A importância de Accindino Souza Andrade não está expressa ...



Dino, uma charge para todos os Santos.

Por Alexandre Valença Alves Barbosa

Professor de Comunicação nas Universidades Unisanta,

Unimonte e escola técnica do Senac de Santos.

Mestrando em Comunicação e Cultura na ECA-USP.

Chargista e ilustrador de jornais e revistas.

Resumo

A cidade de Santos, no estado de São Paulo, possui uma tradição artística em relação a charge que remonta o início do século XX.

Entre os artistas da cidade se destaca Accindino Souza Andrade, ou simplesmente Dino, o primeiro caricaturista a fazer um desenho de Pelé em 1957.

Apesar de sua importância para cidade e para a história da caricatura e da charge, Dino não é citado nos principais livros e matérias sobre esta expressão artística. Este trabalho procura resgatar um pouco de sua história, da charge e da caricatura.

Palavras-chaves: charge, caricatura, Dino, Santos, história.

Abstract

The Santos city in São Paulo state, haves an artistic tradition in relation to charge since beginning the century XX.

Between the artists of city has detached Accindino Souza Andrade, or simply Dino, the first tracer who did a Pelé drawn in 1957.

Despite your importance to city and to caricature and charge history, Dino doesn’t was cited in the main books and notes about this artistic expression. This work it tries to rescue a bite of his history, the charge and the caricature.

Key words: charge, caricature, Dino, Santos, history.

Introdução

A importância de Accindino Souza Andrade não está expressa nos anais de nossa história. Os arquivos nacionais que falam das charges publicadas no Brasil e fora do país não citam o nome, nem mesmo o pseudônimo deste artista santista, falecido em 1996.

Accindino, ou melhor, Dino, foi o primeiro chargista a fazer a caricatura de Pelé em 1957 no jornal a Tribuna, caricatura esta que lhe valeu um prêmio da Pepsi-Cola 17 anos depois. O artista retratou figuras importantes da cidade de Santos como a artista e ativista política Pagú, além de diversos políticos locais e figuras de renome nacionais e internacionais.

Dino teve um papel importante no Universo das charges, tendo trabalhos que anteviram situações políticas, como a charge premiada em 1968 no Canadá. A charge mostrava a morte amamentando dois árabes, como uma previsão do que o mundo ocidental estaria vendo nos dias atuais. Devemos lembrar que naquele período as informações eram poucas a respeito de conflitos como a guerra entre israelenses e palestinos e batalhas como a de Argel.

O artista também foi inovador ao inventar a charge interativa, onde um balão era deixado em branco para o leitor completar a piada.

Hoje ao pesquisarmos em websites ou livros que falam a respeito de caricatura e charge a referência a este ilustre santista é mínima, ou quase nenhuma. Esta pesquisa visa mostrar uma parte do trabalho deste autor e fazer um paralelo do seu período de produção e o posicionamento social do artista.

A caricatura e a charge

O artista em questão vem de uma escola que não possui escola, a charge e a caricatura são frutos da observação e perspicácia do autor. Não existem centros especializados que discutam e avaliem estas duas formas de expressão. As origens de ambas remontam as antigas inscrições nas paredes das pirâmides e nos afrescos da Grécia clássica e de Roma.

Sua importância para a sociedade aflorou no século XIX entre folhetins e jornais, onde a crítica social e política fortaleceram o gênero.

Nomes importantes como Goya, Honoré Daumier, Gustave Doré, Toulose-Lautrec são artista que trabalharam os conceitos discutidos pelos artistas renascentistas três séculos antes. Leonardo Da Vinci já havia feito assim como Albrecht Dürer, um estudo sobre a figura grotesca, desta forma procurando retratar aspectos humorísticos dos seres humanos[1].

A palavra caricatura e charge tem suas origens no continente europeu. Caricatura vem do verbo “caricare” que em italiano quer dizer carregar, exagerar foi utilizada pela primeira vez em 1646 quando os irmãos Agostini e Annibale Carraci tiveram sua obra chamada de “ritratini carichi” através dos comentários de A. Mosini. Ele chamou a coleção de retratos carregados e fez uma referência a forma como os artistas retrataram pessoas comuns das ruas de Bolonha. Por tanto a caricatura trabalha com esta ferramenta, a deformidade, ou melhor, o exagero de um indivíduo ou situação.

Já a charge vem de carga, devido à quantidade de informação e crítica que esta carrega. Algumas pessoas e pesquisadores como para o jornalista e chargista Fernando Moretti a origem desta forma de expressão artística estaria ligada a caricatura, mas não obrigatoriamente a ela[2]. Ambas, tanto a charge como a caricatura depende do senso crítico do autor, de sua percepção do mundo e das características principais das pessoas retratadas.

