu o comando do jornal quando o pai faleceu, em 15 de março de 1889, e contou com a ajuda da mãe nos anos em que esteve dirigindo a publicação. Otto tinha um perfil intelectual, disposto a lutar pelo bem-estar coletivo e o desenvolvimento do município. Os partidarismos e disputas políticas não tinham vez na gráfica do Jornal da Colônia, durante o período em que Otto Boehm editou a publicação. A tipografia era aberta a todos os tipos de materiais gráficos, como livros, panfletos, folhetins e, inclusive, jornais da oposição. Tanto na edição do periódico, como nos serviços oferecidos ao público, o Kolonie-Zeitung e seus editores vinham mantendo a tradição de não defenderem posições de partidos políticos e de apenas relatarem os fatos.

Na obra Quem foi que cooperou para o progresso de Joinville nos velhos tempos?, Waldemar Luz registra que o Kolonie conservou a periodicidade semanal por 25 anos, passando a circular duas vezes por semana a partir de 1887, saindo nas terças e quintas-feiras. Esta mudança aumentou a satisfação dos leitores do jornal, que já começavam a achar longo demais o tempo esperado para ter acesso ao próximo exemplar.

Após o falecimento de Otto Boehm, em 18 de maio de 1923, a sucessora dele, Empresa Boehm & Cia passou a ser proprietária e editora do Kolonie-Zeitung. Os donos da firma não alteraram a estrutura gráfica e o conteúdo da publicação. O Kolonie continuou sendo bem aceito pelo povo e encontrado em algumas lojas da cidade, que eram conhecidas como os pontos de venda do jornal.

A escritora Thereza Böbel conta que o Kolonie era um jornal muito avançado para a sua época. Já em 1870, o periódico publicava as previsões meteorológicas, o índice pluviométrico de cada mês do ano e a temperatura. Os anúncios de casamento, óbito, venda, compra, noivado desmanchado e retratação eram freqüentes. Nas páginas da publicação, encontravam-se recados que hoje dia terminariam em processo – “Aviso que o fulano de tal é um ladrão. Favor não emprestar nada para ele”.

A morte de Ottokar Döerffel, ocorrida a 18 de novembro de 1906, aos 88 anos, abalaria o povo da Colônia Francisca, grato aos empreendimentos e as contribuições que ele deixou para a história local. Os editores do Kolonie deram ampla divulgação ao fato, pois sabiam que através dos esforços de seu fundador o jornal tinha ganhado o reconhecimento dos leitores e sobrevivido às dificuldades em plena época do Império. Dois dias depois do falecimento, a edição do Kolonie-Zeitung, ano 44, n. 91, publicava, em Joinville, a notícia da “partida” do burgomestre (cargo máximo da magistratura atingido em algumas cidades da Alemanha e da Bélgica) alemão.

Para os pesquisadores, Ottokar era uma espécie de símbolo da intelectualidade da época, que falava o necessário, mas dava discursos capazes de provocar reações e paixões. Onze anos após o seu falecimento, o Jornal da Colônia passa pela terceira troca de nome sem justificativas aparentes para o ocorrido. É também no início do século XX que o Kolonie apresenta-se aos leitores com um outro formato, de tamanho aproximado ao jornal tablóide.

Terceira Fase - 06 de novembro de 1917 a 21 de agosto de 1919

Actualidade, um período de poucos registros

O Kolonie-Zeitung, conhecido como o Jornal da Colônia, tinha ao seu lado um concorrente que apresentava quase o mesmo nome. Era o Koelnische Zeitung (Jornal de Colônia), editado na cidade alemã chamada Colônia e que começou a vir para o Estado Catarinense em 1917. Esta publicação tratava de assuntos referentes à Primeira Guerra Mundial, iniciada em 1914, dando destaque para as conseqüências do fato e a situação do povo naquele momento.

O Jornal de Colônia não viu e nem desejou ver que, naquele momento, brasileiros de Santa Catarina encontravam-se na Alemanha, lutando por ela. E que o Ministro de nossas Relações Exteriores, que reagiu ao afundamento de navios, é um neto de alemães (Livro Santa Catarina 100 Anos de História).

