AS CONSEQUÊNCIAS DA AUSÊNCIA PATERNA NA VIDA …

[Pages:9]Revista Ci?ncia Contempor?nea jun./dez. 2017, v.2, n.1, p. 45 - 53

AS CONSEQU?NCIAS DA AUS?NCIA PATERNA NA VIDA EMOCIONAL DOS FILHOS

THE CONSEQU?NCES OF PATERNAUS ABSENCE IN THE EMOTIONAL LIFE OF CHILDREN

Edgar Henrique Hein Trapp? Railma de Souza Andrade?

RESUMO A fam?lia ?, portanto, o agente socializador por excel?ncia do ser humano. As fam?lias influenciam o desenvolvimento dos seus descendentes por meio da sua situa??o social e f?sica. Nesse sentido podemos afirmar que a aus?ncia ou abandono do pai na inf?ncia pode trazer varias consequ?ncias para a crian?a e isso pode refletir na vida adulta, essa aus?ncia tende a criar o desequil?brio, que pode gerar v?rios problemas na forma??o da personalidade da mesma. Sabemos que a car?ncia de amor e de afeto comprometem o desenvolvimento da crian?a e do adolescente. E quando as intera??es entre pais e filhos s?o mal adaptativas ou desajustadas os resultados poder?o levar a formas de comportamento antissocial. A educa??o e a ocupa??o dos pai em casa t?m consequ?ncias de grande import?ncia para a crian?a, assim como o abandono tamb?m pode gerar grandes conflitos emocionais na vida da crian?a seja por separa??o conjugal ou abandono mesmo dos filhos. Palavras chaves: Pais. Filhos. Aus?ncia.

ABSTRACT

The family is, therefore, the socializing agent par excellence of the human being. Families influence the development of their descendants through their social and physical situation. In this sense we can affirm that the absence or abandonment of the father in childhood can bring several consequences for the child and this can reflect in adult life, this absence tends to create the imbalance, that can generate several problems in the formation of the personality of the same. We know that the lack of love and affection compromise the development of the child and the adolescent. And when parent-child interactions are maladaptive or maladaptive the

1. Professor Supervisor possui gradua??o em Psicologia pela Universidade Luterana do Brasil (2003). Psic?logo organizacional - Secretaria de Sa?de do Estado do Tocantins - Coordenador do N?cleo de Educa??o Permanente em Sa?de, credenciado - DETRAN, Gerente Clinico da Clinica FOKUS Atendimento M?dico e Psicol?gico; professor p?s-gradua??o - ITOP, Professor p?s-gradua??o na UFT; psic?logo da Prefeitura Municipal de Para?so. Professor com CRR- Centro Regional de Refer?ncia sobre ?lcool e Drogas - UFT, professor na UNIESP - Instituto Educacional de S?o Paulo; Especialista em Educa??o Especial; Especialista em Pol?ticas Educacionais; Especialista em Psicologia do Tr?nsito; Especialista em Preceptoria do SUS; Especializando em Psicologia Social; Especializando em Gest?o do Trabalho e da Educa??o na Sa?de; Mestre em Ci?ncias da Educa??o -ULHT Universidade Lus?fona de Humanidades e Tecnologia-Lisboa/PT; Doutorando em Psicologia pela UCES Universidad de Ci?ncias Empresariales y Sociales - Buenos Aires/AR. Tem experi?ncia na ?rea de Psicologia, com ?nfase em Psicologia do Desenvolvimento Humano, Atua??o como redu??o de danos ao usu?rio de ?lcool e Drogas junto ao CAPS Hist?ria e Sistemas, Psicologia da Aprendizagem, Interven??es Psicopedag?gicas, Psicologia Social, Psicologia Cognitivo Comportamental, Psicologia da Sa?de e Hospitalar, Psicologia aplicada ? Administra??o, Psicologia do Desenvolvimento Humano. Atuando principalmente nos seguintes temas: sa?de, sa?de mental, ?lcool e drogas, redu??o de danos, educa??o, sexualidade, psicologia escolar, desenvolvimento, rela??es interpessoais e integra??o, pessoas portadoras de necessidades especiais.

2. Acad?mica do 10? per?odo do curso Superior de Psicologia da FIESC/UNIESP- Faculdade de Ensino Superior

de Colinas do Tocantins, Dezembro/2017, e-mail: railma90@

results may lead to forms of antisocial behavior. The education and occupation of the parents at home have consequences of great importance for the child, just as the abandonment can also generate great emotional conflicts in the life of the child either by marital separation or abandonment even of the children. Keywords: Parents. Children. Absence.