Os artistas brasileiros

O Brasil possui uma tradição neste tipo de trabalho. O surgimento dos artistas especialistas em charges e caricaturas remonta o século XIX, mais propriamente os idos de 1837 onde Manoel Araújo Porto Alegre é considerado o primeiro chargista de nossa história[3].

Em 1840 no Rio começa a despontar uma gama de chargistas como Rafael Mendes de Carvalho. Ângelo Agostini, proveniente de Vercelli, Piemonte, na Itália, trabalhou diversas caricaturas e charges no Brasil a partir de 1854. Sua importância também está ligada a criação das primeiras histórias em quadrinhos no país.

Pedro Américo foi outro grande caricaturista no período de 1870, assim como o francês Joseph Mill e o angolano Júlio Machado. A presença do artista português Rafael Bordalo Pinheiro também na década de 70 viria a estabelecer padrões artísticos que influenciariam artistas brasileiros. A este português é atribuída a criação de balões e onomatopéias nas histórias em quadrinhos[4].

Na virada do século XIX muitos artistas importantes surgiram no cenário nacional, como Calixto Cordeiro ou K.Lixto, Raul Pederneiras, J. Carlos, Celso Hermínio, Belmiro, Amaro Amaral, Alfredo Storni, José Arthur, Max Yantok, Vasco Lima, etc. A grande maioria destes artistas trabalhava em periódicos no Rio de Janeiro.

Mas no início do século XX a trindade Raul, K. Lixto e J. Carlos seria marcada como responsáveis pela criação de um padrão nacional de charge e caricatura,nas palavras de Herman Lima, citado por Fonseca[5].

A partir deste momento o país vê surgir uma gama de excelentes chargistas e caricaturistas como: Rian ou Nair de Tefé, Romano, Belmonte, Luis Peixoto, Seth, Francisconi, Friz, Osvaldo, Néri, Vieira da Cunha, Di Cavalcanti, Figueroa, Guevara, Euclides, Nássara e Rubem Gill. Este último foi importante para cidade de Santos, pois lá trabalhou em 1912, no jornal Diário de Santos e O Dia.

A partir da década de 20 e 30 muitos artistas importantes surgiram e acabariam por influenciar o trabalho de outros. Entre eles podemos citar: Théo, Álvarus, Mendez, Hilde, Augusto Rodrigues, Appe, Carlos Estevão, Alceu Penna, Péricles, Millor, Lan e Luis Sá, artista que teve grande influência estética no trabalho de Dino.

As décadas de 40 e 50 são consideradas décadas de ouro para a charge e a caricatura. Foi um período de acirrada disputa entre as revistas e os jornais, que fez despontar uma série de novos artistas como: Borjalo, Ziraldo, Fortuna, Jaguar, Millor, Clauidus e Zélio.

Nas décadas de 60 e 70 surge a geração influenciada pela resistência humorística ao golpe militar de 64. São artistas como: Luis Fernando Veríssimo, Juarez Machado, Loredano, Caulos, Henfil, Trimano, Edgar Vasquez, Miran, Paulo e Chico Caruso, Miguel Paiva, Santiago, Laerte, Luiz Ge e Angeli.

Os nomes se multiplicaram, assim como o eixo do humor gráfico muda de lugar. O Rio de Janeiro ainda abriga uma grande quantidade de artistas, mas os outros estados principalmente os do nordeste e do sul, têm revelado grandes nomes.

No levantamento feito por Joaquim da Fonseca também são citados: Amorim, Batsow, Ciça, Cláudio Paiva, Daniel Azulay, Delmar Brozoza, Erthal, Geandré, Geppe e Maia, Glauco, Guidacci, Ique, Laílson, Levitan, Lor, Luscar, Mariano, Nani, Nelson Pinto, Nicolélio, Nilus, Pala Aino, Redi, Ronaldo Westerman, Sppaca, Wilmarx, Iotti, Guazelli, Adão Iturrusgarai, Juska, Canini e Jaca.

Alguns artistas ficaram de fora deste levantamento de Fonseca, pois a arte de fazer caricaturas e charges expandiu tanto no Brasil que se tornou uma tarefa quase impossível registrar todos os artistas que as desenvolvem.

Não poderíamos fechar este trecho sem citar os artistas da cidade de Santos e região como: J.C. Lobo, Miécio Café, Geandré, Pestana, Rica, Lauro Freire, Seri, Bar, Dacosta, Beto, Sílvio, Mala, Alex Ponciano, Padron, Max e Jottas.