Devido às pressões provocadas pela Primeira Guerra, o Kolonie rompeu pela primeira vez a tradição de ser editado em língua germânica. Por quase dois anos – de 06 de novembro de 1917 a 21 de agosto de 1919 - o jornal passou a chamar-se Actualidade (Atualidade) e a circular em português para facilitar a aceitação do periódico e evitar as perseguições do governo que não via com “bons olhos” a imprensa estrangeira. As declarações da escritora Maria Thereza Böbel mostram que, mesmo com a troca de nome, os leitores sabiam que o Actualidade era o antigo Jornal da Colônia. A linha editorial da obra permaneceu a mesma. O periódico continuou circulando pelas regiões do Vale do Itajaí-Mirim e trazendo informações sobre a agricultura. Estas instruções orientavam os colonos vindos da Alemanha a como plantarem nas terras brasileiras e incluíam calendários agrícolas.

“Ele é saboroso, ele não manda recado, ele diz mesmo o que quer dizer e os comentários, a maneira de escrever, são muito interessantes. Ao contrário dos jornais alemães da época, nota-se que o raciocínio do redator já era mais parecido com o pensamento dos brasileiros do que com o dos alemães. As frases eram mais simples, com períodos curtos e menos rebuscados, ao contrário do que acontecia nos periódicos de língua alemã. O alemão é difícil, o que nós dizemos em uma frase eles aglutinam em uma palavra” (Maria Thereza Böbel, em entrevista a autora).

O Actualidade é diagramado em quatro colunas, trazendo na capa notícias referentes à Primeira Guerra Mundial e dando especial destaque para a participação do Brasil no conflito. As matérias publicadas nas duas folhas do jornal seguem o mesmo estilo de texto crítico e objetivo adotado pelo Kolonie-Zeitung. O periódico também reserva espaço para as notícias locais e do interior e na última página divulga os anúncios, predominando os convites para festas e bailes pelos salões da cidade.

Pesquisando em bibliotecas e arquivos históricos que guardam relatos da imprensa catarinense, percebe-se que não há nada escrito sobre este período em que o Kolonie-Zeitung circulou com o nome de Actualidade. São poucos os exemplares existentes desta fase e menos ainda o número de obras literárias que fazem menção significativa ao fato. Apenas tem-se claro o ano em que a mudança aconteceu e que, na época, o periódico é editado novamente no formato “chanceler”.

Quarta Fase – 26 de agosto de 1919 a 28 de agosto de 1941

Kolonie-Zeitung: aos 75 anos, um jornal bilíngüe

No período de 1919 a 1941, os artigos da página de abertura do Kolonie-Zeitung, publicados pela Redação, continuavam fazendo um resgate dos assuntos importantes para os imigrantes.

Pelos microfilmes da publicação, disponíveis na Biblioteca da Universidade Federal de Santa Catarina, percebe-se que havia anúncios e matérias escritos na língua portuguesa e na língua germânica. Muitos se repetiam por várias edições, como é o caso dos serviços oferecidos pelo Dr. Sardalla Amim; a venda do sabão especialidade virgem; as ofertas da Agência de Viagens Cometa; os editais da Prefeitura Municipal de Joinville; os préstimos oferecidos pelo Dr. Albano Schulz, entre outros. Nas notícias nacionais saíam reportagens sobre recenseamento, aniversário do presidente, receita orçamentária para o país e exportação.

O Kolonie-Zeitung também anunciava a criação de outros jornais e publicações, sendo elas editadas na língua portuguesa ou germânica. Em 1926, nas páginas de notícias do jornal, foram publicadas 69 matérias sob o título de Joinvilles Zerdegang (O Desenvolvimento de Joinville) que traziam um resumo de todos os acontecimentos ocorridos na cidade e arredores.

O surgimento do Jornal A Notícia, de Joinville, também foi destaque da primeira página do Kolonie-Zeitung, na sua edição de 19 de fevereiro de 1923 (Fonte: Livro A História da imprensa de Blumenau).