1. FUNDAMENTA??O TE?RICA DO CASO CL?NICO.

A fam?lia ? o grupo natural onde ? crian?a encontra condi??es para o seu desenvolvimento, onde os pais desempenham o seu papel, assegurando-lhe prote??o e est?mulo, que se transmite a linguagem, se aprende o simb?lico e os valores essenciais da cultura. Trentin (2011) afirma que os pais tem papel fundamental na forma??o do indiv?duo, do seu car?ter, dos seus valores, os pais s?o a refer?ncia da crian?a, as pessoas com quem se identificar?. Isso porque, as crian?as s?o viajantes rec?m chegados a um pa?s estranho, do qual nada sabem. Crian?as e adolescentes necessitam, assim, de uma base familiar s?lida.

Seguindo essa concep??o vale ressaltar a import?ncia da figura paterna no desenvolvimento da crian?a e a intera??o entre pai e filho. A presen?a paterna ? um dos fatores decisivos para o desenvolvimento cognitivo social, facilitando a capacidade de aprendizagem e a integra??o da crian?a na sociedade. Benczik (2011) em seu texto fala que as teorias psicol?gicas e as pesquisas cientificas afirmam e fundamentam o papel da figura paterna no desenvolvimento e no psiquismo infantil. O pai representa a possibilidade do equil?brio pensado como regulador da capacidade da crian?a investir no mundo real. A aus?ncia ou abandono paterno ? extremamente prejudicial ao desenvolvimento ps?quico da crian?a.

Para a Psican?lise, a rela??o dos indiv?duos com seus pais, durante a inf?ncia, fornece a estrutura das outras rela??es que ser?o estabelecidas ao longo da vida. Pellegrino (1987) cit. por Nascimento et al (2012) afirma que o pai ? o primeiro e fundamental representante da lei da cultura. Contudo, a figura paterna teve seu poder sobre os demais membros da fam?lia dilu?do em decorr?ncia de in?meros fatores hist?ricos. ? preciso reconhecer que a aus?ncia ou mesmo o abandono do genitor do sexo masculino tr?s consequ?ncias para o desenvolvimento dos sujeitos.

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Corneau cit por. Benczik ( 2011) em seu texto cita que a presen?a do pai ? que poder? facilitar a crian?a a passagem do mundo da fam?lia para o da sociedade. Ser? permitido o acesso a agressividade, a afirma??o de si, a capacidade de se defender e de explorar o ambiente. Esse mesmo autor acredita que as crian?as que sentem os pais mais pr?ximos e presente sentem-se mais seguras em seus estudos, na escolha de uma profiss?o ou na tomada de iniciativas pessoais, ao contrario da crian?a que tem sentimento de abandono.

Segundo Santos & Angoneze (2016):

Para um crescimento e desenvolvimento saud?vel do filho, a presen?a e a atua??o da fam?lia em suas vidas mostram-se indispens?veis. Ent?o, a socializa??o da crian?a inicia e tem fundamento na fam?lia, por isso a import?ncia da presen?a dos pais, a crian?a cresce por meio da intera??o com os companheiros, ou seja, os pais e continua a se expandir na adolesc?ncia e juventude, para culminar na vida adulta.

Eizirik & Bergamann cit. por Benczik (2011) ainda afirma que a aus?ncia paterna tem potencial para gerar conflitos no desenvolvimento psicol?gico e cognitivo da crian?a, bem como influenciar o desenvolvimento de dist?rbios de comportamento agressivos.

No texto: An?nimo (2017) fala de algumas complica??es que podem ocorrer em uma crian?a que cresce com um pai ausente: Tendem a ser agressivas e inseguras, na maioria das culturas, o pai ? aquele que fornece a prote??o e os recursos necess?rios para a vida. Quando uma crian?a ? criada sem um pai, ela pode desenvolver sentimentos de inseguran?a. Se a m?e ou o cuidador n?o conseguir dinheiro suficiente para sustentar a fam?lia, o filho homem pode desenvolver problemas com rela??o ? inseguran?a financeira, j? a filha mulher tender? a ficar fascinada por pessoas ricas. Os sentimentos de inseguran?a podem se estender a outras ?reas da vida da crian?a e, como resultado disso, ela pode vir a desenvolver transtornos de ansiedade.