A origem do artista

Nascido em Santos no dia 24 de maio de 1920 Accindino Souza Andrade era filho do artista Francisco Xavier de Paiva Andrade, que também trabalhou com charges e caricaturas. Dino desde a cedo demonstrou aptidão para o desenho, tentando imitar o trabalho do pai.

Seu pai o proibira de estudar Belas Artes em São Paulo com medo que o filho seguisse seus passos, pois segundo Francisco: “de humor ninguém vive”.

Ele obrigou-o a cursar Agronomia em Piracicaba, na Escola de Agronomia Luiz Queiroz. Na faculdade a especialidade de Accindino era entologia onde se dedicava a desenhar os insetos, conseguindo desta maneira manter-se próximo à arte.

Após a faculdade o artista voltou a Santos e foi trabalhar como engenheiro agrônomo para o governo do Estado de São Paulo, mas não se afastou da charge.

Em 1937 fez seu primeiro desenho para o jornal Diário de Santos. No mesmo ano começou a trabalhar para A Tribuna, jornal que colaborou por 55 anos.

Além dos trabalhos para o jornal A Tribuna, Dino participou de exposições e fez a caricaturas de diversas pessoas de destaque na história da cidade. A maioria dos prefeitos e vereadores da cidade foram caricaturados por Dino, assim como diversos atletas.

Seus quadros e caricaturas estão de posse dos caricaturados ou acervos particulares, adquiridos através de leilões.

Prêmios e exposições

Dino participou de sua primeira exposição de caricaturas em 1944 na cidade de Piracicaba. Mais tarde, em 1962 fez sua segunda exposição de caricaturas, em Santos.

Na I Exposição Moderna de Arte, no Universo Palace Hotel, em 1968, ele apresentou três quadros de humor com a temática de obra aberta. No mesmo ano ele teve uma charge premiada em um Salão Internacional de Caricaturas em Montreal, no Canadá. A charge mostrava dois árabes sendo amamentados pela morte.

Aquele ano parecia ser realmente um bom ano para o artistas, pois ganhou prêmio no Salão de Jornalismo do Estado de São Paulo o Prêmio Editorial.

Em 1973 fez sua terceira exposição de trabalhos na cidade de La Chaux de Fonds, na Suíça, na exposição Artist du Brèsil, no lançamento do seu livro de humor La Mèdaille, editado em Lausaine, pelo Departamento Cultural da Delegação Permanente do Brasil em Genéve.

Ganhou o prêmio Ufficio Stampa Fiat em Bordiguera na Itália. Recebeu duas menções honrosas no segundo Concurso de Charges, Cartuns e Caricaturas da França, em 1985.

Criou também o logotipo vencedor do concurso do XII Encontro de Jornalistas do Interior em 1987.

Dino também tem no hall da fama do Maksoud Plaza, de São Paulo, um quadro exposto que ele fez para o cantor Julio Iglesias em 1982.

Com todo este currículo, Dino não foi citado nos livros de Herman Lima, sobre a caricatura no Brasil editado na década de 60 e nem mesmo no livro de Joaquim da Fonseca, que se atem a caricaturistas do eixo Rio-São Paulo e os conterrâneos do Sul do país.

A obra do artista

Dino começou seu trabalho como desenhista influenciado pelo traço de seu pai, que também era caricaturista, Francisco Xavier. Mas como todo artista buscou novas inspirações e acabou criando sua própria linha de trabalho.

Sempre desenhou em casa mas quando foi para Piracicaba, estudar Agronomia, para não se afastar da arte dedicou-se ao desenho de insetos. Voltando a Santos começou a trabalhar como funcionário público, e logo tratou de arrumar um espaço no jornal A Tribuna.

Nesta época o jornal trabalhava com material de agências de notícias e de Syndicates norte-americanos.

[pic]

Um dos artistas mais solicitados na época era Phill Berube, que fazia ilustrações esportivas. Aos domingos era publicado o trabalho do cartunista Carl Anderson, que nós conhecemos como Pinduca, mas A Tribuna traduziu inicialmente como Bexiguinha, em 1937.

[pic]

O trabalho de Carl Anderson foi publicado até 1938 e depois com a ameaça de Guerra muita coisa mudou nos cadernos do jornal A Tribuna. As tiras e quadrinhos deixaram de circular abrindo espaço apenas para as publicações de ilustrações enviadas por agências.

Outra artista que marcou espaço nas páginas de A Tribuna foi Belmonte, fazendo algumas ilustrações para matérias especiais que chegavam através de agências de notícias.