É no contexto de turbulências políticas do fim da República Velha, que o Kolonie-Zeitung comemora, a 20 de dezembro de 1937, os seus 75 anos de existência. Na edição comemorativa, a Redação do periódico publica artigo destacando a importância do jornal para a história de Joinville. Relata, também, as dificuldades enfrentadas pelo Jornal da Colônia para alcançar o reconhecimento que teve. A existência da publicação é considerada pelos editores não só como uma vitória dos donos do jornal, mas, principalmente, como uma vitória do povo, por meio da coragem dos colonos que chegaram à região como imigrantes.

Na história de quase duzentos anos, a imprensa brasileira foi-se aperfeiçoando e deixou de ser uma aventura isolada, como no final do século XIX. As notícias publicadas na década de 30 no Kolonie-Zeitung revelam que, com o passar dos anos, o fato político consagrou-se como a grande matéria-prima dos meios de comunicação, conferindo-lhes o gênero noticioso propriamente dito. A escritora Maria Thereza Böbel soube, por intermédio da avó, que quando saía uma edição do jornal o povo disputava os exemplares nas ruas. Para os imigrantes, o Jornal da Colônia era a leitura predileta e essencial, assim como a Bíblia.

O Kolonie-Zeitung foi um dos maiores canais de divulgação da cultura e da identidade teuto-germânica. A dificuldade em circular editado na língua alemã só começa a aparecer em 1938. Segundo Herkenhoff (1987), foi naquele momento que surge a famosa Campanha de Nacionalização do Governo Getúlio Vargas, proibindo primeiramente as atividades políticas dos estrangeiros residentes no Brasil, o uso de bandeiras, uniformes e distintivos de partidos estrangeiros, bem como a edição de jornais por imigrantes. A quatro de maio do mesmo ano, o Decreto-Lei nº 406 vem complementar o anterior, de nº 383, determinando que a publicação de livros, folhetos, revistas, jornais e boletins em língua estrangeira também ficassem sujeitas à autorização e ao registro no Ministério da Justiça. Na edição de 12 de julho de 1938, a redação e editores do Kolonie comunicam aos leitores que a publicação conseguiu autorização temporária para continuar circulando. A agravante do jornal é que ele se contrapunha por duas vezes à determinação dos Decretos-Lei: não só era editado por estrangeiros, como escrito todo em língua estrangeira.

O Kolonie-Zeitung continuou, de 1938 a 1941, enfrentando com perseverança todos os Decretos-Lei da Campanha de Nacionalização publicados no período. Os leitores, no dia 31 de julho de 1941, recebem a notícia do “Die Abschiedsstunde hat geschlagen...” (Soou a hora da despedida...), anunciando que a partir de primeiro de agosto, o governo proibiria a edição de qualquer jornal estrangeiro no Brasil. O Jornal da Colônia só conseguiria postergar seu prazo de circulação por mais 30 dias, saindo o exemplar de dois de setembro de 1941 com o nome de Correio Dona Francisca e redigido todo em português.

Quinta Fase – 02 de setembro de 1941 a 21 de maio de 1942

Correio Dona Francisca, a despedida aos leitores

A estrutura do tradicional jornal Kolonie-Zeitung, já com 76 anos foi muito abalada pela Campanha de Nacionalização do Governo Getúlio Vargas, que se configurou numa grande entrave para as publicações de língua estrangeira veiculadas no Brasil. O Jornal da Colônia só conseguiu escapar da fiscalização e da repressão do Ministério da Justiça, trocando novamente de nome e passando a chamar-se Correio Dona Francisca, a partir de 02 de setembro de 1941. Todo redigido em português, muda seu ano de publicação de 79 para ano um, mas não deixa de servir aos interesses do povo e de publicar matérias sobre a guerra e as decisões dos governos.

O editorial do primeiro exemplar desta nova fase do jornal refere-se à radiodifusão rural, deixando de lado os comentários sobre o “trauma da nacionalização”.

1 A radiodifusão rural

(...) No setor da Agricultura, a propaganda tem conduzido as campanhas governamentais com os melhores resultados. (...), incumbência do Ministério da Agricultura através do DIP, vem prestando benefícios incalculáveis ás classes produtoras e desenvolvendo no país uma necessária mentalidade econômica, que, bem vulgarizada, promoverá o aumento e melhoria de nossas riquezas. Dum modo geral, a imprensa brasileira vem focalizando com eficiência as grandes campanhas econômico-rurais, particularmente a imprensa do interior. (...) (Redação do Jornal - Correio Dona Francisca de 02/09/1941, conservando a grafia original).