Tendem a n?o desenvolver as habilidades adequadas para a conviv?ncia em sociedade: Sem a orienta??o certa, a crian?a sem pai pode n?o desenvolver habilidades importantes para a vida e acabar ficando para tr?s com rela??o ?s outras crian?as de sua idade, tanto a n?vel acad?mico quanto social. A crian?a pode se isolar das demais e n?o conseguir obter boas notas na escola. Alguns estudos t?m demonstrado que crian?as com pais ausentes t?m uma maior probabilidade de irem mal nos estudos.

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Tendem a ser incapazes de seguir leis ou respeitar autoridades: As crian?as com pais ausentes, especialmente as do sexo masculino, podem n?o aprender a se submeter a uma figura de autoridade, e como resultado disso podem se tornar rebeldes e adeptos da viola??o das regras. Se a crian?a n?o aprender que ? necess?rio respeitar as leis e as figuras de autoridade, isso pode criar s?rias consequ?ncias negativas para ela no futuro.

Tendem a n?o se sentirem amadas: Em alguns casos, a crian?a pode se sentir mal amada devido ? aus?ncia do pai. Isso prejudica principalmente as mulheres, j? que, geralmente, a forma como a menina se relaciona com o pai ? o que vai determinar como ela idealizar? os seus relacionamentos amorosos. Tais mulheres podem at? se apaixonar, mas n?o chegam a ter um relacionamento s?rio, muitas vezes se apaixonam com rapidez e logo perdem o interesse.

Tendem a criar um sentimento de inferioridade, rejei??o: Se a crian?a acreditar que a falta de um pai faz dela uma pessoa defeituosa, ela pode desenvolver um complexo de inferioridade. Isso pode prejudicar muito a sua autoestima, levando-a a ter problemas de inseguran?a com rela??o a si mesma no futuro, pois se acha menos digna que os outros. ? claro que isso n?o tem nada a ver com a realidade, no entanto, o sentimento persiste e precisar? ser tratado, caso contr?rio, essa crian?a vai sempre se sentir inferior.

Quando as intera??es entre pais e filhos s?o desajustadas ou distantes os resultados poder?o levar a crian?a ou o adolescente a formas de comportamento inadequados.

Na concep??o de Trentin (2011):

A fam?lia disfuncional parece ser fonte do aparecimento desses comportamentos e tem como caracter?stica a falta de intimidade entre seus membros, a preval?ncia de relacionamentos turbulentos entre pais e filhos, sem esquecer a complac?ncia especial com a manifesta??o de comportamentos bizarros e agressivo. A fam?lia organiza a transmiss?o de valores, por meio do afeto. A aus?ncia do pai refor?a, no mundo real, os sentimentos de triunfo, de poder e de inexist?ncia de limites.

Se a fun??o materna est? mais ligada aos cuidados prim?rios da crian?a, e representa em todas as culturas um v?nculo de sobreviv?ncia que a impot?ncia do beb? humano exige, a fun??o paterna ? mais perif?rica ao agregado familiar e pode ser assegurada pelo pr?prio grupo social que, de gera??o em gera??o, transmite os valores culturais. Trentin ( 2011).

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Segundo Pratta & Santos (2007) a inf?ncia e adolesc?ncia dos filhos tem influ?ncia direta no funcionamento familiar, constituindo-se, portanto, como um processo dif?cil e doloroso para ambos, uma vez que, a fam?lia n?o ? constitu?da pela simples soma de seus membros, mas um sistema formado pelo conjunto de rela??es interdependentes no qual a modifica??o de um elemento induz a do restante, transformando todo o sistema, que passa de um estado para outro.

A inf?ncia e a adolesc?ncia favorecem as condi??es necess?rias para a emerg?ncia de uma s?rie de problemas e conflitos dentro do contexto familiar. Pratta & Santos ( 2007) ressaltam que:

O aumento desses conflitos geralmente est? acompanhado de uma diminui??o na proximidade do conv?vio, principalmente em rela??o ao tempo que a crian?a ou o adolescente e pai passam juntos. A falta do pai no ambiente familiar seja por separa??o conjugal ou abandono pode, portanto acarretar ou, em certos casos, acentuar algumas dificuldades, principalmente em termos de relacionamento, podendo afetar at? mesmo o bem-estar e a sa?de ps?quica da crian?a ou do adolescente. Pode-se asseverar que as experi?ncias vivenciadas pela crian?a ou adolescente, tanto no contexto quanto nos outros ambientes nos quais ele est? inserido, contribuem diretamente para a sua forma??o enquanto adulto, sendo que, no ?mbito familiar, o indiv?duo vai passar por uma s?rie de experi?ncias genu?nas em termos de afeto, dor, medo, raiva e in?meras outras emo??es, que possibilitar?o um aprendizado essencial para a sua atua??o futura.