[pic]

Nos primeiros trabalhos de Dino em 1937 para o jornal A Tribuna notamos uma forte influência do artista Luis Sá. Ele criou para as páginas do jornal um personagem intitulado Cartolinha. Ele seria publicado em forma de história em quadrinhos no dia 22 de julho de 1937. Cartolinha seria o primeiro personagem de quadrinhos publicado em um jornal santista, com regularidade.

Este personagem de traços simples trazia em suas histórias uma moral dúbia, ele era o malandro da época. Usava camisa listrada calça larga e sapatos redondos, uma espécie de Chaplin sem bigode e sem terno.

[pic]

Além das piadas este personagem foi trazendo aos poucos o tipo de questionamento que Dino colocaria em suas charges.

Inicialmente ele era publicado as quintas feiras na seção Educando seus Filhos e depois a seção foi transferida para as quartas feiras a partir do dia 25 de agosto de 1937.

Durante um ano o personagem fez parte o imaginário dos santistas através das páginas de A Tribuna. Porém com a proximidade da Segunda Guerra os jornais em todo país diminuíram o número de páginas, devido ao racionamento de papel[6].

Apenas no final da década de 40 iremos ver outra vez o trabalho de Dino nas páginas de A Tribuna.

Mas neste meio tempo o artista aprimorou a arte da caricatura e da charge e participou de eventos, como a exposição realizada em Piracicaba em 1944. Durante a década de 50 a participação começou modesta, mas o grande marco seria a caricatura feita de Pelé em 1957, antes do jogador ficar famoso para todo o país na copa de 1958.

[pic]

Neste trabalho Dino fez o desenho do jogador usando a camisa da seleção brasileira e fraldas. Na época Pelé era o jogador mais novo do time e promessa no futebol brasileiro.

Na década seguinte o artista aprimora seu trabalho como chargista e começa a participar de salões. Primeiro realiza uma exposição em Santos com seus trabalhos de caricatura e charge em 1962, depois em 1968 é premiado no salão de caricaturas de Montreal no Canadá.

Fazendo uma análise dos trabalhos publicados em 1937 e aqueles editados trinta anos depois podemos notar a preocupação com problemas mundiais que aparece na obra do artista. Esta característica fica fácil de ser percebida uma vez que a quantidade de informação recebida pelos jornais e a proliferação dos meios eletrônicos como o rádio e a tv começam a influenciar a opinião pública.

Não podemos deixar de pontuar que este período o país passa por uma ditadura militar e que as críticas aos acontecimentos nacionais era um fator de risco para jornalistas e artistas.

A charge premiada no Canadá mostra dois árabes sendo amamentados pela morte, numa alusão a fatos ocorridos no oriente médio e no norte de África, como a guerra entre judeus e palestinos e a batalha de Argel.

[pic]

Outras figuras internacionais seriam caricaturadas nas páginas de A Tribuna através do traço de Dino, como Nixon, Perón, Fidel e várias figuras de expressão internacional. Mas o artista não deixou de fazer caricaturas de celebridades nacionais, como Castelo Branco, Costa e Silva, Ernesto Geisel, Paulo Maluf e políticos do cenário estadual e municipal.

Além das charges para A Tribuna, Dino teve outros trabalhos importantes como o livro de caricaturas e charges intitulado La Médaille, publicado em Lausanne, na Suíça.

[pic]

[pic]

Em 1991 Dino lança um livro jogo sobre Pelé com o título A Figura Gigantesca e Presente de um Mineiro. O lançamento foi no salão de mármore da Vila Belmiro, estádio do Santos Futebol Clube e contou com a presença do próprio Pelé. Na execução deste trabalho o artista procurou aplicar aquilo que ela batizou de charge aberta. Após ler o trabalho de Umberto Eco sobre obra aberta, Dino ficou fascinado pela idéia de participação do leitor. Desde 1968 o artista procurava passar esta idéia em alguns de seus trabalhos.

Naquele ano ele realizou uma exposição no Universo Palace Hotel, com três painéis interativos. No primeiro intitulado Brasil, país do futuro, um dos personagens segura um livro que pode ser removido e onde as letras da capa sempre ficam de cabeça para baixo. O segundo trabalho chamava-se Viva a Liberdade que colocadas de cabeça para baixo transformam-se em Viva a Opressão e o terceiro era Como vai a coisa? onde o rosto de um caipira era substituído por um espelho.

[pic]

O artista também foi homenageado no Dicionário de Artes Plásticas Brasil- Seu mercado seus leilões, realizado por Júlio Louzada em junho de 1993. Nesta coletânea de trabalhos constam nomes como Pablo Picasso entre outros artistas famosos. Este dicionário era um parâmetro para os compradores de leilões.