No livro A Notícia: jornalismo e história (1923-2003), percebe-se que os reflexos da Campanha de Nacionalização foram ainda mais intensos nas pequenas cidades catarinenses de Joinville e Blumenau, onde o alemão era falado por mais de 80% da população. A imprensa diária destas localidades, feita toda na língua germânica, teve que passar por grandes modificações para se adaptar à nova realidade. Maria Thereza Böbel diz que, durante as revistas do governo às gráficas dos jornais no período da guerra, o Kolonie-Zeitung só não foi apreendido porque a família Boehm escondeu os números encadernados do jornal atrás de um armário.

Os últimos exemplares do Correio Dona Francisca ainda conservavam em suas páginas de anúncios o estilo de textos lacônicos e muitas vezes inexpressivos para os leitores que não estavam a par do assunto. Eram anúncios que ficaram conhecidos pelo povo como “anúncios enigmáticos”, sendo mordazes, humorísticos, melancólicos ou enternecedores.

A abrangência do Kolonie-Zeitung conferiu-lhe a oportunidade de estar presente em fatos e acontecimentos decisivos para a história da humanidade. Tratava da Guerra do Paraguai, da Abolição da Escravatura, da Proclamação da República e do início da Segunda Guerra Mundial, na qual o país se viu envolvido a partir de agosto de 1942.

Desde o primeiro número - quando ainda era escrito em alemão - até o último, o Kolonie-Zeitung apresenta a mesma diagramação. Segundo a escritora Maria Thereza Böbel, a redação do jornal sempre publicava um editorial sobre algum assunto de interesse da comunidade alemã no Brasil. Abaixo deste editorial eram divulgadas as notícias internacionais, dando destaque ao que acontecia na Alemanha, Estados Unidos e no Brasil, mais precisamente na capital do Império. Na seqüência, divulgavam-se os assuntos referentes às Províncias, iniciando com matérias da Colônia Dona Francisca, escritas em fonte menor. As páginas de anúncios eram as últimas a serem dispostas na publicação e geralmente divididas em três, quatro ou cinco colunas. Alguns anúncios ocupavam toda a extensão horizontal do jornal.

No primeiro exemplar de 1941, quando o jornal saiu como Correio Dona Francisca, o editor justifica a alteração do nome e a mudança de idioma. As duas primeiras edições circulam com quatro páginas e os números seguintes começam a alternar entre quatro e seis a quantidade de páginas da publicação.

Em 1941, surgem com mais ênfase as chamadas notícias telegráficas, ou telegramas do Kolonie-Zeitung. Estas eram as últimas matérias a serem publicadas, as informações de “última hora” que chegavam na redação do jornal.

O governo da Inglaterra proibiu a exportação de carvão para a Noruega, já que o governo norueguês se negou a cumprir determinadas exigências da Inglaterra, relativas ao comércio. Os jornais da Noruega atacam violentamente o Ministro da Inglaterra em Christiania, pois o qualificam como culpado pela proibição da exportação de carvão.

(Telegramas do Kolonie-Zeitung, Arquivo Histórico de Joinville).

Uma história de 80 anos marcada pela fidelidade aos leitores e o apartidarismo nas matérias que publicava terminou, sem explicações, em 21 de maio de 1942, quando circulou o último número do Kolonie-Zeitung. Os editores não tinham a pretensão de fechar o jornal, tanto que, no comunicado feito pela redação, está escrito que o Kolonie apenas deixaria de ser publicado durante as Festividades de Pentecostes. A equipe do jornal desejava ao povo um bom feriado e votos de boas festas do Divino Espírito Santo.

CORREIO DONA FRANCISCA. Em virtude das festas do Espírito Santo, o próximo número do Correio Dona Francisca sairá na quinta feira, dia 28 de Maio (Redação do Jornal) (Fonte: Correio Dona Francisca de 21 de maio de 1942).