2. INTRODU??O AO CASO CL?NICO.

Salientamos que o processo de atendimento ocorreu na cl?nica escola de psicologia na UNIESP/FIESC, tendo o cuidado que todos os casos possuem TCLE e normas da Faculdade de psicologia, em quesitos ?ticos. A m?e da paciente trouxe como queixa o comportamento agressivo apresentados pela filha ap?s a separa??o dos pais, a revolta pelo abandono, pois a crian?a se sente abandonada, porque depois da separa??o do casal o mesmo nunca a procurou.

Sabemos que dentre todos os problemas que os conjugues se deparam no dif?cil percurso da separa??o conjugal, ? com certeza, a mais grave e delicada e a que contem o maior n?mero de angustiantes a quest?o dos filhos. A separa??o envolve profundas e estressantes altera??es

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nos relacionamentos familiares. Algumas pouco afetam a rotina dos seus filhos menores e outras, talvez, nem influenciem no curso normal de seu desenvolvimento. Entretanto, a condi??o emocional da maioria dos menores e sua aptid?o social s?o, via de regra, os mais atingidos pela experi?ncia da separa??o, m?xime quando esta ocorre de maneira traum?tica.

Enquanto um casal sem filhos pode decidir separar-se e nunca mas manter qualquer contato, um casal com filhos deve pensar de forma bastante diferente, uma vez que ser? sempre um casal de pais, pai e m?e de filhos com os quais manter?o e dever?o manter responsabilidades bem definidas. O momento de separa??o ? t?o delicado e dif?cil para os pais quanto para os filhos, e pode frisar que o conjugue, a partir da separa??o, ser? um para o outro apenas "EX". No entanto para os filhos cada qual ser? sempre pai e m?e.

A separa??o dos pais ? para os filhos uma passagem de vida da maior importancia, pois muita coisa muda. A perda do convivio com o pai e a m?e na mesma casa, pode acontecer a perda de convivio com os irm?os, mudan?a de casas, ha uma nova realidade, que se n?o for cuidadosamente preparada, pode gerar enormes maleficos ao bom desenvolvimento emocional de uma pessoa ainda em forma??o.

2.1 AS QUEIXAS APRESENTADAS PELA PACIENTE. A m?e da paciente trouxe como queixa central a revolta da filha com o pai, sendo que a

menina n?o queria ouvir o nome do mesmo pois, a crian?a tem sentimento de abandono, porque depois da separa??o dos pais o mesmo nunca a procurou. Segundo a m?e da paciente ap?s a separa??o com o marido a filha apresentou comportamentos agressivos, regress?o em suas necessidades fisiol?gicas, fazendo xixi na cama todos os dias, e as vezes a filha se queixa de uma dor no peito, acelera??o no cora??o, deixando a bastante nervosa. Menciona que a filha sempre foi uma crian?a tranquila, amorosa, obediente, mas que desde quando sa?ram de casa para viver junto com os av?s da menina ela apresentou essas mudan?as no comportamento. A separa??o do pai, de acordo com a m?e da paciente foi constrangedora para a crian?a, pois no dia que a m?e da paciente disse ao marido que iria sair de cada o mesmo n?o queria aceitar e se trancou com a filha no quarto durante 50 minutos, com discuss?es, e a crin?a pedia desesperadamente para ir embora. A m?e relata que depois da separa??o o pai n?o procura mais a filha. Em um momento com a crian?a quando foi questionada sobre o pai, para que ela falasse sobre o mesmo, ela foi direta dizendo que n?o tinha nada para falar sobre o pai, e que n?o queria saber do mesmo, mas trouxe os mesmo sintomas trazidos pela m?e. A m?e relata que a crian?a

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sempre fala que n?o entende a separa??o, pois eles eram muito felizes juntos, mas que hoje prefere n?o ter o pai por perto, pois ele a abandonou. A m?e disse que a menina sempre foi amorosa, e gostou de estar com eles e que todos dormiam no mesmo quarto quando eram casados.