Além de trabalhos impressos, Dino trabalhou para tv Record de 1975 a 1978, fazendo ilustrações para emissora.

Em entrevista para o jornalista Áureo de Carvalho do jornal A Tribuna, o artista revelou que era mais difícil fazer rir do que chorar. Na mesma entrevista Dino disse ser fã de artistas locais, no caso Seri e Rica, além de Sppaca e Ziraldo, Este último mostrou ser admirador do trabalho de Dino, fato este confirmado pelo chargista Alex Ponciano do jornal Expresso Popular em viagem ao Rio de janeiro em fevereiro de 2005.

Ponciano é uma das grandes revelações da caricatura e da charge santista e fez trabalhos já consagrados na região e no cenário nacional. Um dos trabalhos que ele realizou e rendeu vários comentários foi o que batizou de caricaturista repórter, aonde o artista vai ao show ou evento e registra o fato. Este trabalho gerou a produção da capa do CD da banda Pedro Luis e a parede.

Mas Accindino não teve seu trabalho revertido apenas em proveito próprio, como também para sociedade como um todo. Sua preocupação podia ser sentida nos eventos promovidos em prol de entidades, como a doação de 160 trabalhos para serem leiloados e revertidos em renda para Santa Casa de Misericórdia de Santos em março de 1988.

Em novembro de 1991 Dino realizou outro leilão no Clube Caiçara de Santos, onde colocou seus quadros a venda. Estes eram reproduções de trabalhos de pintores famosos mas com toques de humor. Esta série que o artista batizou de brincando com os clássicos viria a público muito antes da idéia de Maurício de Souza recriar obras famosas com seus personagens de quadrinhos, anos depois.

Dino continuou desenhando até 1995 dividindo o espaço da página dois do jornal A Tribuna com os chargistas Seri e Bar, onde nunca deixou de mostrar sua opinião a respeito dos problemas da cidade, do país e do mundo.

Adoeceu naquele mesmo ano e veio falecer em setembro de 1996 de isquemia cerebral em São Paulo.

Conclusão

Dino foi uma forte influência para vários artistas da região da baixada santista e quiçá pra outros desenhistas brasileiros. Infelizmente a divulgação do seu trabalho também ficou restrita a Baixada que por sua vez não soube valorizar a obra deste mestre. Existe ainda uma lacuna muito grande na área de pesquisa do material produzido por este artista e outros da região, mas este levantamento pode ser um pontapé inicial para neste sentido.

Não poderíamos deixar de agradecer as informações cedidas pelo jornal A Tribuna na pessoa do responsável pelo arquivo, o senhor Nelson Rogelio G. B. de Santana e pelo arquivista da hemeroteca municipal de Santos, o senhor Wilson Rabelo de Santana.

Bibliografia

Fonseca, Joaquim da. Caricatura, a imagem gráfica do humor; editora Artes e ofícios, Porto Alegre, RS, 1999.

Jr., Gonçalo. Guerra dos Gibis, editora Companhia das Letras, São Paulo, SP, 2004.

Lima, Herman. História da caricatura no Brasil; editora José Olympio, Rio de Janeiro, RJ, 1963.

Moya, Álvaro. Shazam! editora Perfectiva, São Paulo, SP, 3ª edição, 1977.

Referências

Jornal A Tribuna, Santos, SP:

1937, 1938, 1940, 1949, 1950, 1956, 1957, 1960, 1964, 1968, 1970, 1972, 1974, 1988.

Arquivo de imagens e reportagens do Jornal A Tribuna.

Hemeroteca Municipal de Santos “Roldão Mendes Rosa”.

Depoimentos

Chargista Alex Ponciano, Jornal Expresso Popular.

Chargista Sérgio Ribeiro Lemos, SERI, Jornal Diário do Grande ABC.

Chargista Ricardo Oliveira, RICA. Free lancer.

Jornalista Hamleto Rosato, Jornal A Trbuna.

-----------------------

[1] Fonseca, Joaquim da. Caricatura, a imagem gráfica do humor, pg. 18, editora Artes e Ofícios, Porto Alegre, RS, 1999.

[2]

[3] Fonseca, Joaquim, idem, pg. 205.

[4] Fonseca, Joaquim da. Idem, pg. 214.

[5] Fonseca, Joaquim da. Idem, pg. 230.

[6] Jr., Gonçalo. Guerra dos Gibis, pg. 95, editora Companhia das Letras, São Paulo, SP, 2004.

................
................

In order to avoid copyright disputes, this page is only a partial summary.

Google Online Preview   Download

To fulfill the demand for quickly locating and searching documents.

It is intelligent file search solution for home and business.

Literature Lottery