Pelos relatos históricos da época, não se sabe as causas reais que levaram ao fechamento abrupto do Kolonie, mas apenas que seus donos - jornalistas Carlos Willy e Max Boehm, proprietários da Empresa Boehm & Cia - vinham enfrentando desafios para manter a publicação no período em que o Brasil entrou ativamente na II Guerra Mundial. Filhos de pai e mãe brasileira, mas netos de imigrantes alemães, a situação dos editores do jornal se agravou ainda mais após o afundamento de navios brasileiros durante a guerra, que provocou no país uma onda incontrolável de ódio, perseguições e aniquilamento dos descendentes brasileiros de italianos, japoneses e principalmente alemães ou portadores de nome alemão, que aqui viviam. Elly Herkenhoff revela que a firma comercial Boehm & Cia já estava incluída na terrível “lista negra” inglesa e assim impossibilitada de conseguir o material necessário à impressão do jornal e à movimentação da Livraria Boehm, anexa à tipografia.

“Eles não tinham a pretensão de fechar e, mesmo na família Boehm, ninguém sabe porque o jornal acabou. O velho Boehm morreu e também não houve a preocupação de perguntar o porque. Até hoje não se sabe” (Fonte: Maria Thereza Böbel, em entrevista a autora).

As pessoas, muito mais do que os recursos disponíveis ou acontecimentos que pudessem virar notícia, foram a grande riqueza do Jornal da Colônia durante sua trajetória. O livro Era uma vez um simples caminho: fragmentos da história de Joinville fornece o nome de muitos personagens que ajudaram a construir uma publicação séria e comprometida com a veracidade dos fatos. Foram tipógrafos, colaboradores, editores e distribuidores, que só acreditaram que “a vida do periódico” acabou quando as decisões políticas impediram-lhes de continuar.

Primeiro agente distribuidor: Johann Heinrich Auler.

Primeiro tipógrafo auxiliar: Conrad Baumer.

Correspondente de Blumenau quando a cidade não tinha jornal: Pastor Oswald Herse.

Diretor do Kolonie-Zeitung em 1871: Carl Julius Parucker.

Colaboradores: poeta Georg Knoll; professor Rudolf Danm; pastor Guilherme Rau (diretor da Escola Alemã); comerciante Wolfgang Ammon (autor da crônica de São Bento); poeta joinvillense Ernesto Niemeyer (filho do Diretor da Colônia); comentarista Dr. Clemens Brandenburg; professor Hermann Leyfer (redator do jornal no início do século e que manteve-se por vários anos e Therese Alwine Boehm (colaboradora do Kolonie por 50 anos) (Livro Era uma vez um simples caminho: fragmentos da história de Joinville).

Bibliografia

ÁLBUM histórico do centenário de Joinville. Sociedade Amigos de Joinville, Joinville: Gráfica Mundial Ltda, 1951, 323p.

ANTIGA tipografia pode ser preservada. A Notícia, Joinville, 12 out. 1983. AN Cidade.

AOS nossos leitores. Kolonie-Zeitung, Joinville, 12 jul. 1938.

A RADIODIFUSÃO rural. Kolonie-Zeitung, Joinville, 02 set. 1941. A redação do jornal.

ARQUIVO Histórico de Joinville, boletim, v. 1, n. 2, dez. 1983.

ARQUIVO Histórico de Joinville, boletim, v. 1, n. 4, abr. 1984.

ARQUIVO Histórico de Joinville, boletim, O naufrágio da Francisca, v. 2, n. 1 e 2, out. -dez. 1984.

BÖBEL, Maria Thereza, THIAGO, Raquel S. Joinville os pioneiros: documentos e história – 1851 a 1866. Joinville: Editora UNIVILLE, 2001, v. 1, 446 p.

BÖBEL, Maria Thereza, HERKENHOFF, Elly, RICHLIN, Helena Remina (trad.). Kolonie-Zeitung, Joinville, 20 dez. 1862. Anúncios, editorial da redação, notícias de Dona Francisca, notícias do interior e notícias locais.

BÖBEL, Maria Thereza (trad.). Kolonie-Zeitung, Joinville, 30 jun. 1863. Notícias do interior.

BÖBEL, Maria Thereza (trad.). Kolonie-Zeitung, Joinville, 04 jul. 1863. Notícias do interior.