2.2 HIST?RICO.

A m?e relata que teve uma gravidez normal, sem complica??es, tendo parto normal, a crian?a falou e andou bem cedo. A m?e relata que a paciente sempre foi uma crian?a muito tranquila e esses comportamentos surgiram a 02 (dois) anos atr?s , ap?s a separa??o do pai. Segundo a m?e ap?s a separa??o o pai n?o tem a procurado e n?o ajuda na cria??o da mesma. No que diz respeito ao relacionamento com os av?s que moram na mesma casa, a m?e relata que a filha possui um apego grande com o av? e o tio, completando que ela v? no tio a figura paterna, e que passa a maior parte do dia com o av?.

2.3 AVALIA??O DO TERAPEUTA.

No primeiro momento percebeu-se na paciente um ref?gio na express?o, ao falar do pai. A paciente apesar de comunicativa, sempre relatando fatos sobre sua vida, ao ser questionada sobre o pai cita que prefere n?o falar sobre o mesmo. Esta demonstra muita revolta em rela??o a figura paterna, pois tem sentimento de abandono por parte do mesmo. Al?m disso, a crian?a mostra-se triste pela mudan?a do seu av? para trabalhar em outra cidade. A paciente relatou em terapia sentir aperto no peito, acelera??o no cora??o, falta de ar e medo de perder o avo. A paciente ? uma crian?a que n?o possui dificuldade para relatar os fatos, gosta de fazer questionamentos relacionados ao processo terap?utico. Ao decorrer do processo houve uma cria??o de vinculo terap?utico de forma construtiva e de fidelidade nos atendimentos.

2.4 PROGRESSO DO CASO CL?NICO E DESCRI??O DO TRATAMENTO (TCC).

No primeiro momento foi feito a triagem, que tem por objetivo coletar as informa??es sobre o motivo da consulta ou queixa principal, para compreender a demanda trazida pela paciente. Durante o processo terap?utico ultilizou-se como abordagem principal a TCC, focando durante as sess?es no problema atual da paciente.

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Por tratar de uma psicoterapia com crian?a, ultilizou-se o l?dico, desenvolvendo um trabalho por meio de brincadeiras, pinturas, desenhos, que ? uma psicoterapia adapatada para o tratamento infantil, por meio do qual a crian?a, brincando, projeta seu modo de ser. Essa forma de analise ajuda a crian?a por meio da brincadeira a expressar com maior facilidade os seus conflitos e dificuldades, ajudando-a em sua solu??o para que consiga uma melhor integra??o e adapta??o social, tanto no ?mbito da fam?lia como da sociedade em geral.

Por meio da ludoterapia foi observado e interpretado suas proje??es, compreendendo o mundo interno e a din?mica da personalidade da crian?a. A paciente aderiu facilmente a ludoterapia e adquiriu em rela??o ao terapeuta, confian?a suficiente para se expor, brincando livremente.

Percebe-se que obteve um progresso positivo, tanto do ponto de vista do paciente, como do pr?prio terapeuta. As queixas trazidas durante o processo de triagem n?o s?o mais manisfestos na paciente. Valendo ressaltar mais uma vez que durante o processo a paciente manifestou a afetividade em rela??o ao terapeuta, o que facilitou muito todo o trabalho.

3. CONSIDERA??ES FINAIS

Diante do contexto abordado ? percept?vel a import?ncia da figura paterna na vida emocional dos filhos, devido aos diversos fatores mencionados sobre os conflitos desenvolvidos no psicol?gico e cognitivo da crian?a que sofre com aus?ncia do pai, as condi??es negativas de sintomas que resultam em dificuldades para o conv?vio social da crian?a.

Tendo em vista o caso estudado que sobrep?e caracter?sticas voltadas a situa??o de abandono paterno conforme as falas da paciente e da m?e sendo a paciente menor de idade, apresentando sentimentos de tristeza e revolta da aus?ncia do pai que trouxe conflitos emocionais. A psicoterapia diante do fato teve como ?nfase trabalhar o problema atual da paciente desenvolvendo atrav?s da ludoterapia t?cnicas para melhoria dos sintomas e queixas citados desde a triagem.

Ao decorrer do processo terap?utico houve se uma compreens?o da paciente sobre seus conflitos e conhecimento das mudan?as encontradas na evolu??o da terapia.

4. REFER?NCIAS BIBLIOGR?FICAS.

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