BÖBEL, Maria Thereza (trad.). Kolonie-Zeitung, Joinville, 21 dez. 1863. Notícias do interior e notícias internacionais.

BÖBEL, Maria Thereza (trad.). Kolonie-Zeitung, Joinville, 18 jun. 1864. Notícias do interior.

BÖBEL, Maria Thereza (trad.). Kolonie-Zeitung, Joinville, 30 dez. 1870. Curiosidades.

BÖBEL, Maria Thereza (trad.). Kolonie-Zeitung, Joinville, 01 jul. 1871. Curiosidades.

BÖBEL, Maria Thereza (trad.). Kolonie-Zeitung, Joinville, 21 mar. 1884. Anúncios.

BÖBEL, Maria Thereza (trad.). Kolonie-Zeitung, Joinville, 13 ago. 1886. Curiosidades.

BÖBEL, Maria Thereza (trad.). Kolonie-Zeitung, Joinville, 15 nov. 1887. Curiosidades.

BÖBEL, Maria Thereza (trad.). Kolonie-Zeitung, Joinville, 18 nov. 1890. Notícias de Dona Francisca.

CORREIO DONA FRANCISCA, Joinville, 02 set. 1941. Notícias locais.

CORREIO DONA FRANCISCA, Joinville, 21 mai. 1942. Redação do jornal.

DIAS, Maria Cristina. Lilienstrasse. A Notícia, Joinville, 09 ago. 1998. AN Cidade.

DIAS, Maria Cristina. Rua 15 de Novembro. A Notícia, Joinville, 15 mar. 1998. AN Cidade.

EHLKE, Cyro. A maçonaria no passado histórico joinvillense. Joinville: Arquivo Histórico, 1990, 175p.

EM 1852 a imprensa nascia na Colônia. A Notícia, Joinville, 09 mar. 2001. AN Cidade.

FERNANDES, Mário Luiz. Perfil da pequena imprensa de Santa Catarina. Porto Alegre: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2000. (Dissertação – Mestrado em Comunicação Social).

GEHLEN, Joel. A paz e a guerra na colônia. A Notícia, Joinville, 11 mai. 1999. AN Cidade.

GERNHARD, Robert, RICHLIN, Helena (trad.). A Colônia Dona Francisca. In: Dona Francisca, Hansa e Blumenau. Leipizig: Schlefische Verlags-Anstalt von S. Schohlaender, 1901.

GOVERNADORES de Santa Catarina (1739-1993). Diário Catarinense, Florianópolis, 25 nov. 1993.

GUEDES, Sandra P. L. de Camargo (org.). Histórias de i(migrantes): o cotidiano de uma cidade. Joinville: UNIVILLE, 1998, 272p.

HERKENHOFF, Elly Era uma vez um simples caminho: fragmentos da história de Joinville. Joinville: Fundação Cultural, 1987, 225p.

HERKENHOFF, Elly, BÖBEL, Maria Thereza. Famílias brasileiras de origem germânica. São Paulo: Staden Institut, 1989, v. 7, 151p.

HERKENHOFF, Elly. História da imprensa de Joinville. Florianópolis: Editora da UFSC, Joinville: Fundação Cultural de Joinville, 1998, 122p.

HERKENHOFF, Elly. Joinville nossos prefeitos 1869-1903. Joinville: Prefeitura Municipal, Fundação Cultural, Arquivo Histórico, mar. 1984, 69p.

HERKENHOFF, Elly. Joinville: ontem e hoje. Joinville: AHJ, mar. 1981, p. 75.

HERKENHOFF, ROSA (trad.). Kolonie-Zeitung, Joinville, 04 mar. 1865. Notícias de Dona Francisca.

HERKENHOFF, ROSA (trad.). Kolonie-Zeitung, Joinville, 11 mar. 1865. Notícias de Dona Francisca.

JAMUNDÁ, Theobaldo Costa. História de Santa Catarina. Curitiba: Grafipar, 1970, v.2, 180p.

JOINVILLE perde dois patrimônios históricos. O Estado, Florianópolis, 01 jul. 1984.

KARL, Fernando José. O riso antigo do Campo Santo. A Notícia, Joinville, 27 set. 1998. AN Anexo.

KOLONIE-ZEITUNG, Joinville, 20 dez. 1937. Edição comemorativa.

KOLONIE-ZEITUNG, Joinville, 03 jan. 1941. Anúncios.

LUZ, Waldemar. Quem foi que cooperou para o progresso de Joinville nos velhos tempos? Joinville: Meyer, 1983, 167p.

MELHORES perspectivas do mate brasileiro. Kolonie-Zeitung, Joinville, 16 jan. 1941.

MOREL, Marco, BARROS, Mariana Monteiro de. Introdução de palavra, imagem e poder: o surgimento da imprensa no Brasil do século XIX. Rio de Janeiro: Editora DP & A, 2003, 136 p.

O ORÇAMENTO federal para 1941. Kolonie-Zeitung, Joinville, 13 mar. 1941.

PEREIRA, Moacir. Imprensa e poder: a comunicação em Santa Catarina. Florianópolis: Lunardelli, 1992, p.121.

PIAZZA, Walter F., HÜBENER, Laura Machado. Santa Catarina história da gente. 2 ed. Florianópolis: Editora Lumnardelli, 1987, 152p.

RICHLIN, Helena Remina (trad.). Cartas de Ottokar Döerffel (28 de mai. 1955). Joinville: Arquivo Histórico.

RICHLIN, Helena Remina (trad.). Décimo segundo relatório da direção da Sociedade Colonizadora de 1849 em Hamburgo. Joinville: Arquivo Histórico.

RICHLIN, Helena Remina (trad.). Kolonie-Zeitung, Joinville, 03 jan. 1863. Anúncios e notícias do internacionais.

RICHLIN, Helena Remina (trad.). Em comemoração a Goethe. Kolonie-Zeitung, Joinville, 24 mar. 1932. Notícias de Dona Francisca.

RICHLIN, Helena Remina (trad.). Pasta de família: biografia de Ottokar Döerffel. Joinville: Arquivo Histórico.

RICHLIN, Helena Remina (trad.). Telegramas do Kolonie-Zeitung. Joinville: Arquivo Histórico.

SACHET, Celestino (org.). História de Santa Catarina. Florianópolis: Graficar, v. 3, 1970.

SACHET, Celestino, SACHET, Sérgio. Santa Catarina: 100 anos de história. Florianópolis: Editora Século Catarinense, 1998, v. 1 e 2.

SEYFERTH, Giralda. A colonização alemã no Vale do Itajaí-Mirim. Porto Alegre: Editora Movimento, 1974, 159p.

SILVA, José Ferreira da. A imprensa de Blumenau. Florianópolis: Imprensa Oficial do Estado de Santa Catarina, 1977.

SODRÉ, Nelson Werneck. História da imprensa no Brasil. 3 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1983, 501p.

TERNES, Apolinário. A Notícia: jornalismo e história (1923-2003). Joinville: Editora Letradágua, 2003, 143p.

TERNES, Apolinário. História de Joinville: uma abordagem crítica. 2 ed. Joinville: Meyer, 1984, 296p.

TERNES, Apolinário (org.). Joinville 150 anos. Joinville: Editora Letradágua, 2001, 165p.

TRÊS quartos de século do Kolonie-Zeitung. Kolonie-Zeitung, Joinville, 20 dez. 1937. Edição Comemorativa.

VIEIRA, Hildicéia Gonçalves. Os olhos de quem faz e os olhos de quem lê: aspectos da percepção do caderno AN Cidade entre jornalistas e leitores. Itajaí: Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) – Centro de Educação Superior de Ciências Humanas e da Comunicação, 2002/2. (TCC - Curso de Comunicação Social - habilitação em jornalismo).

Sites:

/ members

.br

.br/criptologia/guerras/francoPruss.php

Entrevistas:

Maria Thereza Böbel – escritora, pesquisadora e tradutora do Kolonie-Zeitung.

Margarida Schultz – funcionária do escritório do Kolonie-Zeitung por 11 anos.

................
................

In order to avoid copyright disputes, this page is only a partial summary.

Google Online Preview   Download

To fulfill the demand for quickly locating and searching documents.

It is intelligent file search solution for home and business.

Literature Lottery

Related searches